UTILIZAÇÃO DE GEOTÊXTIL BIDIM NO FILTRO DE TRANSIÇÃO DE JUSANTE DA BARRAGEM DO PALMITAL GRUPO VOTORANTIM, MAIRINQUE - SP

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UTILIZAÇÃO DE GEOTÊXTIL

BIDIM

NO FILTRO DE TRANSIÇÃO DE JUSANTE

DA BARRAGEM DO PALMITAL

GRUPO VOTORANTIM, MAIRINQUE - SP

Autor:

Departamento Técnico - Atividade

Bidim

Colaboração:

José Carlos Vertematti

Rogério Ferrarezi Busch

Colaboração:

Ramalho Comercial Ltda.

OUTUBRO 1990

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ...3

2 DADOS DA OBRA...3

3 DESCRIÇÃO DA OBRA ...4

4 UTILIZAÇÃO DO GEOTÊXTIL

BIDIM

...8

5 GEOTÊXTIL BIDIM NA OBRA...8

6 APLICAÇÃO E INSTALAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM ...11

7 VANTAGENS DA APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM ...15

8 AGRADECIMENTOS ...15

9 DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA ...16

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho relata a aplicação do geotêxtil Bidim no filtro de transição de jusante da Barragem do Palmital. A Barragem do Palmital destina-se à contenção do rejeito da Bauxita utilizada na produção de alumínio na CBA – Cia Brasileira de Alumínio – Grupo Votorantim.

O geotêxtil Bidim foi adotado em substituição ao septo argiloso, inicialmente utilizado mas de difícil obtenção, proporcionando uma redução do custo total da obra e agilização na execução.

2 DADOS DA OBRA

Nome da obra

Barragem do Palmital.

Local

CBA – Cia Brasileira de Alumínio Grupo Votorantim.

Mairinque – SP.

Finalidade da obra

Contenção de rejeito do beneficiamento da bauxita.

Contratante

CBA – Cia Brasileira de Alumínio. Grupo Votorantim.

Projetista

Hidroterra S.A. Engenharia e Comércio.

Construtora

Terçam – Terraplenagem Construção e Comércio LTDA.

Conclusão da obra

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3 DESCRIÇÃO DA OBRA

Cotas de coroamento

A obra, inicialmente prevista para ser executada em três etapas (Figura 1), recebeu um altera mento na execução da 1ª etapa (Figura 2).

O cronograma atual prevê apenas o coroamento da 2ª etapa, ficando para o futuro o coroamento da 3ª etapa.

Cota 770,00 Enrocamento Filtro de Transição Filito Fitro de Transição Barragem Existente Montante

Coroamento da 1ª Etapa cota 811,00 Coroamento da 2ª Etapa cota 850,00 Coroamento da 3ª Etapa cota 875,00

Rocha Jusante

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Cota 770,00 Enrocamento Filtro de Transição Filito Fitro de Transição Barragem Existente Montante

Coroamento da 2ª Etapa cota 837,00 Coroamento da 3ª Etapa cota 850,00 Coroamento da 4ª Etapa cota 875,00

Jusante

Coroamento da 1ª Etapa cota 811,00

Figura 2 – Esquema de execução com alteamento da 1ª etapa.

O filtro de jusante (inicialmente previsto com o esquema areia - brita 2 - brita 3) utilizado junto ao septo argiloso (Figura 3), sofreu uma alteração de projeto, a partir da cota 816,56, para o esquema geotêxtil Bidim - Brita 2 (figura 5) em função da dificuldade de obtenção da argila.

Devido a dificuldade temporária na produção da brita 2 adotou-se entre as cotas 816,56 e 826,97, brita 3. Através de testes efetuados na obra verificou-se que a brita 3 poderia, devido as pressões confinantes no local e eventuais acomodações diferenciais dos maciços, provocar perfurações no Bidim. Em função deste problema adotou-se uma camada de areia, com função de proteção mecânica, aplicada entre o Bidim e a brita 3, conforme Figura 4.

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Montante Filito 4 metros 1 m 1 m Brita 3 Jusante 1 m

Transição Argila Areia Brita 2 1 m

Enrocamento

Figura 3 – Esquema inicial do filtro.

Montante Jusante Sobreposição de 0,30 a 0,50 m Enrocamento Brita 3 Areia 1 m 0,5 m Geotêxtil Bidim RT - 31

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Montante Jusante Sobreposição de 0,30 a 0,50 m Filito Brita 2 _Enrocamento Geotêxtil Bidim RT - 31 1 m Figura 5 – Esquema do filtro após a segunda alteração.

Volumes da Barragem

Os volumes estimados dos materiais naturais da barragem estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Estimativa dos volumes dos materiais naturais da Barragem do Palmital.

Enrocamento (m³) Material Terroso (m³) Material Granular dos Filtros (m³)

1ª Etapa 11.200 135.750 10.500 Alteamento 1ª Etapa 415.200 484.300 31.150 2ª Etapa 424.700 302.900 37.800 3ª Etapa (*) 1.585.000 385.000 110.000 Total 2.535.100 1.280.950 189.450

(*) Admitindo-se a execução da 3ª etapa com filtro no esquema geotêxtil Bidim - brita 2 (Figura 5).

Caracterização de materiais naturais

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Tabela 2 – Caracterização padrão dos materiais naturais aplicados na Barragem do Palmital.

d10 d15 d60 d85 10 60

d

u

₌

Filtro 0,005 0,008 0,030 0,060 6,0 Argila < 0,001 < 0,001 0,002 0,075 - Areia 0,20 0,25 1,20 2,50 6,0 Brita 2 (*) 13,0 15,0 21,0 25,0 1,3 Brita 2 (**) 8,0 3,5 15,0 18,0 2,3 Brita 3 28,0 30,0 50,0 65,0 2,3

(*) Material aplicado até a execução da cota 816,56 m, (**) Material aplicado após a cota de 816,56 m.

4 UTILIZAÇÃO DO GEOTÊXTIL

BIDIM

O geotêxtil Bidim, que inicialmente não constava do projeto, foi sugerido pelo Engº. José Jaime Branco, consultor da Tercam, em função da dificuldade na obtenção da argila. A utilização foi aprovada pela Hidroterra, que já havia utilizado o geotêxtil Bidim em diversas barragens de terra.

A exploração da jazida de argila tornou-se inviável pela sua proximidade à área residencial. Outra possível jazida se localizava em Capuava, o que levaria muito custo do material pela distancia média de transporte de aproximadamente de 5 km.

Observou-se também que os trabalhos de exploração e transporte da argila seriam prejudicados pelo período de chuva que coincidiria com o cronograma dos trabalhos.

5 GEOTÊXTIL

BIDIM

NA OBRA

Funções do geotêxtil

Bidim

A principal função do geotêxtil Bidim na obra é, em substituição ao septo de argila, estabilizar o filito, através da filtração eficiente que o geotêxtil promove.

Definições do geotêxtil

Bidim

Face ao porte da obra, às tensões confinantes as quais o geotêxtil Bidim estará submetido, a eventuais acomodações diferenciais dos maciços e à impossibilidade de acesso para eventual manutenção do filtro, optou-se pela utilização do geotêxtil Bidim RT-31, com juntas superpostas numa faixa de 30 a 50 cm.

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Estudo de viabilidade Técnico – Econômica

O estudo realizado pelo Hidroterra, comparativo de volumes (Tabela 3 e 4) e custos (tabela 5 e 6), demonstrou a vantagem econômica da utilização do geotêxtil Bidim no filtro de transição, além de proporcionar uma aceleração na execução da obra.

Neste estudo admitiu-se o geotêxtil Bidim substituindo apenas o septo argiloso.

Tabela 3 – Estimativa dos volumes de materiais do maciço entre as cotas 837 e 850, COM a aplicação do geotêxtil Bidim.

Alternativa usando o geotêxtil Bidim

Material Unidade Quantidade

Enrocamento m³ 415.208 Filito m³ 302.882 Areia m³ 18.855 Brita 2 m³ 9.455 Brita 3 m³ 18.855 Bidim RT-31 m³ 6.370

Tabela 3 – Estimativa dos volumes de materiais do maciço entre as cotas 837 e 850, SEM a aplicação do geotêxtil Bidim.

Alternativa com septo de argila Material Unidade Quantidade

Enrocamento m³ 405.808 Filito m³ 282.084 Areia m³ 18.855 Brita 2 m³ 18.855 Brita 3 m³ 18.855 Argila m³ 20.798

Tabela 4 – Custos de material e operações exclusivos da execução do filtro na alternativa COM geotêxtil Bidim.

Serviço Custo (Cr$)

- Escavação, carga, transporte e descarga do filito que irá substituir a argila.

- Compactação. - Geotêxtil Bidim RT-31 199.600 101.910 104.875 Total 406.445

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Tabela 5 – Custo das operações exclusivas da execução do filtro na alternativa SEM geotêxtil Bidim.

Serviço Custo (Cr$)

- Escavação, carga, transporte e descarga da argila. - Compactação. - Diferença de transporte. 249.576 145.586 149.746 Total 544.908

Comparativo econômico dos esquemas de filtro executados.

Para o estudo comparativo das estimativas de custos adotou-se uma seção de filtro de um metro quadrado e o Índice Nacional de Custos da Construção Civil (INCC–FGV) para ajuste dos custos de materiais, execução, mão de obra e outros, obtidos em datas diferentes.

Tabela 6 – Custos, para uma seção de um metro quadrado, do filtro no esquema argila/areia/brita2/brita3 (Figura 3).

Item Unidade Quantidade Custo Unit. (*) Custo Total

Argila m³ 4 370,05 1.480,20

Areia m³ 1 1.448,16 1.448,16

Brita 2 m³ 1 1.679,16 1.679,16

Brita 3 m³ 1 1.679,16 1.679.16

Total 6.286,68

* Custo total para cada item (custo de extração, produção ou compra do material, transporte, execução, mão de obra e outros).

Tabela 7 – Custo, para uma seção de um metro quadrado, do filtro no esquema geotêxtil Bidim/areia/brita3 (Figura 4).

Item Unidade Quantidade Custo Unit. (*) Custo Total

Geotêxtil Bidim RT-31 m² 1,2 338,87 406,64 Areia m³ 0,5 1.448,16 724,08 Brita 3 m³ 1 1.679,16 1.679,16 Acréscimo de enroc. (**) m³ 1,5 1.116,66 1.674,99 Acréscimo do núcleo (***) m³ 4 275,00 1.100,00 Total 5.584,87

* Custo total para cada item (custo de extração, produção ou compra do material, transporte, execução, mão de obra e outros). ** Acréscimo de material de enrocamento em função da retirada do material granular do filtro.

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Tabela 8 – Custo, para uma seção de um metro quadrado, do filtro no esquema geotêxtil Bidim/Brita2 (Figura 5).

Item Unidade Quantidade Custo Unit. (*) Custo Total

Geotêxtil Bidim RT-31 m² 1,2 338,87 406.64

Brita 2 m³ 1 1.679,16 1.679,16

Acréscimo de enroc. (**) m³ 2 1.116,66 2.233,32

Acréscimo do núcleo (***) m³ 4 275,00 1.100,00

Total 5.419,12

* Custo total para cada item (custo de extração, produção ou compra do material, transporte, execução, mão de obra e outros). ** Acréscimo de material de enrocamento em função da retirada do material granular do filtro.

*** Acréscimo de filito no núcleo central em função da retirada da argila.

Cabe observar que a utilização do geotêxtil Bidim proporcionou uma economia real superior a verificada pelos comparativos das Tabelas 6, 7 e 8, pois a continuidade da aplicação da argila exigiria a extração deste material em Capuava, o que elevaria o custo de transporte, desta forma, o custo do filtro.

6 APLICAÇÃO E INSTALAÇÃO DO GEOTÊXTIL

BIDIM

Na alteração do esquema do filtro tradicional para o filtro com geotêxtil Bidim houve um engaste de 1,0 m (Figura 6), com o objetivo de garantir sua continuidade.

Montante _Jusante

Geotêxtil Bidim RT - 31

Enrocamento Filito

Filito Argila Enrocamento

Areia Brita 2 Brita 3 T r a n s i ç ã o

Material a ser removido na execução da proxima etapa.

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Para o transpasse do Geotêxtil Bidim adotou-se a sobreposição da manta superior (Figura 7) no filtro com o esquema geotêxtil Bidim/areia/brita 3 (Figura 8) no filtro com o esquema geotêxtil Bidim/brita 2 (Figura 5). Nos dois esquemas adotou-se uma sobreposição de 30 cm a 50 cm.

Montante Jusante Sobreposição de 0,30 a 0,50 m Filito Enrocamento Brita 2 1 m Geotêxtil Bidim RT - 31

Nucleo Central Filito

Figura 7 – Detalhe do transpasse do Bidim no filtro com esquema geotêxtil Bidim/brita2.

Montante Jusante Sobreposição de 0,30 a 0,50 m Enrocamento Brita 3 Areia 0,5 m Geotêxtil Bidim RT - 31 Filito 1,0 m

Figura 8 – Detalhe do transpasse do Bidim no filtro com esquema Bidim/areia/brita 3.

A Figura 9 apresenta a sequência de execução do filtro de transição com o esquema geotêxtil Bidim/brita 2 (esquematizado na Figura 5).

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Montante Jusante Brita 2 Geotêxtil Bidim RT - 31 Enrocamento Filito

Figura 5a - "Espera" do geotêxtil Bidim virada sobre Montante Jusante Brita 2 Geotêxtil Bidim RT - 31 Enrocamento Filito Filito

Figura 5b - Execução da camada superior do nucléo de filito. Montante Jusante Brita 2 Geotêxtil Bidim RT - 31 Enrocamento Filito Filito

Figura 5c - Execução do perfil do filtro através de corte mecânico do maciço do

núcleo. Montante Jusante Brita 2 Geotêxtil Bidim RT - 31 Enrocamento Filito Filito

Pedra para suporte do Geotêxtil Bidim

Figura 5d - Colocação do geotêxtil Bidim

sobre o perfil do filtro com a "espera" virada sobre o maciço do núcleo.

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Montante Jusante Brita 2 Geotêxtil Bidim RT - 31 Enrocamento Filito Filito

Ponto de costura manual

Figura 5e - União das mantas com sobreposições de 30 cm a 50 cm e pontos de costura manual. Montante Jusante Brita 2 Geotêxtil Bidim RT - 31 Enrocamento Filito Filito

Figura 5f - Lançamento do material granular do filtro de transição. Montante Jusante Brita 2 Geotêxtil Bidim RT - 31 Enrocamento Filito Filito

Figura 5g - Lançamento do material de enrocamento. Montante Jusante Brita 2 Geotêxtil Bidim RT - 31 Enrocamento Filito Filito

Figura 5h - Virada da "espera" do geotêxtil Bidim sobre o filtro

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Quantidade de geotêxtil

Bidim

Quantidade prevista

- Área: 8.600 m²

- Tipo: Geotêxtil Bidim RT-31 Quantidade Aplicada

- Área: 10.320 m²

- Tipo: Geotêxtil Bidim RT-31

7 VANTAGENS DA APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL

BIDIM

A utilização do geotêxtil Bidim no filtro de transição de jusante da Barragem do Palmital proporcionou inúmeras vantagens, dentre as quais se destacam são:

- Viabilidade da eliminação de camada selante de argila compacta, cuja espessura era de 4 m; - Sensível diminuição no cronograma executivo do sistema de filtro de jusante;

- Flexibilidade na utilização dos materiais agregados disponíveis: possibilitou, na falta de Brita 2, a substituição deste material por areia e Brita 3;

- Economia da ordem de 14% nos custos globais do sistema de filtro de jusante.

8 AGRADECIMENTOS

Agradecemos as colaborações da CBA, nas pessoas do Dr. José Neto do Prado e do Engº. Caio Guimarães Neto, sem as quais não seria possível a elaboração deste trabalho.

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9 DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

FOTO 1 (06/07/1990)

Vista geral da obra. No primeiro plano o enrocamento e ao fundo a execução do perfil do filtro de transição e aplicação do geotêxtil Bidim.

FOTO 2 (06/07/1990)

Instalação e fixação do geotêxtil

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FOTO 3 (06/07/1990)

Operação de suspensão do geotêxtil Bidim para fixação através de pontos costura manual, abaixo vê-se a Brita 2.

FOTO 4 (06/07/1990)

Vista do geotêxtil Bidim com

sobreposição e fixação através de pontos de costura manual.

Brita 2, colocada entre o geotêxtil Bidim e o enrocamento de jusante, funciona apenas como camada de transição mecânica.

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FOTO 5 (06/07/1990)

Em primeiro plano a fixação do geotêxtil

Bidim superior com pedras e o geotêxtil inferior virada sobre o material granular do filtro de transição.

Ao fundo, a sobreposição executada com pontos de costura manual.

FOTO 6 (06/07/1990)

Em primeiro plano o lançamento da Brita 2 do filtro de transição de jusante. Ao fundo, operários executam a costura manual para a fixação do geotêxtil Bidim.

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ANEXO

Artigo Técnico Publicado

Na Revista CONSTRUCCION PANAMERICANA

Fevereiro 1991

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Barragem do Palmital - Geotêxtil aplicado entre o núcleo da barragem e o enrocamento

de jusante.

Autores: Eng. Jose Carlos Vertematti – Ramalho Comercial Ltda. Eng. Rogério Ferrarezi Bush – Ramalho Comercial Ltda. Eng. Laerte Guião Maroni – Atividade Bidim.

A Barragem do Palmital destina-se a contenção dos rejeitos provenientes do beneficiamento da Bauxita, minério utilizado na produção do alumínio. Localiza-se na cidade de Mairinque, no estado de São Paulo, Brasil. A obra é de propriedade da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) empresa pertencente ao Grupo Votorantim, com capital totalmente Brasileiro. O projeto da barragem foi elaborado pela Hidroterra Engenharia e Comércio Ltda. e construída pela TERCAM – Terraplenagem Construção e Comércio Ltda.

A Barragem do Palmital, atendendo as necessidades da Companhia Brasileira de Alumínio, foi projetada para ser executada em três etapas sobre a estrutura de um barramento existente, tendo recebido um alteamento na execução da 1ª etapa.

O projeto básico previa a construção de um núcleo central impermeável executado com solo silico-argiloso e enrocamento a montante e a jusante, devido separados por um sistema de transição granulométrica (Figura 1). Quando do planejamento e construção da 2ª etapa da Barragem, que corresponderia à fase de elevação da cota de crista de 837,00 m a 850,00 m, numa altura total desde o nível do terreno de 80 m. Para a execução do núcleo, por questões econômicas, em lugar da utilização do solo silico-argiloso optou-se pela utilização de um filito (solo siltoso).

O filito, embora apresentando vantagens do ponto de vista econômico, constituía-se em um solo pouco coesivo e facilmente erodível sobre condições de carga e fluxo hidráulico. Para se evitar os problemas de carreamento das partículas do filito, evitando problemas de formação de piping (retro-erosão tubular progressiva) no núcleo da camada de argila compactada com espessura de 5 m entre a transição granulométrica de jusante e o núcleo. Sendo assim este verdadeiro “septo” argiloso reteria as partículas do solo erodível do núcleo (Figura 2).

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90,00 60,00 40,50 11,00 33,00 Montante _7,0 Jusante 105,00 6,0 875 865 855 845 835 825 815 805 795 785 775 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 20 40 60 80 100 120 140 160

Superfície provavel da rocha Terreno natural 799.00 (Rejeito existente)

811.00 (Coroamento 1ª etapa)

837.00 (Coroamento - Acréscimo da 1ª) etapa) 850.00 (Coroamento 2ª etapa) 1 2 3 1 Enr oca men to 4 5 6 Material sílico argiloso 1ª Etapa 1 2 3 Material sílico argiloso 2ª Etapa Material sílico argiloso 3ª Etapa Enrocamento 1ª Etapa 4 5 6 Enrocamento 2ª Etapa Enrocamento 3ª Etapa Filtro de Transição Barragem existente 875.00 (Coroamento 3ª etapa)

Figura 1 – Seção-tipo da barragem.

300 m 500 m Enrocamento Sépto Argiloso Núcleo da barragem (filito) Jusante Transição Granulométrica

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O solo argiloso utilizado na construção do septo de retenção das partículas do filito (núcleo) após chuva demorava vários dias para perder umidade e voltar as condições ideais para sua compactação, o que sem duvida implicaria em grandes atrasos no cronograma de exploração da jazida de solo argiloso tornou-se inviável devido a sua proximidade com a areia residencial, e a outra jazida de material semelhante disponível pesquisada se localizada a uma distância média de transporte de 5 km do local da obra, o que elevaria os custos inicialmente previstos.

Baseando-se em experiências anteriores de utilização do geotêxtil Bidim em diversos tipos de barragens de terra, o Eng. José Jaime Branco, consultor da TERCAM, empresa construtora da obra, sugeriu a substituição do septo de solo argiloso pela inclusão do geotêxtil Bidim. Após análise técnica e econômica, a projetista Hidroterra e a proprietária da obra concordaram com tal solução que apresentava vantagens de rapidez e segurança de execução, além de custos reduzidos em relação ao sistema anterior.

O geotêxtil Bidim em substituição ao septo de solo argiloso reteria com eficácia as partículas do filito, estabilizando o núcleo da barragem, desempenhando sua função de filtro-separador (Figura 3).

1 m Enrocamento Pedra Britada nº2 Núcleo da barragem (filito) Jusante Transição Granulométrica Geotêxtil Bidim RT - 31

Figura 3 – Seção tipo de jusante adotada.

Escolha do geotêxtil

Analisando-se a curva granulométrica do filito (Figura 4) e aplicando-se as recomendações para dimensionamento de filtros geotêxteis do Comitê Francês de geotêxteis e geomembrana, adicionando-se fatores ligados ao porte e importância da obra, pressões confinantes e solicitações de caráter construtivo a que

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o geotêxtil estaria submetido, além de recalques diferenciais que o maciço poderia sofrer e a impossibilidade de acesso ao local para eventuais manutenções, optou-se pela especificação do geotêxtil Bidim RT–31.

Escolha/Verificação do geotêxtil Bidim RT-31 pelo critério de retenção do Comitê Francês de Geotêxteis e Geomembranas:

Of ≤ C.d85

Of = abertura de filtração do geotêxtil;

d85 = Diâmetro correspondente do grão de solo tal que 85% dos grãos são menores que d85. C = C1.C2.C3.C4

Onde:

C1 – Influência da granulometria: contínua e bem graduada C1 = 1; C2 – Influência do solo: para solos densos e confinados C2 = 1,25;

C3 – Influência do tipo de fluxo hidráulico: para ∆h/L entre 5 e 20, C3 = 0,8;

C4 – Influência da função desempenhada pelo geotêxtil: para função de filtro C4 = 1. Portanto:

Of ≤ C.d85

Of ≤ 1,0.1,25.0.8.1,0.0,06 Of ≤ 0,06 (ok)

Para o geotêxtil Bidim RT-31 → d85 = 0,059 (ok), valor para o Bidim RT-31 produzido na época.

Instalação do geotêxtil

Bidim

entre o núcleo e o enrocamento

Entre o geotêxtil e o enrocamento de jusante, após uma etapa inicial onde se aplicava uma transição granulométrica composta de areia e pedra britada nº 3, verificando-se “in loco” a resistência do geotêxtil Bidim, optou-se para uma simplificação, passando então a se utilizar apenas uma camada de pedra britada nº 2 entre o geotêxtil e os blocos do enrocamento (Figura 3).

O geotêxtil Bidim foi instalado concomitantemente a execução do aterro feito com o filito (núcleo) e o material de enrocamento.

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Após a compactação do filito que compunha uma altura cerca de 1,65 m de aterro, efetuava-se no local da instalação do geotêxtil um corte retirando-se a saia do aterro e obtendo-se um talude quase vertical, assim instalava-se o geotêxtil Bidim RT–31 junto ao filito, procedendo-se a recobrimento entre as mantas da ordem de 0,05 m. Em seguida, por cima do aterro composto pelo filito lançava-se a pedra britada nº 2 e, logo após, o aterro do enrocamento até nivelar a superfície filito-pedra2-enrocamento. Com o procedimento descrito repetido constituiu-se a obra até a cota 850,00 m, final da 2ª etapa.

Considerações complementares

A utilização dos geotêxteis em obras de geotecnia, em particular em construção de barragens, tem se popularizado no mundo todo, trazendo vantagens aos usuários não só do ponto de vista técnico como também do ponto de vista econômico.

Assim, o uso dos geotêxteis nãotecido agulhados, como é o Bidim, aplicados como elementos filtrantes e separadores na proteção de sistemas drenantes e maciço de barragens, substituindo as transições granulométricas, apresentam de forma geral as vantagens abaixo:

- não exigem mão de obra qualificada para sua instalação. - simplificam os cálculos.

- possuem características físicas, mecânicas e hidráulicas constantes e definidas. - aceleram a execução das obras.

- em geral contribuem para a redução dos custos.

No caso da Barragem do Palmital, a utilização de 10.320 m² do geotêxtil Bidim RT-31 como filtro/separador entre o núcleo e o enrocamento de jusante proporcionou uma série de vantagens, dentre as quais se destacam: - Viabilidade da eliminação da camada de solo argiloso que compunha o “septo” para contenção do

filito, cuja espessura era da ordem de 5,00 m.

- Sensível diminuição no prazo do cronograma de execução da obra. - Flexibilidade na utilização dos agregados pétreos disponíveis.

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Mexichem Bidim Ltda

E-BIDIM#005

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FOTO 1

Instalação do geotêxtil Bidim

entre o núcleo (filito) e a transição granulométrica.

FOTO 2

Vista geral da execução do talude de jusante da barragem.