Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe e outros Vírus Respiratórios

ISSN:2183-7392 | EDITOR: Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge I.P. | PERIODICIDADE: semanal | ACESSO: www.insa.pt

COLABORADORES: Direção-Geral da Saúde, Instituto dos Registos e Notariado, Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Rede Médicos-Sentinela, Serviços de Urgência/Obstetrícia, Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe, Rede de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial da Gripe em Unidades de Cuidados Intensivos.

E

POCA

2020/2021

Resumo

Atividade gripal esporádica

Vigilância clínica

 A taxa de incidência de síndrome gripal (SG) foi de 0,0 por 100.000 habitantes.  O número de consultas por SG manteve-se na área de atividade basal.

Vigilância laboratorial

 Na semana 51/2020 não foram detetados casos de gripe nas redes sentinela.

 A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais) detetou, nesta semana, um caso de gripe do tipo B. Foram detetados outros vírus respiratórios, na sua maioria do grupo dos Picornavírus.

Gravidade

 Não foi reportado nenhum caso de gripe pelas 24 Unidades de Cuidados Intensivos que enviaram informação.

 Não foi reportado nenhum caso de gripe pelas 4 Enfermarias que enviaram informação.

COVID-19

 O número de consultas em Cuidados de Saúde Primários registou uma inversão da tendência decrescente observada nas últimas semanas.

Impacto

 Excesso de mortalidade por todas as causas entre as semanas 44/2020 e 51/2020.

Monitorização da temperatura ambiente, taxa de incidência de SG e mortalidade

 Na semana 51/2020, o valor médio da temperatura mínima do ar (6,35 °C) foi 0,30 °C superior ao valor normal para o mês de dezembro.

Situação internacional

 Na semana 50/2020, a atividade gripal manteve-se em níveis inter-epidémicos na região europeia.

e outros Vírus Respiratórios

1 Vigilância clínica

Taxa de incidência de síndrome gripal e infeções respiratórias

agudas

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Na semana 51/2020, estimou-se uma taxa de incidência de síndrome gripal (SG) de 0,0 por cada

100.000 habitantes. Refira-se que este valor deve ser interpretado tendo em conta que a

população sob observação foi menor do que a observada em período homólogo de anos

anteriores.

Figura 1. Evolução da taxa de incidência semanal provisória de síndrome gripal (SG). O histórico de taxa de incidência semanal é recalculado, à data de publicação do boletim. Intensidade baixa, moderada, alta e muito alta, representada pelas linhas a verde, amarelo, laranja e vermelho, respetivamente. Área de atividade basal representada a cinzento. Fonte: Rede Médicos-Sentinela.

Quadro 1. Número de casos, taxa de incidência de síndrome gripal e infeção respiratória aguda (provisória) e população sob observação na semana de reporte.

Síndrome gripal Infeções respiratórias agudas

Número de casos 0 2

Taxa de incidência 0,0/105 _17,5/105

População sob observação 11.460 11.460 Fonte: Rede Médicos-Sentinela.

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Na semana 51/2020, estimou-se uma taxa de incidência de infeção respiratória aguda (IRA) de

17,5 por cada 100.000 habitantes. Este valor deve ser interpretado tendo em conta que a

população sob observação foi menor do que a observada em período homólogo em anos

anteriores.

Figura 2. Evolução da taxa de incidência semanal provisória de infeções respiratórias agudas (IRA). O histórico de taxa de incidência semanal é recalculado, à data de publicação do boletim. Intensidade baixa, moderada, alta e muito alta, representada pelas linhas a verde, amarelo, laranja e vermelho, respetivamente. Área de atividade basal representada a cinzento. Fonte: Rede Médicos-Sentinela.

Consultas por síndrome gripal em cuidados de saúde primários

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S

Na semana 51/2020, o número de consultas por SG encontra-se na área de atividade basal (isto

é, dentro da área assinalada a cinzento), em todas as regiões de saúde.

Figura 3. Número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de saúde primários, por região de saúde, em Portugal Continental. Intensidade baixa, moderada, alta e muito alta, representada pelas linhas a verde, amarelo, laranja e vermelho, respetivamente. Área de atividade basal representada a cinzento. Fonte: Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

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2 Vigilância laboratorial

Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios

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No âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, foram analisados 61 casos de IRA/SG,

não foram detetados casos positivos para o vírus da gripe. Foram detetados dois casos positivos

para o SARS-CoV-2 na semana 51/2020.

Na semana 51/2020 não foram detetados casos de gripe.

Figura 4. Distribuição semanal de casos infeção respiratória aguda (IRA) / síndroma gripal (SG) e positivos para vírus da gripe e outros vírus respiratórios detetados na época 2020/202). Casos ARI/SG positivos para SARS-CoV-2 detetados no Laboratório Nacional de Referência para o vírus da Gripe e outros vírus respiratórios nos laboratórios parceiros das Áreas de Atendimento Dedicadas aos Doentes Respiratórios (ADR).

Desde o início da época de vigilância foram detetados em 5 casos de IRA/SG positivos para o

rinovírus (hRV), nas semanas 42/2020 e 43/2020.

Figura 5.Distribuição semanal de casos positivos para outros vírus respiratórios (VR) detetados na época 2020/2021 (n=5). hCoV, coronavírus humanos; hRV, rinovírus humanos.

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Na época 2020/2021, os laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da

Gripe (Hospitais) notificaram 3.797 casos de infeção respiratória. Na semana 51/2020, foi

detetado um caso positivo para o vírus da gripe do tipo B.

Desde a semana 40/2020 foram também identificados outros agentes respiratórios em 441

casos. Na presente semana foram detetados 8 casos positivos para outros agentes respiratórios,

6 dos quais pertencentes ao grupo Picornavirus (Rinovírus/Enterovírus/Parecovírus).

Figura 6. Distribuição semanal de casos positivos para o vírus da gripe detetados na época 2020/2021. Fonte: Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais).

Figura 7. Distribuição semanal de casos positivos para outros agentes respiratórios (AR) detetados na época 2020/2021. Fonte: Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais).

3 Gravidade

Internamentos por gripe em Unidades de Cuidados Intensivos

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Na semana 51/2020 não foi reportado qualquer caso de gripe pelas 24 UCI que enviaram

informação.

Figura 8. Evolução semanal da proporção (%) de doentes com gripe em Unidades de Cuidados Intensivos. Fonte: Rede de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos.

Quadro 2. Número de casos de gripe, número de admissões em UCI por todas as causas, proporção de casos de gripe em UCI (%), número de Hospitais e de UCI que reportaram, na época de 2020/2021.

Semana Nº casos gripe Nº admissões UCI Proporção casos gripe UCI (%) Nº Hospitais Nº UCI 40 0 158 0,0 13 19 41 0 181 0,0 15 21 42 0 179 0,0 16 22 43 0 231 0,0 17 25 44 0 151 0,0 13 21 45 0 263 0,0 17 26 46 0 237 0,0 16 26 47 0 168 0,0 14 19 48 2 161 1,2 15 19 49 0 146 0,0 13 21 50 0 193 0,0 15 24 51 0 199 0,0 14 24

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Internamentos por gripe em Enfermaria

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Na semana 51/2020, não foi reportado nenhum caso de gripe pelas 4 Enfermarias que enviaram

informação.

Quadro 3. Número de casos de gripe, número de admissões em Enfermarias por todas as causas, proporção de casos de gripe em Enfermarias (%), número de Hospitais e Enfermarias que reportaram, na época de 2020/2021. Fonte: Direção-Geral da Saúde. Semana Nº casos gripe Nº admissões Enfermaria Proporção casos gripe Enfermaria (%) Nº Hospitais Nº Enfermarias 40 0 6 0,0 1 1 41 0 6 0,0 1 1 42 0 20 0,0 2 2 43 0 16 0,0 1 1 44 0 15 0,0 2 2 45 0 26 0,0 3 3 46 0 32 0,0 3 3 47 0 30 0,0 3 3 48 0 29 0,0 3 3 49 0 41 0,0 3 3 50 0 25 0,0 3 3 51 0 2 0,0 3 4

Total 0 n.a. n.a. n.a. n.a.

4 COVID-19

Consultas por COVID-19 em cuidados de saúde primários

S

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M

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Na semana 51/2020, o número de consultas por motivo COVID-19 em cuidados de saúde

primários (inclui consultas para vigilância) registou uma inversão da tendência decrescente

observada nas semanas anteriores, em todas as regiões de saúde e grupos etários.

Figura 9. Evolução semanal do número total de consultas em cuidados de saúde primários por motivo COVID-19, em Portugal Continental, região Norte, Centro, LVT, Alentejo e Algarve. Fonte: Serviços Partilhados do Ministério da

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. 11 Figura 10. Evolução semanal do número total de consultas em cuidados de saúde primários por motivo COVID-19, em Portugal Continental, por grupo etário. Fonte: Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. Nota: Este valor não corresponde apenas a primeiras consultas por COVID-19, incluindo também as consultas por vigilância, não podendo, por isso, ser interpretado como o número de novos casos suspeitos de COVID-19.

5 Impacto

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Observa-se excesso de mortalidade por todas as causas desde a semana 44/2020.

Figura 11. Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, taxa de incidência semanal de síndrome gripal por 105 _{habitantes e vírus predominante por época gripal, desde a semana 40 de 2015. Fonte: Sistema de Vigilância} Eletrónica de Mortalidade em tempo real (eVM SICO), Direção-Geral da Saúde.

Figura 12. Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, desde a semana 40 de 2019. Fonte: Sistema de Vigilância Eletrónica de Mortalidade em tempo real (eVM SICO), Direção-Geral da Saúde.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 40/2019 45/2019 50/2019 3/2020 8/2020 13/2020 18/2020 23/2020 28/20 20 33 /20 20 38/2020 43/2020 48/2020 Ób ito s (n ) Semana

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6 Monitorização da temperatura ambiente, taxa

de incidência de síndrome gripal e mortalidade

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De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Portugal continental,

no mês de novembro de 2020, o valor médio da temperatura mínima do ar (9,47 °C) foi 1,56 °C

superior ao normal (1971-2000).

Na semana 51/2020, o valor médio da temperatura mínima do ar (6,35 °C) foi 0,30 °C superior

ao valor normal para o mês de dezembro.

Figura 13. Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, temperatura mínima média (Portugal Continental) e taxa de incidência semanal provisória de síndroma gripal (SG) por 105 _{habitantes na época 2020/2021.} Fonte: Rede Médicos-Sentinela, Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Sistema de Vigilância Eletrónica de Mortalidade em tempo real (eVM SICO).

7 Situação internacional: Europa

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Na semana 50/2020, a atividade gripal manteve-se em níveis inter-epidémicos na região

europeia, com identificação esporádica de casos de gripe em amostras provenientes de sistemas

de vigilância sentinela e não-sentinela. Foram identificados ambos os vírus do tipo A e do tipo

B.

A pandemia de COVID-19 afetou o modo de funcionamento dos serviços de saúde e a

capacidade de testagem na região europeia da Organização Mundial de Saúde, o que poderá ter

impacto na notificação clínica e laboratorial de casos de gripe. Consequentemente, os resultados

aqui reportados devem ser interpretados tendo em conta esta limitação.

Informações disponíveis em:

http://flunewseurope.org/

.

Figura 14. Intensidade da atividade gripal na Europa, semana 50/2020. Fonte: Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e Organização Mundial de Saúde.

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. 15

8 Notas metodológicas

Para mais informações consultar: