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FORMAÇÃO DO PROFESSOR DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA FACE À INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR DE ALAGOAS

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Academic year: 2021

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FORMAÇÃO DO PROFESSOR DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

FACE À INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO

SUPERIOR DE ALAGOAS

Francine de Fátima Lima Batista1; Soraya Dayanna Guimarães Santos2; Neiza de Lourdes Frederico Fumes3

Eixo Temático: Formação de Professores e Inclusão

RESUMO

Sabe-se que a entrada do aluno com deficiência no âmbito educacional é o marco inicial para se alcançar a inclusão, no entanto, a formação do professor é o fator primordial para que esse aluno desenvolva e permaneça no processo de ensino e aprendizagem. Ao se tratar da formação do professor de Educação Física frente à inclusão do aluno com deficiência, ainda é necessário ocorrer mudanças que possibilitem uma melhor preparação dos professores para intervir de maneira precisa no processo de inclusão dos alunos com deficiência. Dessa forma, o objetivo do estudo foi refletir sobre a formação inicial dos professores do curso de Educação Física frente à inclusão dos alunos com deficiência na educação superior de Alagoas. A amostra foi constituída por 33 docentes do curso de Educação Física de uma Instituição de Ensino Superior do Estado de Alagoas. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o questionário PEATID III (FOLSOM-MEEK; RIZZO, 2002), adaptado para a população brasileira por Santos, Fumes e Ferreira (2015). Para analisar os dados foi utilizado a estatística descritiva. O estudo constatou que 54,55% dos professores não tiveram formação acadêmica em Educação Especial. Por sua vez, 84,85% não procuraram formação continuada na área da Educação Especial. Torna-se explícito a necessidade de adaptar a matriz curricular dos cursos de Educação Física a realidade da diversidade encontrada hoje no âmbito educacional, investindo numa formação voltada para a educação inclusiva.

Palavras-chave: Formação. Professor de Educação Física. Inclusão.

INTRODUÇÃO

A inclusão educacional da pessoa com deficiência é uma temática que está sendo bastante discutida na atualidade, com o intuito de se construir uma sociedade inclusiva. O ingresso do aluno com deficiência no âmbito educacional é apenas o início de uma longa e

1Graduanda de Educação Física Licenciatura - UFAL, e-mail: francine.batistaa@gmail.com 2Doutoranda em Educação - PPGE/CEDU/UFAL, e-mail: soraya_dayanna@hotmail.com 3Docente PPGE/CEDU/UFAL, e-mail: neizaf@yahoo.com

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árdua jornada, visto que muitas são as barreiras enfrentadas no decorrer do processo de ensino e aprendizagem, dentre elas a qualificação de toda a comunidade educacional, em especial a formação do professor que é o mediador indispensável desse processo. Para isto, Martins (2006) explica que o processo educativo inclusivo traz sérias implicações para os docentes e para as instituições educacionais, que devem centrar-se na revisão de concepções, estratégias de ensino, orientação e apoio para todos os alunos, a fim de que possam ter suas necessidades reconhecidas e atendidas, desenvolvendo ao máximo as suas potencialidades.

Dessa forma, é perceptível a necessidade de se ter uma formação inicial adequada, "tendo em vista que esta formação de professores é o início formal, de um processo de preparação e desenvolvimento da pessoa, em vista ao desempenho profissional no âmbito educacional" (ESTRELA, 2002, p. 18). De acordo com Campos (1995), a formação inicial tem o objetivo de proporcionar aos professores a informação, as metodologias científicas e pedagógicas de base, bem como a formação pessoal e social adequada ao exercício da função docente.

Quando esta formação inicial é defasada pode-se pensar numa formação que a complemente, com isso Campos (1995) afirma que o sistema de formação de professores deve se enquadrar na perspectiva de aprendizagem ao longo da vida e integrar-se no processo mais vasto do seu desenvolvimento profissional, que inclui também a formação contínua. Alvarado-Prada (2010) conceitua a formação continuada como aquela que permite que os professores compreendam continuamente seus próprios conhecimentos e os dos outros, associando tudo isso com suas trajetórias de experiências pessoais.

Com isso, a formação dos professores em uma perspectiva educacional inclusiva é um fator decisivo para efetivar os objetivos da inclusão e garantir aos alunos sua entrada, participação e permanência no processo de ensino e aprendizagem. De acordo com Tardif (2002), o saber do professor é uma construção social. Com isso, constata-se que a aquisição do conhecimento dos docentes advém da contribuição dos saberes presentes no meio social, entre eles a formação superior. Beltrame e Ribeiro (2004, p.19) reforça que:

Esta formação dos professores e o seu desenvolvimento profissional são condições necessárias para que se produzam práticas inclusivas positivas, sendo difícil avançar para uma perspectiva de escola inclusiva sem que todos os professores desenvolvam uma competência suficiente para ensinar todos os alunos.

Diante dessa afirmação, é perceptível a necessidade que o docente tem de possuir uma formação adequada que possibilite o desenvolvimento gradativo de práticas positivas frente a realidade da inclusão dos alunos com deficiência no Ensino Superior. Mazzotta (2003), destaca que a formação adequada dos profissionais que atuam com pessoas com deficiência só será possível através de uma eficiente formação acadêmica. Diante disso, pode-se afirmar que os docentes do curso de Educação Física, ao serem formados numa perspectiva de inclusão educacional, apresentarão melhores estratégias metodológicas que culminará na constante participação dos alunos com deficiência no contexto teórico e prático de suas aulas, possibilitando a permanência e a autonomia dos mesmos.

Com isso, o estudo objetivou refletir sobre formação do professor do curso de Educação Física face à inclusão do aluno com deficiência na educação superior de Alagoas.

METODOLOGIA

A pesquisa se define como um estudo quantitativo, devido a sua capacidade de considerar que tudo pode ser quantificável, traduzindo em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las (PRODANOV; FREITAS, 2013). Sua amostra foi composta por 33 docentes do curso de Educação Física de 1 Instituição do Ensino Superior da capital e

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do interior de Alagoas, sendo 18 do sexo masculino e 15 do sexo feminino, apresentando uma Média de idade igual 43 anos (Desvio Padrão= 11,76).Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado o questionário PEATID III - Physical Educators' Attitudes Toward Teaching

Individuals with Disabilities - III (Folsom-Meek, Rizzo, 2002) adaptado por Campos, Ferreira

and Block (2013), para população portuguesa. Para a população brasileira, foram realizadas adaptações linguísticas e culturais da versão de Portugal uma vez que, o português falado e escrito no Brasil apresenta alterações semânticas, fonéticas ou gramaticais substanciais, que justifiquem tal modificação (SANTOS; FUMES; FERREIRA, 2015).

Para iniciarmos a coleta dos dados, entramos em contato com a diretoria do curso de Educação Física da Universidade, com o intuito de esclarecer os objetivos e a metodologia a ser utilizada na realização da pesquisa, assim como firmar o acordo de total sigilo das identidades dos docentes participantes. Com o esclarecimento e a permissão para continuarmos a coleta, entramos em contato com os professores, e ao esclarecer a metodologia da pesquisa e aceitarem participar, foi solicitado que os professores participantes assinassem o Termo de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE, visando confirmar e tornar legalizada sua participação na pesquisa.

Os dados coletados foram organizados em tabelas e teve sua análise do tipo descritiva, que com base em Prodanov e Freitas (2013) esta análise procura descobrir a freqüência com que um fato ocorre, sua natureza, suas características, causas, relação com outros fatos. Neste estudo foi realizado por meio do percentual referente ás categorias determinadas. Em seguida, os professores receberam o questionário e responderam.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tabela 1 apresenta os valores relativos a formação acadêmica dos docentes de Educação Física referente a temática de Educação Especial.

Tabela 1. Formação acadêmica em Educação Especial

Formação acadêmica em EE N %

Sim 15 45,45

Não 18 54,55

Total 33 100

Legenda EE: Educação Especial

Na tabela 1 constatamos que 54,55% dos professores afirmaram ter tido uma formação acadêmica em EE. Apesar de ocorrer avanços no que se refere à formação inicial dos docentes do curso de Educação Física, os resultados mostraram que ainda há necessidade de se refletir sobre modificações na matriz curricular dos cursos que contemplem a inclusão educacional de modo que os professores se tornem mais qualificados. A carga horária direcionada a esta temática ainda é mínima diante da busca por uma educação superior mais inclusiva. Dessa forma, se faz necessário ocorrer uma mudança curricular, pois de acordo com Falkenbach (2006), essa transformação no currículo proporcionará aos professores ferramentas para favorecer o aprendizado de cada indivíduo no grupo, respeitando as suas potencialidades e fragilidades.

A tabela 2 apresenta os valores relativos à formação em Educação Especial fora do contexto acadêmico (formação continuada).

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Tabela 2. Formação continuada em Educação Especial Formação em EE fora do contexto acadêmico N % Sim 5 15,15 Não 28 84,85 Total 33 100

Legenda EE: Educação Especial

Na tabela 2 é apresentado que 84,85% dos professores não procuram formação continuada na área da Educação Especial, o que é possível constatar, que mesmo diante da necessidade de adquirir e aprimorar conhecimentos voltados a inclusão do aluno com deficiência esta formação continuada ainda não acontece. De acordo com Alvarado-Prada (2010, 371), “a profissão docente ainda é encarada pela sociedade e pela Universidade como sendo ‘fácil’, como algo que pode ser feito intuitivamente, dispensando uma formação de qualidade, bons materiais, boa estrutura e bons professores”. O que torna ainda mais difícil alcançar os objetivos da inclusão educacional da pessoa com deficiência.

A tabela 3 apresenta os resultados referente a formação acadêmica dos professores da amostra.

Tabela 3. Formação acadêmica

Formação Acadêmica N %

Graduação 06 18,19

Mestrado 16 48,48

Doutorado 11 33,33

Total 33 100

Na tabela 3, verificamos que 48,48% dos docentes do curso de Educação Física são possuem mestrado. Logo em seguida, 33,33% dos participantes da pesquisa afirmaram ter doutorado, e apenas 18,19% são graduados.

CONCLUSÃO

Com base no estudo realizado, foi possível constatar que a maioria dos professores do curso de Educação Física não apresentava formação inicial e continuada na área da inclusão de alunos com deficiência na Educação Superior. Essa formação é imprescindível para a construção de uma sociedade inclusiva que alveja uma “educação para todos”. No entanto, para que isto ocorra, é necessário que os professores sintam a necessidade de ter uma formação mais adequada, seja ela inicial ou continuada, para dar conta da realidade encontrada no âmbito educacional. A aquisição de novos conhecimentos pode levar ao aprimoramento de suas estratégias metodológicas permitindo intervir de maneira efetiva no desenvolvimento cognitivo, motor e sócio-afetivo de seus alunos, suprindo as necessidades educacionais de todos. É através das intervenções dos docentes e de toda a comunidade acadêmica, que o objetivo da educação inclusiva será alcançado.

REFERÊNCIAS

ALVARADO-PRADA, L. E.; FREITAS, T. C.; FREITAS, C. A. Formação continuada de professores: alguns conceitos, interesses, necessidades e propostas. Revista Diálogo

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BELTRAME, T.S.; RIBEIRO, J. Atitudes de graduandos em Educação Física do CEFID em face da inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais. R. da Educação

Física/UEM, Maringá, v. 15, n. 2, p. 17-22, 2. sem. 2004.

CAMPOS, B. Formação de Professores em Portugal. Lisboa, Instituto de Inovação Educacional, 2005.

CAMPOS, M. J. C; FERREIRA, J. P. L; BLOCK, M. “Analysing the structure, validity and reliability of the Physical Educators´ Attitude Toward Teaching Individuals With Disabilities III - PEATID III”, Annals of research in sport and physical activity, 5: 101 – 116, 2014. CASTANHO, D. M.; FREITAS, S.N. Inclusão e prática docente no ensino superior. Revista

Educação Especial. Santa Maria, n.27, p.85-92, 2006.

ESTRELA, M. T. Modelos de formação de professores e seus pressupostos conceptuais.

Revista de Educação, v. XI, n. 1, p. 17-29, 2002.

FALKENBACH, A. P.; BATTISTELLI, G.; MEDEIROS, J.; APELLANIZ, A. A formação e

a prática vivenciada dos professores de Educação Física diante da inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais na escola comum. Porto Alegre-RS. 2006.

FOLSON-MEEK, S.; RIZZO, T. Validating the Physical Educator´s Attitude toward Teaching Individuals with Disabilities III (PEATID III) Survey for Future

Professionals. Adapted Physical Activity Quarterly. 19, 141-154, 2002.

MARTINS, L. de A. R. Inclusão escolar: algumas notas introdutórias. In: MARTINS, L. de A. R. et al. (Orgs.). Inclusão: compartilhando saberes. Petrópolis: Vozes. p. 17-26, 2006. MAZZOTA, M. J. S. Identidade dos alunos com necessidades Educativas Especiais no contexto da política educacional Brasileira. Revista Movimento Niteroi. v.10, n.7, p. 11-18, 2003.

PRODANOV, C. C; FREITAS, E. C. de. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo – RGS: Universidade Feevale, 2013.

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