MÓDULO 01 – GENÉTICA AULA 01 – INTRODUÇÃO À GENÉTICA
Nesta aula abordaremos os principais conceitos em genética. Essa matéria é um terror para muitos estudantes, isso porque ela possui diversos conceitos e muitos deles possuem variações. Além disso, grande parte das questões envolvem uma elaborada interpretação, aliada ao entendimento aprimorado do que significa cada uma das expressões usadas. O intuito dessa aula é esclarecê-los. Caso tenha alguma dúvida, voltem sempre aqui... Vamos lá!
O que é a genética?
É a ciência que estuda a hereditariedade: os genes e sua transmissão.
- Hereditariedade: características passadas aos descendentes pela reprodução.
- Cromossomo: é uma molécula de DNA condensada, contém muitos genes.
- Gene – sequência de nucleotídeos que guarda informação para a produção de uma proteína (Mendel
chamava de fator).
- Nucleotídeos: é o monômero do DNA ou RNA (a união de nucleotídeos que formam o DNA - rever aula de ácidos nucléicos).
- Locus gênico – é a localização de um gene no cromossomo.
- Alelos – é a “letra”, cada gene pode ter diferentes formas, cada forma é o alelo (A ou a, por exemplo).
- Genes alelos – estão no mesmo lócus gênico dos cromossomos homólogos e, portanto são responsáveis pelo mesmo caráter biológico. Podem ser diferentes.
- Cromossomos homólogos: são cromossomos que possuem o mesmo conjunto de genes. Eles ficam alinhados (pareados) durante a meiose.
- Gene letal: é a combinação de alelos que quando presente mata o indivíduo, geralmente antes de nascer.
- Alelos múltiplos (polialelia): quando existem três ou mais alelos para um mesmo lócus (ex. sistema ABO, existem 3 alelos A, B ou i).
- Genoma – conjunto de todos os genes em uma espécie (portanto, todos os cromossomos).
- Endogamia: cruzamento entre indivíduos muito aparentados.
- Ploidia: indica a composição cromossômica de uma célula, exemplo: haplóides (um conjunto de
cromossomos, “n”), diplóides (dois conjuntos de cada cromossomo, “2n”), triplóides (3n), tetraplóides
(4n) etc.
- Genótipo: conjunto de genes de um indivíduo (representado pelas letras – AA, Aa, aa).
- Fenótipo: é a característica expressada (visível ou detectável) por um gene. Pode sofrer influência do ambiente (ex. altura, cor do olho, cabelo...). Podemos aplicar uma fórmula simples – Fenótipo = Genótipo + Ambiente.
- Pleiotropia: é quando um gene é responsável por mais de uma característica. Imagine um gene “x”
responsável pela altura e ao mesmo tempo pela cor do olho (exemplo hipotético).
- Homozigoto (homozigose): os alelos são iguais, representados por AA (homozigoto dominante) ou aa (homozigoto recessivo).
- Heterozigoto (heterozigose): os alelos são diferentes, representados por Aa.
- híbridos: são os heterozigotos (Aa).
- Cariótipo: representação dos cromossomos de uma célula, organizados.
- Cromossomos sexuais: são os cromossomos responsáveis pela determinação do sexo de um indivíduo (em nossa espécie o X e o Y).
- Cruzamento-teste: são cruzamentos feitos para saber o genótipo de um indivíduo, portanto deve ser feito com outro indivíduo de genótipo conhecido e homozigoto recessivo.
- Dominância completa: quando um alelo expressa e impede a expressão de outro. Ele é expresso em homozigose (AA) ou heterozigose (Aa).
- Dominante: é o alelo que domina, representado pela letra maiúscula (A). Se expressa em heterozigose
Aa ou em homozigose dominante AA.
- Recessivo: é um alelo que só se expressa em homozigose (aa). Quando esse alelo está presente em heterozigose (Aa) ele não se expressa.
- Codominância: quando dois alelos se expressam, nenhum domina.
- Dominância incompleta ou dominância intermediária: os indivíduos heterozigotos (Aa) possuem o fenótipo intermediário, ou seja, diferente dos homozigotos dominantes (AA) e recessivos (aa).
- Heredograma: é uma representação gráfica mostrando o parentesco entre pessoas.
- Herança autossômica: é relacionada a um gene autossômico, ou seja, qualquer cromossomos que não seja sexual.
- Herança ligada ao sexo: é um gene que está no cromossomo sexual (X ou Y).
- Herança holândrica: relacionada ao cromossomo Y, portanto se manifesta apenas no homem.
- Epigenética: características de organismos que se modificam e podem ser passadas adiante sem envolver alteração na sequência de bases nitrogenadas do DNA.
- Síndrome: sinais e sintomas observáveis sobre processos patológicos.
- Epistasia: genes inibem a ação de outros genes não alelos.
- Polimeria: vários pares de genes determinam uma característica.
- Congênito: presente desde o nascimento (ou antes).
- Código genético: relação entre a sequência de bases nitrogenadas e o aminoácido correspondente,
formando assim a proteína. É universal.
- Gerações: em genética são a relação entre os genitores e os descendentes. Chamamos de parental (P) os
“primeiros” a serem cruzados, F1 seus descendentes e F2 os descendentes do cruzamento entre os F1.
- Cromatina sexual (corpúsculo de Barr): presente nas mulheres é o cromossomo X desativado.
Perceba que a mulher é XX, um deles deve ser inativado. Processo ocorre aleatoriamente.
Percebam que existem muitos conceitos, eles poderão ser abordados durante as próximas aulas e em exercícios. Abaixo deixarei um espaço para você anotar outros conceitos que você quiser.
AULA 02 – LEI DA SEGREGAÇÃO DOS FATORES (PRIMEIRA LEI DE MENDEL)
- O pioneiro nessa ciência foi o famoso Gregor Mendel. Ele fez uma charmosa pesquisa com ervilhas.
- Mendel estudou os “fatores” (hoje chamamos de genes) combinados na fecundação, como agentes da hereditariedade.
- Estudou diferentes características das ervilhas (espécie Pisum sativum).
- Para que os resultados ficassem cl aros, Mendel escolheu sete características das ervilhas de fácil
identificação:
Mas porque ele usou ervilhas?
Usar ervilhas foi fundamental, porque elas apresentam características que facilitam muito o tipo de estudo que ele realizou, veja: fácil cultivo, ciclo de vida curto, alto índice de fertilidade, características facilmente identificáveis (e diferentes), flores fechadas (o que impede a polinização cruzada naturalmente), facilidade de realizar polinização artificial.
- Como elas não faziam a muito tempo polinização cruzada, cada uma das diferentes linhagens eram chamadas de puras (em altofecundação sempre nasciam plantas com mesma característica).
- Para fazer a fecundação cruzada, Mendel utilizando um pincel, tirava de uma planta o estame (parte masculina) e transferia o pólen para uma planta diferente, assim ele ia testando as combinações.
- Plantas que nasciam a partir do cruzamento entre duas com fenótipos diferentes eram chamadas de híbridas, pelo Mendel.
O EXPERIMENTO
- Vamos usar as cores das ervilhas.
- Mendel cruzou ervilhas verdes e amarelas (P).
- Os descendentes nasceram todos amarelos (F1).
- Ao cruzar os indivíduos de F1, voltaram a surgir ervilhas verdes (em F2), na proporção de 25%.
Conclusão: algumas características estariam encobertas na F1, mas voltam a aparecer em F2. O que estaria encoberto ele chamou de característica recessiva. O que se manifestava em F1, dominante. Logo, cada planta teria dois fatores, mas na formação de gametas apenas um deles seria selecionado, isso é de forma aleatória. E de forma aleatória, a fecundação une novamente esses fatores.
- A partir dessa conclusão, Mendel foi para a matemática e conseguiu explicar como isso ocorria.
ASSISTA A AULA E COPIE AQUI
- Mendel não conhecia os genes (não havia sido descoberto ainda), mas chamava eles de fatores. Eles são representados por letras.
- Recessivo é representado por letra minúscula.
- Dominante é representado por letra maiúscula.
- Cada característica hereditária é formada por dois fatores.
- Cada fator é herdado dos pais, um do pai, outro da mãe.
- Cada fator se separa (ele usou a palavra segregam-se) na formação dos gametas.
- Cada gameta recebe aleatoriamente apenas um fator de cada característica.
- Um indivíduo híbrido para uma característica, produz gametas de dois tipos, mesmo tendo apenas uma das características evidente.
Perceba que ocorre a separação dos fatores hereditários na formação dos gametas. Esse principio ficou conhecido como lei da segregação dos fatores ou primeira lei de Mendel, sendo explicada com a seguinte frase:
Os fatores (genes) que condicionam uma característica segregam-se (separam-se) na formação dos gametas. De modo que o pai doa um fator e a mãe doa outro para seus descendentes.
APLICAÇÃO DA PRIMEIRA LEI DE MENDEL
- Podemos calcular a proporção entre fenótipo e genótipo a partir de um cruzamento.
- A forma mais prática é usar o diagrama de Punnet.
Siga o exemplo da aula, anote aqui
Retrocruzamento: é o cruzamento de indivíduos na F1, quando seus progenitores (P) eram homozigotos.
Cruzamento teste: é uma forma de descobrir o genótipo de indivíduos. Para isso é feito um cruzamento de um indivíduo com fenótipo dominante (A_), com outro de fenótipo recessivo (aa). Se de um número grande de descendentes todos apresentaram fenótipo dominante, significa que o indivíduo testado é AA, caso tenham indivíduos com fenótipo recessivo, ela é Aa.
Ou seja, existem duas possibilidades se o indivíduo possui característica dominante, ou ele é AA, ou é Aa.
Acompanhe o cruzamento na aula.
AULA 03 – GENÓTIPO E FENÓTIPO.
São termos importantes na genética.
- O genótipo é a constituição genética do indivíduo, representada pelas letras AA, Aa, aa. É importante você saber: ele não varia ao longo de sua vida (a não ser que tenha alguma mutação).
- O fenótipo são as características morfológicas, fisiológicas ou comportamentais do indivíduo. Tudo que pode ser observado, por exemplo: altura, cor, cabelo, proteínas no sangue, cor do olho, a felicidade ou tristeza... Tudo que é manifestado! Como nosso corpo responde aos estímulos do ambiente, podemos resumir o fenótipo com uma fórmula:
FENÓTIPO = GENÓTIPO + AMBIENTE
- Acompanhe o exemplo da aula: os gêmeos idênticos.
- Um belo exemplo é o coelho da variedade Himalaia. A temperatura fria faz os pelos crescerem pretos.
Se raspar os pelos das costas dele e colocar uma bolsa gelada, nascerão pelos escuros.
- Nas extremidades do corpo deles, nascem pelos escuros, pois geralmente é um local mais gelado.
Coelhos Himalaia que vivem em ambientes quentes são completamente brancos.
- Se um exercício te pede a proporção genotípica, você da a resposta de acordo com as letras AA, Aa ou aa.
- Se o exercício te pede a proporção fenotípica, você da a resposta de acordo com as características observáveis.
AULA 04 – VARIAÇÕES DA PRIMEIRA LEI DE MENDEL
Alguns exercícios podem cobrar essas variações, é importante você estar preparado.
Dominância incompleta ou herança intermediária
- Como o nome sugere, nessa herança não existe um alelo dominando o outro. Portanto um indivíduo heterozigoto (híbrido) expressa um fenótipo intermediário entre a característica herdada dos genitores. O principal exemplo é o da planta Mirabilis sp. Genitores com flores brancas e vermelhas geram indivíduos rosa (Aa). Se fizer o retrocruzamente, aparecem os três fenótipos na proporção 1:2:1.
P
F1
F2
Codominância
Também não existe dominância entre os alelos, a diferença é que aqui os dois se manifestam, ao invés de um fenótipo intermediário. Um dos principais exemplos é o gado da raça Shorthorn: quando um de pelagem avermelhada (VV) cruza com outro de pelagem branca (BB), o descendente terá a pelagem mesclada (VB).
Alelos Letais
São genes que causam a morte do indivíduo antes do nascimento ou no inicio da vida. Um bom exemplo
é a pelagem em ratos: pode ser amarela (Y) ou cinza (y), no cruzamento entre amarelos heterozigotos a
proporção fenotípica é 2:1 e não 3:1 como observado normalmente na primeira lei de Mendel. A
conclusão é que os ratos amarelos homozigotos (YY) morriam ainda no desenvolvimento embrionário.
- Em nossa espécie a anemia falciforme em homozigose é letal.
- Te liga que os alelos letais podem ser dominantes ou recessivos.
Polialelia ou alelos múltiplos
- É quando existe três ou mais alelos diferentes para o mesmo lócus gênico. Em outras palavras existem uma variedade maior de características condicionadas por um gene. Por exemplo a pelagem dos coelhos.
- Cada uma dessas cores é determinada por uma combinação diferente entre os alelos.
- Perceba a ordem de dominância: Cc
chc
hc
- Na hora de fazer o cruzamento, basta você seguir as regras e depois comparar o fenótipo do quadro, com o genótipo encontrado.
Pleiotropia
- É quando um gene condiciona mais de uma característica fenotípica. Em nossa espécie, um exemplo é o gene que causa a síndrome de Marfan, as pessoas que possuem esse gene sofrem as seguintes alterações:
aracnodactilia (dedos longos, finos e curvos), acompanhado de certas anomalias ósseas e má formação
nos olhos, coração e pulmões. Veja que é um gene influenciando mais de uma característica.
AULA 05 – HERANÇA RELACIONADA AO SEXO
- A maioria das espécies possui determinação sexual relacionada aos genes. Os genes que determinam o sexo do indivíduo estão situados em cromossomos especiais chamados de cromossomos sexuais (ou ainda, heterossomos, heterocromossomos ou alossomos). Os outros cromossomos são chamados de autossomos.
- Algumas espécies, porém, como tartarugas e outros répteis, possuem a determinação sexual influenciada pela temperatura. Ovos de tartarugas mantidos em temperaturas altas dão origem a fêmeas, em temperatura baixa, machos.
- A nossa espécie possui o sistema XY de determinação sexual. Os cromossomos sexuais são, portanto, X e Y. Os outros 44 são autossomos.
- O sexo masculino é XY (heterogamético), o sexo feminino é XX (homogamético).
- Como a mulher é XX, produz apenas óvulos contendo o cromossomo X.
- O homem é XY, portanto pode produzir espermatozóides X ou Y. Veja que quem determina o sexo do bebê é o homem.
COPIE AQUI O ESQUEMA FEITO EM AULA
- O XY ocorre também nos outros mamíferos e em alguns insetos (no final da aula estudaremos outros sistemas de determinação sexual).
HERANÇA SEXUAL
- Os cromossomos sexuais X e Y possuem uma parte homologa e outra não.
- A porção homóloga dos cromossomos carrega genes iguais, as não homólogas, genes diferentes.
- A porção que faz o pareamento na meiose é a homóloga, os genes aqui presentes agem como autossômicos.
- A herança sexual está relacionada aos genes situados nas regiões não homólogas dos cromossomos.
- Em um heredograma, para identificar que uma herança é sexual devemos contar a quantidade de afetados do sexo masculino e feminino, caso exista prevalência de um dos sexos, é provável que seja uma herança sexual. Aí deve ser feita uma leitura mais detalhada do heredograma para confirmar.
Herança ligada ao cromossomo sexual (X)
- É uma herança localizada na região não homóloga do cromossomo sexual (X).
- Mulheres possuem dois alelos (XX) os homens apenas um (XY, podendo ser chamado de hemizigótico).
- Perceba que mulheres podem ser X
AX
A, X
AX
a, X
aX
a, enquanto homens apenas X
AY ou X
aY.
- Nesse caso a chance dos homens herdarem o alelo com determinada condição é mais fácil, pois ele precisa de apenas um X.
Herança RECESSIVA ligada ao cromossomos sexual X.
- As mulheres precisam ter os dois alelos para manifestar a condição (X
aX
a).
- Os homens apenas um (X
aY), por isso é mais frequente em homens.
Exemplos que você tem que saber:
1 – Daltonismo.
- São alterações nas células fotorreceptoras que dificulta a diferenciação de algumas cores, faça o teste abaixo:
- Existe mais de um tipo de daltonismo (diferentes cores).
- Veja os genótipos e fenótipos possíveis:
- Filhas de um pai afetado serão sempre portadoras, pois certamente herdam o X
ddo pai.
- Nenhum filho homem de pai afetado recebe o X
ddo pai, pois recebe o Y.
Copie ao lado o heredograma que representa a herança de daltonismo em uma família:
2 – Hemofilia.
- Causa a deficiência em fatores responsáveis pela coagulação do sangue. Um pequeno ferimento pode levar a uma profunda hemorragia.
3 – Distrofia muscular de Duchenne.
- Ocorre em homens. Como a condição impede a reprodução do indivíduo não tem a possibilidade da mulher ter essa doença (exceto por mutações pontuais).
- Perceba que a mulher pode ser portadora, caso tenha recebido o alelo de sua mãe, também portadora.
* Como homens afetados raramente
chegam a fase adulta com capacidade
reprodutiva, por isso é quase
impossível mulher possuir essa
doença.
Herança DOMINANTE ligada ao cromossomos sexual X.
- As mulheres costumam ser mais afetadas, pois basta estar presente em apenas um cromossomos X.
- Todas as filhas de homens afetados possuem a doença, pois eles doam o X afetado para elas.
- Tente completar o heredograma a baixo:
Herança RESTRITA ligada ao cromossomo sexual Y (GENES HOLÂNDRICOS).
- Esses genes estão ligados na região não homóloga ao cromossomo Y, portanto é exclusiva de homens.
- O pai afetado sempre passa o Y com alelo afetado para o filho homem. Note que todos os descendentes
homens de um pai afetado terão esse alelo afetado (é o bizu para identificar essa condição).
- Como exemplo tem o gene holândrico SRY, que possui papel fundamental na formação dos testículos e produção de testosterona.
Herança INFLUENCIADA pelo sexo
- Alguns genes situados em cromossomos autossômicos expressam diferentemente entre homens e mulheres. Isso devido a diferença de hormônios sexuais. Por isso dizemos que é uma herança influenciada pelo sexo.
O exemplo clássico é a calvície.
- Para o homem ser calvo basta ser heterozigoto, a mulher para ser calva deve ser homozigota dominante para a característica. Veja que é a testosterona influenciando a queda do cabelo.
Para finalizar, vamos estudar outros sistemas de determinação do sexo.
SISTEMA X0
- Presente em gafanhotos e outros insetos.
- A fêmea possui dois cromossomos X, o macho apenas um.
- O macho pode produzir gametas com X ou gametas sem X (0).
SISTEMA ZW
- Ocorre em aves, mariposas e borboletas.
- A fêmea que possui o sexo heterogamético, ou seja, cromossomos sexuais (Z e W).
- O macho possui o cromossomo Z em dose dupla (ZZ).
- Perceba que são as fêmeas que determinam o sexo, pois podem formar gametas com Z ou com W.
HAPLODIPLOIDIA
- Ocorre em abelhas e outros insetos.
- O sexo é determinado pela ploidia, ou seja, pelo quantidade de conjuntos cromossômicos que o indivíduo apresenta.
- Nas abelhas os óvulos fecundados tornam-se diplóide e formam as fêmeas, que vão virar operárias ou rainha dependendo da alimentação, são 2n.
- Os óvulos não fecundados se desenvolvem por partenogênese e formam os machos, que são haplóides (n).
AULA 06 – GRUPOS SANGUÍNEOS
SISTEMA ABO
- A diferença entre os grupos sanguíneos no sistema ABO está relacionado a presença de duas proteínas nas hemácias: A e B.
- As proteínas A e B são chamadas de aglutinogênios.
- Quem possui o sangue do tipo A, não possui a proteína do tipo B, portanto produz anticorpos (aglutinina) Anti-B. A aglutinina está no plasma sanguíneo. O contrário ocorre com o sangue do tipo B.
- O sangue do tipo O não possui essas proteínas (A e B), portanto produz aglutinina anti-A e Anti-B
- O doador universal é o sangue do tipo O, pois ele não possui proteínas A e B nas hemácias, portanto não é estranho a nenhum tipo sanguíneo.
- O receptor universal é o AB, pois ele possui as duas proteínas, A e B, e assim não estranha nenhum tipo sanguíneo.
- Veja a ordem de dominância dos alelos dos grupos sanguíneos: I A = I B > i
- A proteína A é codominante a proteína B. Ambas dominam o “i”.
- Copie no espaço abaixo os exemplos de cruzamento sanguíneos feitos na aula do prof. Samuel Cunha
Quem doa para quem ?
Como determinar o grupo sanguíneo de uma pessoa? Muito simples:
- colocam-se duas gotas de sangue em uma lâmina, em cada gota é pingado um tipo de soro (com aglutinina anti-A e anti-B).
- Se coagular (aglutinar) a gota em contato com soro anti-A, significa que o sangue possui a proteína A (aglutinogênio A), ou seja, é do tipo A ou AB. Se o soro anti-B aglutinar a outra gota, o sangue é AB, caso não aglutine, o sangue é A.
- Caso não ocorra a aglutinação com os dois soros, o sangue é O.
SISTEMA Rh
- Sangue com a proteína Rh é chamado de +. Por exemplo, eu possuo o sangue A
+, logo, sou Rh
+. - A proteína Rh também está presente nas hemácias.
- Veja que uma pessoa que é Rh
-não pode receber o sangue de uma pessoa Rh
+.
- O R domina sobre o r.
- Copie aqui o cruzamento feito em aula pelo prof. Samuel.
- Perceba que para ter certeza da compatibilidade sanguínea deve ser considerado o sistema Rh mais o sistema ABO.
- Sendo assim o verdadeiro receptor universal é o AB
+, e o verdadeiro doador universal é o O
-. - Ou seja, o Rh
-não pode receber sangue de um Rh
+. O contrário pode.
Eritroblastose fetal (doença hemolítica do recém nascido).
- Caso a mãe tenha sangue de Rh
-e o bebê Rh
+, ocorre essa condição.
- Isso porque uma pessoa Rh
-produz anticorpos que atuam sobre a proteína Rh
+.
- Na primeira gestação não existe o problema, mas no caso de uma segunda gestação com o filho Rh
+e a mãe Rh
-, os anticorpos anti-Rh atravessam a placenta e destroem as hemácias do feto.
- Esse problema pode ser evitando se a mãe fizer um acompanhamento durante a gravidez.
- Perceba que a eritroblastose fetal só ocorre quando a mãe é Rh
-e o pai Rh
+. Entenda assistindo a aula.
Copie:
Sistema MN
- É um outro tipo de proteínas: M e N. Elas possuem codominância.
- Ao contrário dos outros sistemas, não são produzidos anticorpos contra essas proteínas.
AULA 07 – HEREDOGRAMA (GENEALOGIA)
- É conhecida também por árvore genealógica.
- É uma representação de relação de parentesco utilizando símbolos.
- Esta é uma aula importante em genética, pois grande parte dos exercícios são cobrados com essa
simbologia, portanto você deve assistir a aula com muita calma e copiar no espaço abaixo os símbolos.
Um heredograma é numerado da seguinte forma:
- Números romanos indicam a geração.
- Para cada indivíduo é relacionado um número.
- Por exemplo: o indivíduo II.3 é uma mulher afetada.
COMO UTILIZAR UM HEREDOGRAMA?
- Normalmente quando se trata de uma herança autossômia o número de afetados é relativamente igual para os dois sexos.
- Se prevalecer o sexo masculino (na maioria das vezes), suspeite de uma herança ligada ao sexo.
Dica:
- Se os pais não são afetados, mas possuem um filho afetado, é uma doença recessiva e os pais são
heterozigotos (Aa).
- Se os pais estão afetados por uma condição e os filhos não estão afetados, trata-se de uma doença dominante e os pais são heterozigotos, o filho portanto, recebeu o aa dos pais.
- Pessoal, entender heredograma exige muito treino e atenção. O segredo é a persistência.
AULA 08 – PROBABILIDADE NA GENÉTICA
- Vamos estudar a teoria das probabilidades.
- Probabilidade é a chance de um evento ocorrer.
- Para calcular a probabilidade de um certo evento devemos dividir o numero de casos desejados (para que ocorra o evento) pelo número de casos possíveis.
P(A) = Probabilidade de um evento.
N(A) = Número de casos desejados.
N(E) = Número de casos possíveis
Exemplo – Se jogar um dado para cima, qual a chance de sair um número par?
P(A) = ?
N(A) = 3 (existem 3 números pares de 1 a 6: 2, 4 e 6) N(E) = 6 (pois existem 6 números possíveis)
Aplicando a fórmula teremos P(A) = 3/6 = 0,5 (ou 50%).
Se você quiser sabe a probabilidade de sair o número 1, por exemplo, basta dividir o 1 por 6.
EM GENÉTICA...
# Qual a chance de nascer um filho homem?
P(A) = ?
N(A) = 1 (Filho homem)
N(E) = 2 (Pois ou nasce homem, ou nasce mulher) Aplicando a fórmula teremos P(A) = 1/2 = 0,5 (ou 50%).
# Utilizando o cruzamento das ervilhas da primeira lei de Mendel. Ao cruzar duas heterozigótias (Aa) para a cor, qual a chance de nascer uma ervilha amarela (sendo a cor amarela dominante)?
- Números possíveis N(E) = 4
- Números desejados N(A) = 3 (ervilhas amarelas).
- Resposta P(A) = ¾ ou 75%.
- Perceba que o número desejado é sempre menor ou igual ao número de casos possíveis.
- Por isso a probabilidade fica sempre entre 0 e 1.
#Qual a chance de nascer ervilha verde de um cruzamento entre ervilhas verdes?
- 1 ou 100%, pois ervilhas verdes são recessivas (aa).
#Qual a chance de nascer ervilha amarela de um cruzamento entre ervilhas verdes?
- 0%.
REGRA DO “E” – PRODUTO DE PROBABILIDADES
- São eventos independentes, ou seja, não dependem um do outro para acontecer.
- Por exemplo, a cor da ervilha ocorre independente de sua textura.
- Nesse caso multiplicamos a probabilidade de cada evento.
- É muito comum os exercícios cobrarem uma determinada condição aliada ao sexo da pessoa, por exemplo:
- Qual a chance de nascer uma menina albina, sabendo que o albinismo é causado por um alelo recessivo e os pais são heterozigotos?
Pais Aa x Aa
- A chance de nascer uma pessoal albina é ¼ ou 25%
- A chance de nascer uma menina é ½ ou 50%
Resposta: 1/4 x 1/2 = 1/8. A probabilidade de nascer uma menina albina é 1 em 8.
REGRA DO “OU” – SOMA DE PROBABILIDADES
- São eventos mutuamente exclusivos, ou seja, não podem ocorrer ao mesmo tempo.
- Exemplo: é impossível que a ervilha seja verde e amarela ao mesmo tempo.
- Para os eventos “ou” devemos somar a probabilidade de cada evento.
- Veja o exemplo:
- Qual a chance de um casal heterozigoto (Aa) para o albinismo ter uma criança albina (aa) ou portadora (Aa) do alelo para doença.
- Albina = 1/4 (aa) - Portadora = 2/4 (Aa)
Resposta: 1/4 + 2/4 = 3/4. É a probabilidade de nascer uma criança albina ou portadora.
- Perceba que na regra do “ou” a soma de todas as possibilidades deve dar sempre 1. Pois se somar todas as possibilidades, a chance é 100%.
- Da mesma maneira, somando a probabilidade de um evento ocorre com a probabilidade dele não
ocorrer, também teremos sempre 100%.
- As vezes “matamos” o problema pela chance dele não ocorrer (com o tempo fazemos isso mentalmente). Nesse caso basta subtrair essa probabilidade de 1, o resto será o probabilidade dele ocorrer.
Na aula faremos alguns exemplos de aplicação da probabilidade em genética, acompanhe.
AULA 09 – LEI DA SEGREGAÇÃO INDEPENDENTE (SEGUNDA LEI DE MENDEL)
- Além de ter estudado a transmissão de cada uma das características das ervilhas, Mendel estudou a herança de dois caracteres ao mesmo tempo, descobrindo assim um novo padrão.
- Imagine o cruzamento entre ervilhas (puras) amarelas e lisas (VVRR) com ervilhas verdes rugosas (vvrr).
- Perceba que indivíduos VVRR só podem produzir um tipo de gameta VR. Os indivíduos vvrr também só podem produzir um tipo de gameta vr.
- Do cruzamento parental (P) entre VVRR e vvrr surgem 100% de indivíduos diíbridos = VvRr, acompanhe a aula e anote abaixo:
- Alelos dominantes:
V = amarela (VV ou Vv) v = verde (vv)
R = lisa (RR ou Rr)
r = rugosa (rr)
Veja o cruzamento entre as F1:
Resultado em F2:
9/16 = ervilhas amarelas e lisas 3/16 = ervilhas amarelas rugosas 3/16 = ervilhas verdes lisas 1/16 = ervilhas verdes rugosas
- Note que a proporção fenotípica entre o cruzamento de diíbridos será sempre 9:3:3:1, pois eles podem formar todos os tipos possíveis de gametas para essas duas características: VR, Vr, vR, vr.
- O resultado ocorre pela segregação independente (segunda lei de Mendel) dos alelos durante a formação dos gametas.
- Isso ocorre porque os genes estão em pares diferentes de cromossomos homólogos (ocorre na anáfase I da meiose).
- Analisando o diagrama de Punnet acima, você entende o cruzamento e verifica todos os genótipos possíveis.
Diagrama de Punnet
SEGREGAÇÃO INDEPENDENTE PARA MAIS DE DOIS PARES DE GENES ALELOS
(poliibridismo)
- É possível prever o resultado para mais de dois pares de alelos.
- Para isso devemos descobrir todos os gametas possíveis para cada um dos genitores.
- Aplicamos para isso a seguinte fórmula: 2
nonde n é a quantidade de alelos híbridos do indivíduo.
Imagine um indivíduo AABbCcddEe, temos 3 pares de alelos diferentes (heterozigotos), logo aplicamos a fórmula 2
3=8. Esse indivíduo pode produzir 8 diferentes gametas.
- Para saber cada um dos gametas, é possível aplicar o método de ramificação, veja o exemplo a seguir:
- Com o diagrama de Punnet obtemos todos os genótipos possíveis (pode dar um grande trabalho).
- É muito importante que você perceba que esse padrão da segunda lei de Mendel só ocorre quando os genes estão em cromossomos diferentes.
AULA 10 – INTERAÇÃO GÊNICA
- Algumas heranças dependem de dois ou mais pares de genes não alelos. O fenótipo depende da interação entre esses genes. Existem dois tipos de interação gênica: a herança complementar e a epistasia.
HERANÇA COMPLEMENTAR
- Nesse caso o efeito dos genes é somado, isso aumenta a variedade de fenótipos para uma característica.
- O principal exemplo é a determinação do tipo de crista de galinha: