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Ex.º Chefe da Equipa Multidisciplinar do Norte Inspeção-Geral de Educação e Ciência, José Fernando Pinho Silva.

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Escola Básica e Secundária À Beira Douro - Medas

Ex.º Chefe da Equipa Multidisciplinar do Norte Inspeção-Geral de Educação e Ciência,

José Fernando Pinho Silva.

ASSUNTO: Contraditório – relatório de avaliação externa

Na sequência do vosso ofício S/03396/RN/14 de 01-04-2014 e na qualidade de responsável pelo Agrupamento de Escolas À Beira Douro e exercendo o direito previsto nos artigos 100.º e 101.º do Código de Procedimento Administrativo, venho por este meio tecer algumas considerações resultantes das consultas feitas às estruturas do Agrupamento, nomeadamente o Conselho Geral, o Conselho Pedagógico, a direção da Associação de Pais e os restantes elementos da Direção Executiva, relativas ao relatório da avaliação externa realizada neste Agrupamento entre os dias 21 e 26 de novembro de 2013.

Agrupamento de Escolas À Beira Douro, 16 de abril de 2014

O Diretor

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Escola Básica e Secundária À Beira Douro - Medas

PREÂMBULO

A análise aprofundada do relatório de Avaliação Externa, realizada nos dias 21 a 26 de novembro em ambiente de grande colaboração entre os vários membros desta comunidade educativa e a equipa avaliativa, deixou-nos com a convicção que este modelo de avaliação externa não é aquele que mais interessa à nossa Escola. Sendo a avaliação externa, e o respetivo relatório, uma oportunidade de melhoria da Escola, esperamos que espelhe a sua realidade, pois as melhorias só se podem fazer a partir de um quadro real e não de qualquer criação, mais ou menos, ficcionada dessa mesma realidade.

Assim, a análise do Agrupamento com base nos seus documentos fundamentais e no último perfil disponível (ano 2011-2012) cria, desde logo, uma situação de desencontro temporal que causa um impacto significativo nas análises produzidas. Os documentos existentes no Agrupamento resultam das avaliações internas realizadas de variadas formas (equipa de autoavaliação, inquéritos

diretos aos intervenientes – docentes e não docentes, processos de análise de resultados no âmbito

das estruturas intermédias) durante o período de vigência do anterior Projeto Educativo (2009/2013) e que obrigatoriamente se traduziram nos documentos produzidos. Assim, o Projeto Educativo do Agrupamento tal como todos os outros documentos, reflete a forma como a organização quer dar resposta aos problemas detetados depois da avaliação dos resultados produzidos pela concretização do Projeto Educativo anterior. Obrigatoriamente, os resultados alcançados em 2011-2012 foram alvo dessa análise juntamente com os resultados de cada um dos anos letivos correspondentes a esse espaço temporal.

Esta nossa reflexão pretende ajudar a clarificar que a quantificação do domínio Resultados e, por consequência, dos restantes domínios (e contra esta opção nada temos a dizer), pode criar distorções significativas resultantes de um único fator: o tempo. No caso deste Agrupamento, esta distorção é fácil de comprovar fazendo exatamente o mesmo trabalho que se fez para 2011-2012, mas tendo por base o perfil do Agrupamento no ano 2010-2011 ou no ano 2012-2013. Sendo o domínio dos Resultados aquele que prevalece na aplicação da Escala de Avaliação, é nosso parecer que a sua análise, para ser consistente, devia levar em conta os resultados dos vários anos não sujeitos a avaliação externa. Desta forma, fatores que possam ser considerados excecionais (como por exemplo, a melhor ou pior capacidade de aprendizagem dos alunos num determinado ano) deixariam de poder ser contemplados, credibilizando as classificações obtidas.

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Escola Básica e Secundária À Beira Douro - Medas

Da nossa reflexão resultou também, a constatação que existe uma clara sujeição aos resultados académicos dos outros campos de análise do domínio Resultados. Consideramos que

essa sujeição não encontra sustentação na Escala de Avaliação. A Escala de Avaliação refere: “ A

ação da escola tem produzido um impacto (…) dos valores esperados das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. (…)” sendo evidente que as

aprendizagens e resultados dos alunos não se limitam ao seu desempenho nas disciplinas curriculares de Português e Matemática, mas sim dos resultados académicos na sua globalidade, dos seus resultados sociais e da forma como a comunidade reconhece a Escola (ou seja, dos três campos de análise a que se refere o domínio Resultados). Do equilíbrio entre estes três campos de análise reside, na nossa opinião, a grande ajuda que as avaliações externas podem dar às escolas públicas. A escola, na sua missão global, deve dar enfase à colaboração com as famílias na construção do cidadão e, consequentemente, a sua ação não se pode limitar aos resultados académicos esperados para cada aluno mas sim aos resultados evidenciados pelo aluno nas suas variadas vertentes de formação académica, pessoal e social. Consideramos, por isso, que olhar exclusivamente para os resultados académicos (e reduzindo estes aos resultados das disciplinas curriculares de Português e Matemática) é uma perspetiva redutora na qual não nos revemos como comunidade educativa.

Face ao exposto, a nossa reflexão aponta as seguintes contradições no relatório apresentado.

CONTRADITÓRIO

(Relatório da avaliação externa – 21 a 26 de novembro de 2013)

3.1- Domínio Resultados

Relativamente a este domínio parece-nos incorreta a frase “ Não foram identificados fatores

explicativos concretos para justificar o sucesso/insucesso dos alunos, em particular a descida das taxas de sucesso verificadas em 2011-2012 face ao ano letivo anterior. (…)” pois

as causas que no seguimento do parágrafo em questão são apontadas não são eventuais. A sua consciencialização e correspondente adoção de medidas permitiram, logo no ano seguinte, a inversão dos números de insucesso ao ponto da Escola ter sido contemplada com um crédito horário

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resultante da melhoria dos resultados (o chamado crédito EFI). Se as causas apontadas não fossem pertinentes seria todo o edifício educativo que estaria em causa. Se não, vejamos: a nossa Escola tem em média 100 alunos a realizar provas finais no final de cada ciclo. A existência, ou não, de alunos de percursos alternativos (CEF, TPCA e/ou cursos vocacionais) é determinante para a percentagem de sucesso nesses exames. São alunos que em percursos regulares dificilmente obtêm sucesso e a probabilidade de o fazerem em prova final de ciclo é menor ainda. Basta fazer as contas com uma turma de 15 alunos para se ter a perceção imediata do impacto nos resultados académicos do Agrupamento pelo facto desses alunos fazerem ou não provas finais.

A este fator humano (os alunos nem sempre respondem da mesma maneira em situações de exame/provas finais) junta-se um outro que, no nosso entender, não é de menor impacto. A gestão dos recursos humanos de educação, nomeadamente docentes, penaliza claramente as organizações que fazem uma boa gestão: a não existência de docentes com horários zero e/ou horários com insuficiência de horas letivas deixa esta Escola sem um número significativo de horas para o apoio a alunos e este facto é decorrente da passagem de um rácio aluno/professor de 8,2 em 2010 para 11 em 2013. Uma boa gestão de recursos docentes não pode ser penalizadora, prejudicando evidentemente os alunos pois o número de horas disponíveis para os apoiar é menor.

A melhoria de resultados que se verificou no ano seguinte (2012-2013) foi identificada como sendo consequência de propostas de melhoria que passaram pela adoção de critérios de correção idênticos aos utilizados pelos Júris de Exames e Provas Finais de ciclo, tipologia de testes idêntica às utilizadas Exames e Provas Finais de ciclo e realização de Testes Intermédios.

Existe uma outra causa cuja dimensão está claramente subvalorizada no relatório e que é o facto do Agrupamento apresentar ao longo dos últimos anos taxas de abandono/desistência nulas. Esta taxa nula tem um impacto fundamental nos resultados académicos pois o Agrupamento dá resposta e oportunidade a todos. É fácil perceber o impacto estatístico que teria nos resultados, uma taxa de abandono/desistência mais elevada, mesmo que claramente abaixo da existente a nível nacional (23% segundo dados do ano letivo em análise). Todos sabem qual a tipologia de aluno que abandona e desiste: os que têm dificuldades de aprendizagem e/ou de integração e que normalmente obtêm maus resultados. Sempre que no domínio Resultados somos comparados às “escolas do mesmo grupo de referência” cabe perguntar: o fator abandono escolar é devidamente tido em conta? As escolas do nosso “cluster” apresentam a mesma taxa de abandono?

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Tal como ficou claro no preâmbulo, o excessivo protagonismo dado aos resultados académicos e que não é sustentável na escala avaliativa, subalterniza os restantes campos de análise correspondentes a este domínio.

No nosso entender devem-se considerar dados como o ambiente disciplinado existente (procedimentos disciplinares residuais e as medidas aplicadas, essencialmente de cariz corretivo), o acompanhamento dado aos alunos em situações pessoais e sociais precárias, a percentagem de alunos que ingressaram no ensino superior apesar da inexperiência do Agrupamento em Ensino Secundário, assim como vários aspetos que o próprio relatório reconhece dos quais se realça:

“A comunidade educativa, em geral, manifesta um grau de satisfação elevado com a ação educativa desenvolvida e com a qualidade da maior parte dos serviços disponibilizados no Agrupamento, conforme está bem evidenciado nas respostas aos questionários de satisfação e na informação recolhida durante as entrevistas efetuadas no âmbito do presente processo de avaliação externa.” – 1.º parágrafo do campo de análise “Reconhecimento da

comunidade”.

Perante este facto, que no nosso parecer é muito significativo, pois é a avaliação daqueles para quem a Escola trabalha (os nossos alunos e respetivas famílias), é nossa convicção que, se os resultados académicos não subalternizassem os restantes dois campos de análise, o nível de classificação atingido neste domínio seria, pelo menos, BOM e não Suficiente.

Aceitando a dependência dos outros dois domínios – Prestação de serviço educativo e

Liderança e gestão – tal como está previsto na Escala de Avaliação adotada, consideramos o seguinte:

3.2 - Domínio Prestação do Serviço Educativo

Em nossa opinião quando existe o reconhecimento da comunidade educativa sobre a boa qualidade do serviço prestado, bem como a aceitação como legítimo, por parte da equipa de avaliação de que:

“(…)as respostas educativas dispensadas aos alunos com necessidades educativas especiais, com reflexos positivos na sua integração social” ;

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Escola Básica e Secundária À Beira Douro - Medas

“(…)as estratégias de envolvimento e interação estabelecidas com a comunidade educativa, com impacto na dinamização cultural e recreativa local”;

“(…) Existem práticas de articulação entre ciclos e entre professores que lecionam as mesmas disciplinas em diferentes anos.”;

“(…) A oferta educativa e o plano de atividades estão alinhados com as necessidades e as características do contexto envolvente”;

“(…) o Agrupamento iniciou, há dois anos, outro processo de supervisão que consiste na observação de aulas com caráter formativo e abrangeu, em cada ano, a título voluntário, 30% dos professores. Em resultado da iniciativa, e de acordo com os professores, verificou-se uma melhoria significativa no clima de aprendizagem nas turmas envolvidas. Segundo a direção, a experiência serviu também de estímulo à abertura da sala de aula como condição de desenvolvimento profissional dos professores. Esta iniciativa tem vindo a ser monitorizada pelo Agrupamento e constitui um exemplo no campo da supervisão da prática letiva.”

Face ao exposto, e na sequência do anteriormente referido relativamente à dimensão

Resultados, é nossa convicção que o Agrupamento apresenta uma prestação de serviço

educativo compatível com o nível de classificação MUITO BOM.

3.3. Domínio Liderança e Gestão

A forma como são analisados os vários campos de análise neste domínio demonstram claramente o espírito de verdadeira comunidade educativa em que as relações institucionais entre os vários órgãos - Conselho Geral, Direção, Estruturas Intermédias, Associação de Pais/Encarregados de Educação, Parceiros Institucionais e restantes parceiros - são exemplares.

Face ao exposto, e na sequência do anteriormente referido relativamente à dimensão Resultados, é nosso entender que o Agrupamento apresenta, neste domínio, práticas compatíveis com o nível de classificação MUITO BOM.

Medas, 16 de abril de 2014 Manuel Monteiro (Diretor)

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