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ÁRVORES MEDICINAIS NATIVAS COM POTENCIAL PARA EXTRATIVISMO AUTOSSUSTENTÁVEL - ATIVIDADE ANTIMICROBIANA

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AUTOSSUSTENTÁVEL - ATIVIDADE ANTIMICROBIANA Airton Luiz Gonçalves 1 ; Antônio Alves Filho 2 ; Hércules Menezes 1*

RESUMO: O trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana (AA) de extratos hidroalcoólicos obtidos de 22 espécies de árvores medicinais nativas brasileiras contra 5 microrganismos, isolados de inóculos, obtidos de focos infecciosos em úlceras de decúbito. Para os testes de antibiose, foi utilizado o método da difusão em ágar. Dos 110 testes realizados, 11% exibiram alta AA. Staphylococcus aureus, foi inibido por 10 diferentes extratos (45%).

Palavras-chave: Atividade antimicrobiana, Reflorestamento, Plantas medicinais, Staphylococcus aureus.

NATIVE MEDICINAL TREES WITH POTENTIAL FOR SELF-SUSTAINABLE EXTRACTIVISM - ANTIMICROBIAL ACTIVITY.

ABSTRACT: This study evaluated the antimicrobial activity (AA) of hydro alcoholic ex- tracts obtained from 22 species of medicinal native trees against 5 different microorganisms, isolated from inoculi obtained in decubitus ulcer. The agar diffusion method was used for antibiosis assay purposes. From the 110 samples tested, 11% exhibited high AA. Staphylo- coccus aureus was inhibited by 10 different extracts.

Keywords: Antimicrobial activity, Reforestation, Medicinal plants, Staphylococcus aureus.

__________________________________________________________________________________________________

1

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Avenida 24-A, n° 1515, Bela Vista, Rio Claro – SP, CEP: 13.506-900. *E-mail: hermes@rc.unesp.br. Autor para correspondência.

2 Laboratório Evangélico de Análises Clínicas. Av, r , Nº 20 – Centro, Rio Claro - SP, CEP: 13.500-500.

Recebido em: 16/08/2010. Aprovado em: 08/06/2013.

INTRODUÇÃO

O incremento nas pesquisas de plantas medicinais proporciona a sua aplicação como recurso terapêutico, economicamente acessí- vel a populações rurais e a sua utilização em reflorestamentos de áreas degradadas e prote- ção de mananciais. Estas plantações e matas formadas com árvores medicinais nativas podem propiciar a geração de recursos eco- nômicos, com o desenvolvimento do extrati-

vismo autossustentável (BOUZADA et al., 2004).

Nos últimos anos têm aumentado o in- teresse em plantas com atividade antimicro- biana, devido os freqüentes problemas de uso indiscriminado de antibióticos e o surgimento de resistências bacterianas (GUZMÁN- BLANCO et al., 2000).

Úlcera de decúbito compreende grave

infecção que envolve a pele e tecidos adja-

centes, localizada mais freqüentemente na

região sacro-ilíaca e região posterior dos

(2)

membros inferiores, ocorrendo em pacientes acamados por longo período de tempo, ge- ralmente acometidos por problemas neuroló- gicos, sendo ocasionada devido a constante compressão e a má circulação sanguínea lo- cal, necrose local, ulceração da pele e demais tecidos e infecção secundária crônica.

Em medicina veterinária são conheci- das como úlceras de pressão e são complica- ções muito freqüentes em animais de grande porte. O material exsudativo, seroso, crostoso ou hemorrágico, presentes na superfície das úlceras, à temperatura corporal, constitui ex- celente meio de cultura para muitas bactérias.

Staphylococcus aureus podem ser cultivados na pele de 40% das pessoas normais. Esta cifra sobe para mais de 90% quando as cultu- ras são colhidas de pacientes com ulcerações infectadas de pele (ROBBINS, 2001).

As plantas medicinais possuem uma ilimitada habilidade para sintetizar metabóli- tos secundários. Em muitos casos, estas subs- tâncias fitoquímicas servem como mecanis- mos de defesa da planta contra a predação por microrganismos, insetos e herbívoros (SCHULTES, 1978).

Os compostos isolados de plantas são substâncias cuja estrutura química, com raras exceções, apresentam grandes diferenças es- truturais em relação aos antibióticos deriva- dos de microrganismos. Estes agentes antimi- crobianos isolados de plantas superiores po- dem agir como reguladores do metabolismo intermediário, ativando ou bloqueando rea- ções enzimáticas, afetando diretamente uma síntese enzimática, seja a nível nuclear ou ribossomal, ou mesmo alterando estruturas de membranas (SINGH e SHUKLA, 1984).

O objetivo deste trabalho foi testar a atividade antimicrobiana (AA) de 22 extratos obtidos de árvores medicinais nativas do Bra- sil, frente a microrganismos comumente en- contrados em úlceras de decúbito.

MATERIAL E MÉTODOS

Os extratos das plantas foram obtidos de Yodervas Ltda, Campinas-São Paulo (Brasil), onde exsicatas de cada espécie estão depositadas no herbarium daYodervas. As 22 espécies arbóreas, nome popular, órgãos vegetais testados e usos populares, baseado em informações etnobotânicas, estão listadas na Tabela1.

Tabela 1. Listagem de 22 árvores medicinais nativas do Brasil, Família, nome popular, órgão testado e uso popular

Nome científico da espécie vegetal (Família)

Nome popular Orgão testa- do

Uso Popular * Anacardium occidentale L.

(Anacardiaceae)

Cajueiro Castanha- cajú

Diarréia, asma, estomatite, faringites, eczema, psoríase, lepra (4)

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (Leguminosae)

Angico Casca-tronco Tosse, bronquite, cervico-vaginite e gonorréia (5)

Bauhinia forficata Link (Caesalpiniaceae)

Pata-de-vaca Folhas Cistites, parasitoses intestinais, diar- réia, elefantíase, cálculo renal (5) Bixa orellana L.

(Bixaceae)

Urucum Sementes Diarréia, gripe, Faringite, bronquite, queimadura (5)

Casearia sylvestris Sw.

(Flacourtiaceae)

Guaçatonga Folhas Queimadura, feridas infectadas (úl- ceras de decúbito), herpes, injúrias cutâneas, estomatite, faringite (5) Cecropia hololeuca Miq.

(Cecropiaceae)

Umbaúba Folhas Diarréia, cistite, prostatite (4) Cereus jamacaru DC.

(Cactaceae)

Cactus-flor Flor Tosse, bronquite, febrífugo, feridas infectadas (úlceras de decúbito), abscessos, cálculo renal (5) Copaifera langsdorffii Desf.

(Caesalpiniaceae)

Copaíba Casca-tronco Abscessos, feridas infectadas (úlce- ras de decúbito), cicatrizante, antiin- flamatório em traumatismos (3) Eugenia uniflora L.

(Myrtaceae)

Pitangueira Fruto Reumatismo, diarréia, febrífugo,

verminoses intestinais, bronquites,

(3)

tosse (5) Genipa americana L.

(Rubiaceae)

Genipapo Fruto Gonorréia, diarreia, feridas infecta- das (úlceras de decúbito), faringites, sífilis (5)

Hymenaea courbaril L.

(Caesalpiniaceae)

Jatobá Casca-tronco Diarréia, tosse, bronquite, micoses superficiais, feridas infectadas (úlce- ras de decúbito), cistite, prostatite (6) Ilex paraguariensis A.St.-Hil.

(Aquifoliaceae)

Erva-mate Folhas Feridas infectadas (úlceras de decú- bito), abscessos, doenças da pele, dispepsia, mialgias, (5)

Maytenus ilicifolia Reissek (Celastraceae)

Espinheira- santa

Folhas Úlceras gástricas e duodenais, hipe- racidez, gastrite crônica, feridas infectadas (úlceras de decúbito), câncer pele (6)

Mimosa tenuiflora (Wild.) Poiret (Leguminosae)

Tepezcuite Casca-tronco Feridas infectadas (úlceras de decú- bito), estomatites, gastrites, hiperaci- dez gástrica, antiinflamatório cicatri- zante em taumatismos (2)

Myroxylon peruiferum L.f.

(Fabaceae)

Bálsamo-do- Perú

Casca-tronco Reumatismo, bronquite catarral, feridas infectadas (úlceras de decúbi- to), abscessos, tuberculose, escabio- se, micoses e parasitoses cutâneas, laringite, diarréia, cervico-vaginite, infecções urinárias (6)

Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (Lauraceae)

Sassafrás Casca-tronco Reumatismo, antiinflamatório em traumatismos, diurético, sífilis, repe- lente de mosquitos (5)

Psidium guajava L.

(Myrtaceae)

Goiabeira Folhas Diarréias, estomatites, faringites, crvico-vaginites, feridas infectadas (úlceras de decúbito) (4)

Pterodon emarginatus Vogel (Fabaceae)

Sucupira Fruto-sâmara Reumatismo, diabetes, doenças da pele, repelente de insetos e cercárias da esquistossomose (5)

Schinus terebinthifolia Raddi (Anacardiaceae)

Aroeira Casca-tronco Cervico-vaginites, feridas infectadas (úlceras de decúbito), hemorróidas, estomatites, faringites (4)

Stryphnodendron adstringens (Mart) Coville

(Mimosoideae)

Barbatimão Casca-tronco Cervico-vaginites, hemorróidas, feridas infectadas (úlceras de decúbi- to), conjuntivite, diarréia, faringites (6)

Tabebuia avellanedae Lor.ex Griseb (Bignoniaceae)

Ipê-roxo Casca-tronco Abscessos, estomatites, faringites, cervico-vaginites, antiinflamatório em traumatismos, diurético (6) Trichila catigua A.Juss.

(Erythroxylaceae)

Catuaba Casca-tronco Impotência sexual, neurastenia, feri- das infectadas (úlceras de decúbito), doenças virais da pele (herpes), abs- cessos (1)

*Referência para uso: 1: (ALMEIDA, 1993); 2: (ANTON et al.,1993); 3: (CORREA, 1998); 4: (MATOS, 2000);

5: (MORS, 2000); 6: (PANIZZA, 1998).

Para o preparo dos extratos hidroalco- ólicos, foi feita inicialmente a secagem do material vegetal à temperatura ambiente (18°C) e finalizada em estufa a 50 °C até a obtenção de um teor de umidade padrão de 20%. O material foi moído em moinho de grãos e misturou-se o pó resultante com solu-

ção hidroalcoólica (etanol 70%), na propor-

ção de 10% (m.v -1 ). Estocou-se essa solução

à temperatura ambiente, protegida da luz, por

um período de 25 dias, procedendo-se em

seguida a filtragem do material. A partir da

solução filtrada, produziu-se o extrato, com

auxílio de evaporador rotatório a 50 °C reti-

(4)

rando-se todo o solvente. O evaporado final recebeu o nome de “extrato hidroalcoólico”

do órgão da planta estudada a 10%.

Os inóculos foram obtidos de exsuda- tos de úlceras de decúbito. Cinco diferentes microrganismos foram isolados: Enterobacter aerogenes, Providencia spp, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Klebsi- ella spp sendo inoculados em nutriente ágar (Oxoid n.2) para serem cultivadas por 24 horas à temperatura de 35 °C. Após foram ressuspensas em solução fisiológica 0,9%

(p/v) até obter-se uma turvação equivalente ao padrão 0,5 da escala de Mac Farland, o que corresponde aproximadamente a 1,5x10 6 UFC/ml. Uma alíquota de 100 µ l dessa sus- pensão foi semeada em placas de Petri con- tendo 15 ml do meio Mueller-Hinton ágar, com uma espessura de aproximadamente 4 mm.

Para a avaliação da atividade antimi- crobiana dos extratos hidroalcoólicos foi em- pregado o método da difusão em ágar, basea- do na técnica descrita por Bauer et al., (1966).

Subsequentemente, colônias de Ente- robacter aerogenes, Providencia spp Pseu- domonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Klebsiella spp., foram testados frente a dis- cos de papel de filtro Framex 389 faixa preta, estéreis, com 6 mm de diâmetro, previamente saturados com 10 µg de cada extrato vegetal.

Após 24 horas de incubação a 36 °C foi realizada a leitura dos resultados, que consistiu na medição do diâmetro dos halos de inibição, incluindo o próprio disco de 6 mm. Os resultados foram expressos em ter- mos do diâmetro da zona de inibição: < 9 mm [resistentes (R)] e ≥ 9 mm [suscetíveis (S)].

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 2 estão sumarizados os re- sultados dos ensaios de antibiose.

.

Tabela 2. Resultados da atividade antimicrobiana de 22 extratos de árvores nativas do Brasil, contra 5 diferentes microrganismos

Família Espécie Ea Ps Pa Sa Ks

Anacardiaceae A.occidentale R R R S24 R

S.terebinthifolia R R R S24 R

Aquifoliaceae I.paraguariensis R R R S24 R

Bignoniaceae T.avellanedae R R R R R

Bixaceae B.orellana R R R S22 R

Cactaceae C.jamacaru R R R R R

Caesalpiniaceae B.forficata R R R R R

C.langsdorffii R R R R R

H.courbaril R R R S23 R

Cecropiaceae C.hololeuca R R R R R

Celastraceae M.ilicifolia R R R R R

Erythroxylaceae T.catigua R R R R R

Fabaceae M.peruiferum R R R R R

P.emarginatus R R R R R

Flacourtiaceae C.sylvestris R R R R R

Lauraceae O.odorifera R R R S22 R

Leguminosae M.tenuiflora R R R S23 R

Mimosoideae S.adstringens R S11 R S20 R

A.colubrina R R R R R

Myrtaceae E.uniflora R S12 R S24 R

P.guajava R R R S21 R

Rubiaceae G.americana R R R R R

Ea=Enterobacter aerogenes, Ps=Providencia spp, Pa=Pseudomonas aeruginosa, Sa=Staphylococcus aureus,

Ks=Klebsiella spp, R=resistente (não houve desenvolvimento de halo de inibição) S=suscetivel (desenvolveu

halo de inibição) mm, incluído o diâmetro do disco de papel 6 mm.

(5)

Dos 110 testes de antibiose realizados (100%), 12 exibiram sensibilidade (11%).

Dez extratos das plantas (45%) mostraram atividade contra no mínimo um microrganis- mo.

O microrganismo mais susceptível foi o Staphylococcus aureus, o qual foi inibido por 10 diferentes extratos (45%), seguido por Providencia spp que foi inibida por 2 diferen- tes extratos (9%), sendo que Enterobacter aerogenes, Pseudomonas aeruginosa e Kleb- siella spp mostraram-se totalmente resistente a todos os 22 extratos usados.

A Familia Anacardiaceae (Anacardi- um occidentale, Schinus terebinthifolia), a Família Mimosoideae (Stryphnodendron ads- tringens) e a Família Myrtaceae (Eugenia uniflora, Psidium guajava) foram as que mais se destacaram no aspecto da AA.

Apesar dos relatos na literatura con- sultada indicarem AA dos extratos de Anade- nanthera colubrina (MORS et al., 2000), Bauhinia forficata (MIYAKE, 1986), Casea- ria sylvestris (BASILE, 1990), Cecropia ho- loleuca (MATOS, 2000), Cereus jamacaru (BRUHN e LINDGREN, 1976), Copaifera langsdorffii (TAMBE et al., 1996), Genipa americana (GUARNACCIA, 1972), Mayte- nus ilicifolia (OLIVEIRA, 1991), Myroxylon peruiferum (PANIZZA, 1998), Pterodon e- marginatus (FASCIO et al., 1976), Tabebuia avellanedae (OLIVEIRA et al., 1990) e Tri- chila catigua (MANABE et al., 1992), nos resultados obtidos (Tabela 2), não foi obser- vada ação antibacteriana dos extratos destas plantas.

Os extratos de Anacardium occidenta- le, Schinus terebinthifolia, Ilex paraguarien- sis, Bixa orellana, Hymenaea courbaril, Oco- tea odorifera, Mimosa tenuiflora e Psidium guajava somente apresentaram AA contra Staphylococcus aureus. Anacardium occiden- tale confirmou os dados da literatura, pois é referida possuir AA contra Proteus mirabilis, Shigella sonnei e Staphylococcus aureus (LORENZI, 1992). Embora os extratos de Schinus terebinthifolia e Ocotea odorifera mostrarem AA contra Staphylococcus aureus,

os extratos destas plantas são também citados possuir AA contra Psudomonas aeruginosa (BANDEIRA e WANICK, 1974), dados não confirmados nos resultados da Tabela 2. Re- centes relatos da literatura não referem AA do extrato de Bixa orellana contra Staphylo- coccus aureus (ALVES et al., 2000). Hyme- naea courbaril é conhecida por conter terpe- nos e compostos fenólicos com comprovada AA (MARSAIOLI, 1975). Mimosa tenuiflora é referida apresentar AA contra Streptococ- cus spp e Staphylococcus spp (HEINRICH et al., 1992) e Psidium guajava é citado possuir AA contra Bacillus subtilis, Escherichia coli, Candida albicans, Pseudomonas aeruginos e Staphylococcus aureus (HOLETZ et al., 2002), não sendo evidenciado neste estudo ação contra Pseudomonas aeruginosa.

Comparativamente aos outros extra- tos, dois mostraram maior AA, o extrato de Stryphnodendron adstringens, que na literatu- ra consultada é referido apresentar atividade contra Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Bacillus subtilis, e Pseudomonas aeru- ginosa (ALVES et al., 2000), tiveram os re- sultados confirmados contra Staphylococcus aureus, e também contra Providencia spp, entretanto não inibiu o crescimento de Pseu- domonas aeruginosa; o outro extrato com alta AA foi Eugenia uniflora, que também é citado na mesma referência, possuir AA con- tra Streptococcus spp, Escherichia coli e Ba- cillus cereus e resistência a Pseudomonas aeruginosa (ALVES et al., 2000), nos resul- tados da Tabela 2 encontramos AA contra Staphylococcus aureus e Providencia spp e a confirmação da ausência de inibição em Pseudomonas aeruginosa.

As AA contra bactérias de escaras é

um bom indicativo para a eficácia de produ-

tos de higiene confeccionados com extratos

destas árvores. Desinfetantes caseiros, bara-

tos e acessíveis às populações rurais podem

ser elaborados com estes extratos e utilizados,

não apenas em humanos, mas também, em

animais de criação bem como nas lavagens e

limpezas de estábulos e demais criadouros.

(6)

CONCLUSÕES

Neste estudo preliminar de AA, foi observado que os extratos de A.occidentale, S.terebinthifolia, I.paraguariensis, B.orellana, H.courbaril, O.odorifera, M.tenuiflora, S.adstringens, E.uniflora, P.guajava apresentaram uma atividade anti- microbiana frente a culturas de Staphylococ- cus aureus e que os extratos de S.adstringens e E.uniflora apresentaram inibição de cresci- mento em culturas de Providencia spp, cor- roborando os seus usos como antimicrobianos em terapêutica popular.

Estudos posteriores com um maior número de espécies de plantas e microrga- nismos, e também, o estudo da identificação dos compostos responsáveis por esta ativida- de tornaria possível a confirmação do poten- cial terapêutico destas e de outras plantas nativas. O incremento nas pesquisas de plan- tas medicinais nativas propiciaria a sua utili- zação como recurso terapêutico e economi- camente acessível. O reflorestamento de á- reas degradadas com plantas medicinais nati- vas e a sua utilização na proteção de manan- ciais, apresentam potencial para a geração de recursos econômicos, com o desenvolvimento do extrativismo auto-sustentável.

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