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TNU ORGANIZADA POR ASSUNTO

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Academic year: 2021

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2020

Jurisprudência

Previdenciária da

TNU

ORGANIZADA POR ASSUNTO

ANDRÉ LUIZ COELHO LISBOA

VINÍCIUS CAMARGOS MARTINS

(2)

INTRODUÇÃO: PROCEDIMENTO NAS TURMAS REGIONAIS E

NA TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS

ESPECIAIS FEDERAIS (INCIDENTES DE UNIFORMIZAÇÃO,

AGRAVO REGIMENTAL, EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E

RECLAMAÇÃO)

A Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU) é o órgão jurisdicional de cúpula dentro do microssistema jurídico dos Juizados Especiais Federais, tendo como precípua função uniformizar em âmbito nacional a juris-prudência no JEF nas questões de direito material, com Regi-mento Interno aprovado pela Resolução CJF 586/2019.

A Turma Nacional de Uniformização funciona em Plenário junto ao Conselho da Justiça Federal, onde ocorrerão as sessões de julgamento, que podem ser realizadas fora da sede, em caso de necessidade ou conveniência, a critério do Presidente.

É presidida pelo Ministro Corregedor-Geral da Justiça Fede-ral (Ministro do STJ), é composta por dez juízes federais como membros efetivos, sendo que cada tribunal regional federal indicará dois juízes federais como membros efetivos e dois como suplentes, os quais serão escolhidos entre os integrantes de turmas recursais, para mandatos de dois anos, permitida uma recondução.

Por sua vez, existem cinco Turmas Regionais de Uniformi-zação de Jurisprudência (1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Regiões), órgãos que possuem como precípua função uniformizar em âmbito regional a jurisprudência no JEF nas questões de direito material.

A depender do seu regimento interno, é tipicamente com-posta pelos presidentes das turmas recursais da região e pre-sidida pelo desembargador federal, Coordenador dos Juizados Especiais Federais, que vota apenas no caso de empate.

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Caso a decisão tomada pela Turma Recursal referente ao

direito material divirja de outra Turma Recursal, poderá a parte

prejudicada oferecer pedido de uniformização de

jurispru-dência sobre a aplicabilidade de lei federal, sendo descabido

quando versar sobre questão de natureza processual, a exemplo de condições da ação e pressupostos processuais.

Eis a Súmula 43 da TNU:

Súmula 43: “Não cabe incidente de uniformização que verse sobre matéria processual.”

Nesse sentido, “a discussão a respeito da competência dos Juizados Especiais Federais para processar e julgar a demanda é de índole processual, o que impede o conhecimento do inci-dente de uniformização nacional, incidindo a Súmula nº 43 da TNU: ’Não cabe incidente de uniformização que verse sobre matéria processual’ (Informativo 24/2018 – PUIL nº 0035839-25.2013.4.03.6301/SP)”.

Ademais, “PUIL nº 0001597-25.2009.4.01.3815/MG – ’Não se conhece de incidente no qual se discute questões de índole eminentemente processual, como documentos indispensáveis à propositura da ação e distribuição do ônus da prova’ (Informa-tivo 27/2018)”.

O regime jurídico normativo dos pedidos de uniformização de lei federal (PEDILEF) é dado pelo artigo 14, da Lei 10.259/2001:

“Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei.

§ 1º O pedido fundado em divergência entre Turmas da mesma Região será julgado em reunião conjunta das Turmas em con-flito, sob a presidência do Juiz Coordenador.

§ 2º O pedido fundado em divergência entre decisões de tur-mas de diferentes regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ será julgado por Turma de Uniformização, integrada por juízes de Turmas Recursais, sob a presidência do Coordenador da Justiça Federal.

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PARTE 1

§ 3º A reunião de juízes domiciliados em cidades diversas será feita pela via eletrônica.

§ 4º Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformi-zação, em questões de direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça – STJ, a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.

§ 5º No caso do § 4º, presente a plausibilidade do direito invo-cado e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a requerimento do inte-ressado, medida liminar determinando a suspensão dos pro-cessos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.

§ 6º Eventuais pedidos de uniformização idênticos, recebidos subseqüentemente em quaisquer Turmas Recursais, ficarão retidos nos autos, aguardando-se pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.

§ 7º Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma Recursal ou Coordenador da Turma de Uniformiza-ção e ouvirá o Ministério Público, no prazo de cinco dias. Even-tuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias.

§ 8º Decorridos os prazos referidos no § 7º, o relator incluirá o pedido em pauta na Seção, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.

§ 9º Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos refe-ridos no § 6º serão apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou declará-los prejudica-dos, se veicularem tese não acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando a composição dos órgãos e os procedimentos a serem adotados para o processamento e o julgamento do pedido de uniformização e do recurso extraor-dinário”.

Nos termos do artigo 3º da Resolução CJF 347/2015, os pedidos de uniformização de jurisprudência serão interpostos no prazo de 15 dias, a contar da publicação do acórdão recorrido,

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sendo o requerido intimado perante o juízo local para, no mesmo prazo, apresentar contrarrazões.

O exame da admissibilidade dos pedidos de uniformização e dos recursos extraordinários compete ao presidente ou ao vice--presidente da turma recursal ou a outro membro designado pelo tribunal regional federal ou mediante previsão no regimento interno das turmas recursais diretamente afetadas pela medida.

Ademais, o juiz responsável pelo juízo preliminar de admis-sibilidade devolverá o feito à turma recursal para eventual

ade-quação, caso o acórdão recorrido esteja em manifesto confronto

com súmula ou jurisprudência dominante da Turma Nacional de Uniformização, do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal, devendo ser devolvido também quando o acórdão recorrido contrariar julgamento proferido em incidente de resolução de demandas repetitivas, para aplicação da tese firmada.

O incidente de uniformização dirigido à Turma Regional de Uniformização ou à Turma Nacional de Uniformização será sus-citado por petição endereçada ao presidente da turma recursal, no prazo de quinze dias, contados da publicação do acórdão recorrido, cabendo ao recorrente fazer a prova da divergência mediante cópia dos julgados divergentes, mencionando as cir-cunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confron-tados.

Recebida a petição do incidente de uniformização pela secre-taria da turma recursal, o presidente mandará intimar o recor-rido para responder no prazo de quinze dias. Findo o prazo para a resposta, o presidente da turma recursal apreciará a admissibilidade do incidente.

Não será admitido o incidente que versar matéria já decidida pela Turma Regional de Uniformização ou pela Turma Nacional de Uniformização. Isso porque, neste caso, a

uniformização já foi promovida.

Com fulcro no artigo 4º, da Resolução CJF 347/2015, compete à turma regional de uniformização processar e julgar:

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PARTE 1

I – o incidente regional de uniformização de jurisprudência; II – os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos; e III – o agravo regimental da decisão do relator ou do presidente.

Ademais, competirá ao presidente da turma regional de uniformização a apreciação da admissibilidade de pedidos de uniformização nacional de jurisprudência e de recursos extra-ordinários interpostos contra seus acórdãos.

Por sua vez, por força da Resolução CJF 417, de 28 de outubro de 2016, não caberá incidente regional se a decisão

da turma recursal estiver em consonância com súmula ou jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça ou da Turma Nacional de Uniformização.

Acaso admitidos, os autos do incidente admitido serão envia-dos à secretaria da Turma Regional de Uniformização ou da Turma Nacional de Uniformização, conforme o caso.

Quando houver multiplicidade de incidentes de uniformiza-ção com fundamento em idêntica controvérsia, caberá ao presi-dente da turma recursal selecionar até três feitos representativos da divergência e encaminhá-los à Turma Regional de Uniformi-zação ou à Turma Nacional de UniformiUniformi-zação, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo pelo respectivo órgão julgador, nos termos do artigo 87 do Regimento Interno das Turmas Recursais da 1ª Região.

Em caso de inadmissão preliminar dos pedidos de uni-formização de jurisprudência, a parte poderá interpor agravo nos próprios autos, no prazo de quinze dias (eram 10 dias até o advento da Resolução CJF 393/2016), a contar de sua intima-ção, fundamentando-se no equívoco da decisão recorrida, a ser julgado pela TRU ou TNU conforme o caso.

Outra novidade trazida pela Resolução CJF 393/2016 foi o agravo interno, no prazo de 15 dias, contra decisão de inadmissão de pedido de uniformização regional fundada em julgamento do STF ou em súmula da TRU, a ser julgado pela Turma Recursal em decisão irrecorrível.

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Da mesma forma, caberá agravo interno, no prazo de 15 dias, contra decisão de inadmissão de pedido de unifor-mização nacional fundada em julgamento do STF, proferido em repercussão geral, ou em súmula ou representativo de controvérsia da TNU, a ser julgado pela Turma Recursal em decisão irrecorrível.

Outrossim, por força da Resolução CJF 586/2019, contra decisão de inadmissão fundada em julgamento do Supremo Tri-bunal Federal, proferido na sistemática de repercussão geral, ou em súmula ou representativo de controvérsia da Turma Nacional de Uniformização, caberá agravo interno, no prazo de quinze dias, o qual será julgado pela Turma Regional, mediante decisão irrecorrível.

Assim, nestes dois casos, o processo não será julgado pela TNU, cabendo à própria Turma Recursal ser a última instância do rito do JEF.

Curioso notar a inexistência de previsão de cabimento do mencionado agravo interno contra as decisões que contrariarem o entendimento do STJ firmado em recurso especial repetitivo.

De acordo com a TNU, “os Juizados Especiais orientam--se pela simplicidade e celeridade processual nas vertentes da lógica e da política judiciária de abreviar os procedimentos e reduzir os custos. Diante da divergência entre decisões de Turma Recursais de regiões diferentes, o pedido de uniformização tem a natureza jurídica de recurso, cujo julgado, portanto, modifi-cando ou reformando, substitui a decisão ensejadora do pedido. A decisão constituída pela Turma de Uniformização servirá para fundamentar o juízo de retratação das ações com o processa-mento sobrestado ou para ser declarada a prejudicialidade dos

recursos interpostos”1.

Ainda de acordo com a TNU, “em decorrência de julgamento em pedido de uniformização, poderá a Turma Nacional aplicar o direito ao caso concreto decidindo o litígio de modo definitivo,

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PARTE 1

desde que a matéria seja de direito apenas, ou, sendo de fato e de direito, não necessite reexaminar o quadro probatório definido pelas instâncias anteriores, podendo para tanto, restabelecer a

sentença desconstituída por Turma Recursal ou Regional”.2

Caso o acórdão paradigma seja oriundo de Turma Recursal da mesma Região, competirá à Turma Regional de Uniformização unificar a jurisprudência. Caso contrário, o pedido de uniformi-zação será julgado pela Turma Nacional de Uniformiuniformi-zação.

Suponha-se que a Turma Recursal da Bahia (1ª Região) divirja em questão de direito material da Turma Recursal do Distrito Federal (1ª Região). Neste caso, caberá a interposição do incidente de uniformização para a Turma Regional de Uni-formização da 1ª Região.

No entanto, caso a Turma Recursal da Bahia em questão de direito material possua entendimento divergente da Turma Recursal de Pernambuco (5ª Região), o incidente será interposto perante da Turma Nacional de Uniformização, haja vista se tratarem de Turmas de Regiões distintas.

Nos termos da Questão de Ordem 32, da TNU, “o prazo para a interposição dos incidentes de uniformização nacio-nal e regionacio-nal é único e inicia-se com a intimação do acór-dão proferido pela turma recursal, sendo incabível incidente nacional contra acórdão proferido por turma regional quando este mantiver o acórdão de turma recursal pelos mesmos fun-damentos”.

A Turma de Uniformização, em âmbito nacional, é presidida pelo Ministro Coordenador-Geral da Justiça Federal, compõe-se

de dez juízes federais como membros efetivos3 e tem a

designa-2. Questão de Ordem 38, de 11.3.2015.

3. Os membros efetivos são indicados pelos Tribunais Regionais Federais, sendo dois juízes federais de cada Região, escolhidos dentre os integrantes de Turmas Recursais, com mandato de dois anos, passando a ser admitida uma recondução com o advento da Resolução CJF 345, de 2 de junho de 2015.

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ção de Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais.

A TNU ganhou novo Regimento Interno com a Resolução CJF 586, de 30 de setembro de 2019, que revogou a Reso-lução 345/2015.

Aduz o artigo 6º, do seu Regimento Interno, que compete à Turma Nacional processar e julgar o incidente de uniformização de interpretação de lei federal em questões de direito material:

I – os pedidos de uniformização de interpretação de lei federal; II – os mandados de segurança contra atos de seus membros; III – as reclamações, na forma do Título V.

O PUIL (pedido de uniformização de interpretação de lei fede-ral) não tem por objetivo a uniformização de tema constitucional, pois neste caso há o recurso extraordinário para o STF. Dessa forma, se o fundamento do incidente por questão constitucional, este não deve ser admitido, em regra.

Em 2018, a TNU aprovou a Súmula 86:

Súmula nº 86. “Não cabe incidente de uniformização que tenha como objeto principal questão controvertida de natureza cons-titucional que ainda não tenha sido definida pelo STF em sua jurisprudência dominante”.

Interpretando o citado enunciado de súmula a contrario

sensu, nota-se que o PUIL pode versar sobre tema constitucional

em duas hipóteses:

a) Quando a questão constitucional for objeto secundário da lide, sendo a questão principal infraconstitucional; b) Quando a questão constitucional de direito material alvo

de uniformização no PUIL já tiver sido pacificada pelo STF ou, ao menos, possuir jurisprudência com dominância. Embora tenha sido editada pela TNU, evidente que este posicionamento pode ser estendido às Turmas Regionais, pois a ratio legis é a mesma.

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PARTE 1

Entende-se nesta obra que a hipótese indicada na letra b afronta texto normativo, pois mesmo que o tema seja constitu-cional e pacificado pelo STF seria hipótese de recurso extraor-dinário, e não de PUIL à TNU.

O incidente de uniformização dirigido à Turma Nacional será submetido ao Presidente da Turma Recursal ou ao Presidente da Turma Regional, adotando-se anteriormente o prazo de dez dias, a contar da publicação, com cópia dos julgados divergentes e a demonstração do dissídio.

No entanto, em 29 de setembro de 2014 o Regimento Interno da TNU foi alterado (art. 13), passando-se a adotar o prazo de 15 dias para a interposição do incidente de unifor-mização de jurisprudência, prazo extensível aos incidentes para as turmas regionais de uniformização.

Posteriormente, coube à Resolução CJF 345, de 2 de junho de 2015 aprovar o novo Regimento Interno da TNU (revogado em outubro de 2019) com algumas alterações pontuais, conforme noticiado no sítio da Justiça Federal em 27 de maio de 2015:

“Conselho da Justiça Federal aprova alterações no Regi-mento Interno da TNU

Publicação: 27/05/2015 11:20

O Plenário do Conselho da Justiça Federal aprovou, por una-nimidade, na sessão de 25 de maio, a revisão do Regimento Interno da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU). O desembargador federal Poul Erik Dyrlund, que havia pedido vista da minuta apresentada em abril, pelo então corregedor-geral e relator, ministro Humberto Martins, trouxe o processo ao Colegiado e acompanhou na ínte-gra a proposta, que foi elaborada por uma comissão formada por cinco membros efetivos da TNU, sendo um de cada região, com o objetivo de consolidar as melhores práticas nacionais e regionais, respeitados os limites legais.

Entre as principais alterações, estão a possibilidade de um membro efetivo ser reconduzido, por mais dois anos, a cri-tério do respectivo tribunal regional federal e a previsão de juízo de admissibilidade de pedido de uniformização e de recursos extraordinários ser realizado pelo presidente ou

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vice-presidente da turma recursal (com fulcro no art. 541 do Código de Processo Civil), bem como por outro membro do colegiado, designado pelo tribunal regional federal ou indicado no regimento interno da própria turma, a exemplo do que já ocorre em algumas regiões.

Também, a partir desta aprovação pelo CJF, o magistrado res-ponsável pelo juízo preliminar de admissibilidade poderá devolver o feito à Turma Recursal ou Regional para eventual adequação, caso o acórdão recorrido esteja em manifesto con-fronto com súmula ou jurisprudência dominante da TNU, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou do Supremo Tribunal Federal (STF). As mudanças promovem, ainda, a regulamenta-ção (na linha do art. 543-B do Código de Processo Civil) do pedido de uniformização de jurisprudência representativo de controvérsia; a fixação em 15 dias do prazo para o incidente de uniformização de jurisprudência dirigido ao STJ, uniformi-zando-o àquele do recurso extraordinário e dos pedidos dirigi-dos às Turmas Nacional e Regionais de Jurisprudência, nos ter-mos das Resoluções CJF nºs 311 e 312, ambas de 14/10/2014; e a regulamentação do procedimento da reclamação.

Compatibilização de regimentos internos das turmas Com as mudanças no Regimento Interno da TNU, o Colegiado aprovou, na mesma sessão, duas alterações na Resolução CJF nº 61/2009. O processo também aguardava a apresentação do voto vista do desembargador federal Poul Erik Dyrlund, que acompanhou integralmente o texto proposto pelo minis-tro Humberto Martins na sessão anterior. Foram estabelecidas regras para compatibilização dos regimentos internos das tur-mas recursais e turtur-mas regionais de uniformização dos juiza-dos especiais federais:

1ª) previsão do cabimento de agravo da decisão que inadmite na origem pedido de uniformização de jurisprudência, abo-lindo a referência ao pedido de submissão, não mais cabível desde a entrada em vigor da Resolução CJF nº 163/2011; 2ª) previsão de juízo de admissibilidade de pedido de unifor-mização e de recursos extraordinários ser realizado pelo presi-dente ou vice-presipresi-dente da turma recursal, com fulcro no art. 541 do Código de Processo Civil, bem como por outro membro do colegiado, designado pelo tribunal regional federal ou indi-cado no regimento interno da própria turma, a exemplo do que já ocorre em algumas regiões.

(12)

PARTE 1

No mais, o regramento anterior foi mantido, tendo sofrido algumas poucas alterações formais.

Processos: CF-PPN-2014/00046 e CF-PPN-2014/ 00045”.

O objetivo foi tornar mais fácil o controle dos prazos pelas turmas recursais e pelas turmas regionais, já que os prazos do pedido de uniformização e do recurso extraordinário poderão ser contados conjuntamente nos 15 dias.

Posteriormente, o Regimento Interno da TNU foi novamente alterado pela Resolução CJF 392/2016 especialmente para ade-quá-lo as novas regras do CPC de 2015.

Em seguida, a TNU ganhou novo Regimento Interno com a Resolução CJF 586, de 30 de setembro de 2019, que revogou a Resolução 345/2015.

Por sua vez, o requerido será intimado pela Turma de origem para, no mesmo prazo de quinze dias, apresentar contrarrazões.

O exame da admissibilidade dos pedidos de uniformização e dos recursos extraordinários compete ao presidente ou ao vice--presidente da turma recursal ou a outro membro designado pelo tribunal regional federal ou mediante previsão no regimento interno das turmas recursais diretamente afetadas pela medida.

De acordo com o artigo 14 do Regimento Interno da TNU

aprovado em 2019, decorrido o prazo para contrarrazões, os

autos serão conclusos ao magistrado responsável pelo exame preliminar de admissibilidade, que deverá, de forma sucessiva:

I – não conhecer de pedido de uniformização de interpretação de lei federal intempestivo, incabível, prejudicado, interposto por parte ilegítima ou carecedor de interesse recursal;

II – determinar a suspensão junto ao órgão responsável pelo exame preliminar de admissibilidade do pedido de uniformi-zação de interpretação de lei federal que versar sobre tema submetido a julgamento:

a) em regime de repercussão geral ou de acordo com o rito dos recursos extraordinários e especiais repetitivos pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça;

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b) em recurso representativo de controvérsia pela Turma Nacional de Uniformização ou em pedido de uniformização de interpretação de lei dirigido ao Superior Tribunal de Justiça; ou c) em incidente de resolução de demandas repetitivas ou em incidente de assunção de competência que irradiem efei-tos sobre a Região.

III – negar seguimento a pedido de uniformização de interpre-tação de lei federal interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento consolidado:

a) em regime de repercussão geral ou de acordo com o rito dos recursos extraordinários e especiais repetitivos pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça;

b) em recurso representativo de controvérsia pela Turma Nacional de Uniformização ou em pedido de uniformização de interpretação de lei dirigido ao Superior Tribunal de Justiça; c) em incidente de resolução de demandas repetitivas ou em incidente de assunção de competência que irradiem efei-tos sobre a Região; ou

d) em súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tri-bunal de Justiça ou da Turma Nacional de Uniformização. IV – encaminhar os autos à Turma de origem para eventual juízo de retratação, quando o acórdão recorrido divergir de entendimento consolidado:

a) em regime de repercussão geral ou de acordo com o rito dos recursos extraordinários e especiais repetitivos pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça;

b) em recurso representativo de controvérsia pela Turma Nacional de Uniformização ou em pedido de uniformização de interpretação de lei dirigido ao Superior Tribunal de Justiça; c) em incidente de resolução de demandas repetitivas ou em incidente de assunção de competência que irradiem efeitos sobre a Região; ou

d) em súmula ou entendimento dominante do Supremo Tri-bunal Federal, do Superior TriTri-bunal de Justiça ou da Turma Nacional de Uniformização.

V – não admitir o pedido de uniformização de interpretação de lei federal, quando desatendidos os seus requisitos, nota-damente se:

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PARTE 1

a) não indicado paradigma válido, com a devida identificação do processo em que proferido;

b) não juntada cópia do acórdão paradigma, salvo quando se tratar de julgado proferido em recurso repetitivo pelo Superior Tribunal de Justiça ou recurso representativo de controvérsia pela Turma Nacional de Uniformização;

c) não demonstrada a existência de similitude, mediante cotejo analítico dos julgados;

d) a análise do pedido de uniformização demandar reexame de matéria de fato;

e) versar sobre matéria processual;

f) a decisão impugnada possuir mais de um fundamento sufi-ciente e as razões do pedido de uniformização não abranger todos eles;

g) o acórdão recorrido estiver em consonância com entendi-mento dominante do Supremo Tribunal Federal, Superior Tri-bunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização. VI – admitir o pedido de uniformização de interpretação de lei federal que preencha os requisitos legais e regimentais, encaminhando os autos à Turma Nacional de Uniformização e, havendo multiplicidade de recursos com fundamento em idên-tica questão de direito, indicar sua afetação como represen-tativo de controvérsia, observando, neste caso, o disposto no art. 16, ficando sobrestados os demais enquanto não julgado o caso-piloto.

Nos termos do Regimento Interno da TNU 2019, para des-trancar pedido de uniformização de nacional inadmitido, caberá a interposição de agravo em 15 dias úteis a ser julgado pela TNU nos seguintes casos (incisos I e V):

I – não conhecer de pedido de uniformização de interpretação de lei federal intempestivo, incabível, prejudicado, interposto por parte ilegítima ou carecedor de interesse recursal; (...) V – não admitir o pedido de uniformização de interpretação de lei federal, quando desatendidos os seus requisitos, notada-mente se:

a) não indicado paradigma válido, com a devida identificação do processo em que proferido;

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b) não juntada cópia do acórdão paradigma, salvo quando se tratar de julgado proferido em recurso repetitivo pelo Superior Tribunal de Justiça ou recurso representativo de controvérsia pela Turma Nacional de Uniformização;

c) não demonstrada a existência de similitude, mediante cotejo analítico dos julgados;

d) a análise do pedido de uniformização demandar reexame de matéria de fato;

e) versar sobre matéria processual;

f) a decisão impugnada possuir mais de um fundamento sufi-ciente e as razões do pedido de uniformização não abranger todos eles;

g) o acórdão recorrido estiver em consonância com entendi-mento dominante do Supremo Tribunal Federal, Superior Tri-bunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização.

Por outro lado, será interposto agravo interno a ser julgado pela Turma Recursal em decisão irrecorrível nas seguintes hipó-teses (incisos II e III):

II – determinar a suspensão junto ao órgão responsável pelo exame preliminar de admissibilidade do pedido de uniformi-zação de interpretação de lei federal que versar sobre tema submetido a julgamento:

a) em regime de repercussão geral ou de acordo com o rito dos recursos extraordinários e especiais repetitivos pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça;

b) em recurso representativo de controvérsia pela Turma Nacional de Uniformização ou em pedido de uniformização de interpretação de lei dirigido ao Superior Tribunal de Justiça; ou c) em incidente de resolução de demandas repetitivas ou em incidente de assunção de competência que irradiem efei-tos sobre a Região.

III – negar seguimento a pedido de uniformização de inter-pretação de lei federal interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento consolidado:

a) em regime de repercussão geral ou de acordo com o rito dos recursos extraordinários e especiais repetitivos pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça;

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PARTE 1

b) em recurso representativo de controvérsia pela Turma Nacional de Uniformização ou em pedido de uniformização de interpretação de lei dirigido ao Superior Tribunal de Justiça; c) em incidente de resolução de demandas repetitivas ou em incidente de assunção de competência que irradiem efei-tos sobre a Região; ou

d) em súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tri-bunal de Justiça ou da Turma Nacional de Uniformização.

No caso de a decisão de inadmissibilidade desafiar, a um só tempo, os dois agravos citados (externo e interno), será cabível apenas a interposição do agravo dirigido à Turma Nacional de Uniformização previsto no § 2º, no qual deverão ser cumulados os pedidos de reforma da decisão.

Caso haja a interposição simultânea de incidentes de unifor-mização dirigidos à Turma Regional de Uniforunifor-mização e à Turma Nacional, será julgado, em primeiro lugar, o incidente dirigido à Turma Regional.

Nos termos do artigo 100, do Regimento Interno da Turma Regional de Uniformização da 1ª Região, competirá ao Presidente da TRU:

I – distribuir os incidentes de uniformização regional;

II – julgar o agravo interposto de decisão que inadmite pedido de uniformização de jurisprudência dirigido à Turma Regional de Uniformização; (redação do inciso II dada pela Resolução Presi 33 de 30/09/2015)

III – julgar prejudicados os incidentes de uniformização regio-nal não distribuídos que versarem matéria já julgada;

IV – sobrestar os incidentes de uniformização ainda não distri-buídos quando tratarem de questão sob apreciação da turma regional ou estiverem aguardando julgamento de incidente de uniformização nacional distribuído à Turma Nacional de Uni-formização ou ao Superior Tribunal de Justiça ou for reconhe-cida a existência de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei processual;

V – dar vista ao Ministério Público Federal, quando for o caso, antes da distribuição do incidente ao relator;

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VI – designar data e horário das sessões ordinárias e extraor-dinárias;

VII – mandar incluir em pauta os processos e assinar as atas das sessões;

VIII – presidir a sessão para edição de súmula da Turma Regio-nal de Uniformização;

IX – manter a ordem nas sessões;

X – submeter à Turma Regional questões de ordem; XI – proferir voto de desempate;

XII – proclamar o resultado dos julgamentos;

XIII – assinar e mandar expedir as comunicações e intimações; XIV – apreciar a admissibilidade de incidentes e recursos diri-gidos à Turma Nacional de Uniformização e recursos extraor-dinários dirigidos ao Supremo Tribunal Federal interpostos contra decisões e acórdãos proferidos pela Turma Regional de Uniformização;

XV – selecionar um ou mais incidentes ou recursos representa-tivos de controvérsia e determinar o encaminhamento à Turma Nacional de Uniformização, ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando-se os demais, na forma da lei processual;

XVI – devolver os processos à origem, na hipótese dos inci-sos IV e XV, após o julgamento de mérito pela Turma Nacio-nal de Uniformização, pelo Superior TribuNacio-nal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal, para adequação do julgado;

XVII – julgar prejudicados, nas hipóteses dos incisos IV e XV, os incidentes de uniformização e recursos extraordinários inter-postos de acórdãos que tenham seguido a mesma orientação adotada no julgamento de mérito proferido pela Turma Nacio-nal de Uniformização, pelo Superior TribuNacio-nal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal.

Nos julgamentos, o Presidente da TRU, após a leitura do rela-tório, dará a palavra, se for o caso, sucessivamente, ao autor do incidente e ao réu para sustentação de suas alegações, tendo o representante do Ministério Público terá prazo igual ao das partes.

Cada integrante da TRU poderá falar duas vezes sobre o assunto em discussão e mais uma vez, se for o caso, para explicar

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PARTE 1

eventual modificação de voto. Concluído o debate oral, o presi-dente tomará os votos do relator e dos outros juízes que se lhe seguirem na ordem de antiguidade na turma.

Após o voto do juiz mais novo na ordem de antiguidade, proferirá voto o juiz mais antigo, prosseguindo-se o julgamento. Se o relator for vencido, será designado para redigir a ementa o primeiro juiz que tiver proferido o voto prevalecente.

Em decisão irrecorrível, nos termos do artigo 15 do Regi-mento Interno da TNU 2019, antes da distribuição do pedido de uniformização de jurisprudência, o Presidente da Turma

Nacional de Uniformização poderá:

I – não conhecer nas hipóteses previstas no art. 14, inciso I; II – determinar a suspensão do feito junto ao juízo responsável pelo exame preliminar de admissibilidade na origem, nas hipó-teses previstas no art. 14, inciso II;

III – negar seguimento nas hipóteses previstas no art. 14, inciso III;

IV – determinar a devolução dos autos à Turma de origem, para adequação, nas hipóteses do art. 14, inciso IV, ou quando o acórdão recorrido divergir da entendimento dominante do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou da Turma Nacional de Uniformização;

V – inadmitir nas hipóteses previstas no art. 14, inciso V; VI – admitir e determinar a distribuição do pedido de uniformi-zação de interpretação de lei federal que preencha os requisi-tos legais e regimentais, e, havendo multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, indicar sua afetação como representativo de controvérsia, observando o disposto no art. 16.

Os prazos na Turma Nacional de Uniformização correrão da publicação dos atos na imprensa oficial, da intimação pessoal ou da ciência por outro meio eficaz previsto em lei, sendo que, na contagem de prazo em dias, computar-se-ão somente os

dias úteis.

Para espancar qualquer dúvida a respeito, coube à Lei 13.728/2018 inserir na Lei 9.099/95 o artigo 12-A:

(19)

“Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato processual, inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis.”

De acordo com a TNU, no julgamento do pedido de uniformi-zação 0017298-58.2007.4.04.7195, de 06.09.2011, “a circunstân-cia de o acórdão recorrido contrariar, ao mesmo tempo, decisões de Turmas da mesma Região e decisões de Turmas de Regiões diversas, bem como a jurisprudência do STJ, impõe a interposição simultânea dos Incidentes de Uniformização Regional e Nacional, cujos prazos são simultâneos. A interposição do Incidente de Uniformização Nacional apenas após o julgamento do Regional impõe o reconhecimento de sua intempestividade”.

Também competirá à TNU o julgamento de divergência de entendimento sobre questão de direito material entre Turmas Recursais da mesma região, caso se trate de decisão proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ.

Também entende a TNU que, “tendo a recorrente indicado como paradigma acórdão de Turma Recursal de Minas Gerais, integrante de Região distinta da do acórdão recorrido, considero--o imprestável à demonstração de divergência jurisprudencial, eis que meramente colado no corpo do recurso ou juntado por íntegra sem a indicação da sua fonte. Em se tratando de diver-gência jurisprudencial entre decisões emanadas de Turmas de diferentes Regiões, impõe a Questão de Ordem nº 3 desta Turma Nacional a obrigatoriedade da juntada das cópias dos arestos paradigmas, a teor do seguinte verbete: A cópia do acórdão paradigma somente é obrigatória quando se tratar de divergência entre Turmas Recursais de diferentes Regiões.”

Prossegue a TNU aduzindo que “a interpretação sistemática do conjunto normativo regulador da espécie impõe a conclu-são de que o recorrente possui o inarredável ônus de carrear aos autos a íntegra dos julgados apontados como paradigmas, podendo dele se desincumbir através da juntada de certidão, cópia autenticada, citação do repositório de jurisprudência ou reprodução de página da internet, com indicação da respectiva

(20)

PARTE 1

fonte (endereço URL). Trata-se de exigência formal que, para além de permitir a verificação da divergência apontada, visa a assegurar a autenticidade do conteúdo das decisões reportadas. Nesse sentido, a mera transcrição, no corpo do recurso, do inteiro teor dos julgados paradigmas, ou mesmo a sua juntada na íntegra não é suficiente à demonstração da divergência apontada, se não há a indicação do repositório no qual foi publicado ou da fonte

de onde foi extraído”.4

Por tudo isso, questões meramente processuais não serão objeto de pedido de uniformização. Pontifica a Súmula 07, da

TNU, que “descabe incidente de uniformização versando sobre honorários advocatícios por se tratar de questão de direito processual”, embora saibamos que discutir o valor dos

honorários é nítida questão de direito material.

Ademais, quando a orientação acolhida pela Turma Nacional de Uniformização, em questões de direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.

Um precedente do Superior Tribunal de Justiça é suficiente para o conhecimento do pedido de uniformização, desde que o relator

nele reconheça a jurisprudência predominante naquela Corte.5

Nos termos da Questão de Ordem 09, entende a TNU que deferindo ou indeferindo, monocraticamente, o pedido de uni-formização, a decisão do Relator poderá ser submetida, nos pró-prios autos, ao Presidente da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, no prazo de dez dias.

Ademais, não cabe Pedido de Uniformização quando a juris-prudência da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudên-cia dos Juizados EspeJurisprudên-ciais Federais se firmou no mesmo sentido do acórdão recorrido, nos moldes da Questão de Ordem 13.

4. PEDILEF 0501964-27.2009.4.05.8100, de 29.03.2012. 5. Questão de Ordem 05, de 30.08.2004.

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Por sua vez, “é incabível incidente de uniformização que impugna acórdão de turma recursal que, para fins de conces-são de benefício assistencial (Lei 8.742/93, art. 20), entendeu estar ausente o requisito da ‘miserabilidade’, porque é inviável a análise de provas ou de situação fática por turma de uni-formização de interpretação de lei” (TNU, processo 0500300--15.2015.4.05.8402, sessão de 18/2/2016).

Ainda de acordo com a TNU, “por constituir matéria de natureza processual, é incabível incidente de uniformização que busca reco-nhecimento da possibilidade de impugnação, pela via do mandado de segurança, de decisão monocrática na fase de cumprimento da sentença” (processo 0015699-25.2012.4.03.9301, de 16/3/2016).

Ademais, “por constituir matéria de natureza processual, é incabível incidente de uniformização que busca reconhecimento da possibilidade de impugnação, pela via do mandado de segurança, de decisão monocrática na fase de cumprimento da sentença” (TNU, processo 0015699-25.2012.4.03.9301, de 16/3/2016).

Outrossim, “não cabe incidente de uniformização para dis-cussão de questões processuais, como aquelas relacionadas ao alcance da coisa julgada ou possibilidade de sua rescisão” (pro-cesso 0503294-66.2013.4.05.8311, de 20/10/2016).

Ainda de acordo com a TNU, “inexiste questão material

apta a ser examinada pela TNU em incidente a respeito da possibilidade de flexibilização do critério legal para aferi-ção da condiaferi-ção de baixa renda necessária à concessão do benefício de auxílio-reclusão”. Assim, acaso não enquadrado o

último salário de benefício recebido pelo segurado no parâmetro adotado pelo ordenamento jurídico, não há de se falar em ave-riguação, pela TNU, da viabilidade de deferimento da benesse, já que isso implicaria emissão de juízo de valor extremamente subjetivo, incompatível com a função da Turma de Uniformiza-ção, a quem, igualmente, não cabe assumir o papel de legislador (Informativo 14/2017, processo 0002602-60.2014.4.03.6302).

Ademais, em conformidade com o art. 14, § 9º, da Lei nº 10.259/2001, cabe ao colegiado da Turma Recursal rejulgar o

(22)

PARTE 1

feito após a decisão de adequação de Tribunal Superior ou da TNU, nos termos do Enunciado 132, do FONAJEF.

Já a Questão de Ordem 10 pontifica que não cabe o incidente de uniformização quando a parte que o deduz apresenta tese jurí-dica inovadora, não ventilada nas fases anteriores do processo e sobre a qual não se pronunciou expressamente a Turma Recursal no acórdão recorrido. Neste caso o descabimento decorre da falta do pré-questionamento.

Dentre outras atribuições, compete ao Presidente da TNU:

I – presidir a distribuição dos feitos aos juízes da Turma; II – praticar atos de gestão necessários ao funcionamento dos serviços administrativos da Turma, podendo delegá-los ao Secretário;

III – apresentar anualmente ao Presidente do Conselho da Jus-tiça Federal relatório das atividades da Turma;

IV – convocar os juízes para as sessões ordinárias e extraor-dinárias;

V – dirigir os trabalhos da Turma, presidindo as sessões de jul-gamento;

VI – manter a ordem nas sessões, adotando, para isso, as pro-vidências necessárias;

VII – proferir voto de desempate;

VIII – julgar o agravo interposto de decisão que inadmite pedido de uniformização de interpretação de lei federal diri-gido à Turma Nacional de Uniformização, observando que o agravo previsto no § 3º do art. 14 deste Regimento é de com-petência da Turma de origem;

IX – proferir quaisquer das decisões previstas no art. 15 ante-riormente à distribuição do pedido de uniformização de inter-pretação de lei federal;

X – realizar os exames prévios de admissibilidade do recurso extraordinário e dos pedidos de uniformização de interpre-tação endereçados à Turma Nacional de Uniformização e ao Superior Tribunal de Justiça;

XI – prestar informações solicitadas pelo relator em pedido de uniformização de interpretação de lei dirigido ao Superior Tri-bunal de Justiça e em recurso extraordinário;

(23)

XII – dirimir as dúvidas relacionadas a questões de ordem e demais incidentes processuais, submetendo-os à apreciação do Plenário, quando for o caso;

XIII – convocar magistrado federal, mediante ato específico, para atividade administrativa determinada dentre as atribui-ções da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Espe-ciais Federais, com prazo certo e sem prejuízo da jurisdição, ciente o tribunal de origem.

O sobrestamento de processos, a fim de aguardar julgado do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou da Turma Nacional de Uniformização, nos termos deste Regimento, precederá o juízo de admissibilidade, salvo quanto

à tempestividade6.

Nos termos do Enunciado 184, do FONAJEF, durante a suspensão processual decorrente do IRDR e de recursos repe-titivos pode haver produção de provas no juízo onde tramita o processo suspenso, em caso de urgência, com base no art. 982, § 2º, do CPC.

Ainda entende o FONAJEF que os mecanismos processuais de suspensão de processos não impedem a realização de atos processuais necessários para o exame ou efetivação da tutela de urgência (Enunciado 185).

Competirá ao relator do processo:

I – ordenar e dirigir o processo;

II – submeter à Turma as questões de ordem; III – pedir dia para julgamento dos feitos;

IV – apresentar em mesa para julgamento os feitos que inde-pendem de pauta;

V – requisitar informações;

VI – colher a manifestação do Ministério Público Federal, quando for o caso;

VII – apreciar os pedidos de tutela provisória, na forma da lei processual;

(24)

PARTE 1

VIII – não conhecer dos pedidos de uniformização nas hipóte-ses previstas no art. 14, inciso I;

IX – determinar a suspensão do feito junto ao juízo responsável pelo exame preliminar de admissibilidade na origem, nas hipó-teses previstas no art. 14, inciso II;

X – negar seguimento nas hipóteses previstas no art. 14, inciso III;

XI – dar provimento, determinando a devolução dos autos à Turma de origem, para adequação, nas hipóteses do art. 14, inciso IV, ou quando o acórdão recorrido divergir da entendi-mento dominante do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou da Turma Nacional de Uniformização; XII – inadmitir nas hipóteses previstas no art. 14, inciso V; XIII – indicar para afetação como representativo de contro-vérsia, quando houver multiplicidade de recursos com funda-mento em idêntica questão de direito, observado o disposto no art. 16;

XIV – redigir o acórdão, quando seu voto for o vencedor no julgamento;

XV – homologar as desistências, transações e renúncias de direito.

Há uma grande dificuldade de um incidente de uniformização ser conhecido, quando se trata de questões concretas peculia-res. É que será preciso demonstrar a divergência entre Turmas Recursais apontando um julgado paradigma, que muitas vezes considera questões específicas do caso.

De efeito, a TNU vem sendo muito rígida (até demais) na admissão dos incidentes de uniformização, exigindo identidade de situações fáticas, o que em alguns casos é impossível, a exem-plo da aposentadoria por idade rural e dos benefícios por incapa-cidade, nas hipóteses em que é preciso verificar os documentos comprobatórios do início de prova material e as peculiaridades da suposta incapacidade, respectivamente.

De acordo com a TNU, “é possível o não conhecimento do pedido de uniformização por decisão monocrática quando o

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acórdão recorrido não guarda similitude fática e jurídica com o

acórdão paradigma”7.

O incidente de uniformização tem cabimento quando fundado em divergência entre decisões de Turmas Recursais de diferentes Regiões ou em face de decisão de Turma Recursal ou de Turma Regional de Uniformização proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante da TNU ou do Superior Tribunal de Justiça. A petição do incidente conterá obrigatoriamente

a demonstração do dissídio, o seu cotejo analítico em duas etapas: primeiro, pela comparação entre as questões de fato tratadas no acórdão impugnado e no paradigma, com repro-dução dos fundamentos de ambos; depois, pelo confronto das teses jurídicas em conflito, evidenciando a diversidade de interpretações para a mesma questão de direito.

Mas não se conhecia do incidente quando a parte apresenta tese jurídica sobre a qual não se pronunciou expressamente o acórdão recorrido (Questão de Ordem nº 10). Para configuração do questionamento prévio era imprescindível que no aresto recorrido a questão tivesse sido discutida e decidida fundamen-tadamente, sob pena de não preenchimento do requisito, indis-pensável para o conhecimento dos chamados recursos especiais,

inclusive o pedido de uniformização.8

No entanto, com o advento da aprovação da Questão de Ordem 36, em 09 de outubro de 2013, foi facilitada a prova do pré-questionamento, bastando que a matéria seja veiculada nos embargos de declaração:

Questão de Ordem 36 – “A mera interposição dos embargos de declaração supre o requisito do pré-questionamento, em razão dos princípios informadores dos Juizados”.

Na sessão de 08 de outubro de 2014 passou a ter a seguinte redação:

7. Questão de Ordem 22, de 26.10.2006.

8. PEDILEF 00040128920064036317, Rel. JUIZ FEDERAL JANILSON BEZERRA DE SIQUEIRA, DOU 08/06/2012.

(26)

PARTE 1

Questão de Ordem 36 – “A interposição dos embargos de declaração para fins de prequestionamento faz-se necessária somente quando a matéria não tenha sido apreciada, a des-peito de previamente suscitada”.

Nos termos da Questão de Ordem 35, “o conhecimento do pedido de uniformização pressupõe a efetiva apreciação do direito material controvertido por parte da Turma de que ema-nou o acórdão impugnado”.

Deverá o pedido de uniformização ser instruído com a cópia do julgado divergente, cuja autenticidade deve ser comprovada mediante a apresentação de certidão, cópia autenticada ou cita-ção do repositório de jurisprudência oficial ou credenciado em que foi publicada a decisão divergente, sendo que a TNU admite a reprodução de julgado disponível na página do respectivo órgão judicial na internet, desde que com indicação da respectiva fonte ou link que remeta o interessado diretamente ao acórdão

apontado como paradigma9.

Vale ressaltar que o incidente de uniformização é descabido para mera reapreciação de questões fáticas, a exemplo da reava-liação de provas para o questionamento da configuração de união estável, porquanto o seu objetivo é uniformizar teses jurídicas divergentes em questões de direito material.

Nesse sentido, dispõe a TNU:

Súmula 42: “Não se conhece de incidente de uniformização que implique reexame de matéria de fato”.

Por outro lado, nos termos do Enunciado 97, do FONAJEF, “cabe incidente de uniformização de jurisprudência quando a questão deduzida nos autos tiver reflexo sobre a competência do juizado especial federal”.

A TNU vem pronunciando a nulidade de acórdãos genéricos que podem ser manejados em vários processos, pois não aden-tram as peculiaridades do caso concreto:

(27)

“EMENTA/VOTO PROCESSUAL CIVIL. CONSTITUCIONAL. ACÓR-DÃO PADRÃO E GENÉRICO. VIOLAÇÃO DO DEVER DE FUNDA-MENTAÇÃO. AUSÊNCIA DE ADEQUADA DEVOLUÇÃO DA PRES-TAÇÃO JURISDICIONAL. ANULAÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA. INCIDENTE PROVIDO. 1. Este Colegiado possui entendimento consolidado no sentido de que a parte litigante possui o cons-titucional direito de ver a sua pretensão acolhida ou rechaçada pelo Poder Judiciário através de manifestação jurisdicional que veicule adequada fundamentação, nos termos do inciso IX do art. 93 da Carta Constitucional. Esse direito não sofre relativização pela circunstância de se tratar de feito em curso perante os Jui-zados Especiais Federais, regido, por conseqüência, pelos princí-pios da celeridade, informalidade, simplicidade e informalidade. Decisões concisas e objetivas não prescindem de ser adequada-mente fundamentadas, de forma a possibilitar a devolução da prestação jurisdicional aos litigantes. 2. Decisão genérica equi-vale a decisão não fundamentada e implica negativa de presta-ção jurisdicional, sendo que a sua chancela caracteriza o afasta-mento da possibilidade de controle da atividade jurisdicional. 3. Confirmação de entendimento desta TNU veiculado no acórdão prolatado nos autos do Pedilef 0502440-02.2008.4.05.8100, de 30/09/2011, Relator Juiz Federal Paulo Ricardo Arena Filho, ao qual se imprimiu a sistemática prevista no art. 7 do Regimento Interno desta Turma, que determina a devolução às Turmas de origem dos feitos congêneres, para manutenção ou adaptação dos julgados conforme a orientação pacificada. 4. Incidente pro-vido, para anulação do acórdão recorrido, com determinação de retorno dos autos à Turma Recursal de origem para prolação de outro” (PEDILEF 0506479-67.2007.4.05.8103, de 29.02.2012).

No entanto, de acordo com o STF no julgamento do AI-AgR 749969, de 15/09/2009, “não viola a exigência constitucional de motivação a fundamentação de turma recursal que, em confor-midade com a Lei nº 9.099/95, adota os fundamentos contidos na sentença recorrida”.

Reconhecida a divergência, a Turma Nacional de Uniformi-zação de Jurisprudência editará a súmula correspondente, se

(28)

PARTE 1

for aprovada pela maioria dos membros exigida pelo Regimento

Interno10, exigindo a maioria absoluta dos seus membros.

De acordo com o artigo 33 do Regimento Interno da TNU, a jurisprudência firmada pela Turma Nacional de Uniformização poderá ser compilada em súmula, cuja aprovação dar-se á pelo voto de pelo menos sete de seus membros, cabendo ao relator propor-lhe o enunciado.

Para a Questão de Ordem 39 da TNU, a aprovação, can-celamento e alteração de Enunciado de Súmula de Jurispru-dência serão julgados como Questão de Ordem, de forma apartados do dispositivo da decisão, mediante votação nomi-nal.

Os enunciados da súmula prevalecem sobre jurisprudência anterior, aplicando-se a casos não definitivamente julgados. Durante o julgamento do incidente de uniformização, qualquer dos membros poderá propor a revisão da jurisprudência com-pendiada em súmula, caso a maioria dos presentes admita a proposta de revisão, procedendo-se ao sobrestamento do feito, se necessário, sendo que a alteração ou o cancelamento do enunciado de súmula será aprovado pelo voto de pelo menos sete membros da Turma.

A Turma Nacional de Uniformização reunir-se-á com a pre-sença de, no mínimo, sete juízes, além do Presidente, e deliberará por maioria simples.

Na sessão de julgamento do incidente de uniformização na TNU, é facultado às partes, por seus advogados, apresentar

memoriais e produzir sustentação oral, por dez minutos,

prorrogáveis por igual prazo, a critério do Presidente.

A exclusivo critério do Presidente, eventuais interessados que não sejam partes no processo poderão fazer sustentação oral por ocasião do julgamento, sendo uma espécie de intervenção

amicus curiae ou de terceiros interessados.

(29)

Ademais, a Turma Nacional de Uniformização poderá con-verter o julgamento em diligência, quando necessário à decisão da causa, cabendo ao relator fará a exposição do caso e proferirá o seu voto, seguido pelos demais juízes, em ordem decrescente de antiguidade.

Demais disso, o acolhimento do pedido de uniformização gera dois efeitos: a reforma da decisão da Turma Recursal e a consequente estipulação de honorários advocatícios se for o caso, bem assim a prejudicialidade do recurso extraordinário, se interposto, na forma da Questão de Ordem 02, da TNU.

Após o julgamento do incidente de uniformização, caberão

embargos de declaração, no prazo de cinco dias, a contar da

publicação da decisão, em petição dirigida ao relator, na qual será indicado o ponto obscuro, contraditório ou omisso cuja declaração se imponha.

Se os embargos forem manifestamente incabíveis, o relator os rejeitará de plano. O relator apresentará os embargos em mesa para julgamento na primeira sessão subsequente, proferindo voto. Se houver possibilidade de emprestar efeito modificativo à súmula aprovada ou acórdão em pedido de uniformização representativo de controvérsia, os embargos de declaração serão incluídos em pauta, a teor do artigo 30 do Regimento Interno da TNU.

Convém ainda tratar do instituto da adequação dos

julga-dos. Cabe ao Presidente da Turma Recursal ou da Turma Regional

decidir preliminarmente sobre a admissibilidade do incidente de uniformização.

No caso de incidentes de uniformização idênticos recebidos nas Turmas Recursais ou Regionais estes ficarão sobrestados antes de ser realizado o juízo preliminar de admissibilidade se, sobre o mesmo tema, outro incidente já tiver sido apresentado ou estiver em vias de apresentação na Turma Nacional de Uni-formização.

Por sua vez, a decisão proferida pela Turma Nacional

(30)

PARTE 1

discutida, deve ser adotada pela turma de origem para fins de adequação ou manutenção do acórdão recorrido.

Logo, uma decisão proferida pela TNU em sentido contrá-rio ao entendimento da Turma Recursal ou Turma Regional de Uniformização fará com que todos os processos com incidentes de uniformização sobrestados tenham a decisão reavaliada pela Turma, para adequá-la ao entendimento da TNU.

A mesma adequação dos julgados pode ser feita pela própria TNU em razão de decisão do STF ou do STJ. Isso porque compete ao Presidente da TNU determinar o sobrestamento dos feitos que já tiverem sido julgados pela TNU, nos quais tenha sido interposto incidente dirigido ao Superior Tribunal de Justiça e/ou recurso para o Supremo Tribunal Federal, até decisão final da instância superior para posterior adequação ou manutenção do aresto.

Nesse sentido, colaciona-se a Questão de Ordem 33, da TNU:

Questão de Ordem 33 – “Se as premissas jurídicas de acór-dão da Turma Nacional de Uniformização forem reforma-das pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de julgamento de recurso extraordinário com repercussão geral, ou pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de recurso repeti-tivo, o Presidente da TNU fará a adequação do julgado, pre-judicados eventuais recursos interpostos” (Aprovada na 5ª Sessão Ordinária da Turma Nacional de Uniformização do dia 12.6.2013).

De acordo com o artigo 16 do Regimento Interno da TNU 2019, quando houver multiplicidade de pedidos com

funda-mento em idêntica questão de direito, o pedido de

uniformi-zação de jurisprudência será processado com observância deste procedimento (Representativo de Controvérsia):

O juízo responsável pelo exame preliminar de admissibili-dade que indicar pedido de uniformização de interpretação de lei federal como representativo de controvérsia na origem comu-nicará o Presidente da Turma Nacional de Uniformização, indi-cando os dados do respectivo processo e daqueles que ficaram

(31)

sobrestados, a fim de que a Turma Nacional delibere acerca da afetação da matéria.

Após análise prévia de admissibilidade realizada pelo Pre-sidente, o representativo de controvérsia, caso admitido, será distribuído ao relator, que deverá pautar a afetação do tema, no prazo de 60 (sessenta) dias.

A afetação e o julgamento do representativo de controvérsia deverão ser sucedidos da mais ampla e específica divulgação e publicidade.

A Secretaria da Turma Nacional de Uniformização dará ciência às Turmas Recursais e Regionais de Uniformização e ao juízo responsável pelo exame preliminar de admissibilidade dos pedidos de uniformização de interpretação de lei federal acerca da afetação de representativo de controvérsia, a fim de que sejam suspensos os demais processos envolvendo idêntica questão de direito enquanto não julgado o caso-piloto.

O pedido de uniformização de interpretação de lei federal admitido como representativo da controvérsia será processado e julgado com observância deste procedimento:

I – será publicado edital para que pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia possam apresentar memorais escritos no prazo de 10 (dez) dias;

II – o relator poderá solicitar informações, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias, às Turmas Recursais e Regionais a respeito da controvérsia;

III – antes do julgamento, o Ministério Público Federal terá vista dos autos pelo prazo de 10 (dez) dias;

IV – transcorrido o prazo para o Ministério Público Federal e remetida cópia do relatório e voto do relator aos demais juízes, o processo será incluído em pauta, devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envol-vam réu preso;

V – na sessão de julgamento, poderão fazer sustentação oral as quatro primeiras pessoas, órgãos ou entidades que tenham formulado requerimento nesse sentido, ficando a critério do Presidente assegurar a outros interessados o direito de tam-bém fazê-la;

(32)

PARTE 1

VI – transitado em julgado o acórdão da Turma Nacional de Uniformização, os pedidos de uniformização de interpretação de lei federal sobrestados:

a) terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recor-rido coincidir com a orientação da Turma Nacional de Unifor-mização; ou

b) serão encaminhados à Turma de origem para juízo de retra-tação, quando o acórdão recorrido divergir do decidido pela Turma Nacional, ficando integralmente prejudicados os pedi-dos de uniformização de interpretação de lei federal anterior-mente interpostos.

De acordo com o Enunciado 183, do FONAJEF, O magis-trado, ao aplicar ao caso concreto a ratio decidendi contida no precedente vinculante, não precisa enfrentar novamente toda a argumentação jurídica que já fora apreciada no momento de formação do precedente, sendo suficiente que demonstre a corre-lação fática e jurídica entre o caso concreto e aquele já apreciado. Segue, abaixo, quadro oficial publicado pela TNU contendo a lista e os temas dos incidentes representativos de controvérsia

já julgados11:

A Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais – TNU, com o objetivo de divulgar o resultado do julgamento de matérias controvertidas, disponibiliza, a seguir, quadro informativo, do qual constam os processos que foram julgados conforme o art. 7º, VII, “a” da Resolução CJF nº 22 de 4 de setembro de 2008.

O julgamento dos incidentes resulta na devolução dos demais recursos que versem sobre o mesmo objeto às Turmas de origem, a fim de que mantenham a decisão recorrida ou promovam a sua adequação às premissas jurídicas firmadas no âmbito da TNU.

Para acessar os incidentes representativos de controvérsia da TNU classificados por temas, tantos os julgados quanto os pendentes de julgamento, basta acessar o seguinte link:

Referências

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