NOVA MEDICAL SCHOOL |
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
RELATÓRIO FINAL
DE ESTÁGIO
6º ANO | 2016 - 2017
João Afonso Sequeira de Carvalho
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ÍNDICE
Introdução e Objetivos ... 3
Atividades Desenvolvidas ... 4
Estágio Parcelar de Medicina Interna ... 4
Estágio Parcelar de Cirurgia Geral ... 4
Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar ... 5
Estágio Parcelar de Pediatria (mobilidade) ... 6
Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia ... 7
Estágio Parcelar de Saúde Mental ... 7
Unidade Curricular Opcional (mobilidade) ... 8
Outros Elementos Valorativos do E. Profissionalizante ... 9
Reflexão Crítica ... 9
Anexos ... 11
Certificado Congresso Imed 8.0 ... 11
Certificado Congresso “Imaging Hallmarks of CanceR ... 12
Certificado Projeto de Investigação ... 13
Certificado Estágio Pediatria em Mobilidade ... 14
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INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
O Estágio Profissionalizante (EP) decorre ao longo do sexto ano do Mestrado Integrado
em Medicina (MIM) da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (NMS|FCM)
da Universidade NOVA de Lisboa e está dividido em seis estágios parcelares: dois com a
duração de oito semanas: Medicina Interna e Cirurgia Geral e quatro de quatro semanas:
Medicina Geral e Familiar; Pediatria; Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental. No final do
estágio decorre ainda uma Unidade Curricular Opcional que pode ser selecionada de entre a
oferta académica ou substituída por um estágio à escolha do aluno. O EP tem como objetivo
principal a promover a aquisição e aplicação de conhecimentos, valores e aptidões
necessários ao exercício da medicina com autonomia. Destacam-se ainda como objetivos
transversais no EP: integração nas equipas clínicas, pretendendo-se a interação com o
trabalho multidisciplinar; capacidade de avaliar os doentes e os seus problemas recorrendo à
história clínica, exame objetivo, formulação de hipóteses diagnósticas; exames
complementares de diagnóstico e plano terapêutico; abordagem do doente de acordo com
modelo biopsicossocial; aplicação de conhecimentos em prevenção da doença e promoção
da saúde; integração no ambiente do doente, sua envolvência, familiares e outros
profissionais de saúde.
O Relatório Final de Estágio (RFE) tem o propósito de fazer uma síntese do que foram
as atividades decorridas ao longo do ano letivo e uma reflexão crítica por parte do aluno sobre
o estágio em relação aos objetivos de aprendizagem próprios do aluno e também
curricularmente definidos, sendo uma ferramenta de trabalho de referência para o futuro
trabalho clínico dos alunos em contexto profissional autónomo. O RFE está estruturado em
Introdução e Objetivos gerais, Descrição das Atividades Desenvolvidas por ordem cronológica onde serão abordados os objetivos particulares de cada estágio e as atividades
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ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA
O estágio decorreu entre 12 de setembro e 4 de novembro de 2016 no Serviço de
Medicina IA do Hospital Egas Moniz - CHLO, sob tutoria da Dra. Judite Henriques.
Com este estágio pretendia-se que os alunos fossem capazes de: adquirir
competências teóricas e práticas e autonomia em Medicina Interna incluindo diagnóstico e
terapêutica; avaliar, diagnosticar e prescrever as medidas terapêuticas, ou outras, para as
situações clínicas mais prevalentes e de maior gravidade na população Portuguesa, bem
como referenciar apropriadamente as situações clínicas que o requeiram; identificar e
hierarquizar as situações clínicas de maior emergência para o doente e que impliquem a
transferência emergente para áreas de diagnóstico e terapêutica mais diferenciadas.
No decorrer do estágio, tive contacto com as diversas atividades do serviço e fiquei
responsável por vários doentes, muitos dos quais do primeiro ao último dia de internamento
com realização de nota de entrada, visita clínica e registo do diário com posterior discussão
do plano clínico e em último lugar a realização da nota de alta; o que contribuiu de forma
preponderante para a minha formação e para que o estágio se tornasse de facto
profissionalizante. A maior parte do estágio decorreu em contexto de enfermaria, no entanto
refiro ainda o contacto com a consulta externa, o serviço de urgência, as reuniões de serviço,
a formação curricular sob a forma de seminários na faculdade e os congressos que assisti:
Imed 8.0 organizado pela Associação de Estudantes (AEFCM) e o congresso Radiology
Hallmarks of Cancer –organizado pela sociedade europeia de Radiologia.
ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA GERAL
O estágio decorreu entre 7 de novembro de 2016 e 13 de janeiro de 2017, no Hospital
CUF Descobertas, sob tutoria do Doutor José Mª Correia Neves.
Os principais objetivos a cumprir durante o estágio: conhecer e saber aplicar a
linguagem e a terminologia cirúrgicas; as principais síndromes, compreendendo a sua
5 situações clínicas com indicação cirúrgica eletiva e indicação urgente; saber avaliar o estado
nutricional e o risco cirúrgico; saber executar as técnicas de pequena cirurgia mais comuns e
conhecer as técnicas de anestesia e de assepsia necessárias para o efeito.
Durante a primeira semana foram lecionados conteúdos teóricos no Hospital Beatriz
Ângelo e foi dado o curso TEAM (Trauma Evaluation And Management).
Acompanhei vários doentes deste a primeira sintomatologia em consulta, a discussão
das opções cirúrgicas, a realização eletiva da cirurgia e o acompanhamento pós-operatório.
A minha participação no bloco operatório, que considero a vertente mais diferenciada do
estágio, permitiu-me aprender as principais técnicas cirúrgicas, regras de assepsia,
funcionamento da equipa do bloco. Observei também a preparação para a cirurgia com
acompanhamento dos anestesistas e técnica anestésica. Nas cirurgias realizadas
desempenhei papéis de: observador, primeiro ajudante e segundo ajudante. O
acompanhamento dos doentes da enfermaria foi normalmente realizado após os períodos de
consulta e entre os tempos operatórios e pude observar e realizar o exame objetivo aos
doentes em pré- e pós-operatório, bem como observar várias mudanças de pensos. Ainda,
as reuniões multidisciplinares de oncologia e com a anatomia patológica. No final do estágio
os alunos realizaram um “mini-congresso” com apresentei com a colega Jéssica Branco um
caso de excisão paliativa de um lipossarcoma.
ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR
O estágio decorreu entre 23 de janeiro e 17 de fevereiro de 2017 na Unidade de Saúde
Familiar de S. Domingos de Gusmão sob tutoria da Dra. Maria Conceição Machado.
Um dos meus principais objetivos neste estágio prendeu-se com o reconhecimento e
interiorização das especificidades e competências essenciais a uma abordagem centrada no
utente. Sublinho ainda: incorporar dados psicossociais, culturais e familiares no plano de
seguimento do paciente; identificar recursos biomédicos, sociais, pessoais e comunitários que
permitam providenciar cuidados integrados e coordenados; identificar os problemas de saúde
6 usando uma estimativa probabilística; tomar decisões terapêuticas que tenham em
consideração as limitações dos dados clínicos e a relação custo-benefício; prescrever os
medicamentos mais utilizados; utilizar evidência científica na prevenção.
Durante o estágio tive oportunidade de integrar situações de abordagem clínica para
além da consulta programada, tais como, o contexto de urgência e as visitas domiciliárias. Fiz
o acompanhamento de doenças crónicas como a Diabetes Mellitus, a Hipertensão Arterial,
lidar com a polimedicação dos doentes e fazer a escalada terapêutica de acordo com as
normas mais recentes. Tive contacto com o doente na comunidade valorizado pela
abordagem de toda a família e pelas visitas domiciliárias.
ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA (MOBILIDADE)
Realizei o estágio como aluno em mobilidade Free Mover no Freeman Hospital
associado à Universidade de Newcastle no serviço de cardiologia pediátrica sob tutoria da
Professora Dra. Zdenka Reinhardt entre 20 de Fevereiro e 17 de Março de 2017.
Com este estágio pretendia-se que o aluno pudesse: conhecer as principais patologias
e princípios gerais de atuação da criança e adolescente em Portugal e no Mundo e
prescrições mais frequentes; estabelecer comunicação com a criança ou adolescente e a
família; reconhecer critérios de gravidade; elaborar um relatório clínico informativo, resumindo
à família o problema em causa, a terapêutica aconselhada e o prognóstico. Optei por fazer
este estágio em mobilidade de forma a poder conhecer um sistema de saúde de referência
como o é o NHS (National Health System), equipas e doentes de uma cultura e sociedades
diferentes. A cardiologia está entre os meus principais interesses na medicina e considerei
que uma boa oportunidade de ter contacto com a vertente pediátrica desta especialidade. Ao
longo do estágio tive contacto com a enfermaria, a unidade de cuidados e intensivos e os
centros de técnicas de intervenção e de eletrofisiologia. Acompanhei a equipa nas visitas
clínicas diárias e discuti doentes e as terapêuticas farmacológicas específicas utilizadas em
doentes com insuficiência cardíaca, pré e pós transplante e cardiopatia congénita. Tive
7 pediatras gerais quando faziam as visitas clínicas ao serviço. Assisti à semana formativa dos
internos o que foi bastante útil para aprender as principais síndromes clínicas. Semanalmente
o Jornal Club, as Reuniões de Transplante e as reuniões conjuntas com a cirurgia cardíaca.
ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia decorreu entre os dias 20 de março e
21 de abril de 2017 no Hospital dos Lusíadas sob tutoria da Dra. Andreia Rodrigues.
Com o estágio de Ginecologia e Obstetrícia pretende-se que os alunos obtenham
contacto clínico com: alterações do ciclo menstrual, aconselhamento pré concecional;
rastreios em ginecologia Vigilância da gravidez normal; infeções ginecológicas comuns;
sejam capazes de reconhecer a gravidez de risco; planeamento familiar; patologias
obstétricas na atividade hospitalar; patologia mamária principal; Menopausa; Uroginecologia:
incontinência urinária, prolapso UG; sejam capazes de reconhecer sintomas e sinais de
trabalho de parto.
Durante o estágio pude acompanhar as atividades do seviço: assisti à consulta geral
de Ginecologia e Obstetrícia onde também era feito o seguimento das grávidas; ecografia de
ginecologia e de obstetrícia; bloco de partos onde tive oportunidade de entrar nas cirurgias
também; bloco operatório; procriação medicamente assistida e todos os passos necessários
desde os exames complementares a consultas e ao laboratório; histeroscopias. No final do
estágio apresentei um trabalho no serviço sobre o “Tratamento Médico dos Leiomiomas”.
ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL
O estágio decorreu entre 24 de abril e 19 de maio de 2017 no internamento de
Psiquiatria do Hospital Dr. Fernando Fonseca sob tutoria do Dr. Bruno Trancas.
Pretendia-se as seguintes competências: identificar sintomas de perturbação
psiquiátrica e diferenciá-los do funcionamento psicológico normal do indivíduo; Identificar
elementos patológicos na personalidade, comportamentos e relacionamento inter-pessoal;
8 dos doentes; Identificar situações individuais e sociais de risco; Saber aplicar as regras
básicas de referenciação de indivíduos com problemas de saúde mental.
O serviço de Psiquiatria do Hospital Doutor Fernando Fonseca integra quatro Unidades
Funcionais Comunitárias externas ao hospital, no internamento apenas estão os casos mais
graves. Este conceito diferente e multilateral de abordagem à saúde mental pretende não
isolar as pessoas com doenças mentais, mas integrá-las recuperá-las num meio o menos
restritivo possível. Numa posição observacional e também com oportunidade de intervir na
entrevista clínica, tive oportunidade de perceber quais os elementos preponderantes na
relação médico-doente, na abordagem das diversas patologias, na intervenção terapêutica e
no seguimento destes doentes. Realizou-se um seminário sobre as principais síndromes da
saúde mental e 4 sessões clínicas no decorrer no estágio. Pude ir ao serviço de Urgência e
ainda ver a realização de eletroconvulsoterapia.
UNIDADE CURRICULAR OPCIONAL (MOBILIDADE)
Considero que a investigação é fundamental para um completo exercício da medicina
pelo que decidi participar num projeto de investigação. O projeto escolhido chama-se
“Molecular biology of nuclear receptors and molecular pathophysiology of metabolic diseases
and cancers” tendo estado integrado no Departamento de Bioquímica da Nihon University em
Tóquio, coordenado pelo Professor Dr. Makoto Makishima em Julho de 2016. A área que me
interessava mais era o uso inovador de fármacos que visam recetores intracelulares para
controlar o colesterol. Acompanhei as diversas atividades da equipa e pude também realizar
experiências no laboratório com os alunos bem como uma aula teórica curricular. Acompanhei
os investigadores nas suas diversas atividades, sendo-me lecionadas aulas sobre o projeto
específico de cada investigador. Tive ainda oportunidade de apresentar diversos artigos
científicos em contexto de Journal Club. Considero o intercâmbio internacional fundamental
em medicina pela partilha de diferentes perspetivas e conhecimentos. Aprendi muito com esta
experiência acerca da investigação cardiovascular e tenho a certeza que a investigação terá
9 científicos organizados pela International Federation of Medical Students’ Associations (IFMSA), a nível local pela AEFCM.
OUTROS ELEMENTOS VALORATIVOS DO E. PROFISSIONALIZANTE
Além das atividades curriculares descritas penso que seja ainda relevante para a minha
profissionalização enquanto futuro médico a minha participação enquanto membro da Direção
da AEFCM no mandato de 2016. Fui coordenador local dos intercâmbios científicos bilaterais
da IFMSA contactando investigadores da faculdade para receberem alunos estrangeiros e
organizando estágios internacionais para os colegas da faculdade.
Fui membro da equipa da hospitalidade do congresso Imed 8.0 Innovating Medicine de
13 a 16 de outubro de 2016, sendo da minha competência receber e apresentar os oradores
internacionais na cidade de Lisboa.
REFLEXÃO CRÍTICA
O EP é o culminar da cadeia de aprendizagem teórica e clínica que foi o Mestrado
Integrado em Medicina (MIM) e que visa dar aos alunos a autonomia para lidar com o
ambiente real da medicina nas suas áreas gerais e principais. Deste modo a integração do
aluno de medicina nas equipas clínicas e com atribuição de funções próprias com posterior
discussão com os tutores das atividades clínicas permitem criar essa autonomia. A
rotatividade por um grande número de centros hospitalares, quer públicos quer privados, é
uma vantagem pois permite o contacto com realidades diferentes. Optei por complementar
os objetivos do EP fazendo o estágio parcial de pediatria em mobilidade e a UC opcional em
mobilidade e direcionada para a investigação. No quarto ano do (MIM) realizei o Programa
Erasmus+ na Universidade de Milão e apercebi-me da importância do intercâmbio de ideias
e de perspetivas em medicina e em ciência. O contacto com sistemas de saúde diferentes,
com pessoas de muitas origens culturais vão dotar o aluno de medicina para os desafios,
cada vez mais internacionais do futuro e ajudar a criar empatia e ligação com um grande
10 pares, pelo que, no decorrer do EP, mantive funções de coordenador e organizador de
intercâmbios científicos na associação de estudantes.
Considero ter cumprido os objetivos quer pessoais quer curriculares para este estágio
pois pude interagir com diferentes doentes, com patologia diversificada, avaliar a sua
evolução diária o que forneceu uma perspetiva e uma série de ferramentas fundamentais a
qualquer ramo da medicina; abordar holisticamente o doente, fazendo prática de uma
medicina personalizada no seu estado de saúde biológico, psicológico e social, tendo em vista
a otimização do seu estado geral; fazer um exame objetivo cuidado e sistemático, e utilizar
criteriosamente os métodos complementares de diagnóstico. Tanto em MGF como em Saúde
Mental observei ainda o ambiente familiar e social dos doentes permitindo uma abordagem
verdadeiramente completa. A multidisciplinaridade transversal a todas as áreas da medicina
foi um dos fatores que me permitiu integrar os vários conceitos.
Quero mencionar o meu receio por dois dos estágios parcelares se terem realizado em
instituições privadas, que no final acabou por não se concretizar; a minha aprendizagem
nestes estágios, ainda que mais observacional, foi complementada por outros aspetos como
o menor número de alunos e internos o que levou a um maior acompanhamento.
Além das competências clínicas foi também possível adquirir valores essenciais como
o respeito pelo doente e o conhecimento dos seus direitos e obrigações; manter os princípios
éticos e de confidencialidade; saber comunicar com os doentes e outros profissionais de
saúde; adotar uma atitude pró-ativa no que se refere à integridade, responsabilidade e
interesse pela valorização pessoal.
Em último lugar quero destacar o ensino realizado ao longo dos 6 anos do MIM e como
aluno da primeira turma a completar o novo currículo da NMS|FCM a boa integração dos
novos métodos de ensino baseados em problemas sem descurar o ensino acompanhado com
o rácio tutor:aluno mais baixo do país que têm até à conclusão do MIM servido para formar
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ANEXOS
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