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REVISÃO FINAL OAB. XXIV Exame de Ordem Unificado Principais dicas COORDENAÇÃO AUTORES. Henrique Correia

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2017

AUTORES

Alan Martins, Bernardo Montalvão, Danilo da Cunha Sousa, Dimas Yamada Scardoelli, Élisson Miessa, Estefânia Rossignoli, Frederico Amado, Henrique Correia, Luciano Rossato, Marco Aurélio Prata, Paulo Henrique Gonçalves Portela, Paulo Lépore, Plínio Moura e Tiago Bockie

COORDENAÇÃO

Henrique Correia

REVISÃO FINAL

OAB

• XXIV Exame de Ordem Unificado - 2017 •

• Principais dicas •

(2)

Direito Processual do Trabalho

Itens do Edital

1 Direito Processual do Trabalho. 1.1 Princípios. 1.2 Fontes. 1.3 Autonomia. 1.4 Interpretação. 1.5 Integração.

1.6 Eficácia.

2 Organização da Justiça do Trabalho. 2.1 Composição, funcionamento, jurisdição e competência de seus órgãos.

3 O Ministério Público do Trabalho. 3.1 Organização. 3.2 Competência. 3.3 Atribuições. 3.4 Inquérito civil público.

4 Competência da Justiça do Trabalho: em razão da matéria, das pessoas, funcional e do lugar. 4.1 Conflitos de Competência.

5 Partes, procuradores, representação, substituição processual e litisconsórcio. 5.1 Assistência Judiciária. 5.2 Justiça Gratuita. 5.3 Jus Postulandi. 5.4 Mandato tácito.

6 Atos, termos e prazos processuais. 6.1 Despesas processuais. 6.2 Custas e emolumentos. 6.3 Comunicação dos atos processuais. 6.4 Aplicação do Direito Processual Comum na esfera trabalhista.

7. Nulidades no processo do trabalho: espécies, extensão, princípios e arguição. 7.1 Preclusão: conceito e espécies.

8 Dissídio individual e dissídio coletivo. 8.1 Dissídio individual: procedimentos comum e sumaríssimo. 8.3 Peti- ção inicial: requisitos, emenda, aditamento, indeferimento. 8.4 Pedido.

9 Audiência. 9.1 “Arquivamento” e revelia. 9.2 Conciliação. 9.3 Resposta do reclamado.

10 Provas: princípios, peculiaridades, oportunidade e meios. 10.1 Documentos: oportunidade de juntada. 10.2 Incidente de falsidade. 10.3 Perícia: dinâmica. 10.4 Testemunhas: quantidade, contradita, compromisso. 10.5 Ônus da prova.

11 Sentença nos dissídios individuais. 11.1 Honorários periciais e advocatícios. 11.2 Termo de conciliação e seus efeitos: perante as partes e terceiros.

12 Sistema recursal trabalhista. 12.1 Princípios, procedimento e efeitos dos recursos. 12.2 Recurso ordinário, agravo de petição, agravo de instrumento e embargos de declaração. 12.3 Recurso adesivo. 12.4 Pressupostos extrínsecos de admissibilidade dos recursos. 12.5 Juízos de admissibilidade e de mérito do recurso.

13 Recurso de revista. 13.1 Pressupostos intrínsecos de admissibilidade. 13.2 Prequestionamento. 13.3 Matéria de fato. 13.4 Efeitos. 13.5 Juízo de admissibilidade. 13.6 Recurso nos dissídios coletivos.

14 Execução Trabalhista. 14.1 Execução provisória e execução definitiva. 14.2 Carta de sentença. 14.3 Aplicação subsidiária da Lei de Execuções Fiscais. 14.4 Execução de títulos judiciais e extrajudiciais. 14.6 Execução contra a massa falida e a empresa em recuperação judicial. 14.7 Liquidação da Sentença. 14.8 Mandado de Citação.

14.9 Penhora.

15 Embargos à Execução. 15.1 Exceção de pré-executividade. 15.2 Impugnação à sentença de liquidação. 15.3 Embargos de Terceiro. Fraude à execução. 16 Arrematação, Adjudicação e Remição.

16.1 Execução contra a Fazenda Pública: precatórios e requisições de pequeno valor.

17 Execução das contribuições previdenciárias: competência, alcance e procedimento.

18 Inquérito para apuração de falta grave. 18.1 Cabimento e prazo. 18.4 Julgamento do inquérito. 18.5 Natureza e efeitos da sentença.

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Itens do Edital

19 Ações civis admissíveis no processo trabalhista: ação de consignação em pagamento, ação de prestação de contas, mandado de segurança e ação monitória. 19.1 Ação anulatória: de sentença e de cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho. 19.2 Homologação de acordo extrajudicial

20 Ação civil pública. 20.1 Ação civil coletiva. 20.2 Legitimados, legitimação autônoma, substituição processual, condenação genérica e liquidação. 20.3 Coisa julgada e litispendência.

21 Dissídio Coletivo. 21.1 Conceito. 21.2 Classificação. 21.3 Competência. 21.4 Instauração: prazo, legitimação e procedimento. 21.5 Sentença normativa. 21.6 Efeitos e vigência. 21.7 Extensão das decisões e revisão. 21.8 Ação de Cumprimento.

22 Ação rescisória no processo do trabalho. 22.1 Cabimento. 22.2 Competência. 22.3 Fundamentos de admis- sibilidade. 22.4 Juízo rescindente e juízo rescisório. 22.5 Prazo para propositura. 22.6 Início da contagem do prazo. 22.7 Procedimento e recurso.

23 Tutelas de urgência, evidência, antecedente e cautelar no Direito Processual do Trabalho.

24 Procedimentos ordinário, sumário e sumaríssimo.

25 Artigos alterados pela reforma trabalhista

1. PRINCÍPIOS, FONTES, AUTONOMIA, INTERPRETAÇÃO E EFICÁCIA 1.1. Princípios do Processo do Trabalho

1) Princípio da proteção

O direito do trabalho tem como base o princípio da proteção, ante a desigualdade existente entre as partes envolvidas. Já na seara processual, as partes são tratadas igual- mente, o que provoca discussão acerca da incidência do princípio da proteção na área processual.

No entanto, considerando que o processo do trabalho é instrumento de realização do direito material, ou seja, não tem um fim em si mesmo, aplica-se no campo processual, o princípio da proteção.

De qualquer modo, ele não poderá ser utilizado no campo probatório, inclusive para suprir deficiência probatória, observando-se, nessa hipótese, as regras pertinentes ao ônus da prova.

2) Princípio da conciliação

O processo do trabalho dá ênfase à solução do conflito por meio da conciliação. É nesse contexto que o caput do art. 764 da CLT impõe que os “dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”.

Ademais, no rito ordinário, a CLT prevê dois momentos obrigatórios de tentativa de conciliação a ser conduzida pelo juiz:

1

a

. Na abertura da audiência inicial e antes da apresentação da defesa (CLT, art. 846);

2

a

. Depois das razões finais e antes da sentença, como declina o art. 850 da CLT.

Já no rito sumaríssimo, o art. 852-E da CLT descreve que “aberta a sessão, o juiz esclare-

cerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de

persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência”.

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Direito Processual do Trabalho 591

3) Princípio do jus postulandi

No processo do trabalho, admite-se que o empregado e o empregador postulem em juízo pessoalmente, ou seja, sem a necessidade de advogado. É o que se denomina de jus postulandi das partes (CLT, art. 791 da CLT).

No entanto, de acordo com entendimento do C. TST o jus postulandi das partes limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação resci- sória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho (Súmula n° 425 do TST).

4) Princípio da oralidade

Embora o princípio da oralidade não seja próprio do processo do trabalho, ele tem maior incidência nessa seara processual. Isso porque, em regra, os atos praticados no pro- cesso trabalhistas são orais (verbais).

É interessante observar que o princípio da oralidade se subdivide em três princípios:

identidade física do juiz

1

, concentração dos atos processuais e irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.

5) Princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias

Com o intuito de alcançar, de forma mais célere e efetiva, a resolução da pretensão colocada em juízo, a CLT, em seu art. 893, § 1°, estabeleceu que as decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato.

No entanto, de acordo com a Súmula nº 214 do TST, o princípio não é aplicado nas hipóteses de decisão:

a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;

b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo tribunal;

c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tri- bunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2°, da CLT.

6) Princípio da extrapetição

A jurisdição tem como característica essencial a inércia, de modo que o Judiciário somente atuará quando provocado. É o que se denomina de princípio dispositivo ou prin- cípio da demanda. Excepcionalmente, admite-se a atuação sem provocação, observando- -se a aplicação do princípio da extrapetição. Consigna-se que o juiz somente poderá agir de ofício nos casos expressos em lei.

1 Antigamente, o TST não aplicava esse princípio na seara trabalhista, criando a Súmula n° 136, em razão da existência, na época, dos juízes classistas. Posteriormente, o C. TST cancelou referida súmula, ante as diretri- zes do art. 132 do CPC/73. Com o NCPC, o posicionamento do TST deverá ser novamente alterado, uma vez que o novel código não reproduziu o teor do art. 132 do CPC/73, o qual disciplinava o princípio da identi- dade física do juiz. Com essa alteração, acreditamos que nas provas objetivas deverá ser adotada a tese de que referido princípio não é mais aplicado na seara processual, tanto civil, como trabalhista.

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7) Princípio da simplicidade

O princípio da simplicidade permite que o processo do trabalho tenha maior flexibili- dade, buscando a facilidade no acesso à justiça, bem como na prestação jurisdicional. Desse modo, esse ramo processual preza pelo não formalismo. É o que se verifica, por exemplo, como os requisitos exigidos na petição inicial trabalhista (CLT, art. 840).

1.2. Integração

As normas do direito processual do trabalho, aplicam-se da seguinte forma:

Ordem Fase de conhecimento Fase de execução

1° (fonte principal) CLT e legislação esparsa CLT e legislação esparsa 2° (fonte subsidiária) CPC (processo comum) Lei de Execuções Fiscais

3° (fonte subsidiária) CPC (processo comum)

A partir do CPC/2015, de forma expressa, passa a ser admitida a aplicação supletiva (complementar) do CPC, mantendo-se intactos os requisitos dos arts. 769 e 889 da CLT.

Noutras palavras, o Novo CPC será aplicado ao processo do trabalho de forma subsidiária e supletiva, desde que presentes dois requisitos: omissão e compatibilidade. Nesse sentido, declina o art. 1º da IN nº 39/2016 do TST:

Art. 1° Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, ao Processo do Trabalho, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015.

1.3. Autonomia do Direito Processual do Trabalho

O direito processual do trabalho é ramo do direito processual destinado a regular os conflitos individuais e coletivos de trabalho. A doutrina majoritária (tese dualista) indica que o direito processual do trabalho tem autonomia, pois possui legislação e princípios próprios. Ademais, o processo do trabalho possui um ramo especializado do Judiciário para a solução de conflitos, além de ser objeto de estudos doutrinários próprios.

1.4. Interpretação

A interpretação da legislação processual do trabalho deverá seguir os mesmos meios utili- zados na teoria geral do direito, devendo ser realizada inclusive em consonância com os princí- pios constitucionais do processo, conforme se depreende do art. 1º do CPC/2015

2

, aplicável ao processo do trabalho. Dessa forma, devem ser utilizadas as seguintes técnicas de interpretação:

a) Literal ou gramatical: corresponde à primeira forma de interpretação que deve ser utilizada pelo juiz e considera que a interpretação da lei deve ser realizada a

2 Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fun- damentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

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Direito Processual do Trabalho 593

partir dos significados e das disposições das palavras, utilizando, para isso, regras linguísticas e gramaticais;

b) Histórico: utiliza como parâmetro os motivos históricos que levaram à edição da norma interpretada, buscando os debates legislativos e sociais responsáveis pela criação da norma;

c) Teleológico: para a interpretação das normas, busca sua finalidade social, ou seja, o objetivo pelo qual foi criada a norma;

d) Sistemático: a análise de determinada norma deve ser realizada em conjunto com o sistema de normas no qual ela se insere e não de forma isolada. Podemos exem- plificar essa forma de interpretação com a necessidade de integração das normas processuais com o sistema constitucional.

1.5. Eficácia da Norma Processual no Tempo e no Espaço

A eficácia temporal das leis é solucionada pela Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que é aplicada a todas as leis, inclusive no campo processual. Referida lei, em seu art. 1°, declina que as regras começam a vigorar em todo o país 45 dias depois de publica- das, salvo disposição em contrário.

A Lei de Introdução estabelece ainda que “a Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada” (art. 6°). Impõe, portanto, a aplicação imediata da nova legislação, vedando-se, porém, a sua retroatividade.

Considerando, entretanto, que o processo, em seu aspecto exterior, é um complexo coordenado de atos processuais, a aplicação imediata da norma processual segue o sis- tema do isolamento dos atos processuais que reconhece a unidade processual, mas admite que o complexo de atos do processo possa ser visto de forma isolada para efeito de aplicação da nova lei. Dessa forma, a lei nova tem aplicação perante o ato a ser iniciado(art.

14 do CPC/2015

3

, aplicável ao processo trabalhista).

Quanto à eficácia no espaço da norma processual, ela o tem em todo o território nacio- nal (princípio da territorialidade), independentemente de ser aplicada aos brasileiros ou aos estrangeiros residentes no País.

1.5.1. Eficácia temporal da Lei nº 13.467/17 (Reforma Trabalhista)

O art. 6º da Lei nº 13.467/17 (Reforma Trabalhista) dispôs norma específica no tocante à sua aplicação, pois estabelece que a lei entrará em vigor após decorridos 120 dias de sua publicação oficial, sendo vigente, portanto, a partir do dia 11 de novembro de 2017.

Considerando que nosso ordenamento adotou a teoria do isolamento dos atos proces- suais, a Lei nº 13.467/17 será aplicada, em regra, aos atos processuais a serem realizados a partir da data de sua vigência.

3 Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeita- dos os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.

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2. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

A Justiça do Trabalho, nos termos do art. 111 da CF/88, possui os seguintes órgãos:

I – o Tribunal Superior do Trabalho;

II – os Tribunais Regionais do Trabalho;

III – Juízes do Trabalho.

Composição do TST:

• 27 ministros;

• escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 anos e menos e 65 anos;

de notável saber jurídico e reputação ilibada;

• nomeados pelo presidente da República;

• após aprovação pela maioria absoluta do Senado federal (sabatina).

Depois da Emenda Constitucional n° 45/04, também passaram a funcionar junto ao TST:

1) a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat), cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira e;

2) o Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT –, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Jus- tiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho atua apenas no âmbito administrativo, orçamentário, financeiro e patrimonial da Justiça do Trabalho, não exercendo atividade jurisdicional. Atenta-se, ainda, para o fato de que, nesses casos, a decisão do conselho terá efeito vinculante, ou seja, sua observância é obrigatória.

Composição do TRT:

• no mínimo, 7 juízes;

• recrutados, quando possível, na respectiva região;

• nomeados pelo Presidente da República;

• dentre brasileiros com mais de 30 anos e menos de 65 anos.

Vara do Trabalho

A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-las aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (CF/88, art. 112).

2.1. Serviços auxiliares da justiça do trabalho 2.1.1. Secretarias das varas do trabalho

A secretaria das varas do trabalho é órgão auxiliar e permanente da primeira instância,

destinado a manter e conservar os autos judiciais e realizar todos os serviços burocráticos,

por meio de servidores nela lotados.

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Direito Processual do Trabalho 595

Cada vara do trabalho possui uma secretaria, que é chefiada pelo diretor da secre- taria, antigamente denominado de chefe de secretaria ou secretário, o qual é indicado de forma discricionária pelo juiz.

Atribuições das secretarias:

CLT, art. 711 – Compete à secretaria das Juntas:

a) o recebimento, a autuação, o andamento, a guarda e a conservação dos processos e outros papéis que lhe forem encaminhados;

b) a manutenção do protocolo de entrada e saída dos processos e demais papéis;

c) o registro das decisões;

d) a informação, às partes interessadas e seus procuradores, do andamento dos res- pectivos processos, cuja consulta lhes facilitará;

e) a abertura de vista dos processos às partes, na própria secretaria;

f) a contagem das custas devidas pelas partes, nos respectivos processos;

g) o fornecimento de certidões sobre o que constar dos livros ou do arquivamento da secretaria;

h) a realização das penhoras e demais diligências processuais;

i) o desempenho dos demais trabalhos que lhe forem cometidos pelo Presidente da Junta, para melhor execução dos serviços que lhe estão afetos.

2.1.2. Serviços de distribuição de feitos

Nas localidades onde há mais de uma vara do trabalho é necessário o setor de distribui- ção de feitos, que tem a incumbência, como o próprio nome já indica, de distribuir os pro- cessos, de forma igual, entre as varas do trabalho local, conforme declina o art. 713 da CLT.

A distribuição será feita pela ordem rigorosa de sua apresentação ao distribuidor (CLT, art. 783). As reclamações serão registradas em livro próprio, rubricado em todas as folhas pela autoridade a que estiver subordinado o distribuidor (CLT, art. 784). Além disso, o distri- buidor fornecerá ao interessado um recibo do qual constarão, essencialmente, o nome do reclamante e do reclamado, a data da distribuição, o objeto da reclamação e o Juízo a que coube a distribuição (CLT, art. 785). Há de se observar também que, na hipótese de recla- mação verbal, esta será distribuída antes de sua redução a termo (CLT, art. 786).

Após a realização da distribuição, a reclamação será remetida pelo distribuidor ao Juízo competente, acompanhada do bilhete de distribuição (CLT, art. 788).

• Atribuições do setor de distribuições de feitos:

CLT, art. 714 – Compete ao distribuidor:

a) a distribuição, pela ordem rigorosa de entrada, e sucessivamente a cada Junta, dos feitos que, para esse fim, lhe forem apresentados pelos interessados;

b) o fornecimento, aos interessados, do recibo correspondente a cada feito distribuído;

c) a manutenção de 2 (dois) fichários dos feitos distribuídos, sendo um organizado

pelos nomes dos reclamantes e o outro dos reclamados, ambos por ordem alfabética;

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d) o fornecimento a qualquer pessoa que o solicite, verbalmente ou por certidão, de informações sobre os feitos distribuídos;

e) a baixa na distribuição dos feitos, quando isto lhe for determinado pelos Presi- dentes das Juntas, formando, com as fichas correspondentes, fichários à parte, cujos dados poderão ser consultados pelos interessados, mas não serão mencionados em certidões.

2.1.3. Oficiais de Justiça Avaliadores

Os oficiais de justiça têm a incumbência de realizar os atos fora da sede da vara do tra- balho ou dos tribunais. Estabelece o art. 721 da CLT:

CLT, Art. 721 – Incumbe aos Oficiais de Justiça e Oficiais de Justiça Avaliadores da Justiça do Trabalho a realização dos atos decorrentes da execução dos julgados das Juntas de Conciliação e Julgamento e dos Tribunais Regionais do Trabalho, que lhes forem cometidos pelos respectivos Presidentes.

§ 1° Para efeito de distribuição dos referidos atos, cada Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador funcionará perante uma Junta de Conciliação e Julgamento, salvo quando da existência, nos Tribunais Regionais do Trabalho, de órgão específico, des- tinado à distribuição de mandados judiciais.

§ 2° Nas localidades onde houver mais de uma Junta, respeitado o disposto no pará- grafo anterior, a atribuição para o cumprimento do ato deprecado ao Oficial de Jus- tiça ou Oficial de Justiça Avaliador será transferida a outro Oficial, sempre que, após o decurso de 9 (nove) dias, sem razões que o justifiquem, não tiver sido cumprido o ato, sujeitando-se o serventuário às penalidades da lei.

§ 3° No caso de avaliação, terá o Oficial de Justiça Avaliador, para cumprimento do ato, o prazo previsto no art. 888.

§ 4° É facultado aos Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho cometer a qual- quer Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador a realização dos atos de execu- ção das decisões desses Tribunais.

§ 5° Na falta ou impedimento do Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador, o Presidente da Junta poderá atribuir a realização do ato a qualquer serventuário.

O oficial possui dois prazos para cumprir suas atribuições:

1) regra: 9 dias;

2) para a avaliação do bem penhorado: 10 dias.

Por fim, consigna-se que, não havendo oficial na localidade, o juiz do trabalho poderá designar qualquer outro serventuário para realizar suas atribuições.

3. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO 3.1. Princípios

Princípios

– Unidade – Indivisibilidade

– Independência funcional – Promotor natural

(10)

Direito Processual do Trabalho 597

3.2. Organização

I – Ministério Público da União

– Ministério Público do Trabalho – Ministério Público Federal – Ministério Público Militar

– Ministério Público do Distrito Federal e Territórios II – Ministérios Públicos dos Estados

3.3. Atribuições do MPT

O art. 83, da LC n° 75/93, prevê as seguintes atribuições do Ministério Público do Trabalho:

I – promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis trabalhistas;

II – manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que jus- tifique a intervenção;

III – promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos;

IV – propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou cole- tivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores;

V – propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho;

VI – recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho;

VII – funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegu- rado o direito de vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar convenientes;

VIII – instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse público assim o exigir;

ATENÇÃO!

O art. 114, § 3°, da CF/88 estabelece que o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

IX – promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da

paralisação de serviços de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos pro-

cessos, manifestando sua concordância ou discordância, em eventuais acordos firma-

dos antes da homologação, resguardado o direito de recorrer em caso de violação à

lei e à Constituição Federal;

(11)

X – promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho;

XI – atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de compe- tência da Justiça do Trabalho;

XII – requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos processos e para a melhor solução das lides trabalhistas;

XIII – intervir obrigatoriamente em todos os feitos no segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado estrangeiro ou organismo internacional (LC n° 75/93, art. 83).

3.4. Inquérito Civil

O inquérito civil corresponde a um procedimento administrativo inquisitorial (unila- teral), realizado de forma extrajudicial que tem como principal objetivo o levantamento de informações que poderão ser utilizadas na atuação do Ministério Público, estando seu objeto ligado aos direitos e interesses difusos, coletivos, individuais homogêneos e indivi- duais indisponíveis relacionados às relações de trabalho. Assim, pode servir na colheita de provas para eventual ajuizamento de ação civil pública ou de outra medida judicial inter- posta pelo Ministério Público e pode também favorecer a composição extrajudicial do con- flito com a celebração de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).

Referido instrumento, por corresponder a um procedimento administrativo e infor- mal, não exige a observância do devido processo legal, ou seja, do contraditório e da ampla defesa. Isso porque, o disposto no art. 5º, LV, da Constituição Federal apenas se aplica no processo judicial ou administrativo, não havendo, portanto, que ser aplicado ao inquérito civil.

O inquérito civil pode ser instaurado:

I – de ofício;

II – mediante requerimento ou representação formulada por qualquer pessoa ou comunicação de outro órgão do Ministério Público, ou qualquer autoridade, desde que forneça, por qualquer meio legalmente permitido, informações sobre o fato e seu provável autor, bem como a qualificação mínima que permita sua identificação e localização;

III – por designação do Procurador-Geral do Trabalho, do Conselho Superior do Minis- tério Público do Trabalho, Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho e demais órgãos superiores da Instituição, nos casos cabíveis (art. 2º da Resolução nº 69/07 do CSMPT).

O Ministério Público do Trabalho pode atuar independentemente de provocação,

em caso de conhecimento, por qualquer forma de fatos que possam constituir lesão aos

interesses tutelados, devendo cientificar o membro do Ministério Público que possua

Referências

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