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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Menina Design Group (Rio Tinto)

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Academic year: 2021

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Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Instituto Politécnico da Guarda

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

SANDRINA DUARTE MACHADO

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM DESIGN DE EQUIPAMENTO

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Agradecimentos

O meu agradecimento vai, em geral, para todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que pudesse realizar este estágio, onde tive a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos durante a formação académica, bem como adquirir novos conhecimentos de âmbito profissional.

Em particular, vai para todos os colaboradores da empresa que me receberam e acolheram, auxiliando quando necessário, e, em especial, para o meu tutor, Diogo Carvalho, que me permitiu levar a cabo esta primeira experiência profissional de forma independente e autodidacta.

Aproveito ainda para deixar vincado o meu agradecimento, de igual forma, à minha orientadora, Professora Doutora Luísa Campos, que me acompanhou em diferentes situações ao longo dos três anos como aluna do Curso de Design de Equipamento e, claro, no desenrolar do estágio. Ainda para todas as pessoas do Instituto Politécnico da Guarda que, enquanto Primeira Secretaria do Núcleo de Design de Equipamento, apoiaram sempre o meu objectivo de elevar o Curso e o Instituto a um patamar superior. Para estes vai o meu verdadeiro reconhecimento. Gostaria de deixar ainda a minha gratidão, em particular, aos meus pais pela força, dedicação e espírito de sacrifício ao longo do meu percurso académico, para que o meu sonho de criança se tornasse realidade.

Finalmente, deixo a todos os professores que mostraram o verdadeiro objectivo dos

designers e, não menos importante, a todos os amigos que me acompanharam nesta jornada um

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Ficha de Identificação

Aluno: Sandrina Duarte Machado Número do aluno: 1010179

Instituição: Escola Superior de Tecnologia e Gestão – Instituto Politécnico da Guarda Curso: Design de Equipamento

Empresa: Menina Design Group – MDG Sede da Menina Design Group:

Travessa Marques de Sá, 68 4435-324|Rio Tinto

Telefone: +351 224 881 669 Fax: +351 224 887 170

Studio Office / Atelier

Palácio das Artes – Fábrica de Talentos Largo de S. Domingos nº16-22

Fax: +351 222 015 850

Supervisor de Estágio: Juliana Guiomar

Categoria na Empresa: Design Thinker, Assistente Pessoal CEO

Início de Estágio: 12 de Agosto de 2013

Conclusão de Estágio: 27 de Setembro de 2013

Duração do Estágio: 280 horas

Professor Orientador: Luísa Maria Lucas Queiroz de Campos, Professora Coordenadora da

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Plano de Estágio Curricular

O plano de estágio contemplava a realização da pesquisa do mundo da marca DelightFull e das marcas concorrentes; o estudo sobre a gramática “Stilnovo”; apoio em projectos custom

made para clientes; a modelação 3D; renderização de peças DelightFull; desenvolvimento do

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Resumo do Trabalho

O estágio teve início no dia doze de Agosto e terminou no dia vinte e sete de Setembro, tendo decorrido na empresa DelightFull, pertencente ao Grupo Menina Design.

Basicamente houve lugar à pesquisa do mundo DelightFull e das marcas concorrentes e à criação de um Ebook sobre “Stilnovo”; análise, estudo, modelação 3D e renderização dos candeeiros DelightFull, Madeleine Suspension, Stanley Suspension e Floor, ETTA Wall e Suspension e Galliano (opção uma peça, duas peças e três peças) realizados num software 3D,

Solidworks 2013, que me propus aprender de forma autodidata.

Para além disso, prestei auxílio num projecto custom made para uma cliente americana,

em que me foi solicitado desenvolver um candeeiro idealizado pela própria e desenvolvi um projecto pessoal em que pude criar duas versões do candeeiro Matheny Suspension, do Matheny

Suspension foco e Floor. Infelizmente não tive oportunidade de projectar o candeeiro Matheny Table, devido ao facto de os meus orientadores se encontrarem ausentes por motivos de trabalho,

em feiras internacionais. Todavia mantive uma postura proactiva, tendo deixado algumas propostas em esboço.

Por fim, fui convidada a conhecer os armazéns, e como remate do estágio tive oportunidade de ver lançadas no mercado as minhas duas propostas de candeeiros Matheny

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Índice

Capítulo I - Localização e Apresentação da Empresa ... 1

1.1 Introdução ...2

1.2 Apresentação da Empresa ...3

1.3 A Cidade do Porto ...3

1.4 História da Cidade do Porto...3

1.5 Espaços Culturais ...4

Capítulo II - Empresa ... 6

2.1 Menina Design Group ...7

2.2 Objectivos...7 2.3 História ...8 2.4 Instalações ...9 2.5 Colaboradores ...10 2.6 Mercados ...10 2.7 A Boca do Lobo® ...11 2.8 A DelightFull ...11 2.9 A BRABBU ...12

Capítulo III - Trabalho Desenvolvido ... 13

3.1 Objectivos e Metodologia Projectual ...14

3.1.1 Objectivos ...14

3.1.2 Metodologia Projectual ...14

3.2 O Dia-a-Dia na Empresa ...15

Capítulo IV - Pesquisa do Mundo DelightFull ... 16

4.1 Pesquisa Mundo DelightFull ...17

4.1.1 - Primeiro Briefing Interno ...17

4.1.2 - Segundo Briefing Interno...17

Capítulo V - Ebook Stilnovo ... 19

5.1 Criação do Ebook sobre Stillnovo ...20

5.1.1 - Primeiro Briefing Interno ...20

5.1.2 – Segundo Briefing Interno ...21

5.1.3 – Terceiro Briefing Interno ...22

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Capítulo VII - Modelação de Peças DelightFull ... 26

7.1 Modelação de Peças DelightFull ...27

7.2 Candeeiro Madeleine Suspension ...27

7.2.1 – Primeiro Briefing Interno ...27

7.3 Candeeiro Stanley Suspension ...28

7.4 Candeeiro Stanley Floor...29

7.5 Candeeiro ETTA Suspension e Wall...30

7.6 Candeeiro Galliano Wall ...33

7.6.1 – Segundo Briefing Interno ...34

Capítulo VIII – Projecto Pessoal: ... 35

Candeeiro Matheny Suspension ...35

8.1 Projecto pessoal - Candeeiro Matheny Suspension ...36

8.2 Esboços/Ideias para os Candeeiros Matheny Suspension, Wall e Floor...39

8.2.1 – Primeiro Briefing Interno ...41

8.2.2 – Segundo Briefing Interno ...42

8.3 Segunda Proposta para o Candeeiro Matheny Suspension ...48

8.5 Candeeiro Matheny Floor ...52

Capitulo IX - Conclusão ... 53 9.1 Conclusão ...54 Capítulo X - Bibliografia ... 56 10.1 Bibliografia ...57 10.2 Webgrafia ...57 Capítulo XI - Anexos ... 59

Anexo 1 -Ebook Stilnovo ...60

Anexo 2 - The Italian Light ...98

Anexo 3 – Sketchs Complementares ...105

Sketchs complementares ...106

Anexo 4 – Desenho Técnico ...107

Peça 1 - Matheny Suspension ...108

Peça 2 - Matheny Suspension ...109

Matheny Suspension FOCO ...110

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Índice de Abreviaturas

DL ………...………DelightFull CEO………..Chief Executive Officer Cm ………...Centímetros EUA ………..Estados Unidos da América h. ………...Horas MDG ………..Menina Design Group MDI ………...Menina Design Interiores Prof. ………Professor Trav. ………Travessa Fig. ……….Figura mm ………...milímetros

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Capítulo I - Localização e Apresentação da

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1.1 Introdução

O presente relatório descreve as principais actividades desenvolvidas durante o estágio curricular e encerra o processo que conduz à aquisição do grau de licenciada em Design de Equipamento.

Inicialmente fiz uma breve caracterização da cidade onde a empresa se insere, procedendo ao seu enquadramento histórico, geográfico e cultural. Após uma caracterização sumária da instituição, desde a sua localização e o sector de actividade até à organização interna da mesma, apresentei as actividades realizadas no desenrolar do estágio. Neste documento procuro fazer uma descrição objectiva e detalhada dos dois principais projectos realizados e restantes trabalhos experimentais. Na exposição das actividades desenvolvidas procuro indicar as aprendizagens efectuadas, as dificuldades encontradas e o modo como foram superadas ao longo do período de estágio. No final, apresento uma conclusão relativa a todas as actividades levadas a cabo durante o estágio, de forma a fazer uma avaliação do mesmo, tendo em consideração a consolidação das matérias curriculares e a aprendizagem feita.1

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Fig. 1– Infante D. Henrique. Fonte:

www.agendalx.pt/evento/o-infante-d-henriq ue#.Uoz 81bGp3L8.

1.2 Apresentação da Empresa

O estágio curricular, realizado na empresa Menina Design Group (MDG), no distrito do Porto, enquadra-se na unidade curricular com o mesmo nome do 3º ano do curso de Design de Equipamento da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda. A empresa está sediada em Rio Tinto e tem estúdio no Palácio das Artes – Fábrica de Talentos, localizado no Centro Histórico da cidade do Porto.

1.3 A Cidade do Porto

A cidade do Porto, sede do distrito com o mesmo nome, conhecida por ser uma grande metrópole, é também distinta pelas suas pontes e única a nível arquitectónico, conciliando o estilo contemporâneo com o clássico. Mundialmente conhecida pelo seu vinho e pelo seu centro histórico, classificado património mundial da UNESCO, tem 41,66 km² de área, tendo uma população de 237.559 habitantes (censos de 2011).

A cidade do Porto desenvolve-se ao longo das margens do Rio Douro, formando uma paisagem urbana em que a diversidade da arquitectura civil e religiosa testemunha o percurso de um centro histórico que remonta às épocas romana, medieval, renascentista, barroca e neoclássica.

1.4 História da Cidade do Porto

A vida humana nesta metrópole aparece desde o Paleolítico Superior. Chamada pelos romanos como Portus Cale, esta cidade tem origem pré-romana, acreditando algumas pessoas que devemos a ela o nome do nosso país, Portugal. Durante a época do Renascimento, a cidade foi berço do Infante D. Henrique, um dos navegadores mais importantes do início da era dos descobrimentos. As feiras da época deram à cidade um

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melhoramento da qualidade de vida dos locais, tendo sido construídas praças e ruas mais alargadas. No ano de 1517, o Porto perdeu privilégios graças ao foral de 20 de Junho e às políticas de centralização dos poderes e serviços implementadas por D. Manuel. Apesar de todas as vicissitudes a que estiveram sujeitos, os portuenses nunca perderam o amor à liberdade e a personalidade forte que sempre os caracterizou. Assim, nos finais do século XVIII, a retoma económica e o aumento da população resultaram no crescimento da cidade para fora das suas muralhas, uma tendência que continua até aos nossos dias.

1.5 Espaços Culturais

No Porto há vários espaços culturais que se foram desenvolvendo ao longo dos tempos. Nos anos 20 do século passado, Serralves não passava de uma antiga quinta. Em 1986, o Estado adquiriu a quinta e criou a Fundação Serralves, que alberga o Museu de Arte Contemporânea, criado pelo arquiteto Siza Vieira. Tem tudo para incentivar o debate, a curiosidade sobre arte e ainda, de forma criativa e proativa, a reflexão sobre a sociedade contemporânea.

A Casa da Música foi imaginada pelo arquiteto holandês Rem Koolhaase para assinalar, em 2001, o Porto como Cidade Europeia da Cultura. Este é marco e edifício português dedicado inteiramente à música.

Fig. 2 – Museu da Arte Contemporânea. Fonte: www.museuartecontemporanea.pt/pt.

Fig. 3 – Casa da Música. Fonte: www.casadamusica.com.

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Não menos importante, o Museu do Vinho do Porto encontra-se num antigo armazém do século XVIII, que pertence à Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Aqui, pode conhecer-se a história comercial da cidade relacionada com o Vinho do Porto.

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2.1 Menina Design Group

A Menina Design Group (MDG) é um grupo empresarial português em que o design é um factor estratégico e diferenciador para o desenvolvimento de negócios que elevam o design português à escala mundial. É movido por pessoas motivadas, persistentes e com vontade de vencer, que partilham a mesma visão daquilo que Portugal necessita: ambição, inovação, conhecimento, persistência e oportunidades. É reconhecida como uma organização de experiência comprovada no domínio do design, estando presente em mais de 50 países, facto que,

por se tratar de uma instituição sobejamente identificada pela criatividade, atitude revolucionária e poderosa visão sobre o futuro, cativou o meu interesse.

2.2 Objectivos

A MDG tem por objectivo transportar o design português para uma escala mundial, possuindo uma equipa de excelência que esgrime todos os dias para conquistar o mundo através do design e que, a cada passo dado, está com os olhos postos no futuro. Impulsiona o design através de uma dinâmica empresarial que permite desenvolver e promover processos de inovação, que criam uma Rede de Comunicação entre designers, marketeers e indústria. O processo da empresa para a inovação é suportado pelo pensamento estratégico de design e alavancado através do marketing. Por sua vez, o gosto pelo desconhecido permite ao grupo apresentar regularmente novas propostas ao mercado

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2.3 História

A Menina Design Group foi fundada em 2003 por dois jovens recém-licenciados: Amândio Pereira e Ricardo Magalhães, ambos designers, de produto e de interiores, respectivamente. Foi nos interiores que deram o primeiro passo, com a MDI - Menina Design Interiores e encontraram uma forma de obter retorno rápido de tudo o que investiam. Em pouco tempo sentiram a necessidade de criar peças novas que fossem alvo de diferenciação nos seus projectos. No início, enfrentaram várias barreiras para singrarem no mercado e uma das principais foi o facto de os seus fornecedores rejeitarem as suas peças, afirmando que seria impossível a produção das mesmas. Este facto levou a um novo passo: a fundação da PREGGO, uma equipa sem limites, disposta a tornar os projectos de sonho em realidade, constituída por homens na altura desempregados que já tinham perdido toda a paixão pela marcenaria, cuja arte estaria prestes a desaparecer com esta geração.

Em 2005 nasce a Boca do Lobo, a marca mais forte dentro do grupo e provavelmente a melhor referência do Design português, possuidora de um forte reconhecimento nos mercados internacionais. Logo no primeiro ano esteve exposta no Harrod’s, foi capa de centenas de revistas e de um livro, tendo arrecadado prémios internacionalmente reconhecidos. Em 2008 criaram uma nova marca produto, com a vertente de iluminação - DelightFull. Nesse momento com apenas uma coleção, Heritage, esteve presente nos mercados mais competitivos como Estados Unidos da América e Reino Unido. Inspirada nos anos 50, 60, 70, e 80, durante 2011 teve um crescimento exponencial, estando pela primeira vez exposta em feiras com stand próprio. Criaram a Portugal Brands, um movimento de marcas portuguesas unido para promover o design e Portugal no mundo, pois perceberam que, sozinhos, o percurso seria muito longo e mais difícil. Em 2010 criaram também dois blogs distintos: ClubDelux, um blog de partilha da cultura do luxo, e Design Gallerist, um blog de design contemporâneo para mais tarde se transformar numa galeria de venda online das peças de design mais cobiçadas em todo o mundo. Também em 2010 foi lançada a primeira pedra para a Fundação do Design, um projeto de cariz social, de grande importância, tendo como objectivo ser uma casa para designers e marketers, para que se faça a ponte entre o ensino e a indústria.

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2.4 Instalações

No que respeita às instalações, a empresa Menina Design Group tem sede na zona industrial de Rio Tinto, num escritório dentro das instalações da PREGGO.

As instalações são constituídas por uma linha de construção de móveis com sete marceneiros, uma secção de colocação de folha de ouro e polimento, um espaço de acabamentos com secção de “lixagem”, duas cabines, uma de pintura e outra de tapa poros, uma secção de montagem e embalagem e um departamento de engenharia.

Tem também ao seu dispor uma sala de reuniões, outra onde se encontra o departamento de vendas e uma outra sala para funcionários administrativos da empresa.

Contém ainda um Studio Office / Atelier instalado no edifício Palácio das Artes - Fábrica de Talentos situado no Largo de S. Domingos, em pleno Centro Histórico da cidade do Porto. Nesta zona existem salas para designers e marketers.

Fig. 4 – Palácio das Artes. Fonte: http://www.flickr.com/photos/kuartzo

/4469047761/.

Fig. 5 – Instalações da PREGGO. Fonte: Elaboração própria.

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2.5 Colaboradores

Actualmente a empresa Menina Design Group contém aproximadamente trinta e quatro colaboradores nos quadros da empresa, dos quais seis são designers, catorze são colaboradores da PREGGO e outros catorze são marketeers, com idades compreendidas entre os 22 anos e os 55 anos.

2.6 Mercados

A Menina Design Group encontra-se no mercado com quatro marcas de mobiliário, a Boca do Lobo®, a DelightFull, a BRABBU e a KOKET. Presta serviços aos seus clientes com a Portugal Brands, a Menina Design Interior e a PREGGO. Os websites que disponibiliza são o ClubDelux e o Design Gallerist. Para além disto aposta na formação dos designers portugueses e ainda apoia a Fundação do Design.

A nível internacional os principais clientes são a Inglaterra, a França, o Qatar, os Estados Unidos da América, Hong Kong e a Rússia, tendo como principais compradores lojas de mobiliário e decoração, designers de interiores, amantes de design, decoradores de interiores, arquitectos e hotéis de luxo.

Fig. 6 – Marcas da empresa separadas por categorias. Fonte: Empresa Menina Design Group.

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2.7 A Boca do Lobo®

A Boca do Lobo® é uma marca de design de mobiliário que tem como objectivo criar mobiliário exclusivo com alma e identidade únicas. Entende e interpreta o passado através da tecnologia e do design contemporâneo. Cria peças que nos transportam para memórias do passado, de forma a oferecer aos clientes peças singulares e intemporais com personalidade e excelência dignas de uma peça de arte. Disponibiliza três coleções, a Soho Collection, a Coolors

Collection e a Limited Edition Collection.

2.8 A DelightFull

A DelightFull é uma marca jovem que cria peças de iluminação únicas, devido à paixão empregue pelos seus designers e o know-how dos seus artesãos. É guiada pelas melhores referências de iluminação do século XX, sem nunca esquecer o presente.

A DelightFull cria e produz peças de iluminação que apresentam uma gama variada dentro de quatro tipologias de peças: chão, tecto, mesa e parede. Consegue dar resposta a encomendas de serviços por medida, daí que faça projectos de iluminação e criação de peças

custom made.

Fig. 7 – Logotipo da marca Boca do Lobo®. Fonte: www.bocadolobo.com.

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A DelightFull representa o passado dos anos 40, 50, 60 e 70 de uma forma descontraída. As peças são resultado de um casamento entre o melhor da iluminação vintage e as melhores técnicas contemporâneas, criando fresh classics.

2.9 A BRABBU

A BRABBU é uma marca de design que representa uma forma intensa de habitar,

respondendo a um estilo de vida exigente e cosmopolita com uma carga emocional que a liga às forças da natureza, reinterpretando essa natureza. Combina a linguagem cosmopolita com a pureza dos materiais, das texturas, das cores e dos cheiros da natureza e diferentes culturas. Dispõe de uma oferta integrada de peças de mobiliário, estofos, iluminação, tapetes, arte e acessórios que transmitem o espírito da mãe natureza, dando a possibilidade de criar ambientes repletos de memórias e de experiências sensoriais.

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Fig. 8 – Logotipo da marca DelightFull. Fonte: www.delightfull.eu.

Fig. 9 – Logotipo da marca BRABBU. Fonte: www.brabbu.com.

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3.1 Objectivos e Metodologia Projectual

3.1.1 Objectivos

Neste estágio, o principal objectivo era o contacto com o mundo do trabalho e a aprovação dos ensinamentos académicos obtidos ao longo dos três anos da licenciatura, tudo indo ao encontro de me integrar da melhor forma numa nova etapa da minha vida profissional.

O segundo objectivo, mas não menos importante, era a possibilidade de contactar com outros designers e também com os marketeers e, assim, aprender a comunicar com maior eficácia as peças da minha autoria.

3.1.2 Metodologia Projectual

Com o decorrer do estágio, e a realização dos trabalhos propostos, foi necessário o uso de uma metodologia projectual, que determinou as etapas a percorrer no processo de design. Os projectos apresentados pelo Diretor de Produto e designer da DelightFull, Diogo Carvalho, na presença da supervisora de estágio, Juliana Guiomar, estavam inseridos na “Design Minds” da DelightFull, que é uma lista de objectivos predefinidos a cada três meses pela marca.

Nos primeiros briefings, foi-me pedido que apresentasse a minha interpretação do projecto, que, por sua vez, fosse ao encontro das características definidas pela marca. Numa etapa seguinte, de definição dos problemas, analisei qual seria o objectivo, qual a sua mensagem e para quem se destinava o projecto. Tendo sido colocadas tais questões, iniciei a etapa seguinte que consistiu na recolha de dados relativamente à proposta, recolha que se baseou num processo de sincronia, ou seja, comparação dos produtos já existentes, permitindo uma compreensão mais detalhada do produto no mercado, e de diacronia, que permitiu um conhecimento histórico da evolução do produto. Inicia-se assim a etapa de criatividade, que resulta da síntese de informações assimiladas nas etapas anteriores, as definições dos problemas e a recolha de dados realizada. Durante todo o processo de elaboração dos projectos foi aplicada a metodologia projectual acima descrita.

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3.2 O Dia-a-Dia na Empresa

O primeiro contacto estabelecido com a empresa foi promovido pela designer Juliana Guiomar, colaboradora interna, tendo-me apresentado o espaço, a equipa e a tipologia de trabalho desenvolvido pelo Grupo Menina Design e suas marcas. Posteriormente apresentou-me também os horários e as regras da empresa e foram-me propostos os projectos a realizar nas 280 horas contempladas para o período de estágio.

O meu horário de trabalho no Palácio das Artes era das 9:30 até às 13:00 horas e das 14:00 até às 18:00 horas.

Como a todos os colaboradores da empresa Menina Design Group, solicitaram-me o envio dos objectivos diários, pela manhã, para o CEO e para o responsável da marca e, no final do dia, o envio de todo o material desenvolvido, para que o trabalho fosse acompanhado por esses mesmos órgãos da empresa.

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4.1 Pesquisa Mundo DelightFull

Quando iniciado o estágio, no dia doze de Agosto, e depois de conhecer todos os departamentos da empresa, foi-me indicado que iria trabalhar na DelightFull, a única empresa de iluminação da Menina Design Group. Mostrei a minha vontade de conhecer e trabalhar com todas as marcas da empresa, com o objectivo de ter um leque de experiência mais vasto, pois todas trabalham de forma singular e com diferentes mercados. Dado que o estágio apenas dispunha de 280 horas foi impossível realizar esse desejo.

4.1.1 - Primeiro Briefing Interno

Na primeira reunião que tive foram-me apresentados os profissionais da empresa onde iria estagiar e, em conjunto, preenchemos o plano de estágio, em que ficaram definidos os projectos que iria realizar. Contemplava o estudo da empresa e das suas concorrentes, a criação de um

Ebook com uma nova corrente estilística e visual que a empresa queria implementar no mercado,

o desenvolvimento e desenho 3D de peças DelightFull e a criação do projecto pessoal.

Ainda nesse dia comecei a ver catálogos, a analisar as peças detalhadamente, a estudar os mercados com que trabalhavam, a maneira como direccionavam as marcas nos mesmos, a estudar o site e os projectos das marcas concorrentes.

4.1.2 - Segundo Briefing Interno

Na segunda reunião, ainda na mesma semana, mostrei os dados referentes à pesquisa feita sobre a empresa DelightFull e os seus concorrentes. Desta pesquisa entendi que na empresa onde estagiava esta marca era relativamente jovem. Cria e produz produtos de iluminação que apresentam uma variada gama dentro de quatro tipologias de peças: chão, tecto, mesa e parede. Trabalha no mercado de várias formas, fazendo encomendas de serviços por medida, fazendo projectos de iluminação custom made. As suas peças são criadas com a base histórica que liga os anos 40, 50, 60 e 70 rebuscando um misto de vintage e as melhores técnicas contemporâneas, criando assim um fresh classic. Como é uma empresa recente conta com poucos membros fixos, sendo a sua maioria estagiários. Apesar de ser uma empresa em ascensão já demarca de forma singular o seu espaço no mercado internacional.

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Esta marca da MDG trabalha diariamente para transportar as suas criações a uma escala global, podendo ser facilmente encontradas em lojas de iluminação e nas grandes feiras internacionais, sendo um exemplo disso a Maison&Object.

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5.1 Criação do Ebook sobre Stillnovo

O meu segundo projecto era a construção de um Ebook para anunciar aos clientes da marca uma nova gama de candeeiros que iria sair em breve. Era requerido neste livro que eu pesquisasse, com bases históricas, sobre a referência Stillnovo. Teria de entender o que era, em

que época existiu, e analisar o ambiente político, social e artístico.

5.1.1 - Primeiro Briefing Interno

Nesta reunião, o meu orientador facultou-me a informação de que Stillnovo teria sido uma corrente artística dos anos 40, 50, 60 e 70. Porém, posteriormente, descobri que era uma empresa de iluminação de topo, no período Pós-Segunda Guerra Mundial. Posto isto, comecei a ter um objectivo concreto que definia a minha investigação: entender o tempo em que esta empresa subsistiu, qual era o panorama político e social, pois seria decisivo para entender a maneira como esta empresa agia do ponto de vista artístico.

Depois de conseguir reter informação relativa ao tempo e políticas adoptadas, comecei por pesquisar exemplos reais dos resultados de todos os factores. Iniciei por pesquisar as empresas mais emblemáticas da época, a Stillnovo, a Flos, a Azucena e a Fontanart. A partir daqui, debrucei-me sobre o que as influenciou, as suas peças, os materiais usados e as técnicas de manufactura. De seguida, considerei que podia ir mais longe e reuni nomes de célebres designers do período em questão tendo dado atenção à sua biografia, à filosofia de concepção e às peças. Analisei nomes como Gaetano Sciolari, Achille Castiglioni, Elio Marinelli, Gae Aulenti, Gino

Sarfatti, Gio Ponti, Ignazio Gardella, Joe Colombo, Lucianso Vistosi, Mario Bellini, Pier Giacomo, Serge Mouille e Magistretti. Durante este processo de investigação, também considerei

fulcral a posse de documentação visual, como imagens de candeeiros e peças, uma vez que revelava o tempo que decorria e, assim, eu podia fundir as informações e completá-las. Depois de ter começado a perceber onde pesquisar, passei a fazer, a cada dia que passava, na empresa, uma hora de pesquisa, indo em busca das peças daquele período áureo do design e de revistas de iluminação do mesmo período, o que me inspirou cada vez mais2.

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Uma das dificuldades que tive neste trabalho de investigação foi a falta de informação concisa e credível na internet. Pareceu-me ser um assunto pouco explorado e, por isso mesmo, ainda mais atraente aos meus olhos. Mesmo assim comecei a construir mentalmente uma época, com determinadas regras e costumes, e a comparar as produções artísticas, especialmente nos seus detalhes, que eram determinantes para a compreensão global do que era usado na época. Mostra real deste fato foi que, nesta altura, do Pós-Segunda Guerra Mundial, toda a indústria era bélica, pois estávamos no rescaldo de uma grande guerra e, quando olhamos para as luminárias da época, deparamo-nos com um rebuscar das técnicas dessa indústria porque não havia dinheiro para reformar as fábricas, de onde concluí ter sido este um factor definidor do estilo usado.

Não descartando quaisquer possibilidades de obter mais informação, comuniquei com

designers e galerias de todo o mundo para me esclarecer e poder completar o meu raciocínio.

Deste exercício que fiz, resultou um Ebook, que actualmente se encontra no departamento gráfico para lançamento no final do ano. Achei um exercício gratificante, pois coloquei em prática muito do que apreendi na universidade, nomeadamente na área das pesquisas, o facto de ter aprendido a investigar e a criar ambientes dentro de um clima conceptual e de construir um “puzzle” com poucas peças.

5.1.2 – Segundo Briefing Interno

Antes do términus deste exercício, propus à empresa uma outra forma de apresentar este livro aos clientes, dado que os candeeiros nunca vão montados, devido a uma questão de rentabilização de espaço e dinheiro. Achei que seria importante criar uma história para a recepção destas peças únicas de iluminação, algo que destacasse esta marca até nos mínimos pormenores.

A ideia passou por, na hora em que o cliente recebesse a luminária, e dado que eles vão desmontados, a peça principal, a que liga todas as outras, ter, presa por um cordelinho, a “história de vida daquele objecto”. Tudo isto num misto de algo físico e psicológico. Com este método, pretendi mostrar o envolvimento físico com o histórico, e que aquela peça não lembrasse apenas a alquimia dos séculos 40, 50 e 60, mas sim, um todo. A ideia foi aprovada pela empresa.

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5.1.3 – Terceiro Briefing Interno

A minha terceira reunião foi com o “pai de marca”, nome dado ao responsável pela marca, e restantes colegas da mesma, designers e marketers. Foi proposto que apresentasse oralmente toda a minha pesquisa e técnicas de investigação, na tentativa de começar a modelar as mentes dos mesmos para uma nova gama de peças, filosofia e conceito. Nesta reunião entreguei o

Ebook final, que foi cedido ao director geral da empresa Menina Design Group e,

consequentemente, ao departamento gráfico para começar a ser trabalhado.

Esta reunião teve ainda como objectivo informar-me de que até ao fim do estágio o “pai de marca” e parte da empresa DelightFull não poderiam mais orientar-me devido ao facto de se encontrarem ausentes para representarem a Menina Design Group nos certames internacionais, mas que iria ser orientada por um colega da marca.

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6.1 Apoio em projecto Custom Made

Após ter saído do briefing foi-me fornecida informação de que uma cliente dos Estados Unidos queria que projectasse um candeeiro sob medida. Foi-me imediatamente estabelecido o contacto com a mesma e explicada a situação. A cliente tinha visto um candeeiro numa loja de roupa do qual gostou e, por conhecer a empresa como bons executadores, com grande qualidade e eficiência, veio propor o mesmo candeeiro.

Nos primeiros e-mails foram estabelecidos pontos como a forma e os materiais que o candeeiro iria ter. A nível dos materiais era vidro fosco para o abat-jour, latão cromado para o braço e para o suporte madeira envernizada. Apesar de a empresa ainda só trabalhar com materiais ferrosos também aceita encomendas deste tipo.

Mediante a descrição da cliente enviei-lhe a primeira proposta, com qual concordou, tendo apenas solicitado pequenos ajustes tais como: aumentar o tamanho do abat-jour e diminuir o tamanho do aplique de parede. Por conseguinte, a consumidora gostou do candeeiro e

mandou-Fig. 10 – Primeira proposta do candeeiro encomendado pela cliente internacional. Fonte: Elaboração própria.

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o executar na empresa. O candeeiro não está projectado com materiais que realmente foram usados porque a empresa tal impõe neste tipo de projectos.

Fig. 11 – Vistas do Candeeiro final (encomenda da cliente estrangeira). Fonte: Elaboração própria.

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7.1 Modelação de Peças DelightFull

A terceira etapa do meu plano de estágio consistiu na modelação de peças da marca, sendo-me fornecidos dados concretos da parte de construção, peças existentes, moldes, materiais, tipo de mão-de-obra, entre outros.

Assim, fui até ao armazém da marca, em Rio Tinto, onde me foram mostrados os candeeiros à escala real, os materiais e a forma como eram construídos.

7.2 Candeeiro Madeleine Suspension

7.2.1 – Primeiro Briefing Interno

Após uma breve reunião com os responsáveis, foi-me proposta a modelação do candeeiro

Madeleine Suspension. Este candeeiro foi inspirado num bouquet de flores. Leve, suave e

elegante adiciona um toque de glamour a qualquer estabelecimento ou casa. A sua estrutura usufrui do facto de ser feito à mão em latão e alumínio. Também possui uma barra de tração ajustável para que se possa mover a qualquer altura.

Fig. 12 – Candeeiro Madeleine Suspension e pormenores, modelado no programa Autodesk Inventor Professional 2013. Fonte: Elaboração própria.

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7.3 Candeeiro Stanley Suspension

Posteriormente, pediram-me para modelar o candeeiro Stanley Suspension, mas senti que existia uma barreira na comunicação entre os meus colegas e eu quanto aos programas de modelação e adoptei uma postura proactiva, decidindo, de livre vontade, aprender um novo programa, o Solidworks, e a partir daí comecei a modelar todos os candeeiros no mesmo programa, de forma a ganhar experiência. Melhorei o meu conhecimento do referido software com recurso a vídeos (tutoriais) publicados na internet e com a ajuda dos meus colegas, para que, assim, pudesse executar os trabalhos que me haviam sido delegados.

O candeeiro Stanley representa oniricamente o verdadeiro bebericar de um cocktail ouvindo “New York, New York”, de Frank Sinatra e a garantia que quase dá para nos sentirmos e nos reportarmos ao momento. A criação escultural e versátil é adequada a um ambiente mais exigente e multifacetado. Feito à mão, em latão e alumínio, usufrui da possibilidade de ter entre

Fig. 13 – Candeeiro Stanley Suspension, Modelado no software Solidworks. Fonte: Elaboração própria.

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7.4 Candeeiro Stanley Floor

O candeeiro Stanley Floor tem uma forma escultural única. É uma peça versátil que dá um ambiente sofisticado e elegante em qualquer tipo de ambiente. A estrutura desta luminária

vintage é feita à mão em latão e comporta a possibilidade de 1 a 3 braços móveis.

Fig. 14 – Candeeiro Stanley Floor, modelado no software Solidworks. Fonte: Elaboração própria.

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7.5 Candeeiro ETTA Suspension e Wall

O candeeiro que se seguiu foi o ETTA Suspension, uma peça de iluminação dotada de um toque e brilho feminino que lhe confere uma conotação nostálgica. Cortesia da cantora de jazz

Etta Jones, proporciona uma luz suave e quente através das várias camadas das peças, dando um

ambiente romântico a qualquer atmosfera. Todas as folhas de latão são moldadas e montadas à mão. A empresa disponibiliza versões personalizadas mediante solicitação.

Fig. 15 – Retrato de Etta Jones (à esquerda na imagem) e Candeeiro ETTA Suspension, Modelado no software Solidworks. Fonte: Elaboração própria.

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Fig. 16 – Candeeiro ETTA Suspension embalado na fábrica. Fonte: Elaboração própria.

Fig. 17 – Candeeiro ETTA Suspension: comparação e ajuste ao real

(real do lado direito).

Fonte: Elaboração própria.

Fig. 18 – Candeeiro ETTA Suspension:

análise da posição das peças.

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Este candeeiro foi um desafio, suscitou-me alguma dificuldade em reproduzi-lo e tive que o analisar de maneira mais exaustiva, dado que não o cheguei a ver no real e, por não me facultarem imagens das linhas de montagem, demorei um pouco mais a modelá-lo. Digo isto, porque aparentemente parece ser fácil de projectar, mas, depois de modelar, as peças não foi fácil conseguir construí-lo.

Depois de modelar o candeeiro ETTA Suspension passei para o ETTA Wall. Neste caso, como já havia analisado detalhadamente o de suspensão, não senti as mesmas dificuldades a montar o de parede.

Fig. 19 – Candeeiro Stanley Wall e pormenor. Fonte: Elaboração própria.

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7.6 Candeeiro Galliano Wall

O último candeeiro que modelei foi o Galliano Wall. Este candeeiro é inspirado na música jazz, tem uma forma escultural, versátil e contemporânea. É extremamente equilibrado e o que realmente ressalta é a forma como a luz sai e se funde nos tubos. Esta peça de parede pode ser concebida até três tubos.

Depois desta fase de modelação de peças DelightFull, comecei a ter mais destreza no programa que me propus aprender, Solidworks. Percebi que, devido ao facto de ser uma empresa recente, as instalações de produção e os trabalhadores ainda só estavam preparados para

Fig. 20 – Candeeiro Galliano Wall, uma peça, modelado

no software Solidworks.

Fonte: Elaboração própria.

Fig. 21 – Candeeiro Galliano Wall, duas peças. Fonte: Elaboração própria.

Fig. 22 – Candeeiro Galliano Wall, três peças. Fonte: Elaboração própria.

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confeccionar peças em metal e que, posteriormente, iriam apostar em novos produtos como o vidro e alguns tecidos. Contudo conclui que, apesar de ser restringida pelas instalações de produção, explora de maneira rentável, criativa e com cunho artesanal o material que usa.

7.6.1 – Segundo Briefing Interno

Posto isto, ou seja, dando então por concluído o processo de modelação de produtos da marca, seguiu-se um novo briefing que se debruçou sobre dois pontos. O primeiro consistiu na apresentação das peças modeladas, desde o seu contexto ao contorno de problemas na modelação. Apesar de ter ultrapassado o desafio a que me propus, de modelar num novo software, as outras dificuldades também existiram essencialmente por falta de contacto direto e escassez de informações acerca dos candeeiros, bem como pela falta de acompanhamento, pois o meu orientador principal encontrava-se numa feira internacional em trabalho.

O segundo ponto foi a proposta de projectar um candeeiro de suspensão, e, caso houvesse tempo suficiente para o efeito, o de pé e o de mesa, tendo em conta as premissas das instalações de produção e o produto que era utilizado, ligas ferrosas.

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Capítulo VIII – Projecto Pessoal:

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8.1 Projecto pessoal - Candeeiro Matheny Suspension

Um dos pontos que tentei debater nalgumas reuniões com o meu orientador foi a falta de informação. Já que estava a iniciar um projecto meu, decidi colocar em evidência a necessidade de fazer uma análise para poder conhecer o projecto que ia desenvolver, o meu público-alvo, entre outros pormenores que considerava relevantes, até porque irremediavelmente o resultado do projecto variaria na razão da qualidade das informações de que dispusesse para trabalhar. Então, assumi que, se desconhecesse o assunto ou o “cliente” neste caso a empresa não disponibilizava informações precisas sobre o problema a ser resolvido, quase que podia antever uma solução “sem alma”, bonitinha mas que não iria funcionar e que iria ter que refazer o trabalho sucessivas vezes, até contemplar totalmente as necessidades existentes.

Briefing inicial:

Cliente: É uma marca que tem como principal objectivo a globalização, mas, como é óbvio, puxa

mais para a sociedade enriquecida e mais culta.

Serviço: Criação de um candeeiro de tecto que se inserisse bem na família de candeeiros já

existentes na marca.

Objectivo/problema a ser resolvido: A partir do metal, desenvolver um candeeiro com baixos

custos de mão-de-obra e de material e que contemple a gramática visual dos séculos 40, 50, 60, 70, 80. O cliente tem que ver uma peça com glamour, com presença e que o transporte para esse período tão rico da iluminação.

Principal diferenciação a ser explorada: o metal e as suas propriedades dentro da tipologia

mão-de-obra artesã e a cultura visual dos anos 40, 50, 60 e do século 20.

Concorrência direta: Flos, Stilnovo, Arredoluce, MUTTO. Obrigatoriedade: uso de ligas ferrosas.

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Ainda assim dispunha de pouca informação, mas com o pouco que tinha prossegui o meu trabalho.

Os dias que se seguiram assentaram na pesquisa conceptual e criação de “história” para a invenção do candeeiro. Dado que fiz a pesquisa acerca das empresas de iluminação da época da Segunda Guerra Mundial e por ser tido como um período áureo de criação de luminárias, houve maior facilidade na criação do conceito. Decidi direcionar-me exatamente para uma das coisas que proporcionou diretamente toda a gramática visual da época, a Guerra! Observei desde as maquinarias, as armas e formas de ataque, e prestei maior atenção aos aviões, o grande poder aéreo de batalha dos países em guerra. As conquistas no campo das viagens aéreas e espaciais seriam então o tema principal.

Fig. 23 – Moodboard do Candeeiro Matheny Suspension. Fonte: Elaboração própria.

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Depois de algum tempo comecei a perceber as partes de que eram constituídos os aviões e reparei numa que achei particularmente peculiar e interessante, a fuselagem. Esta é a camada que serve de protecção à estrutura do avião e ainda a área destinada a alojar tripulantes, passageiros e cargas. Existem muitos tipos de estruturas de fuselagem, mas a que mais me cativou foi a tubular, uma estrutura formada por tubos de aço soldados, externamente coberta com telas que funcionam apenas como revestimento.

Fig. 24 – Brainstorming do Candeeiro Matheny Suspension. Fonte: Elaboração própria.

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8.2 Esboços/Ideias para os Candeeiros Matheny Suspension, Wall e

Floor

Após esta análise, houve lugar a alguns esboços de possíveis peças em outras categorias para além do candeeiro de teto, como os candeeiros de pé e de parede.

(49)

Fig. 26 – Sketchs dos possíveis candeeiros Matheny. Fonte: Elaboração própria.

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8.2.1 – Primeiro Briefing Interno

Depois de uma semana houve lugar a mais uma reunião, onde apresentei o conceito que tinha em mente, que foi imediatamente aceite. Posteriormente passei para as partes mais técnicas. Perguntei se teriam perfis de secção tubular pois, dado que me iria inspirar na estrutura interior de um avião, na sua fuselagem, o que era uma opção muito rentável e fácil de trabalhar, nada mais faria sentido do que aplicar a mesma. Como resposta foi fornecida inteira disponibilidade de material.

Comecei por definir o meu candeeiro. Decidi que poderia ter várias formas, para o cliente poder dispor de mais maneiras de o aplicar à sua realidade, mas que a principal seria muito simples, circular, pois o toque vintage e bélico iria ser traduzido na parte restante do candeeiro, nos perfis.

As conquistas no campo de viagens aéreas e espaciais sempre foram uma grande fonte de inspiração minha. Assim, o avião de passageiros supersónicos inspirou-me bastante na criação desta luminária. Imaginei, então, o candeeiro com tubos de alumínio claros, finos e brilhantes como a fuselagem de um avião supersónico, e cada tubo a terminaria em forma rápida como se fosse uma asa delta.

Traduzindo para o real, então a secção tubular e nas pontas o achatado íngreme de uma asa delta. Teria então uma forma barata e rápida de ser produzida, mas, acima de tudo, teria um toque bélico e as suas formas aerodinâmicas iriam conferir-lhe o ar sofisticado que primo sempre por dar aos meus projectos.

Decidi prontamente, em casa, fazer uma maquete volumétrica na escala de 1 para 10 para apresentar ao meu coordenador na reunião seguinte e também para poder ter a noção de como seria o resultado final3.

3 Esta maquete não compreendia a escala real ao nível do diâmetro dos tubos devido ao facto de não dispor de meios

Fig. 27 – Tubos “amassados” a aplicar no

candeeiro Matheny.

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Nesta maquete apliquei varas de inox que foram cortadas numa guilhotina, amassadas numa “quinadeira” e rebarbadas por uma rebarbadora para obter o resultado final das pecinhas pequenas.

Possui duas faixas interiores que suportam as pecinhas interiores e duas faixas externas que suportam as pecinhas de fora. No intervalo entre as duas localizam-se os sítios para aplicar as lâmpadas.

8.2.2 – Segundo Briefing Interno

Na reunião que se seguiu, apresentei a maquete ao meu orientador que, por sua vez, me deu “sinal verde” para prosseguir com o projeto, pois, estava no bom caminho. Nesta reunião impuseram que o material a usar fossem os perfis tubulares de latão. Acrescentei que, posteriormente, poderia ter um acabamento do tipo cromado. Este acabamento confere ao

Fig. 28 – Processo da montagem da maquete Matheny Suspension. Fonte: Elaboração própria.

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que o mesmo possa ser acabado com pintura a pó, conferindo-lhe uma aparência opaca e adquirir outras formas.

Daqui resultaram exemplos como os que se seguem em baixo nas figuras.

Fig. 29 – Proposta nº 1 : Candeeiro Matheny Suspension e pormenor. Fonte: Elaboração própria.

Fig. 30 – Desenho técnico Matheny Suspension. Fonte: Elaboração própria.

100 cm

30 cm 100 cm

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Fig. 31 – Três versões candeeiro Matheny Suspensio, com acabamento cromado, dourado e bronze. Fonte: Elaboração própria

Fig. 32 – Candeeiro Matheny Suspension, com acabamento opaco, pintado a pó de branco e preto. Fonte: Elaboração própria

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Fig. 34 – Formas que o Candeeiro Matheny pode adoptar. Fonte: Elaboração própria

Fig. 33 – Candeeiro Matheny Suspension, com acabamento de alumínio escovado. Fonte: Elaboração própria

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Fig. 36 – Candeeiro Matheny Suspension, com formato longitudinal. Fonte: Elaboração própria.

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8.3 Segunda Proposta para o Candeeiro Matheny Suspension

Posteriormente, mostrei uma segunda proposta com o mesmo tipo de acabamentos. Lancei esta ideia mais oponente pensando nos grandes salões de chã e palácios do meu público-alvo.

A primeira proposta que lancei tinha apenas três fazes ou arcos. A segunda resultou de eu ter considerado que se fossem acrescentados mais dois ficaria, mais elegante, resultando assim numa composição de 5 arcos, cada um dos quais está sustentado individualmente por cabos de aço.

Fig. 37 – Proposta nº 2: primeira modelação. Fonte: Elaboração própria

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Ambos os projectos foram aceites e lançados para o mercado com grande sucesso.

Fig. 38 – Proposta nº 2: Candeeiro Matheny Suspension finalizado. Fonte: Elaboração própria.

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Fig. 39 – Fotomontagem da proposta nº 2 do Candeeiro Matheny Suspension. Fonte: Elaboração própria.

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8.4 Candeeiro Matheny Suspension Foco

Outra proposta que apresentei foi o candeeiro de foco em que usei a mesma gramática visual dos anteriores.

Esta proposta ficou em Portfólio para ser lançada mais tarde, mas, mesmo assim, foi aprovada pelo meu supervisor.

Fig. 40 – Candeeiro Matheny Suspension foco. Fonte: Elaboração própria

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8.5 Candeeiro Matheny Floor

De seguida, dediquei-me a desenhar o candeeiro de pé da mesma gama, mas, devido ao pouco tempo que tinha (uma semana) e ao facto de o meu supervisor principal não poder estar presente, por estar em trabalho em feiras internacionais, o projecto do candeeiro de pé não sofreu a aprovação para lançamento no mercado. Mesmo assim, deixei em portfólio possíveis propostas do tipo de pé e de abat-jour. De acordo com a metodologia e dinâmica de trabalho da empresa, tive que, nesta fase, ultrapassar a parte de esboço e apresentar de imediato os 3Ds.

Fig.41 – Propostas do pé do Candeeiro Matheny Floor.

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9.1 Conclusão

Durante o estágio tive oportunidade de realizar um Ebook, de modelar peças DelightFull em 3D, como o Madeline Suspension, Stanley Suspension e floor, o ETTA Suspension e Wall e o

Galliano em três combinações. Apoiei um projecto custom made para uma cliente estrangeira e,

por fim, desenvolvi o projecto pessoal, que englobava a criação dos candeeiros Matheny.

O Ebook foi realizado com sucesso. Houve lugar para análise e trabalho de pesquisa rigorosos e para começar a interiorizar o marketing como um instrumento ao lado do design, essencialmente porque transporta a informação da maneira mais “inteligente” para o consumidor-alvo.

Quanto à parte da modelação de peças Delightfull, esta serviu para começar a ganhar noções de construção das peças de marca, dos moldes existentes e de como fazer a ligação entre as técnicas de construção, o material e o lado artesanal por que a empresa tanto prima. Para colmatar algumas incompreensões na comunicação, entre mim e os designers, da empresa e para progredir a nível de conhecimentos, decidi, de forma autodidata, aprender um novo software, o

Solidworks, anulando, assim, a lacuna existente na comunicação.

Tive a oportunidade de realizar um projecto de custom made para uma cliente internacional, no qual usufruí do facto de aprender a comunicar com mais fluência na sua linguagem nativa e, mais importante ainda, de entrarem em contacto directo com o cliente, tentando ao máximo responder e compreender as necessidades do mesmo, chegando a um consenso e projecto final.

Já na fase final do estágio e, como último objectivo, dediquei-me ao desenvolvimento do projecto pessoal. Neste pretendia-se que criasse três candeeiros. Nele pus em prática tudo o que aprendi nestes três anos da licenciatura: apliquei a metodologia projectual, começando pelo

briefing, criei o conceito, analisei para quem ia desenhar e quais as condicionantes do processo

artesanal e, no final, apresentando esboços. Tudo isto foi revisto nas várias reuniões que tive com os meus orientadores internos da empresa.

Concluindo, a empresa Menina Design Group possibilitou-me colocar em prática os ensinamentos advenientes da licenciatura, embora também me tenha aberto a porta a outros conhecimentos que julgo serem essenciais neste novo período profissional que agora se inicia. Assim, achei importante o reconhecimento dos marketeers no processo de aproximação entre o

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Adquiri, cada vez mais, a noção de que o facto de conhecer várias línguas e de as saber falar e escrever se torna uma imposição no mundo profissional, pois abre o caminho da comunicação além-fronteiras, sendo, assim de grande valor.

Dei ainda mais ênfase a ser autodidacta, quando me propus a aprender o novo software de modelação e a trabalhar o conceito e ideias para possíveis projectos fora do local de trabalho.

Considero ser também de grande importância o facto de me colocarem no terreno, em contacto com o mundo real, neste caso a cliente estrangeira, tendo de adaptar-me e apresentar soluções que convinham à cliente, aprendendo, assim, a contornar problemas de maneira mais rápida e eficaz. Comecei a perceber o que realmente é saber trabalhar em equipa, isto é, com colegas profissionais de outras áreas. Tive a responsabilidade de acabar o meu projecto pessoal e fazê-lo sob alguma pressão, o que me deixou ainda mais motivada e criativa para o alcance dos meus objectivos. Estas dimensões e percepções foram as que pude encontrar na empresa em que estive e que fizeram de mim uma profissional activa, e com sede de progredir, conseguindo colocar dois dos candeeiros que projectei e um ebook que lança um conceito pioneiro da marca neste momento á venda no mercado mundial.

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10.1 Bibliografia

Bürdek Bernhard (2005). Design, History, Theory and Practice of Product. Berlin: Birkhäuser – Publishers for Architecture.

Panero, Julius (2002). Dimensionamento Humano para Espaços Interiores. Barcelona: Editorial Gustavo Gili.

Silva, Mauricio (2012). Design Thinking. Rio de Janeiro

:

MJV Press.

10.2 Webgrafia amen.no.sapo.pt/Breve%20Historia%20da%20Cidade%20do%20Porto.htm antartemobiliario.wordpress.com/tag/icones-do-design/ navelocidadedaluz.wordpress.com/2013/03/19/o-criador-e-as-criaturas-achille-castiglioni/ puracal.blogspot.pt/2011_12_01_archive.html vintageeretro.wordpress.com/2012/07/ vintageeretro.wordpress.com/2013/02/25/candeeiro-phillips/ vintageeretro.wordpress.com/category/candeeiros/page/2/ www.1stdibs.com/dealers/le-lampade/ www.apartamentobalneariocamboriusc.com/?p=2611 www.archiproducts.com/it/prodotti/55956/miljobel-g-nr-1-lampada-da-tavolo-in-ottone-miljobel- g-nr-1-lampada-da-tavolo-blond.html?fb_action_ids=357584291052026&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multi line&action_object_map=%5B10150922206960941%5D&action_type_map=%5B%22og .likes%22%5D&action_ref_map=%5B%5D www.artemide.com/el/en/ www.davidsutherlandshowroom.com/showroom/los-angeles www.flos.com/en/products www.google.pt/search?q=gino+sarfati&sa=X&tbm=isch&tbo=u&source=univ&ei=gvGMUpaxH rHo7Aa5yICYAQ&ved=0CDMQsAQ&biw=2240&bih=1273 www.google.pt/search?q=gino+sarfati&sa=X&tbm=isch&tbo=u&source=univ&ei=gvGMUpaxH mrHo7Aa5yICYAQ&ved=0CDMQsAQ&biw=2240&bih=1273#q=Joe+colombo&tbm=i www.gubi.dk/en/products/

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www.innermost.net/wp/?page=store www.moises-showroom.com/noticias/historia-del-diseno-contemporaneo-pier-giacomo-y- achille-castiglioni www.muuto.com/collection/Wood_Lamp/ www.tomdixon.net/products/eu/lighting www.vanderstraeten.fr/archives/category/partie publique/luminaires-public

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Índice

1. II Segunda Guerra Mundial, Migração, Casa, Massificação, Design, Consumo…...63 2. Empresas de Iluminação.……..………..………....….66 2.1 Azucena ………...67 2.2 Flos ………....68 2.3 Fontanart ………....70 3. Designers e Obras…. ………...………....71 3.1 Achille Castiglioni ...………..72 3.1.1 Luminárias ………...…..74 3.1.2 Mobiliário…………...……….75 3.2 Elio Martinelli ...………76 3.2.1 Luminárias….………..77 3.3 Gae Aulenti ……….………...78 3.3.1 Luminárias……….80 3.3.2 Mobiliário.………...………81 3.4 Gaetano Sciolari ………82 3.4.1 Luminárias ……….82 3.4.2 Luminárias………..83 3.5 Gino Sarfatti ………..84 3.5.1 Luminárias………..85 3.6 Gio Ponti ………...86 3.7 Ignazio Gardella……….88 3.7.1 Luminárias………..89 3.7.2 Mobiliário………..90 3.8 Joe Colombo ………..91 3.8.1 Luminárias………..92 3.8.2 Mobiliário...………..93 3.9 Mario Bellini………..94 3.9.1 Luminárias………..95 3.9.2Mobiliário ………..97 3.10 Pier Giacomo ………...98 3.10.1 Luminárias………...99 3.10.2 Mobiliário……….100 3.11 Serge Mouille ………101 3.11.1 Luminária……….102 3.12 Vico Magistretti ……….103 3.12.1 Luminária………..104

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1. II Segunda Guerra Mundial, Migração, Casa, Massificação,

Design, Consumo

II Guerra Mundial, 1939, a Itália não estava preparada e, no final, ficou devastada. A economia encontrava-se num estado lastimável e a sua indústria muitos anos atrás, fazendo uma analogia com muitos outros países europeus, naquela altura. Pode-se mesmo afirmar que, naquela época, a Itália era uma nação subdesenvolvida, com uma elevada taxa de analfabetismo e pobreza, com milhares de libras em dívida e um exército fatigado.

Porém, já numa fase pós guerra, e com a nova logística da geopolítica da Guerra Fria, assiste-se a uma viragem na história italiana. A nação que, outrora, tinha o fascismo entranhado na sua cultura, agora, passa a ser considerada como um forte aliado dos Estados Unidos da América, lutando convictamente em prol do, então designado, “Mundo Livre”. Esta nova postura politica dos italianos e, o facto de se afirmarem como “compinchas” da causa norte americana, também trouxe os seus benefícios a nível económico, recebendo, a par de outros países europeus devastados pela “Grande Guerra”, ajudas financeiras provenientes do “Plano Marshall.

É ainda neste contexto histórico, que se desencadeou o “Milagre Económico”, igualmente conhecido como “boom económico” e que veio transformar uma população europeia empobrecida, num dos maiores consumidores das massas. Rápidas mudanças se foram registando, tanto ao nível financeiro, cultural como nas próprias sociedades. A Itália testemunhou uma acelerada transiçãode uma sociedade agrária, para uma comunidade industrial.

Mas, se, por um lado, o pós-guerra no norte da Itália teve um enorme crescimento industrial, por outro, o sul da Itália não segue o mesmo caminho, mantendo uma economia agrária.

Durante os "anos de crescimento", estes e outros desequilíbrios estruturais ficaram bem evidenciados, tendo provocado uma acentuada distorção nos padrões de consumo.

Assim, a população italiana via-se numa economia de duas faces, não obstante de muitas outras dificuldades que persistiam, como consequência da guerra. Uma situação que obrigou muitas pessoas a abandoarem as suas terras natal e migrarem para regiões industrializadas, especialmente para os centros urbanos. A região, compreendida por Milão, Turim e Genebra, também conhecida pelo “Triangulo Industrial, foi aquela que registou um maior fluxo (i) migratório, recebendo, assim várias famílias de regiões italianas mais desfavorecidas.

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reconstruídos e, neste mesmo ambiente, emergem vários ícones da cultura italiana, como o caso da Vespa ou do lendário Fiat 500, entre muitos outros.

As fábricas foram reformadas, todavia, e porque o processo de crescimento foi gradual, ainda persistia o tipo de maquinaria industrial bélica.

Construir de uma forma simples e com poucos meios foi o início da "Cultura do Design", que se tornou num modelo de referência para o mundo inteiro.

Desta forma reinicia-se a produção e, no seio de muitas empresas de iluminação da época, há uma que ganha expressão e se sobressai, a Stilnovo.

Fundada por Bruno Gatta, em 1946, a Stilnovo marcou a primeira onda de empresas italianas do pós-guerra. Esta empresa, que se dedicou ao fabrico de produtos inovadores e funcionais, sobrepôs-se a outras pelo simples facto de permanecer numa pesquisa contínua e na experimentação de novos materiais e de formas combinadas.

Além disso, também apostou nos principais arquitectos e designers daquele tempo, como por exemplo, Gaetano Sciolari. Os seus projectos são descritos por biométricos, orgânicos e com formas e linhas limpas em vários tipos de combinações de ligas ferrosas (geralmente cobre, latão e lacado de metal).

Assim, as peças funcionam entre as tradições do artesanato e da industrialização. Porém, e longe de pequenas e médias empresas como a Fontana Arte e a Flos, a Stilnovo teve um grande impacto no design italiano.

Naqueles anos, a marca mais peculiar do empresário italiano foi o sucesso em sair de uma economia nacional que permanecia artesanal e com bases familiares, para um tipo de produção industrial, adaptando as ferramentas aos novos protótipos, trazendo, assim, para o mercado uma lufada de ar fresco.

A produção desta época torna-se conhecida porque os produtos, em muito pouco tempo de “vida”, se tornaram ícones do design global.

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2.1 Azucena

A empresa Azucena nasce em 1947, quando um grupo de jovens arquitectos - Luigi

Caccia Diminioni, Corrado Corradi Dell'Acqua, Ignazio Gardella, Maria Teresa e Franca Tosi -

decidiram fabricar os seus próprios móveis, a fim de compilar um catálogo de mobiliário para as casas que estavam a projectar.

As suas peças eram únicas, muito diferentes daquelas que se viam de forma habitual, isto, pela simples razão, de, estes, manterem uma postura ambiciosa e ousada, procurando usar os “novos materiais” e combiná-los com os tradicionais. O processo de produção era muito trabalhoso e complexo, pois as peças eram compostas por muitos componentes, alguns deles, fabricados industrialmente, enquanto, outros, eram criados por artesãos.

A pesquisa constante da luz, luminescência e da limpidez, numa tentativa de obter peças com os acabamentos e materiais como lacado, o latão polido ou cromado e o cristal, sempre fizeram parte dos seus objectivos.

Defendiam que a essência de cada peça tinha que se reflectir num paradigma arquitectónico especial que ecoa-se na sua razão de existir. Esta é também visível nos muitos e variados materiais e acabamentos que são sempre seleccionados para um determinado interior, em conjunto com o arquitecto e cliente. A produção da vasta colecção, com cerca de 150 itens exclusivos, era confiada a artesãos altamente qualificados. Assim, a Azucena foi um exemplo surpreendente de produção em massa racional e artesanato refinado.

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Fig. 1 – Designers da empresa Flos. Fonte: Elaboração própria.

2.2 Flos

Grandini, o fundador da empresa Flos, entrou no mercado com grande sucesso, apresentando produtos industriais e protótipos que se revelaram em novidade absoluta. Este tinha como principal O seu principal objectivo enfrentar e superar o desafio de implementar um novo segmento de mercado, composto por objectos modernos e que se direccionavam, igualmente, para casas modernas. De acordo com o seu ponto de vista, a cultura e a indústria coincidiram com o engenho de produção e canais de comunicação bem escolhidos.

A primeira luminária produzida sob a liderança de Gandini foi a nominada Jucker (projectada por Tobia Scarpa, em 1963). Posteriormente, em 1965, a empresa contratou os serviços dos irmãos

Castiglioni, que apresentaram o candeeiro Arco no Mercado Internacional de Mobiliário de Casa em Chicago, algo que corrobora o seu sucesso.

Determinado, teve sempre como meta tornar-se numa referência através da qualidade, algo que fez com que continuasse a sua procura por objectos icónicos. Grandini reuniu esforços para encontrar o equilíbrio perfeito entre trabalho manual, feito por artesãos qualificados, e processos tecnologicamente avançados para a produção em massa. Para este trio clássico, no entanto, algo de novo foi adicionado: uma atenção extra aos seus designers. Estes haviam

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Em 1974, a Flos compra a Arteluce, um dos pioneiros do design italiano, fundada em 1939, por Gino Sarfatti, e que tinha estado, durante muitos anos, na vanguarda do design de iluminação italiano. Atualmente, a Flos é uma organização internacional que oferece uma completa gama de produtos de iluminação residenciais, comerciais e até mesmo “custom-made”. Gino Sarfatti outrora disse: “Para nós, a luz é a substância para expressar novas ideias e iluminando emoções inexploradas. Nós escrevemos o futuro, ler o nosso passado expressando o presente, numa continuidade de desafios positivos e escolhas ousadas que moldam a nossa imagem e identidade” Gino Sarfatti.

Referências

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