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A MÚSICA COMO TERAPIA COMPLEMENTAR

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Academic year: 2022

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C A D E R N O D E P U B L I C A Ç Õ E S A C A D Ê M I C A S 76

Resumo: Por acreditar que a música tem função importante na restauração do equilíbrio físico, psi- cológico e espiritual, e sendo a enfermagem considerada ciência humanitária por muitos estudiosos, preocupada com o estudo da natureza e do rumo do desenvolvimento humano, assumindo caráter holístico, é que desenvolvemos uma pesquisa exploratória e descritiva, favorecendo uma assistência de enfermagem humanizada, frente ao comportamento, muitas vezes solitário de idosos asilares tendo a música como terapia complementar, no que se refere a evidenciar seus benefícios no bem estar dessas pessoas e, por conseguinte, elevar suas condições de saúde. A pesquisa foi desenvolvida por alunos do Curso Técnico de Enfermagem do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, sendo realizada de novembro de 2005 a maio de 2006, com 60 idosos de uma instituição fi lantrópica do município de Florianópolis/SC. Evidenciamos por meio de fi lmagens, fotos e entrevistas, os benefícios da música como terapia complementar que atua no bem estar dos idosos, melhorando suas condições de saúde, frente ao comportamento, muitas vezes solitário em que se encontram. Esperamos assim elevar a prática do cuidado, papel fundamental da enfermagem.

Palavras Chave: enfermagem, música, cuidado de enfermagem, idosos asilares

1 Introdução

No decorrer dos séculos, a música foi e tem sido motivo de discussões entre artistas, terapeutas e outros estudiosos do gênero. Sua infl uência na vida social, intelectual, afetiva, na promoção e recupe- ração da saúde do ser humano tem sido objeto de estudo de muitos teóricos. Dentre eles, Nick (1987) que acredita na infl uência da música como terapia complementar, preventiva e recuperadora, propor- cionando recurso auto-expressivo, no que se refere à harmonia do corpo e da mente.

Para Berger (1996), a música é uma rica linguagem de comunicação universal, possibilitando ao ser humano a demonstração de sentimentos, facilitando o controle e manejo de dor, no auxilio à percepção e ao ritmo motor, sendo utilizada em casos de defi ciência física, acidente vascular cerebral, traumatismo craniano, paralisia cerebral, parkinson, alzheimer, doenças terminais ou simplesmente na ausência de enfermidades para contemplação da vida.

Atualmente, a música esta presente em todas as atividades da vida diária dos seres humanos, nas salas-de-espera dos consultórios médicos, clínicas e hospitais, nos supermercados, centros de lazer e outros. Ela já se incorporou principalmente ao cotidiano da vida do homem urbano. Por várias vezes utilizo a música em minha vida, e observo que há uma alto-estima elevada, e que tal situação é positiva para manter o organismo hígido. Tal constatação motivou averiguar os benefícios da música no com- portamento de idosos asilares que estão longe de familiares. Realizando ofi cinas de música e analisando a sua importância como prática terapêutica alternativa na assistência de enfermagem e posteriormente avaliando as fi lmagens, entrevistas, fotos e a participação espontânea dessas pessoas é que podemos analisar a aplicação da música no cuidado de enfermagem.

A enfermagem tem sido considerada uma ciência humanitária por muitos estudiosos, pois se preo- cupa com o estudo da natureza e do rumo do desenvolvimento humano, o que lhe confere um caráter holístico. Este estudo reveste-se de importância porque favorece uma assistência de enfermagem hu- manizada, contribuindo para o relacionamento terapêutico entre a equipe de enfermagem e a comu- nidade necessitada.

Giovani Cavalheiro Nogueira; Marsara de Oliveira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina - IF-SC Av. Mauro Ramos, 950, Florianópolis/SC. CEP 88020-300 E-mail: giovani@ifsc.edu.br

A MÚSICA COMO TERAPIA COMPLEMENTAR

N O C U I D A D O D E E N F E R M A G E M

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77 A M Ú S I C A C O M O T E R A P I A C O M P L E M E N T A R N O C U I D A D O D E E N F E R M A G E M

2 Revisão de literatura

Ao longo da história das civilizações a música sempre esteve presente, seja como manifestação de alegria, prazer ou em rituais de cura. Nossos antepassados acreditavam que as doenças eram manifesta- ções de maus espíritos e de revolta dos deuses, que puniam os desobedientes (COSTA, 1989).

Duram (1993), destaca que na Grécia antiga, os ensinamentos de Hipócrates, precursor da medici- na ocidental e conhecedor da natureza humana, pregavam ser a doença psicossomática e a desarmonia do organismo do homem curada com o auxilio da música, pois a harmonia do som trazia equilíbrio e levava o indivíduo ao êxtase, fazendo com que este esquecesse seus problemas.

Já nos escritos do período medieval encontram-se poucos relatos da utilização da música como terapia, talvez porque a igreja católica tenha reprimido e monopolizado todo conhecimento da época, principalmente o da medicina, atrasando a evolução da ciência por séculos.

Segundo Zimmerman (1996), no renascimento, as práticas médicas voltaram a ter um maior desen- volvimento e a música passou a ser utilizada com maior freqüência nos tratamentos de doenças como a melancolia. Para o mesmo autor, no século XIX, houve certo esquecimento da música como recurso terapêutico. Porém no inicio do século XX, a música voltou a ser utilizada e o primeiro país a usá-la foram os Estados Unidos, com indivíduos portadores de traumas pós-guerra. A Argentina também a utilizou com portadores de Poliomielite que apresentavam depressão, vítimas de uma grande epidemia que ocorreu no país, naquela época.

A música tem infl uência no comportamento dos seres humanos, e em especial, daqueles com dis- túrbios imunológicos. Partindo deste pressuposto, surgiu o interesse para desenvolver uma pesquisa na área assistencial de enfermagem, frente ao comportamento de idosos asilares, tendo a música como terapia complementar, no que se refere a evidenciar seus benefícios no bem estar destas pessoas e, por conseguinte, elevar suas condições de saúde.

3 Metodologia e objetivos

Motivados por essas concepções e curiosos por saber da infl uência da música na assistência de en- fermagem como prática terapêutica complementar, preventiva e recuperadora, é que realizamos este estudo para a qualifi cação profi ssional de nível médio em Técnico de Enfermagem, que se constitui de uma pesquisa exploratória e descritiva, de natureza qualitativa. A modalidade qualitativa visa a com- preensão e a descrição das coisas e não as explicações dos fenômenos. Isto permitiu compreender a situação vivida pelos observados na análise da infl uência que a música exerce na manutenção da saúde, como prática assistencial de enfermagem.

4 Conclusões

A música tem o poder de trazer conforto, esse transforma as pessoas em felicidade, que por sua vez atua no sistema imunológico, permitindo a recuperação e a manutenção da saúde. Torna-se evidente a necessidade de transformar a prática do cuidado em enfermagem em uma vivência diferenciada, comprometida coma a natureza humana, buscando novos paradigmas para seus profi ssionais e, conse- qüentemente, intervindo de forma signifi cativa na condição de saúde das pessoas.

5 Referências

Berger, L. Sensibilidade a Serviço da Qualidade, Educação Holística Inclui Música. Ver ser humano, V. 30, nº 106, P. 19, 1996.

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Bontempo, M. Medicina Natural. São Paulo: nova cultura, 1992.

Costa, C. M. O Despertar Para o Outro – Musicoterapia. São Paulo: Summus, 1989.

Duran, W. A Filosofi a de Platão. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1993.

Nick, E. Musicoterapia, Estudos Preliminares de uma Nova Técnica Musicoterápica para Pacientes Esqui- zofrênicos. Jbras Psiquiatria, v. 36, n. 3, p. 186-187, 1987.

Zimmerman, N. A Música Através dos Tempos. São Paulo: Paulinas, 1996.

Responsabilidade de autoria

As informações contidas neste artigo são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões nele emitidas não representam, necessariamente, pontos de vista da Instituição.

Referências

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