A Retomada dos Investimentos e o Mercado de
Capitais
Instituto IBMEC
A RETOMADA DOS INVESTIMENTOS E O MERCADO DE CAPITAIS
Sumário
I. O MERCADO DE TÍTULOS DE DÍVIDA PRIVADA NO BRASIL
II. A AGENDA ANBIMA PARA O DESENVOLVIMENTO DO MERCADO DE CAPITAIS III.O PAPEL DA INDÚSTRIA DE FUNDOS
O MERCADO DE TÍTULOS DE DÍVIDA PRIVADA
Nos últimos anos houve significativo aumento de participação dos títulos privados no total de renda fixa
500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 200 2 200 3 200 4 200 5 200 6 200 7 200 8 200 9 201 0 201 1 201 2 201 3 201 4 201 5( *)
Títulos Privados Títulos Públicos
53%
47%
Fontes: ANBIMA,BM&F BOVESPA e Cetip. (*) Até junho.
O MERCADO DE TÍTULOS DE DÍVIDA PRIVADA
As ofertas de debêntures lideram as captações com valores mobiliários de renda fixa
52,9 50,7 90,0 70,4 74,4 29,0 18,7 19,6 22,7 21,1 31,0 7,1 14,0 17,2 6,5 7,8 8,2 1,8 7,8 13,4 10,4 15,9 16,2 5,6 0 20 40 60 80 100 120 2010 2011 2012 2013 2014 2015 (*)
Debêntures Notas Promissórias FIDCs CRIs
EMISSÕES DE VALORES MOBILIÁRIOS DE RENDA FIXA (R$ bilhões)
O MERCADO DE TÍTULOS DE DÍVIDA PRIVADA
Cresce a participação dos investimentos, inclusive infraestrutura
Capital de Giro 10,3% Refinanciam. de Passivo 49,4% Inv. ou Aquisição Part. Societária 2,9% Recompra ou Resg. de Emissão Anterior 24,4% Investimento em Infraestrutura 10,1% Investimento Imobilizado 1,7% Implantação de Projeto 1,2%
Fonte: ANBIMA. (*) Até julho de 2015.
O MERCADO DE TÍTULOS DE DÍVIDA PRIVADA
Diversos setores já realizam captações de recursos com debêntures 64,9% 10,0% 6,1% 2,3% 4,4% 3,2% 0,7% 1,1% 4,0% 1,4% 1,1% 0,8% Energia Elétrica Empreendimentos e Participações Transporte e Logística TI e Telecomunicações Aviação e Aeronáutica Saneamento Alimentos e BebidasAssist. Médica / Produtos Farmacêuticos Construção Civil
Metalurgia e Siderurgia Petróleo e Gás
Outros
Fonte: ANBIMA. (*) Até julho de 2015.
O MERCADO DE TÍTULOS DE DÍVIDA PRIVADA
A conjuntura atual tem impactado o perfil de indexação e o prazo médio das debêntures
63,6% 22,1% 38,2% 26,2% 19,8% 36,7% 43,9% 20,6% 58,6% 53,4% 52,3% 61,6% 44,3% 49,5% 5,2% 10,5% 5,2% 17,1% 14,7% 7,6% 5,5% 10,6% 8,8% 3,2% 4,4% 3,9% 11,4% 1,1% 09 10 11 12 13 14 15
% do DI DI + Spread IPCA OUTROS
INDEXADORES DAS DEBÊNTURES % POR VOLUME* (%)
Fonte: ANBIMA. (*) Até julho de 2015.
4,0 5,0 5,2
6,1 5,8 5,4
3,6 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015(*)
PRAZO MÉDIO DAS DEBÊNTURES - 1ª REPACTUAÇÃO (EM ANOS)
O MERCADO DE TÍTULOS DE DÍVIDA PRIVADA
Participação dos investidores institucionais é relevante entre os subscritores das debêntures (ICVM 400 e ICVM 476)
0,9% 2,2% 3,5% 2,9% 29,6% 44,9% 39,2% 34,5% 38,9% 70,4% 54,2% 58,6% 62,0% 58,2% 2011 2012 2013 2014 2015 (*) Intermediários e Demais
Participantes Ligados à Oferta Investidores Institucionais Pessoas Físicas
SUBSCRITORES DAS DEBÊNTURES POR VOLUME (%)
O MERCADO DE TÍTULOS DE DÍVIDA PRIVADA
• Em 5 anos, foram captados R$ 11,7
bilhões em debêntures de
infraestrutura (pelo Art. 2º da Lei 12.431).
• E os incentivos tributários atraíram
os investidores pessoas físicas.
42,1% 40,4%
17,5% Pessoas Físicas
Investidores Institucionais Intermediários Financeiros
SUBSCRITORES DAS DEBÊNTURES DE INFRAESTRUTURA (%)
Fonte: Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.
O MERCADO DE TÍTULOS DE DÍVIDA PRIVADA
• Redução da taxa básica de juros (SELIC);
• Desindexação da economia a taxas diárias (DI);
• Ajustes na atuação do BNDES (mercados primário e secundário) com o objetivo de desenvolver o mercado de capitais;
• Melhoria da transparência e liquidez dos títulos corporativos; • Revisão da tributação no mercado de capitais;
• Revisão dos custos para acesso pelas empresas ao Mercado de Capitais;
• Ampliação da educação financeira para gerar cultura favorável à formação de poupança.
AGENDA ANBIMA
• Mercado primário de títulos e valores mobiliários: Aprimoramento nas regras de ofertas públicas; Apoio à atuação do BNDES.
• Mercado secundário de títulos e valores mobiliários: Padronização de escrituras de debêntures;
Desenvolvimento de instrumentos de derivativos de crédito; Fomento à liquidez via mercados eletrônicos;
Transparência – divulgação de preços e curvas de crédito. • Diversificação e ampliação da base de investidores:
Fundos de Investimento;
Entidades Fechadas de Previdência Complementar; Investidores Estrangeiros .
• Tributação.
AGENDA ANBIMA
• Motivações:
Maior agilidade no processo de elaboração e análise de escrituras; Aumento da liquidez do ativo no mercado secundário.
• Benefícios esperados: Para os investidores:
Facilidade no acesso e maior clareza das informações das escrituras (ordenação das cláusulas,
convocações de assembleias e escrituras consolidadas);
Melhor precificação do ativo (critérios de cálculo padronizados);
Maior previsibilidade de regras (resgate antecipado, vencimento antecipado, quórum); Aumento da liquidez do ativo no mercado secundário.
Para os emissores e coordenadores:
Redução do tempo necessário para estruturação / distribuição da oferta; Redução do tempo de exposição a mercado;
Redução dos custos de estruturação da oferta;
Redução dos custos de colocação, via aumento da demanda dos investidores e aumento da
liquidez dos ativos.
A INDÚSTRIA DE FUNDOS E O MERCADO DE CAPITAIS
Com base em uma regulação e autorregulação robustas, a indústria de fundos brasileira atravessou todas as últimas crises financeiras sem rupturas
500 700 900 1.100 1.300 1.500 1.700 1.900 2.100 2.300 2.500 2.700 2.900 dez-02 dez-03 dez-04 dez-05 dez-06 dez-07 dez-08 dez-09 dez-10 dez-11 dez-12 dez-13 dez-14 ju l-1 5 Fonte: ANBIMA
EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DA INDÚSTRIA DE FUNDOS (EM R$ MILHÕES)
PL: R$ 2,856 trilhões = aprox. 50% do PIB Nº de Fundos: 14.414
A INDÚSTRIA DE FUNDOS E O MERCADO DE CAPITAIS
O tamanho da indústria demonstra o seu potencial como veículo de canalização da poupança para investimentos de longo prazo
• Maiores Indústrias de Fundos: 1. EUA: US$ 18,20 tri
2. Luxemburgo: US$ 3,55 tri
3. Irlanda: US$ 2,04 tri
4. França: US$ 1,85 tri
5. Alemanha: US$ 1,79 tri
6. Austrália: US$ 1,58 tri
7. Reino Unido: US$ 1,46 tri
8. Japão: US$ 1,23 tri
9. Canada: US$ 0,96 tri
10. Brasil: US$ 0,85 tri 11. China: US$ 0,82 tri Fonte: ICI (1º Tri/15)
Brasil é a 10ª maior
Indústria de Fundos
2,3 % do PL em
Fundos no Mundo
A INDÚSTRIA DE FUNDOS E O MERCADO DE CAPITAIS
• Fundos são investidores relevantes em
diferentes mercados, o que demonstra seu potencial como veículo de alocação de recursos para investimentos
produtivos.
• Em julho de 2015, a indústria de fundos
detinha:
13% do volume de ações registrado na BM&FBOVESPA;
29% dos ativos de Renda Fixa registrados na Cetip;
43% de títulos públicos em mercado.
43 29 13 0% 50% 100% Títulos Públicos Títulos Privados Ações
PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA DE FUNDOS EM JUL/15
• Por serem alternativas coletivas de investimentos, os fundos trazem vantagens para o investidor:
Diversificação de riscos: de mercado, de crédito e de liquidez;
Utilização de expertise de gestores com maior conhecimento, experiência e dedicação, relativamente aos poupadores que investem diretamente seus recursos, permitindo, assim, que se explorem economias de escala e especialização.
• A capacidade da indústria em agregar recursos de um grande número de investidores e aplicá-los em diferentes mercados de ativos pode contribuir simultaneamente para a melhora na eficiência, estabilidade, inclusão e transparência dos mercados
• Número de clientes em julho de 2015:
Fundos de Varejo: cerca de 4,3 milhões de clientes; Tesouro Direto: cerca de 522 mil clientes;
BM&FBOVESPA: 556 mil pessoas físicas cadastradas.
19 20 20 20 21 24 28 27
41 41 40 40 40 37 35 39
14 11 12 16 14 14 14 14
11 10 9 10 10 11 11 10
15 18 18 15 14 14 12 11
dez-08 dez-09 dez-10 dez-11 dez-12 dez-13 dez-14 jun-15
EVOLUÇÃO DA CARTEIRA DOS FUNDOS (%)
Op. Compr. TPF Privados Bancários Privados Corporativos - Outros Renda Variável
Fonte: ANBIMA
A INDÚSTRIA DE FUNDOS E O MERCADO DE CAPITAIS
Em função de questões de naturezas diversas, entre as quais, macroeconômica, estrutural e regulatória, em especial tributária, a alocação de recursos pela indústria de fundos em ações e ativos corporativos de longo prazo está aquém do desejado.
A literatura e a experiência internacional mostram que:
O crescimento da
Indústria de Fundos
favorece
Formação da Poupança de Longo Prazo Desenvolvimento da Infraestrutura de Mercado37%
63%
DETENTORES DE DEBÊNTURES
Fundos Demais Investidores
3%
97%
Debêntures Demais ativos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO DA INDÚSTRIA POR ATIVOS
Fonte: ANBIMA
A INDÚSTRIA DE FUNDOS E O MERCADO DE CAPITAIS
No Brasil, efeito retroalimentador entre o desenvolvimento da indústria de fundos e o mercado de capitais pode ser potencializado, dependendo das condições de mercado e do arcabouço regulatório.
0 100 200 300 400 500 600 700 de z-01 de z-02 de z-03 de z-04 de z-05 de z-06 de z-07 de z-08 de z-09 de z-10 de z-11 de z-12 de z-13 de z-14 jun-15
Poupança LCI + LCA + LH + CRI + CRA Fundos de Varejo
Fonte: ANBIMA, Banco Central, BMF&Bovespa e Cetip
FUNDOS DE VAREJO, POUPANÇA E TÍTULOS ISENTOS (ESTOQUE - R$ BILHÕES)
A INDÚSTRIA DE FUNDOS E O MERCADO DE CAPITAIS
Mas, desde meados de 2013 a indústria vem perdendo competividade entre as alternativas de investimento.
• Países desenvolvidos, como os EUA: perfil de carteira mais diversificado (incluindo ações, dívida corporativa e ativos estruturados), contribuindo diretamente para o financiamento de atividades produtivas;
• Em geral, os investidores têm maior apetite ao risco e cultura de poupança de longo prazo.
• Países em desenvolvimento, como o Brasil: carteiras mais concentradas em títulos públicos e outros ativos de renda fixa de curto prazo, devido, muitas vezes, à
combinação de remuneração elevada, liquidez diária e baixa volatilidade;
• Investidores conservadores: baixo apetite por risco, muitas vezes devido à convivência com ciclos de instabilidade macroeconômica.
De reguladores e do mercado para estimular o direcionamento de recursos por fundos de investimento para o mercado de capitais
A Agenda para o desenvolvimento do mercado de capitais deve
considerar os investidores institucionais: entidades de previdência e a indústria de fundos
A INDÚSTRIA DE FUNDOS E O MERCADO DE CAPITAIS
Dado o tamanho da indústria de fundos no Brasil, existe espaço para atuação indutora
Potencial dos fundos como veículo para canalização de recursos para o financiamento de longo prazo no país é subaproveitado
Para potencializar o seu papel como alavanca do mercado de capitais, a indústria de fundos precisa ser competitiva
Investimentos em ativos de longo prazo poderiam ser alavancados se houvesse isonomia tributária
A INDÚSTRIA DE FUNDOS E O MERCADO DE CAPITAIS
ConclusõesEstrutura: discussão sobre papéis e responsabilidades dos agentes; debate sobre as regras e exigências aplicáveis aos diferentes produtos.
Competitividade: mitigação das assimetrias regulatórias e tributárias entre produtos; simplificação de processos; redução de custos e
internacionalização.
Clientes: aperfeiçoamento dos canais de distribuição; debate sobre a qualificação do investidor e discussão sobre suitability.
A INDÚSTRIA DE FUNDOS E O MERCADO DE CAPITAIS
Agenda de propostas• Entre os maiores desafios para o desenvolvimento do mercado de capitais no país está o
perfil do investidor brasileiro:
Avesso a risco e volatilidade;
Demandante de liquidez;
Padrão de reação associado a retornos passados.
• É preciso colocar o investidor no centro do debate, mudando o foco do produto para o
cliente.
• A distribuição de ativos orientada para o suitability deverá tornar mais segura a venda
de ativos privados de longo prazo.
• As ações direcionadas à qualificação dos investidores deverão torná-los mais
conscientes sobre os riscos inerentes às suas aplicações.
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