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IX

Radiol Bras. 2016 Jan/Fev;49(1):IX

O câncer de mama é o tumor maligno mais comum em mulheres. A literatura radiológica brasileira vem, recentemente, dando ênfase à importância dos exames de imagem no aprimora-mento do diagnóstico do câncer mamário(1–6). O tratamento do

câncer de mama passou por grandes mudanças nas últimas déca-das, com cirurgias mais conservadoras demonstrando não influen-ciar na sobrevida global. Mas, apesar de todo o progresso, o com-prometimento da axila permanece ainda como o fator prognóstico isolado mais importante. Além disso, pode ser determinante para a indicação do tratamento mais adequado, como quimioterapia e radioterapia, em um número importante de pacientes.

A biópsia do linfonodo sentinela foi, até então, o grande divisor de águas para a avaliação da axila e definição da necessidade da realização do esvaziamento axilar. Este último, contudo, era o res-ponsável pela maior parte da morbidade associada à cirurgia do câncer de mama. Evitá-lo, nos casos em que ele é desnecessário, ou seja, quando o linfonodo sentinela está negativo, foi o grande foco da cirurgia oncológica mamária nas últimas três décadas.

Assim, a aplicação de um método diagnóstico minimamente invasivo, simples e efetivo na predição do comprometimento axi-lar poderia auxiliar na redução do tempo cirúrgico. Dessa forma, o cirurgião poderia evitar a biópsia do linfonodo sentinela e partir diretamente para o esvaziamento axilar. Simples assim? Este ra-ciocínio estaria perfeito até quatro anos atrás, antes que os dados dos ensaios clínicos ACOSOG Z0011(7) e AMAROS(8) fossem

pu-blicados. Estes estudos demonstraram que pacientes candidatas a cirurgia conservadora (T1-T2), com menos de três linfonodos sen-tinelas positivos e que foram submetidas ao esvaziamento axilar, tiveram a mesma sobrevida e controle local daquelas que não efe-tuaram o esvaziamento.

Então, à luz dos resultados do ACOSOG Z0011 e do AMA-ROS, em quais situações os achados do estudo de Rocha et al.(9)

podem ser úteis?

A grande relevância do estudo de Rocha et al. está no alto grau de sensibilidade da punção aspirativa por agulha fina (PAAF) encontrado nos casos de linfonodos considerados como suspeitos e indeterminados (87,1%), podendo evitar o procedimento do lin-fonodo sentinela em 70,1% das pacientes. E nos casos em que a

0100-3984 © Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem

Punção aspirativa por agulha fina dos linfonodos axilares:

mudança de um paradigma na abordagem do comprometimento

axilar?

Fine-needle aspiration of axillary lymph nodes: a change of paradigm in the approach to axillary compromise?

Linei A. B. D. Urban1

1. Responsável pelo Setor de Mama da Clínica DAPI – Diagnóstico Avançado por Imagem, Curitiba, PR, Brasil. Coordenadora da Comissão de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). E-mail: lineiurban@hotmail. com.

Editorial

PAAF foi negativa, poderíamos também evitar a biópsia do linfo-nodo sentinela? A resposta ainda é não. O valor preditivo negativo foi 69,5%, semelhante ao encontrado em outros estudos. Já nos casos em que o linfonodo foi considerado normal à ultrassonogra-fia, a PAAF também não trouxe contribuições, até porque o linfo-nodo escolhido para a punção poderia não ser o linfolinfo-nodo de dre-nagem “sentinela” da mama.

Portanto, apesar das mudanças importantes no enfoque da axila, a PAAF axilar guiada por ultrassonografia não chegou tarde e tem sua aplicação na clínica. Pode ser indicada nas pacientes com câncer de mama invasivo com linfonodos alterados à ultras-sonografia, independentemente do tamanho tumoral e do tipo his-tológico.

O desafio futuro é demonstrar que a positividade do linfonodo axilar encontrada com a PAAF no estudo de Rocha et al. possa ser comparável à positividade do linfonodo sentinela das pacientes avaliadas no ACOSOG Z0011 e AMAROS. Ou seja, demonstrar que pacientes que tenham uma PAAF positiva, porém com um tumor inicial (T1-T2) e axila clinicamente negativa, possam omitir o es-vaziamento axilar no futuro. Isso demonstra claramente que o papel do radiologista do século 21 está mudando. Temos que assumir cada vez mais nossa responsabilidade na avaliação multidiscipli-nar das doenças, especialmente no câncer de mama.

REFERÊNCIAS

1. Villar VCFL, De Seta MH, Andrade CLT, et al. Evolution of mammographic image quality in the state of Rio de Janeiro. Radiol Bras. 2015;48:86–92.

2. Avelar MS, Almeida O, Alvares BR. Mammographic artifact leading to false-posi-tive result. Radiol Bras. 2015;48:198–9.

3. Valentim MH, Monteiro V, Marques JC. Primary neuroendocrine breast carcinoma: a case report and literature review. Radiol Bras. 2014;47:125–7.

4. Bitencourt AGV, Lima ENP, Chojniak R, et al. Correlation between PET/CT results and histological and immunohistochemical findings in breast carcinomas. Radiol Bras. 2014;47:67–73.

5. Pinheiro DJPC, Elias S, Nazário ACP. Axillary lymph nodes in breast cancer pa-tients: sonographic evaluation. Radiol Bras. 2014;47:240–4.

6. Campos GCP, Castro MVK, Mattos VFE, et al. Lymphocytic mastopathy mimicking breast malignancy: a case report. Radiol Bras. 2014;47:256–8.

7. Giuliano AE, McCall L, Beitsch P, et al. Locoregional recurrence after sentinel lymph node dissection with or without axillary dissection in patients with sentinel lymph node metastases: the American College of Surgeons Oncology Group Z0011 randomized trial. Ann Surg. 2010;252:426–32.

8. Donker M, van Tienhoven G, Straver ME, et al. Radiotherapy or surgery of the axilla after a positive sentinel node in breast cancer (EORTC 10981-22023 AMAROS): a randomised, multicentre, open-label, phase 3 non-inferiority trial. Lancet Oncol. 2014;15:1303–10.

9. Rocha RD, Girardi AR, Pinto RR, et al. Axillary ultrasound and fine-needle aspi-ration in preoperative staging of axillary lymph nodes in patients with inva-sive breast cancer. Radiol Bras. 2015;48:345–52.

Referências

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