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Quantificação e caracterização das populações de monócitos na aterosclerose humana

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(1)

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

Amauri da Silva Justo Junior

QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS POPULAÇÕES DE MONÓCITOS NA ATEROSCLEROSE HUMANA

CAMPINAS 2016

(2)

Amauri da Silva Justo Junior

QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS POPULAÇÕES DE MONÓCITOS NA ATEROSCLEROSE HUMANA

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de mestre em Ciências Médicas, área de concentração em Ciências Biomédicas.

ORIENTADOR: PROF. DRA. MARIA HELOÍSA DE SOUZA LIMA BLOTTA

COORIENTADOR: DR. RÔMULO TADEU DIAS DE OLIVEIRA

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO

ALUNO AMAURI DA SILVA JUSTO JUNIOR, E ORIENTADO PELA PROFA. DRA. MARIA HELOÍSA SOUZA LIMA BLOTTA.

CAMPINAS

(3)
(4)

BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO

AMAURI DA SILVA JUSTO JUNIOR

ORIENTADOR: PROFA DRA. MARIA HELOÍSA DE SOUZA LIMA BLOTTA COORIENTADOR: PROF DR. RÔMULO TADEU DIAS DE OLIVEIRA

MEMBROS:

1. PROFA. DRA. MARIA HELOISA DE SOUZA LIMA BLLOTA

2. PROFA. DRA. MARIA CRISTINA DE OLIVEIRA IZAR

3. PROF. DR. JOSÉ ROBERTO MATOS SOUZA

Programa de Pós-Graduação em Ciência Médicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca examinadora encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

(5)

DEDICATÓRIA

À minha família, por todo carinho, amor, confiança e apoio que me dão para que eu possa atingir minhas metas e realizar os meus sonhos. Nada disso seria possível se não fosse por vocês.

(6)

AGRADECIMENTOS Agradeço imensamente à minha família, por todo apoio, incentivo, exemplo,

força, inspiração e por estarem ao meu lado sempre. Aos meus pais Amauri e Adriana

que sempre fizeram de tudo para que eu conseguisse alcançar meus objetivos. Às

minhas irmãs Ana Celine e Ana Julia que sempre me apoiaram e compreenderam.

Aos meus tios/tias e primos/primas que sempre me apoiaram e entenderam minha

ausência nas reuniões de família sempre que necessário.

Agradeço a minha namorada, Letícia, por todo incentivo, carinho, compreensão

e ajuda.

À minha orientadora Dra Heloísa Blotta, agradeço pelo acolhimento em seu

laboratório, pelo comprometimento e ajuda na realização desta dissertação e também

na minha formação. Sou muito grato pela confiança em meu trabalho e também pelas

oportunidades que me deu.

Ao meu co-orientador Rômulo, agradeço por toda ajuda, ensinamentos,

dedicação e experiência compartilhada, por sanar todas as dúvidas e auxiliar na

realização de experimentos e análises.

Aos amigos que fiz no Laboratório de Imunologia Celular e Molecular, o meu

muito obrigado por todos os momentos de descontração proporcionados.

Aos meus amigos que não são do laboratório, por me darem apoio e

entenderem minha ausência nos últimos tempos.

A todos os pacientes pela colaboração em participar deste trabalho, sem os

quais nada disso seria possível.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP -

processo número 2014/00327-2) e Conselho Nacional de desenvolvimento Científico

(7)

E por fim, a todas as pessoas que estiveram presentes em minha vida durante

(8)

“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”.

(9)

RESUMO

A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela retenção

de lipídios e células da resposta imunológica na íntima arterial. Dentre as células que

ganham acesso à parede arterial, os monócitos são os primeiros a serem recrutados

diferenciando-se em macrófagos e contribuindo para a formação das lesões de

ateroma. Sabe-se que os monócitos circulantes constituem uma população

heterogênea composta por três tipos celulares, as células CD14++CD16- (Clássica),

CD14++CD16+ (Intermediária) e CD14+CD16++ (Não clássica), que apresentam

funções e capacidade migratória distintas. As diferentes populações de monócitos

podem ser associadas com a presença de fatores de risco para desenvolvimento de

doença arterial coronariana (DAC) ou mesmo predizer eventos cardiovasculares em

indivíduos com DAC. Entretanto, ainda não existe consenso acerca da função de cada

subtipo de monócito. Tendo em vista o papel importante dos monócitos em todos os

estágios de desenvolvimento do ateroma é objetivo deste trabalho avaliar a presença

de diferentes populações de monócitos em amostras de sangue periférico de

pacientes com DAC e também a produção de citocinas por estas populações frente

ao antígeno aterogênico HSP60. Para isso, a quantificação e a caracterização

fenotípica dos monócitos do sangue periférico dos grupos de estudo (síndrome

coronariana crônica (SCC), síndrome coronariana aguda (SCA) e controles [com (FR)

e sem (C) fatores de risco para aterosclerose]), bem como a avaliação da produção

de citocinas foi feita por citometria de fluxo. Foi observada uma menor frequência de

monócitos da população clássica e maior frequência da população não clássica no

grupo SCC comparado ao grupo controle. A análise do número absoluto mostrou que

o grupo SCC apresenta menor número de monócitos totais e das populações clássica

(10)

análise da expressão de receptores de superfície celular verificamos uma maior

frequência das três populações de monócitos CCR5+ e não clássicos CX3CR1+ no

grupo SCA. Encontramos também no grupo SCA a maior frequência de células TLR2+,

TLR4+ e CD36+ nas três subpopulações de monócitos, o que poderia sugerir que os

monócitos destes pacientes são capazes de reconhecer e promover inflamação em

resposta a moléculas associadas a dano geradas no quadro agudo. A estimulação de

monócitos com HSP60 induziu produção de citocinas de caráter inflamatório,

quimiocinas e citocinas moduladoras da resposta Th1 em células das populações

clássica e intermediária. Em conclusão os resultados indicam a participação das 3

populações de monócitos em todo processo aterosclerótico e sua associação com a

gravidade da doença.

(11)

ABSTRACT

Atherosclerosis is a chronic inflammatory disease characterized by retention of

lipids and immune cells in the arterial intima. Among the cells that enter the arterial

wall, monocytes are the first to be recruited differentiating into macrophages and

contributing to the formation of atheroma lesion. It is known that circulating monocytes

constitute a heterogeneous population composed by at least three cells types:

CD14++CD16- (Classical), CD14++CD16+ (Intermediate) and CD14+CD16++ (Non

classical) cells that present distinct functions and migratory pattern. The different

monocytes population are associated with the presence of risk factors for development

of coronary arterial disease (CAD) or even predict cardiovascular events in patients

with CAD. However, there is no consensus about the function of each monocyte

subset. Due to the important role of monocytes in all development stages of the

atheroma formation, the aim of this study was to evaluate the presence of different

monocytes subpopulations in samples of peripheral blood of patients with CAD and to

evaluate the cytokine production by these subsets to the atherogenic antigen HSP60.

For this, quantification and phenotypic characterization of peripheral blood monocytes

of the study groups (chronic coronary syndrome (CCS), acute coronary syndrome

(ACS), and controls [with (RF) and without (C) risk factors for atherosclerosis]), as well

the cytokine production evaluation were assessed by flow cytometry. We found a lower

frequency of classical and a higher frequency of non classical monocytes in the SCC

group compared to control group. The analysis of the absolute number showed that

the CCS group presents a lower number of total monocytes, classical, and

intermediate subpopulation when compared to control and ACS groups. In relation to

the expression of cell surface receptors, we found a higher frequency of the three

(12)

also found a high frequency of TLR2+, TLR4+ and CD36+ cells of the three monocytes

subpopulations in the ACS group. These findings could suggest an increased capacity

of these monocytes to promote inflammation in response to damage associated

molecules generated during the acute response. Moreover, we found that the

stimulation of monocytes with HSP60 bring about the production of inflammatory

cytokines, chemokines and Th1 promoting cytokines in classical and intermediate

subpopulations. In conclusion, our data indicate the participation of the three

monocytes subpopulations in all atherogenic process and its association with disease

severity.

(13)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Análise por citometria de fluxo das subpopulações de monócitos aderidos às células endoteliais (HUVECs) ... 32 Figura 2 - Análise por citometria de fluxo das subpopulações de monócitos do sangue periférico... 39 Figura 3 - Frequência das subpopulações de monócitos do sangue periférico ... 40 Figura 4 - Número absoluto de monócitos totais e subpopulações de monócitos do sangue periférico ... 41 Figura 5 - Frequência de células CCR2+ nas subpopulações de monócitos do sangue

periférico... 42 Figura 6 – Análise da Intensidade Média de Fluorescência (IMF) do receptor CCR2 nos monócitos dos diferentes grupos de estudo ... 43 Figura 7 - Frequência de células CCR5+ nas subpopulações de monócitos do sangue

periférico... 44 Figura 8 - Frequência de células CX3CR1+ nas populações de monócitos do sangue

periférico... 45 Figura 9 - Frequência de células TLR2+ nas populações de monócitos do sangue

periférico... 46 Figura 10 - Frequência de células TLR4+ nas populações de monócitos do sangue

periférico... 47 Figura 11 - Frequência de células CD36+ nas populações de monócitos do sangue

periférico... 48 Figura 12 - Análise da Intensidade Média de Fluorescência (IMF) do receptor CD36 nos monócitos dos diferentes grupos de estudo ... 49 Figura 13 - Frequência de células SLAM+ (CD150) nas populações de monócitos do

sangue periférico ... 50 Figura 14 - Frequência de células CD202b+ nas populações de monócitos do sangue

periférico... 51 Figura 15 - Número de monócitos da subpopulação clássica aderidos às células endoteliais ... 53 Figura 16 - Frequência de monócitos positivos para citocinas inflamatórias ... 55 Figura 17 - Frequência de monócitos positivos para quimiocinas ... 57 Figura 18 - Frequência de monócitos positivos para citocinas moduladoras da resposta adaptativa ... 59

(14)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros clínicos e laboratoriais dos pacientes dos grupos experimentais. ... 36 Tabela 2 - Valores referenciais do perfil lipídico segundo a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose ... 37

(15)

LISTA DE ABREVIATURAS

BSA: Soroalbumina bovina

CCL: Quimiocina ligante da família CC CCR: Receptor de quimiocina da família CC CD: Cluster de diferenciação

DAC: Doença arterial coronariana

DAMP: Padrões moleculares associados ao dano EDTA: Ácido etilenodiamino tetra-acético

FSC: “Forward scatter“

HDL-C: Lipoproteína de alta densidade HLA-DR: “Human leucocyte antigen”

HSP: Proteína de choque térmico

HUVEC: Células endoteliais de veia umbilical humana IFN: Interferon

IL: Interleucina

LDL-C: Lipoproteína de baixa densidade

LOX-1: Receptor 1 do tipo lectina para LDL oxidada LPS: Lipopolissacarideo

MCP-1: “Monocyte Chemoattractant Protein-1”

M-CSF: Fator estimulante de colônia de macrófago MHC: Complexo principal de histocompatibilidade NLR: Receptor do tipo NOD

PBS: Tampão fosfato salina PCR: Proteína C reativa RPM: rotações por minuto SR: Receptor scavenger

(16)

SSC: Side scatter

TGF-B: Fator de transformação do crescimento β Th: Linfócito T helper

TLR: Receptor do tipo Toll

TNF-α: Fator de necrose tumoral α

(17)

Sumário 1. INTRODUÇÃO ... 18 2. OBJETIVOS ... 25 2.1. Objetivos Gerais ... 25 2.2. Objetivos Específicos ... 25 3. MATERIAIS E MÉTODOS ... 26

3.1. Casuística e caracterização dos grupos experimentais ... 26

3.2. Obtenção dos leucócitos totais de sangue periférico ... 27

3.3. Citometria de fluxo para análise das populações de monócitos ... 28

3.4. Obtenção de células mononucleares do sangue periférico (CMSP) ... 29

3.5. Isolamento de monócitos ... 29

3.6. Avaliação da capacidade de adesão de monócitos ao endotélio ativado... 31

3.6.1. Cultivo e manutenção de linhagem de células endoteliais de veia umbilical humana (HUVECs) ... 31

3.6.2. Teste de adesão de monócitos ... 31

3.7. Avaliação da produção de citocinas após estímulo com HSP60 pela técnica de citometria de fluxo ... 33

4. RESULTADOS ... 35

4.1. Caracterização dos grupos de estudo ... 35

4.2. Análise das subpopulações de monócitos ... 39

4.3. Receptores de quimiocinas ... 41

4.4. Receptores de reconhecimento padrão: TLRs e CD36 ... 45

4.5. SLAM (6-sulfo LacNAc) ... 49

4.6. Tie-2 ... 50

4.7. Teste de Adesão ... 52

4.8. Estimulação com Heat Shock Protein 60 ... 53

5. DISCUSSÃO ... 60

6. CONCLUSÃO ... 69

(18)

1. INTRODUÇÃO

Doenças cardiovasculares são apontadas com uma das principais causas de

morte atualmente. Em 2012, estas doenças foram responsáveis por cerca de 17,5

milhões de óbitos a nível mundial, sendo que aproximadamente 7,4 milhões foram

devido a doença coronariana. No Brasil, em 2011, as doenças cardiovasculares

apareceram como a principal causa de morte na população, correspondendo a 31%

dos óbitos ocorridos no país no mesmo ano (aproximadamente 409 mil) (1).

Infarto do miocárdio, falência cardíaca e acidente vascular encefálico (AVE) são

as doenças cardiovasculares mais comuns, e o principal processo envolvido no

surgimento destes eventos é a aterosclerose (2).

A aterosclerose é um processo inflamatório crônico e sistêmico que afeta vasos

sanguíneos de médio e grosso calibre principalmente em locais de ramificação, onde alterações do fluxo sanguíneo geram “estresse” nas células endoteliais alterando a

integridade da barreira endotelial, facilitando assim a infiltração de moléculas (3-5).

A infiltração da partícula de LDL colesterol na íntima arterial e sua posterior

modificação é apontada como principal agente responsável pela resposta inflamatória

presente nas lesões de ateroma (6). Dentre os diferentes produtos gerados durante a

modificação da partícula de LDL colesterol, o mais estudado é a modificação oxidativa,

que pode ocorrer in vivo por meio de mecanismos dependentes de lipoxigenase,

mieloperoxidase, peróxido de hidrogênio ou óxido nítrico. A oxidação da partícula de

LDL colesterol promove a geração de grande variedade de lipídios oxidados e

componentes lipídico-proteicos modificados, tornando-a imunogênica (7,8) e passível

de ser reconhecida por células endoteliais, via receptor do tipo Toll 4 (TLR4) e

receptor-1 do tipo lectina para LDL oxidada (LOX-1), promovendo sua ativação, com

(19)

vascular-1 (VCAM-1), produção de quimiocinas, como a MCP-1/CCL2,

Fractalquina/CX3CL1 e RANTES/CCL5 culminando com a migração de células da

resposta imunológica para a íntima arterial (9-14).

O primeiro grupo celular a migrar para o local de ativação endotelial são os

monócitos. A presença de fatores de crescimento, como M-CSF, promove a

transformação dos monócitos em macrófagos, a principal célula envolvida nos

processos de formação e desestabilização das lesões de ateroma (15). Os

macrófagos passam a expressar grande quantidade de receptores da imunidade inata

envolvidos nos processos de endocitose de lipoproteínas e fragmentos apoptóticos,

como os receptores scavenger (SR), representados principalmente pelo CD36 ou

SRB, que apresentam papel essencial na formação da célula espumosa,

característica do ateroma (16,17). Além disso, os macrófagos aumentam a expressão

de receptores que induzem ativação de vias pró-inflamatórias como os TLRs e os

receptores do tipo NOD (NLRs) (17). Trabalhos recentes mostram expressão elevada

de diversos tipos de TLRs em macrófagos, células endoteliais e células musculares

lisas presentes em lesões ateroscleróticas humanas e de camundongos (18,19).

Similarmente, em trabalho recente de nosso grupo e de outros autores, foi

demonstrada a presença do RNAm e da proteína de diversos NLRs em lesões de

ateroma humano (20,21).

Na aterosclerose, os TLRs e NLRs estão envolvidos nos processos de

reconhecimento de produtos de estresse tecidual e degradação de matriz extracelular

ou células mortas, como a proteína de choque térmico 60 (HSP60) liberada por células

necróticas e que promove ativação de TLR2 e TLR4 e os cristais de colesterol que

promovem ativação do NLRP3 (21,22). Entretanto, no contexto da aterogênese, o

(20)

trabalho anterior, nosso grupo mostrou que a LDLox promove ativação de células

mononucleares do sangue periférico (CMSP), causando a liberação de mediadores inflamatórios como IFN-γ, CCL2 e CCL8 (23). Além disso, outros autores descreveram

que o reconhecimento da partícula de LDLox se dá principalmente via TLR4 (8).

O reconhecimento da partícula de LDL modificada e produtos de degradação

de matriz extracelular pelos NLRs e TLRs presentes nos macrófagos teciduais

promove cascatas inflamatórias diretamente por ativação do fator de transcrição

nuclear kB (NF-kB), vias de sinalização das proteínas quinases ativadas por

mitógenos (MAPKs) e caspases inflamatórias (24,25). Como consequência ocorre a produção de diversos componentes da resposta inflamatória como citocinas (IL-1β,

IL-6, IL-12, IL-18), quimiocinas (CCL2, CXCL8, CCL5, CXCL10) e proteases

(metaloproteinases e catepsinas) que participam ativamente do processo inflamatório

presente no ambiente aterosclerótico, promovendo o desenvolvimento e posterior

ruptura das placas de ateroma (3,17,22).

Outras células muito importantes na patogênese da aterosclerose são os

linfócitos TCD4+ (26). Linfócitos Th1, Th2, Th17 e T regulatórios (Treg) e seus

produtos foram detectados em lesões de ateroma humano e de camundongos

(26-28). A presença de IL-12 e IL-18 nas placas de ateroma (29,30) promove a indução

preferencial de linfócitos Th1 que apresentam como característica o fator de transcrição T-bet e a produção de grande quantidade de IFN-γ (26). O IFN-γ ativa as

vias pró-inflamatórias com ativação de macrófagos, produção de MMP9 e apoptose

de células musculares lisas induzindo mecanismos de desestabilização de lesões

ateroscleróticas (31). Por outro lado, a presença de citocinas anti-inflamatórias como

IL-10 induz a geração de células T regulatórias que apresentam o fator de transcrição FOXP3 e produzem citocinas anti-inflamatórias como IL-10 e TGF-β essenciais para

(21)

os mecanismos de estabilização das lesões de ateroma (28). Os linfócitos Th2 e Th17, gerados na presença de IL-4 ou TGF-β e IL-6 respectivamente, ainda apresentam

papel contraditório no contexto da aterogênese (26,32).

Como explicado anteriormente, a migração de monócitos é um processo

essencial para a patogênese da aterosclerose. Estudos em camundongos

identificaram a presença de duas populações distintas, uma denominada inflamatória,

caracterizada pela alta expressão dos receptores Ly6C(Ly6Chi) CCR2, CCR5 e CCR1

(33) e um grupo celular responsável pelo patrulhamento do endotélio, identificadas

pela baixa expressão de Ly6C (Ly6Clow) e alta expressão de CX

3CR1 (34). Dados

experimentais recentes apontam que a população de monócitos Ly6Chi é a primeira a

ganhar acesso ao local de desenvolvimento da lesão de ateroma, produzindo

mediadores inflamatórios como TNF-α, IL-12 e IL-6, além de apresentar

características de célula apresentadora de antígenos com alta expressão de MHC de

classe II (MHC II), CD80 e CD86 (35,36). Por outro lado, o papel da população Ly6Clow

na aterogênese ainda é contraditório, com trabalhos mostrando tanto função pró como

anti-aterogênica (37,38).

As diferentes populações de monócitos encontradas em camundongos

apresentam homologia com células humanas, sendo classificados de acordo com a

expressão dos receptores de superfície CD14 (coreceptor para LPS) e CD16 (receptor FcγIII) em 3 subtipos: clássicos, intermediários e não clássicos (39). O subtipo clássico

é caracterizado pela alta expressão de CD14 e ausência de CD16 (CD14++CD16-)

compreendendo a maior população de monócitos circulantes (70 - 80%). O subtipo

intermediário apresenta alta expressão de CD14 e baixa expressão de CD16

(CD14++CD16+), enquanto o subtipo não clássico possui baixa expressão de CD14 e

(22)

diferenças na expressão de receptores de quimiocinas, com alta expressão de CCR2

na população clássica e CX3CR1 nas populações intermediária e não clássica

(40,41).

Sabe-se que as subpopulações de monócitos derivam de um precursor comum

e acredita-se que estas células representam diferentes estágios de maturação dos

monócitos. Em estudo realizado com transplantados de medula óssea foi observado

que a reconstituição das subpopulações de monócitos começa com um aumento

gradual da população clássica, seguida pelo surgimento da intermediária e

subsequentemente, pelos monócitos não clássicos (42). Além disso, estudos in vitro

mostraram que células hematopoiéticas se diferenciam primeiramente em monócitos

CD14++CD16-, que posteriormente adquirem a expressão de CD16 (43). Uma

confirmação para este achado é o fato dos genes de transcrição associados com

maturação aumentarem progressivamente a partir dos monócitos clássicos para

intermediários e posteriormente para a subpopulação não clássica (44,45).

Além das diferenças apontadas, as subpopulações de monócitos circulantes

respondem de forma distinta aos estímulos inflamatórios. Cros et al (2010)

demostraram que monócitos CD14++CD16- estimulados com LPS produzem CCL2,

IL-10, IL-8, reativos intermediários de oxigênio, mieloperoxidase e altas concentrações

de IL-6, enquanto a população CD14+CD16++ responde somente a ligantes de

TLR7/TLR8 com produção de TNF-α, IL-1β e IL-6 (40). No entanto, alguns autores

descreveram resultados diferentes mostrando produção maior de TNF-α por

monócitos CD14+CD16++ após estímulo com LPS (41,46). A resposta das diferentes

populações de monócitos a antígenos presentes na lesão aterosclerótica ainda não

(23)

Tendo em vista a heterogeneidade da população de monócitos, trabalhos foram

desenvolvidos na tentativa de associar a presença de determinado subtipo com

características clínicas presentes em pacientes com aterosclerose. De maneira geral,

a presença de fatores de risco, como hipercolesterolemia, obesidade e resistência à

insulina/diabetes estão associados com maior quantidade de células CD14++CD16+

(47-49). Pacientes com DAC estável ou instável apresentam aumento da população

de monócitos CD16+ (50,51). Estudo prospectivo recente mostrou que o aumento na

população de células CD14++CD16- foi capaz de predizer eventos cardiovasculares

em indivíduos com DAC de maneira independente de outros fatores de risco (52).

Além disso, foi possível observar alteração das populações de monócitos após infarto

agudo do miocárdio, com aumento das células CD14++CD16- em 3 a 4 dias, enquanto

que a população CD16+ aumenta posteriormente (53).

A análise fenotípica das subpopulações de monócitos também pode ser

realizada com base na expressão do receptor de angiopoetina do tipo 2 (Tie2) e SLAM

(54). Os monócitos Tie2+ representam cerca de 20% do total dessas células no sangue

circulante (55,56), com alta expressão de genes para MMP9, VEGF e TNF-α e são

associados com a angiogênese e crescimento tumoral (57,58). A angiogênese é um

processo frequente na placa aterosclerótica, uma vez que a crescimento da lesão gera

hipóxia local, o que resulta na infiltração de células inflamatórias promovendo assim a

formação de novos vasos através da ativação do receptor Tie2+ presentes nos

monócitos (59,60).

O marcador de superfície 6-sulfo LacNAc ou SLAM é uma modificação da

molécula do ligante da glicoproteína P-selectina-1 (PSGL-1) descrita recentemente,

expressa em cerca 30 a 50% dos monócitos circulantes de indivíduos saudáveis.

(24)

P-selectina, além de sua função na adesão dos monócitos, desempenha também um

importante papel na regulação da produção de citocinas por estas células (61).

Poucos estudos investigaram a expressão dos receptores Tie2 (62) e SLAM

em monócitos de pacientes com DAC.

A migração de monócitos do sangue periférico e sua posterior transformação

em macrófagos tem um papel crucial no desenvolvimento e complicações das lesões

de ateroma. Entretanto, a recente caracterização das diversas subpopulações de

monócitos e os dados conflitantes acerca da função e dinâmica de produção desses

grupos celulares justificam a realização de estudos que possam melhor

(25)

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivos Gerais

Quantificar e caracterizar as diferentes populações de monócitos circulantes

em pacientes com doença arterial coronariana.

2.2. Objetivos Específicos

1) Determinar a porcentagem e o número absoluto das diferentes populações

de monócitos circulantes (CD14++CD16-, CD14++CD16+ e CD14+CD16++) em amostras

de sangue periférico de pacientes com doença arterial coronariana (SCC e SCA) e

comparar com indivíduos controles com e sem fatores de risco.

2) Caracterizar as subpopulações de monócitos quanto a expressão de

receptores de quimiocinas (CCR2, CCR5, CX3CR1), receptores de reconhecimento

padrão (TLR2, TLR4, CD36), Tie-2 e SLAM.

3) Determinar a capacidade da subpopulação clássica de monócitos de

pacientes com doença arterial coronariana (SCC) e de indivíduos controles com e sem

fatores de risco em aderir a células endoteliais ativadas.

4) Avaliar a produção de mediadores após estimulação com antígeno presente

(26)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Casuística e caracterização dos grupos experimentais

Cada indivíduo foi informado sobre sua participação na pesquisa, assinando

um termo de consentimento pós-informação, de acordo com as normas estabelecidas

pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (Plataforma Brasil, N°. do parecer

538.397, aprovado em 03/03/2014).

Dentre os pacientes dos Ambulatórios da Disciplina de Cardiologia e da

Unidade Coronariana do Hospital das Clínicas da UNICAMP, foram selecionados

homens e mulheres com idade variando entre 30 e 80 anos para a formação de quatro

grupos distintos a serem analisados. Para a formação do grupo IV também foram

selecionados pacientes do setor de Hemodinâmica do Hospital Samaritano de

Campinas.

Grupo I (Controle) - Indivíduos sem doença coronária e sem fatores de risco para aterosclerose compõem o grupo controle, de mesma média de idade que os demais

analisados (grupos II, III e IV).

Grupo II (Fator de Risco) - Pacientes sem doença coronária com fatores de risco para aterosclerose: pacientes sem história de doença coronariana, sem antecedentes

familiares de primeiro grau ou com teste de isquemia negativo ou com

cinecoronariografia sem lesões obstrutivas acima de 50% da luz. Os pacientes

apresentaram pelo menos um fator de risco dentre os quais: hipertensão arterial

sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemia ou tabagismo.

Grupo III (Síndrome Coronariana Crônica) - pacientes com doença coronária crônica estabelecida: doença coronariana documentada através de cateterismo cardíaco com

pelo menos uma artéria coronária envolvida com obstrução acima de 50% da luz, teste

(27)

(laboratorial ou eletrocardiograficamente) ou revascularização cirúrgica, sem

episódios de eventos agudos ou mudança na classe funcional nos últimos seis meses.

Grupo IV (Síndrome Coronariana Aguda) – pacientes com síndromes coronárias

agudas com ou sem supradesnível de segmento ST: história de síndrome coronária

instável definida como pelo menos um episódio de angina de repouso durando mais

que 20 minutos nas 24 horas anteriores com alterações dinâmicas de segmento ST

>= 1mm, angina com hipotensão ou edema pulmonar sem elevação de marcadores

cardíacos.

Para os quatro grupos, os seguintes critérios de exclusão foram considerados:

a. Gravidez

b. Doença valvar significante

c. História de cirurgia ou trauma nas últimas 4 semanas

d. História de doença inflamatória aguda e crônica ou uso de imunossupressores nas últimas duas semanas

e. História de neoplasia

f. Insuficiência cardíaca congestiva ou miocardiopatia dilatada avançada g. Insuficiência renal crônica

3.2. Obtenção dos leucócitos totais de sangue periférico

Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o

sangue periférico dos diferentes grupos de pacientes e grupo controle foi coletado

(30mL) em tubos contendo heparina sódica. Para remoção das hemácias, 2mL de

sangue total foi incubado com 10mL de tampão de lise de hemácias (NaCl 10mM;

(28)

durante 10 minutos a 4ºC. Os leucócitos periféricos foram ressuspendidos em 100µL

de tampão PBS-BSA-A (PBS-BSA 0,1%; azida sódica 0,2mM) e submetidos à

caracterização fenotípica por citometria de fluxo.

3.3. Citometria de fluxo para análise das populações de monócitos

Os leucócitos periféricos obtidos conforme descrito no item anterior foram

distribuídos em placa de 96 cavidades com fundo em U (20µL por cavidade). Para a

caracterização das diferentes populações de monócitos bem como expressão de seus

receptores foi adicionado um conjunto de anticorpos para marcação de superfície:

anti-CD14 PercP.Cy5, anti-CD16 APC, anti-CCR2 PE, anti-CX3CR1 FITC, anti-SLAM

FITC, anti-Tie2 PE, anti-CD36 FITC, anti-CCR5 PE, anti-TLR2 FITC, anti-TLR4 PE.

Os anticorpos foram diluídos em 20µL de PBS-BSA-A seguido de incubação por 30

minutos a 4ºC no escuro. Após este período foram adicionados 150 µL de PBS-B-A

com posterior centrifugação por 10 minutos a 1250 rpm a 4ºC. O sobrenadante foi

desprezado, as células ressuspendidas (vórtex), com adição de 200µL de tampão

PBS-B-A, seguido de nova centrifugação (10 minutos a 1200 rpm, 4ºC). Em seguida

as células foram ressuspendidas novamente e adicionado 200µL de formaldeído 2%

seguido de incubação à temperatura ambiente por 20 minutos. Após o tempo de

incubação as células foram transferidas para tubos apropriados e o volume

completado para 300µL. Para a quantificação absoluta de cada população celular,

utilizamos o kit comercial AccuCheck Counting Beads (LifeTechnology) de acordo com

as instruções do fabricante com posterior leitura em citômetro de fluxo (FACS Calibur – BD Bioscience). A análise dos resultados realizou-se em programa específico

(FCSExpress – De Novo Software), onde analisamos a porcentagem e a quantidade

(29)

3.4. Obtenção de células mononucleares do sangue periférico (CMSP)

As CMSP obtidas de indivíduos saudáveis (80 – 100mL) e pacientes (30-40mL)

foram obtidas do sangue periférico em tubos contendo heparina sódica. As amostras

foram centrifugadas sobre uma solução de ficoll-hypaque (densidade 1,077 - 400 g

por 30 minutos a temperatura ambiente), sendo as células mononucleares (anel sobre

a solução de ficoll-hypaque) transferidas para outros tubos tipo falcon de 15 mL. As

CMSP foram submetidas a duas lavagens com meio RPMI (300 g por 10 minutos a

4ºC) e ressuspendidas em meio RPMI 1640 suplementado (soro bovino fetal 10% +

L-glutamina [2mM] + gentamicina [5µg/mL]). As células foram quantificadas e

submetidas ao isolamento de monócitos.

3.5. Isolamento de monócitos

Utilizamos dois tipos de separação para realização dos experimentos in vitro:

seleção negativa e seleção positiva.

Para os experimentos de adesão, onde não pode ocorrer ativação prévia das

células, utilizamos seleção negativa a qual fornecia monócitos enriquecidos da

população clássica. Os monócitos foram isolados utilizando-se o kit Monocyte

Isolation Kit II (Miltenyi Biotec) de acordo com as instruções do fabricante.

Resumidamente, as CMSP foram ressuspendidas a uma concentração de 1x107

células em 80µL de tampão de separação PBS-B-E (PBS-BSA [0,5%] + EDTA [2mM])

e incubadas por 10 minutos a 4ºC, com uma mistura de anticorpos biotinilados

anti-CD3 (linfócitos T), CD7 (linfócitos T), CD16 (neutrófilos e células NK), CD19 (linfócitos

B), CD56 (células NK), CD123 (células dendríticas e basófilos) e CD235a (Glicoforina

A, eritrócitos). Após a incubação foi adicionado o anticorpo anti-biotina acoplado a

(30)

com PBS-B-E (300g, 10 minutos, 4ºC), as células foram ressuspendidas em 500µL de

tampão e passadas em coluna LD (Miltenyi Biotec) de separação magnética. A fração

não retida pela coluna (monócitos) foi coletada, centrifugada (300g, 10 minutos, 4ºC)

e ressuspendida em meio RPMI 1640 suplementado na concentração de 1x106

cél/mL. Os monócitos obtidos foram utilizados para os testes descritos no item 3.6.

Para os experimentos de estimulação com HSP60 o qual precisa ser realizado

na presença das três populações de monócitos, utilizamos seleção positiva. As CMSP

foram submetidas à separação positiva por meio da incubação com anticorpos

acoplados a esferas magnéticas (anti-CD14 - MACS, Miltenyi Biotec) seguindo as

instruções do fabricante. Resumidamente, as CMSP foram ressuspendidas a uma

concentração de 1x107 células em 160µL de tampão de separação PBS-B-E

(PBS-BSA [0,5%] + EDTA [2mM]) e incubadas por 15 minutos a 4ºC, com anticorpos

anti-CD14 acoplados a esferas magnéticas. Após lavagem com PBS-B-E (300g, 10

minutos, 4ºC), as células foram ressuspendidas em 500µL de tampão e passadas em

coluna LD (Miltenyi Biotec) de separação magnética. A fração retida pela coluna

(monócitos) foi coletada com o auxilio do tampão PBS-B-E, centrifugada (300g, 10

minutos, 4ºC) e ressuspendida em meio RPMI 1640 suplementado na concentração

de 1x106 cél/mL. Os monócitos obtidos foram utilizados para os testes descritos no

(31)

3.6. Avaliação da capacidade de adesão de monócitos ao endotélio ativado

3.6.1. Cultivo e manutenção de linhagem de células endoteliais de veia umbilical humana (HUVECs)

Para os experimentos de adesão de monócitos, foram utilizadas células

endoteliais de veia umbilical humana (HUVEC - Invitrogen, Life Technologies)

cultivadas de acordo com as instruções do fabricante. As células foram expandidas

em garrafas de cultura de 75mm² com utilização de meio 200 (Invitrogen, Life

Technologies) em estufa de CO2 (5%) a 37ºC. Ao atingirem 80-90% de confluência,

as células foram coletadas com uso de tripsina-EDTA/inibidor de tripsina (Invitrogen),

centrifugadas (180g, 4°C, 7 minutos) e tiveram seu número e viabilidade

determinados, sendo novamente ressuspendidas em meio de cultura apropriado. As

células foram transferidas para placa com 6 cavidades e então incubadas em estufa

de CO2 (5%) a 37ºC, por 2 dias (tempo necessário para atingir novamente 90% de

confluência). Após esse período, as células foram submetidas a uma lavagem para

remoção das células não aderidas, foi adicionado meio 200 fresco e as células foram incubadas por 24 horas na presença ou ausência de 1ng/mL de TNF-α e/ou 1ng/mL

de IL-1β para promover ativação endotelial. Após esse período o meio foi removido,

as cavidades foram gentilmente lavadas com meio fresco para remoção das células

não aderidas e utilizadas para os testes de adesão.

3.6.2. Teste de adesão de monócitos

Para avaliar a capacidade de adesão de monócitos às células endoteliais

ativadas, os monócitos purificados, como descrito anteriormente, foram incubados nas

placas de 6 cavidades onde as células HUVECs foram cultivadas. As células foram

(32)

monócitos por poço). Após 1 hora de incubação a 37ºC em estufa de CO2 (5%), as

cavidades da placa foram lavadas gentilmente por 5 vezes (com meio de cultura a

37ºC) para desprender os monócitos não aderidos. Em seguida foi adicionado

tripsina-EDTA/inibidor de tripsina (Invitrogen) para coleta dos monócitos aderidos às HUVECs.

Com o auxílio do cell scraper, o conteúdo de cada cavidade foi removido e

centrifugado (300g, 10 minutos, 4ºC). Os monócitos aderidos às HUVECs foram

ressuspendidos em 100µL de tampão PBS-BSA-A (PBS-BSA 0,1%; azida sódica

0,2mM) e submetidos à quantificação por citometria de fluxo.

Para tal análise por citometria de fluxo, delimitamos um gate para os monócitos

baseado no tamanho (FSC) e granulosidade (SSC) (Figura 1A). Especial atenção foi

dada para a exclusão das HUVECs não aderidas. Feito isto, prosseguimos para a

identificação das populações de monócitos/HUVECs com base na expressão dos

receptores CD14 e CD 16 (Figura 1B).

Figura 1 - Análise por citometria de fluxo das subpopulações de monócitos aderidos às células endoteliais (HUVECs). A) Inicialmente foi realizado um dot plot de tamanho (FSC) por granulosidade

(SSC) para determinação do gate dos monócitos. Após isso outro dot plot foi criado (B) onde foi possível realizar a identificação das três subpopulações de monócitos com base na positividade para CD14 e CD16.

(33)

3.7. Avaliação da produção de citocinas após estímulo com HSP60 pela técnica de citometria de fluxo

Após o isolamento dos monócitos conforme descrito no item 3.5, estas células

foram mantidas em placa de 6 cavidades na concentração de 1X106 cél/mL em meio

de cultura RPMI 1640 suplementado. Estas células foram estimuladas com 5 µg/mL de HSP60 (heat shock protein 60 – Sigma Aldrich), e com 100ng/mL de LPS. Após a

estimulação as células foram incubadas por 18 horas em estufa a 37ºC com 5% de

CO2. Após este período, foi adicionado brefeldina A (10µg/mL - Sigma Aldrich) e então

as células foram incubadas nas mesmas condições descritas acima por mais 6 horas.

Terminada a incubação, as células foram retiradas da placa, e transferidas para

placa de 96 cavidades com fundo em U, lavadas com tampão PBS-BSA-A e

centrifugadas (300g, 10 minutos, 4ºC). Os monócitos foram então ressuspendidos no

mesmo tampão e foi adicionado uma mistura de anticorpos para marcação de

superfície (anti-CD14 PercP.Cy5 e anti-CD16 APC) diluídos em 20µL de PBS-BSA-A.

Após isso, foi feita uma incubação de 30 minutos a 4ºC no escuro, seguido de adição

de 150 µL de PBS-B-A com posterior centrifugação por 10 minutos a 1250 rpm a 4ºC.

O sobrenadante foi desprezado e as células ressuspendidas (vórtex) com adição de

200µL de formaldeído 2% seguido de incubação à 4ºC por 20 minutos. Em seguida

as células foram centrifugadas novamente (10 minutos a 1200 rpm, 4ºC) e lavadas

com tampão PBS-B-A com posterior centrifugação por 10 minutos a 1250 rpm a 4ºC.

Após a centrifugação, foi adicionado 150µL de tampão de permeabilização

(PBS-BSA(0,1%)-Azida sódica (0,2mM)) em cada cavidade, e as células foram

incubas por 10 minutos a 4ºC no escuro, seguido de centrifugação por 10 minutos a

1250 rpm a 4ºC. Após a centrifugação, foram adicionados anticorpos para marcação

(34)

CCL2 PE, TNF-α PE e IL-12p70 PE) diluídos em tampão de permeabilização e as

células foram incubadas por 30 minutos a 4ºC no escuro.

Após este período, foi adicionado 120 µL de tampão de permeabilização em

cada cavidade e a placa foi centrifugada por 10 minutos a 1250 rpm a 4ºC. O

sobrenadante foi descartado, as células foram ressuspendidas em PBS-BSA-A

seguida de nova centrifugação (10 minutos a 1200 rpm, 4ºC). Em seguida as células

foram ressuspendidas novamente e adicionado 200µL de formaldeído 2% seguido de

incubação à temperatura ambiente por 20 minutos. Após o tempo de incubação as

células foram transferidas para tubos apropriados e o volume completado para 300µL.

A leitura foi realizada em citômetro de fluxo (FACS Calibur – BD Bioscience) e a análise dos resultados realizou-se em programa específico (FCSExpress – De Novo

Software).

3.8. Análise estatística

A análise estatística foi realizada pelo programa GraphPad Prism, versão 6.00

para Windows (San Diego Califórnia, EUA).

A distribuição de variáveis contínuas foi avaliada para normalidade pelo teste

de Kolmogorov-Smirnov. As diferenças entre os grupos foram estimadas por meio do

teste One-way ANOVA com pós teste de Bonferroni ou Kruskal-Wallis com pós teste

de Dunn para dados com distribuição normal e não-normal, respectivamente.

Para comparação entre as variáveis dependentes com distribuição normal,

utilizamos o teste de Friedman com pós-teste de Dunn para múltiplas comparações.

A comparação entre variáveis categóricas foi realizada pelo teste Qui-quadrado. As

(35)

4. RESULTADOS

4.1. Caracterização dos grupos de estudo

Seguindo os critérios descritos no item 3.1, após a assinatura do termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE) o sangue periférico de 93 pacientes foi

coletado, sendo 16 do grupo controle (grupo I), 34 do grupo fator de risco (grupo II),

32 do grupo Síndrome Coronariana Crônica (grupo III) e 11 do grupo Síndrome

Coronariana Aguda (grupo IV).

As características clínicas e laboratoriais dos grupos estudados, descritas na

tabela 1, foram informadas pelos pacientes no momento da coleta de sangue e

(36)

Tabela 1 - Parâmetros clínicos e laboratoriais dos pacientes dos grupos experimentais. Grupo I Controle Grupo II Fator de Risco Grupo III Síndrome Coronariana Crônica Grupo IV Síndrome Coronariana Aguda Valor de p Número de Pacientes 16 34 32 11 Idade (média ± DP) 54,56 ± 8,24 59,32 ± 8,25 61,06 ± 8,93 55,0 ± 11,64 0,059 Sexo (H/M) 7/9 20/14 23/9 7/4 IMC 25,74 29,65 28,76 27,80 0,1179

Fatores de risco para doenças vasculares (%) Hipertensão 0 61,76 87,10 80,00 Diabetes 0 17,65 45,16 27,27 Tabagismo 0 11,76 16,13 63,64 Dislipidemia 0 94,12 90,63 81,82 Medicamentos (%) Anti-hipertensivo 0 60,00 96,88 80,00 Hipolipemiantes 0 56,67 81,25 70,00 Exames Laboratoriais Triglicérides (mg/dL) 100,69 ± 40,02 156,09 ± 66,9 153,27 ± 80,93 225,91 ± 186,47 0,0083 Colesterol Total (mg/dL) 181,81 ± 24,15 191,88 ± 42,3 158,17 ± 46,55 182,18 ± 41,07 0,0156 HDL-C (mg/dL) 57,0 ± 10,05 52,42 ± 16,8 51,30 ± 26,82 37,73 ± 8,15 0,0004 LDL-C (mg/dL) 104,38 ± 21,32 108,30 ± 36,5 92,40 ± 33,97 108,91 ± 31,59 0,2353 TRIG/HDL 1,91 ± 1,09 3,24 ± 1,60 3,62 ± 2,81 6,48 ± 5,93 0,001 Glicemia (mg/dL) 86,19 ± 8,09 115,03 ± 42,2 126,12 ± 50,08 130,64 ± 95,19 0,0001 PCR (mg/L) 1,75± 2,25 4,71 ± 6,97 1,91 ± 2,61 11,31 ± 8,59 0,0001

HDL-C – Lipoproteína de alta densidade; LDL-C – Lipoproteína de baixa densidade; PCR – proteína C reativa; H – Homem; M – Mulher; IMC – Índice de massa corpórea. Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn para múltiplas comparações.

Não encontramos diferença significativa entre os quatro grupos estudados

quanto a idade, índice de massa corpórea e concentrações séricas de LDL colesterol.

A proporção de integrantes do sexo masculino e feminino nos grupos I e IV foi similar,

(37)

O fator de risco para desenvolvimento de doença aterosclerótica mais frequente

nos grupos II, III e IV foi dislipidemia (94,12%, 90,63% e 81,82%, respectivamente).

Para a classificação de dislipidemia foram utilizados os valores referenciais do perfil

lipídico constantes na V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da

Aterosclerose (Tabela 2) (63) e os pacientes que apresentaram um ou mais valores

superiores aos limites estabelecidos, bem como aqueles que fazem o uso de estatina

foram classificados como portadores de dislipidemia.

Tabela 2 - Valores referenciais do perfil lipídico segundo a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose Lipídeos Valores (mg/dL) Colesterol Total ≥ 240 LDL-C ≥ 160 HDL-C < 40 Triglicérides ≥ 200

A hipertensão foi o segundo fator de risco mais frequente nos grupos II

(61,76%), III (87,10%) e IV (80%). No grupo IV também encontramos uma frequência

alta de indivíduos tabagistas (63,64%). Os indivíduos que compõem o grupo controle,

não apresentaram nenhum dos fatores de risco citados acima, com exceção da PCR

que apresentou uma média um pouco elevada (1,75 mg/L).

Diabetes foi o terceiro fator de risco mais frequente nos grupos II e III. A análise

dos níveis glicêmicos dos participantes mostrou diferenças significativas entre o grupo

controle e os grupos II e III (p=<0,0001 em ambas comparações).

Os medicamentos em uso foram agrupados em anti-hipertensivos e

(38)

angiotensina, inibidores da enzima conversora de angiotensina, β-bloqueadores e

bloqueadores de canal de cálcio foram agrupados como anti-hipertensivos, enquanto

que os hipolipemiantes incluíram os diferentes tipos de estatina. O uso de

anti-hipertensivos e hipolipemiantes foi maior nos indivíduos do grupo III (96,88% e 81,25%

respectivamente) e grupo IV (80% e 70% respectivamente). Os indivíduos do grupo

controle não faziam uso de nenhum destes medicamentos.

Com relação aos exames laboratoriais, quando analisado o perfil lipídico

encontramos diferença significativa entre grupos nas concentrações séricas de

triglicérides, colesterol total e HDL colesterol. Os grupos II e IV apresentam

concentrações plasmáticas significativamente maiores de triglicérides quando

comparado ao grupo I. O grupo III foi o que apresentou menor concentração

plasmática de colesterol total quando comparado aos outros, apresentando diferença

significativa na comparação com o grupo II. Os maiores níveis de HDL-C foram

encontrados no grupo controle comparado aos outros três grupos, apresentando

diferença significativa comparado ao grupo fator de risco e ao grupo síndrome

coronariana crônica.

A proteína C reativa, marcador inflamatório utilizado para avaliar risco

cardiovascular (64), foi significantemente maior (p<0.05) no grupo SCA em relação

aos grupos SCC, FR e controle.

Além da PCR, concentrações plasmáticas aumentadas de triglicérides e

diminuídas de HDL-C são relacionadas a aumento de risco cardiovascular (65).

Encontramos em nosso estudo um aumento gradativo na proporção TRIG/HDL entre

(39)

maiores valores no grupo SCA, com diferença significativa na comparação entre estes

dois.

4.2. Análise das subpopulações de monócitos

Para a análise das populações de monócitos, depois de realizados os

procedimentos descritos no item 3.3, foi delimitado um gate para os monócitos

baseado no tamanho (FSC) e granulosidade (SSC) (Figura 2A). As células presentes

na área delimitada foram então analisadas quanto a expressão dos receptores CD14

e CD 16 (Figura 2B).

Foi observada diferença significativa quanto a frequência das subpopulações

de monócitos circulantes nos indivíduos estudados (Figura 3). A frequência de

monócitos clássicos, ao redor de 80%, foi significativamente menor no grupo SCC

quando comparado ao controle (Figura 3A). A porcentagem de células com fenótipo

intermediário, ao redor de 5%, não diferiu entre os grupos (Figura 3B). Em relação a

população não clássica, foi observado um leve aumento da frequência de células nos

grupos FR e SCC quando comparado ao grupo controle, apresentando diferença

significativa entre os grupos C e SCC (Figura 3C).

A B

Figura 2 - Análise por citometria de fluxo das subpopulações de monócitos do sangue periférico. A) Inicialmente foi feito um dot plot de tamanho (FSC) por granulosidade (SSC) para

determinação do gate dos monócitos. A partir deste, foi feito um segundo (B) gate que permitiu a identificação de três subpopulações de monócitos com base na expressão de CD14 e CD16.

(40)

C o n t r o l e F R S C C S C A 0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 A % c é lu la s C D 1 4 + +C D 1 6 -C lá s s ic a * C o n t r o l e F R S C C S C A 0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 B % c é lu la s C D 1 4 + +C D 1 6 + In t e r m e d iá r ia C o n t r o l e F R S C C S C A 0 1 0 2 0 3 0 4 0 C % c é lu la s C D 1 4 +C D 1 6 + + N ã o C lá s s i c a *

Figura 3 - Frequência das subpopulações de monócitos do sangue periférico - A) Frequência de

monócitos clássicos (CD14++CD16-). B) Frequência de monócitos intermediários (CD14++CD16+). C)

Frequência de monócitos não clássicos (CD14+CD16++). FR= Fator de Risco. SCC= Síndrome

Coronariana Crônica. SCA= Síndrome Coronariana Aguda. As barras horizontais representam a mediana. Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn. *p<0.05

Um menor número absoluto de monócitos das populações clássica e

intermediária (Figura 4 B e C) foi observado no grupo SCC, seguindo o mesmo padrão

encontrado na análise dos monócitos totais (Figura 4A). Comparando-se os

pacientes, notamos um número maior das subpopulações clássica e intermediária de

monócitos no grupo SCA, comparado ao SCC. O mesmo foi observado em relação

aos monócitos totais. Já na população não clássica, não observamos diferença

(41)

C o n t r o l e F R S C C S C A 0 2 0 0 4 0 0 6 0 0 8 0 0 1 0 0 0 * * * * A M o n ó c it o s T o ta is /m L M o n ó c it o s T o t a is C o n t r o l e F R S C C S C A 0 2 0 0 4 0 0 6 0 0 8 0 0 * * * B C D 1 4 + + C D 1 6 -/L C lá s s ic a C o n t r o l e F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 * * * * C C D 1 4 + +C D 1 6 +/L In t e r m e d iá r ia C o n t r o l e F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 2 5 0 D C D 1 4 +C D 1 6 + +/L N ã o C lá s s i c a

Figura 4 - Número absoluto de monócitos totais e subpopulações de monócitos do sangue periférico - A) Monócitos totais circulantes. B) Monócitos clássicos (CD14++CD16-). C) Monócitos

intermediários (CD14++CD16+). D) Monócitos não clássicos (CD14+CD16++). FR = Fator de Risco. SCC=

Síndrome Coronariana Crônica. SCA= Síndrome Coronariana Aguda. As barras horizontais representam a mediana. Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn. *p<0.05, **p<0.01, ***p<0.001

4.3. Receptores de quimiocinas

Diversos trabalhos apontam para o importante papel das quimiocinas CCL2

(MCP-1), CCL5 (RANTES) e CX3CL1 (fractalquina) e seus respectivos receptores

CCR2, CCR5 e CX3CR1 no recrutamento de monócitos, promovendo o

desenvolvimento e progressão da aterosclerose (66).

Em nosso estudo, encontramos uma frequência elevada (ao redor de 100%) de

células positivas para CCR2 na subpopulação clássica de monócitos dos 4 grupos de

(42)

foi bastante elevada, principalmente no grupo SCA em relação aos grupos FR e SCC

apresentando diferença significativa em ambas as comparações. Da mesma forma, a

subpopulação de monócitos não clássicos positivos para CCR2 também foi mais

elevada nos pacientes SCA (Figura 5C).

C o n t r o le F R S C C S C A 9 0 9 5 1 0 0 1 0 5 A F r e q u ê n c ia d e c é lu la s C C R 2 + C lá s s ic a C o n t r o le F R S C C S C A 7 0 8 0 9 0 1 0 0 1 1 0 * * * B F r e q u ê n c ia d e c é lu la s C C R 2 + In t e r m e d iá r ia C o n t r o le F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 * * * * * C F r e q u ê n c ia d e c é lu la s C C R 2 + N ã o C lá s s i c a

Figura 5 - Frequência de células CCR2+ nas subpopulações de monócitos do sangue periférico

- A) Monócitos clássicos (CD14++CD16-). B) Monócitos intermediários (CD14++CD16+). C) Monócitos

não clássicos (CD14+CD16++). FR= Fator de Risco. SCC= Síndrome Coronariana Crônica. SCA=

Síndrome Coronariana Aguda. As barras horizontais representam a mediana. Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn. *p<0.05, **p<0.01, ***p<0.001

Como a subpopulação clássica apresenta uma alta frequência de células

CCR2+, sem diferenças entre os grupos, avaliamos a Intensidade Média de

(43)

Entretanto, conforme pode ser visualizado na Figura 6, as medianas das IMF também

não foram diferentes entre os grupos.

C o n t r o le F R S C C S C A 0 5 0 0 1 0 0 0 1 5 0 0 IM F C C R 2 + C lá s s ic a

Figura 6 – Análise da Intensidade Média de Fluorescência (IMF) do receptor CCR2 nos monócitos dos diferentes grupos de estudo – População clássica de monócitos FR = Fator de Risco. SCC=

Síndrome Coronariana Crônica. SCA= Síndrome Coronariana Aguda. As barras horizontais representam a mediana. Teste de Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn.

A distribuição de monócitos clássicos, intermediários e não clássicos CCR5+ foi

significativamente maior no grupo SCA comparado aos outros grupos (Figura 7A, B e

C). Embora a mediana do grupo controle tenha sido bem menor do que a dos demais,

a distribuição heterogênea não resultou em significância estatística em relação aos

(44)

C o n t r o le F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 A F r e q u ê n c ia d e c é lu la s C C R 5 + C lá s s ic a * * * * * * * C o n t r o le F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 B F r e q u ê n c ia d e c é lu la s C C R 5 + In t e r m e d iá r ia * * * * * C o n t r o le F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 C F r e q u ê n c ia d e c é lu la s C C R 5 + N ã o C lá s s i c a * * * * * * * * * *

Figura 7 - Frequência de células CCR5+ nas subpopulações de monócitos do sangue periférico

- A) Monócitos clássicos (CD14++CD16-). B) Monócitos intermediários (CD14++CD16+). C) Monócitos

não clássicos (CD14+CD16++). FR= Fator de Risco. SCC= Síndrome Coronariana Crônica. SCA=

Síndrome Coronariana Aguda. As barras horizontais representam a mediana. Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn. *p<0.05, **p<0.01, ***p<0.001.

De maneira geral a análise do receptor de fractalquina CX3CR1 mostrou uma

frequência maior de células positivas nos grupos FR, SCC e SCA no que se refere as

3 subpopulações de monócitos (Figura 8). Entretanto, as diferenças mais significativas

foram observadas na subpopulação não clássica, onde o grupo SCA apresentou

(45)

C o n t r o l e F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 A F r e q u ê n c ia d e c é lu la s C X3 C R 1 + C lá s s ic a * C o n t r o l e F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 B F r e q u ê n c ia d e c é lu la s C X3 C R 1 + In t e r m e d iá r ia C o n t r o l e F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 C F r e q u ê n c ia d e c é lu la s C X3 C R 1 + N ã o C lá s s i c a * * * * *

Figura 8 - Frequência de células CX3CR1+ nas populações de monócitos do sangue periférico - A) Monócitos clássicos (CD14++CD16-). B) Monócitos intermediários (CD14++CD16+). C) Monócitos não

clássicos (CD14+CD16++). FR= Fator de Risco. SCC= Síndrome Coronariana Crônica. SCA= Síndrome

Coronariana Aguda. As barras horizontais representam a mediana. Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn. *p<0.05, **p<0.01.

4.4. Receptores de reconhecimento padrão: TLRs e CD36

Várias linhas de evidência indicam o envolvimento dos receptores de

reconhecimento de padrão na identificação de produtos endógenos alterados

presentes nas lesões, promovendo a indução de inflamação e a formação das células

espumosas (8). Receptores do tipo Toll e receptores scavenger como CD36 são

capazes de iniciar as cascatas de sinalização que ativam múltiplos genes da resposta

(46)

Encontramos uma frequência mais elevada de monócitos TLR2+ nas três

subpopulações no grupo SCA comparado aos outros três grupos (Figuras 9A, B e C),

sendo as diferenças mais marcantes observadas na comparação entre o grupo

controle vs. SCA (Figura 9).

C o n t r o le F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 * * * * * * * A F r e q u ê n c ia d e c é lu la s T L R 2 + C lá s s ic a C o n t r o l e F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 B F r e q u ê n c ia d e c é lu la s T L R 2 + In t e r m e d iá r ia * * * * * * C o n t r o l e F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 * * * * * * * C F r e q u ê n c ia d e c é lu la s T L R 2 + N ã o C lá s s i c a

Figura 9 - Frequência de células TLR2+ nas populações de monócitos do sangue periférico - A) Monócitos clássicos (CD14++CD16-). B) Monócitos intermediários (CD14++CD16+). C) Monócitos não

clássicos (CD14+CD16++). FR= Fator de Risco. SCC= Síndrome Coronariana Crônica. SCA= Síndrome

Coronariana Aguda. As barras horizontais representam a mediana. Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn. *p<0.05, **p<0.01, ***p<0.001.

A frequência de monócitos clássicos TLR4+ também foi maior no grupo de

pacientes com SCA comparado aos grupos FR e SCC (Figura 10A). O mesmo

comportamento foi observado nas populações intermediária (Figura 10B) e não

(47)

C o n t r o le F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 * * * * F r e q u ê n c ia d e c é lu la s T L R 4 + A C lá s s ic a C o n t r o le F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 * * * * * F r e q u ê n c ia d e c é lu la s T L R 4 + B In t e r m e d iá r ia C o n t r o le F R S C C S C A 0 5 0 1 0 0 1 5 0 F r e q u ê n c ia d e c é lu la s T L R 4 + C N ã o C lá s s i c a * * * * * * * * *

Figura 10 - Frequência de células TLR4+ nas populações de monócitos do sangue periférico - A) Monócitos clássicos (CD14++CD16-). B) Monócitos intermediários (CD14++CD16+). C) Monócitos não

clássicos (CD14+CD16++). FR= Fator de Risco. SCC= Síndrome Coronariana Crônica. SCA= Síndrome

Coronariana Aguda. As barras horizontais representam a mediana. Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn. *p<0.05, **p<0.01, ***p<0.001.

A frequência de células CD36+ foi elevada (ao redor de 100%) nas populações

clássica e intermediária em todos os grupos estudados (Figuras 11A e B). Mesmo

assim foi possível notar diferenças significativas, com maior porcentagem de células

positivas no grupo SCA em relação ao controle na subpopulação clássica (Figura 11A)

e intermediária (Figura 11B). Na população não clássica foi possível distinguir 3

padrões de frequência da molécula: baixa porcentagem de células CD36+ nos

controles, frequência intermediária nos grupos FR e SCC, e maiores frequências em

Referências

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