• Nenhum resultado encontrado

Comissão dos Assuntos Externos PROJETO DE PARECER

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Comissão dos Assuntos Externos PROJETO DE PARECER"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

PA\899040PT.doc PE487.735v01-00

PT

Unida na diversidade

PT

PARLAMENTO EUROPEU 2009 - 2014

Comissão dos Assuntos Externos

2012/2033(INI) 20.4.2012

PROJETO DE PARECER

da Comissão dos Assuntos Externos

dirigido à Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos sobre as alegações de transporte e detenção ilegal de prisioneiros em países europeus pela CIA: acompanhamento do relatório da comissão TDIP do PE (2012/2033(INI))

Relatora: Sarah Ludford (*)

(2)

PE487.735v01-00 2/5 PA\899040PT.doc

PT

(3)

PA\899040PT.doc 3/5 PE487.735v01-00

PT

SUGESTÕES

A Comissão dos Assuntos Externos insta a Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes sugestões na proposta de resolução que aprovar:

A. Considerando que a União Europeia assenta no compromisso com o Estado de Direito e os Direitos Humanos, não só nas suas políticas internas, mas também a nível externo; B. Considerando que os instrumentos que regem a Política Externa e de Segurança Comum

(PESC) da UE incluem a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o Pacto Internacional das Nações Unidas sobre os Direitos Civis e Políticos (PIDCP), os dois respetivos protocolos opcionais, a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura (CAT) e o protocolo opcional da CAT, que, além de ordenar a interdição absoluta da tortura, exige também que se investiguem as alegações de tortura; considerando que as

orientações da UE em matéria de tortura estabelecem o quadro para os esforços da UE «que visam prevenir e erradicar a tortura e os maus tratos no mundo inteiro»;

C. Considerando que, para assegurar a promoção do Direito internacional e o respeito pelos Direitos Humanos, todos os acordos de associação, comércio e cooperação incluem cláusulas em matéria de Direitos Humanos; considerando, igualmente, que a UE mantém um diálogo político com os países terceiros, que assenta nas diretrizes em matéria de Direitos Humanos, as quais incluem a luta contra a pena de morte e a tortura;

considerando que, no quadro do Instrumento Europeu para a Promoção da Democracia e dos Direitos Humanos (IEDDH), a UE presta apoio às organizações da sociedade civil que lutam contra a tortura e apoiam a reinserção das vítimas de tortura;

D. Considerando que as relações entre a UE e os EUA assentam numa parceria e numa cooperação sólida em vários domínios, tendo por base valores comuns e partilhados sobre a Democracia, o Estado de Direito e os direitos fundamentais; considerando que, desde os ataques de 11 de setembro de 2001, a UE e os Estados Unidos reforçaram o seu

compromisso no que diz respeito à luta contra o terrorismo, designadamente com a Declaração Conjunta sobre a Luta Contra o Terrorismo, de 3 de junho de 2010, mas considerando também que se tornou patente uma divergência entre os compromissos declarados e as práticas e entre a política da UE e a política dos EUA na luta contra o terrorismo;

E. Considerando que o Parlamento Europeu condenou reiterada e veementemente as práticas ilegais que se tornaram coletivamente conhecidas como «entregas extraordinárias», incluindo sequestro, rapto, detenção sem julgamento (como em Guantânamo),

desaparecimento, prisões e tortura secretas, e solicitou investigações exaustivas ao claro envolvimento, ativo ou passivo, de alguns Estados-Membros na colaboração com as autoridades dos Estados Unidos, nomeadamente com a CIA, envolvendo o território da UE;

F. Considerando que a prática de atos ilegais por parte de agências da UE e/ou no território da UE poderá ter-se desenvolvido no quadro de acordos multilaterais ou bilaterais da NATO;

(4)

PE487.735v01-00 4/5 PA\899040PT.doc

PT

1. Relembra que as estratégias antiterroristas apenas podem surtir pleno efeito se conduzidas em conformidade com as obrigações em matéria de Direitos Humanos e o direito a um processo justo e equitativo;

2. Reitera a sua condenação das práticas de entregas extraordinárias, de prisões secretas e de tortura, proibidas ao abrigo do Direito nacional e internacional em matéria de Direitos Humanos e que violam, entre outros, os direitos à liberdade, à segurança, a um tratamento baseado na humanidade, à proteção contra a tortura, à presunção de inocência, a um julgamento justo, a assessoria jurídica e a proteção equitativa ao abrigo da lei; 3. Considera essencial que a UE assegure a responsabilização por quaisquer práticas

abusivas na luta contra o terrorismo, não só para que a UE possa viver de acordo com os seus valores, mas também para que possa estabelecer uma liderança internacional a este respeito;

4. Reitera o seu apelo, tal como estipula o Direito internacional e, nomeadamente, o artigo 12.º da CAT, a que todos os Estados confrontados com alegações credíveis ponham cobro à impunidade e procedam a investigações e inquéritos exaustivos a todos os alegados atos de entregas extraordinárias, prisões secretas, tortura e outras violações graves dos Direitos Humanos, de modo a apurar responsabilidades e a garantir a inculpação, incluindo a apresentação das pessoas a tribunal, sempre que existam provas de responsabilidade penal;

5. Insta a NATO e as autoridades dos Estados Unidos a realizarem as suas próprias investigações, a colaborarem plenamente com a UE e os inquéritos parlamentares ou judiciais dos Estados-Membros sobre estas matérias1, a divulgarem informações sobre programas de entregas extraordinárias e a esclarecerem que todos os acordos NATO-UE e outros acordos transatlânticos observam os direitos fundamentais.

6. Exorta as autoridades relevantes a pôr termo ao hábito de invocar o segredo do Estado relativamente à cooperação dos serviços secretos internacionais para bloquear a

responsabilidade e a reparação e insiste no facto de que apenas os motivos genuínos de segurança podem justificar o segredo, o qual é, em qualquer dos casos, revogado por obrigações imprescritíveis em termos de direitos fundamentais, tais como a proibição absoluta da tortura;

7. Insta a UE a assegurar que as suas próprias obrigações internacionais sejam plenamente cumpridas e que as políticas comunitárias e os instrumentos de política externa, tais como as orientações em matéria de tortura e os diálogos sobre Direitos Humanos, sejam

integralmente aplicados, para se poder alcandorar a uma posição reforçada que lhe permita exigir a aplicação rigorosa das cláusulas em matéria de Direitos Humanos no âmbito dos acordos de associação e para exortar os seus principais aliados, tais como os Estados Unidos, a respeitar a sua própria legislação nacional e o Direito internacional;

8. Reafirma que a luta internacional contra o terrorismo e a cooperação internacional

bilateral ou multilateral, incluindo no quadro da NATO ou entre os serviços secretos e de

1

Ver, designadamente, a Resolução do Parlamento Europeu, de 9 de junho de 2011, sobre Guantânamo: condenação iminente à pena de morte (P7_TA(2011)0271).

(5)

PA\899040PT.doc 5/5 PE487.735v01-00

PT

segurança, só deve ser realizada no pleno respeito dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais e sob o controlo democrático e judicial adequado; exorta os

Estados-Membros da UE, a Comissão, o Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE) e o Conselho a assegurar que esses princípios sejam aplicados nas relações externas, insistindo que se deve proceder a uma avaliação exaustiva dos registos das respetivas contrapartes sobre Direitos Humanos antes de celebrarem qualquer acordo,

nomeadamente em matéria de cooperação entre serviços secretos e partilha de informações;

9. Apela aos Estados Unidos, atendendo ao papel central da parceria transatlântica e à liderança dos Estados Unidos neste domínio, para que este país investigue cabalmente e garanta a responsabilização por qualquer abuso que tenha praticado, acabe com o paradigma da guerra, que, na prática, conduziu a lacunas jurídicas, ponha termo aos julgamentos militares, proceda à plena aplicação do Direito penal aos suspeitos de terrorismo e reponha a revisão da detenção e o habeas corpus, o processo justo e

equitativo, a proteção contra a tortura e a não discriminação entre cidadãos estrangeiros e cidadãos dos Estados Unidos;

10. Exorta o presidente Obama a honrar o compromisso assumido em janeiro de 2009 de encerrar Guantânamo, a fim de permitir que qualquer detido que não seja acusado regresse ao seu país de origem, ou a qualquer outro país seguro, o mais rapidamente possível, bem como a levar de imediato a julgamento os detidos de Guantânamo contra os quais existam provas suficientemente válidas, no âmbito de um processo justo e público realizado num tribunal independente e imparcial e, em caso de condenação, a ordenar a respetiva prisão nos Estados Unidos;

11. Solicita que qualquer detido que não seja acusado, mas que também não possa ser repatriado devido a um risco real de tortura ou perseguição no seu país de origem, disponha da oportunidade de ser admitido nos Estados Unidos, lhe seja proporcionada proteção humanitária em território americano e seja ressarcido1, exortando os

Estados-Membros da UE a declararem-se disponíveis para acolher os antigos prisioneiros de Guantânamo.

1

Ver n.º 3 da Resolução do Parlamento Europeu, de 4 de fevereiro de 2009, sobre o repatriamento e a reinstalação dos reclusos do centro de detenção de Guantânamo (P6_TA (2009)0045).

Referências

Documentos relacionados

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

verbais e sucessivos, pela ordem decrescente de classificação até a proclamação do vencedor. Não poderá haver desistência dos lances apresentados, sob pena de

No primeiro livro, o público infantojuvenil é rapidamente cativado pela história de um jovem brux- inho que teve seus pais terrivelmente executados pelo personagem antagonista,

“A boa notícia é que agora que o SEAT Novo Leon obteve nossa primeira qualificação cinco estrelas em segurança do adulto (e quatro em relação à segurança de crianças),

Figura 93 – Variação do perfil da intensidade de amônia formada durante a introdução de H2 na mistura gasosa, obtida na configuração de superfície para diferentes materiais

Corporate Control and Policies Page 12 UNIVERSIDAD DE PIURA UNIVERSIDAD DEL PACÍFICO UNIVERSIDAD ESAN UNIVERSIDAD NACIONAL AGRARIA LA MOLINA UNIVERSIDAD NACIONAL

A base em torno da espuma da Hybrid Elite é projectada para melhorar a estabilidade do assento e suporte, enquanto o encaixe ajustável da almofada ROHO DRY FLOATATION® proporciona um

Algumas convenções, nacionais e internacionais, servem como referencial conceitual para o desenvolvimento da Aqüicultura Sustentável, a exemplo do código de Conduta para a