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EDUARDO ANVERSA ATHAYDE

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Academic year: 2021

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NFLUÊNCIA DA

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ORDA E DO

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EPRODUTIVO DE ANADENANTHERA FALCATA

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ERRADO STRICTO SENSU

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AULO

EDUARDO ANVERSA ATHAYDE

Rio Claro

Estado de São Paulo

± Brasil

Maio de 2007

Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista ³-XOLR GH 0HVTXLWD )LOKR´ &DPSXV 5LR Claro, para a obtenção do titulo de mestre em Biologia Vegetal

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Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

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I

NFLUÊNCIA DA

B

ORDA E DO

I

SOLAMENTO NA

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ENOLOGIA E NO

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UCESSO

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EPRODUTIVO DE ANADENANTHERA FALCATA

(B

ENTH

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PEG

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ABACEAE

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EM UMA

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EGIÃO DE

C

ERRADO STRICTO SENSU

,

I

TIRAPINA

,

S

ÃO

P

AULO

EDUARDO ANVERSA ATHAYDE

Orientadora: LEONOR PATRICIA CERDEIRA MORELLATO

Rio Claro

Estado de São Paulo

± Brasil

Maio de 2007

Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual 3DXOLVWD ³-XOLR GH 0HVTXLWD )LOKR´ Campus Rio Claro, para a obtenção do titulo de mestre em Biologia Vegetal

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha orientadora, Profa. Dra. Patrícia Morellato, pela paciência, pela vontade e pela disposição em ensinar sem nem mesmo me conhecer direito.

Aos membros da banca.

Ao Dr. Peter Feisinger pela ajuda na parte inicial de elaboração dessa tese.

Ao Dr. Carlos Sanchèz por estar sempre disposto a ajudar, pela grande amizade e carinho que sinto e aos momentos que passamos juntos; mesmo estando longe ainda lembro de nossa amizade.

Ao Luis Fernando Alberti pelas discussões e sugestões sobre a elaboração dessa tese e apoio na minha chegada a Rio Claro, além das longas e proveitosas discussões sobre estatística.

A minha querida mulher Joseane, pela paciência, apoio e amor imensuráveis de que eu tanto preciso e precisei, e pela alegria da convivência e da compreensão que tem me dado durante todo esse tempo.

Aos meus colegas que sempre estão dispostos em ajudar Amira, Gabi, Brunão, Paula, Eliana, João, Aloísio, Vanessa, Andréa, Rubim.

Aos meus amigos que estão longe, mas participaram de uma forma ou de outra na elaboração dessa tese, Eduardo, Jean, Cleiton, João Pedro; mesmo longe ainda me lembro de vocês.

Aos meus queridos e amados irmãos, que sempre estarão em meu coração, Ricardo e Dirceu. Vocês foram muitas vezes uma inspiração para mim.

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A minha amada Mãe, que tanto amo, de todo o meu coração, que sempre me apoiou e encorajou que chora muitas vezes de saudades, por tudo que fez e faz em minha vida.

Aos professores e funcionários da pós-graduação em Biologia Vegetal da UNESP Rio Claro pelos anos de convivência.

A UNESP pelo apoio logístico.

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Viver é arte, pois a vida é uma tela com rabiscos que ninguém sabe o final, mas podemos definir

os seus planos.

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ÍNDICE

LISTA DE TABELAS E FIGURAS...01

Resumo...04 Abstract...05 INTRODUÇÃO...06 MATERIAIS E MÉTODOS...07 Espécie em estudo...07 Área de estudo...08

Seleção das árvores...09

Caracterização microclimática e tamanho da planta...09

Padrões fenológicos...10

Sucesso reprodutivo...11

Produção de sementes e recrutamento de plântulas...12

Análises estatísticas...12

RESULTADOS...14

Caracterização microclimática e tamanho da planta...14

Padrões fenológicos...14

Sucesso reprodutivo...16

Produção de sementes e recrutamento de plântulas...17

DISCUSSÃO...17

Sazonalidade fenológica e a relação com o clima...18

Disponibilidade de recursos e polinização...19

Predação de sementes e recrutamento...21

AGRADECIMENTOS...22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...23

APÊNDICE...41

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LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1. Condições físicas e tamanho dos indivíduos de A. falcata nos três ambientes estudados; onde AI: árvores isoladas, B: borda e I: interior. Testes de Kruskal-Wallis (H) foram conduzidos entre os ambientes para cada variável física...28 Tabela 2. Valores estimados para o teste Z de uniformidade de Rayleigh e concentração (r) das fenofases estudadas nos três ambientes; AI: árvores isoladas, B: borda e I: interior; em cerrado stricto sensu...29 Tabela 3. Parâmetros fenológicos dos indivíduos de A. falcata presentes nos três ambientes estudados; AI: árvores isoladas, B: borda e I: interior. Testes de Kruskal-Wallis (H) foram conduzidos para comparar os ambientes...30 Tabela 4. Sucesso reprodutivo para os indivíduos de A. falcata nos três ambientes estudados; AI: árvores isoladas, B: borda e I: interior. Testes de Kruskal-Wallis (H) foram conduzidos para comparar os ambientes com os dados da população...31 Figura 1. (A) Localização da área de cerrado sensu stricto estudada e o entorno em ,WLUDSLQD63HQWUHDVFRRUGHQDGDVž¶6Hž¶: % )RWRDpUHDGRIUDJPHnto de cerrado sensu stricto estudado. AI representa as árvores isoladas marcadas na pastagem, BS e BL são as transecções na borda sul e leste respectivamente e IS e IL são as transecções do interior marcadas sul e leste respectivamente...32 Figura 2. (A) diagrama climático da região de Itirapina, estado de São Paulo, entre o período de 1970 a 2006. (B) Variação mensal das temperaturas média, máxima e mínima e dos valores de precipitação no período de estudo...33 Figura 3. Distribuição de freqüência de diferentes classes de tamanho (DAP) nos indivíduos dos três ambientes estudados, A: borda; B: interior e C: isolamento. Note a diferença existente entre a pastagem e os outros ambientes...34 Figura 4. Histogramas circulares da data de pico de floração de Anadenanthera falcata nos anos de 2005 (A, C e E) e de 2006 (B, D e F) nos ambientes de borda (A, B), interior (C, D) e isolamento (E, F) em cerrado sensu stricto em Itirapina, SP...35 Figura 5. (A) Porcentagem de indivíduos de Anadenanthera falcata em floração nos diferentes ambientes. Flechas escuras representam as datas de maior porcentagem de indivíduos em floração nos três ambientes estudados. (B) Porcentagem de intensidade de Fournier para mudança foliar nos indivíduos de A. falcata em um cerrado sensu

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Figura 6. Histogramas circulares da data de pico para frutos maduros em

Anadenanthera falcata em 2005 nos ambientes de A: borda, B: interior e C: isolamento

em cerrado sensu stricto em Itirapina, SP...37 Figura 7. Histogramas circulares das datas de pico de brotamento foliar para indivíduos de Anadenanthera falcata nos anos de 2005 (A, C e E) e de 2006 (B, D e F) nos ambientes de A, B: borda, C, D: interior e E, F: isolamento em cerrado sensu stricto Itirapina, SP...38 Figura 8. Histogramas circulares das datas de pico de queda foliar em Anadenanthera

falcata nos anos de 2005 (A, C e E) e de 2006 (B, D e F) nos ambientes de A, B: borda,

C, D: interior e E, F: isolamento em cerrado sensu stricto em Itirapina, SP...39 Figura 9. Produção de inflorescências nos anos de 2005 e 2006 e de frutos como função do tamanho dos indivíduos de Anadenanthera falcata em cerrado sensu stricto em Itirapina, SP...40

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Athayde & Morellato

Fenologia e Sucesso Reprodutivo de Anadenanthera falcata em isolamento, na borda e interior de cerrado stricto sensu

INFLUÊNCIA DA BORDA E DO ISOLAMENTO NA FENOLOGIA E NO SUCESSO

REPRODUTIVO DE ANADENANTHERA FALCATA (BENTH.) SPEG. (FABACEAE) EM UMA

REGIÃO DE CERRADO STRICTO SENSU,ITIRAPINA,SÃO PAULO.1

EDUARDO ANVERSA ATHAYDE2,3 & L. PATRICIA C. MORELLATO2

1- Dissertação do primeiro autor, junto ao programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, São Paulo, Brasil.

2- Departamento de Botânica, Grupo de Fenologia e Dispersão de Sementes, Universidade Estadual Paulista, Cx.P.100.13506-900 Rio Claro, São Paulo, Brasil. 3- Autor para correspondência: eanversa@yahoo.com.br.

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RESUMO. (Influência da Borda e do Isolamento na Fenologia e no Sucesso

Reprodutivo de Anadenanthera falcata (Benth.) Speg. (Fabaceae) em uma Região de Cerrado stricto sensu, Itirapina, São Paulo). O isolamento espacial causado pela fragmentação florestal e o isolamento temporal causado pela assincronia da floração das plantas têm sido propostos como importantes fatores afetando a reprodução de populações vegetais. Nós determinamos os efeitos da fragmentação florestal e isolamento espacial na fenologia reprodutiva e vegetativa e no sucesso reprodutivo de

Anadenanthera falcata (Benth.) Speg. em uma região de cerrado stricto sensu em

Itirapina, São Paulo. Para isso, nós comparamos populações em três diferentes ambientes: (1) árvores circundadas por pastagem, ou seja, isoladas; (2) árvores presentes na borda; e (3) árvores presentes no interior. Nós acompanhamos diferentes variáveis da população como: duração, freqüência, época e sincronia da floração, época da frutificação, do brotamento e da queda foliar, produção de flores e frutos, número de flores que se convertem em frutos, número de sementes por fruto, proporção de sementes predadas por fruto e número de plântulas. A duração e a freqüência da floração foram duas vezes maiores em indivíduos isolados. Nós encontramos diferenças na época de floração e frutificação entre os ambientes, assim como na proporção de indivíduos que floresceram e frutificaram, que foi maior no isolamento. A produção de flores e frutos foi maior nas plantas isoladas, no entanto, o sucesso reprodutivo não diferiu entre os ambientes, com o número de flores que se convertem em frutos e o número sementes por fruto semelhante entre eles. A proporção de sementes predadas por fruto foi menor nos indivíduos em isolamento. O número de plântulas diferiu entre os ambientes, com a pastagem não apresentando plântulas de A. falcata. Nós argumentamos que a falta de competição, o tamanho dos indivíduos e a disponibilidade de recursos para as plantas em isolamento são os responsáveis pela maior duração e freqüência da floração, assim como pela maior produção de flores e frutos. O sistema reprodutivo, a luminosidade e a disponibilidade de polinizadores são os fatores responsáveis pelo sucesso reprodutivo e número de sementes por fruto encontrado nesse estudo. Nós discutimos também a implicação desses achados para a conservação de A.

falcata no cerrado brasileiro.

Palavras-chave: Cerrado, sucesso reprodutivo, isolamento espacial, efeito de borda,

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ABSTRACT. (Effects of Forest Fragmentation on Phenological Patterns and

Reproductive Success of the Tropical Dry Forest Tree Anadenanthera falcata). Spatial isolation caused by forest fragmentation and temporal isolation caused by asynchronous flowering of plants have been proposed as important factors that affect the reproduction of plant populations. We determined the effects of forest fragmentation and spatial isolation on phenology patterns and reproductive success of the tropical dry forest

Anadenanthera falcata (Benth.) Speg. in a region of cerrado stricto sensu in Itirapina,

São Paulo. For this, we compared populations in three habitat conditions: (1) trees in habitat surrounded by pasture, or isolated; (2) trees in anthropogenic edges; and (3) trees in the interior of the cerrado. We followed different variables of the population as: duration, frequency, time and synchrony of flowering, time of fruiting, time of leaf flushing and leaf fall, total flower production, total fruit production, the fruit set, the seed set, the predation of seed and the number of seedlings. The duration and the frequency of flowering were greater in the individuals in pasture. We also found little overlap in time flowering and fruiting among individuals in pasture, anthropogenic edge and interior. The total flower production and total fruit production were greater in the individuals in pasture. No have differed in fruit set nor on seed set among habitats. The proportion of predation seeds differed among the habitats with the isolated individuals presenting smaller damages for insects predators in their seeds. The number of seedlings differed among the habitats with the pasture not presenting seedlings of A. falcata. We argued that the competition lack and the resources availability for the plants in isolation are the responsible for the largest duration and frequency of the flowering, as well as for the largest total flower and fruit production. The breeding system, the light availability and the pollination are the responsible factors for the fruit set and seed set found in this study. We also discussed the implication of those findings for the conservation of A.

falcata in the Brazilian savannah.

Key-words: Brazilian cerrado, reproductive success, spatial isolation, edge effects,

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Introdução

Os ambientes naturais presentes no mundo estão sofrendo um processo de perda de sua área original para pastagens e culturas agrícolas, conhecido como fragmentação florestal (Quesada & Stoner 2004). O resultado direto dessa fragmentação é a redução na área original, o aumento do número de remanescentes e do isolamento entre eles (Saunders et al. 1991; Murcia 1995).

O cerrado - tipo de vegetação savânica ± ocupava originalmente cerca de 21% do território brasileiro, mas hoje é a principal área de produção de grãos e de criação de gado (Leite et al. 2006), sofrendo um processo de extrema fragmentação de seus habitats, pela mudança no uso da terra pelas populações humanas (Klink et al. 1995). Estes distúrbios antropogênicos no cerrado têm causado uma redução em sua biodiversidade (Melo et al. 2003; Murcia 1995), mas a sua destruição está sendo mais rápida do que a capacidade da comunidade científica produzir o conhecimento necessário para a sua conservação (Leite et al. 2006).

Quando áreas contínuas de vegetação nativa são transformadas em pequenos fragmentos isolados, ocorre à formação de bordas (Fahrig 2003). Nas bordas os organismos experimentam condições novas, pois a luminosidade, a temperatura e a umidade relativa mudam (Kappos 1989), que afetam as interações entre as espécies (Murcia 1995), como a relação das plantas com seus polinizadores, com conseqüências no sucesso reprodutivo e no sistema reprodutivo das plantas presentes na borda ou em isolamento (Aizen & Feisinger 1994; Cascante et al. 2002; Fuchs et al. 2003; Quesada

et al. 2004). Estas mudanças afetam principalmente sistemas planta-polinizador

especializados, mas acredita-se que a especificidade dos polinizadores não seja importante em ambientes tropicais, pois as interações planta-polinizador são mais generalistas nestes ambientes (Herrera 1988).

Desta forma, alterações no microclima de plantas em bordas e isolamento podem afetar diretamente a sua reprodução e recrutamento (Aldrich & Hamrick 1998; Tomimatsu & Ohara 2004). Estudos mostram que a fragmentação pode afetar negativamente a reprodução de plantas por diminuir a atividade de polinizadores (Aizen & Feizinger 1994), a deposição de pólen (Aizen & Feizinger 1994; Cascante et al. 2002), a produção de frutos e sementes (Aizen & Feizinger 1994; Cunningham 2000ab), e o sucesso reprodutivo e fluxo gênico (Rocha & Aguilar 2001; Fuchs et al. 2003). Essas mudanças no sucesso reprodutivo podem estar relacionadas à variação na

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disponibilidade de recursos limitados, como água ou luz, para o desenvolvimento de frutos e sementes (Niesenbaum 1993; Cunningham 1997; Fuchs et al. 2003), assim como características do sistema reprodutivo das espécies presentes em ambientes fragmentados como borda ou isolamento (Seffan-Dewenter & Tscharntke 1999).

A fragmentação florestal causa alterações em várias condições ambientais que podem estar regulando os padrões fenológicos e reprodutivos das plantas (Kappos 1989; Saunders et al. 1991) alterando o seu sucesso reprodutivo por afetar a época e a freqüência da floração ao longo do tempo (Herrerías-Diego et al. 2006). Igualmente, é bem conhecido que os padrões de floração e frutificação podem diferir entre indivíduos de uma mesma população ocorrendo em ambientes heterogêneos (Primack 1980; Bishop & Schemske 1998), mas existem poucos estudos comparando as respostas fenológicas de plantas perenes em áreas fragmentadas (Marco et al. 2000; Fuchs et al. 2003; Quesada et al. 2003; Herrerías-Diego et al. 2006; Leite et al. 2006).

O presente estudo avaliou a influencia da borda e do isolamento em

Anadenanthera falcata (Benth.) Speg., uma espécie comum no cerrado stricto sensu

brasileiro, objetivando responder as seguintes perguntas: 1) Existem diferenças nas condições físicas (luz, temperatura e umidade relativa), no tamanho dos indivíduos e na fenologia reprodutiva e vegetativa entre árvores isoladas, na borda e no interior em cerrado stricto sensu?; 2) Como varia o número de flores e frutos produzidos e o sucesso reprodutivo (razão fruto/flor) em árvores de A. falcata em condição de isolamento, borda e interior em cerrado stricto sensu e qual a relação entre a luminosidade, o tamanho das plantas e a produção de flores e frutos em árvores de A.

falcata nestas condições? e 3) Como varia o número de sementes viáveis e sementes

predadas por fruto em fase de pré-dispersão e o número de plântulas de A. falcata entre árvores isoladas, na borda e no interior em cerrado stricto sensu?

Materiais e Métodos

Espécie em Estudo

Anadenanthera falcata (Benth.) Speg. (Fabaceae), o angico do cerrado, é uma

árvore de grande porte com altura que pode chegar a 15 metros, casca marrom escura muito espessa, fendilhada com cristas irregulares; possui folhas compostas, bipinadas, alternas, o pecíolo apresenta glândulas extraflorais oblongas (Durigan et al. 2004). As

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flores possuem a cor branca, arranjadas em panículas de glomérulos globosos do tipo de

Mimosa, com aproximadamente 70 flores por inflorescência; a parte da flor mais

eminente são os estames com filamentos brancos e as anteras amarelas dotada de glândulas, com odor doce e forte. Os polinizadores mais importantes são abelhas e, menos freqüentemente, moscas, vespas e besouros (Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger 2006). O fruto é um legume deiscente, marrom escuro, lustroso plano (Durigan et al. 2004). A espécie em foco é uma importante leguminosa que ocorre em muitas regiões savânicas brasileiras, constituindo nestas vegetações um importante elemento florístico e estrutural, com altos valores de importância na comunidade (Fidelis & Godoy 2003). Anadenanthera falcata têm importância comercial pela sua madeira e a extração de sua casca para a produção de tanino (Gross et al. 2002). Reys et

al. (2006) em trabalho realizado na área em estudo encontraram que A. falcata é a

espécie vegetal com maior valor de importância e abundância.

Área de estudo

O estudo foi realizado em um fragmento de cerrado stricto sensu (Coutinho 1978) que possui aproximadamente 240 ha de extensão, localizado na Fazenda São José da Conquista, na Rodovia Ayrton Senna, km 8 no município de Itirapina, estado de São Paulo (22º10¶6Hž2¶:; Fig. 1A). A matriz voltada para a face sul do fragmento é formada por pastagens de gramíneas utilizadas para a alimentação de gado, com poucas árvores esparsamente distribuídas; a matriz voltada para a face leste é formada por outra área de cerrado separadas por um aceiro de cerca de 5m de largura (Fig. 1B). O clima da região segundo a classificação de Köeppen (1948), é do tipo Cwa, com uma estação chuvosa de outubro a março e uma estação seca de abril a setembro, sendo a precipitação média anual de 1524 mm e a temperatura média de 22ºC (Fig. 2A). Para o período de estudo foram avaliadas as temperaturas médias, máximas e mínimas mensal e a precipitação total mensal (Estação Meteorológica do CREA ± Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo, Itirapina, SP). O mês com maior precipitação foi fevereiro com 263 mm de chuva, e os meses de menor precipitação foram junho, julho e agosto. Os meses com menores valores de temperatura foram os secos, enquanto os meses com maiores temperaturas foram os úmidos (Fig. 2B). A vegetação predominante na área de estudo é do tipo cerrado stricto sensu (Coutinho 1978), caracterizado por vegetação mais aberta com árvores de porte baixo a médio não

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ultrapassando os 12 metros de altura sem dossel definido. As famílias mais importantes são Fabaceae, Myrtaceae, Vochysiaceae, Melastomataceae e Lauraceae e as espécies mais importantes são Anadenanthera falcata (Benth) Speg., Xylopia aromática (Lam.) Mart., Vochysia tucanorum Mart., Miconia rubiginosa (Bonpl.) DC. e Bauhinia rufa (Bong.) Steud. (Reys et al. 2006).

Seleção de Árvores

Para examinar os efeitos da borda e do isolamento na fenologia e no sucesso reprodutivo de plantas de A. falcata foram comparadas árvores isoladas (AI), na borda (B) e no interior (I) de cerrado stricto sensu estudado. Árvores foram consideradas isoladas (AI) quando estavam rodeadas por pastagens ou campos agrícolas. Árvores em situação de isolamento foram selecionadas sistematicamente na matriz de pastagem que circunda a face sul da área de estudo (Fig. 1B). Foram selecionadas duas áreas de borda no fragmento, uma voltada para o sul e a outra para leste, onde foi demarcada uma transecção de 500m comprimento x 2m largura em cada uma das áreas, em contato direto com vegetação circundante (Fig. 1B). Para o interior foram selecionadas duas áreas, uma voltada para o sul e outra para o leste, onde foi demarcada uma transecção de 500m x 2m em cada uma das áreas, distante em 100m da borda do fragmento (Fig. 1B). Todos os indivíduos de A. falcata presentes nestas transecções foram incluídos na amostragem. Foram amostrados 75 indivíduos na borda, 91 indivíduos no interior e 26 na pastagem (Table 1).

Caracterização microclimática e tamanho da planta

Para caracterizar o microclima nos ambientes estudados foram registradas 12 medidas de luz, temperatura e umidade absoluta do ar em cada indivíduo de A. falcata marcado utilizando HOBO H8 (Onset Computer Corporation, EU). Todas as medidas foram tomadas a uma distância de 4 metros do solo e feitas em janeiro de 2006, depois que as folhas do dossel já estavam restabelecidas. Para determinar como a condição do ambiente afeta a freqüência de tamanho dos indivíduos em isolamento, na borda e no interior, foram medidos o diâmetro á altura do peito (dap) e a altura de cada indivíduo amostrado (Cunningham 1997), e estabelecidas classes de tamanho de dap com amplitude de 5 cm.

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Padrões Fenológicos

Observações fenológicas foram realizadas quinzenalmente de abril/2005 a janeiro/2007 em todos os indivíduos marcados. Foram observadas as fenofases floração, frutificação, queda foliar e brotamento como em Morellato et al. (2000). A floração foi dividida em período de produção de botões e período de antese ou floração propriamente dita; a frutificação foi dividida em período de frutos verdes ou imaturos e período com frutos maduros, quando ocorre a deiscência da cápsula com liberação da semente para dispersão. Um dos indicativos do inicio do período com frutos maduros foi a mudança na cor externa dos legumes. Folhas novas foram caracterizadas como folhas recém formadas com lâmina expandida, porém sem apresentar características de folhas maduras; folhas maduras com características morfológicas e estruturais completas; folha senescente ou em processo de senescência com mudanças morfológicas notáveis principalmente alteração na cor (Lenza 2005). Para quantificar o número total de inflorescências em botão e antese, foi realizada contagem quinzenal de inflorescências em todas as árvores amostradas. A produção total de inflorescências foi estimada como a área abaixo da distribuição obtida pelo número de inflorescências

versus o tempo (Fuchs et al. 2003). Foi estimada a produção total de frutos para cada

indivíduo pela contagem do número total de frutos produzidos durante o período de frutificação. Como os frutos secos permanecem na árvore-mãe vários dias depois de abertos, o número acumulado de frutos contados para cada indivíduo foi usado como uma estimativa da produção total de frutos para a árvore (Fuchs et al. 2003). Para verificar se havia diferença na proporção de ocorrência da floração e da frutificação em cada ambiente foi avaliada a porcentagem de indivíduos da população florescendo ou frutificando em cada data amostrada e em cada ambiente (Herrerías-Diego et al. 2006). Para comparar a fenologia entre árvores presentes nos três ambientes estudados foram calculados os seguintes parâmetros fenológicos: duração da floração, freqüência da floração, data de pico da floração e frutificação, sincronia da floração e data de início da floração para todos os indivíduos amostrados em 2005 e 2006. A duração da floração foi calculada como o número de dias em que o indivíduo permaneceu em floração, e a duração média da floração estimada para a população dentro de cada ambiente amostrado (Martim-Gajardo & Morellato 2003). A freqüência da floração foi calculada como o número de vezes que o indivíduo apresentou flores em sua copa no ano, e a

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partir desses dados foi estimada a freqüência média para população nos três ambientes estudados (Fuchs et al. 2003). A data de pico da floração foi determinada para cada indivíduo em dias Julianos, pela data com maior número de flores em suas copas, e estimada a data média de pico da floração para a população dentro de cada ambiente amostrado (Fuchs et al. 2003; Herrerías-Diego et al. 2006). Árvores com as datas de pico da floração diferentes em até um desvio padrão da data média da população foram classificadas como indivíduos com floração sincrônica e indivíduos com data de pico maior que um desvio padrão foram classificados como assincrônicos (Fuchs et al. 2003). A data de inicio foi a data do começo da floração para cada indivíduo amostrado e esses dados utilizados para estimar a data média de inicio para a espécies nos três ambientes estudados (Herrerías-Diego et al. 2006). A data de pico para frutificação foi calculada pela contagem quinzenal de frutos por árvore e a data que havia um número máximo de frutos na copa foi considerada a data de pico, em dias Julianos, sendo a data média de pico para a frutificação calculada para os três ambientes (Herrerías-Diego et

al. 2006). A metodologia utilizada para a quantificação dos dados fenológicos

vegetativos foi à proposta por Fournier (1974), onde 0=ausência da característica; 1=presença da característica com uma variação de 1 a 25%; 2=presença da característica com uma variação de 26 a 50%; 3=presença da característica com uma variação de 51 a 75%; 4=presença da característica com uma variação de 76 a 100%. A intensidade das fenofases vegetativas foi avaliada através das classes de Fournier estimadas como:

x100 N

Wi.ni IF

onde IF=intensidade da fenofase; i=classes de intervalo; Wi=proporção da copa na fenofase; ni=proporção de indivíduos na classe i; N=número de plantas amostradas (Bulhão & Figueiredo 2002). As datas de pico para a queda foliar e o brotamento também foram calculadas como a data de maior intensidade, estimadas pelas classes de Fournier (Martim-Gajardo & Morellato 2003).

Sucesso reprodutivo

Para avaliar a influência da borda e do isolamento no sucesso reprodutivo de A.

falcata foi determinada, a partir da produção total de flores e de frutos, a razão de flores

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a proporção do número total de frutos sob o número total de flores produzidas para cada indivíduo (Fuchs et al. 2003).

Produção de sementes e recrutamento de plântulas

Para determinar como a condição do ambiente afeta a produção de sementes, foi coletada uma amostra de cinco a vinte frutos para cada árvore nos ambientes de borda, interior e em isolamento no ano de 2005 e contado o número de sementes por fruto. As sementes foram classificadas como potencialmente viáveis ou como sementes predadas em fase de pré-dispersão (Herrerías-Diego et al. 2006). As sementes foram consideradas predadas quando apresentavam remoção do embrião ou a semente apresentava remoção do endosperma ou da casca e quando apresentava algum outro dano. Para determinar como a condição do ambiente afeta o número de plântulas, foi contado o número de plântulas de A. falcata presentes na borda, interior e na área de pastagem adjacente ao cerrado estudado no verão de 2005. Para isso, foram utilizadas parcelas de 50m de comprimento x 2m de largura que foram instaladas na borda, interior e na pastagem, sendo as parcelas de borda e interior paralelas entre si, distantes em 100 m. Foram demarcadas 10 parcelas na borda sul e 10 na borda leste assim como 8 no interior sul e 8 no interior leste, distantes em 50 m entre si dentro do mesmo ambiente. Na área de pastagem foram marcadas 10 parcelas com 50 m de distância entre si (Tomimatsu & Ohara 2003).

Análises Estatísticas

Os dados obtidos nos três ambientes estudados foram utilizados para verificar se existem diferenças entre as condições de isolamento, borda e interior. Para verificar se há diferenças nas condições físicas, no dap, na altura, nas variáveis fenológicas, na produção total de flores, frutos, sucesso reprodutivo, produção total de sementes, sementes predadas em fase de pré-dispersão e número de plântulas em cada ambiente estudado foi aplicado o teste de Kruskal-Wallis (H) com os ambientes como variável independente e as variáveis acima citadas como dependentes do ambiente, com posterior análise de comparações múltiplas (Sokal & Rohlf 1995). Foram comparadas as distribuições de freqüências de tamanhos entre os indivíduos presentes nos três ambientes com o teste de Kolmogorov-Smirnov. Para verificar se as condições de

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luminosidade e o tamanho dos indivíduos influenciam na produção de flores e frutos foi aplicado um modelo de regressão simples com a produção de flores e frutos dependentes das condições de luminosidade e de tamanho (Sokal & Rohlf 1995). Analises circulares foram realizadas com as datas de pico dos indivíduos presentes na borda, interior e em isolamento para a floração, frutificação, brotamento e queda foliar para testar se há sazonalidade nas fenofases como em Morellato et al. (2000), ocorrendo em uma época do ano, e o grau de concentração dos dados (r) em torno da data média (época). O valor de r varia de 0 a 1 e pode ser considerado como um grau de sazonalidade (Morellato et al. 2000). Quando o padrão foi significativamente sazonal testamos se os padrões diferiram entre os ambientes de borda, interior e isolamento (Zar 1974). Para relacionar os fatores abióticos precipitação e temperatura no período de estudo com as fenofases nos três ambientes foi utilizada a correlação de Spearman (rs) que é recomendada para dados que não apresentam distribuição normal (Zar 1974). Todos os cálculos estatísticos foram realizados nos programas de computador Statistica 6.0 (StatSoft, Ltd) e Oriana 2.0 (KCS, Ltd) com a significância estatística fixada em p<0,05.

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Resultados

Caracterização microclimática e tamanho das plantas

As condições físicas diferiram significativamente entre os ambientes de isolamento, de borda e de interior. A luz foi dependente da condição do ambiente, com a borda e o isolamento diferindo entre si, mas não com o interior (Tab. 1). A intensidade luminosa foi alta em todos os ambientes estudados, mas a pastagem (ambiente isolado) apresentou a menor variação dos dados em relação à média do que o interior e a borda (Tab. 1). A temperatura do ar diferiu entre os ambientes amostrados, com as plantas em isolamento experimentando os maiores valores de temperatura média, acima de 40 °C (Tab. 1). A umidade absoluta do ar não diferiu entre os ambientes estudados (Tab. 1).

A distribuição de freqüência do tamanho dos indivíduos diferiu entre os ambientes estudados, com os indivíduos em isolamento significativamente maiores (Kolmogorov-Smirnov: P < 0,025, Fig. 3), e não foram amostrados indivíduos nas menores classes de diâmetro. Os indivíduos isolados são maiores do que os indivíduos presentes na borda e no interior, quanto ao dap e a altura (Tab. 1), com o menor indivíduo em isolamento medindo 29,6 cm de diâmetro contra 3 cm do menor indivíduo no interior e na borda.

Padrões fenológicos

A floração apresentou padrão significativamente sazonal com alta concentração das datas de pico dos indivíduos em torno da data média, no começo de outubro em 2005 e no começo de setembro em 2006 (Tab. 2; Fig. 4). A data média de pico da floração não diferiu significativamente entre os ambientes estudados (Tab. 3), mas a data média de inicio da floração foi significativamente diferente entre os ambientes em 2005 (H(2,104)=8,4; N=104; p=0,01) e em 2006 (H(2,99)=8,6; N=99; p=0,01), com as plantas isoladas florescendo cerca de duas semanas mais cedo do que plantas na borda e interior em 2005 (Tab. 3). Em 2006 as plantas presentes no interior floresceram com cerca de 15 dias de atraso em relação às plantas em isolamento e na borda (Tab. 3). As árvores isoladas floresceram com freqüência e duração significativamente maiores do que as plantas na borda e interior (Tab. 3). A duração e a freqüência das florações foram duas a três vezes maiores nas plantas isoladas do que nas plantas da borda e do interior.

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O índice de sincronia foi similar entre os ambientes de borda e interior, mas diferiu da sincronia entre plantas isoladas nos anos de 2005 (H(2,103)=47,98; P < 0,001) e 2006 (H(2,98)=55,80; P < 0,001). Plantas isoladas foram mais sincrônicas do que as plantas na borda e no interior, com o índice de sincronia chegando ao valor médio de 0,72 para o ano de 2006 nas plantas isoladas (Tab. 3).

A proporção de indivíduos em floração foi maior na condição de isolamento e as datas de maior porcentagem de indivíduos florescendo não foram coincidentes entre os ambientes estudados (Fig. 5A). Na floração de 2005 e na primeira floração de 2006 a data com maior porcentagem de indivíduos foi adiantada cerca de 15 dias nas plantas isoladas; na segunda floração de 2006 a maior porcentagem de indivíduos do interior em floração ocorreu atrasada em cerca de duas semanas em relação às plantas em isolamento e de borda (Fig. 5A).

A frutificação apresentou padrão significativamente sazonal, com alta concentração das datas de pico dos indivíduos em torno da data média, no começo de agosto para as plantas na borda e interior, e em meados de julho para as plantas isoladas (Tab. 2, Fig. 6). Houve diferenças significativas nas datas médias de pico da frutificação entre os ambientes estudados, com as plantas isoladas apresentando datas de pico de frutificação adiantada em cerca de duas semanas em relação às plantas presentes na borda e no interior (Tab. 3).

O brotamento foliar apresentou padrão significativamente sazonal com alta concentração das datas de pico dos indivíduos em torno da data média, no começo de setembro (Tab. 2, Fig. 7). A data média de pico para o brotamento foliar não diferiu estatisticamente entre os ambientes (Tab. 3). A queda foliar apresentou padrão significativamente sazonal com alta concentração das datas de pico dos indivíduos em torno da data média, no começo de setembro em 2005 e começo de agosto em 2006 (Tab. 2, Fig. 8). A data média de pico de queda foliar não diferiu estatisticamente entre os ambientes estudados, mas diferiu entre os anos estudados (Tab. 3).

Houve um decréscimo na porcentagem de intensidade de folhas maduras nos meses de agosto a outubro chegando à zero em setembro, e um aumento no brotamento de agosto a setembro tendo um pico em setembro com 40% de intensidade, juntamente com um aumento na quantidade de folhas jovens em setembro chegando a 98% em outubro (Fig. 5B). Ocorreu uma sobreposição das fenofases vegetativas, sendo que quando as folhas maduras estavam caindo, já existia um pequeno brotamento e folhas jovens, não sendo uma planta totalmente decídua (Fig. 4B).

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A floração apresentou correlação positiva significativa com a temperatura média no período de estudo (botão: rs=0,40; n=30; p=0,02 e antese: rs=0,60; n=30; p=5x10-3) e não apresentou correlação significativa com a precipitação. Para a frutificação houve correlação negativa com um atraso de três meses com a precipitação (rs=-0,64; n=23; p=9,9x10-4). A precipitação do período de estudo se correlacionou com a fenofase folha madura (rs=0,50; n=27; p=7,5x10-3); a queda foliar se correlacionou com a precipitação de dois meses anteriores (rs=0,48; n=23; p=0,02) e o brotamento foliar com a precipitação do mês anterior (rs=-0,47; n=27; p=0,01).

Sucesso reprodutivo

A produção de botões florais e de flores foi dependente do ambiente que a planta se encontrava tanto para o ano de 2005 como para 2006. A produção de botões florais e de flores em 2005 e 2006 diferiu significativamente entre os ambientes estudados, com as plantas em isolamento produzindo três vezes mais flores, tanto em botão como em antese, do que as plantas na borda e interior no ano de 2005 e cerca de seis vezes mais flores em botão e antese, no ano de 2006 (Tab. 4). Ocorreram também diferenças entre anos, com maior produção de botões florais e flores em 2006 do que em 2005.

O número total de frutos produzidos diferiu significativamente entre os ambientes de borda, interior e isolamento em 2005 e 2007, sendo que plantas em isolamento produziram o dobro de frutos do que plantas na borda e interior (Tab. 4). No ano de 2005 as plantas isoladas produziram em média 226 frutos, contra 47 e 104 em plantas na borda e interior, respectivamente (Tab. 4). No ano de 2007 as plantas produziram em média 140, 30 e 42 frutos em isolamento, na borda e interior, respectivamente (Table 4). O sucesso reprodutivo (número de flores que se desenvolveram em frutos) não diferiu significativamente entre os ambientes estudados, sendo que as plantas no interior apresentaram sucesso reprodutivo médio maior que as plantas nos outros ambientes (Table 4). O sucesso reprodutivo foi muito baixo para todas as plantas de A. falcata em todos os ambientes estudados, não ultrapassando 1% de flores que se converteram em frutos maduros.

O tamanho dos indivíduos apresentou relação positiva com a produção de inflorescências (regressão simples: correlação parcial = 0,42, F(1) = 39,5, P < 0,001) e com a produção de frutos (regressão simples: correlação parcial = 0,46, F(1) = 49,1, P < 0,001) nos anos de 2005 e 2006, com árvores maiores produziram mais inflorescências

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e frutos do que árvores menores, mas não apresentou relação com o sucesso reprodutivo. A luz não apresentou relação significativa com a produção de inflorescências e com a produção de frutos nos dois anos de estudo, mas apresentou fraca relação com o sucesso reprodutivo (regressão simples: correlação parcial = 0,30, F(1) = 6,1, P=0,02).

As diferenças observadas na produção de inflorescências e frutos foram significativas apenas para o ano de 2006 (ANCOVA: F = 11,31; d.f. = 2; P <0,001), e é atribuída a maior produção de inflorescências nas plantas em isolamento. O tamanho dos indivíduos foi o maior responsável pelo aumento na produção de inflorescências e frutos nos anos de 2005 e 2006 (ANCOVA: F = 23,49; d.f. = 1; P<0,001), ou seja, indivíduos maiores produziram maior quantidade de flores e frutos (Fig. 9).

Produção de sementes e recrutamento de plântulas

O número de sementes por fruto não diferiu significativamente entre os ambientes, com oito sementes em média por fruto (Table 4). O número de sementes predadas diferiu significativamente entre os ambientes estudados (H(2,32)=14,86; N=32; P<0,001). Plantas isoladas apresentaram menor proporção de danos em suas sementes na fase de pré-dispersão, com o número médio de sementes predadas de quatro, quatro e uma, para a borda, interior e plantas isoladas, respectivamente. O número de plântulas de A. falcata diferiu significativamente entre os ambientes estudados (H(2,45)=16,96; N=45; P<0,001), sendo que não foram encontradas plântulas de A. falcata na área de pastagem, mostrando um grande problema de regeneração neste ambiente. Nos ambientes de borda e de interior foram registradas em média quatro e cinco plântulas de

A. falcata por parcela, respectivamente.

Discussão

Nossos resultados indicam que a condição de isolamento influencia a fenologia e a produção de flores e frutos em A. falcata por afetar a disponibilidade de recursos para as plantas presentes nesta condição, mas o sucesso reprodutivo e a produção de sementes não foram afetados pela condição de borda e de isolamento, indicando não haver problemas com quantidade de polinizadores e doadores de pólen em plantas isoladas presentes nesse ambiente perturbado.

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Sazonalidade fenológica e a relação com o clima

Todas as fenofases estudadas apresentaram marcada sazonalidade em A. falcata, acontecendo geralmente no final da estação seca e inicio da estação chuvosa. A floração apresentou alta sazonalidade nos três ambientes estudados, ocorrendo no final da estação seca e inicio da estação chuvosa. A época de ocorrência da floração foi similar entre árvores isoladas, na borda e no interior, mas a data de maior porcentagem de indivíduos em floração (ou intensidade) e a data média de inicio da floração diferiram entre os ambientes estudados, e isso pode estar ligado a fatores ambientais como, por exemplo, o nível de seca que pode ser um gatilho para a floração em algumas espécies de plantas (Wright et al. 1999), a radiação solar, a velocidade do vento e a disponibilidade de água no solo (Saunders et al. 1991; Herrerias-Diego et al. 2006). Em nosso estudo, plantas isoladas podem estar experimentando condições de solos mais secos que associados aos maiores valores de temperatura e de luminosidade, podem ser gatilhos para a floração adiantada nos indivíduos isolados.

A duração e a freqüência da floração foram maiores nas plantas em isolamento do que nas plantas presentes na borda e no interior. O maior comprimento da floração e maior número de floradas ao ano podem estar relacionados à disponibilidade de recursos, onde plantas com maior disponibilidade de recursos limitantes, como água ou luz, podem florescer com maior freqüência e duração, assim como aumentar o número de flores produzidas em cada episódio reprodutivo (Lee & Bazzaz 1982; Niessaunbaum 1993; Cunningham 1997).

Nossos resultados indicam haver isolamento temporal em relação à reprodução, pois alguns indivíduos floresceram em um ambiente fora de sincronia com indivíduos que floresceram em outros ambientes. Em 2005 10% dos indivíduos em isolamento entraram em floração quando não havia indivíduos em floração nos outros ambientes e em 2006 foram 30% dos indivíduos. Herrerias-Diego et al. (2006) estudando Ceiba

aesculifolia no México encontraram deslocamento do pico de floração em plantas

isoladas em cerca de 15 a 20 dias em relação às plantas presentes no interior da floresta apresentando isolamento temporal, o mesmo foi observado por Cascante et al. (2002) e Fuchs et al. (2003). O isolamento temporal causado pela assincronia da floração entre os indivíduos tem importante efeito na reprodução e estrutura genética da população (Fuchs et al. 2003), pois determina o número efetivo de doadores de pólen e a densidade

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de indivíduos florescendo, e ambos afetam o padrão de fluxo de pólen entre as árvores (Stephenson 1982). As plantas isoladas florescem mais sincronicamente que as plantas na borda e no interior, ocorrendo maior número de doadores de pólen entre as plantas presentes nesta condição.

A frutificação apresentou alta sazonalidade na liberação das sementes, que ocorreu na estação seca. A dispersão de sementes na estação seca é característica de espécies com dispersão anemocórica e autocórica. Segundo Morellato et al. (2000) a frutificação de espécies anemocóricas concentrada na época seca, traz vantagens a estas espécies, pois nesta época do ano os ventos são fortes, ocorre baixa precipitação e grande número de árvores sem folhas o que favorece a dispersão pelo vento. A data de pico da frutificação diferiu entre os ambientes estudados sendo que as plantas em isolamento apresentaram o pico de frutificação adiantado em relação aos outros ambientes. A data de pico de frutificação não apresentou relação com a luminosidade, temperatura, precipitação e tamanho da planta, mas poderia estar relacionada com a umidade do solo, que seria diferente em áreas abertas (Saunders et al. 1991).

A fenologia vegetativa não diferiu entre os ambientes de borda, interior e isolamento, apresentando alta sazonalidade, com a troca foliar ocorrendo no final da estação seca. A retomada do crescimento ainda na seca indica que a precipitação não é um fator indutor para a retomada do crescimento vegetativo (Bulhão & Figueiredo 2002), mas a redução da transpiração, ocasionada pela abscisão foliar, e a utilização da água residual podem permitir a reidratação e retomada do crescimento ainda na estação seca (Borchert 1994; Reich 1995). De acordo com Lenza (2005) esta espécie pode ser classificada como uma espécie sempre verde com crescimento sazonal com queda e produção de folhas concentradas em uma determinada época do ano. Ocorreu à produção de uma nova coorte de folhas quando quase todas as folhas velhas já haviam sido perdidas.

Disponibilidade de recursos e polinização

Nossos resultados indicam que árvores isoladas de A. falcata produzem mais flores que árvores na borda e no interior. Árvores isoladas são maiores e tendem a desenvolver mais galhos reprodutivos na copa do que árvores na borda e no interior, pois elas são encontradas em áreas abertas onde não há competição com árvores vizinhas (Fuchs et al. 2003). A produção de frutos também foi maior em árvores

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isoladas do que em árvores na borda e no interior. No entanto, o sucesso reprodutivo de

A. falcata não diferiu entre árvores presentes nos três ambientes estudados, como

encontrado por Herrerias-Diego et al. (2006). Uma explicação possível para o resultado encontrado no sucesso reprodutivo, pode ser que árvores isoladas não estejam experimentando diminuição na polinização com pólen compatível, discordando de outros estudos como Aizen & Feisinger (1994), Ghazoul et al. (1998), Cunningham (2000a), Cascante et al. (2002), Quesada et al. (2004).

A espécie em estudo Anadenanthera falcata possui polinização generalista realizada principalmente por abelhas (Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger 2006). Em espécies que possuem polinização generalista realizada por uma ampla gama de insetos, a substituição de uma espécie de polinizador por outra, como ocorre comumente em ambientes isolados (Aizen & Feisinger 1994; Gazhoul et al. 1998; Dick 2001) não altera o sucesso reprodutivo de plantas presentes nestes ambientes. Abelhas africanas geralmente substituem abelhas nativas em ambientes isolados, percorrendo longas distâncias em um único dia e mantendo altos níveis de sucesso reprodutivo em plantas presentes em ambientes isolados promovendo a polinização cruzada entre estas plantas (Dick et al. 2003).

Neste estudo houve uma maior produção de frutos em plantas isoladas do que em plantas presentes na borda e no interior com uma produção de sementes por fruto semelhante entre os ambientes, indicando quantidade similar de visitas de polinizadores às flores de plantas isoladas, na borda e interior. Segundo Feisinger et al. (1987) a fragmentação florestal com posterior isolamento espacial de plantas não afeta a área de forrageamento dos insetos polinizadores em ambientes isolados, então a atividade de polinizadores não seria o grande causador do menor sucesso reprodutivo em plantas de

A. falcata isoladas, como apontado em alguns estudos (Ghazoul et al. 1998; Fuchs et al.

2003; Quesada et al. 2003; Quesada et al. 2004), mas sim o sistema reprodutivo e o fluxo de pólen apresentado pelas plantas presentes nestes locais (Seffan-Dwenter & Tscharntke 1999).

Estudos do sistema reprodutivo de A. falcata indicam auto compatibilidade e altos níveis de auto fecundação ou geitonogamia nesta espécie (Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger 2006). Em estudos sobre a fragmentação florestal com posterior isolamento espacial indicam que em áreas isoladas os polinizadores forrageiam mais freqüentemente em flores de uma mesma planta, causando alto grau de geitonogamia com menores taxas de polinização cruzada nestas plantas (Fuchs et al.

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2003; Quesada et al. 2003; Quesada et al. 2004), e assim sucesso reprodutivo semelhante entre plantas auto compatíveis em condição de isolamento, de borda e interior, como encontrado em nosso estudo. Mas em plantas com sistema reprodutivo auto incompatível o sucesso reprodutivo poderia ser diminuído em plantas isoladas pelo alto nível de auto fecundação e mudança nas espécies e na abundância de polinizadores como ocorreu em outros estudos como Aizen & Feisinger (1994), Gazhoul et al. (1998), Fuchs et al. (2003), Quesada et al. (2003), Quesada et al. (2004).

O sucesso reprodutivo apresentou relação com a luz recebida pelos indivíduos, mas a produção de flores e frutos não apresentou relação com a luz. Esse resultado indica que o sucesso reprodutivo é dependente da condição de luminosidade pela quantidade de energia luminosa que é convertida em carboidratos e armazenada pela planta, sendo utilizada para a maturação dos frutos em flores que já foram polinizadas (Cunningham 1997). Kato & Hiura (1999) postularam que a taxa de visita de polinizadores ou deposição de pólen afetam o sucesso de fertilização de flores individuais e boas condições de luz são necessárias para a maturação dos frutos em flores onde os óvulos foram polinizados.

A produção de sementes não foi reduzida em árvores isoladas, indicando haver suficiente número de grãos de pólen depositados nos estigmas das flores para a fecundação dos óvulos e formação das sementes. Segundo Lee & Bazzaz (1982) o Q~PHURGHVHPHQWHVpUHJXODGDSHORVXFHVVRGHSROLQL]DomR³ZLWKLQ-IUXLW´HQTXDQWRD reprodução total é limitada por recursos. Como há duas vezes mais flores e frutos em árvores isoladas do que em árvores na borda e no interior, podemos concluir que a disponibilidade de recursos e a falta de competição podem ser os responsáveis pelos resultados encontrados na produção de flores e frutos em nosso estudo, e o sistema reprodutivo, a luminosidade e a presença de polinizadores os responsáveis pelos resultados encontrados no sucesso reprodutivo. O tamanho dos indivíduos se relacionou com a produção de flores e frutos, mas não com o sucesso reprodutivo que depende de outros fatores como polinização das flores e níveis ideais de luminosidade.

Predação de sementes e regeneração

A predação de sementes pré-dispersão foi maior na borda e interior do que nas plantas isoladas, sendo dependente da densidade de A. falcata em cada ambiente. A mesma espécie de invertebrado foi identificado em mais de 90% das sementes predadas,

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indicando uma relação estreita entre planta e predador. Segundo Traveset (1991) o fator que influencia a predação de sementes pré-dispersão é a densidade em que as plantas ocorrem no ambiente. Nesse estudo as árvores na pastagem apresentaram um número maior de frutos, mas uma predação menor, sendo a densidade das plantas um fator determinante para o número de sementes predadas por fruto em fase de pré-dispersão.

A ampla distribuição de A. falcata pode estar relacionada à sua capacidade de manter os níveis reprodutivos em ambientes contrastantes, como mostrado neste estudo. O isolamento de indivíduos de A. falcata em ambientes antrópicos parece não afetar o seu sucesso reprodutivo em cerrado, mas a expansão da pecuária e a criação de novos fragmentos podem ter conseqüências negativas para o estabelecimento de sementes em áreas de pastagem, como mostrado nesse estudo.

Um aspecto que deve ser tratado em estudo futuro é a estrutura genética da população, pois pode existir depressão genética em indivíduos de A. falcata em ambientes isolados (Cascante et al. 2002; Fuchs et al. 2003). Os indivíduos de A.

falcata amostrados não estão sofrendo problemas na taxa de visitas de polinizadores ou

deposição do pólen em conseqüência não há diferenças no sucesso reprodutivo nas diferentes condições ambientais, mas devemos estar atentos a possível perda da variabilidade genética em indivíduos isolados na pastagem e à falta de regeneração neste mesmo ambiente, que pode levar a extinção local destes indivíduos por processos estocásticos.

Agradecimentos

Os autores agradecem a Flavio Nunes Ramos e Peter Feisinger pelas valiosas sugestões em versões prévias do manuscrito. Os autores agradecem também aos dois revisores anônimos. Esse trabalho foi suportado pela Proap-Capes.

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(36)

Tabela 1. Condiçõe

s física

s e t

amanho dos indiv

íduos de A. falcata nos três ambientes estudado s; onde A I: árvores isoladas, B : borda e I: interior. Testes de K rusk al -Wallis (H) foram cond uzidos entre os ambientes para cada v ariá vel física. AI B I P H va lue N Núm ero de in div ídu os 26 75 91 Lu z (Lum ens ) 793,9 ± 0 ,18 A C 732,3 ± 1 27, 9 BC 762,5 ± 8 3 ,1 C 1x 10 -5 20 161 T em p eratu ra m édia (°C ) 41,5 ± 2, 09 A 35,99 ± 4 ,50 B 37,29 ± 4 ,31 C 1x 10 -5 31,11 160 U m idad e ab solu ta (g /m 3 ) 14 ± 1,36 A 15,6 ± 1, 37 A 14,7 ± 1, 55 A DA P (c m ) 61,7 ± 20 ,6 A 35,1 ± 32 ,4 B 38,9 ± 32 ,8 B 1x 10 -5 26,32 186 A ltu ra das plan ta s (c m ) 7,6 ± 1,4 A 5,1 ± 3,3 B 6,6 ± 4,4 B 1x 10 -4 17,86 186 * Va lores com a mesma l etra não dif erem si g nific ativamente.

(37)

Tabela 2. V

alores estimados para

o teste Z d e unif ormidade de Ra y lei g h e concentração ( r) das fe nof

ases estudadas nos tr

ês a mbi entes; A I: árvor es isolad as, B : bord a e I: interior; em cer ra do stricto sensu . Con ce n tração ( r) Ân g u lo Médio Data Média Z va lu e P N F lo ra çã o A I 2005 0,78 160° ± 40,3 9 ° 1/10 13,99 <0,001 23 2006 0,98 144,5 ± 1 1 ,2 8° 10/09 23,08 <0,001 24 B 2005 0,74 161,9° ± 44 ,16° 2/10 20,97 <0,001 38 2006 0,98 144,3° ± 11 ,26° 10/09 28,86 <0,001 30 I 2005 0,88 159,4° ± 28 ,89° 28/09 32,56 <0,001 42 2006 0,98 151,9° ± 12 ,16° 16/09 42,06 <0,001 44 Fru ti ficação A I 2005 0,98 89,24° ± 9, 6° 22/07 12,63 <0,001 13 B 2005 0,79 115,9° ± 39 ,24° 17/08 12,51 <0,001 20 I 2005 0,88 101,8° ± 28 ,9° 03/08 16,27 <0,001 21 Brotam e n to f o liar A I 2005 0,92 140,1° ± 24 ,01° 10/09 16,77 <0,001 20 2006 0,96 144,9° ± 16 ,39° 10/09 13,82 <0,001 15 B 2005 0,97 143,1° ± 12 ,95° 14/09 48,45 <0,001 51 2006 0,91 137,8° ± 24 ,6° 02/09 38,25 <0,001 46 I 2005 0,95 143,7 ± 1 6 ,86° 14/09 47,68 <0,001 52 2006 0,95 141,5° ± 18 ,45° 07/09 50,48 <0,001 56 Qu eda f o liar A I 2005 0,99 132,6° ± 5, 74° 02/09 25,74 <0,001 26 2006 0,96 115,9° ± 15 ,96° 11/08 24,05 <0,001 26 B 2005 0,97 133,2° ± 12 ,85° 03/09 70,36 <0,001 74 2006 0,92 110,2° ± 23 ,83° 06/08 61,40 <0,001 73 I 2005 0,98 134,6° ± 10 ,43° 04/09 87,06 <0,001 90 2006 0,92 117,2° ± 23 ,85° 14/08 75,67 <0,001 90

(38)

Tabela 3. Parâmetros f

en

ológ

icos dos indivíduos de

A. falcata presentes n os trê s ambientes estudad os; A I: á rvore s isolad as, B : borda e I: interior. Testes de Krusk al-Wallis (H) for am conduz idos para comp arar os a mbient es. Ano A I B I P H va lue N Floração Du ração (Dias) 2005 33,5 ± 24 ,2 A 9,4 ± 19, 3 B 9,1 ± 16, 6 B 1x 10 -5 28,09 186 2006 39,2 ± 18 ,5 A 13,6 ± 17 ,9 B 20,4 ± 22 ,3 B 1x 10 -5 26,35 186 Freqü ên cia (n °/ a n o) 2005 1,38 ± 0, 7 A 0,5 ± 0,6 B 0,5 ± 0,6 B 1x 10 -5 25,81 186 Data de pico 2005 169,1 ± 4 5 ,3 A 176,8 ± 5 3 ,2 A 166,6 ± 3 8 ,2 A 0,53 1,26 103 (dias Ju lian os ) 2006 144,6 ± 1 1 ,5 A 144,5 ± 1 1 ,5 A 151,9 ± 1 5 ,1 A 0,35 6,68 98 Data de in icio 2005 152,8 ± 3 1 ,6 A 172 ± 48, 3 B 164,9 ± 3 8 ,3 B 0,01 8,4 104 (dias Ju lian os ) 2006 141,5 ± 8 ,4 A 144 ± 11, 4 A 150,3 ± 1 4 ,7 B 0,01 8,6 99 Ín dice de Sin cron ia 2005 0,38 A 0,19 B 0,18 B 2006 0,72 A 0,26 B 0,31 B Frutifica çã o Data de pico 2005 94,4 ± 17 ,9 A 112,1 ± 3 3 ,5 B 103,2 ± 2 7 ,3 B 0,03 7,21 103 (dias Ju lian os) Brotamen to foliar Data de pico 2005 144 ± 26, 4 A 1 43,5 ± 1 2 ,4 A 141,5 ± 1 8 ,2 A 0,23 2,90 158 ( d ias Ju lian os ) 2006 145,6 ± 1 6 ,5 A 143,1 ± 2 9 ,8 A 143,9 ± 1 8 ,4 A 0,41 1,77 149 Qu ed a foliar Data de pico 2005 132,6 ± 5 ,8 A 133,2 ± 1 2 ,9 A 134,5 ± 1 0 ,5 A 0,28 2,56 192 ( d ias Ju lian o s) 2006 116,3 ± 1 6 ,4 A 110,3 ± 2 4 ,3 A 118 ± 24, 6 A 0,07 5,24 191 * Va lores com a mesma l

etra não dif

ere m si g nific ativamente.

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Tabela 4. Suce sso re prod utivo para os indivíduos de A. falcata nos trê s am bientes estudados; A I: árvore s is olada s, B : borda e I: inte rior. Testes de Kruskal-Wallis (H) fo ra m conduzidos para co mparar os a mbient es co m os dados da populaç ão . Ano A I B I P H va lue N N ú m ero de bot õe s f lora is 2005 2104 ± 2 330 A 658 ± 12 93 B 558 ± 11 39 B 1x 10 -5 24,83 186 2006 4357 ± 8 521 A 716 ± 1 5 76 B 978 ± 20 23 B 2x 10 -4 17,27 186 Núm ero de in fl orescê n cias 2005 266 ± 37 5 A 115 ± 28 4 B 127 ± 48 4 B 6x 10 -4 15 186 2006 2118 ± 3 118 A 342 ± 10 27 B 312 ± 79 9 B 1x 10 -5 30,61 186 N ú m ero de f ru tos 2005 226 ± 24 5,2 A 47,1 ± 11 7,7 B 104,2 ± 3 21, 9 B 1x 10 -5 31,02 186 2007 139,6 ± 2 30, 6 A 30,1 ± 79 ,1 B 42,5 ± 13 9,9 B 8x 10 -4 14,22 186 S u ce ss o re produ ti v o 2007 0,001 4 ± 0 ,00 16 A 0,000 7±0 ,00 07 A 0,001 7±0 ,00 28 A 0,39 1,87 70 N ú m ero de s e m en te s 2005 8,5 ± 2,5 A 8,1 ± 1,5 A 7,6 ± 1,6 A 0,31 2,32 62 * Va lores com a mesma l etra nã o dif ere m si g nific ativamente.

(40)

Figura 1. (A) Localização da área de cerrado sensu stricto estudada e o entorno em Itirapina SP, entre as FRRUGHQDGDV ž¶ 6 H ž¶ :. (B) Foto aérea do fragmento de cerrado sensu stricto estudado. AI representa as árvores isoladas marcadas na pastagem, BS e BL são as transecções na borda sul e leste respectivamente e IS e IL são as transecções do interior marcadas sul e leste respectivamente.

(A)

(41)

Figura 2. (A) diagrama climático da região de Itirapina, estado de São Paulo, entre o período de 1970 a 2006. (B) Variação mensal das temperaturas média, máxima e mínima e dos valores de precipitação no período de estudo. Fonte: Estação Meteorológica do CREA em Itirapina SP.

(A) (B) 0 50 100 150 200 250 300 A M J J A S O N D J F M A M J J Meses P reci p it ação ( m m ) 0 5 10 15 20 25 30 35 Te m p e ra tura ( °C ) Precipitação

Temperatura máxima Temperatura média Temperatura minima

Referências

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