DIREITO ADMINISTRATIVO – BARNEY Aula 12
1. FATOS DA ADMINISTRAÇÃO E FATOS ADMINISTRATIVOS
2. ATOS DA ADMINISTRAÇÃO E ATOS ADMINISTRATIVOS
3. PERFEIÇÃO, VALIDADE, EFICÁCIA E EXEQUIBILIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
A. Perfeição
OBS: Quanto ao papel que a vontade representa para formação do ato administrativo, ele se classifica:
1. Ato simples 2. Ato complexo 3. Ato composto
B. Validade
OBS: Os atos administrativos INVÁLIDOS se classificam:
1º Ato Anulável 2º Ato Nulo
3º Ato inexistente
C. Eficácia
OBS: Efeitos do Ato:
1º Efeito Típico ou Próprio
2º Efeito Atípico ou Impróprio.
▪ Efeito Preliminar ou Prodrômico
▪ Efeito Reflexo
PERFEIÇÃO VALIDADE EFICÁCIA
PERFEITO VÁLIDO EFICAZ
PERFEITO INVÁLIDO INEFICAZ
PERFEITO INVÁLIDO EFICAZ
4. O SILÊNCIO NO DIREITO ADMINISTRATIVO Lei 9784/99
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
5. ATRIBUTOS
A. Presunção de legitimidade e veracidade B. Imperatividade
C. Autoexecutoriedade
▪ 1º. Exigibilidade
▪ 2º. Executoriedade
D. Tipicidade
6. REQUISITOS OU ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
A. SUJEITO 1º. Conceito
2º. Características:
▪ Capacidade
▪ Competência
3º. Competência
▪ Conceito
▪ Características:
o Decorre de norma expressa o Inderrogável
o Improrrogável o Irrenunciável
Lei 9784/99
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade;
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
4º. Vício na Capacidade:
▪ Vícios do Direito Civil
▪ Impedimento
▪ Suspeição
Lei 9784/99
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
5º. Vício na Competência:
▪ Excesso de poder
▪ Função de fato
▪ Usurpação de função pública
Lei 4.717/65
Art. 2º, parágrafo único, “a”:
A incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou.
Código Penal
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
6º. Natureza no vício no Sujeito:
▪ Regra: vício sanável
▪ Exceção: Insanável (competência exclusiva e ato inexistente)
B. FORMA:
1º. Conceito Lei 9784/99
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
2º. Vício na forma Lei 4717/65
Art. 2º, parágrafo único, “b”:
Consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato.
3º. Natureza no vício na Forma:
▪ Regra: vício sanável
▪ Exceção: Insanáveis (forma essencial)
4º. Motivação
▪ Conceito
▪ Obrigatoriedade
Decreto-Lei nº 4.657/42 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro),
“Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas
Lei 9784/99
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.
C. OBJETO 1º. Conceito
2º. Vício no Objeto Lei 4717/65
Art. 2º, parágrafo único, “c”
A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo.
3º. Natureza no vício na Objeto
D. MOTIVO 1º. Conceito
2º. Vício no Motivo Lei 4717/65
Art. 2º, parágrafo único, “d”:
A inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
3º. Natureza no vício no Motivo
4º. Teoria dos Motivos Determinantes
E. FINALIDADE 1º. Conceito:
2º. Vício na Finalidade:
Lei 4717/65
Art. 2º, parágrafo único, “e”:
O desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência
3º. Natureza no vício na Finalidade:
9. MÉRITO
RE 592581 - É lícito ao Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado da dignidade da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e moral, nos termos do que preceitua o art.
5º, XLIX, da Constituição Federal, não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do possível nem o princípio da separação dos poderes.
RE 632853 - Os critérios adotados por banca examinadora de um concurso não podem ser revistos pelo Poder Judiciário.
STJ: A Administração atua com discricionariedade na escolha das regras do edital de concurso público, desde que observados os preceitos legais e constitucionais.
STJ: O Poder Judiciário não analisa critérios de formulação e correção de provas em concursos públicos, salvo nos casos de ilegalidade ou inobservância das regras do edital.
Decreto-Lei nº 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro)
“Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente.
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.
10. CONVALIDAÇÃO A. Conceito
B. Espécies:
▪ Ratificação
▪ Confirmação
▪ Saneamento C. Efeitos
D. Obrigatoriedade Lei 9784/99
Art. 55
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
11. CONVERSÃO A. Conceito
B. Efeitos
12. CONFIRMAÇÃO A. Conceito
BRequisitos
13. EXTINÇÃO
A. Ato Administrativo INEFICAZ 1º. Mera retirada:
▪ Anulação ou Invalidação.
▪ Revogação 2º. Recusa
B. Ato Administrativo EFICAZ 1º Extinção Natural
2º Extinção Subjetiva 3º. Extinção Objetiva 4º. Renúncia.
5º. Retirada
OBS: FORMAS DE RETIRADA
▪ Revogação
▪ Anulação ou Invalidação
▪ Cassação
▪ Caducidade
▪ Contraposição
Art. 53 da LEI 9.784/1.999
A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Súmula 473 STF
A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
DIFERENÇAS ANULAÇÃO REVOGAÇÃO
FUNDAMENTO Ilegalidade Inconveniência
COMPETÊNCIA ➢ Administração Pública
➢ Poder Judiciário
Administração Pública
EFEITOS Retroativos Proativos
OBS: Sobre Anulação:
▪ Celso Antônio Bandeira de Mello:
1. Atos administrativos RESTRITIVOS de direitos - EX TUNC 2. Atos administrativos AMPLIATIVOS de direitos - EX NUNC
▪ Limite temporal para anulação do ato administrativo:
1. Autotutela: Lei 9.784/99
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
2. Decisão judicial: Decreto 20.910/1932
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.
▪ Decreto-Lei nº 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro)
“Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
RE 817338
No exercício do seu poder de autotutela, poderá a Administração Pública rever os atos de concessão de anistia a cabos da Aeronáutica com fundamento na Portaria nº 1.104/1964, quando se comprovar a ausência de ato com motivação exclusivamente política, assegurando- se ao anistiado, em procedimento administrativo, o devido processo legal e a não devolução das verbas já recebidas
OBS: Tese discutida: Possibilidade de um ato administrativo, caso evidenciada a violação direta ao texto constitucional, ser anulado pela Administração Pública quando decorrido o prazo decadencial previsto na Lei 9.784/1999.
.
RE 594296
Ao Estado é facultada a “revogação” de atos que repute ilegalmente praticados; porém, se de tais atos já tiverem decorrido efeitos concretos, seu desfazimento deve ser precedido de regular processo administrativo.
Súmula 633 - STJ
A Lei n. 9.784/1999, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.
STJ: As situações flagrantemente inconstitucionais não se submetem ao prazo decadencial de 5 anos previsto no art. 54 da Lei n.
9.784/1999, não havendo que se falar em convalidação pelo mero decurso do tempo.
▪ STJ: Por se tratar de hipótese de ato administrativo complexo, a decadência prevista no art. 54 da Lei n. 9.784/1999 não se consuma no período compreendido entre o ato administrativo concessivo de aposentadoria ou de pensão e o julgamento de sua legalidade pelo Tribunal de Contas, vez que tais atos se aperfeiçoam apenas com o registro na Corte de Contas. (vide RE 636553 e súmula vinculante 3)
STJ: Não se aplica a teoria do fato consumado na hipótese em que o candidato toma posse em virtude de decisão liminar, salvo situações fáticas excepcionais.
STJ: A exoneração de servidor público em razão da anulação do concurso pressupõe a observância do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
STJ: O prazo decadencial para que a administração promova a autotutela, previsto no art. 54 da Lei n. 9.784/1999, aplica-se tanto aos atos nulos, quanto aos anuláveis.
OBS: SOBRE REVOGAÇÃO:
▪ Não há limite temporal para revogação do ato administrativo.
▪ Atos administrativos abstratos são sempre revogáveis.
▪ Atos administrativos concretos são revogáveis, exceto:
➢ atos que a lei declare irrevogáveis;
➢ que gerem direito adquiridos;
➢ já exauridos;
➢ atos vinculados;
RE 105.634 e RE 212.789 - revogação da licença para construir enquanto não iniciada a obra licenciada, ressalvando-se o direito á indenização pelos prejuízos causados.
➢ atos enunciativos, também chamados de meros atos administrativos ou puros atos administrativos;
➢ atos de controle;
➢ atos que consistirem em decisão final do processo administrativo contencioso;
➢ atos complexos.