• Nenhum resultado encontrado

Nutrição no Transtorno da Ansiedade e na Depressão

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Nutrição no Transtorno da Ansiedade e na Depressão"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)
(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA (CENC)

Claudia Bento

COORDENAÇÃO

Profª. Drª Glorimar Rosa

RIO DE JANEIRO 2021

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA

TODO CONTEÚDO DESTA APOSTILA É PROTEGIDO PELA LEI, SENDO EXCLUSIVA DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA. SENDO AUTORIZADA REPRODUÇÃO E COMPARTILHAMENTO, SEM FINS COMERCIAIS E COM CLARA CITAÇÃO DO AUTOR, SOB PENA DE RESPONDER, CIVIL E CRIMINALMENTE, PELAS SANÇÕES PREVISTAS NA LEI DE DIREITOSAUTORAIS NO9610/98 E DO ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAL.

ROSA, Glorimar.

Nutrição no Transtorno da Ansiedade e na Depressão, Rio de Janeiro, 2021.

Série - Nutrição Clínica da teoria à prática baseada em evidências – site: www.cenc.com.br, Janeiro de 2021. Páginas 20.

Inclui referências.

ISBN –978-65-00-16171-7.

(4)

Sumário

O que é transtorno de ansiedade generalizada? ... 5

Quais as causas? ... 5

Traumas ... 5

Personalidade... 6

Substâncias lícitas e ilícitas ...6

Sintomas ...6

Preocupação permanente ... 6

Problemas para dormir... 7

Irritabilidade e inquietação ... 7

Tratamento... 7

Comentários finais sobre o Transtorno de Ansiedade Generalizada ... 8

Tristeza ou depressão?... 8 Causas da depressão ... 9 Sintomas da depressão... 9 Tratamento... 10 Magnésio ... 10 Zinco... 12 Triptofano ... 13

Ácidos graxos Ômega-3 (ω-3) e ômega-6 (ω-6) ... 13

Vitaminas B6, B9 e B12 ... 15

Vitamina D ... 16

Inflamação, um nexo de união entre dieta e doença... 17

Não procure um alimento milagroso ... 17

Diminuir o risco de depressão em até 35% ... 18

Prevenção... 18

(5)

O que é transtorno de ansiedade generalizada?

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais,

transtorno de ansiedade generalizada é a preocupação apreensiva e excessiva. Por

causa de algum medo, expectativa ou dúvida, um indivíduo entra em um estado de ansiedade que compromete a sua qualidade de vida natural. Com o transtorno de ansiedade generalizada, essa sensação acaba persistindo e agindo de forma

continuada por longos períodos. Dessa forma, qualquer pessoa com essa reação acaba

ficando impedida de executar as atividades mais simples de sua agenda. Qualquer

esforço que esta venha a ter se transforma em preocupação excessiva. Cabe ressaltar

que ter ansiedade é algo normal em qualquer pessoa, inclusive em animais. Todos passamos por eventos que nos evocam o medo em relação ao que vem e isso é algo naturalizado. Entretanto, a partir do momento em que isso toma conta de nós,

deixamos de ser livres. Nesse momento, a ajuda especializada é recomendada.

Quais as causas?

Assim como outros transtornos mentais, ainda não se sabe as causas concretas do transtorno de ansiedade generalizada. Desconfia-se que a comunicação mal-feita

de neurotransmissores contribua negativamente a evolução desse quadro. Além

dessa suspeita, se acredita que os sinais abaixo também se liguem ao problema:

Traumas

Pessoas que tiveram alguma espécie de trauma ou abuso na infância são mais propensas a esse tipo de ansiedade. Apenas o testemunho de eventos traumatizantes

(6)

Personalidade

A forma como a personalidade se desenvolve também influencia diretamente nesse quadro. Pessoas excessivamente preocupadas são alvos fáceis desse tipo de

situação, como se pode imaginar. Ademais, transtorno de personalidade, como o Borderline, por exemplo, podem se ligar a esse nível de ansiedade caótica.

Substâncias lícitas e ilícitas

O uso e abuso de algumas substâncias em qualquer grau de droga pode dar início e agravar o quadro de ansiedade. Os indivíduos passam a se tornarem

dependentes do uso dessas substâncias e se sentem mal quando não as usam. Café, tabaco, nicotina, álcool… Etc, aumentam a ansiedade nesses usuários e podem conduzi-los a essa doença.

Sintomas

O transtorno de ansiedade generalizada é facilmente identificável nos pacientes, já que eles demonstram comportamento avesso aos demais. É como se não

existisse a palavra “segurança”, seja física ou mental no melhor sentido da palavra.

A tensão contínua abre as portas para que outros sinais surjam, como:

Preocupação permanente

Independente do que seja, o indivíduo com TAG dá extrema atenção a qualquer preocupação existente. O problema também se encontra na permanência desse

(7)

Problemas para dormir

Consequentemente, isso acaba interferindo em seu sono. Se não tem dificuldades para dormir, tem dificuldades em relaxar enquanto dorme. Inclusive, mesmo quando

consegue dormir, raramente tem resultados satisfatórios de descanso. O pio é que

essa situação é acumulativa, perdurando por muito tempo.

Irritabilidade e inquietação

Graças a isso, se mostra uma pessoa irritadiça por coisas menores e sem tanta importância. Por conta do cansaço que sente, se encontra extremamente sensível no momento. Além disso, uma inquietação impede que este relaxe. Dessa forma, se assusta

com qualquer coisa, já que não está em alerta como deveria.

Tratamento

A ideia do tratamento para o transtorno de ansiedade generalizada é conduzir o paciente a uma vida mais normalizada. Com isso, o ajudará a limitar suas preocupações, bem como a força que elas exercem. Usando uma combinação medicamentosa e

terapia cognitivo-comportamental de forma conjunta, é possível reabilitá-lo. Cabe

ressaltar que o uso contínuo dos medicamentos é vital ao sucesso do tratamento. Assim

que começar a usá-los, em hipótese alguma interrompa o tratamento sem auxílio médico. Esses medicamentos evitam reações adversas da ansiedade e inibem a recaptação

de norepinefrina e serotonina. Entre eles estão antiepilépticos e antidepressivos. Já a terapia vem intervir nas reações distorcidas que podem surgir. Dessa forma, é possível conduzir o seu comportamento a um nível mais adequado de saúde. Sem

contar que também ajuda no reconhecimento de pensamentos que provocam pânico e estresse a fim de controlá-los. Basicamente, é um recondicionamento funcional de

(8)

Comentários finais sobre o Transtorno de Ansiedade Generalizada

Ainda que carreguemos preocupações, as mesmas não devem condicionar as nossas vidas. Temos nossos desafios diários e lidamos com eles da melhor forma que podemos, usando o temos à situação. Entretanto, muitos acabam se entregando ao

desespero sobre algo que nem deveria tomar tanta atenção. Viram reféns de seus

próprios medos.

Com tudo o que leu acima, fica claro o papel manipulador do transtorno de ansiedade generalizada em nossas vidas. O mesmo nos condiciona a pensar e agir de

forma descontrolada, descarrilhando nosso cotidiano. Dessa forma, é preciso levantar hipóteses para inibir a ação desse mal-estar. Procure ajuda assim que sentir que perdeu o controle de si.

A depressão é um problema de saúde mental que afeta várias pessoas em todo o mundo, sendo considerada, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como o “Mal

do Século”. O Ministério da Saúde estima que uma a cada cinco pessoas no mundo

apresente depressão em alguma fase da vida, sendo a prevalência, portanto, de cerca de 19%. Responsável por ser uma grande causa de incapacitação, nos dias atuais, a depressão precisa de atenção e cuidado especializado.

Tristeza ou depressão?

Muitas pessoas apresentam uma ideia errônea de que depressão e tristeza são a mesma coisa, entretanto, temos situações distintas. Geralmente, a pessoa que está triste apresenta um motivo para tal tristeza, na depressão, no entanto, essa causa nem sempre é determinada, estando o indivíduo triste sem motivo aparente, mesmo em momentos que deveriam ser de felicidade. Outro ponto que merece destaque é que a pessoa com

(9)

pelo menos, duas semanas. Na tristeza, a pessoa tende a ter pensamentos repetidos a respeito do que lhe causa tristeza.

Causas da depressão

A depressão é um transtorno mental que é resultado de uma série de fatores, apresentando, portanto, causa multifatorial. Atualmente, sabe-se que a depressão apresenta relação direta com alteração nos níveis de determinados neurotransmissores (substâncias químicas produzidas pelos neurônios que atuam como mensageiros químicos), tais como a serotonina e a noradrenalina. Em pessoas deprimidas, esses

neurotransmissores, relacionados com o bem-estar e prazer, encontram-se em

quantidade reduzida. Os medicamentos para tratar a depressão atuam, basicamente,

nesse ponto, garantindo um aumento no nível dos neurotransmissores.

Sintomas da depressão

Normalmente, quando uma pessoa é diagnosticada com depressão, as pessoas em sua volta logo lembram-se apenas de sintomas de tristeza. Entretanto, a depressão vai muito

além da alteração de humor, apresentando variados sinais e sintomas, os quais podem

aparecer de maneira isolada ou não. Veja a seguir os principais sinais e sintomas da depressão: • Humor depressivo; • Ansiedade; • Angústia. • Irritabilidade; • Tensão; • Aflição; • Cansaço; • Desânimo; • Autodesvalorização;

• Perda da alegria para desempenhar atividades que anteriormente dava-lhe prazer;

(10)

• Desinteresse; • Indecisão;

• Sentimentos de vazio, desamparo, desespero e medo; • Ideias desproporcionais de culpa, fracasso e inutilidade; • Receios infundados;

• Desejo de morte; • Retraimento social;

• Visão distorcida e negativa de sua realidade; • Redução da concentração e do raciocínio; • Esquecimento;

• Redução do desempenho sexual e do desejo sexual; • Alterações no apetite (perda ou aumento);

• Dificuldade para dormir;

• Dores e outros sintomas que não possuem como causa outros problemas de saúde, como exemplo podemos citar a pressão no peito, dores de cabeça, tensão nos ombros e nuca, má digestão e dores de barriga.

Tratamento

O tratamento da depressão é baseado em dois pontos principais: a psicoterapia e a utilização de medicamentos (antidepressivos). A psicoterapia é uma forma importante de ajudar o paciente, entretanto, não é capaz de curar ou evitar novos episódios depressivos. Os medicamentos são importantes por ajudarem, principalmente, na regulação dos neurotransmissores. Vale salientar que os antidepressivos, apesar do que muitos pensam, não causam vício.

Magnésio

(11)

regulação iônica no cérebro. No organismo humano, mais de trezentas e vinte e cinco enzimas são dependentes de magnésio, sendo muitas delas enzimas cerebrais. Quando os neurônios não conseguem gerar energia suficiente para manter suas bombas iônicas funcionando adequadamente, ocorre um desequilíbrio cíclico na liberação de cálcio e glutamato (um aminoácido neurotransmissor excitatório do SNC) pelas células, podendo resultar em danos neuronais e consequente depressão. Outro fato que exemplifica a importância desse nutriente no SNC é a necessidade de Mg²+ para a ligação do receptor de serotonina. A ação antidepressora do magnésio é dependente de sua interação com os receptores serotonérgicos, noradrenérgicos e dopaminérgicos (EBY III, EBY, 2010).

O achado clínico mais comum em casos de hipomagnesemia são mudanças de personalidade e depressão. Sua deficiência resulta de ingestão inadequada ou má absorção e devido à perda renal que ocorre em certos estados de doenças (alcoolismo, diabetes) e terapias medicamentosas (antidiuréticos, aminoglicosídeos, cisplatina, dentre outros). Adicionalmente, dietas não balanceadas com alta ingestão de gordura e cálcio, intensificam a inadequação de magnésio. Já que a absorção do magnésio adquirido via oral pode ser problemática, é importante investigar outros meios de aumentar a concentração cerebral desse mineral. Estresse crônico também é capaz de reduzir sua concentração e simultaneamente aumentar o estresse oxidativo no organismo humano. Tais dados comprovam a necessidade de suplementação de magnésio com vitaminas antioxidantes para pacientes vivendo em condições de estresse crônico, como é o caso de muitos pacientes depressivos (EBY III, EBY, 2010).

(12)

níveis de serotonina, e se já foi demonstrado que fármacos antidepressivos aumentam o Mg²+ cerebral, é razoável afirmar que uma adequada suplementação de magnésio beneficiaria a maioria dos indivíduos acometidos pela depressão (EBY III, EBY, 2010, tradução nossa).

Zinco

Assim como o magnésio, o zinco também é essencial para a atividade de centenas de enzimas no organismo humano, além de estar envolvido na síntese proteica influenciando a divisão e diferenciação celular (AMANI et al, 2010). O zinco está presente em vesículas sinápticas de neurônios específicos. Através da inibição do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA), ele é capaz de modular a transmissão de glutamato na fenda sináptica (AMANI et al, 2010; SZEWCZYK, 2010).

Outra ação antidepressiva deste mineral sugerida é a de sua influência positiva no fator neurotrófico derivado do cérebro (BNDF), que está diretamente relacionada à depressão devido a sua capacidade de aumentar a sobrevivência das células do SNC. Em uma experiência foi observado que a administração de baixas doses de zinco aumentou o nível de BNDF no hipocampo de ratos (SZEWCZYK, 2010).

Outro mecanismo de ação envolve o sistema imunológico. A suplementação de zinco em humanos tem sido associada a uma significativa redução em diversos marcadores inflamatórios, tais como interleucina-6, proteína C reativa e fator de necrose tumoral. Dado que níveis altos de tais marcadores inflamatórios são associados a sintomas depressivos, essa influência do zinco no sistema imune figura mais um efeito antidepressivo do mineral. Alguns alimentos fonte de zinco são: carne vermelha, leites e derivados, feijão, castanha de caju e amêndoas (YARY, AAZAMI, 2011).

(13)

europeus mostrou que as variáveis psicológicas tinham relação com um baixo valor de zinco plasmático e outros fatores nutricionais.

Essa relação foi particularmente mais destacada na Grécia, em comparação com os outros países envolvidos no estudo, dado sua baixa ingestão e menor variedade de alimentos fontes de zinco (AMANI et al, 2010).

Triptofano

O triptofano, um aminoácido essencial, é o único precursor da serotonina e sua concentração plasmática é determinada pelo balanço entre a ingestão dietética e sua remoção do plasma para síntese proteica. Depois de entrar no cérebro através da barreira hemato-encefálica, o triptofano é convertido em serotonina em um processo de duas etapas. Primeiramente o L-triptofano é convertido a 5-hidroxitriptofano pela enzima triptofano hidroxilase. Em seguida, a 5-hidroxitriptofano é descarboxilada por outra enzima, formando a serotonina (TOKER et al, 2010).

É sabido que a serotonina tem um forte papel na fisiopatologia da depressão, bem como no mecanismo de ação de fármacos antidepressivos. Visto que a quantidade de serotonina sintetizada depende da biodisponibilidade de triptofano plasmático e da atividade da enzima triptofano hidroxilase, a ingestão adequada desse aminoácido e de nutrientes envolvidos na composição dessa enzima (magnésio, e vitaminas do complexo B) é fundamental no tratamento da depressão. Algumas fontes de triptofano são: arroz integral, feijão, carne bovina, peixe, aves, abóbora, banana e manga (TOKER et al, 2010).

Ácidos graxos Ômega-3 (ω-3) e ômega-6 (ω-6)

(14)

na retina, especialmente o ácido docosahexaenoico (DHA) da família ômega-3 e o ácido araquidônico (AA) da família ômega-6. O DHA encontra-se nas áreas mais metabolicamente ativas do cérebro, como na membrana neuronal em locais de sinapse e no córtex cerebral (FIGUEIREDO, 2009; HARRIS et al, 2009).

O acúmulo desses ácidos graxos no SNC acontece primeiramente durante o desenvolvimento fetal através da transferência placentária de fontes maternas, e depois durante a infância por fontes alimentares sendo fundamental para o desenvolvimento neurológico (HARRIS et al, 2009). Além de sua função como constituinte de células do sistema nervoso, os PUFAs ômega-3 e ômega-6 também são de extrema importância para a regulação do processo inflamatório. O ácido eicosapentaenoico (EPA) da família ômega-3 origina eicosanoides com propriedades anti-inflamatórias, enquanto o AA da família ômega-6 dá origem a eicosanoides pró-inflamatórios.

Como esses PUFAs competem por enzimas em vias metabólicas comuns, é necessário que haja um balanço ideal no consumo desses nutrientes para que o equilíbrio na produção dos eicosanoides anti e pró-inflamatórios se estabeleça. (FIGUEIREDO, 2009; LOTTENBERG, 2009). A recomendação da OMS e da Food and Agriculture Organization (FAO) é de uma ingestão diária de ômega-6 e ômega-3 na proporção de 5:1 a 10:1 para indivíduos saudáveis (MARTIN et al, 2006).

Segundo LAKHAN et al (2008), dados epidemiológicos e estudos clínicos já comprovaram que ácidos graxos ômega-3 podem trazer resultados efetivos no tratamento da depressão. O consumo diário de suplementos contendo de 1,5 a 2g de EPA significou uma melhora no humor de pacientes depressivos.

(15)

tratamento da depressão. Adicionalmente, os ácidos graxos ômega-3 podem ser agentes protetores de doenças inflamatórias como, por exemplo, doença vascular aterosclerótica, artrite, alergias, entre outras (BARBALHO et al, 2011).

Peixes de água fria, como o salmão, arenque, cavala, sardinha e atum são ricos em EPA e DHA, e são consideradas as principais fontes alimentares de ômega-3. As carnes, e óleos de soja e girassol são alguns importantes alimentos fonte de ômega-6 (PASCOE et al, 2011).

Vitaminas B6, B9 e B12

Uma deficiência de vitaminas B6 (piridoxina), B9 (ácido fólico ou folato) e B12 (cobalamina ou cianocobalamina) pode estar relacionada ao aparecimento de sintomas depressivos, pois essas vitaminas possuem um importante papel na via metabólica envolvida nos processos de síntese dos neurotransmissores no SNC, além de participarem do metabolismo da homocisteína (proteína que em altas concentrações aumenta significativamente a oxidação por radicais livres). A ingestão insuficiente dessas vitaminas é um fator de risco para a depressão, seja causando uma queda na síntese de neurotransmissores, seja gerando aumento na concentração de homocisteína. As proteínas animais são ótimas fontes de vitamina B6 e B12, e as leguminosas, hortaliças e frutas são boas fontes de ácido fólico (ZHAO et al, 2011).

(16)

Estudos na Finlândia e na Coréia, baseados em mecanismos biológicos e observação clínica, também obtiveram resultados associando a deficiência dessas vitaminas à depressão (SKARUPSKI et al, 2010). Juntamente com o magnésio, as vitaminas B6, B9 e B12 também são necessárias para a enzima hidroxilase, que converte o triptofano em serotonina (MOURA, 2009).

Vitamina D

A vitamina D é produzida na pele através da exposição ao sol e também pode ser adquirida através da ingestão de peixes gordos (como salmão, atum, sardinha e cavala), gema de ovo, óleo de fígado de bacalhau e suplementos.

No entanto, ela precisa ser metabolizada no fígado e em seguida nos rins para que ocorra a conversão para sua forma biologicamente ativa, o 1,25-dihidroxicalciferol (calcitriol). Sua grande importância para manter a homeostase do cálcio e para a saúde dos ossos é conhecida, porém a recente descoberta de que algumas células do cérebro possuem receptores para a vitamina D incentivou pesquisas visando investigar a relação da deficiência de tal vitamina com transtornos depressivos (JORDE et al, 2008; PARKER, BROTCHIE, 2011).

Um possível mecanismo de interação seria o envolvimento do calcitriol na síntese de alguns neurotransmissores e na defesa antioxidativa do cérebro. A forma ativa da vitamina D estimula a expressão de genes da enzima tirosina hidroxilase, que é necessária para a produção de noradrenalina. Logo, é possível que o calcitriol atue aumentando a disponibilidade do neurotransmissor noradrenalina (PARKER, BROTCHIE, 2011).

(17)

portanto, menos expostos a luz solar. Por isso seus baixos níveis de vitamina D podem ser um resultado da depressão, e não parte da causa (JORDE et al, 2008).

A deficiência de vitamina D possivelmente contribui para o aparecimento da depressão e sua suplementação pode trazer benefícios ao tratamento, porém mais estudos são necessários para tornar viável uma recomendação nesse sentido (PARKER, BROTCHIE, 2011).

• Sugere-se que o açúcar seja substituído pelas frutas frescas ou secas, que balanceadas com as sementes germinadas, nos vitaliza, anima, sem causar picos glicêmicos.

• Entre os alimentos a serem evitados, as farinhas refinadas e o glúten.

Inflamação, um nexo de união entre dieta e doença

A depressão, não é muito diferente da diabetes se olharmos as mudanças que ocorrem no organismo a um nível molecular. As pessoas com diabetes e com depressão se encontram em um estado de inflamação sistêmica leve, mas crônica. Manter uma dieta saudável, em particular uma dieta mediterrânea tradicional, e evitar uma dieta pro inflamatória parece dar certa proteção contra a depressão.

Não procure um alimento milagroso

A relação entre os nutrientes e a depressão é muito complexa, por exemplo, as diferenças genéticas entre os indivíduos que fazem com que os déficits nutricionais repercutam mais ou menos no risco de se adoecer, e o mais relevante à saúde mental é o padrão dietético, a dieta, mais do que um alimento e um nutriente sozinho. O que importa ao nosso cérebro é a diversidade e a harmonia entre eles.

(18)

➢ Uma dieta saudável, como a mediterrânea, “traz nutrientes fundamentais para o cérebro, como diversos minerais, vitaminas, aminoácidos essenciais e ácidos graxos essenciais. São importantes porque têm efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e neuroprotetores, que ajudam a combater melhor as consequências negativas do estresse. Mas a carência de nutrientes essenciais tem repercussões ao cérebro das pessoas em geral. Assim, o déficit de algumas vitaminas, como o folato e a vitamina B12, se relaciona com um estado de ânimo depressivo e com a deterioração cognitiva.

Diminuir o risco de depressão em até 35%

➢ as pessoas que seguem dietas ricas em verduras, frutas, grãos sem processar, peixes e mariscos, que contêm poucas quantidades de carnes magras e laticínios, têm risco de depressão de 25% a 35% mais baixo.

➢ Além disso, uma má hidratação, o consumo de álcool, de cafeína e o hábito de fumar podem precipitar e estimular os sintomas de ansiedade”.

➢ os picos altos de açúcar “podem imitar de uma crise de ansiedade a um ataque de pânico”. Por último, “os períodos prolongados de jejum, em que são gerados estados hipoglicemiantes, podem simular sintomas de depressão”.

➢ as vitaminas e os probióticos favorecem a saúde mental porque são naturais e saudáveis.

➢ Uma mensagem importantíssima à população é que melhorar a dieta por si

só não irá curar os transtornos mentais e saber isso é vacinar-se contra as promessas dos charlatões e as pseudociências”.

(19)

No que diz respeito à prevenção da depressão, o ideal é aumentar ao máximo a qualidade de vida para, assim, diminuir as chances de seu aparecimento. Como nem tudo está sob o controle do indivíduo e situações adversas inerentes podem desencadear um quadro de depressão, uma boa medida de prevenção é procurar um médico especializado ao notar o aparecimento dos primeiros sintomas. A intervenção precoce dos profissionais da saúde aumenta as chances de um tratamento bem sucedido (PORTAL DA SAÚDE, 2006).

Realizar atividades que gerem prazer, procurar diminuir a carga de estresse do dia-a-dia, ter uma prática alimentar equilibrada e fazer exercícios físicos orientados regularmente são algumas medidas que podem aumentar a qualidade de vida, promover a saúde e prevenir o aparecimento da depressão. É importante ressaltar que indivíduos que possuem algum parente que já sofreu ou sofre de depressão devem ter uma atenção especial no caso do aparecimento de sintomas, considerando-se o fator hereditário dessa morbidade (HASLER, 2010).

Frutas oleaginosas, amêndoa, avelã, nozes, semente de linhaça (por causa da presença de ômega 3), semente de gergelim e cereais integrais (ricos em tirosina, estimulam a produção de dopamina, que promove o estado de alerta).

Referências Bibliográficas:

(20)

Carvalho, S et al. A Depressão é uma doença que se trata. Associação de apoio aos doentes depressivos e bipolares, 2017.

Falco, A et al. DOENÇA DE ALZHEIMER: HIPÓTESES ETIOLÓGICAS E PERSPECTIVAS DE TRATAMENTO. Quim. Nova, Vol. 39, No. 1, 63-80, 2016.

Flanagan, E.et al. Nutrition and the ageing brain: Moving towards clinical applications. Ageing Research Reviews 62 (2020) 101079.

Jannusch, K. et al. A Complex Interplay of Vitamin B1 and B6 Metabolism with Cognition, Brain Structure, and Funcional Connectivity in Older Adults. Neuroscience. 2017.

LyeCheiad et al. Serum α-linolenic and other ω-3 fatty acids, and risk of disabling dementia: Community-based nested case–control study. Clinical Nutrition. 36 (3). 2017.

Mikkelsen, K et al. The effects of vitamin B on the immune/cytokine network and their involvement in depression. Maturitas 96 (2017) 58–71

Referências

Documentos relacionados

submetidos a procedimentos obstétricos na clínica cirúrgica de cães e gatos do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa, no período de 11 de maio a 11 de novembro de

b) Execução dos serviços em período a ser combinado com equipe técnica. c) Orientação para alocação do equipamento no local de instalação. d) Serviço de ligação das

VI) Tanques de combustível tipo "galão" poderão ser usados nos karts dos anos 60/70 e.. 80, tendo capacidade para cinco ou dez litros, conforme modelo original do kart. §

O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência da coccidiose em frangos de corte no ano de 2012 em uma integração localizada na região noroeste do estado do

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

E mais: é possível a coexistência de mais de um estilo de época em um mesmo período de tempo, principal- mente quando há uma transição de valores, ou seja, há uma mistura de

Acreditamos que o estágio supervisionado na formação de professores é uma oportunidade de reflexão sobre a prática docente, pois os estudantes têm contato

responsabilizam por todo e qualquer dano ou conseqüência causada pelo uso ou manuseio do produto que não esteja de acordo com as informações desta ficha e as instruções de