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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CURSO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA BRENO JOSÉ GOMES DE SOUZA

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CURSO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

BRENO JOSÉ GOMES DE SOUZA

UTILIZAÇÃO DE CASCAS DE FRUTAS COMO BIOSSORVENTE PARA REMOÇÃO DE POLUENTES EM EFLUENTES SINTÉTICOS

CARAÚBAS – RN

2019

(2)

BRENO JOSÉ GOMES DE SOUZA

UTILIZAÇÃO DE CASCAS DE FRUTAS COMO BIOSSORVENTE PARA REMOÇÃO DE POLUENTES EM EFLUENTES SINTÉTICOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Federal Rural do Semiárido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciência e Tecnologia.

Orientador: Prof. Me. Ruan Sávio da Costa Tertuliano - UFERSA

CARAÚBAS – RN

2019

(3)

© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos

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UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de

Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

d719u de Souza, Breno José Gomes.

UTILIZAÇÃO DE CASCAS DE FRUTAS COMO BIOSSORVENTE PARA REMOÇÃO DE POLUENTES EM EFLUENTES SINTÉTICOS / Breno José Gomes de Souza.

2019. 42 f. : il.

Orientador: Ruan Sávio Da Costa Tertuliano.

Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Ciência e Tecnologia, 2019.

1. Meio ambiente. 2. Metais pesados. 3. Biossorção. 4.

Efluentes. 5. Tratamento de poluentes. I. Da Costa Tertuliano, Ruan Sávio, orient. II. Título.

(4)

Nome do profissional, Bib. Me. (CRB-15/10.000

(5)

Lauro Escóssia Junior (In Memoriam).

Edneuma Maria Gomes Costa (presente)

(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, sem o qual nada teria acontecido.

Aos meus pais que são a base de tudo o que sou hoje, e que serei futuramente. Pelo amor e pelos conselhos dados durante todo esse ciclo da vida e dos que virão. Amo vocês.

Agradeço ao meu orientador e amigo de longa data Prof. Ruan Sávio, que apesar da distância que as nossas vidas nos proporcionou, a amizade permanece a mesma de antes.

Agradeço a Banca Examinadora por analisar e dedicar parte do tempo para discussão e defesa do presente trabalho de conclusão do curso de bacharelado de Ciências & Tecnologia.

Agradeço aos meus amigos Gleidson Leite, Walkernandes Ferreira, Otávio Augusto,

Pedro Praxedes, Rennan Linhares, Ramonn Ranielle e Maverick Iohanatan por tornar o curso

um pouco menos exaustivo através dos momentos que tivemos juntos.

(7)

Uma pessoa só cresce quando é capaz de superar as dificuldades. Proteção é importante mas há certas coisas que deve-se aprender por esforço próprio

Masashi Kishimoto

(8)

RESUMO

O meio ambiente esteve sofrendo ao longo dos anos com diversas problemáticas, dentre elas a poluição do meio hídrico. Como bem sabemos o planeta é coberto por 70% de água, com isso a falta dela deveria ser, teoricamente, um dos últimos problemas a ser enfrentado, porém essa não é a realidade. Os metais pesados (de sentido literal, já que são materiais mais densos, onde seus átomos ficam mais próximos uns dos outros) são prejudiciais à saúde ao ser consumido em grandes quantidades devido a sua toxicidade. Eles atraem proteínas e enzimas impedindo sua funcionalidade, levando por consequência a falência e complicações de sistemas do corpo humano. Ainda que prejudiciais em elevadas concentrações, o organismo tem a necessidade de absorção em pequenas quantidades desses metais, como é o caso do cobre. O descarte de resíduos industriais (conhecidos como efluentes) é a principal fonte de contaminação dos rios com metais pesados. O contato com estas substâncias, seja através da ingestão da água ou de peixes contaminados, pode provocar sérios problemas que vão de uma simples febre por excesso de cobre ao debilitamento das funções cerebrais, causado pela ingestão de mercúrio.

Diante dessa problemática, temos algumas soluções existentes, sendo uma delas a adsorção biológica, ou biossorção. A biossorção pode ser definida por um processo de retenção dos metais pesados através de sólidos de origem biológica ou seus derivados. Nesse presente trabalho propõe-se a utilização da biossorção como alternativa ao tratamento de efluentes, realizando um projeto que, mesmo sendo em pequena escala, possa auxiliar na P&D desse âmbito científico. O processo de biossorção por cascas de frutas para a remoção de poluentes sintéticos obteve sucesso em sua finalidade, melhorando a qualidade da água e retirando em uma taxa de aproximadamente 30% os efluentes presentes em forma sintética (Sulfato de cobre).

Palavras-chave: Meio Ambiente; Metais Pesados; Biossorção; Efluentes; Tratamento

de Poluentes.

(9)

ABSTRACT

The environment has been suffering over the years with several problems, and among them, the pollution of the water environment. As we well know the planet is covered by 70% of water, so the lack of it should theoretically be one of the last problems to be faced, but this is not the reality. Heavy metals (literally, since they are denser materials, where their atoms are closer to one another) are harmful to health when consumed in large quantities due to their toxicity. They attract proteins and enzymes preventing their functionality, leading to consequent collapse and complications of human body systems. Although detrimental in high concentrations, the organism needs to be absorbed in small quantities of these metals, as is the case of copper. The disposal of industrial waste (known as effluents) is the main source of contamination of rivers with heavy metals. Contact with these substances, whether through ingestion of contaminated water or fish, can lead to serious problems ranging from a simple copper fever to weakened brain functions caused by the ingestion of mercury. Faced with this problem, we have some existing solutions, one of them the biological adsorption, or biosorption. The biosorption can be defined by a process of retention of the heavy metals through biologically derived solids or their derivatives. This paper proposes the use of biosorption as an alternative to the treatment of effluents, carrying out a project that, even in a small scale, can assist in the R & D of this scientific area. It is concluded that the biosorption process by fruit peels for the removal of synthetic pollutants was successful in improving the quality of the water and removing at a rate of approximately 30% the effluents present in synthetic form (Sulfate copper).

Keywords: Environment; Heavy Metals; Biosorption; Effluents; Treatment of

Pollutants.

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura molecular do sulfato de cobre...24

Figura 2: representação de cobre pentahidratado...24

Figura 3: Caraúbas-RN em perspectiva vertical via satélite...25

Figura 4: Preparação do efluente sintético junto à casca das frutas...26

Figura 5: Fluxograma de preparo experimental...27

Figura 6: Amostra em agitador magnético...28

Figura 7: Obtenção de solução biossorvida pós-agitada e peneirada...29

Figura 8: Chapa aquecedora, formação de cristais de BaCl

2

...30

Figura 9: Cadinhos com amostras pós-calcinadas...31

Figura 10: Cascas de laranja e maracujá para estudos de adsorção do CuSO

4

.H

2

O...33

Figura 11: Determinação de sulfato solúvel em água...35

Figura 12: Gráfico comparativo de adsorção...36

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Parâmetros inorgânicos regulamentados para despejo de efluentes...17

Tabela 2: Parâmetros orgânicos regulamentados para despejo de efluentes...18

Tabela 3: Várias regulamentações para concentrações de sulfato em água...23

Tabela 4: Fluxograma de preparo experimental...27

Tabela 5: Dos materiais específicos utilizados e seus devidos fabricantes...27

Tabela 6: Dos reagentes específicos para biossorção e determinação do sulfato...28

Tabela 7: Análise de adsorção do sulfato de cobre (II) pela casca do maracujá...34

Tabela 8: Análise de adsorção do sulfato de cobre (II) pela casca da laranja...34

Tabela 9: Análise de adsorção do sulfato de cobre (II) por ambas as cascas...35

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

GE Gestão do Conhecimento GI Gestão da Informação T.A. Temperatura Ambiente

Me Mestre

P&D Pesquisa e Desenvolvimento UI

CuSO

4

.5H

2

O µ

±

Unidade de Informação

Sulfato de cobre pentahidratado Mi

Plus-minus sign (Mais ou menos)

(13)

Sumário

1. INTRODUÇÃO ... 14

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 15

2.1.

Metais pesados ... 15

2.2. Efluentes ... 16

2.3. Biossorção ... 19

2.4. Fatores de eficácia na biossorção ... 20

2.5. Sulfato ... 22

2.5.1 Sulfato de cobre ... 23

3. MATERIAIS E MÉTODOS ... 25

3.1. Localização ... 25

3.2. Coleta de dados ... 25

3.3. Parâmetros analisados ... 26

3.4. Preparo das amostras ... 26

3.5. Equipamentos e materiais utilizados ... 27

3.6. Procedimentos ... 28

3.7. Ensaio ... 31

3.7.1

Cálculo ... 32

4. RESULTADOS ... 33

4.1. Caracterização ... 33

4.2. Análise de adsorção ... 33

4.3.

Comparativo a outros modelos de adsorção ... 36

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 37

6. REFERÊNCIAS ... 38

(14)

14

1. INTRODUÇÃO

Meio ambiente é um assunto que vem conquistando cada vez mais espaço e prestígio no mundo moderno. É urgente que todos possam perceber a ordem de grandeza em que situa a questão ambiental e, talvez surpreendidos, perceberem como isso é grave para a sustentabilidade (TRIGUEIRO, 2003).

Vários estudos ambientais indicam que o homem tornou-se o mais importante fator no ciclo biogeoquímico de metais pesados. A mobilização destes poluentes para a biosfera tem alcançado níveis preocupantes. A presença destes contaminantes no ambiente possibilita a bioacumulação e a biomagnificação na cadeia alimentar, proporcionando distúrbios nos processos metabólicos dos seres vivos. (LENZI e COSTA, 2000)

A atividade industrial tem produzido rejeitos gasosos, líquidos e sólidos nocivos ao meio ambiente. Os processos industriais que utilizam grandes volumes de água contribuem significativamente com a contaminação dos corpos d’agua, principalmente pela ausência de sistemas de tratamento. Uma importante parcela do processo de contaminação pode ser atribuída às atividades das refinarias de petróleo, indústrias químicas, têxteis e papeleiras. No entanto, não menos importante é a contribuição da atividade agrícola, dos esgotos sanitários e dos resíduos domésticos. (FREIRE et al., 2000)

Alguns metais pesados são substâncias altamente tóxicas e não são compatíveis com a maioria dos tratamentos biológicos de efluentes existentes. Dessa forma, efluentes contendo esses metais não devem ser descartados na rede pública, para tratamento em conjunto com o esgoto doméstico. As principais fontes de poluição por metais pesados são provenientes dos efluentes industriais, de mineração e das lavouras (NOVAES e AGUIAR, 2002).

Temos como alternativas à tratamentos primários de efluentes o gradeamento, usado geralmente em estações de tratamento de água, decantação sendo uma técnica física de separação de misturas por sólidos e líquidos utilizando as grandezas de densidade e gravidade para esta, flotação que adiciona bolhas de ar em uma suspensão coloidal (FOGAÇA, 2019), entre outras, que existem um alto custo para realização de tais tarefas.

Diante do que foi postulado anteriormente, o atual trabalho tem como objetivo elaborar

um projeto experimental solucionando parcialmente a poluição de águas por metais pesados

por meio da biossorção proveniente de processamentos de cascas de frutas, utilizando-se de

efluentes sintéticos.

(15)

15

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. METAIS PESADOS

Os metais pesados são quimicamente definidos como um grupo de elementos situados entre o Cobre (Cu) e o Chumbo (Pb) na tabela periódica 7. Estes metais são quimicamente muito reativos e bioacumulativos, ou seja, o organismo não é capaz de eliminá-los de uma forma rápida e eficaz. Segundo Emsley (2011), Para o ser humano, existem 14 metais essenciais: cálcio, potássio, sódio, magnésio, ferro, zinco, cobre, estanho, vanádio, cromo, manganês, molibdênio, cobalto e níquel. Ainda que fundamentais ao nosso organismo, alguns dos metais citados podem ser considerados tóxicos em altas concentrações, como é o caso do zinco, cobre, cromo e níquel.

A troca desenfreada por novos lançamentos de computadores e celulares gera o descarte indevido de aparelhos, mesmo quando são descartados em aterros sanitários esses metais são carregados pelas águas das chuvas e lançados no lençol freático contaminando nossas águas (CHEN e WANG, 2009)

O papel da biossorção dos metais pesados utilizando cascas de frutas é trazer uma melhora na problemática mencionada anteriormente através de um processo de baixo custo devido ao material que será utilizado na descontaminação química da água, tornando viável sua aplicação.

Um fator que afeta significativamente a toxicidade de um metal é sua espécie, que consiste na forma química na qual esse elemento se encontra. Em um estudo sobre os efeitos de um metal ao ambiente ou à saúde humana, a determinação de sua concentração total é um parâmetro importante, porém limitado, pois as propriedades variarão em função da forma química em que o elemento está presente. Na avaliação dos riscos que envolvem a presença de um determinado metal, é fundamental levar em consideração a forma de transporte e a biodisponibilidade, fatores que dependerão de sua espécie (BARRA et al., 2000).

A forma mais tóxica de um metal não é a livre, mas quando este se encontra como

cátion ou ligado a cadeias carbônicas. Nos organismos, o principal mecanismo de ação tóxica

dos metais decorre de sua afinidade pelo enxofre. Assim, quando presentes em suas formas

catiônicas, os metais reagem com o radical sulfidrila (-SH) presente na estrutura proteica das

enzimas, alterando suas propriedades, o que pode resultar em consequências danosas ao

metabolismo dos seres vivos (BAIRD, 2002)

(16)

16

Em corpos d’água, a toxicidade de um metal varia em função do pH e dos teores de carbono dissolvidos e em suspensão, visto que os metais interagem com o carbono e seus compostos, formando complexos ou sendo adsorvidos. A contaminação por esses metais leva o ser vivo ao estado de biomagnificação, que por definição é aumento da concentração de uma substância ou elemento nos organismos vivos, à medida que percorre a cadeia alimentar e passa a se acumular no nível trófico mais elevado; bioacumulação, bioampliação, bioconcentração, magnificação trófica. (BAIRD, 2002).

Um evento marcante em termos de contaminação por metais pesados e que exemplifica a biomagnificação foi registrado na década de 1950 na Baía de Minamata (Japão). Nesse local, o contínuo descarte de resíduos contendo mercúrio contaminou os peixes e, em consequência, milhares de pessoas que se alimentavam desses peixes (BAIRD, 2002).

2.2 EFLUENTES

O despejo de efluentes, principalmente industriais e domésticos, em recursos hídricos, está diretamente ligado à definição de sustentabilidade. Dentre os principais fatores de degradação da qualidade da água fluvial, pode-se destacar a poluição ocasionada pelo lançamento de esgotos oriundos dos mais diversos meios em corpos receptores. A disposição inadequada de efluente no meio ambiente pode propiciar a contaminação do solo e dos recursos hídricos, vinculado a isso, algumas culturas agrícolas, animais e a biota podem vir a ser afetados. (BELTRAME et al., 2016)

Em nível nacional há a Resolução CONAMA nº 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Esta resolução segue o procedimento reportado em Métodos Padrão para Exame de Águas e Rejeitos (Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater) e estabelece limites máximos para os diferentes poluentes nos corpos d´água. Esta legislação estabelece o valor de 0,5 mg/L para o limite máximo de fenóis nos corpos de água. (BELTRAME et al., 2016)

Em maio de 2011 foi lançada a resolução de Nº 430, CONAMA 430/2011, dispondo

sobre o que foi citado no parágrafo anterior, alterando apenas parcialmente e complementando

a resolução de Nº 357 de 2005 a qual “dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para

o enquadramento dos corpos de águas superficiais, bem como estabelece as condições e

padrões de lançamento de efluentes”. Os padrões de lançamento de efluentes impostos são

apresentados na Tabela 1 e 2 a seguir:

(17)

17

Tabela 1: Parâmetros Inorgânicos regulamentados para despejo de efluentes

Parametros Inorgânicos Valores

Máximos (mg/L)

Arsênio total 0,5

Bário total 5,0

Boro total 5,0

Cádmio total 0,2

Chumbo total 0,5

Cianeto total 1,0

Cobre dissolvido 1,0

Cromo hexavalente 0,1

Cromo trivalente 1,0

Estanho total 4,0

Ferro dissolvido 15,0

Fluoreto total 10,0

Manganês dissolvido 1,0

Mercúrio total 0,01

Níquel total 2,0

Nitrogênio amoniacal total 20,0

Prata total 0,1

Selênio total 0,30

Sulfeto 1,0

Zinco total 5,0

Fonte: CONAMA Nº 430, 2011

(18)

18

Fonte: CONAMA Nº 430, 2011.

Quanto a sua classificação Hoag, (2008) indica que as águas residuárias podem ser de três tipos:

- Rejeições de origem doméstica (as águas que provêm das cozinhas, as rejeições que resultam das atividades de lavanderia e para higiene dos pacientes e funcionários); -

- Rejeições industriais (as águas que provêm das garagens e locais de manutenção, que contêm geralmente um volume importante de óleos e de detergentes);

- Efluentes gerados pelas atividades hospitalares, de análise e de investigação, que são muito específicas aos hospitais. Estas rejeições podem conter produtos químicos e radioativos, líquidos biológicos, excreções contagiosas de resíduos de medicamentos eliminados nos excrementos dos pacientes.

Com relação aos tratamentos de efluentes, os mesmos podem ser: tratamento primário, secundário e terciário. No tratamento primário separa-se a água dos materiais poluentes a partir da sedimentação nos equipamentos, através de ação física. Pode, em alguns casos, ser ajudado pela adição de agentes químicos que através de coagulantes e floculantes possibilitam a

Tabela 2: Parâmetros orgânicos para despejo de efluentes

Parâmetros Orgânicos Valores

Máximos (mg/L)

Benzeno 1,2

Clorofórmio 1,0

Dicloroeteno 1,0

Estireno 0,07

Etilbenzeno 0,84

Fenóis totais(reativo com 4-aminoantipirina) 0,5

Tetracloreto de carbono 1,0

Tricloroeteno 1,0

Tolueno 1,2

Xileno 1,6

(19)

19

obtenção de flocos de matéria poluente de maiores dimensões e assim mais facilmente decantáveis.

Após o tratamento primário, a matéria poluente que permanece na água é de reduzidas dimensões, normalmente constituída por coloides, devido à digestão do lodo, não sendo por isso passível de ser removida por processo exclusivamente físicos químicos (SILVA, 2004).

Já o tratamento secundário é geralmente um processo biológico, do tipo lodo ativado ou do tipo filtro biológico, onde a matéria orgânica coloidal é consumida por micro-organismos nos chamados reatores biológicos. Estes reatores são normalmente constituídos por tanques com grande quantidade de micro-organismos aeróbios, havendo por isso a necessidade de promover o seu arejamento.

Terminado o tratamento secundário, as águas residuais tratadas apresentam um reduzido nível de poluição por matéria orgânica, podendo na maioria dos casos, serem admitidas no meio ambiente receptor (NEVES, 1974). O tratamento terciário tem como objetivo a remoção de poluentes específicos, ou ainda, remoção complementar de poluentes não foram suficientemente removidos no tratamento secundário.

2.3 BIOSSORÇÃO

A biossorção consiste na adsorção de metais pesados por meio da utilização de resíduos agroindustriais como um adsorvente, ou seja, utilização de um bioadsorvente, ou também pelo emprego de micro-organismos vivos ou mortos, como bactérias, fungos ou leveduras (LESMANA et al, 2009).

Os tratamentos convencionais utilizados na remoção de metais pesados de efluentes líquidos envolvem processos físico-químicos de floculação e/ou precipitação, eletrólise e cristalização. Entretanto, tais métodos apresentam altos custos, são complexos e possuem baixa eficiência de remoção, trazendo limitações ao seu uso na remoção de metais pesados. (SILVA et al, 2014)

Tal processo é uma solução técnica e economicamente viável empregada na remoção de contaminantes no meio aquoso, sendo a sorção dos metais é realizada através da atividade química da biomassa ou do resíduo vegetal morto.

A biossorção pode ser considerada de "baixo-custo" se considerar as seguintes

condições: (I) abundância na natureza, (II) a exigência de menor ou nenhum tratamento, e (III)

(20)

20

sendo um desperdício material ou um subproduto de outras indústrias. O maior desafio sobre a técnica de biossorção, e saber qual o biossorvente mais adequado para cada tipo de metal tóxico presente, e também como melhorar o rendimento realizando uma combinação com outras técnicas físicas, químicas, ou biológicas (EL-SAYED e EL-SAYED, 2014).

Os mecanismos envolvidos no processo de biossorção diferem quantitativa e qualitativamente de acordo com as espécies utilizadas, a origem da biomassa e seu processamento. Tais mecanismos compreendem: complexação, (formação de um complexo a partir da associação de duas espécies); coordenação (ligação de um átomo central de um complexo com outros átomos por ligação covalente); quelação, (complexos formados por um composto orgânico são unidos ao metal por pelo menos dois sítios); troca iônica, (formação de espécies moleculares através do intercâmbio de íons); adsorção (sorção através da superfície do tecido orgânico); precipitação inorgânica (alteração no meio aquoso levando a uma precipitação do despejo). (SILVA et al, 2014)

2.4 Fatores de Eficácia na biossorção

O desempenho da sorção de um metal por meio de um biossorvente depende de vários fatores. A presença de outros íons (que poderiam competir pelos sítios de ligação), a área superficial, as propriedades do adsorvente e do adsorvato, temperatura do sistema, o pH, a concentração do metal e as condições da biomassa (viva ou morta, quantidade, tamanho, pré- tratamentos) podem afetar a capacidade de sorção. (SILVA et al, 2014)

Com relação à área superficial, a biossorção atua proporcionalmente à mesma, quanto maior a sua largura e menor a sua profundidade, mais eficaz será o processo, já que é um fenômeno de superficie. (Sekar M. et al, 2004)

Quanto as propriedades do adsorvente: A natureza físico-química do adsorvente é fator determinante, já que a capacidade e a velocidade de adsorção dependem da área superficial específica, porosidade, volume específico de poros, distribuição do tamanho de poros, dos grupos funcionais presentes na superfície do adsorvente e da natureza do material precursor (BARROS, 2001)

Propriedades do Adsorvato: De acordo com Domingues (2005) o tamanho da

molécula é sempre importante quando a velocidade de adsorção é dependente do transporte

intra-particular. Outra característica de forte influência é a polaridade do adsorvato, já que um

(21)

21

soluto polar terá mais afinidade para o solvente ou para o adsorvente, conforme a polaridade.

Temperatura: A biossorção não é necessariamente uma reação exotérmica como outras reações de adsorção física. A faixa de temperatura para a biossorção é relativamente estreita, normalmente situada entre 10 e 70 °C e é função do tipo de biossorvente utilizado. Os estudos realizados demonstrado que na faixa de 5 a 35 °C a temperatura exerce pouco efeito sobre a biossorção em meio aquoso. (SILVA et al, 2014)

O valor do pH da solução é um dos fatores mais importantes na biossorção, sendo o que mais afeta em sua eficácia, segundo Kuyucak N, Volesky B. (1989) a sorção aumenta com o aumento do valor de pH, devido ao aumento da densidade de carga negativa na solução, gerando sítios ativos para interação como metal pesado.

Assim como o valor do pH, a concentração do metal participante do processo de sorção, tendo como base Sandau E, Sandau P, Pulz O e Zimmermann M (1996) a capacidade de biossorção é inversamente proporcional à sua eficiência, com o aumento da concentração metálica. É necessário que exista um equilíbrio de concentrações tanto do metal quanto da biomassa para que se atinja a capacidade máxima de remoção metálica.

Condições de Biomassa: As maiores capacidades de biossorção de cádmio, cobre, níquel, chumbo e zinco, com algas marinhas do tipo Sargassum fluitns e Ascophylum nodosum, com o aumento do tamanho da particula biossorvente. Este comportamento pode indicar uma possível destruição dos sítios pelo método utilizado na redução do tamanho da partícula biossorvente. (LEUSCH A. et al. 1995)

Isotermas de Biossorção: De acordo com Silva (2010) a biossorção pode ser avaliada quantitativamente através das isotermas de adsorção. Elas expressam a relação entre a quantidade do metal que é sorvido por unidade de massa do biossorvente e a concentração do metal em solução no equilíbrio a uma determinada temperatura. O equilíbrio é estabelecido através do contato entre a solução carregada com os metais e o biossorvente, a uma temperatura constante. (SILVA et al, 2014)

Cinética de Biossorção: Os estudos de cinética constituem o primeiro passo para

compreender o processo de biossorção. Ela descreve a velocidade de remoção do metal da

solução, que por sua vez controla o tempo de residência para acumulação do metal na interface

sólido-líquido. Dessa forma é possível prever a velocidade com que o poluente é removido da

solução aquosa para desenvolver sistemas de tratamento adequado. Além disso, o estudo da

cinética de biossorção fornece informações sobre os mecanismos da reação de biossorção (HO

Y e MCKAY G, 1999)

(22)

22

Reatores: Os reatores são equipamentos nos quais ocorrem reações químicas sob condições controladas, no qual o seu objetivo é a obtenção de um ou mais produtos de interesse.

Os reatores podem ser classificados de acordo com o seu modo de operação, em que pode ser de forma continua ou descontinua. (SANTOS e VASCONCELOS, 2002)

2.5 SULFATO

O sulfato de sódio não é considerado um poluente tóxico, mas altas concentrações resultam na corrosão do aço e do concreto, bem como aumentam a salinidade de solo e água (Guimarães e Leão, 2014). Porém alguns outros sulfatos, como o de cobre, pode ser altamente prejudicial se ingerido via oral ou respiratória em excesso.

Dependendo de outros parâmetros, 30-419 mg / L de sulfato pode alterar o sabor da água. Além disso, foi relatado que comer 7-8 g de sulfato de sódio e sulfato de magnésio pode causar catarse no homem adulto. Concentrações de sulfato de 1000-1500 mg / L podem ter efeitos laxativos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2004).

Restrições para despejo de sulfato estão se tornando mais dificeis (Jacobs e Testa, 2014) e vários regulamentos foram definidos para concentração de sulfato em água (Tabela 1). As concentrações de sulfato nas águas em minas de exploração variam de centenas a milhares de mg / L (Tolonen et al., 2015).

Produzido pela oxidação do sulfeto, resultante da exposição desses minerais ao ar e à

água (Stumm e Morgan, 2009). Estas concentrações de sulfato nas águas das minas em

funcionamento ou abandonadas são um grande desafio para a indústria de mineração

(Wolkersdorfer et al, 2015), com mais de 70% das minas do mundo a serem geridas com

relação às concentrações de sulfato (Jacobs e Testa, 2014).

(23)

23

Tabela 3: Varias Regulamentações para concentrações de sulfato em água

Organização mg/L

World Health Organization (WHO) 500

WHO e EPA (água potável) 250

Europa (água potável) 250

Europa (água subterrânea e descarga de efluentes)

1000

Agências de meio ambiente em países mineradores

250-500

Despejo de água na superfície – Chile 1000-2000 Despejo de água subterrânea – Chile 250-500

Irrigação – Chile 250

Uso de água geral e em minas – Austrália 1000

Água potável – EUA 250

EUA – Minas 10-500

Canadá – Minas 65-500

África do Sul – Minas 200-400

Brasil – Água potável 250

Fonte: Nariyan, E. et al, 2018.

2.5.1 – Sulfato de Cobre

O Sulfato de Cobre pentahidratado (CuSO

4

.5H

2

O),também conhecido por vitríolo azul, é o mais importante composto de cobre e é a forma no qual é mais encontrado. É geralmente utilizado para demonstrações de reações exotérmicas, na hidratação mineral. A forma pentahidratada, que é azul, é aquecida, transformando-se em anidro que é cinzento, enquanto a água que estava presente no pentahidratado evapora. Quando a água é adicionada ao anidro, este torna a forma pentahidratada, recuperando a coloração azul, conhecido como azul cúprico.

(ATIKINS e JONES, 2006)

(24)

24

Ele se decompõe antes de liquefazer, perdendo quatro águas de hidratação à 110 °C a 200 °C, graças ao rompimento das interações de Van der Walls. A 650 °C o sulfato de cobre(II) decompõe-se em óxido de cobre(II) (CuO) e trióxido de enxofre (SO

3

).

A forma anidra ocorre sob a forma de um mineral raro chamado de calcocianita, a forma hidratada ocorre na natureza como calcantita (pentahidratado). (ATIKINS e JONES, 2006)

A sua aplicação mais usual é como fungicida na mistura calda bordalesa (mistura de sulfato de cobre e leite de cal), usada no combate ao míldio das videiras. Para além de fungicida, o sulfato de cobre é também um bactericida e herbicida que se adiciona frequentemente à água para evitar o crescimento de microrganismos, nomeadamente algas e fungos. É ainda utilizado nas misturas para conservação de madeiras de construção, em tinturarias e como produto intermédio em várias indústrias. (farmacêuticas, têxteis, agroquímicas). (ATIKINS e JONES, 2006)

Abaixo segue as figuras da estrutura molecular e representação do CuSO

4

.H

2

O:

Figura 1: Estrutura molecular do sulfato de cobre pentahidratado

Fonte: Wikipedia (2019)

Figura 2: Representação de cobre pentahidratado

Fonte: Wikipedia (2019)

(25)

25

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 LOCALIZAÇÃO

O atual trabalho foi elaborado na cidade de Caraúbas-RN (Figura 3) no estado do Rio Grande do Norte, localizado na Mesorregião do Oeste Potiguar, no qual apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano – IDH médio de 0,638 (IDHM, 2010).

Geograficamente, apresenta área territorial de 1.095,803 km², densidade demográfica de 17,88 hab/km² e uma população estimada de 20.443 pessoas segundo os dados do IBGE consultados em janeiro, 2019. De clima quente e semiárido, com máxima de 32°C.

FIGURA 3: Caraúbas-RN em perspectiva vertical via satélite

.

Fonte: Google Earth (2018)

3.2 COLETA DE DADOS

A pesquisa foi dividida em três principais etapas: Embasamento téorico, coleta de

cascas de frutas e obtenção dos compostos sintéticos para simular efluentes, realização e análise

experimental da biossorção. Foram realizados ensaios localizados no Laboratório de Química

Geral da UFERSA – Caraúbas. Os materiais utilizados foram obtidos por meio da coleta das

cascas em parceria com o restaurante universitário de mesma localização, sendo conservados

e secos logo após, evitando degradação e desuso do material orgânico obtido. O sulfato de

cobre (II) foi fornecido pela instituição de ensino superior.

(26)

26

3.3 PARÂMETROS ANALISADOS

Os parâmetros analizados para realização da biossorção foram: propriedades do biossorvente, temperatura (utilizou-se uma faixa de temperatura estrita de 10 a 70ºC como relata os fatores de eficácia citados), pH, concentração do metal, condições da biomassa, isotermas e cinética de biossorção, seguindo estritamente os fatores citados anteriormente para uma realização de elevada eficácia.

3.4 PREPARO DAS AMOSTRAS

Os biossorventes utilizados foram as cascas de laranja e maracujá. A biomassa foi seca durante 72h em estufa à 60°C, sendo posteriormente moída em liquidificador industrial 15L Inox Spolu 1500W Basculante e peneirada em série para determinação do diâmetro médio dos grãos. As soluções utilizadas que resultaram em efluentes sintéticos foram preparadas a partir da dissolução do composto sulfato de cobre em água deionizada, na concentração de 1g/L. A quantificação das concentrações foi realizada através da ABNT NBR 15900-7:2009: Análise química – Determinação de sulfato solúvel em água. A figura 4 a seguir representa a preparação dos efluentes antes de serem agitados magneticamente, seguido de um fluxograma em resumo ao que foi realizado em laboratório (Figura 5):

FIGURA 4: Preparação do efluente sintético junto à casca das frutas

Fonte: Autoria própria (2019)

(27)

27

Figura 5: Fluxograma de preparo experimental

3.5 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS

Neste trabalho foi utilizado apenas um composto de boa relação custo-benefício, sulfato de cobre, composto comumente encontrado proveniente de usos que variam de herbicidas à processamento de couro e coloração de diversos tipos de materiais. Dois materiais biossorventes: Casca de laranja, e casca de maracujá. Água deionizada, equipamentos do laboratório de química (Becker, placas de petri, etc.), depósito de solução com superfície de 9 cm para reação de biossorção. As tabelas 5 e 6 apresentam todos os equipamentos e materiais utilizados e seus devidos fabricantes quando anexados a eles:

Tabela 5: Dos materiais específicos e seus devidos fabricantes

Agitador Magnético Quimis | Modelo Q261M23

Balança analítica Shimadzu | Modelo AUY220

Estufa SOLAB | Modelo SL102/630

Bomba de vácuo SOLAB | Modelo SL 60

Mufla Magnus

Funil de Buchner Chiarotti | em Porcelana

Chapa aquecedora Lucadema | Modelo LUCAM3-03

Fonte: Autoria Própria (2019)

(28)

28

Tabela 6: Dos reagentes específicos para biossorção e determinação de sulfato solúvel em água

Sulfato de Cobre (II) Penta-hidratado CuSO

4

. 5H

2

O Vermelho de metila 0,2% C

15

H

15

N

3

O

2

Ácido Clorídrico HCl (1:1)

Solução de cloreto de bário 10% BaCl

2

Fonte: Autoria Própria (2019)

3.6 PROCEDIMENTOS

Para determinar o teor de sulfato presente na solução foram sintetizadas amostras com efluentes agitadas em forma de duplicatas para prevenção de possíveis erros no decorrer da realização do experimento. Todos os experimentos foram feitos em béquer de 500 ml previamente misturados mecanicamente por um breve período de tempo para dissolução do sulfato de cobre em meio as cascas de frutas utilizando a água deionizada como solvente, utilizando concentração de 1g/L para as cascas em adição com o sulfato de cobre (II) na solução. Em seguida as amostras foram postas em agitador magnético a 500 rpm (Figura 5) por 24h, 48h e 72h respectivamente, com três experimentos para cada intervalo de tempo, sendo eles: Maracujá, Laranja, Maracujá e Laranja.

FIGURA 5: Amostra em agitador magnético

Fonte: Autoria própria (2019)

(29)

29

Após agitação no respectivo intervalo de tempo, a amostra foi filtrada a vácuo com o auxílio de uma bomba a vácuo, papel filtro e funil de Büchner (Figura 6) afim de retirar as cascas previamente colocadas juntamente com o que foi absorvido por elas, o intuito dessa separação é, através do fluido pós-agitado realizar análise química para determinar o teor de sulfato biossorvido.

FIGURA 6: Obtenção de solução biossorvida pós-agitada e peneirada

Fonte: Autoria Própria (2019)

Para se obter a amostra necessária para determinar o teor de sulfato de cobre

biossorvido, a solução pós-agitada e filtrada de cada experimento (Laranja, Maracujá, Laranja

e Maracujá) e seus respectivos intervalos de tempo foram transferidos em quantidade de 200

mL para um béquer de 500 mL adicionando duas gotas de vermelho-de-metila e HCl (1:1) até

(30)

30

viragem do indicador, obedecendo proporcionalmente o que é requisitado pela norma ABNT NBR em questão.

Com a viragem, as amostras passaram por aquecimento ate obter o ponto de ebulição, colocando em seguida 10 mL de solução quente de BaCl

2

em gotas contínuas para facilitar a formação dos cristais na parte inferior do béquer, mantendo a temperatura até aglomerar o precipitado. A chapa aquecedora foi mantida a 250 ºC durante o processo, apesar de não atingir o representado pelo visor digital mostrado na figura 7.

FIGURA 7: Chapa aquecedora, formação de cristais de BaCl2

Fonte: Autoria Própria (2019)

Passa-se por uma segunda filtragem afim de obter os cristais retidos no papel filtro, que são colocados posteriormente em um cadinho de porcelana previamente tarado (m

1

), queimando lentamente sem inflamar, passando por processo de calcinação por 1h (800 °C).

Para obter m

2

, foi esfriado em dessecador e pesado em seguida.

(31)

31

FIGURA 8: Cadinhos com amostras pós-calcinadas

Fonte: Autoria Própria (2019)

Os subtópicos de ensaio e cálculo presentes a seguir foram transcritos a partir da norma NBR 15900-7:2009 desenvolvida pela ABNT.

3.7 ENSAIO

- Homogeneizar a amostra e reservar para decantação por aproximadamente 1h

- Filtrar uma porção homogênea de amostra suficiente para os ensaios em sistema de filtração a vácuo.

- Homogeneizar a amostra e reservar para análise

- Transferir 200 mL (V

1

) de amostra previamente filtrada para um béquer de 400mL - Adicionar duas ou três gotas de solução de vermelho-de-metila (1g/L) e gotas de HCl (1:1) até a viragem do indicador

- Aquecer a ebulição e adicionar, gota a gota, 10 mL de solução quente de BaCl

2

(100g/L) para facilitar a formação dos cristais.

- Manter a ebulição por 30 min a 60 min (até aglomerar o precipitado) e deixar decantar em banho-maria.

- Filtrar em papel de filtração lenta e lavar o precipitado com água deionizada quente até ausência de cloretos.

- Para verificar ausência de cloretos, recolher aproximadamente 2ml do filtrado em um

tubo de ensaio, adicionar 2 gotas de HNO

3

concentrado e algumas gotas de solução AgNO

3

(32)

32

(8,5g/L). No caso da solução ficar turva, lavar mais algumas vezes o precipitado e repetir a verificação até obter uma solução límpida ou ligeiramente turva no teste de cloretos.

- Transferir o papel de filtro com o precipitado para um cadinho da porcelana previamente tarado (m

1

), secar e queimar lentamente sem infalamar, até desaparecer todo o carvão do papel. Calcinar em seguida a (800 ± 50) ºC por 1h. Esfriar em dessecador e pesar (m

2

)

3.7.1 CALCULO

O conteúdo de sulfatos é calculado através da equação (1):

𝑆𝑂

42−

=

(𝑚2−𝑚1)×0,4116× 106

𝑉

(1)

Onde:

𝑆𝑂

42−

é a concentração de sulfatos, expressa como 𝑆𝑂

42−

, expressa em miligramas por litro (mg/L);

𝑚

1

é a tara do cadinho, expressa em gramas (g);

𝑚

2

é a massa do resíduo mais cadinho, expressa em gramas (g);

0,4116 é o fator de conversão de sulfato de bário a íon sulfato (𝑆𝑂

42−

);

V é o volume de amostra, expresso em mililitros (mL);

10

6

é o fator de conversão de gramas por litro (g/L) para miligramas por litro (mg/L)

(33)

33

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CARACTERIZAÇÃO

As cascas de maracujá e laranja preparadas para os estudos de adsorção estão ilustradas na figura 9.

Figura 9: Cascas de laranja e maracujá para aplicação nos estudos de adsorção do CuSO4.H2O

Fonte: Autoria Própria (2019)

Após a secagem da biomassa notou-se um pouco de escurecimento delas comparado a sua forma pré-estufa na parte exterior. Elas apresentaram-se rígidas e com forte cheiro da fruta de origem. Após trituradas e peneiradas em 0,344 mm (Peneira de metal; uso doméstico), as cascas obtiveram morfologia favorável a aderência dos metais presentes na solução.

4.2 Análise de adsorção

Foi realizada a análise da cinética de adsorção a fim de se averiguar, para cada casca de fruta utilizada, quanto tempo em contato seria necessário para se obter uma melhor resposta do biossorvente.

Os resultados apresentados nas tabelas 7, 8, e 9 relacionam os valores de pesagem de

m

1

(massa do cadinho de porcelana), m

2

(massa do cadinho juntamente a amostra calcinada),

tempo de duração das amostras em duplicata e porcentagem de retenção do 𝑆𝑂

42−

.

(34)

34

Tabela 7: Análise de adsorção do sulfato de cobre (II) pela casca do maracujá.

Tempo (h) M

1

(g) M

2

(g) Retenção 𝑺𝑶

𝟒𝟐−

(%)

24 25,299 25,487 29,20

24 23,131 23,320 28,80

48 22,775 22,987 19,32

48 23,760 23,962 23,44

72 23,764 23,950 30,02

72 23,099 23,284 23,03*

*: Possível erro no desenvolvimento da amostra.

Fonte: Autoria Própria (2019)

Pode-se observar a partir da análise de retenção acima que há uma leve regresso de sulfato retido no que se diz ao intervalo de tempo de 48h, normalizando sua porcentagem a partir das 72h, não influenciando no aumento ou diminuição se comparado as primeiras 24h.

Dessa forma pode-se concluir que o tempo não melhora na adsorção do sulfato utilizando a casca de maracujá, já que o seu máximo foi atingido nas primeiras horas experimentais.

Tabela 8: Análise de adsorção do sulfato de cobre (II) pela casca da laranja.

Tempo (h) M

1

(g) M

2

(g) Retenção 𝑺𝑶

𝟒𝟐−

(%)

24 22,775 22,967 27,56

24 23,882 24,077 26,32

48 24,602 24,805 23,03

48 25,298 25,496 25,08

72 23,603 23,795 27,55

72 25,440 25,635 26,32

Fonte: Autoria Própria (2019)

Na casca de laranja, o teor de retenção se manteve constante em todos os experimentos

observados, havendo apenas uma pequena diminuição no intervalo de tempo de 48h (1-2%)

também obtendo sua máxima eficácia nas primeiras 24h, ou seja, o tempo de agitação não

influencia diretamente no teor de retenção da casca de laranja.

(35)

35

Tabela 9: Análise de adsorção do sulfato de cobre (II) pelas cascas da laranja e do maracujá.

Tempo (h) M

1

(g) M

2

(g) Retenção 𝑺𝑶

𝟒𝟐−

(%)

24 23,602 23,834 11,09*

24 23,759 23,956 25,50

48 24,194 24,391 25,50

48 23,603 23,792 28,79

72 25,298 25,493 26,32

72 24,110 24,302 27,56

*: Possível erro no desenvolvimento da amostra.

Fonte: Autoria Própria (2019)

Na utilização das cascas de maracujá e laranja unidas em solução juntamente ao sulfato de cobre, com concentração de 0,5g para 0,5L para cada tipo de casca, mantendo a proporção geral de 1g/L. Obteve-se uma breve melhora com relação ao tempo (2%) atingindo seu máximo de retenção às 72h de agitação, influenciando no teor retido pela junção das cascas.

Fonte: Autoria Própria (2019) 0

5 10 15 20 25 30 35

Maracujá Laranja Maracujá + Laranja

Gráfico 01 - Determinação de sulfato solúvel em água

24h 24h2 48h 48h2 72h 72h2

(36)

36

4.3 Comparativo a outros modelos de adsorção

Foi-se utilizado o modelo praticado por SILVA, Natália (2017), com utilização de bagaço de cana na adsorção de metais em soluções aquosas, utilizando de cinética de adsorção e modelos de pseudo-Primeira ordem e pseudo-Segunda ordem. Segue o gráfico de adsorção de diversos metais presentes no trabalho (Figura 12):

Figura 12: Gráfico comparativo de adsorção

Fonte: Silva (2017)

Pode-se observar que a proporção de ions de cobre adsorvido para 0,5g de bagaço de

cana foi de aproximadamente 15% enquanto que o realizado com as cascas de laranja e

maracujá ultrapassam os 25% de teor de retenção, sendo tanto viável quanto as outras fontes

de biossorção apesar do efluente ter características moleculares diferentes mesmo sendo

sintetizado a partir do cobre.

(37)

37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

• As cascas de laranja e maracujá sendo duas biomassas residuais abundantes tornam-se opções alternativas de baixo custo e que respeita o desenvolvimento sustentável ecoeficiente.

• O uso das cascas de laranja e maracujá como biossorventes reduz o impacto ambiental provocado nos locais onde é depositada em grande quantidade e pelos efluentes contaminados que podem ser tratados por este resíduo natural.

• Na remoção de sulfato de cobre, a casca de maracujá mostrou-se mais eficaz em curto intervalo de tempo, já a cooperação entre as duas cascas gerou uma biossorção mais estável independente do intervalo de tempo posto em teste, removendo em média de 25,5-28,8% do efluente sintetizado em laboratório.

• O processo utilizado, removeu uma boa porção do efluente sintético, mostrando- se eficaz com grandes perspectivas de aplicação, em um único estágio de equilíbrio de 24 horas utilizando uma relação de 5:0,005 (mL/g) removendo mais de 25% do CuSO

4

.5H

2

O.

• Trata-se de um processo inovador, além da matéria-prima apresentar baixo custo, ser natural, abundante e biodegradável, o mesmo pode servir como forma complementar de remoção de poluentes.

• Apesar de não obter total remoção do efluente sintético, esse tipo de operação pode ser usada como processo de remoção complementar.

• O objetivo do presente trabalho foi cumprido.

(38)

38

6. REFERÊNCIAS

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