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Nível tecnológico e rentabilidade de produção de mel de abelha (Apis mellifera) no Ceará

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Ní vel tecnol ógi co e rent abili dade de pr odução de mel

de abel ha (

Api s mel lif era

) no Cear á

Débor a Gaspar Fei t osa Fr ei t asI; Ah mad Saeed KhanI I; Lúci a Mari a Ra mos

Sil vaIII

IEcono mist a, MS, Dout oranda e m Econo mi a Uni versi dade Feder al do Cear á. E-mai l : debor agas @i g. com. br

IIEng. Agr ôno mo, Ph. D. e m Econo mi a Agrí col a e Recursos Nat ur ai s. Professor

Ti t ul ar do Depart a ment o de Econo mi a Agrí col a da Uni versi dade Feder al do Cear á. Bol si st a do CNPq. E- mai l: saeed @uf c. br

IIIEng. Agr ôno ma, Li vre Docênci a, Pr of essor a Adj unt a I V do Depart a ment o de

Econo mi a Agrí col a da Uni versi dade Feder al do Cear á. E- mail :sil val ra mos @uf c. br

RESUMO

O pr esent e est udo pr ocur ou anali sar a api cul t ura no Est ado do Cear á, enf ocando a pr odução de mel de abel has (Api s mellif era) nos pri nci pai s muni cí pi os produt or es do Est ado, mai s pr eci same nt e f azendo u ma análi se do ní vel tecnol ógi co e mpr egado na pr odução, be m co mo avali ando a rent abili dade da ati vi dade. A pesqui sa se reali zou através de col et a de dados pri mári os por mei o de entrevi st as diret as co m os pr odut or es nos muni cí pi os de Mo mbaça, Pacaj ús e Chor ozi nho, no mês de out ubr o de 2002. Par a avali ação do ní vel tecnol ógi co, di vi di u-se o si st ema de pr odução de mel e m ci nco co mponent es: uso de equi pa ment os, manej o, col hei t a, pós-col hei t a e gest ão; daí f ora m desenvol vi dos índi ces t ecnol ógi cos para cada u m separ ada ment e e par a o conj unt o del es, co m base na respecti va t ecnol ogi a

reco mendada, sendo que, quant o mai s pr óxi mo da t ecnol ogi a reco mendada, mai or é o val or dest e í ndi ce e, port ant o, mel hor o ní vel tecnol ógi co. A avali ação da rent abili dade f oi f ei ta utili zando-se a met odol ogi a do Si st e ma I nt egr ado de Cust os Agr opecuári os – CUSTAGRI. Os pri nci pai s resul tados obti dos mostra m que o ní vel tecnol ógi co dos pr odut ores de mel é consi der ado bo m, sendo que na pós-col hei t a apr esent a mel hor es í ndi ces, enquant o na gest ão f ora m encontrados os mai s bai xos í ndi ces. No que se ref ere à rent abili dade, a pr odução de mel é u ma ativi dade mui t o rent ável , envol vendo bai xos cust os e podendo chegar a el evados í ndi ces de

l ucrati vi dade.

Pal avr as-chave: Api cultura, ní vel tecnol ógi co, rent abili dade, Cear á.

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1

Introdução

A api cul t ur a é u ma ati vidade de gr ande i mport ânci a, poi s apr esent a u ma

al t er nati va de ocupação e renda par a o ho me m do ca mpo. É u ma ati vi dade de f ácil ma nut enção e de bai xo cust o i ni ci al e m r el ação às de mai s ati vi dades agropecuári as.

Est a ati vi dade despert a mui t o i nt er esse e m di versos seg ment os da soci edade por se trat ar de u ma ati vi dade que corresponde ao tri pé da sust ent abili dade: o soci al , o econô mico e o a mbi ental . O soci al por se trat ar de u ma f or ma de ger ação de

ocupação e e mpr ego no ca mpo. Quant o ao f at or econô mico, al é m da ger ação de renda, há a possi bili dade de obt enção de bons lucr os, e na quest ão a mbi ent al pel o f at o de as abel has at uare m co mo poli ni zador es nat ur ai s de espéci es nati vas e cul ti vadas, preser vando-as e conseqüent e ment e contri bui ndo par a o equilí bri o do ecossi st e ma e manut enção da bi odi versi dade (PAXTON, 1995).

Os pri nci pai s pr odut os obti dos e co merci ali zados da ati vi dade apí col a são o mel , a cer a, a pr ópoli s, a gel éi a real e o veneno (api t oxi na). Há t a mbé m u m seg ment o da api cul t ur a que ve m se desenvol vendo ao l ongo dos úl ti mos anos, que é o de

ser vi ços de poli ni zação, e m que as col méi as são al ugadas par a pr odut ores de outra cul t ur a agrí col a co m a finali dade de au ment o da produção dest a cul t ur a (FREI TAS, 1998).

O mel é consi der ado o produt o apí col a mai s f ácil de ser expl or ado, sendo t a mbé m o mai s conheci do e aquel e co m mai or es possi bilidades de co mer ci ali zação. Al é m de ser u m ali ment o, é t a mbé m utili zado e m i ndústri as f ar macêuti cas e cosméti cas, pel as suas conheci das ações t erapêuti cas.

O Est ado do Cear á aparece nas est atí sti cas do IBGE co mo o segundo mai or

pr odut or de mel de abel has da regi ão Nor dest e, parti ci pando co m cerca de 25 % da pr odução, e ai nda co m gr ande pot enci al de cresci ment o, fi cando atrás do Est ado do Pi auí que det é m quase 50 % da pr odução na regi ão nor desti na.

Al é m da mai or de manda e pel os bons pr eços al cançados pel o pr odut o no ano de 2001, a ati vi dade despert a gr ande i nt eresse por se trat ar de u ma ati vi dade que não exi ge mui t o t e mpo, nem r equer mui t a sofi sti cação e m t er mos t ecnol ógi cos. Apesar de exi sti re m i novações de equi pa ment os e t écni cas – que se m dúvi da aj uda m bast ant e na mel hori a da ati vi dade –, a pr oduti vidade na api cul t ur a est á rel aci onada pri nci pal ment e ao manej o adequado e às condi ções da fl ora apí col a que, adi ci onada às novas t écni cas e à efi ci ênci a na co mer ci ali zação, f aze m- na dest acar-se dentre as ati vi dades agr opecuári as.

Segundo VI LELA (2000), segui ndo-se a t ecnol ogi a reco mendada na pr odução e co mer ci ali zando o mel de manei ra adequada, esper a-se al t a rent abili dade na ati vi dade pri nci pal ment e se co mpar ada aos demai s negóci os agr opecuári os.

Tendo e m vi st a a i mport ânci a e a pot enci ali dade da api cul t ur a no Est ado,

consi der a-se i mport ant e a reali zação de est udos que per mit a m conhecer e avali ar o ní vel tecnol ógi co dos produt or es de mel nos princi pai s muni cí pi os pr odut or es no Est ado do Cear á e a rent abili dade da ati vi dade.

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Na Teori a do Desenvol vi me nt o Econô mico, SCHUMPETER def ende a t ecnol ogi a co mo el e ment o essenci al da di nâ mica capi t ali sta, e anali sa o pr ocesso de transf or mação que essa econo mi a auf er e quando se i ntroduz u ma i novação tecnol ógi ca radi cal e m seu pr ocesso de pr odução ( SILVA, 1995). O aut or decl ara que a t ecnol ogi a é a responsável por mudanças no co mport a ment o dos agent es econô micos, real ocação de recursos, destr ui ção dos mét odos tradi ci onai s de pr odução e mudança qualitati va na estr ut ur a econô mica.

Entre essas mudanças, Sc hu mpet er menci onou que a i novação t ecnol ógi ca é u m f enô meno pur a ment e econô mico da hi st óri a do capi t ali s mo, e el abor ou a t eori a da i novação, que e m li nhas ger ai s def ende que, para que est a transf or me o si st e ma econô mico, é necessári o que os e mpr eendedores surj a m e m bl ocos e não

di stri buí dos de manei ra uni f or me ao l ongo do t empo; revel a ai nda que o êxi t o do e mpr eendi ment o é que i nduzi rá o i ngr esso de outr os e mpr eendedor es, di f undi ndo, assi m, a i novação, o que car act eri zou a di vi são da t eori a e m três et apas: i nvenção, i novação e dif usão.

Já a Teori a Neocl ássi ca não se apr of undou nos assunt os rel aci onados à tecnol ogi a at é meados da década de 1950, quando os autor es e m seus model os de

cr esci ment o econô mico enf ati zava m a t erra, capi t al e trabal ho, e, apesar de

reconhecer o pr ogr esso tecnol ógi co, est e não era i ncl uí do f or mal ment e no model o. HI CKS, ci tado por SOUZA ( 2000), trat ou da i novação t ecnol ógi ca e m r el ação ao trabal ho, acredi t ando que não haveri a razão para achar que as i novações f osse m por el as mes mas poupador as de trabal ho, mas que os e mpr esári os t enderi a m a buscar i novações que l hes poupasse m mão- de-obr a par a co mpensar au ment os nos seus cust os; t a mbé m f or mul ou u ma t eori a e m que as i novações er a m consi der adas co mo i nduzi das pel a escassez rel ati va dos f at ores de pr odução.

Nos trabal hos de Schu mpet er e Hi cks, dest acar am- se i mport ant es conceitos, co mo i novação transf or madora da estr ut ur a pr oduti va e i novação i nduzi da,

car act eri zando os cha mados model os pont uai s. De i gual i mport ânci a f ora m os mo del os de econo mi a dual , que col ocar a m a moder ni zação do set or agrí col a, atr avés da adoção de i novações t ecnol ógi cas, co mo condi ção necessári a ao desenvol vi ment o da econo mi a.

A adoção de novas t ecnol ogi as pode el evar os ní vei s de pr oduti vi dade de u ma e mpr esa, sej a el a agrí col a ou não, benefi ci ando posi ti va ment e a econo mi a. E mbor a as novas t ecnol ogi as seja m de conheci ment o dos pr odut or es, ne m t odos a adot a m, mui t as vezes por f at or es soci oeconô micos rel aci onados ( KHAN et all, 1991).

Nos úl ti mos anos, a revol ução t ecnoci entífi ca ocorri da pri nci pal ment e no ra mo das Tel eco muni cações e I nfor máti ca, Quí mica e Genéti ca, revol uci onou t odos os ra mos da Econo mi a, pri nci pal me nt e a ati vi dade agrí col a ( MI RANDA, 2001).

A ati vi dade agrí col a t a mbé m f oi al vo de i mpact os di ant e da i ncor por ação de

i novações mecâni cas, quí micas e genéti cas na sua base pr oduti va. Essas i novações refl eti a m-se nas e mpr esas, onde f or a m obser vadas a substi t ui ção de equi pa ment os e i ncor por ação de novos modos de ad mi ni stração de trabal ho e or gani zação da pr odução.

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Há ai nda u ma li nha de pesqui sa que trat a da capaci dade das e mpr esas e m se apr opri ar de avanços t ecnol ógi cos co mo f or ma de estrat égi a de co mpet iti vi dade nos mer cados, consi der ando que a const ant e i novação t ecnol ógi ca e m u ma e mpr esa det er mina a cri ação ou ma nut enção da co mpeti ti vi dade dest a nu ma r egi ão.

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Met odol ogi a

3. 1 Ár ea Geogr áfi ca de Est udo

For a m escol hi dos os muni cí pi os de Pacaj us, Chorozi nho e Mo mbaça para o

desenvol vi ment o da pesqui sa, por que são muni cí pi os que apr esent ar am, de acor do co m dados obti dos na Secr et ari a de Desenvol vi me nt o Rur al (SDR) 2002, nos úl ti mos anos, u ma pr odução repr esent ati va no set or apí col a, dest acando-se entre os dez muni cí pi os do Est ado do Cear á co m mai or pr odução de mel .

3. 2 Levant a ment o dos Dados

For a m utili zados dados pri mári os obti dos através de entrevi st as di ret as co m os pr odut or es nos muni cí pi os menci onados, no mês de out ubr o de 2002.

As i nf or mações ref er entes à t ecnol ogi a reco mendada f or a m obti das j unto ao

Depart a ment o de Zoot ecni a, Set or de Api cul t ura, da Uni versi dade Federal do Cear á ( UFC).

For a m utili zados dados bi bli ogr áfi cos di sponí vei s e m i nsti t ui ções de ensi no e pesqui sa, be m co mo dados est atí sti cos secundári os encontrados e m ór gãos

especi ali zados co mo: I nsti t ut o Br asil ei ro de Geogr afi a e Est atí sti ca (I BGE), I nsti t ut o de Pl anej a ment o do Ceará (IPLANCE), E mpr esa de Assi st ênci a Técni ca e Ext ensão Rur al do Cear á (EMATERCE), Secr et ari a de Desenvol vi ment o Rur al (SDR), dentre outr as.

3. 3 Ta manho da Amostr a

Foi utili zada u ma a mostrage m al eat óri a si mpl es, cuj a det er minação do t a manho segui rá o mét odo par a a mostras de popul ações fi ni tas, conf or me FONSECA e MARTI NS ( 1996) :

onde:

n = t a manho da a mostra par a popul ações fi ni tas

z2 = absci ssa da nor mal padr ão

p = esti mati va da pr oporção da car act erí sti ca pesqui sada no uni verso

q = 1 – p

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d = erro a mostral

Assi m, de acor do co m o cál cul o da a mostra e m f unção do t a manho da popul ação e m est udo, f ora m entrevi st ados 33 pr odut or es de mel de abel has no muni cí pi o de Mo mbaça, e nove pr odut ores dos muni cí pi os de Pacaj us e Chor ozi nho, to mados al eat ori a ment e.

3. 4 Defi ni ção e Operaci onali zação das Vari ávei s

3. 4. 1 – Análi se da Tecnol ogi a

De acor do co m i nf or mações obti das j unt o ao Depart a ment o de Zoot ecni a da

Uni versi dade Feder al do Cear á, e segui ndo as ref er ênci as de vári os autor es na ár ea de api cul t ur a, co mo WI ESE (1985), COUT O & COUT O ( 2002), FREE (1982),

FREI TAS (1998), pode-se descr ever a t ecnol ogi a reco mendada par a a produção de mel .

Par a a i dentifi cação do ní vel tecnol ógi co, ser ão consi der ados os segui ntes

co mponent es do si st e ma de pr odução na api cul t ur a: 1) Uso de Equi pame nt os; 2) Manej o; 3) Col et a e Pr ocessa ment o de Mel ; 4) Pós-col hei t a de Mel e 5) Gest ão.

As vari ávei s i ncl uí das em cada t ecnol ogi a são apr esent adas nas TABELAS 1A a 5A.

3. 5 Mét odos de Análi se

3. 5. 1 Det er mi nação do Ní vel Tecnol ógi co

Par a pr oceder a u ma análi se quanti tati va dos di f erenci ai s tecnol ógi cos, é

consi der ado cada u m dos itens descri t os ant eri or ment e no si st e ma de produção na api cul t ur a.

Na avali ação do ní vel tecnol ógi co, é det er minado i ni ci al ment e u m í ndi ce tecnol ógi co par a cada pr odut or e m cada u m dos co mponentes que f or mar ão o ref eri do ní vel , conf or me MI RANDA, 2001:

sendo, e dessa f or ma, 0 < I n j < 1,

onde:

I nj = Í ndi ce de cada Tecnol ogi a n do pr odut or j;

i = Vari ávei s utili zadas;

n = Tecnol ogi a utili zada;

[y, m] = vari ávei s dentro do seg ment o i ref erentes à t ecnol ogi a n;

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Assi m, repr esent a o peso de cada el e ment o xi na consti t ui ção do í ndi ce tecnol ógi co especí fi co n, e

par a a t ecnol ogi a de equi pa ment os, n = 1, i = [1; 15] e w1 = 22;

par a a t ecnol ogi a de manej o, n = 2, i = [16; 28] e w2 = 21;

par a a t ecnol ogi a de col hei t a, n = 3, i = [29; 34] e w3 = 9;

par a a t ecnol ogi a de pós-col hei t a, n = 4, i = [35; 38] e w4 = 7;

par a a t ecnol ogi a da gest ão, n = 5, i = [39; 46] e w5 = 8.

O í ndi ce t ecnol ógi co médi o especí fi co par a o conj unt o de pr odut or es é dado pel o so mat óri o dos í ndi ces especí fi cos dos pr odut or es i ndi vi duai s di vi di do pel o nú mer o de pr odut or es entrevi stados, de monstrado pel a equação:

onde:

j = Nú mer o de pr odut ores (vari ando de 1 a z)

n = Tecnol ogi a utili zada

O í ndi ce t ecnol ógi co geral de u m pr odut or, i ncl ui ndo-se t odas as t ecnol ogi as, pode ser obti do da segui nt e for ma:

Assi m, o í ndi ce t ecnol ógi co da pr odução de mel na ár ea de est udo, consi der ando-se t odos os pr odut or es, será expr esso co mo a segui r:

Co m base nos val or es obti dos dos í ndi ces (que vari a m de zer o a u m), det er mina-se o ní vel tecnol ógi co dos pr odut or es de mel , consi der ando-se que quant o mai s

pr óxi mo do val or máxi mo ( u m), mel hor ser á o ní vel tecnol ógi co dos respecti vos pr odut or es.

3. 5. 2 – I ndi cador es de Rent abili dade

(7)

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Resul t ados e Di scussão

4. 1 Índi ce Tecnol ógi co Ger al da Pr odução de Mel

Na co mposi ção do ní vel tecnol ógi co, det er minou-se u m í ndi ce ger al co mpost o de í ndi ces ref er ent es a cada t ecnol ogi a e post eri orme nt e suas parti ci pações rel ati vas no í ndi ce t ecnol ógi co geral da pr odução de mel . Conf or me menci onado, defi ni u-se :

I G, o í ndi ce que avali a o ní vel tecnol ógi co ger al da pr odução de mel , engl obando t odas as t ecnol ogi as: uso de equi pa ment os, manej o, col hei t a, pós-col hei t a e gest ão.

4. 1. 1 – Í ndi ce t ecnol ógi co ref er ent e à pr odução de mel , i ncl ui ndo as t ecnol ogi as de uso de equi pa ment os, ma nej o, col hei t a, pós-col hei t a e gest ão (I G)

Conf or me se obser va na TABELA 1, o ní vel tecnol ógi co ger al dos api cul tor es e m Mo mbaça f oi dentr o do padr ão t ecnol ógi co B, (IG = 0, 592). Ai nda se encontr ou 9, 09 % dos api cul t ores no padr ão C e 6, 06 % no padr ão A, sendo, port ant o, a mai ori a i nseri da no padrão B.

Nos muni cí pi os de Pacaj us e Chor ozi nho, o í ndi ce f oi superi or ao do muni cí pi o de Mo mbaça, fi cando e m IG = 0, 675, no ent ant o enquadr a-se no padr ão tecnol ógi co B, que fi cou repr esent ado por 88, 89 % dos entrevi st ados, enquant o 11, 11 % si t uar a m- se no padr ão A.

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4. 1. 2 – Contri bui ção de cada t ecnol ogi a na f or mação do í ndi ce I G

No muni cí pi o de Mo mbaça, obser va-se na Tabel a 1 que o i ndi cador que te m mai or parti ci pação na co mposi ção do í ndi ce é a pós-col hei t a, que contri bui com 25, 72 % na f or mação dest e; j á o i ndi cador gest ão é nova ment e o que apr esenta menor contri bui ção: apenas 12, 02 %.

Nos muni cí pi os de Pacaj us e Chor ozi nho, se mel hant e ao que acont ece no muni cí pi o de Mo mbaça, a mai or parti ci pação é da t ecnol ogi a de pós-col hei t a, contri bui ndo co m 22, 55 % na co mposi ção do í ndi ce, e mbor a os outr os í ndi ces t enham val ores percent uai s de parti ci pação be m apr oxi mados. A t ecnol ogi a da gest ão apr esent a me nor val or, tant o e m val or es absol ut os co mo rel ati vos, sendo u m pouco mai s el evado do que no muni cí pi o de Mo mbaça, conf or me se obser va na Tabel a 1.

Par a a a mostra t ot al , as contri bui ções das t ecnol ogi as segue m o mes mo

co mport a ment o dos muni cí pi os i ndi vi dual ment e, onde a pós-col hei t a apresent a mai or parti ci pação e a gest ão a menor.

4. 2 Det er mi nação dos Indi cador es de Rent abili dade

A TABELA 2 apr esent a o su mári o dos i ndi cador es de rent abili dade da produção de mel , par a os muni cí pi os e m análi se.

(9)

O Lucr o Oper aci onal (LO), que corresponde à dif erença entre a Recei t a Br ut a ( RB) e o Cust o Oper aci onal Total ( COT), par a u ma quanti dade pr oduzi da de 100 kg, no caso do muni cí pi o de Mo mbaça correspondeu a R$ 142, 04, e nos muni cí pi os de Pacaj us e Chor ozi nho o val or correspondent e f oi de R$ 259, 12.

Os í ndi ces de l ucr ati vi dade (IL) f ora m, respecti va ment e, 54, 47 % e 65, 39 %, nos muni cí pi os de Mo mbaça e Pacaj us e Chor ozi nho. No caso da a mostra t ot al, o LO obt eve o val or de R$ 167, 13, e o IL f oi de 56, 81 %. Tai s val ores mostra m que a api cul t ur a é u ma ati vi dade extre ma ment e rent ável e que pr oporci onou al t a

l ucrati vi dade no ano e m est udo. É i mport ant e ressal t ar que os dados col et ados se ref eri ra m apenas ao ano de 2002, e que por f at ores ext er nos o mel al cançou u m pr eço mai s el evado do que os pr eços esper ados, ade mai s, co mo r ef erido, os cust os de oport uni dade dos f ator es de pr odução não f ora m consi der ados.

Na Tabel a 2, t e m-se o su mári o das Mar gens Brut as e Pont o de Ni vel a ment o cal cul ados. No muni cí pi o de Mo mbaça, a Mar gem Br ut a e m r el ação ao cust o oper aci onal t ot al ( MBCOT) é de 168, 74 %, o que i ndi ca que após pagar em- se os cust os oper aci onai s t ot ai s, os pr odut or es de mel di spõe m ai nda de 168, 74 % sobr e o val or dest es cust os, ou mel hor, de acor do com a defi ni ção da Mar gem Br ut a, esse percent ual i ndi ca que os produt or es di spõe m de uma quanti dade de recursos

168, 74 % superi or ao COT, após pagar e m- se t odos est es cust os. Est e mo nt ant e poderi a ser utili zado para cobri r a re muner ação ao capi t al, a terra e à capaci dade e mpr esari al do pr opri etári o. No caso dos pr odut ores do muni cí pi o de Pacaj us e Chor ozi nho, essa mar gem é de 206, 77 %, e para a a mostra t ot al a MBCOT é de 176, 89 %.

O Pont o de Ni vel a ment o e m r el ação ao COE (PNCOE) no muni cí pi o de Mo mbaça é de 17, 34 kg e nos muni cí pi os de Pacaj us e Chorozi nho é de 12, 62 kg. Já par a a a mostra t ot al , o PNCOE é de 14 kg. Esses resul tados si gni fi ca m que são necessári os me nos de 18 kg de mel nu ma pr odução de 100 kg, par a se pagar e m os cust os oper aci onai s ef eti vos.

O Pont o de Ni vel a ment o e m r el ação ao COT (PNCOT) no muni cí pi o de Mo mbaça é de 44, 88 kg, ou sej a, par a cada 100 kg de mel pr oduzi dos são necessári os 44, 88 kg par a se cobri r os cust os oper aci onai s t ot ai s. Nos muni cí pi os de Pacaj us e Chor ozi nho, o PNCOT é de 34, 70 kg. Dessa f orma, verifi ca-se que os Pont os de Ni vel a ment o e m Mo mbaça são mai or es do que nos de mai s muni cí pi os, e,

conseqüent e ment e, a produção necessári a par a se cobri r os cust os é superi or nest e muni cí pi o aos de mai s. Par a a a mostra t ot al , o PNCOT é de 41, 84 kg , ou sej a, e m u ma pr odução de 100 kg, é necessári o menos da met ade da pr odução par a se pagar os cust os oper aci onai s t ot ai s.

Est es resul t ados poder ão ser vi r de i ncenti vos par a aquel es que est ão di spost os a i nvesti r nest a ati vi dade.

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Concl usões

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Nas t ecnol ogi as de uso de equi pa ment os, manej o e col hei t a, o ní vel tecnol ógi co é consi der ado bo m nos muni cí pi os anali sados, poi s si t ua m- se no padr ão B, ou sej a, mai s da met ade da t ecnol ogi a reco mendada é utili zada, e mbor a haj a vari ações nos í ndi ces encontrados, onde se pode encontrar produt or es nos de mai s padr ões, est es repr esent a m apenas pequena parcel a de pr odut ores.

A t ecnol ogi a de pós-col hei t a t eve o mes mo val or nos muni cí pi os est udados (0, 7619) e apr esent a mel hor ní vel tecnol ógi co entr e as de mai s t ecnol ogi as, si t uando-se no padr ão A. Já a t ecnol ogi a da gest ão apr esent ou u m bai xo ní vel tecnol ógi co no muni cí pi o de Mo mbaça, mas u m bo m ní vel e m Pacaj us e

Chor ozi nho, o que pode est ar associ ado a u m mai or ní vel de escol ari dade nest es doi s úl ti mos muni cí pi os.

As t ecnol ogi as de pós-col hei t a e de uso de equi pa ment os apr esent ar am mai or contri bui ção à f or mação do í ndi ce ger al , enquant o que a t ecnol ogi a da gest ão parti ci pa co m a menor contri bui ção.

Os resul t ados de monstra m que a pr odução de mel é u ma ati vi dade muito rent ável , podendo chegar a al t os í ndi ces de l ucr ati vi dade, i ncorrendo e m poucos cust os. Nos muni cí pi os de Pacaj us e Chor ozi nho a l ucr ati vi dade é mai or do que no muni cí pi o de Mo mbaça, e est e f at o pode ser atri buí do aos mel hor es pr eços recebi dos pel os api cul t ores dos pri mei ros muni cí pi os e m r azão da exi st ênci a de u m canal de co mer ci ali zação di ret a e de sua l ocali zação pr óxi ma à capi t al do Est ado, e t a mbé m a mai or pr oduti vi dade obti da por est es api cul t ores. Entret ant o, deve-se ressal t ar que os cust os oper aci onai s são i nf eri ores no muni cí pi o de Mo mbaça. De modo ger al , a api cul t ur a mostra-se co mo u ma boa opção par a ger ação de renda no ca mpo.

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Ref erênci as Bi bli ogr áfi cas

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Apêndi ces

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Referências

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