LEUCEMIA E LINFOMA DE
HODGKIN EM CRIANÇAS
LEUCEMIA EM CRIANÇAS
• Diminuição na produção de células normais da MO
• Glóbulos vermelhos – anemia
• Plaquetas – manchas roxas em locais não traumatizados,
petéquias ou sangramento prolongado
• Imunidade reduzida – febre
• Blastos Leucêmicos em vários orgãos e sistemas
SINAIS E SINTOMAS
• SISTEMA LINFÁTICO
– Aumento de linfonodos
– Alargamento do timo ( síndrome da VCS)
– Gânglios linfáticos no interior do tórax (pressionando a traquéia)
• BAÇO
– Esplenomegalia
• SNC
– Cefaléia e vômito.
• OSSOS
– Dores e dificuldade de andar que não melhoram com tto.
• ERUPÇÕES CUTÂNEAS E INFILTRADOS DE GENGIVA
– LMA – Blastos infiltram a gengiva causando inchaço, dor, sangramento.
– Pele – nódulos de cor escura indolores- Sarcoma granulocítico
SEMIOTÉCNICA
• Anamnese
– Investigar sinais e sintomas
– História de exposição a fatores de risco – Antecedentes Familiares
• Exame físico
– Exame de gânglios
– Inspeção da pele – áreas de hemorragias e sinais de infecção – Exame de abdome - hepatoesplenomegalia
• Exames complementares
– Citologia de MO
– Mielograma – blastos – Exame citogenético – imunofenotipagem
CLASSIFICAÇÃO DAS LEUCEMIAS
• LLA
– Dano genético adquirido
– Crescimento incontrolável e acúmulo de linfoblastos
– Morfologia: L1, L2 e L3.
– Imunofenotipagem: procura por antígenos sobre células leucêmicas. Do tipo T e B
• LLA pré B – 60% a 65%
• LLA comum – 20% a 25%
• LLA B maduras ( Burkitt): 2% a 3% dos casos
• LLA T: 15% a 18%
– Citogenética: auxiliar na classificação e planejamento do tto
CLASSIFICAÇÃO DAS LEUCEMIAS
• LMA
– Mieloblastos : perdem a capacidade de
diferenciação, mas mantém a de multiplicação.
– Morfologia: com base no tipo de células
envolvidas e no grau de maturidade. 8 subtipos (M0 a M7)
FATORES DE PROGNÓSTICOS
• LLA em crianças:
– Idade: 1 a 9 anos de idade tem maior índice de cura. >1 e <10 são de alto risco; LLA-T não parece ser afetada pela idade
– Nº de leucócitos: >50.000 – alto risco
– Nº de cromossomos: blatos > 50 cromossomos maior probabilidade de cura
– Citogenética: translocação entre 12 e 21 > chance de cura. Trans 9 e 22 (Philadelfia), 1 e 19 ou 4 e 11 são menos favoráveis.
– Resposta ao tto: Rápida ( 1 ou duas semanas) melhor pespectivas
– Doença residual mínima (DRM): quando as células leucemicas não podem ser mais encontradas na MO. Testes mais sensíveis ( PCR) Pctes com DRM após inicio do tto probabilidade de
recaída.
FATORES PROGNÓSTICOS
• LMA
– Nº leucócitos: < 100.000 melhor prognóstico
– Citogenética: Trans entre 15 e 17 (maioria dos casos), entre o 8 e 21 ou com uma inversão com 16 terão
chances altas de cura. Monossomia do 7 pior prognóstico.
– Morfologia: M2 e M3 – bom prognóstico
– Síndrome Mielodisplásica: as crianças tem pior prognóstico
– Respostas ao TTO: início de resposta mais rápido – mais propensas a cura
TRATAMENTO DE LLA
• TERAPIA DE INDUÇÃO – Fase inicial
– Complicações: tto com antibióticos, tranfusões
• QUIMIOTERAPIA INTRATECAL
– Punção lombar(pesquisa de blastos no líquor) – Quimioterapia no LCR
– Evitar leucemia meningea
• CONSOLIDAÇÃO
– Fase mais intensiva 4 a 8 semanas – Reduz o número de células residuais
– Crianças LLA Ph+ adicionam imantinib ao transplante alogênico, com HLA compatível.
• MANUTEÇAO
– Dura 2 anos
TRATAMENTO DE LLA
• RECAÍDA
– Recidiva após longo intervalo de remissão : o mesmo tto
– Intervalo menor: quimioterápico mais agressivo – Recidiva dentro de 6 meses ou LLA-T, transplante
alogênico, irmão com HLA compatível.
– O TCTH será realizado somente se a criança atingir remissão pos-quimio
– Recidiva extramedular: quimio intensiva e intratecal e se indicação radio
TRATAMENTO DE LMA
• INDUÇÃO
– Quimio mais intensa, mais efeitos colaterais
• QUIMIOTERAPIA INTRATECAL
– O risco de leucemia meningea é menor
• CONSOLIDAÇÃO
– Intensificação
– TCTH é frequentemente recomendado,
principalmente se apresentar mal prognóstico – Melhor sobrevida com quimio
– Tto de suporte
EFEITOS COLATERAIS DO TRATAMENTO
• LESÃO NA BOCA
• DISFAGIA
• NAUSEA E VOMITO
• ALOPÉCIA
• EFEITOS NA FORMAÇÃO DAS CÉLULAS SANGUINEAS
• SÍNDROME DE LISE TUMORAL
– Pctes com leucocitose. São rompidos durante tto – Alopurinol e rasbicase ajudam a eliminar as
substancias tóxicas
EFEITOS POS TRATAMENTO
• Possibilidade de segunda neoplasia
• Linfomas não-Hodking
• Tto com radio diminui a capacidade de aprendizagem
• Reduzir o crescimento, após TCTH
• Osteoporose associada a uso de esteroides
LINFOMA DE HODKING NA CRIANÇA
HUGO GAMA
Histórico
• Thomas Hodgkin, em 1832, cataloga grupo de doenças - linfoma de Hodgkin
• Carl Sternberg , em 1898 e Dorothy Reed, em 1902 - Célula de Reed-Sternberg
• Nasce a separação entre linfoma de Hodgkin e linfomas não-Hodgkin
Epidemiologia-DH
• Distribuição bimodal:
Países industrializados primeiro pico – 20 anos , segundo pico – acima de 50 anos
Países em desenvolvimento-primeiro pico- antes da adolescência.
• LH Familiar- mesmo HLA
• Fatores etiológicos: Deficiência imune, alteraçòes genéticas, HIV
• Epstein Barr
• Os linfomas correspondem a 12% dos cânceres infantis
• 40% dos linfomas são DH
• Sucesso de tratamento ( 85% de cura)
• Efeitos tardios do tratamento multimodal
Classificação
• Linfoma de Hodgkin tipo predominância linfocitária nodular (marcadores de linfócitos B CD20): “células em pipoca”, bom prognóstico, alta taxa de recaída, mas com boa resposta terapêutica;
• Linfoma de Hodgkin clássico (CD15 e CD30);
• Esclerose nodular (mais comum – 77%);
• Rico em linfócitos (5% dos casos): melhor prognóstico;
• Celularidade mista (segundo mais comum – 11%): 70% relacionado ao EBV. Mais comum em HIV+;
• Depleção linfocitária: menos comum e mais agressivo – mau prognóstico – também em HIV+;.
Quadro clínico: Linfoma de Hodgkin
• Câncer do sistema linfático
• Proliferação anormal de linfócitos B alterados ( células malignas)
• Gânglios linfáticos aumentam sem motivo
• Linfonodos indolores, duros e aderidos
• Podem acometer outros órgãos.
• Célula de Reed-Sternberg não é necessariamente patognomônica do linfoma de hodgkin
• Principal câncer na infância para indivíduos que tem HIV são linfomas
• Febre de Pel-Ebstein;
• Sintomas respiratórios;
• Padrão centrípeto de disseminação (90% por contiguidade);
• Medula óssea e áreas extranodais;
• Acometimento do baço.
Sintomas sistêmicos (30%)
• Febre baixa intermitente
• Perda de peso inexplicável
• Palidez cutânea
• Hepatomegalia e Esplenomegalia
• Astenia
Exames Laboratorias
• HMG : Variável
• Leucocitose com neutrofilia, linfopenia, eosinofilia e monocitose.
• Anemia
• VHS, Cobre sérico, ferritina e PCR: ELEVADOS
• Elevação do receptor interlecucina-2 e b2 macroglobulina
Exames de imagem
• Raio X de tórax
• TC de pescoço, tórax, abdome e pelve
• PET-TC
• Cintilografia óssea
Estadiamento
Epidemiologia-DH
Chances de cura
Distribuição dos 31 pacientes com linfoma de Hodgkin de acordo com o estadiamento ao diagnóstico pelo sistema Ann Arbor9
Sinais de acometimento sistêmico
A B Desconhecido Total Estádio
I 4 0 0 4
II 7 1 0 8
III 3 12 0 15
IV 1 2 0 3
Desconhecido 1 1
Total 15 15 1 31
Tabela 3 - Complicações apresentadas durante o tratamento por 16 pacientes* portadores de linfoma de Hodgkin
Complicações Número de episódios (n = 17)
Herpes simples 8
Herpes zoster 3
Pneumonia por Pneumocystis carinii 2*
Parotidite 1
Varicela 1
Candidíase sistêmica 1
Meningite criptocócica 1
* Um mesmo paciente apresentou dois episódios de pneumonia com diagnóstico clínico e radiológico sugestivo de pneumocistose
Tratamento
• Radioterapia QT sem resistência cruzada
Terapêutica combinada ( QT + RDT) Tratamento adaptado ao risco
Cura doença vs efeitos tardios
NOME DROGAS DOSAGEM DIAS
COPP Ciclofisfamida
Vincristina Procarbazina Prednisona
600 mg/m2 1,5 mg/m2 100 mg/m2 40 mg/m2
1,8 1,8 1-15 1-15
ABVD Adriamicina
Bleomicina Vinblastina Diacarbazina
2 5 mg/m2 10 mg/m2 6 mg/m2 375mg/ m2
1-15 1-15 1-15 1-15
DOENÇA DE HODKING
• Favorável
Doença localizada ( estádios I e II)
Envolvimento de linfonodos sem sintomas B ABVD + RDT campos envolvidos
• Desfavorável
(Sintomas B, ‘’Bulky’’ linfadenopatia,
linfadenopatia hilar, 3 ou + cadeias de
linfonodos, envolvimento extranodal para estruturas contíguas, estádios IIIB e IV) ABVD + COPP + RDT em campos envolvidos
Tratamento na DH
• Princípios de Radioterapia
-TTO efetivo com altas does ( 36 a 40-95 % de remissão)
-1970- primeiro protocolo para crianças
-Atualmente : tto de acordo com risco, terapia combinada com baixas doses de radiação ( 15- 25 Gys) e vários agente quimioterápicos
-Decisão: idade do paciente, localização do tumor, riscos/complicações
• Local es em rsico de envolvido = sítio tumoral + linfonodos regionais
• Abordagem tradicional de doença localizada(
estágios I e II)
• - Deve englobar todas as áreas clinicamente envolvidas e todas regiões ganglionares e
extraganglionares em risco de envolvimento subclínico: Campos de tto Radioterápico
padronizados
Sobrevida livre de eventos em 5 anos
• Estado I 90-100%
• Estado II 85-100%
• Estado III 70-90 %
• Estado IV 60-80%
Evolução na terapia
• Avanços no diagnóstico por imagem
• Avanços na tecnologia de irradiação
• Aumento do uso de QT sistêmica
• Maior preocupação das sequelas tardias:
doença cardíaca e naoplasias malignas secundárias
• Mudança dos regimes terapêuticos : MOPP para COPP
QUESTOES
• Sobre LLA marque a alternativa correta:
• A) crescimento incontrolável e acúmulo de linfoblastos
• B) a morfologia é formada por 4 classes: L1, L2, L3 e L4.
• C) a LLA comum representa 30% a 35% de prevalência
• D) Leucócitos acima de 50.000 representa um grupo de alto risco
• Sobre LMA, marque o incorreto:
• A) Morfologia: M2 e M3 – bom prognóstico
• B) Síndrome Mielodisplásica: as crianças tem pior prognóstico
• C) Nº leucócitos: < 100.000 melhor prognóstico
• D) Monossomia do 7 melhor prognóstico.
• 3. Sobre oLH na infância pode-se afirmar:
a) O LH é raro em crianças com idade abaixo de 5 anos.
b) O LH é mais comum em crianças do sexo femenino.
c) O tipo histológico mais comum em países
subdesenvolvidos é subtipo esclerose nodular.
d) O tipo histológico mais comum em países desenvolvidos é o celularidade mista.
• 4) Sobre o tratamento do LH:
• A) As taxas de cura de crianças com LH são muito baixas
• B) Os riscos são baixos de complicações tardias a longo prazo em resposta ao tratamento.
• C) Cada agente quimioterápico usado na terapêutica combinada deve ter o mesmo mecanismo de ação.
• D) A ciclofosfamida está sendo utilizada no lugar da mostarda nitrogenada pelo seu maior
potencial de desenvolver um segundo câncer
• 5) Sobre as complicaçòes tardias do LH:
• A) O tratamento para LH com uso exclusivo da radioterapia possui baixo índice de remissão.
• B) A radioterapia tem pouca importância para estadiamentos maiores do LH
• C) A LMA e a sindrome mielodisplásica são neoplasias secundárias mais frequentes
• D) Tumores sólidos, geralmente, tem manifestação mais recente.