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Acidente Vascular Cerebral Isquémico: Estender a Terapêutica Específica de Fase Aguda ao Maior Número de Doentes e Estimar o Benefício Individual

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Academic year: 2022

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Revista Científica da Ordem dos Médicos www.actamedicaportuguesa.com 683

EDITORIAL

Acidente Vascular Cerebral Isquémico: Estender a

Terapêutica Específica de Fase Aguda ao Maior Número de Doentes e Estimar o Benefício Individual

Ischemic Stroke: Increasing the Number of Patients

Submitted to Acute Specific Therapy and Estimating the Individual Benefits

1. Serviço de Neurologia. Hospital Egas Moniz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Lisboa. Portugal.

2. CEDOC – iNOVA4Health. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Nova de Lisboa. Lisboa. Portugal.

 Autor correspondente: Miguel Viana-Baptista. mvianabaptista@fcm.unl.pt

Recebido: 25 de outubro de 2016 - Aceite: 25 de outubro de 2016 | Copyright © Ordem dos Médicos 2016

Miguel VIANA-BAPTISTA1,2

Acta Med Port 2016 Nov;29(11):683-683 ▪ http://dx.doi.org/10.20344/amp.8367

Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral/tratamento; Terapêutica Trombolítica; Trombectomia.

Keywords: Stroke/therapy; Thrombectomy; Thrombolytic Therapy.

O tratamento de fase aguda do acidente vascular ce- rebral isquémico conheceu importantes avanços nos últi- mos anos. À terapêutica trombolítica intravenosa com alte- plase, aprovada pela primeira vez nos Estados Unidos da América há vinte anos atrás e posteriormente introduzida na Europa, veio recentemente juntar-se a terapêutica en- dovascular para os doentes com oclusão proximal de um grande vaso intracraniano, condicionando uma restrutura- ção organizacional importante face à actual exiguidade de recursos humanos e técnicos necessários para implemen- tar a trombectomia. Quer numa situação quer na outra, os investigadores dedicaram particular atenção à selecção de doentes, na tentativa de garantir a segurança dos mesmos e de demonstrar a eficácia da terapêutica. Sem surpresa, o intervalo de tempo desde a instalação dos sintomas e o início do tratamento emergiu como um dos factores deter- minantes do sucesso da terapêutica. Na transposição des- tes dados para a prática clínica, os profissionais de saúde têm vindo a centrar os seus esforços na organização intra- -hospitalar, reforçando a noção de emergência e procuran- do fazer chegar a terapêutica de fase aguda a um número crescente de doentes. Acontece que, mesmo reconhecen- do o enorme avanço na terapêutica específica do acidente vascular cerebral isquémico, uma meta-análise de oito en- saios, publicada em 2015,1 mostrou que mais de metade dos doentes tratados com trombectomia se encontravam dependentes aos três meses (modified Rankin Scale > 2), pelo que é necessário ter presente que o tratamento não se resume à fase aguda mas implica um contínuo de cuidados no qual a reabilitação tem um papel indispensável.

A identificação de preditores de compromisso funcional na fase aguda do acidente vascular cerebral isquémico ten- do em vista a definição de um programa de reabilitação

surge como uma necessidade não preenchida, sendo que, até à data, como sublinha o trabalho publicado por João Paulo Branco et al neste número da Acta Médica Portugue- sa,2 não foi possível validar um modelo preditivo aplicável nas primeiras horas mesmo utilizando marcadores imagio- lógicos ou laboratoriais. Assim, é necessário prosseguir a investigação no sentido de melhor delinear os programas de reabilitação. Tratando-se de um trabalho de revisão, o artigo supracitado tem o mérito de, ao contribuir para uma melhor interpretação dos dados disponíveis na literatura, deslocar o enfoque no sentido da reabilitação, sublinhando que os esforços da comunidade médica e a atenção dos decisores políticos não podem restringir-se a proporcionar uma terapêutica de fase aguda a todos os que dela neces- sitam mas devem estender-se a fazer chegar o tratamento de reabilitação de forma generalizada na justa medida das necessidades de cada um. Neste particular, a introdução da trombectomia veio ainda aumentar mais o número de variá- veis passíveis de influenciar o prognóstico, sublinhando a importância da avaliação clínica e intervenção precoce da Medicina Física e de Reabilitação no tratamento do doente com acidente vascular cerebral isquémico. No futuro, es- pera-se que a identificação durante a fase aguda de predi- tores de compromisso funcional possa contribuir para uma melhor avaliação das reais necessidades de cada doente e para a utilização criteriosa dos recursos de reabilitação.

CONFLITOS DE INTERESSE

O autor declara ter recebido honorários por serviços de consultoria e palestras científicas, bem como apoio para deslocação a reuniões científicas da Boehringer Ingelheim, Portugal.

REFERÊNCIAS

1. Badhiwala JH, Nassiri F, Alhazzani W, Selim MH, Farrokhyar F, Spears J, et al. Endovascular thrombectomy for acute ischemic stroke: a meta- analysis. JAMA. 2015;314:1832-43.

2. BrancoJP, Costa JS, Sargento-FreitasJ, OliveiraS, MendesB, LaínsJ, et al. Neuroimaging and blood biomarkers in functional prognosis after stroke. Acta Med Port. 2016;29:749-754.

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