• Nenhum resultado encontrado

Alea vol.6 número2

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Alea vol.6 número2"

Copied!
2
0
0

Texto

(1)

304 ALEA VOLUME 6 NÚMERO 2 JULHO – DEZEMBRO 2004 p. 304-305

Remarques

Charles-Ferdinand Ramuz

Edição comemorativa, vol. 18. Lausanne: Rencontre, 1967, p. 237-346.

Nous ne sommes pas indifférents au monde extérieur; nous ne pouvons donc pas supporter que le monde extérieur soit indifférent à notre égard. Il semble bien pourtant que ce soit le cas; là est la grande tragédie. Nous aimons la vie, elle ne nous aime pas.

La poésie est dans l’extrême précision. On dit “épouser les contours”: c’est trop de pudeur. Il faut faire infraction; il faut épouser tout court.

Il ne faut pas que la beauté intervienne en tant qu’élément séparé dans l’élaboration de ce qu’on appelle l’oeuvre d’art. Elle ne doit pas être utilisée comme le sucre dans la confection d’un plat doux. Elle ne doit pas venir du dehors par quantités et doses successives qu’on incorporerait peu à peu à la masse. Trop d’artistes sont tentés de le croire. Ils viennent ici avec une image, ailleurs avec une prosopopée (voir les traités de rhétorique) et ainsi “ajou-tent” le beau goutte à goutte à leur ouvrage. Ou du moins ils croient l’ajou-ter; mais ils ne font, au mieux, que de la décoration. Il faut au contraire que la beauté soit produite par la masse même et en tant que masse; la beauté n’est pas un but, elle est un résultat. [...]

Les fautes qu’on fait sur la machine à écrire sont de tout autre espèce que celles qu’on fait quand on écrit à la main: celles-ci trahissent notre nature, tandis que celles-là trahissent la nature de la machine. Quelle drôle de sono-rité, d’ailleurs, prend cette phrase: écrire à la machine!

Rien n’est plus gai que les machines agricoles. [...] Elles sont l’ornement des campagnes, elles en sont la gaieté. Elles sont les seules machines qui fassent oublier qu’elles sont des machines. Et il est vrai que le geste de l’homme est plus grand, mais, n’ayant pas la grandeur, elles tâchent du moins d’être plaisantes, à quoi elles réussissent et jusque dans leurs mouvements. Car les voici mises en action; et elles sautillent, elles se dandinent, elles frétillent, elles brillent de tous leurs aciers; elles tournent, elles virent, elles penchent: elles semblent tantôt avoir pris aux prés fauchés leur hérissement sous la brise, tantôt aux moissons mûres leurs grandes ondes et leur balancement.

(2)

305

Charles-Ferdinand Ramuz

·

OBSERVAÇÕES

* Nota do tradutor: as traduções que se seguem obedecem acima de tudo a um critério técnico de fidelidade textual strictu sensu, minimizando critérios de natureza estética. Vale ressaltar a dificulda-de dificulda-de traduzir um autor que, na contramão dificulda-de uma certa tradição da literatura francesa, dificulda-despreza na língua a “elegância”, e faz questão de utilizá-la poeticamente transpondo nela o caráter “pesado” da condição humana, telúrica, como o barro na sola do pé...

Observações

*

Não somos indiferentes ao mundo externo; logo, não podemos suportar que o mundo externo seja indiferente conosco. Parece, infelizmente, que esse é o caso; aí está a grande tragédia. Nós amamos a vida, ela não nos ama.

A poesia está na extrema precisão. Diz-se “abraçar os contornos”: é pudor demais. É preciso infringir; é preciso abraçar tout court.

É preciso que a beleza não intervenha como elemento separado na elaboração daquilo que se chama obra de arte. Ela não deve ser usada como o açúcar na confecção de um doce. Não deve vir de fora em quantida-des e doses sucessivas que seriam incorporadas aos poucos à massa. Muitos artistas tendem a pensar assim. Chegam aqui com uma imagem, ali com uma prosopopéia (vide os tratados de retórica), e assim “acrescentam” o belo à sua obra, gota a gota. Ou, ao menos, pensam que acrescentam; mas, no máximo, apenas enfeitam. Ao contrário, é preciso que a beleza seja produzida pela própria massa e como massa; a beleza não é uma meta, é um resultado. [...]

Os erros que se cometem na máquina de escrever são de uma espécie completamente diferente dos cometidos quando se escreve à mão; estes traem a nossa natureza, enquanto aqueles traem a natureza da máquina. Que sonoridade engraçada, aliás, nesta frase: escrever à máquina!

Nada mais alegre do que as máquinas agrícolas. [...] São o adorno dos campos, a sua alegria. São as únicas máquinas que fazem esquecer que são máquinas. E é verdade que o gesto do homem tem mais grande-za, mas, sem essa grandegrande-za, elas ao menos tratam de ser divertidas, e conseguem, até mesmo nos seus movimentos. Ei-las em ação; e elas salti-tam, elas bamboleiam, elas tremulam, elas brilham com os seu aços; elas viram, elas giram, elas se inclinam: parecem ora imitar os campos corta-dos com o seu tremor causado pela brisa, ora imitar as grandes ondas e o balanço das searas maduras.

O homem se enfeitou antes de se vestir.

Referências

Documentos relacionados

Therefore, the objective of the present investigation is to assess differ- ences in fitness, respiration rate and fat body morphology among insecticide-resistant and

A Trident Trust é um dos principais fornecedores independentes de serviços corporativos, de trust e de fundos para o setor de serviços financeiros em todo o mundo.. Fundada há

Os valores acadêmicos tornam-se defectivos quando mais da metade da população se vê nos índices de fracasso escolar, transmitindo assim não só um fracasso educacional,

Em seguida, pôde ser definida a diferença entre o número de acidentes esperado para cada trecho e o número de acidentes de fato contabilizado, nos mesmos segmentos de via, nos

subtilis LDV6 (LDV6) or LDVanc3 (LDVanc3) strains, or the prime/boost immunization regimen in which vegetative cells (pRECFA + LDV6 or LDVanc3) or spores (pRECFA + LDV6s or

Se é possível dizer que Mariza Corrêa ensinou minha geração, bem como as mais novas, a prestar atenção às formas narrativas desses processos, ela

Para isso, discutimos ao longo do texto sobre a concepção que tem orientado as políticas públicas da EB, tanto no âmbito nacional quanto internacional, bem como as influências