• Nenhum resultado encontrado

A PRODUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO EM UM CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA A DISTÂNCIA: O OLHAR DOS RESPONSÁVEIS PELO APOIO TÉCNICO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A PRODUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO EM UM CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA A DISTÂNCIA: O OLHAR DOS RESPONSÁVEIS PELO APOIO TÉCNICO"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

A PRODUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO EM UM CURSO DE

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA A DISTÂNCIA: O OLHAR

DOS RESPONSÁVEIS PELO APOIO TÉCNICO

Samira Bahia e Castro¹ Silvana Claudia dos Santos²

1

Universidade Federal de Viçosa/ Departamento de Educação, samirabahia@yahoo.com.br 2

Universidade Federal de Viçosa/ Departamento de Educação, silvana.santos@ufv.br

Resumo

Esse trabalho é fruto de uma pesquisa, em andamento, que tem por objetivo investigar como ocorre o planejamento do ensino no curso de Licenciatura em Matemática a distância da Universidade Federal de Viçosa – UFV, com foco no modo como o material didático é produzido. Para tanto, estão previstas visitas à Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância da UFV para observar o processo de orientação e produção de materiais didáticos, bem como a realização de entrevistas com os técnicos que oferecem o apoio aos docentes no que se refere à produção desses materiais. Também serão analisados alguns materiais didáticos, com o intuito de identificar os diferentes formatos utilizados no curso. Além disso, realizaremos entrevistas com professores, buscando sistematizar suas compreensões sobre o planejamento do ensino nessa modalidade, as dificuldades encontradas e suas necessidades formativas para atuarem no referido curso. Nesse momento da pesquisa, o conjunto de dados ainda não está completo. Contudo, com base em uma análise parcial, observamos que os professores, em sua maioria, não possuem uma formação prévia para se trabalhar com educação a distância e não possuem conhecimentos de quais são os materiais didáticos que podem ser produzidos e nem de como produzi-los. Entretanto, notamos que é oferecido apoio pedagógico e técnico para a elaboração desses materiais. Acreditamos que esse estudo se mostra importante, pois poderá oferecer subsídios aos gestores e ao corpo docente dessa licenciatura, contribuindo com a avaliação e o aprimoramento dessa proposta de formação de professores de matemática.

Palavras-chave: Educação Matemática, Educação a Distância, Planejamento do Ensino. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O grande avanço da Educação a Distância (EaD) nos últimos anos vem apresentando desafios e gerando muitas discussões. Por mais que ainda existam debates que focam em sua viabilidade, ela já é realidade no país. Diante disso, acreditamos, com base na literatura, que a EaD, no Brasil, já está consolidada enquanto política pública educacional que visa democratizar o acesso ao ensino superior (SANTOS, 2013; BORBA; MALHEIROS; AMARAL, 2011). Portanto, torna-se imprescindível investigar os diversos aspectos que permeiam essa modalidade educacional para que possamos avançar nas práticas. E é nessa direção que a nossa pesquisa visa caminhar, de modo que buscaremos contribuir com essas discussões, principalmente, no âmbito de nossa instituição, a Universidade Federal de Viçosa (UFV), que tem participado timidamente desses debates, mas, por outro lado, se mostra extremamente interessada nessas questões.

Assim sendo, queremos, com esse estudo, contribuir com o debate dedicando-nos às questões referentes ao planejamento de ensino e à produção de materiais didáticos para a

(2)

EaD. Nesse sentido, almejamos investigar como isso vem ocorrendo no curso de Licenciatura em Matemática a Distância da UFV. Diante disso, surge a questão que norteará essa pesquisa: Como os professores do curso de Licenciatura em Matemática a distância da UFV planejam e produzem os materiais didáticos para esse curso? Logo, o objetivo principal dessa pesquisa é investigar o planejamento do ensino no curso de Licenciatura em Matemática a distância da UFV, com foco no modo como o material didático, disponibilizado aos alunos, é produzido pelos professores.

Para tanto, contamos com o apoio do Grupo de Atenção às Tecnologias na Educação (GATE), sediado no Departamento de Educação da UFV. Esse Grupo de pesquisa tem despendido esforços no estudo de questões relacionadas ao uso de tecnologias na Educação, bem como no que se refere à EaD, de modo que nossa pesquisa será desenvolvida no âmbito das ações desse Grupo de pesquisa. Além disso, essa investigação está vinculada a um projeto mais amplo, em construção, que tem como principal pesquisadora a coordenadora do GATE e segunda autora desse trabalho, intitulado “Licenciatura em Matemática a Distância na UFV: discutindo concepções, práticas e possibilidades de formação”. Tal projeto gerador tem como objetivo investigar o curso de Licenciatura em Matemática a Distância da UFV, visando realizar uma avaliação do curso. Já há pesquisas em andamento, em nível de iniciação científica e mestrado, sobre as necessidades formativas dos tutores, a problemática da evasão na perspectiva dos evadidos e sobre o estágio curricular nessa licenciatura.

Sendo assim, a pesquisa que embasa esse trabalho busca discutir sobre como ocorre o planejamento do ensino e, mais especificamente, a produção dos materiais didáticos no curso de Licenciatura em Matemática a distância da UFV. Desse modo, pretendemos lançar luz a essa questão de modo a subsidiar as discussões sobre esse curso a distância e outros oferecidos na UFV ou fora dela. Entendemos que o planejamento é a base de qualquer atividade docente e, nesse processo, a produção (ou mesmo a seleção) de materiais didáticos se mostra como momento chave quando se trata de planejamento do ensino. Portanto, para investigar o curso de Licenciatura em Matemática a Distância da UFV e buscar subsídios para o seu aprimoramento, é essencial compreendermos como se dá o planejamento e a produção de materiais nas disciplinas, considerando suas especificidades.

Diante disso, o objetivo do presente trabalho é apresentar qual a visão que os técnicos possuem em relação ao modo como esses materiais estão sendo planejados e produzidos pelos professores, sendo que esses profissionais são, no contexto do curso que serve de cenário para nossa investigação, os responsáveis por toda a orientação e apoio aos professores durante o planejamento e elaboração dos materiais didáticos.

METODOLOGIA

Em nossa pesquisa temos investigado o planejamento do ensino no curso de Licenciatura em Matemática a distância da UFV, como foco na produção do material didático disponibilizado aos estudantes ao longo das disciplinas. Por não estarmos preocupados com a representatividade quantitativa dos dados, mas sim com o quão significativos eles se mostram para compreender o fenômeno em questão, é que adotamos a abordagem qualitativa de pesquisa. Acreditamos que essa perspectiva metodológica melhor se enquadra ao objetivo desta pesquisa, pois não se trata de medir ou quantificar algo, mas sim investigar aquilo que é particular e buscar contribuições para um fenômeno mais geral, levando em conta aspectos subjetivos como emoção, crenças, sentimentos.

(3)

Os procedimentos de coleta de dados definidos para a realização desse estudo consistem em visitas à Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância da UFV (CEAD/UFV) para observar como são feitas as orientações e apoio aos docentes no processo de produção dos materiais, o que já foi finalizado. Além disso, nessas visitas, já realizamos entrevistas junto aos técnicos da CEAD para analisar, na perspectiva deles, o desempenho dos docentes na produção de materiais e como ocorre esse processo. Atualmente, estamos selecionando alguns materiais produzidos pelos docentes ao longo do curso, com o intuito de identificar os seus diferentes formatos, considerando as especificidades das disciplinas. Os dados provenientes dessas visitas estão sendo registrados em um caderno de campo, onde estamos tomando nota de aspectos relevantes para a pesquisa.Além disso, também serão realizadas, ainda, entrevistas com professores que atuam, ou atuaram, no curso em questão para identificar as suas compreensões sobre o planejamento do ensino a distância, suas dificuldades como produtores/autores de materiais didáticos para a EaD, bem como as suas necessidades formativas para atuarem nesse contexto. Sobre esse aspecto, destacamos que a escolha dos docentes se dará a partir de consulta prévia aos técnicos da CEAD, devido ao seu envolvimento direto com os docentes nesse processo, e da análise dos materiais didáticos já produzidos. Nossa intenção é ouvir tanto professores que apresentaram desenvoltura na produção desses materiais quanto aqueles que demonstraram dificuldades na produção de materiais para esse tipo de curso. Buscaremos, ainda, escolher professores que atuam tanto com disciplinas específicas de Matemática (Cálculo, Álgebra, Geometria, por exemplo) quanto disciplinas de formação pedagógica (Didática, Políticas Públicas Educacionais, Estágio Supervisionado, por exemplo). Esse procedimento se justifica devido ao fato de buscarmos maior aproximação com a realidade e evitarmos o viés do pesquisador, tendendo a destacar mais um aspecto que outro.

As entrevistas, tanto com os técnicos quanto com os docentes, estão sendo gravadas em áudio. Para Rosa e Arnoldi (2006, p. 87) esse método de coleta de dados permite “[...] a obtenção de grande riqueza informativa – intensiva, holística e contextualizada – por serem dotadas de um estilo especialmente aberto [...]”. Optamos pela entrevista semiestruturada, pois “[...] o questionamento é mais profundo e, também, mais subjetivo, levando ambos [entrevistador e entrevistado] a um relacionamento recíproco, muitas vezes, de confiabilidade”.

Estamos organizando e sistematizando os dados, para efeito de análise, concomitantemente ao processo de coleta, pois esta fase da pesquisa requer idas e vindas que auxiliam no esclarecimento dos fatos. Os dados das entrevistas, bem como das observações, serão “triangulados”, visando maior abrangência e compreensão do objeto de estudo. Segundo Goldenberg (2003, p.63) a triangulação “[...] tem por objetivo abranger a máxima amplitude na descrição, explicação e compreensão do objeto de estudo”.

A partir de um estudo concentrado e cuidadoso dos dados, identificaremos temas emergentes que subsidiarão as nossas interpretações e nos auxiliarão na formulação de possíveis respostas às nossas indagações de pesquisa.

RESULTADOS PARCIAIS

O presente trabalho ainda se encontra em andamento. Até o momento foram feitas visitas à CEAD/UFV, onde foi possível observar a orientação aos professores sobre a produção de alguns formatos de material didático e realizar entrevistas com dois técnicos, os quais serão identificados, nesse texto, por técnico 1 e técnico 2, a fim de preservar a identidade dos mesmos. Diante disso, podemos fazer algumas considerações importantes

(4)

em relação ao planejamento e elaboração do material didático no curso de Licenciatura em Matemática à distância da UFV.

Primeiramente, constatamos, por meio de observações, que a CEAD/UFV oferece uma ótima estrutura para o desenvolvimento de diferentes tipos de materiais didáticos para os cursos a distância. Ela se subdivide em cinco setores para promover um melhor apoio ao professor, sendo eles “apoio pedagógico e suporte ao PVAnet (o ambiente virtual de aprendizagem utilizado pela UFV)”, “Produção áudio visual”, “Programação em Flash”, “Diagramação e revisão textual” e “Desenvolvimento web”. Cada setor é responsável por uma etapa do processo ou pela elaboração de um tipo de material. Dentre os materiais produzidos para os cursos a distância, podemos citar as aulas narradas, as videoaulas, os tutoriais e os materiais impressos.

Percebemos, assim, que a CEAD oferece a todos os professores que vão atuar na EaD, apoio pedagógico para o planejamento dos materiais e apoio técnico para a elaboração dos mesmos, fato que foi confirmado por ambos os técnicos entrevistados. Eles afirmaram que a CEAD disponibiliza profissionais para conversarem com os professores e apresentarem os produtos que podem ser desenvolvidos. Além disso, oferece aos docentes oficinas para produção de aulas narradas, que, considerando todos os cursos oferecidos, é o tipo de material mais produzido, além de reuniões individuais de planejamento para a elaboração de todos os produtos. No curso de Licenciatura em Matemática, especificamente, por ter muitas disciplinas teóricas, os materiais didáticos mais produzidos são as apostilas, que contém todo o conteúdo na forma de texto, e as videoaulas, que são utilizadas para resolução de exercícios matemáticos. Quase não há, de acordo com os técnicos, a gravação de aulas narradas para esse curso, principalmente quando se trata de disciplinas específicas da área, tais como Cálculo, Álgebra, Geometria, etc.

Em relação à formação docente, os técnicos afirmaram que, por ser um curso a distância, ele exige que o professor tenha conhecimentos sobre essa modalidade de ensino, apesar de muitos não terem esse tipo de formação na graduação. Além disso, eles julgam importante possuir conhecimentos básicos de informática. Segundo eles, também se faz necessário que se tenha conhecimentos pedagógicos e didáticos, pois não basta o professor trazer para a EaD exatamente o que ele faz no presencial, é preciso que ele adapte seu conteúdo para essa modalidade.

Os técnicos relataram que é necessário que o professor tenha planejamento, tanto do tempo quanto dos produtos, pois a EaD exige que o professor tenha tudo pronto com antecedência, para poder revisar todo o material e modificar caso algo precise ser corrigido ou refeito. Afinal, não é somente o professor o responsável pela disciplina, há toda uma equipe que trabalha dando apoio a ele e desenvolvendo os materiais, logo essa equipe precisa ter todo o planejamento do professor em mãos para produzir os materiais.

Diante disso, podemos inferir que os professores podem apresentar algumas dificuldades ao atuarem nessa modalidade de ensino, já que muitos não apresentam o devido conhecimento e preparo para tal. O técnico 1 afirma que a maior dificuldade apresentada pelos professores está relacionada com o medo de lidar com as tecnologias, o que traz insegurança e, muitas vezes, vergonha, pois a pessoa não gosta de ouvir sua própria voz gravada ou se ver em um vídeo. O técnico 2 também afirma que grande parte dos professores tem dificuldades em encarar as câmeras e acrescenta que vários professores se perdem em relação ao material que irão produzir, ou seja, não têm clareza sobre qual formato ou linguagem é mais adequada para o assunto que pretendem discutir (vídeo, tutorial, aula narrada, texto) e afirma que essa dificuldade do professor poderia ser sanada se houvesse um melhor suporte do setor pedagógico.

(5)

Para tentar reduzir as dificuldades apresentadas pelos professores, os técnicos procuram conversar bastante com eles, com o intuito de tranquilizá-los, além de tentarem manter um clima agradável e confortável, para que os professores percebam que a gravação, por exemplo, pode ser feita de forma natural. Eles argumentam, também, que ao perceberem que a gravação não está ficando de acordo com o desejável, do ponto de vista técnico, conversam com o professor a fim de mostrá-los o que pode ser melhorado e sugerir modos de aprimorá-la. A ideia, segundo eles, é sempre tentar fazer com que o professor seja um melhor comunicador.

Visto que muitos professores não possuem uma formação prévia para atuarem na EaD, já que os cursos de formação de professores nem sempre os preparam para isso, é possível inferir que boa parcela dos docentes não se encontram completamente preparados para atuar nessa modalidade. O técnico 1 concorda com esse pensamento e afirma que os professores que chegam para atuar no curso a distância estão despreparados e já chegam frustrados por terem consciência dessa sua condição. Sendo assim, em um primeiro momento, não se sentem à vontade para atuar nele. Porém, a grande maioria dos professores, ao longo das gravações, vão aprendendo, vão se soltando, se sentindo mais à vontade. No entanto, o técnico 2 discorda dessa ideia. Ele crê que qualquer professor pode obter um bom desempenho em um curso à distância. O problema é que muitos não acreditam que se possa fazer um bom curso à distância, ou seja, não acreditam na modalidade em si. Além disso, pensa que muitas vezes o desempenho de professor na EaD não é satisfatório por incidir muita carga sobre ele e por faltar um apoio maior, até da instituição, para que o professor possa oferecer uma boa disciplina a distância. Esse técnico acredita, também, que a maioria dos professores que atuam no curso de Licenciatura em Matemática a distância da UFV se sente à vontade para trabalhar no mesmo e aqueles que possuem mais insegurança indicam os tutores para gravar as suas aulas.

O técnico 1 não avalia bem o desempenho dos professores de matemática na produção de materiais didáticos, até porque, segundo ele, o curso começou com planejamento pouco detalhado e foi sendo planejado enquanto já estava em andamento, o que gerou muitos problemas. Esse técnico relata que a falta e a falha de comunicação foi muito grande e não existia antecedência na produção de materiais. Relata ainda que existem docentes que não vão até à CEAD nem para gravar as aulas (quem faz a gravação é o tutor) e, diante disso, considera impossível uma disciplina ser bem-sucedida sem o professor frequentar o lugar onde está sendo produzido o material da disciplina dele. Entretanto, afirma que existem professores que são excelentes e desenvolvem seu trabalho de forma satisfatória.

Já, o técnico 2 afirma que, em se tratando de conteúdo, todos os professores se mostram preparados, já no que se refere à produção dos materiais didáticos, o resultado depende do treinamento dos técnicos para com os professores, e não o contrário. Avalia que os professores do curso de Licenciatura em Matemática apresentam um bom desempenho na elaboração do material didático, acha apenas que poderia variar um pouco no material produzido, pois se faz, praticamente, apenas videoaula de resolução de exercício, muito próximo ao que seria uma aula expositiva tradicional.

Durante a entrevista com os técnicos, solicitamos que eles sugerissem ideias que pudessem contribuir para melhoria dos materiais produzidos. Assim, o técnico 1 sugere que os professores “abram a cabeça” – expressão essa utilizada por ele na entrevista – e conversem muito com as pessoas que vão trabalhar com ele, porque, no curso a distância, há uma equipe (técnica e pedagógica) que o auxilia no planejamento e produção de materiais, ou seja, o professor não trabalha sozinho, como, geralmente, ocorre no presencial. Deste modo, o docente deve saber trabalhar em equipe e deve perder medos (de

(6)

tecnologias, do desconhecido). O técnico 1 destaca, ainda, que o professor é o responsável pela própria formação, pois os cursos de licenciatura não oferecem, segundo ouviu dos professores, uma formação para atuarem a distância. A formação é feita no momento que ele começa a trabalhar em equipe, a atuar no curso, por isso é importante a antecedência e o planejamento detalhado e reflexivo. Se um professor vai trabalhar na EaD ele também irá se formar como professor dessa modalidade ao longo da docência. Para o técnico 1, é importante o professor analisar o material e refletir sobre ele, antes de encaminhar aos alunos. Segundo ele, o processo reflexivo deve ocorrer antes da produção do material didático, ou seja, ao longo do planejamento, durante a produção e depois do produto pronto.

Já o técnico 2 acredita que para um melhor desempenho dos professores, eles devem ter uma menor carga de trabalho para poderem se dedicar mais à EaD. Além disso, necessitam planejar com antecedência o modo como pretendem abordar os assuntos de sua disciplina e serem melhor preparados, no sentido técnico da produção de material. Ele argumenta, ainda, que falta dos técnicos oferecer essa capacitação aos professores. Assim, pensa que é preciso se ter um maior investimento técnico e didático ao professor, o que melhoraria, segundo ele, não só o ensino a distância, mas também o presencial.

Diante do exposto, notamos que para um avanço no curso de Licenciatura em Matemática a distância da UFV, em relação ao planejamento do ensino e, mais especificamente, à produção de material didático, é necessário dedicação por parte do professor para capacitar-se a trabalhar com a EaD, investimento da instituição na formação desse docente e maior apoio a esse professor por parte dos técnicos da CEAD. Como já afirmamos ao longo desse texto, nosso conjunto de dados ainda está incompleto, de modo que esses resultados podem ser considerados parciais e limitados para responder nossas indagações. Ainda precisamos fazer uma análise mais detalhada do material didático e ouvir os professores desse curso. Entretanto, já podemos conjecturar que os técnicos, e a CEAD de modo mais amplo, possuem um papel fundamental no planejamento do ensino no referido curso e também na formação técnica do docente para atuar na EaD. Sobre esse aspecto, entendemos que, ao que parece, os professores nem sempre atuam, no sentido literal da palavra “atuar”, pois não são preparados para serem comunicadores, característica essa extremamente importante na dinâmica de um curso dessa natureza, embora, defendemos, não só nele.

REFERÊNCIAS

BORBA, M. C.; MALHEIROS, A. P. S.; AMARAL, R. B. Educação a Distância online. 3ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

GOLDENBERG, M. A Arte de Pesquisar. 7ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.

ROSA, M. V. F. P. C.; ARNOLDI, M. A. G. C. A Entrevista na Pesquisa Qualitativa: mecanismos para validação dos resultados. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

SANTOS, S. C. Um Retrato de uma Licenciatura em Matemática à distância sob a

ótica de seus alunos iniciantes. Tese de Doutorado da Universidade Estadual Paulista,

Referências

Documentos relacionados

Destaca-se, também, a intensa utilização desse sistema de ensino pelas empresas, o que caracteriza o que se chama de Educação a Distância Corporativa. É visível o

Objetivo Geral: Prover ao educando conhecimentos básicos de cálculo vetorial elementar e de geometria analítica espacial, bem como a resolução de problemas

Dentro deste contexto, atualmente, segundo Jeremy Kilpatrick (1992), a Educação Matemática se apresenta como um forte campo profissional e acadêmico. Nas últimas

Os grupos devem discutir qual o significado dos princípios da Pneps-SUS e relacioná-los com seu processo de trabalho, identifican- do fatores positivos (que facilitam) e negativos

Hoje o gasto com a saúde equivale a aproximada- mente 8% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que, dessa porcentagem, o setor privado gasta mais que o setor público (Portal

Como componente curricular obrigatório, o Estágio Curricular Supervisionado, no Curso de Licenciatura em Matemática, regido Deliberação do Nº 63/CEPE, de 06 de novembro de 2017

Neste estudos procuramos descrever como ocorrem as passagens do conhecimento matemático de um nível mais concreto para níveis mais abstratos, para isso buscamos exemplificar

Desse modo, a reforma oficializou um modelo de ensino médio que carece de significado para a maioria da sociedade brasileira, principalmente para as classes