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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE MEDIAÇÕES INTERCULTURAIS BACHARELADO EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS APLICADAS ÀS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

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Academic year: 2023

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE MEDIAÇÕES INTERCULTURAIS

BACHARELADO EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS APLICADAS ÀS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

EXPORENDA CARIRI: RENDA RENASCENÇA, MODA, EXPORTAÇÃO E PRESERVAÇÃO CULTURAL

ITAMAR FERREIRA DA SILVA

JOÃO PESSOA, PB 2022

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ITAMAR FERREIRA DA SILVA

EXPORENDA CARIRI: RENDA RENASCENÇA, MODA, EXPORTAÇÃO E PRESERVAÇÃO CULTURAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de bacharelado em Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais.

Orientadora: Profa. Dra. Márcia Cristina Silva Paixão Co-orientadora: Profa Dra. Alyanne de Freitas Chacon

JOÃO PESSOA, PB 2022

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S586e Silva, Itamar Ferreira da.

Exporenda cariri : renda renascença, moda,

exportação e preservação cultural. / Itamar Ferreira da Silva. - João Pessoa, 2022.

41 f. : il.

Orientador : Márcia Cristina Silva Paixão.

Coorientador : Alyanne de Freitas Chacon.

TCC (Graduação) - Universidade Federal da Paraíba/Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, 2022.

1. Artesanato. 2. Cultura. 3. Exportação. 4. Moda.

5. Renda renascença. I. Paixão, Márcia Cristina Silva.

II. Chacon, Alyanne de Freitas. III. Título.

UFPB/CCHLA CDU 746.2 Catalogação na publicação

Seção de Catalogação e Classificação

Elaborado por KARLA MARIA DE OLIVEIRA - CRB-15/485

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Universidade Federal da Paraíba Pró-Reitoria de Graduação

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Departamento de Mediações Interculturais

Bacharelado em Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais

A comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

EXPORENDA CARIRI: RENDA RENASCENÇA, MODA, EXPORTAÇÃO E PRESERVAÇÃO CULTURAL

Elaborado por

ITAMAR FERREIRA DA SILVA

Como requisito parcial para a obtenção do grau de

Bacharel em Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais COMISSÃO EXAMINADORA

Profa. Dra. Marcia Cristina Silva Paixão – Orientadora – UFPB

Profa. Dra. Alyanne de Freitas Chacon – Co-orientadora – UFPB

Profa. Dra. Luciene Lehmkuhl – Banca Examinadora – UFPB

Prof. Dr. Washington Ferreira Silva – Banca Examinadora – UFPB

João Pessoa, 17 de junho de 2022.

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„Щастие да не връщаш обаждане когато миналото ти звъни.“

– Николай Владимиров1

1“Felicidade não retornar a chamada quando seu passado

toca.” – Nikolay Vladimirov

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AGRADECIMENTOS

Gratidão infinita a Deus pela sua divina providência ao me guiar na escolha dos caminhos certos que me levaram até a UFPB e, principalmente, ao LEA, onde encontrei não somente um espaço de estudo, mas de acolhimento, autoconhecimento e, acima de tudo, de grandes amizades. Aos professores que sempre acreditaram no meu potencial apesar das dificuldades da falta de foco de um ainda adolescente. Saibam que são os grandes responsáveis pelo meu crescimento acadêmico, profissional e humano, pelo que sou e sempre serei grato.

À minha mãe que sempre me apoiou apesar de qualquer dificuldade, e da paciência em ter de lidar com a distância, mãe coruja que és. Compreendi seu amor e o aperto do coração em ver seu primogênito ganhar o mundo para conquistar seus sonhos.

Sou grato por me fazer prioridade na sua vida e por ter abdicado muitas vezes dos próprios sonhos em prol dos meus.

À minha mais que amiga, Alessa, por estar sempre presente desde os tempos de IF.

Nesses 10 anos de amizade, você sabe que vencemos.

Às orientadoras, professoras, apoiadoras e amigas Márcia Paixão e Alyanne Chacon, por confiarem no meu trabalho. Eu acredito na energia do universo e algo desde os primeiros momentos na jornada do LEA já me levava a crer que vocês seriam muito importantes. Volto minhas lembranças para o primeiro período, onde contatei Alyanne com ideias de projetos de extensão e até mesmo tema de TCC.

Márcia, por sua vez, que conheci pouco depois, mas já tinha consciência do meu desejo em trabalharmos juntos. Deus é bom e mais uma das tantas provas disso é esta pesquisa e todo trabalho realizado além dele.

Agradeço e dedico este trabalho às rendeiras do Cariri paraibano, por depositarem em mim sua confiança e compartilharem comigo sua experiência e ofício.

Ao povo búlgaro, base para o meu entendimento de valorização cultural, em especial aos meus irmãos (братя) Nikolai, Nasko, Angel, Ivan, Vasilkov, Tsvetan, Caner, e Denisovich, pelas conversas, vivências e aprendizados. Aos artistas que me inspiram diariamente: Emanuela, Desi Slava, Galin, Leo, Andrea, Alisia, Denis Teofikov (in memoriam) e tantos outros.

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Este trabalho só foi possível de ser realizado pela presença da família que o LEA me deu: Clara, João, Júlia, Bella, Rodrigo, Luana, Camila, Catharina, e todos que, direta ou indiretamente, fizeram parte da minha vida ao longo desses anos. E me dou ainda ao luxo de destacar, em especial, Anselmo e Bia. Não sou capaz de expressar em palavras o quão grato eu sou em tê-los na minha vida, pelos inúmeros momentos felizes, as viagens, os rolês, a convivência. Muito obrigado por todo zelo, preocupação e apoio para comigo e também para com a conclusão deste trabalho.

O apoio de vocês foi fundamental!

Agradeço também a quem não acreditou. Vocês também foram combustível para a minha vitória, que hoje tem sabor de mel.

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RESUMO

A pesquisa, por intermédio do método qualitativo e seguindo a estratégia da Teoria Fundamentada de Glaser e Strauss (1967), teve por objetivo ressaltar a necessidade de valorização da renda renascença paraibana e de suas artesãs a partir da aplicação de conceitos de moda no âmbito de uma iniciativa extensionista local que oferta capacitação para exportar, o Exporenda Cariri. Inicialmente, com base em pesquisa bibliográfica, apresenta-se uma breve contextualização da história da renda renascença do Cariri paraibano. Em seguida, realiza-se um comparativo entre dois modelos de moda - moda convencional, ou fast fashion, e moda ética, ou slow fashion -, para apresentar aquele que pode se mostrar nocivo ou benéfico para a cultura e ofício da renda. A pesquisa apoiou-se em Silva (2019) e Michetti (2012) para o comparativo dos dois modelos de moda considerados, em Gomes e Araújo (2013) para relacionar moda e artesanato, em Minervini (2012) para tratar do objetivo de exportação e, por fim, em Michetti (2012) para contextualizar a mundialização da moda cultural. A pesquisa revelou que o modelo slow fashion apresenta-se como o mais adequado para o objetivo de valorização da renda renascença e de suas artesãs. Ainda, que a atividade acadêmica extensionista, além de proporcionar experiências reais do mercado de trabalho aos discentes, pode aprofundar a relação entre a sociedade e a universidade de modo a contribuir com o atendimento de necessidades socioeconômicas, culturais e ambientais de seu público-alvo.

Palavras-chave:Artesanato. Cultura. Exportação. Moda. Renda renascença.

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ABSTRACT

The research, through the qualitative method and following the Grounded Theory strategy of Glaser and Strauss (1967), aimed to highlight the need to valorize the Paraiban Renaissance lace and its artisans from the application of fashion concepts within a local extensionist initiative that offers training for exporting, the Exporenda Cariri. Initially, based on bibliographical research, a brief contextualization of the history of renaissance lace in Cariri of Paraiba, is presented. Then, a comparison is made between two fashion models - conventional fashion, or fast fashion, and ethical fashion, or slow fashion -, to present the one that can prove harmful or beneficial to the culture and craft of lace. The research relied on Silva (2019) and Michetti (2012) for the comparison of the two fashion models considered, on Gomes and Araújo (2013) to relate fashion and craftsmanship, on Minervini (2012) to address the export goal, and finally on Michetti (2012) to contextualize the globalization of cultural fashion. The research revealed that the slow fashion model presents itself as the most appropriate for the Renaissance lace and its artisans valorization goal. Also, that the extensionist academic activity, besides providing real experiences of the labor market to students, can deepen the relationship between society and the university in order to contribute to meeting the socioeconomic, cultural and environmental needs of its target audience.

Keywords:Culture. Export. Fashion. Handicraft. Renaissance lace.

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RESUMEN

La investigación, a través del método cualitativo y siguiendo la estrategia de Grounded Theory de Glaser y Strauss (1967), tuvo como objetivo destacar la necesidad de valorizar el encaje renacentista paraibano y sus artesanos a partir de la aplicación de conceptos de moda dentro de una iniciativa local extensionista que ofrece capacitación para la exportación, la Exporenda Cariri. Inicialmente, con base en la investigación bibliográfica, se presenta una breve contextualización de la historia del encaje renacentista en Cariri de Paraiba. Luego, se hace una comparación entre dos modelos de moda -la moda convencional, o fast fashion, y la moda ética, o slow fashion-, para presentar el que puede resultar perjudicial o beneficioso para la cultura y la artesanía del encaje. La investigación se basó en Silva (2019) y Michetti (2012) para la comparación de los dos modelos de moda considerados, en Gomes y Araújo (2013) para relacionar moda y artesanía, en Minervini (2012) para abordar el objetivo de la exportación y, finalmente, en Michetti (2012) para contextualizar la globalización de la moda cultural. La investigación reveló que el modelo de moda lenta se presenta como el más adecuado para el encaje renacentista y su objetivo de valorización artesanal. También, que la actividad académica extensionista, además de proporcionar experiencias reales del mercado laboral a los estudiantes, puede profundizar la relación entre la sociedad y la universidad para contribuir a la satisfacción de las necesidades socioeconómicas, culturales y ambientales de su público objetivo.

Palabras clave:Artesanía. Cultura. Exportación. Encaje renacentista. Moda.

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RÉSUMÉ

La recherche, à travers la méthode qualitative et en suivant la stratégie de la Théorie Fondée de Glaser et Strauss (1967), a eu pour but de mettre en évidence la nécessité de valoriser la dentelle Renaissance de Paraiba et ses artisans à partir de l'application de concepts de mode au sein d'une initiative locale de vulgarisation qui offre une formation pour l'exportation, l'Exporenda Cariri. Dans un premier temps, sur la base de recherches bibliographiques, une brève contextualisation de l'histoire de la dentelle de la Renaissance dans le Cariri de Paraiba, est présentée. Ensuite, une comparaison est faite entre deux modèles de mode - la mode conventionnelle, ou fast fashion, et la mode éthique, ou slow fashion -, pour présenter celui qui peut s'avérer néfaste ou bénéfique pour la culture et l'artisanat de la dentelle. La recherche s'est appuyée sur Silva (2019) et Michetti (2012) pour la comparaison des deux modèles de mode considérés, sur Gomes et Araújo (2013) pour mettre en relation la mode et l'artisanat, sur Minervini (2012) pour aborder l'objectif d'exportation, et enfin sur Michetti (2012) pour contextualiser la mondialisation de la mode culturelle. La recherche a révélé que le modèle de la slow fashion se présente comme le plus approprié pour la dentelle de la Renaissance et son objectif de valorisation des artisans. Aussi, que l'activité académique extensionniste, en plus de fournir des expériences réelles du marché du travail aux étudiants, peut approfondir la relation entre la société et l'université afin de contribuer à répondre aux besoins socio-économiques, culturels et environnementaux de son public cible.

Mots-clés:Artisanat. Culture. Dentelle Renaissance. Exporter. Mode.

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РЕЗЮМЕ

Изследването, проведено чрез качествения метод и следвайки стратегията на обоснованата теория на Глейзър и Щраус (1967 г.), имаше за цел да подчертае необходимостта от валоризиране на параибанската ренесансова дантела и нейните занаятчии чрез прилагане на модни концепции в рамките на местна инициатива за разширяване на дейността, която предлага обучение за износ - Exporenda Cariri. Първоначално, въз основа на библиографско проучване, е представена кратка контекстуализация на историята на ренесансовата дантела в Карири на Параиба. След това се прави сравнение между два модни модела - конвенционалната мода, или бързата мода, и етичната мода, или бавната мода - за да се представи този, който може да се окаже вреден или полезен за културата и занаята на дантелата. Изследването се опира на Silva (2019) и Michetti (2012) за сравнението на двата разглеждани модни модела, на Gomes и Araújo (2013) за свързване на модата и занаятчийството, на Minervini (2012) за разглеждане на целта за износ и накрая на Michetti (2012) за контекстуализиране на глобализацията на културната мода. Изследването показа, че моделът на бавната мода се представя като най-подходящ за ренесансовата дантела и целта за валоризация на нейните занаятчии. Също така, че екстензионистичната академична дейност, освен че предоставя на студентите реален опит на пазара на труда, може да задълбочи връзката между обществото и университета, за да допринесе за задоволяване на социално-икономическите, културните и екологичните потребности на своята целева аудитория.

Ключови думи:Експорт. Занаяти. Култура. Мода. Ренесансова дантела.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Pág.

Fig. 1. Ponto cortado………18

Fig. 2. Primeira visita técnica………...26

Fig. 3. Seleção de croquis………26

Fig. 4. Logo da coleção……….………..…….29

Fig. 5. Paleta Céu do Cariri……….….30

Fig. 6. Paleta Galo de Campina………...….31

Fig. 7. Paleta Flor de Cacto……….….…...31

Fig. 8. Cambraia de linho nas cores verde e laranja………….………..32

Fig. 9. Croquis parte 1……….………...……….…….33

Fig. 10. Croquis parte 2……….……...33

Fig. 11. Croquis parte 3……….……...34

Fig. 12. Croquis parte 4……….…....………….……..34

Fig. 13. Croquis parte 5………...……….……35

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LISTA DE SIGLAS

CONARENDA – Conselho das Associações, Cooperativas, Empresas e entidades vinculadas a Renda Renascença do Cariri Paraibano

PAB – Programa do Artesanato Brasileiro PAP – Programa do Artesanato Paraibano UFPB – Universidade Federal da Paraíba

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LISTA DE QUADROS

Pág.

Quadro 1 – Planejamento……….28

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SUMÁRIO

Pág.

1 INTRODUÇÃO………...……….…….. 14

2 METODOLOGIA………... 16

3 HISTÓRIA DA RENDA RENASCENÇA………....17

3.1 RENDA RENASCENÇA NO BRASIL.…….………..…..19

4 MODA E ARTESANATO………..…... 21

4.1 MODA CONVENCIONAL (Fast fashion) E MODA ÉTICA (Slow fashion).………21

4.2 ARTESANATO……… 23

5 PROJETO EXPORENDA CARIRI………...………..… 25

5.1 COLEÇÃO CORES DO CARIRI PARAIBANO:UMA APLICAÇÃO DO CONCEITO SLOW FASHION……….…………...………..………... 26

5.1.1 Metodologia da coleção……...……….……….... 26

5.1.2Mood board………...….………..………... 28

5.1.3 Paleta de cores………....…30

5.1.4 Tecidos………..……….….. 32

5.1.5 Mapa da coleção………..…..……....….32

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS……….…….……….. 36

REFERÊNCIAS………..…...…... 38

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objeto de estudo a produção artesanal da Renda Renascença pela região do Cariri Paraibano, que corresponde aos municípios de Monteiro, Camalaú, São João do Tigre, São Sebastião do Umbuzeiro e Zabelê, e teve por motivação a iniciativa “Exporenda Cariri” derivada do objetivo do projeto de extensão acadêmica PROBEX COMEX UFPB de contribuir para a valorização do artesanato paraibano e de seus artesãos e artesãs.

Em um contexto composto principalmente por mulheres donas de casa e agricultoras que, para maior inserção no mercado nacional e internacional, requerem acesso a alternativas viáveis e facilitadoras desse processo, e, principalmente, sob os objetivos de expandir a valorização da renda renascença paraibana e suas artesãs e fomentar a preservação cultural, o projeto tem alcançado, direta e indiretamente, desde 2019, cerca de 250 rendeiras por meio de ações para ampliação de relacionamento institucional (universidade-governo-sociedade), oferta de estudos de consultoria e treinamentos para exportação, elaboração de um site para divulgação e comercialização, desenvolvimento de uma coleção de peças com tema principal proposto pelas próprias rendeiras.

Este trabalho parte desse contexto e enfoca o processo de desenvolvimento da coleção de moda “Cores do Cariri Paraibano” no âmbito do Exporenda Cariri.

Concebida sob a visão das rendeiras de que a renda renascença paraibana pode ser apresentada como produto mais acessível ao público local, é integralmente inspirada em elementos da fauna e flora do Cariri paraibano e do conceito da Arte Naïf2, reforçando o papel social da moda que se inspira na arte, a fim de agregar valor e identidade.

Diante do exposto, a pesquisa tem como objetivo geral ressaltar a necessidade de valorização da renda renascença paraibana e de suas artesãs, a partir de conceitos selecionados de moda e no âmbito da iniciativa Exporenda Cariri.

Os objetivos específicos do estudo são:

a) contextualizar historicamente o trabalho das rendeiras paraibanas;

2 Refere-se a produções artísticas diversas e, no caso específico das pinturas, consideradas como referência para a coleção, seu conceito é identificado pelo estilo múltiplo e por apresentar temas do dia-a-dia, em cores fortes e com perspectiva livre, através de artistas autodidatas que desenvolvem sua linguagem pessoal e original de expressão, possuindo caráter figurativo e narrativo.

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b) relacionar moda e artesanato com base nos conceitos de moda convencional e moda ética aplicados à renda renascença do Cariri paraibano;

c) apresentar elementos do processo de idealização da coleção “Cores do Cariri Paraibano”.

A pesquisa se justifica pela necessidade de se disseminar o conhecimento sobre ações de atividades acadêmicas extensionistas que contribuem para a valorização do artesanato paraibano ao mesmo tempo em que proporcionam ambiente de formação que ressalta a interdisciplinaridade do bacharelado em Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais (LEA-NI) ao permitir a formação de negociadores internacionais para a área da cultura e de mercado internacional, como é o caso da moda.

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2 METODOLOGIA

Esta pesquisa segue o método qualitativo apontado por Creswell (2010), seguindo a estratégia da Teoria Fundamentada ou Grounded Theory, proposta por Glaser e Strauss (1967). Segundo o autor, se trata de uma metodologia indutiva, com proximidade ao assunto a ser pesquisado e sem a necessidade de testar uma teoria. Sendo assim, a construção da teoria pelo pesquisador será a partir da observação do fenômeno, e não por meio de uma teoria pré-estabelecida (DICK, 2005). Como Strauss e Corbin destacam (1990, p. 23): “Não se começa com uma teoria para prová-la. Começa-se com uma área de estudo em que se permite a emersão do que é relevante.”

A pesquisa é descritiva e exploratória e se estabelece pelo uso do método bibliográfico, especialmente de livros e trabalhos acadêmicos selecionados. Com base em Silva (2019) e Michetti (2012), apresenta um breve comparativo entre dois modelos de moda (moda convencional, ou fast fashion, e moda ética, ou slow fashion), para revelar aquele que pode se mostrar nocivo ou benéfico para a cultura e ofício da renda. Também, recorreu-se a Gomes e Araújo (2013) para relacionar moda e artesanato e a Minervini (2012) para tratar do objetivo de exportação. Por fim, Michetti (2012) foi a principal referência para uma contextualização da mundialização da moda cultural.

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3 HISTÓRIA DA RENDA RENASCENÇA

Renda, artesanal ou mecânica, é descrita por Costa (2004) como:

Trabalho delicado, gracioso, de tecido ou malha aberta, com desenhos geométricos ou outras temáticas, executado com fios diversos, podendo incluir os metálicos e destinado a enfeitar, sobretudo, têxteis ou a ser usado simplesmente. Pode ser produzido mecânica ou manualmente, utilizando agulhas, almofadas, bilros ou simplesmente os dedos. (COSTA, 2004, p.

156).

A história da renda pode ser muito antiga, se for considerada como uma espécie de tramas de fios que eram produzidos no período neolítico (NÓBREGA, 2005), mas no formato de artesanato têxtil passa a ser recente, com a “disputa”

entre Flandres e Itália reivindicando pela sua origem entre os séculos XV e XVI.

Porém, atribuía-se a Flandres a criação da renda de bilros, enquanto a Itália pela renda de agulhas a qual se dá origem a renda renascença.

Também são destacados por Nóbrega (2005) os confrontos entre árabes e cristãos nos séculos XII e XIII, que podem ter aberto margem para a interação entre as culturas, acarretando trocas como a influência da arte árabe na estética europeia.

A exemplo do chamado arabesco, onde seus artistas desenvolvem formas abstratas, geométricas e com motivos florais, com isso por se tratar de um estilo com base religiosa é desaconselhada a presença de representação da figura humana, esses aspectos se comparados com as rendas da Europa no século XV trazem consigo vários cenários análogos.

Inicialmente, esses bordados eram produzidos com linhas brancas sobre algum tecido de cor clara, mas desenvolveu-se a técnica de cortar os espaços vazios entre os bordados, originando assim o ponto cortado (Figura 1), point coupé na França, ou punto tagliato na Itália. Tratava-se dos primeiros passos para criação da renda, e sua diferenciação para com o bordado, que se consolida pouco tempo depois, com pesquisas para a criação de novos pontos, onde se destacou: o ponto no ar, também chamado de ponto de Veneza, pelo fato de não precisar de um tecido como base para sua execução, passou a ser abundantemente utilizado na França, onde entre os anos de 1754 e 1793 criaram o point de France, através de um aperfeiçoamento do ponto Veneza.

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Figura 1 – Ponto Cortado

Fonte:Tekstura povezanih misli na materialu2013.3

A renascença é um tipo de renda de agulha, que mantém o mesmo princípio formal das outras rendas de sua classe, as quais são constituídas basicamente por desenhos concêntricos, de onde se projetam linhas sinuosas e divergentes. Porém, dentre todas as de sua família a renascença é tida como a de qualidade superior, haja vista seu árduo e complexo processo de produção, sua beleza e sua delicadeza, o que se reflete diretamente em seu alto preço de mercado. (NÓBREGA, 2005, p.37).

Com origem entre os séculos XV e XVI em Veneza, Itália, a Renda Renascença era utilizada pela nobreza e pelo clero, na qual era referida como artigo de luxo. Num contexto histórico europeu onde figuras como Maria Antonieta trazia cada vez mais a necessidade de diferenciação da burguesia, tendo a moda como ferramenta para tal, além do movimento na qual deu-se o nome a renda

‘Renascença’ num espírito de descoberta e novo olhar para o mundo, arte e cultura.

A renda era predominantemente bordada na cor branca, pois era uma cor que exalava nobreza e também para demonstrar um contato mais próximo com o divino, já que também nesse período o ideal humanista (do homem como centro do universo) prevalecia. Contudo, a Renda Renascença só passou a ser produzida em terras paraibanas a partir de meados do século XX, passando desde então por diversas transformações culturais e se diferenciando da sua origem, o chamado hibridismo. Segundo García-Canclini (2000, p.1), hibridismo refere-se a “processos interétnicos e de descolonização, globalizadores, viagens e cruzamentos de fronteiras, entrecruzamentos artísticos, literários e comunicacionais”.

3Disponível em:

<https://zpm-mb.si/wp-content/uploads/2015/12/S%C5%A0_Umetnost_Tekstura_povezanih_misli_

na.pdf> Acesso em: 31 maio 2022.

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3.1 RENDA RENASCENÇA NO BRASIL

Acredita-se que a renda chegou primeiro na região de Pernambuco através de freiras que difundiram esse artesanato, para que só alguns anos depois pudesse chegar também à Paraíba, pelas mãos de mulheres que na época residiam nos distritos da cidade de Monteiro. Através desse aprendizado de geração em geração, a Renda Renascença como conhecemos hoje é fruto dessa esfera híbrida, que vai desde detalhes como novas cores e pontos, mas também tornando-se importante suporte financeiro, se não, principal fonte de renda de muitas mulheres, entrando no contexto do papel socioeconômico da moda que é evidenciado quando passa a integrar processos de transformação social, cultural, e econômicos, dando espaço a novas formas de entendimento dos tipos de representação contemporânea.

Nos últimos anos, passou a existir uma demanda no intuito de valorização e também de crescente procura, tendo em vista o interesse da indústria da moda pela renda renascença, que busca soluções para produzir peças diferentes e que reforcem a sua identidade seguindo o caminho oposto do fast fashion, que resulta em modelos únicos, sem repetições de modelos em escala industrial (RYBALOWSKI, 2008), ampliando sua abertura para o mercado nacional e internacional, muitas empresas e estilistas passaram pelo Cariri Paraibano em busca do referido produto, a exemplo de Ronaldo Fraga e Martha Medeiros. Outras iniciativas tiveram um papel crucial em “apoio” à renda renascença, dentre elas, podemos citar as seguintes: O Projeto “Rendas do Cariri" realizado pelo “Coletivo Paraiwa‟, com suporte da UFPB e do SEBRAE-PB; o Programa de Artesanato Paraibano (PAP); Plano de Desenvolvimento do Governo da Paraíba, através da parceria do SEBRAE-PB com o “Pacto Novo Cariri”, e o “Programa Empreender-PB”.

Tal busca impulsionou para que com o apoio de diversos atores fosse concedido em 24 de setembro de 2013 pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) o registro de indicação geográfica ao CONARENDA na modalidade de Indicação de Procedência para a produção da Renda Renascença da região do Cariri Paraibano, tendo como objetivo principal um impacto social positivo na região, acarretando em melhora da qualidade de vida das rendeiras e seus familiares, porém Silva (2019) destaca que esses objetivos não foram alcançados mesmo 6 anos após a implantação do selo de indicação geográfica. “[…] nos seis anos que se passaram após o mesmo percebemos que houve um entrave que dificilmente será

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resolvido na atualidade, tendo em vista a complexidade e gravidade das questões políticas atuais em nosso país.” (SILVA, 2019, p. 102).

Um dos motivos destacados por Silva (2019), se refere a escassez de investimento ao longo desse período, coincidentemente foi a partir de 2019 que o projeto de extensão da UFPB, Probex COMEX, teve suas atividades voltadas para o artesanato da Paraíba e, em seguida ao Cariri do estado, na intenção da parceria de entidades acadêmicas com órgãos e entidades governamentais a fim de trabalhar na manutenção e valorização das rendeiras e da renda renascença na referida região, além do seu potencial exportador de maneira a ser realizado pelas próprias artesãs.

Por meio de práticas estratégicas, entre elas, o desenvolvimento de uma coleção de moda baseada nos aspectos regionais e culturais, ligando moda e artesanato com o objetivo de proporcionar destaque para suas produtoras, através da transparência do conceito slow fashion, evidenciando a origem real, em vez da omissão por meio de nomes genéricos de estilistas ou marcas, que será abordado na próxima seção.

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4 MODA E ARTESANATO

4.1 MODA CONVENCIONAL (Fast fashion) E MODA ÉTICA (Slow fashion)

A indústria da moda após a Revolução Industrial, se desenvolveu ao longo dos séculos baseada no estímulo ao consumo, garantindo forte e contínua produção industrial e consequentemente grandes volumes de venda para as empresas.

Seguindo estratégias e artifícios que façam com que os consumidores desejem trocar cada vez mais rapidamente as suas roupas, seguindo tendências puramente capitalista, Fletcher e Grose (2011) destacam algumas das consequências desse consumo desenfreado como: exploração de trabalhadores, aumento da geração de lixo, além da baixa qualidade dos produtos.

Esse modelo de negócios é denominado fast fashion, todavia utilizaremos o termo “moda convencional” como opta Michetti (2013), já que não somente a produção em larga escala está sendo considerada, mas também a falta de reconhecimento por parte de estilistas e marcas para com quem desempenhou um papel crucial sendo, portanto, o real responsável pelo desenvolvimento do produto.

Nesse sentido, Silva (2019) evidencia a problemática da omissão da origem por estilistas no contexto da renda renascença do Cariri Paraibano, que causa mal estar entre rendeiras que optam por continuar a trabalhar dessa maneira, com as que são contrárias, que acreditam de fato, no prejuízo que essa atitude provoca ao reconhecimento do seu ofício, além da utilização da renda renascença como matéria-prima sendo adquirida aos metros e moldada da maneira que convém, outro ponto destacado está relacionado a responsabilidade da referência de altos preços da renda renascença, em comparação aos que as rendeiras realmente conseguem praticar.

Portanto, esse tipo de modelo, onde os estilistas e marcas não dão o devido destaque as rendeiras, utilizando da renda renascença apenas como matéria-prima, causa desgaste nas políticas públicas antes realizadas, como o mencionado selo IG, que foi estabelecido para a construção e valorização da atividade econômica e social no Cariri.

Contudo, um modelo contrário se desenvolveu ao longo dos anos, o chamado slow fashion ou “moda ética” que surge como alternativa à moda convencional, como aponta Michetti (2013). O referido modelo compreende as técnicas

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tradicionais, promovendo a relação entre criadores e consumidores, através do incentivo da percepção dos processos, impactos ambientais bem como na comunidade que está inserida. (FLETCHER; GROSE, 2011). Apesar do maior tempo de produção, as peças tendem a se tornar mais valiosas, criativas, duráveis e com forte presença do seu valor emocional e cultural.

A compreensão acerca da moda ética no Brasil, e do seu caráter sustentável, da valorização da identidade cultural e socioambiental é destacado num texto do catálogo do projeto Brasil Fashion assinado por João Braga (2008), conforme citado por Michetti (2013, p. 319):

A diversidade brasileira é grande, as possibilidades são muitas, os resultados são inúmeros, mas a essência é uma só: valorizar a cultura, salvaguardar o meio-ambiente e acreditar na mão-de-obra criativa e qualificada. O Brasil, sob diversos pontos de vista, é um todo unido por partes tão distintas que parece uma colcha de retalhos muito bem elaborada, com pontos tão trabalhados e atados que ganham nova unidade pela própria multiplicidade. Nossa cultura é sinônimo de multiculturalidade.

A valorização de nosso artesanato gera benefícios éticos e estéticos que precisam de cada vez mais investimento e reconhecimento. Através desse compromisso social de gerar empregos, resgatar tradições, valorizar a mão-de-obra qualificada, promover a auto-estima, auto-suficiência em renda e conseqüentes boas práticas de socialização, criam-se divisas econômicas sedimentadas em bases culturais promotoras da identidade brasileira. O povo brasileiro não só já está consciente desses valores dos conceitos de sustentabilidade como, de fato, pratica-os por iniciativas tanto das ONGs, quanto empresariais e governamentais. É uma verdadeira adaptação ao ar dos tempos para uma boa vivência social e sobrevivência planetária.

Projetos que desafiam a criatividade a encontrar melhores maneiras de estar no mundo através da reflexão e da produção material com uso sustentável de recursos naturais. Trata-se, de norte a sul do país, de iniciativas de valorização e propagação de um design sustentável para um Brasil e um mundo melhores pelo trabalho das bordadeiras e rendeiras do nordeste, dos projetos socioambientais da região amazônica, das ações de capacitação profissional e inclusão social entre os menos favorecidos – tanto em favelas do Rio de Janeiro quanto em comunidades carentes e indígenas das regiões Centro-Oeste e Norte do país -, além de inúmeras outras ações por todos os outros Estados da Federação. [...] É necessário valorizar nossa terra, nossas matérias-primas, nossa gente e nossa interpretação criativa e simbólica para inserir o Brasil no cenário mundial.

Nossas matérias-primas, formas, cores, cheiros e sabores, generosamente cedidos pela abundante natureza, servem de matéria-prima e inspiração a serem transformadas em produto sustentável com identidade. Trata-se, sobretudo, de um compromisso ideológico e geopolítico pela soberania nacional. Reverenciar o passado, agir no presente, projetar o futuro.

Constata-se, portanto, que a valorização do artesanato depende de investimentos de cunho empresarial, governamental ou não, e de iniciativas acadêmicas a exemplo do Exporenda Cariri, a fim de serem realizadas atividades que realmente destaquem a identidade cultural da região e a comunidade produtora,

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de maneira sustentável e benéfica causando impacto social e econômico positivo na vida de muitos artesãos e suas famílias, valorizar o artesão é valorizar a cultura.

Além que o método arbitrário de marcas e estilistas em se aproveitarem do ofício das rendeiras do Cariri em prol somente de alavancar suas vendas, sem levar em consideração a realidade de quem a produz, e sem a presença dos devidos créditos resulta em prejuízo para a cultura, é um desrespeito a memória de ofício das rendeiras, renda renascença não é matéria-prima. Renda renascença é moda, artesanato, cultura, sustentabilidade, e uma importante fonte de renda para inúmeras famílias.

Moda é derivado do termo em latim modus, que significa modo ou maneira, na França do século XV o termo mode se relaciona não somente com o modo de fazer algo, mas compreendendo também a maneira de se comportar e a forma de se vestir.

A moda está diretamente ligada à cultura e a elementos sociais, sendo assim a moda também se apropria de elementos populares, com objetivo de criar tendências e novos produtos no mercado. Gomes e Araújo (2013) também afirmam que a inserção da moda no artesanato pode ser atribuída de duas maneiras: “[...] o artesanato como complemento e agregador de valor ao produto de moda – inserido na cadeia produtiva da moda, e a peça totalmente artesanal como produto de moda – cadeia produtiva do artesanato.” (GOMES; ARAÚJO, 2013, p.3)

4.2 ARTESANATO

Artesanato segundo o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB):

Compreende toda a produção resultante da transformação de matérias primas, com predominância manual, por indivíduo que detenha o domínio integral de uma ou mais técnicas, aliando criatividade, habilidade e valor cultural (possui valor simbólico e identidade cultural), podendo no processo de sua atividade ocorrer o auxílio limitado de máquinas, ferramentas, artefatos e utensílios. (PAB, 2012, p.12)

Lima (2003) destaca o artesanato como referência cultural e de resistência, onde suas habilidades e técnicas tradicionais evidenciam a cultura local ou regional.

Suas práticas, habilidades e técnicas estão diretamente ligadas ao modo de viver, revelando às condições sociais, culturais e econômicas de determinada comunidade.

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Com o processo de industrialização, os avanços tecnológicos e a globalização, a automação e padronização no desenvolvimento de produtos, tornaram-se uma ameaça para o artesanato e seus saberes manuais e regionais.

Teorias afirmavam que esse processo iria acabar com certas manifestações culturais, porém, percebe-se um movimento contrário a essas teorias, onde ocorre um resgate dessas memórias de ofício, repletas de identidade cultural (BORGES, 2011).

Mattos (2009) destaca a ocorrência desse resgate através das interações comerciais:

Com a industrialização, as máquinas tornaram possível a produção em escala, mais eficiente e barata. De fato, boa parte da cultura é hoje produzida em condições industriais. Mas o desenvolvimento moderno não suprimiu as culturas tradicionais. Em muitos casos, até fortificou-as, e a expansão dos mercados incluiu os bens simbólicos tradicionais nos círculos de consumo. Ocorreu uma renovação dos ofícios artesanais, adaptados às interações comerciais complexas da modernidade. E assim muito artesanato reencontrou seu vigor. (MATTOS, 2009 p.76)

Lipovetsky (1991) afirma que quando o artesanato está conectado ao desenvolvimento e à produção têxtil ou de vestuário, este se envolve de significado, diferentemente daquele que é fruto de uma produção industrial. Portanto a moda pode ser caracterizada como mecanismo social que afeta a vida coletiva, e quando ligada ao artesanato se traduz na conservação da cultura e da identidade local, além de ser uma importante fonte de renda, através de um trabalho de baixo impacto ambiental. (CAVALCANTE et al., 2011).

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5 PROJETO EXPORENDA CARIRI

A necessidade de valorização do artesanato paraibano, foi o ponto precursor para que através do PROBEX COMEX UFPB, cujo objetivo é a promoção e democratização de conhecimentos em Comércio Exterior na Paraíba, através do desenvolvimento do empreendedorismo e de estratégias para atuação profissional, favorecendo e impulsionando as práticas de comércio exterior no estado, que a iniciativa EXPORENDA CARIRI ganhou forma. Por meio do desenvolvimento de estratégias para valorização da região, da renda renascença e seus produtores, através da integração das rendeiras ao mercado nacional e internacional apresentando-as à cultura de exportação, Minervini (2012, p. 5), discorre: “a exportação não está vinculada às dimensões físicas e financeiras do negócio”, formando, portanto, artesãos exportadores.

Nesse contexto a exportação é inicialmente apresentada não somente com o intuito de adentrar no mercado internacional com o objetivo de benefício econômico, mas também na expectativa da promoção no mercado interno como menciona Michetti (2012):

[…] o que é positivamente valorizado pode ser exportado e o que é exportado pode ser positivamente valorizado. […] veio à tona a idéia de que a exportação seria um indício e um vetor do aumento da qualidade dos produtos e das empresas às voltas com o decurso exportador. (MICHETTI, 2012, p. 250).

Atualmente, o mercado mundial, bem como a indústria da moda, mais especificamente relacionada à “moda ética” ou slow fashion, apresenta-se de maneira a desenvolver as comunidades locais (principalmente de países em desenvolvimento), através da valorização da produção local, e suas técnicas (MICHETTI, 2012), a fim de promover a diversidade cultural para o mundo, num movimento que podemos chamar de exportação cultural.

[…] ao mesmo tempo em que o elemento geográfico aparece como pedra angular da construção desse nicho de mercado, ele é transformado em componente simbólico, de maneira a permitir a mobilidade das representações ligadas a territórios e a culturas particulares. O território vira símbolo, a diversidade cultural a ele vinculado se transforma em discurso e, assim, ambos podem ser operados mundialmente. Poder-se-ia dizer que nesse setor mundializado da moda, a diversidade cultural é territorializada para poder ser desterritorializada. (MICHETTI, 2012, p. 460)

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Como a exportação refere-se à atividade de comércio exterior através da entrada, saída, venda ou compra de serviços, mercadorias e bens de um país para outro, o produto (renda renascença) passou pela intervenção do designer por meio do desenvolvimento da coleção de moda ‘Cores do Cariri Paraibano’, apresentada na próxima seção, que segue às características do conceito onde os produtores recebem seu crédito e destaque. Com isso, seguindo uma direção mais favorável do que iniciativas de moda anteriormente aplicadas, destacando por tanto o potencial de exportação da renda, valorização da cultura local e principalmente a valorização dos seus produtores.

Para a realização das atividades seguindo a direção mencionada, realizou-se visitas técnicas como apresentado nas figuras 2 e 3, na perspectiva da participação ativa das artesãs de renda renascença em todo o processo criativo.

Figura 2 – Primeira visita técnica Figura 3 – Seleção de croquis

Fonte: Arquivo do autor, 2020-21.

5.1 COLEÇÃO CORES DO CARIRI PARAIBANO:UMA APLICAÇÃO DO CONCEITO SLOW FASHION

5.1.1 Metodologia da Coleção

Denominada ‘Cores do Cariri Paraibano’, tem como tema a fauna e a flora da região, tendo como inspiração elementos conceituais da Arte Naïf paraibana. A

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importância do uso da metodologia é descrita por Munari (2008), que se refere à disposição de um projeto através do dinamismo profissional, por meio da organização em etapas, proporcionando melhor aproveitamento criativo e de tempo para desenvolvimento do projeto. Desta forma, Munari (2008) também destaca o entendimento do método não ser necessariamente fixo, mas que se adapte de acordo com a necessidade do profissional, da sua base criativa, para melhoria do processo:

O método de projeto, para o designer, não é absoluto nem definitivo; pode ser modificado caso ele encontre outros valores objetivos que melhorem o processo. E isso tem a ver com a criatividade do projetista, que ao aplicar o método, pode descobrir algo que o melhore." (MUNARI, 2008, p.10)

Com a finalidade de se planejar uma coleção de moda, diversos são os métodos disponíveis. Todavia, trata-se de um projeto voltado para a valorização do artesanato paraibano e seus produtores, mais especificamente a renda renascença do Cariri. Treptow (2013) expõe sua metodologia através de um planejamento estratégico que permite uma melhor adaptação para as necessidades de uma coleção que é baseada na intervenção do design como ligação direta entre as artesãs e o consumidor, por meio da comparação prática da referida intervenção para com o modelo utilizado anteriormente em outras coleções.

O método do processo de planejamento mencionado é dividido em 4 fases:

Fase de planejamento; pesquisas; design e desenvolvimento. Porém, apesar de ter utilizado esse método como base do planejamento, algumas alterações foram necessárias, pois a metodologia aplicada tem como objeto a criação de uma coleção de moda para uma marca/empresa, "a relação de uma marca com seu consumidor deve ser afinada.” (TREPTOW, 2013, p. 73), em contrapartida a coleção pesquisada se utiliza da intervenção do design, como ponte para a relação direta entre o artesão e o consumidor, como descreve Araújo:

As intervenções de design em grupos de produção artesanal têm como propósito, a “reconfiguração” ou “revitalização” do artesanato produzido por esses grupos. As metodologias de intervenções adotadas pelos diversos programas de apoio ao artesanato às justificam por meio da adaptação do artesanato às exigências de mercado (no que se refere à estética, à produção e à qualidade), e de novas atitudes do artesão frente ao trabalho, de modo a ampliar a possibilidade de geração de renda com a inserção dos produtos em novos mercados comerciais. (ARAÚJO, 2010, p.15)

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Tal intervenção, acarretou o seguinte planejamento:

Quadro 1 – Planejamento

Atividades

FASE 1 - Início da execução, definição das características, pesquisas FASE 2 - Relatório de atividades, revisão de trajetória

FASE 3 - Relatório de atividades, apresentação de esboços e modelos, seleção de modelos para produção

FASE 4 - Plano de execução FASE 5 - Processo de produção

FASE 6 - Revisão de peças, idealização de desfile

FASE 7 - Relatórios finais, e ações ligadas a Cobra Magazine

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

5.1.2Mood board

O painel, ou mood board4, é a forma que o designer utiliza para apresentar os conceitos abordados, através de textos e imagens. (SORGER; UDALE, 2009). A figura 4 representa o título da coleção, unindo cores características da região, ao simbolismo do cacto que faz parte da identidade cultural da região, envolto pela representação gráfica da renda renascença.

4Para visualizar o Mood board completo da coleção acesse:https://linktr.ee/coresdocariri

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Figura 4 – Logo da coleção

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Nesse painel também se vislumbram os elementos que compõem os aspectos pesquisados e que poderão ser abordados na coleção. (TREPTOW, 2013).

Portanto, as referências dessa coleção englobam: motivos florais (papoulas, algodão-bravo, juremas, girassóis, gogóia, aroeira, mandacaru, umbuzeiro); frutais (seriguela, manga); folhagens (folha da mamona, mamão e da bananeira). As estrelas, o sol, micro folhagens e micro florais. Motivos de fauna (abelhas, borboletas, cobras, pássaros, lagartos). Motivos rochosos (pinturas rupestres, lajedos, serras e elevações). Todos os tons das cores primárias: vermelho, amarelo e azul. Verde, laranja, dourado, tons de bege, marrom, preto e branco, além das paletas produzidas.

Todas essas referências, entram em comunhão com o conceito da pintura Naïf, que Tarelli (2006) descreve como representação de temas do cotidiano, que entram em contraste com as cores do estilo rural ou urbano. Esse conceito dentro da coleção de moda foi relacionado devido as artesãs de Renda Renascença e os artistas naifs compartilharem por meio de habilidades diferentes, os seus sentidos e técnicas de forma autodidata, no caso da renda criando novos pontos com efeito de

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solucionar dificuldades práticas decorrente de novos desafios durante suas experiências.

Os artistas naifs são forçosamente autodidatas no sentido que eles não receberam influência ou dirigismo de um professor de Belas Artes. Eles começam a pintar por impulso e procuram resolver as dificuldades técnicas com meios próprios [...] porém, a experiência da prática ao longo dos anos pode proporcionar ao pintor naïf uma técnica apurada e certeira.

(ANDRADE, 1998, p. 32).

5.1.3 Paleta de cores

A escolha de cores guia o desenvolvimento da coleção através da percepção do conceito definido, portanto a paleta de cores segue uma estrutura de combinação de cores de elementos naturais, em razão do tema principal. Outro ponto extremamente importante é a identificação das cores por nomes e códigos alfanuméricos através do sistema Pantone que é adotado mundialmente.

(TREPTOW, 2013). A seguir, nas figuras 5, 6 e 7, apresentam-se exemplos de paletas de cores que foram desenvolvidas especialmente para esta coleção.

Figura 5 – Paleta Céu do Cariri

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

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Figura 6 – Paleta Galo de Campina

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Figura 7 – Paleta Flor de Cacto

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

5.1.4 Tecidos

A seleção de tecidos por meio de pesquisa de materiais que se adequem em relação a conforto, modelagem e durabilidade é ainda mais necessária uma vez que a renda fará parte da composição. “Deve-se considerar a adequação do tecido ao artigo que se pretende produzir.” (TREPTOW, 2013. p. 119). Os referidos artigos para produção tratam-se, neste caso, de peças na sua maioria vestidos, mas também saias e blusas. Por se tratar de uma coleção inspirada em base cultural e regional, não foi determinada uma estação sazonal, contudo, optou-se pela

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padronização do tecido, escolhendo a cambraia de linho, por sua leveza e adequação à renda.

Figura 8 – Cambraia de linho nas cores verde e laranja

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

5.1.5 Mapa da coleção

A coleção é formada por 21 peças divididas igualmente entre blusas, vestidos e saias, mantendo o foco nos conceitos apresentados no painel, garantindo o entendimento através da relação dos elementos de estilo e tema propostos, atribuindo todas as peças a mesma inspiração, como destaca Treptow (2013): “Uma coleção deve apresentar unidade visual, as peças precisam manter uma relação entre si. Essa relação é obtida através dos elementos de estilo e do tema de coleção, com todas as peças reportando à mesma inspiração.” (TREPTOW, 2013, p. 132).”

Nas figuras 9-13, tais elementos são representados e distribuídos na coleção através de apliques de renda que levam por base o tema da coleção e os conceitos abordados anteriormente, e que podem ser visualizados no mapa da coleção através de grupos de croquis5.

5Desenho desenvolvido pelo profissional de moda para expressar suas ideias de maneira visual.

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Figura 9 – Croquis parte 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Figura 10 – Croquis parte 2

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

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Figura 11 – Croquis parte 3

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Figura 12 – Croquis parte 4

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

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Figura 13 – Croquis parte 5

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento de uma coleção de moda baseada no conceito slow fashion, e na valorização do trabalho artesanal das rendeiras do Cariri paraibano é ao mesmo tempo enriquecedor e desafiante. Cada ponto criado e utilizado por elas tem sua história e preservar essa herança cultural é extremamente importante.

Portanto, a ação discutida neste trabalho buscou apresentar conceitos de moda, mas respeitando a dinâmica das rendeiras e seus valores culturais. Pode-se identificar que, por meio da construção de uma metodologia estruturada e flexível, o projeto de extensão Probex COMEX UFPB e a iniciativa Exporenda Cariri propõem novas maneiras de dinamizar o papel da comunidade acadêmica e do profissional designerde moda, também de origem local, na valorização do artesanato paraibano.

Pode-se afirmar que se conseguiu atingir o objetivo do projeto e desta pesquisa de ressaltar a relevância desse papel. Isso pode ser visualizado por meio do sucesso do projeto nos seguintes termos: todos os modelos da coleção passaram pelas sugestões, críticas, elogios e aprovação das rendeiras, ou seja, um trabalho ativo e pensado da perspectiva delas. O financiamento e apoio ocorreu mediante parceria da iniciativa com órgãos governamentais como patrocinadores - o Sebrae Monteiro e as Prefeituras de Monteiro, Zabelê, Camalaú, São João do Tigre e São Sebastião do Umbuzeiro – e como apoiadores, o PAP e o CONARENDA.

Nesta pesquisa também buscou-se fazer um breve comparativo para esclarecer e relacionar moda e artesanato da perspectiva de que a moda pode ser benéfica para o artesanato e seus produtores quando desenvolvida de forma adequada pois, caso contrário, pode gerar prejuízo para a cultura, a economia regional, e o ofício do artesão. Assim sendo, este projeto também pode servir de incentivo e base para futuras iniciativas acadêmicas e novos pesquisadores desenvolverem projetos sustentáveis e de valorização do artesanato. A renda renascença do Cariri paraibano precisa de investimentos constantes, porém esses investimentos devem agregar valor e benefícios para a cultura local e as rendeiras.

Outro ponto importante destacado nesta pesquisa é a ideia da coleção ser elaborada por meio de apliques em renda, ao invés de se produzir uma peça inteira, isso por preocupação e solicitação das próprias rendeiras com o objetivo de democratizar a renda, tornando-a acessível para um número maior de pessoas, principalmente pessoas da própria região.

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Por fim, constata-se a ação de desenvolver o potencial de exportação da renda renascença paraibana atrelada a outra, simultânea, de maior valorização pelo próprio mercado interno e local. Em outras palavras, ressalta-se que o incentivo a novas coleções, desfiles, feiras, eventos etc., sejam ações acadêmicas, governamentais ou privadas, deve se dar sob o propósito de valorização e preservação da cultura e desenvolvimento dos artesãos e suas famílias, num ambiente institucional colaborativo e também promotor de oportunidades de envolvimento e reconhecimento de novos profissionais locais.

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