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PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DOS CENTROS DE INICIAÇÃO DESPORTIVA (CID) DO DISTRITO FEDERAL COM BASE NA METODOLOGIA MCDA

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PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DOS

CENTROS DE INICIAÇÃO DESPORTIVA

(CID) DO DISTRITO FEDERAL COM

BASE NA METODOLOGIA MCDA

Pedro Flach Romani (CEAG/UnB)

pfromani@gmail.com

Marcelo Grangeiro Quirino (CEAG/UnB)

marceloquirino@unb.br

Nair Aguiar de Miranda (CEAG/UnB)

nair.aguiar.miranda@gmail.com

Ludmila Ferreira Bandeira (CEAG/UnB)

ludmilafbandeira@gmail.com

Este artigo apresenta a construção de um modelo que visa auxiliar os gestores dos Centros de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria Estado de Educação do Governo do Distrito Federal, no gerenciamento do projeto. O modelo construído torna possível a avaliação de desempenho e promove o aperfeiçoamento contínuo da gestão pública e do processo decisório. É um estudo de caso, o qual fez uso de pesquisa documental, questionários e entrevistas. A ferramenta selecionada para a construção do modelo foi à metodologia Multicritério em Apoio à Decisão Construtivista (MCDA-C), cuja preocupação central é auxiliar a modelar o contexto decisional, tomando por base as convicções, percepções e valores dos gestores envolvidos no processo de tomada de decisão. Além disto, a metodologia possibilita encontrar um conjunto de soluções factíveis e bem fundamentadas. Como resultados deste estudo de caráter exploratório-empírico foi possível identificar 16 critérios e subcritérios, segundo os quais os CIDs seriam avaliados. O modelo foi testado em um Centro que apresentou um desempenho de 59,3 pontos, em uma escala de zero a cem, e que, segundo os gestores apresenta um desempenho razoável, comparado aos demais.

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1. Introdução

O projeto dos Centros de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria de Estado de Educação do Governo do Distrito Federal existe desde 1981 e passou por reformulações ao longo dos anos, por último uma delas realizada sob o formato de Orientação Pedagógica do Centro de Iniciação Desportiva do DF (SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL (BRASIL), 2002).

O projeto se encontra tutelado legalmente por uma série de dispositivos:  Lei Orgânica do Distrito Federal, 1993.

 Lei nº 9394 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.  Lei nº 9615, de 1998 – A qual institui normas gerais sobre desporto.  Decreto nº 2574, de 1998 – Regulamenta a Lei nº 9615, de 1998.

 Decreto nº 26.280, de 17 de outubro de 2005 – Regulamenta a Lei nº 3.433, de 06 de agosto de 2004.

O projeto dos Centros de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria de Estado de Educação do Governo do Distrito Federal tem como objetivo do projeto é dar oportunidade de acesso a atividades esportivas aos alunos das escolas públicas, por meio do repasse de conhecimento técnico, físico e tático, das modalidades, assim como utilizar a competição como instrumento pedagógico. Aos alunos selecionados para fazerem parte das equipes são oferecidas condições de desenvolvimento das diferentes modalidades esportivas e, para isso, é dada capacitação técnica e pedagógica aos professores envolvidos nas atividades.

A criação de um CID é feita por proposta de um professor de educação física da rede pública que se compromete a dedicar única e exclusivamente, a lecionar um esporte em que tenha comprovado profundo conhecimento. A proposta é enviada à Gerência Regional de Ensino que, por sua vez, submete ao aval da Gerência do Desporto Escolar. A aprovação da criação do Centro é condicionada à existência de instalações físicas adequadas à prática do desporto, de recursos materiais e de condições de participação dos alunos.

Na Orientação Pedagógica é explicitado que, por mais que as Gerências Regionais de Ensino e a Gerência de Desporto Escolar efetuem papéis importantes junto aos CID, o papel fundamental de mantenedor do projeto será do professor. A ele caberá desenvolver o aluno no esporte, participar das reuniões junto à Gerência de Desporto Escolar quando convocado, bem como participar de cursos de atualização. O docente deverá participar de jogos organizados para interação entre os CID’s, denominado de (INTERCID) e encaminhar relatório de atividades à Gerência Regional de Ensino, além de relatar a atuação dos alunos integrantes do CID.

Em termos de competências, a Gerência de Desporto Escolar elabora as normas dos CID, além de coordenar e avaliar suas atividades. Além disso, presta orientação técnico-pedagógica aos professores. Por sua vez, a Gerência Regional de Ensino promove a articulação entre a Administração Regional e as instituições de ensino públicas e privadas.

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3 desportivas são definidas de acordo com a faixa etária dos alunos do ensino fundamental ou médio da rede pública de ensino do DF. As faixas etárias mínimas dependem do esporte praticado: ginástica olímpica, ginástica rítmica desportiva, judô e capoeira – a partir de 7 anos; futsal – a partir de 8 anos; atletismo e futebol – a partir de 10 anos; basquetebol, voleibol e handebol – a partir de 11 anos.

No que tange ao financiamento, no início dos anos oitenta eram destinadas verbas orçamentárias aos CID, mas com o passar dos anos, o projeto foi abandonado. Desde o final dos anos Noventa, o projeto não possui recursos próprios, sendo mantido graças ao esforço de professores que acabam por obter material de trabalho para a prática desportiva junto à Secretaria de Educação ou, mais raramente, graças a alguns poucos patrocínios.

Em função da perda de financiamento e de prioridade na agenda governamental, no início desta década, o Distrito Federal contava com 99 CIDs, nos quais estavam matriculados 9.636 alunos. A permanência dos Centros, em que pesem as dificuldades enfrentadas, reflete o interesse de estudantes da rede pública em alguma das modalidades de desportos oferecidas, e que são identificadas por muitos como uma via de evolução pessoal e possivelmente profissional. Vale ressaltar que estudantes que começaram no CID são hoje atletas com boas colocações em eventos esportivos nacionais.

Este artigo tem a finalidade de avaliar o Projeto dos Centros de Iniciação Desportiva do Governo do Distrito Federal (CID-DF) por meio da utilização da Metodologia Multicritério de Apoio à Decisão (Multicriteria Decision Aid – MCDA). Na oportunidade procurar-se-á definir e aplicar os critérios de avaliação, tomando como base as preferências dos tomadores de decisão. Desta forma, por meio do balizamento das vontades dos atores será possível mensurar a distância entre o resultado desejado e a situação atual, contribuindo para o aperfeiçoamento da gestão do Projeto.

A importância de uma pesquisa como essa está no fato de que é necessário analisar como são desenvolvidos e implantados os planos do governo, usados os recursos públicos em seu financiamento e, ainda, identificar os resultados dos investimentos realizados. A escolha do Projeto dos Centros de Iniciação Desportiva como objeto desta avaliação decorre de sua importância no desenvolvimento sócio-educativo de alunos da rede pública do Distrito Federal.

O trabalho é dividido em quatro partes, sendo a primeira esta Introdução onde o projeto e seus objetivos são descritos. Na seguinte será o Referencial Teórico que apresenta os eixos que informam a pesquisa. A terceira seção é discutida a metodologia adotada na realização das pesquisas. A quarta a análise detalhada do Projeto CID e, por último serão apresentadas as considerações finais acerca do estudo.

2. Referencial teórico

De acordo com Espíndola et al (2007), as Metodologias Multicritérios constituem-se como uma evolução da Pesquisa Operacional (PO). Dentro da mesma comunidade científica, duas principais correntes de pensamento multicritério desenvolveram-se: Multicriteria Decision

Making (MCDM) e Multicriteria Decision Aid (MCDA). A principal diferença entre estas

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4 decisório, com vistas a gerar conhecimento aos envolvidos no processo, de tal forma a permitir a construção de um modelo no qual as decisões são baseadas em função do que se acredita ser o mais adequado à situação específica (ROY, 1990, p.23). Naquele período a PO era criticada pelo uso indiscriminado de modelos de análise apoiados na teoria dos jogos, na análise de risco e na programação linear; enfim, em uma série de metodologias que se baseavam em pressupostos gerais e extremamente racionais (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001). Desta forma, a metodologia MCDA pressupõe a noção de produção de conhecimento (BANA e COSTA e SILVA, 1994, p.22; ROY, 1993, p.195; LANDRY, 1995, p. 340). Todo este processo é permeado pela visão construtivista de Piaget (apud LANDRY, 1995, p.330).

Este método de pesquisa visa criar modelos para os tomadores de decisão fornecendo insumos, conhecimento, para que os mesmos gerenciem de maneira mais eficiente algum programa ou projeto. O modelo é desenvolvido através de um ponto de vista construtivista, em que o decisor interage permanentemente com o processo decisório. Não visa o método resolver os problemas de forma racional, mas segundo os valores e opiniões dos tomadores de decisão. Este método avaliativo teve origem das Pesquisas Operacionais (PO), surgidas no final dos anos 1930. Porém a PO mostrou apresentar problemas, a solução era deveras abrangente, e não servia a casos individuais.

Em suma, optou-se por se celebrar um modelo que fosse validado de maneira científica, mas que não se utilizasse somente de preceitos generalizados aplicados aos problemas sociais, pois estes possuem diversos fatores subjetivos, e modelos estritamente objetivos e racionais não levam em consideração estes últimos, ou seja, valores, emoções e sentimentos dos atores envolvidos.

3. Metodologia

3.1 Processo de construção do modelo de avaliação

A MCDA propõe três etapas diferenciadas, mas que não deixam de se relacionar. São elas: a estruturação do modelo; a avaliação das ações potenciais, considerações finais e recomendações que visam melhorar o desempenho das ações potenciais para trabalhos futuros (QUIRINO, 2002, p. 3).

3.2 Fase da estruturação

A fase de Estruturação é formada por três etapas: (i) descrição do problema e a definição do ambiente da pesquisa (neste caso, necessidade de um instrumento capaz de avaliar o desempenho dos CIDs), (ii) reconhecimento dos atores envolvidos (neste caso, professores de educação física e coordenação), (iii) criação do rótulo do contexto nome que descreve o problema (neste caso, Construir um Modelo para o gerenciamento interno dos CIDs).

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5 primeiramente os Elementos Primários de Avaliação (EPAs) que são as preocupações dos decisores para determinar os elementos avaliativos do modelo. Nesta pesquisa foram identificados 41 EPAs.

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6 Elemento Primário de Avaliação

(EPAs) Polo Presente Polo Oposto

Infraestrutura Proporcionar uma estrutura

adequada para a prática de esporte

Risco de acidente grave

Localização Acesso fácil ao CID Desinteresse de participar do CID

Fonte: Dados da pesquisa

Quadro 1: Exemplos de Elementos Primários de Avaliação Identificados

A partir da formulação dos conceitos, estes são agrupados em áreas de afinidades ou clusters (EDEN, 1988, p.9). Foram identificados três áreas de interesses (afinidades) para 6 PVFs que foram decompostos em 16 pontos de vista elementares (PVEs), validados pelos decisores e, portanto, legitimada a estrutura. A Figura 1 apresenta a estrutura hierárquica de valor denominada de Árvore de Pontos de Vista (BANA e COSTA E SILVA, 1994, p.28), somente com as áreas de interesses e os 6 PVFs.

Fonte: Dados da Pesquisa Figura 1: Árvore de Pontos de Vista

Os quatro dos seis pontos de vista fundamentais (PVFs) tem seus desdobramentos em pontos de vista elementares (PVEs), passível de mensuração, neste momento, denominado de ponto de vista (PV) ou critério:

 PVF 1 – Infraestrutura:  PVE 1.1 – Instalações:

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7  PVF 2 – Recursos Materiais:

 PVE 2.1 – Uniformes dos alunos;  PVE 2.2 – Material desportivo;  PVF 3 Participação do Professor:  PVE 3.1 – Reuniões;  PVE 3.2 – INTERCID;  PVE 3.3 – Relatórios;  PVE 3.4 – Pontualidade;  PVE 3.5 – Frequência;  PVF 4 Público Alvo:  PVE 4.1 – Idade;  PVE 4.2 – Quantidade;  PVE 4.3 – Frequência;  PVE 4.4 – Alunos especiais;

Note-se que o PVF 5 - Conteúdo Programático e o PVF 6 - Divulgação não foram divididos em pontos de vista elementares (PVE), também são chamados (PV) ou de critérios. Neste trabalho foram determinados 18 critérios avaliativos, sendo 16 PVEs e 2 PVFs.

Após a construção dos PVFs e seus PVEs, inicia-se a construção dos descritores que permitem mensurar o desempenho dos CIDs em cada critério. Os descritores são definidos por um conjunto de níveis de impacto que descrevem os desempenhos de cada CID em cada critério. Tabela 1 apresenta um dos descritores desenvolvidos nesta pesquisa, relativo ao critério 1.1.1 – Estrutura física.

3.3 Fase de Avaliação

A etapa da avaliação tem como foco central medir, por meio de representações matemáticas, as opiniões dadas pelos decisores envolvidos no processo. Neste momento é necessária a construção das funções de valor para cada descritor; a identificação das taxas de substituição para cada PVF e PVE; e por último determinar o desempenho dos CIDs.

Para que estas três etapas sejam realizadas faz-se necessário o uso do software Measuring

Attactiveness by a Categorical Based Evaluation Technique (MACBETH), (BANA e COSTA

e VASNICK, 1997, p.111). Para tanto, são definidos níveis de referência para cada descritor (BANA e COSTA e SILVA, 1994, p.33), também conhecidos como níveis-âncora. Ao nível Bom, o software atribui valoração 100 e ao Neutro, 0, sendo que os demais níveis são ajustados pelo próprio software, a partir de conversões matemáticas, conforme demonstrado no Tabela 1.

Nível de Impacto

Nível de

Referência 1.1.1 - Estrutura física Descrição

Função de Valor (MACBETH)

N5 Supera as expectativas 150

N4 Bom Atende às necessidades 100

N3 Atende parcialmente às necessidades, mas há espaço para

melhorias 40

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8

urgente

N1 Não atende às necessidades –50

Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 1: Descritor e função de valor do critério PVE 1.1.1 - Estrutura física (pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa)

O próximo passo é determinar as taxas de substituição que informam a importância relativa de cada critério no modelo. Estas taxas de substituição são obtidas por meio do software

MACBETH, Após a geração das taxas de substituição, o modelo de avaliação está concluído. Porém, uma vez que também se objetiva conhecer o desempenho dos CIDs (avaliação global), que é obtida pela fórmula matemática de agregação aditiva, que agrega as avaliações locais de cada critério, obtida pela equação:

V(G) = w1.v1 (p) + w2.v2 (p) + w3.v3 (p) + ... wn.vn (p)

Sendo que:

 V(G) corresponde ao valor global da avaliação;

 v1 (p), v2 (p),... correspondem ao valor parcial dos critérios 1, 2, ...;

 w1, w2, ... correspondem às Taxas de Substituição dos critérios 1, 2, ...;

 n corresponde ao número de critérios do modelo.

3.3.1 O desempenho dos CID

A fim de validar o modelo, foi proposto à coordenação (decisores) testar o modelo na avaliação de desempenho de um CID a coordenação aceitou desde que não fosse explicitado o nome do centro, então chamamos o centro de CID 1. Os decisores em conjunto responderam um questionário fechado que assinalavam as respostas mais adequadas, a respeito do CID 1, as respostas na verdade eram os descritores de cada critério. Conforme mostra a Tabela 2.

Critérios Avaliados Taxa de Substituição Taxa de Ancoragem (CID 1)

PVE 1.1.1 Estrutura física 0,7 40

PVE 1.1.2 Vestiários 0,15 -100

PVE 1.1.3 Bebedouros 0,15 0

PVE 1.2 Localização 0,5 65

PVE 2.1 Uniformes dos alunos 0,1 0

PVE 2.2 Material desportivo 0,9 0

PVE 3.1 Reuniões 0,1 60 PVE 3.2 INTERCID 0,1 100 PVE 3.3 Relatórios 0,1 100 PVE 3.4 Pontualidade 0,2 100 PVE 3.5 Frequência 0,5 100 PVE 4.1 Idade 0,1 100 PVE 4.2 Quantidade 0,1 100

PVE 4.3 Frequência do aluno 0,6 50

PVE 4.4 Alunos especiais 0,2 100

PVF 5 Conteúdo Programático 0,15 100

PVF 6 Divulgação 0,14 50

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9 Tabela 2 – Taxas de Substituição e a avaliação de desempenho do CID 1 em cada critério (pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa)

A Figura 2 é uma representação gráfica da Tabela 2, denominada de Perfil de Impacto, ou seja, a avaliação local do CID 1.

Fonte: Resultado da Pesquisa Figura 2 – Perfil de Impacto

A avaliação global do CID 1, por meio do método de agregação aditiva:

VG = W1[W1.1(W1.1.1xV1.1.1(a) + W1.1.2xV1.1.2 (a) + W1.1.3xV1.1.3 (a)) + W1.2xV1.2

(a)] + W2(W2.1xV2.1(a) + W2.2xV2.2(a)) + W3(W3.1V3.1(a) + W3.2xV3.2(a) + W3.3xV3.3(a) + W3.4xV3.4(a) + W3.5xV3.5 (a)) + W4( W4.1xV4.1(a) +W4.2xV4.2 (a) + W4.3xV4.3(a) + W4.4xV4.4 (a)) + W5xV5(a) + W6xV6(a) = 0,17[ 0,5(0,7 x 40 + 0,15 x (– 100) +}0,15 x 0) + (0,5 x 0,65] + 0,16(0,1 x 0 + 0,9 x 0) + 0,18(0,1 x 60 + 0,1 x 100 + 0,1 x 100 + 0,2 x 100 + 0,5 x 100) + 0,2(0,1 x 100 + 0,1 x 100 + 0,6 x 50 + 0,2 x 100) + 0,15 x 100 x 50 = 6,63 + 0 + 17,28 + 14 + 7 = 59,9

O resultado obtido na avaliação do desempenho do CID 1 foi uma pontuação positiva de 59,9 em uma escala de “0” a “100”, o que caracteriza um desempenho um pouco abaixo da expectativa dos decisores, ou seja, o CID 1 apresenta um desempenho comprometedor em alguns dos aspectos analisados.

3.3 Fase de recomendações

Na Fase de Elaboração de Recomendações, são sugeridas as ações potenciais que visam melhorar o desempenho em relação ao status quo. O processo de geração de ações de recomendação é feito com base nos descritores cujo desempenho não atendeu às expectativas dos decisores.

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10 alunos; PVE 2.2 Material desportivo. Todos os critérios são relacionados aos aspectos Condições de Trabalho, está claro que falta apoio por parte do governo de atender a infraestrutura e recursos materiais para ter um bom desempenho o projeto CID.

4. Considerações acerca do estudo

O presente estudo teve como objetivo geral construir um modelo para avaliar o desempenho dos Centros de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria Estado de Educação do Governo do Distrito Federal, no gerenciamento do projeto.

Constata-se, a partir do estudo, que a Metodologia de Multicritério de Apoio à Decisão foi capaz de traçar o perfil do projeto avaliado, de acordo com a perspectiva dos decisores, seus anseios e desejos, no que tange ao processo de administração dos CIDs. A partir de fatores subjetivos a metodologia MCDA captou a opinião dos decisores, traduzindo dados qualitativos em números e caracterizando-se como uma robusta ferramenta avaliativa. Foram identificados 18 (dezoito) critérios para avaliação dos CIDs.

Já o projeto CID mostra ser muito requisitado pelos alunos da rede de ensino público do Distrito Federal. O objetivo dele revela ser um projeto de conteúdo com largo alcance social e ao mesmo tempo muito simples de ser implementado.

Porém, como grande parte dos projetos e programas do governo, possui falhas que comprometem seu funcionamento, como não possuir um orçamento próprio, o governo não dar valor devido ao seu propósito e os professores terem que encontrar um jeito de conseguir os insumos básicos para o andamento de suas unidades. O modelo tem mostrado um baixo desempenho nos PVFs Infraestrutura e Recursos Materiais.

A partir de entrevistas e dados selecionados traçou-se, por meio de uma avaliação, em um CID que os decisores consideraram como tendo as características médias, mais comuns de serem observadas nos Centros de Iniciação Desportiva.

Evidentemente que os pesos de cada critério acabam sendo mais importantes para definir a nota real de um CID, sendo que um conceito de 59,9 pontos, apenas na sua totalidade, não refletiria, segundo os decisores, a realidade almejada por ele. Por isso mesmo, a valoração obtida em cada critério por meio da multiplicação da sua taxa de substituição pela de ancoragem reflete o grau de importância dada a cada critério. Se a nota que um CID tirar, numa avaliação de desempenho, for muito alta em um critério não muito conceituado pelo decisor e, ao mesmo tempo, obtiver uma nota não tão boa em um critério muito conceituado, sendo que os outros critérios seguem a mesma perspectiva, evidente que o resultado poderá ser 59,9 pontos e alcançar o patamar numérico, mas sob a ótica do decisor não refletirá sua conveniência.

A MCDA proporciona que seja observado isto, por exemplo: critérios bem conceituados tiraram notas baixas em algumas ações, por meio disto o decisor pode saber onde concentrar seus esforços. Desta maneira fica muito evidente que a complexidade da MCDA acaba por revelar que não existem saídas, o resultado é concreto e bem definido, o decisor apenas se espelha nele e age.

Referências

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Referências

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