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O projeto SESC idoso empreendedor

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Academic year: 2021

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THALITA ALMEIDA COELHO

O PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR: A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA GARANTIA DA INCLUSAO SOCIAL

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O PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR: A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA GARANTIA DA INCLUSAO SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Serviço Social, da Universidade de Santa Catarina para a obtenção de título de Bacharel em Serviço Social.

Orientadora: Professora Mestra Vera Nicia Fortkamp de Araújo

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O PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR: A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA GARANTIA DA INCLUSAO SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Serviço Social, da Universidade de Santa Catarina para a obtenção de título de Bacharel em Serviço Social.

Palhoça, 10 de novembro de 2008.

_________________________________________________ Prof. Msc e Orientadora Vera Nicia Fortkamp de Araújo

Universidade do Sul de Santa Catarina

_________________________________________________ Prof. Drª Regina Panceri

Universidade do Sul de Santa Catarina

_________________________________________________ Prof. Msc Maria Izabel da Silva

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Dedico este trabalho aos meus amados pais, pela força e carinho que me dedicam ao longo da vida, e a meu noivo pelo grande

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incentivo durante toda a minha vida acadêmica.

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Primeiramente a Deus por todas as bênçãos que me concedeu. Aos meus pais, pela vida, por compartilhar as alegrias e tristezas, pela doação de acreditar no meu sonho, por incentivar nos momentos que pensei em recuar e por me ensinar que através da luta é que alcançamos as grandes vitórias.

Aos meus avôs, pelo exemplo de vida e de força. Por me fazerem acreditar que a realização de um sonho é possível e que somente a experiência nos prepara para ultrapassar qualquer obstáculo.

Ás minhas irmãs e cunhados, pelo carinho e apoio, pelos sorrisos retirados da minha face nos momentos difíceis e por estarem sempre presentes.

Aos meus familiares, por fazerem parte da minha vida, participarem do meu crescimento e torcerem constantemente pela minha vitória.

Ao meu noivo pelo qual devota grande admiração, pelos momentos de paciência e por me dar incentivo e amor nos momentos que tanto precisei. Amo-Te!

Aos Meus sogros, pelo acolhimento e carinho!

Aos meus amigos, pelas palavras de incentivo, por compartilhar as tristezas, alegrias, expectativas, conquistas e diferenças. Aprendemos juntos, crescemos. Tornamos-nos cúmplices e sabemos que quando há verdade no sentimento, temos uma vida inteira para continuarmos amigos.

Aos colegas de academia pela convivência e amizade durante todo o curso. Que cada um tenha um caminho de sucesso a seguir a partir de agora, e que guardem na memória os momentos de tantas gargalhadas, tantas conversas e de tantos sonhos.

A minha orientadora Prof. Mestra Vera Nicia Fortkamp de Araújo, que tanto admiro, por acolher como minha orientadora, por contribuir para meu crescimento, e por fazer parte dessa etapa da minha vida. Considero-te uma verdadeira amiga!

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A Assistente Social do SESC - Estreito, Simone Machado Vieira, por compartilhar suas experiências e dedicação durante o estágio obrigatório realizado no ano de 2008.

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aprendizado. Muito Obrigada!

Um agradecimento todo especial aos meus amigos (idosos) do SESC, especialmente do Projeto SESC Idoso Empreendedor, que me receberam de braços abertos e que contribuíram de forma inexplicável para realização desse trabalho. Vocês são grande exemplo de dedicação!

Aos professores participantes da banca examinadora, que aceitam o convite de contribuírem de forma grandiosa neste trabalho.

Gratidão a cada professor que participou da minha vida acadêmica, e de alguma forma contribuiu para meu crescimento pessoal e futuramente profissional.

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O Presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como foco, abordar a intervenção do Serviço Social junto ao Projeto SESC Idoso Empreendedor com o objetivo de estudar as questões do envelhecimento e relatar a prática de estágio realizado junto ao Projeto SESC Idoso Empreendedor. Utilizou-se de pesquisa bibliográfica para a fundamentação teórico-metodológicas, Técnico-operativo e ético-político do Serviço Social. Enfatizou o idoso na contemporaneidade e seu processo de envelhecimento, a inclusão social através da aprendizagem em informática e o empreendedorismo social. Apresenta-se a instituição, onde se realizou estágio curricular obrigatório, dando ênfase aos projetos que lá já existem na área de Assistência a pessoa idosa. Através do estudo realizado, constatou-se que os idosos a partir do processo de inclusão digital, procuram resgatar sua autonomia, auto-estima, inclusão social, encontrar habilidades que são de grande importância para seu processo de envelhecimento. Desta forma, o Projeto SESC Idoso Empreendedor, através das técnica de grupo e da inclusão social, busca tornar os idosos participantes, criativos e produtivos contribuindo assim em uma maior inclusão social.

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Figura 1 – Gráfico Projeção de Crescimento da População de 60 Anos ou

Mais idade, Segundo o Sexo – Brasil 2000 / 2020 ... 24

Figura 2 – Gráfico Expectativa de Vida no Brasil... 25

Figura 3 – Gráfico Faixa de Idade Populacional no Brasil ... 26

Figura 4 – Grupo Canadá - Sala de Informática 2007 ... 45

Figura 5 – Sala de Informática- Grupo Portugal... 46

Figura 6 – Sala de Informática -2008 - Projeto Idoso Empreendedor ... 47

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SESC - Serviço Social do Comércio CAE - Centro de Atividades Estreito

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1 INTRODUÇÃO ... 11

2 APRESENTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO ... 13

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SESC... 13

2.2 O SESC EM SANTA CATARINA ... 14

2.3 OS GRUPOS DE IDOSOS NO SESC: CENTRO DE ATIVIDADE DO ESTREITO- CAE... 16

3 ABORDANDO ALGUNS ASPECTOS DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE ... 21

3.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ... 21

3.2 O ENVELHECIMENTO BIOLÓGICO ... 29

3.3 O ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO ... 32

3.4 O ENVELHECIMENTO SOCIAL ... 33

4 A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL COM OS GRUPOS DE IDOSOS DO PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR... 37

4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O EMPREENDEDORISMO SOCIAL... 37

4.2 PROJETO IDOSO EMPREENDEDOR ... 39

4.2.1 Enfocando a Autonomia Segundo o Pensamento de Alguns Autores... 41

4.2.2 Inclusão Digital... 43

4.2.3 O Idoso e a Informática... 45

4.2.3.1 Grupo Portugal ... 46

4.2.3.2 Será que consigo? ... 47

4.2.3.3 Mundo Virtual ... 48

4.3 A INTERVENÇÃO PROFISSIONAL A PARTIR DA PRÁTICA JUNTO AO PROJETO IDOSO EMPREENDEDOR ... 51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 57

REFERENCIAS... 58

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Anexo A – Caderno de Atividades do Projeto SESC Idoso

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Idoso Empreendedor... 79 Anexo C – Formulário de Participação de Interesse no

Projeto SESC Idoso Empreendedor... 86 Anexo D – Acompanhamento e Desenvolvimento do Projeto

SESC Idoso Empreendedor... 89 Anexo E – Avaliação ... 91

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1 INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema norteador o Projeto SESC Idoso Empreendedor, relatando a prática de Estágio curricular obrigatório realizada no ano de 2008.

Estamos presenciando uma sociedade que ao longo dos anos está envelhecendo, e a sociedade não se deu conta da magnitude dessa questão. A figura do idoso para muita gente continua sendo aquela, sentado na cadeira de descanso como se nada tivesse a fazer da vida, levando o idoso a ter a sensação de que não é mais de utilidade.

O processo de envelhecimento é natural a todo ser humano, e as mudanças decorrentes a ele, muitas vezes está relacionada a exclusão social deste indivíduo. Desta forma, todas essas mudanças, influenciam para que o idoso se isole.

Contudo, novos desafios ao idoso vêm sendo apresentados, com o crescimento do mundo tecnológico a sociedade vem se transformando, cada vez mais a dividindo em quem consegue e não consegue acompanhar seu processo de evolução.

Optou-se em realizar este trabalho, pois se acredita que o idoso tenha esse potencial, descrevendo a trajetória exercida durante a prática de estágio curricular obrigatório realizado no SESC (Serviço Social do Comércio), unidade Estreito, no decorrer do ano de 2008 (dois mil e oito), com os grupos do Projeto SESC Idoso Empreendedor, onde teve o maior interesse, devido ser uma forma inovadora do trabalho que o Serviço Social realiza nestes Grupos de Idosos.

O Projeto SESC Idoso Empreendedor, através da inclusão digital, busca a inclusão social da pessoa idosa, despertando a troca de experiências, habilidades, autonomia, descoberta de talentos, viagem ao mundo proporcionando uma maior auto-estima, Projetos e qualidade de vida.

O Projeto possibilita ao idoso encontrar novas amizades, a contatar com seus famílias e amigos distantes, participando do novo contexto social, tornando-se capaz e contribuindo para a sociedade.

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O Objetivo deste trabalho é aprofundar e relatar estudos sobre a questão do envelhecimento, e inclusão social, através da busca de cidadãos participativos, e de que forma a isto e o mundo informatizado pode influenciar em um envelhecimento com maior qualidade de vida.

Para tal, foi necessário o uso da metodologia com base em pesquisas bibliográficas, para fundamentar com a prática exercida. O Trabalho está organizado em três dimensões. No primeiro momento será apresentada a instituição SESC, sua história, natureza e as atividades na unidade Estreito com o grupo de idosos do Projeto SESC Idoso Empreendedor. Em um segundo momento será abordado alguns aspectos sobre o processo de envelhecimento na contemporaneidade. Em um terceiro momento será apresentado o Projeto SESC Idoso Empreendedor, onde será relatada toda a prática exercida durante o estágio curricular obrigatório.

Desta forma, acredita-se que este Trabalho contribuir para o crescimento pessoal e profissional da Estagiária e acadêmica de Serviço Social, que devido a pouca experiência de estágio na área do Idoso, sentiu a necessidade de estudar o mesmo. Espera-se também, que este trabalho venha contribuir para a orientação e informação para novos acadêmicos e estagiários de Serviço Social na área do idoso.

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2 APRESENTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SESC

Para conhecermos a história de implementação do SESC, faz-se necessário, principalmente apresentar um breve estudo, o que também veio facilitar a inserção no espaço institucional para o exercício da prática profissional.

Para tanto, realizou-se leituras em diversos trabalhos de conclusão de curso de estagiários do curso de Serviço Social, no qual passamos a transcrever segundo Garcia (2008 p. 36):

O SESC – Serviço Social do Comércio foi criado em 13 de setembro de 1946, na cidade do Rio de Janeiro, através do Decreto lei n° 9.853, pelo então presidente General Eurico Gaspar Dutra. Surgiu em um momento marcado por transformações importantes a nível econômico, social e político do país.

Com o término da II Guerra Mundial, se agravou ainda mais o problema do subdesenvolvimento no Brasil, o período que se antecedeu ao SESC, foi marcado pelo crescimento dos centros urbanos e pelo desenvolvimento do processo de industrialização. Segundo Mazzuco (1995) com a expansão da produção industrial, ocorre a urbanização e a exploração da força de trabalho, acompanhadas por um declínio salarial intenso.

Em conseqüência do processo de industrialização, muitos migrantes vieram para os centros urbanos, superando a capacidade de absorção de força de trabalho pelas indústrias. Problemas de infra-estrutura, transportes e abastecimento somados aos problemas de alimentação, saúde, assistência médica e educacional, constitui em um problema social e político.

Como resultado dos problemas ocasionados pelo processo de industrialização e como alternativa para harmonizar e apaziguar a relação entre o capital e o trabalho, os representantes das classes produtoras elaboraram a “Carta da Paz Social” em Teresópolis, em 1945.

Foi em decorrência da “Carta da Paz Social”, que o Serviço Social do Comércio surgiu e resultou na ação de empresários e organizações

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sindicais sob o comando de João Daudt de Oliveira, com o objetivo de contribuir para a valorização do trabalhador com oferecimento de atividades visando atender “as necessidades sociais urgentes” dos trabalhadores do comércio, procurando enfrentar seus problemas, reduzir ou aliviar suas dificuldades maiores e “criar condições de seu progresso”.

Reconhecendo os problemas sociais como “problemas de massa e como problemas de estrutura”, o idealizador do SESC definia a ação do Serviço Social como instrumento de, não apenas, alívio de situações individuais desfavoráveis, mas também de transformação e progresso social.

2.2 O SESC EM SANTA CATARINA

O SESC em Santa Catarina foi fundado em Florianópolis no dia 29 de setembro de 1948, por Charles Edgar Moritz. A partir de 1959 o SESC começou a implantar outros centros de atividades no Estado.

O CAE – Centro de Atividades Estreito foi fundado em 1964 na Rua Heitor Blum n.º 270, e transferido em 22/07/1994 para suas instalações atuais que se localiza no mesmo bairro, porém, na Rua Santos Saraiva n° 289, Estreito – Florianópolis – SC.

A face política da Entidade corresponde ao modelo de composição jurídico-privada, sendo caracterizado como entidade privada de interesse público, organizada e gerida por representantes do empresariado do comércio de bens e serviços, destinado à clientela comerciária e seus dependentes.

A instituição é uma organização prestadora de serviços, criada, mantida e administrada pelo empresariado do comércio. O SESC tem em função mesmo dessa origem, valores maiores que orientam sua ação, tais como estímulo ao exercício da cidadania, o amor à liberdade e à democracia como principais caminhos da busca do bem-estar individual e coletivo.

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• Fortalecer, através da ação educativa, propositiva e transformadora, a capacidade dos indivíduos para buscarem, eles mesmos, a melhoria de suas condições de vida;

• Oferecer serviços que possam contribuir para o bem-estar de sua clientela e melhoria de suas condições de vida além de contribuir para o aperfeiçoamento, enriquecimento e difusão da produção cultural.

O Serviço Social do Comércio tem como finalidade contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores no comércio e seus dependentes, no âmbito de suas áreas de ação, para o desenvolvimento econômico e social, participando do esforço coletivo para assegurar melhores condições de vida para todos.

A missão do SESC é investir em ações de excelência nas áreas da educação, cultura, lazer, saúde e assistência, mantendo o caráter social e educativo para a melhoria da qualidade de vida, preferencialmente da classe comerciária.

Sua política institucional corresponde a seus objetivos, porém, estas como outras instituições, indiretamente influenciada pelas decisões políticas e econômicas do país. Muitas decisões governamentais acabam por refletir em ajustes estruturais na instituição, e torna mais complexa a maneira de cumprir sua missão.

Sendo assim, tais reflexos da sociedade capitalista, que resultam na exclusão social, surgem necessidades expressas em direitos e que por sua vez são contemplados por efetivas políticas públicas e sociais.

As políticas no âmbito Nacional que estão relacionadas à instituição são as seguintes:

• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9.394; • Política Nacional do Idoso – Lei n° 8.842;

• Estatuto do Idoso – Lei n° 10.741;

• ECA – Estatuto da Criança e adolescente – Lei 8.069 de 13 de Julho de 1990, de acordo com as alterações dadas pela Lei nº 8.242, de 12 de Outubro de 1991.

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Em relação às políticas estaduais e municipais, o SESC se faz representar nos Conselhos Estaduais e Municipais do Idoso, Conselho Municipal de Educação, Conselho Estadual de Saúde, Conselho Estadual de Segurança Alimentar, Conselho Estadual de Turismo.

Os recursos e as fontes do SESC são oriundos da contribuição via tributação das empresas do comércio e através de parcerias sociais e redes de apoio.

O Fluxo de comunicação é estabelecido da área técnica para gerência da unidade, da área técnica para administrativa e central de atendimentos, da área técnica da unidade para DPS (área técnica do Departamento Regional) e sucessivamente.

As demandas características do SESC são provenientes dos comerciários, seus dependentes e a comunidade em geral tendo como respostas projetos focados à população mais vulnerável.

As ações compreendem: Promoção da Inclusão Social, Educação, Assistência, Saúde, Cultura e Lazer. Os serviços são prestados nas Unidades, mas também com muitas atividades nas comunidades. São realizadas também assessorias e orientação às empresas e a grupos de idosos na grande Florianópolis que compreende 12 distritos e 88 bairros sendo um deles o bairro Estreito.

O âmbito da ação da organização do SESC é a nível nacional, respeitando as diversidades regionais em cada estado, município, e bairro onde se estabelece os centros de atividades, como também as necessidades locais. Vejamos a seguir as ações do SESC, Unidade Estreito- Florianópolis - Santa Catarina.

2.3 OS GRUPOS DE IDOSOS NO SESC: CENTRO DE ATIVIDADE DO ESTREITO- CAE

Para situarmos o SESC/Unidade Estreito, fomos investigar, a respeito deste distrito sobre algumas de suas características e do número de grupos de idosos.

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O bairro Estreito, pertencente à Cidade de Florianópolis, se localiza no Continente na porção ocidental do município e atualmente conta com 7.378 habitantes, conforme dados do IBGE de 2007, dentre a população do Bairro Estreito, 995 são pessoas acima de 60 anos. É importante ressaltar que, de acordo com o Conselho Municipal do Idoso de Florianópolis, atualmente existem 104 grupos de Idosos incluindo o bairro Estreito. Caracteriza-se por ser uma área com uma grande infra-estrutura comercial crescente.

Na condição de apresentar as ações do Serviço Social no SESC/Unidade Estreito, observa-se que a tônica das ações de intervenção profissional do Serviço Social é com grupos.

O Centro de Atividades Estreito/CAE foi pioneiro em desenvolvimento com trabalhos de grupos em Santa Catarina, completando em 2007 seus 30 anos de existência. O primeiro grupo a se formar na unidade foi o Grupo de Convivência – Amizade, este continua bastante ativo, temos ainda hoje, várias participantes que o fundaram para relembrar a trajetória do grupo.

O Serviço Social do SESC/Estreito caracteriza-se pelo trabalho com Grupos, como podemos constatar abaixo e que pontuamos a seguir de acordo com seus objetivos:

• Projeto SESC Idoso Empreendedor – Caracteriza-se por uma ação diferenciada que utiliza as tecnologias (Internet e computador) como ferramenta para promover a inclusão social e a cidadania. Resgatando o ser socialmente produtivo que há em cada um, a sua auto-estima e possibilitando a descoberta de novas habilidades. O Projeto tem duração de 6 a 10 meses; • GRUPATI – Grupo de Estudos e Atualização da Terceira Idade

– Tem por objetivo realizar estudos, reflexões, debates e vivências com profissionais de diversas áreas onde o idoso interage de forma direta no processo de construção de atualização social;

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• Grupos de Convivência (Amizade e Felicidade) – O objetivo é trabalhar as relações interpessoais, estimulando e valorizando a participação mais efetiva do idoso.

• Grupo Expressão Vital – Objetiva estimular o desenvolvimento interpessoal, resgatar a auto-estima e proporcionar momentos de descobertas sobre si e do mundo. Utilizando como instrumento de sensibilização diversas modalidades de arte; • Grupo de Voluntárias – O objetivo é oportunizar a realização de

ações sociais, dando para suas vidas e de outras pessoas um novo significado por meio do trabalho social voluntário;

• Projeto Encontro Marcado – Encontros mensais com a Terceira Idade com o objetivo de possibilitar a formação de agentes multiplicadores. Este projeto não foi iniciado este ano, porém tem-se intenção de iniciar no ano de 2009;

• Socialização Grupal (Intergrupos) – Consiste na realização de ações realizadas com todos os grupos já existentes na unidade e que tem por objetivo a integração destes com a comunidade; • Projeto Era Uma vez - Atividades Inergeracionais – Propiciar

condições para que o idoso sinta-se atuante, valorizado e consciente do seu papel no contexto familiar e na sociedade; • Projeto Encontros e Reencantos – O projeto visa recriar

experiências por meio da visitação a espaços que fizeram parte de suas vidas em momentos de lazer. Passeios e visitas de estudos em áreas naturais contextualizando as mudanças e impactos sociais ambientais;

• Projeto Viver bem a Idade que se Tem- Proposta aberta a comunidade em que cada participante escolhe as oficinas que deseja freqüentar. São oferecidas atividades relacionadas ao entretenimento, o desenvolvimento da criatividade, exercício da cognição, da memória e da autonomia;

• Crescer Cidadão – O objetivo é promover ações sócio-educativas que despertem nos adolescentes a importância do

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seu protagonismo, contribuindo para que estes se tornem agentes multiplicadores e articuladores na comunidade;

• Dividir para Somar- Busca-se através dessa atividade valorizar as habilidades que os idosos acumulam durante diferentes etapas da vida, criando oportunidade para que possam disseminar os conhecimentos através da realização de uma ação social concreta. O idoso vira “professor” e ensina aquilo que possui habilidades para outros idosos.

Conforme o exposto, e de acordo com a experiência vivida na realização do estágio curricular, constata-se que o trabalho social que o SESC realiza com os idosos, está voltado, como no crescimento pessoal, na melhoria da auto-estima, no crescimento e aperfeiçoamento de sua aprendizagem, no desenvolvimento da criatividade, buscando desta forma uma melhor qualidade de vida.

Observa-se que as atividades desenvolvidas nestes grupos, a partir de seus objetivos, são de cunho de auto-ajuda e as ações levam a uma transformação social, mostrando novos caminhos, definindo outras estratégias de ação.

Percebe-se, na intervenção profissional do Serviço Social nos grupos, no decorrer dos debates provocados que muitos questionam e refletem sobre a sociedade capitalista vigente, e que os idosos são aqueles que geraram riquezas para o país através da força de trabalho, também refletem sobre como dar um outro sentido para a sua existência e a uma nova finalidade para a vida, na perspectiva da solidariedade dentre outros.

O Serviço Social no SESC/Estreito como podemos examinar desenvolve ações de coordenação, planejamento e organização de atividades com grupos, realiza estudos para o levantamento de dados e de pesquisas sobre a demanda e necessidades da clientela; presta assessoria para entidades que coordenam Grupos de Idosos articulando-se junto a redes e instituições de atendimento social.

Segundo Trindade (2001, p. 07):

O Serviço Social na sua condição de intervenção nas relações sociais utiliza-se de instrumentos e técnicas aplicáveis para a eficiência da ação. A partir da inserção do Serviço Social nas estruturas institucionais prestadoras de Serviços Sociais que criem

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condições necessárias, que venham produzir efeitos, que atendam as necessidades da população alvo vinculado as diversas políticas sociais.

Quanto a representação do SESC/Estreito em espaços de defesa e garantia de direitos, contemplados nas políticas sociais, tem assento no Conselho Municipal do Idoso de Florianópolis.

Iamamoto (1998, p. 124) afirma que:

A municipalização das políticas públicas vem redundando em uma ampliação do mercado profissional de trabalho. Abriram-se novos canais de ingerência da sociedade civil organizada na formulação, gestão e controle das políticas sociais, representando uma ampliação das possibilidades de trabalho. Um dos mecanismos privilegiado foram os conselhos de saúde, Assistência Social e Previdência, nos níveis nacional, estadual e municipal [...].

Como podemos constatar o profissional de Serviço Social contribui, através do exercício profissional, ocupando o espaço público, em conselhos de direitos, se posicionando com ética e com compromisso na defesa e na garantia de direitos da população com o qual trabalha.

Quanto à intervenção do Serviço Social nos grupos de Idosos do SESC – Estreito acontece a partir de um acervo de conhecimentos sobre o processo de envelhecimento nos seus variados aspectos como em situações que envolvem o isolamento social da pessoa idosa nas relações inter-geracionais sempre estimulando a participação social em grupos e a valorização de potencialidades, contribuindo assim para a concretização da cidadania do idoso usuário no SESC. Então, no próximo capitulo, iremos abordar alguns conhecimentos indispensáveis sobre aspectos do processo de envelhecimento, dentre os quais, o envelhecimento biológico, psicológico e social.

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3 ABORDANDO ALGUNS ASPECTOS DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE

Vivemos em uma sociedade que vem se modificando ao longo da história, em vários aspectos, dentre eles está o número muito elevado de pessoas que envelhecem com o passar dos anos. Faz-se necessário o pensar constante da profissão do Serviço Social na contemporaneidade, nos desafios que são postos, em que os profissionais são desafiados a enfrentar as várias expressões da questão social. Dentre eles estão à violência, a desigualdade e a exclusão social principalmente da pessoa idosa, dentre outros.

3.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

O processo pelo qual as pessoas envelhecem, é assunto para muitos pesquisadores e estudiosos, encontramos então em vários autores que dizem ser uma perda contínua das funções orgânicas e que existem diferenças de um individuo para outro. Isso quer dizer que o processo de envelhecimento é próprio de cada um, embora tenha que ser visto no sentido do coletivo perante a sociedade no geral.

O envelhecimento é um processo natural a todo ser humano. É um fenômeno dinâmico e progressivo que resulta em modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas.

Salgado (2007, p. 68), afirma que:

O Envelhecimento é um processo multidimensional, ou seja, resulta da interação de fatores biológicos, psicoemocionais e socioculturais. Executando a razão biológica que tem caráter processual e universal, os demais fatores são composições individuais e sociais, resultado de visões e oportunidades que cada sociedade atribui aos seus idosos.

O Processo de envelhecimento é caracterizado, como coloca o autor, como um processo multidimensional, no qual ocorre uma variação de

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mudanças biológicas, sociais, psicológicas ao ser humano, que serão aqui estudadas.

De acordo com Santos (2003, p. 01), sobre o conceito de envelhecimento cabe relembrar que esse é um processo que ocorre durante o curso de vida do ser humano, iniciando-se com o nascimento e terminando com a morte.

Desde que nascemos, estamos envelhecendo com o passar de cada dia, nunca somos os mesmos, o envelhecimento não ocorre somente na aparência física mas em todas as células do corpo.

Conforme Hayflick (1997, p. 04), o envelhecimento não é a mera passagem do tempo. É a manifestação de eventos biológicos que ocorrem ao longo de um período.

Quando envelhecemos, conseguimos identificar uma pessoa idosa quando vemos, devido às mudanças ocorridas na aparência física, que são facilmente notadas.

É importante destacar o conceito de velhice, como afirma Neri (2001, p. 69) “a velhice é a última fase do ciclo vital e é delimitada por eventos de natureza múltipa, incluindo, por exemplo, perdas psicomotoras, afastamento social, restrição em papéis sociais e especializações cognitivas”.

A percepção de que a velhice inclui perdas é devido às mudanças que ocorrem na aparência física e que é associado a desgaste, enfraquecimento, doença, que de certa forma interfere na auto-estima do idoso, podendo causar inúmeros problemas sociais e psicológicos, porém, tais eventos não atingem a todos, por isso não ser possível delimitar uma idade para quando se inicia.

Para Goldman (2000, p. 20):

A velhice, enquanto fenômeno social, há que ser compreendida como resultante de um conjunto de determinantes econômicos, sociais, políticos e ideológicos que ocorrem na correlação de forças e contradições engendradas pelo modo de produção capitalista A s teorias marxiana e marxista contemplam a análise crítica articulando os conceitos de totalidade e historicidade.

Então, a compreensão sobre a velhice, vem se modificando ao longo da evolução da sociedade, e está depende de fatores além dos sociais, e que condicionada ao econômico, político e outros, como mostra a história.

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Os idosos são populações ou indivíduos que podem ser assim categorizados em termos da duração do seu ciclo vital. Segundo convenções sócio-demográficas atuais, idosos são pessoas com mais de 60 anos, nos países em desenvolvimento, e de mais de 65, nos países desenvolvidos.

Sabe-se que tais demarcações são para efeito de legalização de direitos que constam nas políticas de atenção as pessoas que chegam a esses limites de idades, como é o caso brasileiro.

Segundo Goldman (2000, p. 14):

O debate acerca das chamadas teorias do envelhecimento traz a tona inúmeras divergências que procuramos assinalar na descrição da categoria Terceira Idade. Entretanto, não seria equivocado afirmar que tais teorias reproduzem o embate presente no interior das ciências sociais.

É através da Gerontologia ¹ que iremos estudar o processo de envelhecimento analisando os fatores biológicos, psicológicos e sociais que ocorrem com o ser humano ao envelhecer. Em linhas gerais o envelhecimento biológico compreende as mudanças no processo físico, como olhos, ouvidos, dentes, pele, cabelos, unhas etc. Mudanças na aparência que podem sei vistas a olho nu, cada organismo humano apresenta de forma diferenciada.

No entanto, o envelhecimento psicológico refere-se ao idoso e sua auto-aceitação ao envelhecer, suas mudanças de comportamento perante a sociedade.

O envelhecimento social compreende á comportamentos e desempenho do idoso na sociedade, assumindo novos papéis sociais, além de estarem numa sociedade que muitas vezes apresenta-se preconceituosa. Tais fatores serão detalhados mais adiante.

No Brasil, a população com pessoas acima de 60 (sessenta) anos vem crescendo ao passar dos tempos, conforme o IBGE (2007), dentre a população brasileira, 19 milhões são idosos.

Segundo Neri (2001, p. 54.)¹ Gerontologia é o campo multi e interdisciplinar que visa a descrição e a explicação das mudanças típicas do processo do envelhecimento e de seus determinantes genético-biológico, psicológicos e socioculturais. Interessa-se também pelo estudo das características dos idosos, bem como das várias experiências de velhice e envelhecimento ocorrendo em diferentes contextos socioculturais e históricos.

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Abrange aspectos do envelhecimento normal e patológico. Compreende a consideração dos níveis atuais de desenvolvimento e do potencial para o desenvolvimento.

De acordo com Lerhr (apud FERRARI, 2004, p. 8), ressalta que pertencemos a uma sociedade em estado de envelhecimento, isso ocorre devido à diminuição do ritmo de nascimentos, que resulta no crescimento da população idosa. Veja no Gráfico a seguir, a projeção de crescimento da proporção da população idosa no Brasil, dentre os anos de 2000 a 2020.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20

Total Homem Mulher

Figura 1 – Gráfico Projeção de Crescimento da População de 60 Anos ou Mais idade, Segundo o Sexo – Brasil 2000 / 2020

Fonte: Veras (2003, p. 11)

O gráfico acima mostra a Projeção do crescimento da população idosa nos anos de 2000 a 2020 no Brasil, onde é possível observar um crescimento elevado no número de idosos de ambos os sexos, tendo um maior número de crescimento as pessoas acima de 60 (sessenta) anos do sexo feminino.

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De acordo com Hayflick (1997, p. 07), longevidade é o período de tempo no qual se pode esperar que um animal viva, dadas as melhores circunstâncias.

O aumento gradativamente da longevidade ocorre devido ao declínio da mortalidade infantil e a diminuição da mortalidade em adultos, no qual de certa forma influência no aumento da expectativa de vida desses idosos. De acordo com Bagnato (2000 , p. 01) apresenta os gráficos:

Figura 2 – Gráfico Expectativa de Vida no Brasil Fonte: IBGE (2000)

O gráfico mostra que a expectativa de vida do ser humano está aumentando no decorrer dos anos, e podemos analisar que no ano de 2000 os idosos do sexo feminino têm uma expectativa de vida de aproximadamente 78 (setenta e oito) anos, enquanto os homens de 72 (sessenta e dois), ou seja, as mulheres vivem mais do que os homens. Isso nos revela que a população idosa está crescendo gradativamente.

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Figura 3 – Gráfico Faixa de Idade Populacional no Brasil Fonte: IBGE (2000)

O gráfico exposto acima mostra que no ano de 2020, teremos mais pessoas acima de 80 anos do que pessoas de 0 a 4 anos de idade, sendo então, uma previsão do aumento da longevidade no Brasil.

De acordo com Veras (2003, p. 9), a longevidade humana estendeu-se a limites até então inimagináveis, colocando a questão do envelhecimento da população como um dos maiores desafios das agendas sociais contemporâneas

Ainda Veras (2003, p. 15), afirma que viver é uma aspiração natural de qualquer sociedade, mais é importante que se consiga agregar qualidade há esses anos adicionais de vida.

Não adianta viver muito e não viver bem, a expectativa de vida dos idosos aumentou gradativamente, não há políticas públicas suficientes que possibilitem ao idoso uma melhor qualidade de vida.

Sendo assim, na contemporaneidade exige-se que criem ações sociais que ampare os idosos fazendo com que tenham mais conhecimentos sobre as Leis que os asseguram sobre direitos a ter vida com dignidade. Vamos encontrar na Lei Federal nº 8.842 de 4 de Janeiro de 1994, no

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Capítulo I da Finalidade, art 1º: a Política Nacional do Idoso, qual assegura sua integridade social, autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.

Segundo Dourado (2006 apud LENOIR, 1989) coloca que:

A velhice é tomada atualmente como um problema social, mais essa transformação não deve ser encarada apenas como decorrência do aumento demográfico da população idosa. Um problema social é fruto do cruzamento de fatores muito mais complexos do que simplesmente o resultado do mau funcionamento da sociedade.

Trata-se aqui da questão social que compreende um conjunto de fatores completos e problemáticos, econômicos, políticos e sociais na constituição do sistema capitalista. Na sociedade capitalista os cidadãos (ãs) idosos são considerados improdutivos e se não produzem, seu papel social não é reconhecido, pois não é mais visto como útil a sociedade, o que leva o idoso ao isolamento.

Contudo existem políticas que asseguram aos idosos direitos, mas nem sempre são informados e nem sequer chega ao seu conhecimento de que elas existem. Cabe ao profissional de Serviço Social das “responsabilidades gerais do Assistente Social, participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na formulação e implementação de programas sociais” (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 1993, p. 20), conscientizarem a população quanto aos seus direitos, de ter uma velhice respeitada, embora, ainda nos deparamos com preconceitos referentes a velhice, associa-se o idoso à pobreza, como incapaz, dependente, dentre outros.

Portando, a incorporação dos princípios éticos no seu fazer profissional, na intervenção, com destaque para a “defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo”, deve ser mantido no cotidiano profissional e institucional ao tratarem o segmento populacional idoso.

De acordo com Ferrari (2004, p. 07):

Entender a velhice e aprender a valorizá-lo implica também no conhecimento de determinados valores éticos e morais que são fundamentais para sua compreensão e, sobretudo, para com o trato com o idoso, considerando principalmente que no mundo atual muitas conquistas da intervenção cientifica abriram ao homem novas possibilidades de intervenção, inclusive em sua própria vida,

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exigindo assim uma avaliação ética destas intervenção para que o homem seja sempre respeitado [...]

Sendo assim, esses valores éticos e morais, estão relacionados ao que é bom para o individuo e para a sociedade, buscando constituir direitos e deveres, para que haja um bom relacionamento de respeito e de dignidade.

Para muitos a velhice é um período longo que muitas vezes é entendido como o fim, e os idosos acabam se excluído socialmente, achando que não é de mais utilidade. A velhice sempre existiu e o ser humano precisa aprender a vivê-la da melhor forma, usufruindo-a e explorando-a.

Conforme Santana e Sena (2003, p. 45):

Com o crescente envelhecimento da população, começa a se formar, gradativamente, uma nova imagem sobre o envelhecer, atribuindo ao mesmo novo significado e valores que se contrapõem àqueles criados e reproduzidos socialmente durante muito tempo.

Felizmente, na atualidade constatamos algumas visões diferenciadas referentes à velhice, deparamo-nos com instituições que oportunizam aos idosos atividades distintas na área cultural, lazer e na saúde além de prestar informações quanto ao processo de envelhecimento fazendo com que os mesmos descubram sua identidade pessoal.

Ao mencionarmos o idoso na contemporaneidade, é necessário perceber, conforme Brites (1997, apud SALES, 2000, p. 12)

O homem, ser social e histórico, ao objetivar-se, sempre pela mediação da consciência, atribui valor as coisas, a comportamentos e atitudes, a sentimentos etc. Ou seja, o homem é um ser sócio histórico que valora.

São seres que ao longo de suas vidas construíram o seu espaço social, e com o processo de envelhecimento o idoso perdeu seu espaço como cidadão, associado a improdutividade.

Não podemos permitir que tais visões sejam minimizadas, na contemporaneidade, mas que o envelhecimento, a ética e sinais de solidariedade sejam uma prática a ser exercida por toda a sociedade. O Serviço Social como profissional do social, tem na sua história, o agente principal do gestor, e executor das políticas públicas, que atua diferentemente com a população usuária e neste caso a população idosa, defendendo e garantindo direitos expressos na Política Nocional para o Idoso.

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3.2 O ENVELHECIMENTO BIOLÓGICO

O aspecto biológico do desenvolvimento humano é um processo continuo e progressivo que autores confirmam que se dá a partir da fertilização. Com o passar do tempo vai gerando uma diminuição da eficiência do funcionamento de todos os órgãos, e de forma desigual, variando de pessoa para pessoa.

O envelhecimento biológico então está associado a mudanças que ocorrem no ser humano em seu processo de desenvolvimento ao longo de sua existência.

Segundo Neri (2001, p. 63) afirma que:

A idade biológica é um indicador do tempo que resta a um individuo para viver, num dado momento da sua vida. O envelhecimento biológico ou senescência é, assim, o processo que preside ou determina o potencial de cada individuo para permanecer vivo, o qual diminui com o passar dos anos.

O envelhecimento faz parte do ciclo de vida do ser humano, naturalmente decorre das mudanças como, branqueamento dos cabelos, mudanças na postura corporal, força, pele, unhas, audição, visão entre outros, são alguns exemplos que iremos citar no decorrer do trabalho.

Hayflick (1997, p. 165) afirma que o crescimento do cabelo do couro cabeludo diminui, mas em regiões adjacentes – orelhas, narinas e sobrancelhas - o cabelo pode sofrer um surto de crescimento contínuo.

Além disso, ocorrem mudanças na cor e no crescimento dos fios dos cabelos; surge a calvície, normalmente decorrentes nos homens, já o branqueamento dos fios ocorre em ambos os sexos e, é considerado como um fator mais notável da velhice, mas tal fato não ocorre em todas as pessoas.

De acordo com Hayflick (1997, p. 166) em mais de cinqüenta medições das mudanças associadas à idade, um grupo de pesquisadores descobriu que o branqueamento do cabelo era o indicador mais confiável do processo de envelhecimento. Porém, tal indicador do processo de envelhecimento em idades mais avançadas não se constitui como o mais confiável, já que encontramos pessoas de ambos os sexos com fios de

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cabelos brancos na faixa dos 20 (vinte) anos, por outro, na fase da denominada juventude.

Em relação à altura, os idosos diminuem conforme o tempo, mesmo sendo dificilmente notadas. Já a alteração em relação ao peso, de acordo com Haflick (1997, p. 158), em alguns estudos, mostra que há um aumento de peso na meia-idade e diminui na velhice.

De modo geral, a profundidade e circunferência do tórax aumentam com o passar da idade, em ambos os sexos, além do crescimento de alguns ossos da bacia, em algumas pessoas. Há modificações também no crânio, parecem ficar mais espessos e maiores, isso ocorre na maioria dos idosos.

Conforme Hayflick (1997, p. 138);

Após os 65 anos, a força no antebraço e nos músculos das costas diminui. A força, medida pela capacidade de rodar uma manivela durante um período de tempo, diminui após os 50 anos, mais a boas razões para acreditar que isto deve a redução da coordenação, e não a perda de força.

Contudo, a falta de coordenação motora é o responsável pelas quedas, que muito acontece com os idosos, ocasionando grandes acidentes e quebra de ossos importantes para a movimentação do mesmo.

Além dos cabelos, outro fator que mostra mudanças ao envelhecer é a pele, sua descoloração, o aparecimento de rugas e seu desgaste, refletem sobre a idade ou saúde da pessoa. Segundo Haflick (1997, p. 160), a pele é o que mais observamos quando olhamos para uma pessoa. Ė por todas essas razões que o envelhecimento, dos seres humanos é identificado pela pele.

Para Haflick (1997, p. 161):

Embora haja algumas divergências, acredita-se que as rugas características da velhice sejam causadas pela perda de uma proteína chamada colágeno. [...] o enrugamento da pele é induzido pelo crescimento excessivo de outra proteína chamada elastina.

Além deste, as rugas aparecem também devido ao desgaste, pois podem ser causadas por expressões faciais contínuas do dia dia, como sorrir ou franzir a testa, que acabam se localizando na testa, ao redor da boca e olhos. Soma-se ainda, a exposição contínua ao sol, as regiões climáticas em que vivem, entre outros.

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Ao envelhecer, notamos mudanças também relacionadas a falta da visão. Conforme Hayflick (1997, p. 169), a principal descoberta em relação a visão é que o cristalino fica mais espesso e mais pesado com a idade, reduzindo a capacidade de foco.

O principal sinal pode ser a incapacidade de ler, e focalizar imagens, sendo o remédio lentes de aumento. Além deste, há também a formação da catarata, que de acordo com Hayflick (1997, p. 169):

[...] é provocada por uma mudança na estrutura protéica do cristalino, é considerada uma doença, embora alguns acreditam que, se para uma pessoa que vive o suficiente, sua ocorrência é inevitável. Esse é um dos vários exemplos que ilustram a dificuldade de distinguir entre algumas mudanças normais da idade e doença.

A catarata é a principal causa de cegueira nos idosos, quando diagnosticada a única solucão eficaz é a cirurgia, para que haja a preservação da visão, uma vez que não possui tratamento clínico, deve ser realizada a partir do momento em que há perda da qualidade de vida e limitação das atividades diárias.

Hoje, através do SUS (Serviço Único de Saúde), é possivel realizar a cirurgia de catarata, mas nem sempre sao feitas com urgência sendo que ter uma visão ampla e boa é uma necessidade para que o idoso continue realizando suas atividades diárias, sinta-se seguro para viver a vida tranquilamente.

O que também pode dificultar as atividades diárias dos idosos é a falta de audição.

Para Hayflick (1997, p. 167), as mudanças sensorias associadas a idade podem ser relacionadas á degeneração em algumas células e produtos celulares que compõem o próprio órgão do sentido.

A maioria dos idosos tem problemas com a audição, mas muitas vezes essa “surdez”, está relacionada com a produção normal de cera que se localiza nas estremidades dos ouvidos. Essa falta de audição, na maioria das vezes causa aborrecimento, por parte dos idosos e da sociedade em geral.

Por isso faz-se necessário uma visita periódica ao Otorrino, onde, é possível detectar e solucionar, o problema com mais rapidez, sendo muitas vezes realizadas cirurgias, ou colocação de aparelho auditivo, o que traz ao

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idoso mais tranqüilidade para a realização de suas atividades diárias e o convívio social.

Envelhecer amedronta muitas pessoas, pois em geral desejam ter uma vida longa, mas não querem envelhecer, influenciadas pelos meios de comunicação que enaltecem a juventude de todas as formas e a velhice como desprezo, pois vivemos em uma sociedade preconceituosa e que desvaloriza o idoso, ocasionando efeitos psicológicos, levando ao idoso, a perda nas interações sociais.

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3.3 O ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO

O envelhecimento psicológico pode ser compreendido, de acordo com Neri (2001, p. 65), de duas maneiras;

Um é análogo ao significado de idade biológica, e refere-se á relação que existe entre a idade cronológica e as capacidades, tais como percepção, aprendizagem e memória, as quais prenunciam o potencial de funcionamento futuro do individuo. O segundo uso do conceito de idade psicológica tem relação com o senso subjetivo de idade. Este depende de como cada individuo avalia a presença ou ausência de marcadores biológicos, sociais e psicológicos do envelhecimento em comparação com outras pessoas de sua idade.

No primeiro momento compreende-se que ao envelhecer a pessoa idosa tende a buscar a percepção de deterioração das mudanças ocorridas no processo de envelhecimento, que é associado à incapacidade de aprendizagem, memória, percepção e outros.

Segundo Nascentes (2004, p. 70), afirma que:

A memória, as lembranças, tem um papel fundamental em nossas vidas: elas nos permitem criar elos e significados ao longo do tempo. Ė a memória que nos informa o que somos e, portanto, atribui significados para o que somos e nos possibilita imaginar o que seremos. Ora, se todos têm uma grande história da nossa vida, sempre feita de muitas outras histórias menores, como peças de um mosaico – de nada adiantaria constituí-la, tecê-la se nos fosse negado a capacidade de lembrá-la, de reconstruí-la e de certa forma revivê-la por intermédio da memória, por essa lógica muito própria de como as lembranças se organizam.

A memória busca a construção e reconhecimento da identidade do que viveram no passado, fatos que, ao envelhecer, se perdidos o idoso perde sua identidade individual ou coletiva. Não conseguindo lembrar-se de alguns momentos, faz com que o idoso se sinta angustiado, imperfeito, incapaz. Isso também ocorre quando os idosos se sentem incapazes de criar coisas novas, aprender coisas novas, fazer coisas diferentes. Felizmente, contamos com instituições como o SESC que se preocupam com a qualidade de vida dos idosos, buscando sempre instigar a memória, inclusão social, autonomia dos mesmos.

Ao se olhar no espelho a pessoa idosa se sente diferente, as mudanças associadas ao corpo, às limitações que surgem ao envelhecer, como realizar atividades físicas, ou até mesmo rotineiras, como fazer tarefas

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de casa, são fatores que fazem com que o idoso se sinta rejeitado e isolado, perante a sociedade. Muitas vezes a pessoa idosa se sente tímido por achar que não é, mas capaz de realizar suas atividades do dia dia.

De acordo com Gatto (1996, p. 110), afirma que:

É mais provável que supere certas doenças se tiver acesso a um tratamento; é mais provável que não sinta os efeitos do preconceito e do isolamento se tiver amigos e familiares que os respeitem; é mais provável que não sinta a perda da juventude como algo destruidor, se tiver assimilado outros valores e interesses ao longo da vida, é mais provável que não sinta a proximidade da morte de forma tão ameaçadora se teve uma vida mais satisfatória e produtiva.

Sendo assim, pensar que a velhice é a idade da espera da morte, pode causar grandes problemas psicológicos, um deles é a depressão, causada muitas vezes pelo abandono das famílias, exclusão social, sedentarismo, falta de produtividade entre outros. Para alcançar um bom envelhecimento é estar em convívio social, sempre estar integrado, trabalhando o uso da memória, do aprendizado, da criatividade, construindo e fortalecendo amizades.

3.4 O ENVELHECIMENTO SOCIAL

Ao pensar sobre o envelhecimento social, nos remonta primeiramente se esta pessoa idosa cidadã contou e conta com uma rede de proteção social que se tornou viável desde a sua infância, como ter alimentação, moradia, educação, saúde entre outras necessidades. A vida social das pessoas e principalmente a rede de apoio social via políticas sociais que desfrutamos, tem grande resultado no modo, e em que sociedade viveu e como seremos na velhice.

O estudo do envelhecimento social está relacionado às questões do comportamento da sociedade capitalista, de como percebe a pessoa idosa quanto a sua relevância social e produtiva, e do idoso ao envelhecer, no modo como se relaciona com o momento presente com motivação, realização, entusiasmo, mesmo frente às diversidades.

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Os aspectos sociais do envelhecimento também podem estar associados a perda dos seus cônjuges e ficar só, sem companhia e quem os cuide, a perda de seus amigos que vão falecendo, ou encontram-se limitados na sua locomoção, por enfermidades crônicas. Ocorre que a pessoa pode sentir-se muito solitária, sem poder usufruir da companhia de outras pessoas que tiveram um grande significado em suas vidas.

Por outro lado, aqueles que procuram novos grupos, mantêm-se socialmente ativos, com elevada auto-estima, intelectualmente produtivos, atualizados buscando se relacionar e interagir. Mostram assim condições de descobrir-se como agente de mudanças na velhice.

Siqueira (2002, p. 54), afirma que “os conceitos principais dessa teoria incluem as questões do significado social, das realidades sociais e das relações sociais no envelhecimento, das atitudes perante a idade e o envelhecer, dos eventos da vida e sua temporalidade”.

Atitudes que podem ampliar sua capacidade de viver, recriar, redimensionar, novas situações e desafios, de participação no contexto cultural em que vivem.

Néri (2001, p. 67), coloca que:

A idade social diz respeito á avaliação do grau de adequação de um indivíduo ao desempenho dos papeis e dos comportamentos esperados para as pessoas de sua idade, num dado momento da história de cada sociedade. Dessa forma, as experiências de envelhecimento e velhice podem variar no tempo histórico de uma sociedade, dependendo de circunstancias econômicas e sociais que determina quem e porque será chamado de velho e como será tratado por uma sociedade.

No aspecto social, na sociedade em que vive esses idosos, a perda de papéis, é uma problemática observada com mais freqüência.

A inserção de papéis em função de valores que agora já não é mais de trabalhador que produz isto pode ocorrer a perda de seu poder de decisão, o que resulta em perda da autonomia, do poder de decidir sobre sua vida, tornando-se dependente de sua família. Medidas devem ser tomadas, para evitar que o envelhecimento social leve ao isolamento.

Há séculos passados, a velhice era considerada como um status social, o número de idosos era menor e em relação a isso eram mais valorizados pelos mais jovens, pois eram símbolos de respeito, experiência

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de vida. Mas com o passar do tempo isso foi se modificando. De acordo com Moragas (2004, p. 11):

[...] surgem às revoluções industriais, o conhecimento não se apóia mais a experiências, mais sim a ciência que permite a aplicação da energia, a tecnologia e o maquinário para beneficio da maioria da população. Na vida social, a experiência perde o valor e o progresso se fundamenta na educação universal, na difusão dos conhecimentos e na inovação.

A partir dessas transformações do mundo do trabalho, surge o preconceito contra o idoso, o jovem predomina nesta sociedade de exploração e exclusão social, a experiência de vida é trocada para o poder social da inovação e de novas tecnologias.

Ainda segundo Moragas (2004, p. 12) que afirma:

Surge o “idadismo” que – como todo “ismo”, racismo, fascismo, nacionalismo- implica numa exclusão do outro para beneficio próprio; que neste caso se concretiza no preconceito do conflito entre gerações: o que uma geração consegue, o faz em detrimento da outra, numa visão conservadora e pouco realista da dinâmica econômica e social.

O preconceito é muito presente na sociedade capitalista em que vivemos, considerada como um problema social, a velhice está associada a perdas, doenças e a morte ao que não tem valor, fazendo com que o idoso se exclua socialmente.

De acordo com Santana e Sena (2003, p. 46):

Ao velho é atribuído um conjunto de representações, significados e aspectos simbólicos. Esses elementos do imaginário social criam, reforçam e reproduzem idéias, pensamentos e imagens que contribuem para o processo de discriminação social dos indivíduos envelhecidos. O imaginário, socialmente construído, reflete as construções humanas em uma determinada sociedade, em um determinado tempo histórico.

O idoso ao chegar nessa etapa da vida, a aposentadoria, sofre muita discriminação por parte da sociedade. A pessoa idosa ao deixar de trabalhar, ou seja, se aposenta do trabalho, provoca, perante tal fato muitas vezes a visão de incapaz, de dificuldades na aprendizagem, inadequado para um ambiente inovador, conforme as exigências da sociedade que não só valoriza o trabalho como fonte de renda.

Moragas (2004, p. 12) afirma que:

Atingida esta idade, o trabalhador se converte em aposentado sem um papel social reconhecido e aceito e, o que é pior, em uma sociedade que valoriza o trabalho como fonte de status econômico e social, o aposentado não produz, é um passivo que desperdiça

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recursos públicos através das aposentadorias, o que acarreta uma avaliação negativa.

Não nos parece que o idoso deixa de ser um trabalhador ativo e perde seu papel de quem contribui economicamente, e passa a ser considerado como um problema social.

Porém muitos não se dão conta que o idoso é um consumidor em potencial e que ainda contribui para a manutenção de necessidades de seus familiares mesmo aposentados. Pois em muitos casos é quem mantém a família. Sabe-se que no Brasil a um número expressivo de idosos chefes de família, então é necessário que se destrua a imagem de inativo e se construa percepções.

Devido ao aumento do número de idosos no país considerando que houve uma melhoria da qualidade de vida, o que deve ser efetivado pelo governo é ter que investir mais em políticas públicas que assegurem uma vida com dignidade, já que produziram e contribuíram para a sociedade, com sua força de trabalho.

Segundo Milnitzky, Sung e Pereira (2004, p. 60):

Com relação à cidadania, buscamos desenvolver questões sobre o desconforto causado pela discriminação, e suas razões, e pela falta de consciência da sociedade sobre os problemas e as particularidades vivenciadas pelos idosos. Discutimos, inclusive, se a própria existência de uma legislação especifica voltada ao idoso não é um fator de reconhecimento do desrespeito a sua cidadania e dignidade ou, ao invés, é um instrumento necessário para que o segmento idoso consiga reivindicar a efetivação dos seus direitos, ou seja, o direito de ter direitos. Também, foram abordados os meios para que a situação atual de desrespeito ao idoso se modifique, dentre os quais, aspectos que envolvam o direito a informação e ao exercício da cidadania pelo idoso.

E para isso, os direitos da pessoa idosa devem ser efetivados, para que se inclua socialmente, e passe a exercer um papel ativo, contribuindo para a formação e a constituição de cidadãos sociais, tirando aquela idéia que o idoso não tem autonomia, que ele precisa de quem lute e fale por ele. Presenciamos atualmente, um novo vivenciar para os idosos, com algumas instituições que de alguma forma oportunizam aos idosos ter seus momentos de integração, de lazer, saúde buscando possibilitar qualidade de vida e inclusão social, neste mundo marcado pelo desemprego e violência, violação de direitos de crianças, adultos e idosos.

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Portanto, é importante a união na construção uma nova sociedade em que todos se aceitem e respeitem uns aos outros lutando por si mesmo e igualmente por todos em todas as etapas da existência humana, e nas formas como são manifestadas.

Queremos ressaltar que é possível integrar gerações, através de ações educativas, de possibilitar uma aprendizagem, que haja o compartilhamento de vivências e experiências entre ambos, resumindo assim um papel social que a sociedade capitalista e neoliberal de consumo, tanto faz para excluir.

É por falar de possibilidades de aprendizagem, passaremos a abordar no próximo capítulo o relato da prática de Estágio Obrigatório, realizado no Projeto SESC Idoso Empreendedor, que proporcionam aos idosos, conhecimentos básicos de informática e futuros empreendimentos sociais.

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4 A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL COM OS GRUPOS DE IDOSOS DO PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR

4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O EMPREENDEDORISMO SOCIAL

Para inicio deste capítulo e para termos uma visão mais ampla do que é o Projeto SESC Idoso Empreendedor, faz-se necessário aprofundarmos nosso estudo sobre empreendedorismo social.

De acordo com Leite (2002, apud OLIVEIRA, 2004, p. 12), o empreendedorismo social é umas das espécies do gênero de empreendedores. [...] São empreendedores com uma missão social, que é sempre central e explicita.

Então, o empreendedorismo social inicia-se através de uma idéia diferenciada de ação social que passa por um processo de maturação, logo pode ser dividida em várias outras idéias.

Segundo Rouere e Pádua (2001, apud OLIVEIRA, 2004, p. 12):

Constitui a contribuição efetiva de empreendedores sociais inovadores cujo protagonismo na área social produz desenvolvimento sustentável, qualidade de vida e mudança de paradigma de atuação em benéficos de comunidades menos privilegiadas.

O empreendedorismo social tem como foco o coletivo, ou seja, a sociedade em geral, que produz bens e serviços em busca de soluções de problemas sociais para uma melhor qualidade de vida.

Ser um empreendedor social muitas vezes confunde muita gente, certamente se perguntar a alguém o que vem a cabeça quando se fala em empreendedorismo social, logo vem em mente, mobilizar um grande grupo á arrecadar donativos, dentre outros, para doar á alguma instituição ou um grupo de pessoas carentes, sendo que empreender socialmente é fazer a diferença, fazer com que as pessoas mudem a situação em que vivem, e a partir daí tornem-se multiplicadores do que aprenderam.

Para melhor visualizarmos, vejamos o quadro no qual Oliveira (2004, p. 14), coloca como pode ser o perfil de um empreendedor social:

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Tabela 1 – Perfil do Empreendedor Social Segundo Edson Marques Oliveira

CONHECIMENTOS HABILIDADES COMPETÊNCIAS POSTURAS

Saber aproveitar as oportunidades Ter competência gerencial Ser pragmático e responsável Saber trabalhar de modo empresarial para resolver problemas sociais

Ter visão clara Ter iniciativa Ser equilibrado Ser participativo Saber trabalhar em equipe Saber negociar Saber pensar e agir estrategicamente Ser perceptivo e atento aos detalhes Ser ágil Ser criativo Ser crítico Ser flexível Ser focado Ser habilidoso Ser inovador Ser inteligente Ser objetivo Ser visionário Ter senso de responsabilidade Ter senso de solidariedade Ser sensível aos problemas sociais

Ser persistente Ser consciente Ser competente Saber usar forças latentes e

regenerar forças pouco

usadas

Saber correr riscos calculados

Saber integrar vários atores

em torno dos mesmos objetivos

Saber interagir com diversos segmentos e interesses dos diversos setores da sociedade Saber improvisar Ser líder Ser inconformado e indignado com a injustiça e desigualdade Ser determinado Ser engajado Ser comprometido e leal Ser ético Ser profissional Ser transparente Ser apaixonado pelo que

faz (campo social)

Fonte: Oliveira (2004, p. 14)

De acordo com o perfil do empreendedor social apontado por Oliveira (2004), ser empreendedor, é ser inovador, capaz de criar novos paradigmas, isto não significa que tenha sempre que criar coisas novas, ao contrário, é ser transformador capaz de transformar, aperfeiçoar, reinventar, adaptar idéias já existentes, além disto, o empreendedor precisa ter conhecimento, habilidade e atitudes a fim de explorar, aprender e melhorar aquilo que será empreendido.

Para Dees (1998, apud PESSOA, 2005, p. 01):

[...] os empreendedores sociais têm o papel de agentes de mudanças no setor social por: adotar uma missão de gerar e manter valor social (não apenas valor privado); reconhecer e buscar implacavelmente novas oportunidades para servir tal missão; engajar-se num processo de inovação, adaptação e aprendizado contínuo; agir de modo arrojado sem se limitar pelos recursos disponíveis; e exibir um elevado senso de transparência para com seus parceiros e público e pelos resultados obtidos.

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Assim, o objetivo de um empreendedor social, é através de ações diferenciadas e inovadoras, buscar a inclusão social, a multiplicação de conhecimentos, a fim de causar uma transformação social.

4.2 PROJETO IDOSO EMPREENDEDOR

Este projeto surgiu a partir da necessidade de algumas idosas participantes do GRUPATI (Grupo de Estudos e Atualização da Terceira Idade), que através de uma oficina realizada na sala de informática, sentiram a necessidade de entrar no mundo informatizado. Diante do entusiasmo demonstrado, a Assistente Social Simone Vieira Machado juntamente com a também Assistente Social Selma Junkes tiveram a idéia de construir um projeto que utilizasse técnicas de grupo a tecnologia de informática, buscando a valorização dos idosos como cidadãos socialmente produtivos através do empreendedorismo social.

A partir daí, deu-se inicio ao Projeto SESC Idoso Empreendedor, elaborado pelas assistentes sociais Simone Machado Vieira e Selma Junckes.

O lançamento do Projeto ocorreu em Julho do ano de 2007, no SESC- Estreito como projeto piloto no Estado.

Segundo Garcia (2007, p. 46):

O projeto tem como objetivo despertar habilidades, participação, descoberta de talentos e valorização de potencialidades, permitindo que o idoso exerça atividades que levam em conta seus interesses e que possam atender suas necessidades e expectativas.

Ė em busca desses objetivos que o idoso participa do Projeto Idoso Empreendedor, valorizando seu potencial, tornando-se participativo, produzindo novos conhecimentos de informática, ou seja, desenvolvendo sua inclusão digital/social.

O Projeto foi logo colocado em prática, primeiramente, o Serviço Social convidou seus idealizadores e os demais idosos que já participavam de outras atividades do SESC. Através de divulgação mais ampla via meios de comunicação, não demorou muito para que fossem preenchidos 06 grupos com todas as vagas dos 12 (doze) computadores, disponibilizados na “sala de informática” do SESC- Estreito, e ainda com uma lista de espera.

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