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Direito Penal. Dr. Pietro Chidichimo CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

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Direito Penal

Dr. Pietro Chidichimo

CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

1. Artigo 107, do Código Penal:

Morte do agente ü Atestada por meio de certidão de óbito, tanto antes como após o trânsito em julgado

de uma sentença penal condenatória;

ü A morte do agente extingue a punibilidade, mas não impede que a vítima ou seu re-presentante legal ingresse com ação de reparação do dano, art. 67, II, CPP;

ü Princípio da pessoalidade da pena: A resposta jurídico-penal não ultrapassará a pessoa do condenado.

Anistia ü Somente pode ser declarada pelo Congresso Nacional e ela apaga todos os efeitos pe-nais advindos de uma condenação;

ü Anistia é soberana;

ü Não impede o ingresso por parte da vítima ou de seu representante legal de uma ação civil de reparação do dano.

Graça e Indulto ü Só podem ser concedidos pelo Chefe do Poder Executivo, trata-se de ato

administrati-vo;

ü A graça e o indulto só podem ser concedidos durante o cumprimento da pena. Indulto natalino: Saída do estabelecimento carcerário ou redução da pena. O réu não sai, mas a pena é reduzida: Comutação de pena. Comutação tem o mesmo sentido do indulto só que reduz a sanção imposta;

ü A graça é individual, o indulto é coletivo. Art. 84, p. un., CF: Ministro de Estado, Advo-gado- Geral da União e o Presidente da República possuem atribuição para a conces-são do indulto.

Abolitio Criminis ü Superveniência de lei posterior que diz que aquela infração cometida não é mais cri-me. Deste modo, o fato que não é mais considerado crime, não traz mais qualquer e-feito criminal na vida do réu. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar do réu; ü Pode acontecer em qualquer fase do processo, antes ou depois da sentença penal

transitada em julgada, inclusive durante o cumprimento da pena.

Decadência ü Gerada em virtude do tempo e se opera tão somente nas Ações Penais Públicas Condi-cionadas à Representação e nas Ações Penais Privadas;

ü Antes do início da Ação Penal. Se consuma em virtude do tempo (6 meses a contar da data da ciência pela vítima da data da prática da infração penal).

Perempção ü Somente se aplica às ações penais exclusivamente privadas. Se caracteriza pela inércia do querelante. Art. 60, CPP;

ü Incide somente após o início de uma ação penal privada: Não movimentou a sua ação; ü Não se aplica às ações penais privadas subsidiárias das públicas, pois o MP vai retomar

sua titularidade.

Renúncia ü Ação Penal Privada: O ofendido vai renunciar ao seu direito de ingressar com a queixa-crime.

ü Art. 74, p. único lei 9.099/95: Composição civil dos danos. A homologação acaba ge-rando por parte da vítima a renúncia ao direito de representação e ao direito de quei-xa (ação penal pública condicionada à representação e ação penal privada).

Perdão ü Nas ações exclusivamente privadas. A vítima acaba tácita ou expressamente perdoan-do o seu agressor nos casos permitiperdoan-dos em lei.

Retratação ü O autor do fato vai se desdizer daquilo q ele fez. Crimes contra a honra, de falso tes-temunho (art. 342, CP).

Perdão Judicial ü A própria prática da infração penal acaba deixando uma marca tão grave no réu que a

pena se torna desnecessária, deixando o juiz de aplica-la.

ü Sumula 18 do STJ: O perdão tem natureza de uma causa da extinção da punibilidade, não restando, desse modo, quaisquer efeitos penais na vida do réu.

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2. Prescrição Penal:

ü Tempo + inércia.

2.1 Prescrição Abstrata:

ü Art. 109, CP: Única espécie de prescrição que independe de sentença penal condenatória

transitada em julgado;

ü Pena máxima cominada em abstrato.

2.2 Início ou termo inicial da contagem: Art. 111, CP:

I- No dia em que o crime se consumou: Prazo da prescrição em abstrato;

II- No caso da tentativa, no dia em que cessa a atividade criminosa por razões alheias à atividade do agente; III- No caso de crime permanente, no dia que cessa a permanência. Crime permanente: A consumação se prolonga

no tempo. Art. 171, § 3º, CP;

IV- Nos casos de bigamia e nos de falsificação ou de alteração do assentamento do registro civil (crimes praticados na clandestinidade), a prescrição só começa quando o fato se tornou conhecido;

V- Crimes praticados contra a dignidade sexual de vulnerável da data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a apuração do crime já tiver se iniciado antes disso.

2.3 Contagem do prazo:

1º: Adota-se a pena máxima cominada em abstrato; 2º: Art. 109, CP;

3º: Verificar a existência de causa modificadora desse prazo: Menoridade ou maioridade (art. 115, CP).

2.4 Causas Suspensivas: Art. 116 CP: Antes de transitado em julgado a sentença final, a

pres-crição não corre:

ü Questões prejudiciais: Arts. 92 e 93,CPP;

ü O cumprimento da pena no estrangeiro. Enquanto não encerrar o cumprimento da pena no estrangeiro, ele não será extraditado, e ficará, automaticamente, suspensa a prescrição do crime ao qual responde no Brasil;

ü Imunidade formal parlamentar. Sustação do processo criminal e também da prescrição até o termino do mandato. Art. 53, § 5º, CF;

ü SURSIS. Art. 89, § 6, Lei nº 9099/95. Crimes cuja pena mínima seja menor ou igual a um ano, juiz poderá suspender o processo;

ü Não comparecimento do réu que foi citado por edital. Art. 366, CPP. Requisitos: Réu citado por edital, que não com-pareça e que não tenha advogado constituído. Consequência: suspensão do processo e suspensão da prescrição. A prescrição ficará suspensa, conforme Súmula nº 415, do STJ pela pena máxima cominada em abstrato. Art. 109, do CP. Súmula 455 do STJ: incidência do art. 366 do CPP não autoriza a produção antecipada de provas;

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Causas interruptivas:

Art. 117 CP. Causas que fazem com que aquele prazo zere:

I- Pelo recebimento da denúncia ou da queixa: Súmula 709 do STF; II- Pronúncia: art. 413, CPP. Súmula 191 do STJ;

III- Decisão confirmatória da pronúncia;

IV- Publicação da sentença ou acórdãos condenatórios recorríveis. Por mais prejuízo que uma sentença absolutória imprópria gere, não interrompe o curso da prescrição.

2.6 Prescrição retroativa:

ü Lei nº 12.234/10: a) Revogou o § 2º do artigo 110 do CP. Novo termo inicial da

prescri-ção retroativa: A prescriprescri-ção retroativa só pode ser considerada da sentença até a data do

recebimento da denúncia ou da queixa e a data do fato. B) Aumentou o prazo mínimo de

prescrição penal para 3 anos.

2.7 Pressupostos:

ü A inocorrência da prescrição em abstrato: Somente se chega até a prescrição retroativa se

não tiver sido possível a extinção da punibilidade pela prescrição em abstrato;

ü Que se tenha uma sentença penal condenatória;

ü Pena justa. É aquela que não mais pode ser alterada, ou seja, piorada contra o réu. É

aque-la em que ou a acusação não recorreu ou que recorreu e o recurso foi improvido.

En-quanto a pena puder ser aumentada, não se pode falar em prescrição retroativa. Art. 110,

§ 1º, CP.

2.8 Contagem do prazo:

ü Adota-se a pena concretizada na sentença;

ü Art. 119, do CP e Súmula nº 497, do STF: “prescrição penal e concurso de crimes:

extin-ção da punibilidade que se verifica crime a crime”;

ü Menoridade ou maioridade: Prazo reduzido em metade.

2.9 Termo inicial. Causas Suspensivas. Causas interruptivas:

ü Termo inicial: Data da recebimento da denúncia ou da queixa;

ü Causas suspensivas: Igual ao da prescrição em abstrato;

ü Causas interruptivas: Igual ao da prescrição em abstrato, exceto: data do recebimento da

denúncia ou da queixa.

2.10 Prescrição antecipada:

ü Súmula 438, STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão

punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte

do processo penal.

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2.11 Prescrição intercorrente ou subsequente ou superveniente:

ü Art. 110, § 1º, CP;

ü Se assemelha à prescrição retroativa. Base: A pena concretizada na sentença pena

conde-natória; contudo, enquanto a prescrição retroativa corre para trás, a prescrição

intercor-rente corre para fintercor-rente;

ü Objetivo: Acelerar o julgamento dos recursos nos tribunais superiores.

2.12 Pressupostos:

ü Inocorrência da prescrição em abstrato e da prescrição retroativa;

ü Existência de uma sentença penal condenatória;

ü Pena justa. Art. 110, § 1º, CP.

2.13 Contagem do prazo:

ü 1º Adota-se a pena concretizada na sentença, excetuados os acréscimos decorrentes de concurso de crimes: Art. 119, CP e súmula nº 497, do STF;

ü 2º: Art. 109, CP;

ü 3º: Verificar a existência das causas modificadoras do art. 115, CP.

2.14 Causa interruptivas e suspensivas:

ü Não existem causas suspensivas tampouco causas interruptivas na prescrição

intercorren-te;

ü A prescrição intercorrente tem natureza da prescrição da pretensão punitiva, porque vai

até o transito em julgado para a defesa;

ü Súmula 444, STJ: Veda o reconhecimento dos maus antecedentes quando não se tem o

transito em julgado definitivo.

2.15 Prescrição da pretensão executória:

ü Pressupõe que já haja o transito em julgado da sentença penal condenatória (tanto a

acu-sação como a defesa);

ü Se vier a cometer uma nova infração penal, será considerado reincidente. Súmula 444,

STJ;

ü Art. 110, caput, CP c/c art. 109, CP, prazo será aumentado em 1/3 se o condenado é

rein-cidente;

ü Súmula nº 220, STJ:

A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão

pu-nitiva.

2.15.1 Pressupostos:

ü Não pode ter ocorrido nem prescrição em abstrato, nem retroativa e nem intercorrente;

ü Sentença penal condenatória irrecorrível;

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Ø Na hipótese de concurso de crimes: A prescrição executória se dará crime a

cri-me, para que não haja prejuízo do acusado. Sumula nº 497, do STJ e art. 119, do

CP.

2.15.2 Termo inicial: Art. 112, CP:

I- Do dia em que transita em julgado a sentença penal condenatória para a acusação e para a defe-sa. (Direito de duplo grau de jurisdição; Pena justa); II- Do dia em que se interrompe a execu-ção da pena, salvo quando o tempo da interrupexecu-ção deva computar-se na pena. Art. 113, CP: Prescri-ção é regulada pelo tempo que resta. Art. 42, CP: Pena cumprida.

2.16 Causa suspensiva da Prescrição da Pretensão Executória:

ü Art. 116, p. un., do CP: I- Enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que

de-penda o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no

estrangeiro.

ü Art. 733, do CPC: Enquanto durar outra prisão, fica suspensa a prescrição executória.

2.17 Causas interruptivas da Prescrição da Pretensão Executória: Art. 117, CP:

ü Pelo início ou pela continuação do cumprimento da pena;

ü Pela reincidência.

2.18 Prazo de prescrição executória:

Mesmos passos das prescrições retroativas e intercorrentes:

ü 1º: Pena concretizada na sentença sem os acréscimos dos concursos de crimes;

ü 2º Leva-se a pena encontrada ao artigo 109, CP;

ü 3º verificam-se causas modificadoras do prazo- art. 115, CP. Sumula 220 STJ.

2.19 Observações:

ü Prescrição das penas restritivas de direito: O prazo é igual ao das penas privativas de

li-berdade;

ü Prescrição da pena de multa: Art. 114, do CP.

ü Prescrição Executória da pena de multa: art. 51, CP. Se converte em dívida de valor;

ü Prescrição da medida de segurança: Pena máxima cominada em abstrato. Artigo 109, CP;

ü A sentença absolutória imprópria não é causa interruptiva da prescrição.

ü Falta grave: art. 50, LEP: prescreve lei 12234- 2para 3 anos.

ü Prescrição do ato infracional: art. 103, ECA: as medidas socioeducativas também estão

sujeitas à prescrição penal. Súmula nº 338, do STJ.

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