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COMENTÁRIO A ACÓRDÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SOBRE NULIDADE, SUSPEIÇÃO E PERITO

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Academic year: 2021

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COMENTÁRIO A ACÓRDÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA SOBRE NULIDADE, SUSPEIÇÃO E PERITO

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Universidade de Brasília-UnB Faculdade de Direito - FD

Disciplina: Teoria Geral do Processo II Professor: Vallisney de Souza

Alunos: Daniel Marcio Matr. 08/27177 Ricardo Fideles 12/0134519

AgRg na MEDIDA CAUTELAR Nº 21.336 - RS (2013/0239875-2)

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1- EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR. SUBSTITUIÇÃO DO PERITO. RECURSO ESPECIAL RETIDO. ART. 542, § 3º, DO CPC. DESTRANCAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.

1.- Admite-se, em situações excepcionais, o destrancamento de Recurso Especial retido na origem por força do art. 542, § 3º, do CPC, desde que efetivamente comprovados os requisitos da plausibilidade do direito alegado e da urgência da prestação jurisdicional, bem como da viabilidade do próprio apelo extremo no Superior Tribunal de Justiça.

2.- No caso dos autos, não se comprovou a presença do fumus boni

iuris, uma vez que deveria o ora agravante ter se manifestado quanto à suposta

parcialidade do perito no momento da sua nomeação (primeira oportunidade em que lhe coube falar nos autos) e não após a realização da perícia que entendeu lhe ser desfavorável.

3.- Agravo Regimental improvido.

2 - ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima

indicadas, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de

Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos

do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino,

Ricardo Villas Bôas Cueva (Presidente), Nancy Andrighi e João Otávio de

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3 - Análise do Acórdão

O Acórdão em vislumbre resultou do julgamento, no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, do Agravo Regimental na Medida Cautelar interposta pela GOLDEN CROSS ASSISTENCIA INTERNACIONAL DE SAUDE LTDA contra a decisão que indeferiu a cautelar declarando extinto o processo, sem julgamento do mérito, por falta de interesse de agir mediante cautelar (CPC, art. 267,VI).

A Requerente afirma existir fumus boni iuris justamente porque, em hipóteses análogas, o STJ tem entendido pela declaração de nulidade da perícia com a realização de uma nova prova por outro profissional que seja imparcial e, no caso, a parcialidade do perito encontra-se demonstrada, visto que integra a equipe de infectologia da Santa Casa de Porto Alegre, que foi denunciada à lide pela ora agravante, fato que não era de seu conhecimento antes da entrega do laudo, momento que deve ser considerado como a primeira oportunidade em que lhe coube falar nos autos.

Ao fato que só se admite em situações excepcionais o destrancamento de Recurso Especial retido na origem por força do art. 542, parágrafo 3º do CPC, desde que efetivamente comprovado os requisitos da plausibilidade do direito alegado e da urgência da prestação jurisdicional, não se comprovou a presença do Fumus boni iuris, uma vez que deveria o ora agravante ter se manifestado quanto a suposta parcialidade do perito no momento de sua nomeação e não após a realização da pericia que entendeu lhe ser desfavorável.

Sendo assim, por se tratar de nulidade relativa, a suspeição do perito deve ser argüida na primeira oportunidade em que couber à parte se manifestar nos autos no momento da sua nomeação, demonstrando o interessado o prejuízo suportado, sob pena de preclusão (CPC, art. 245), sendo assim, foi improvido o agravo.

No estudo do Código Cívil desenvolvido por Fredie Didier (et al.) considera se o perito “(...) um auxiliar eventual da justiça, que contribui para o julgamento da causa, transmitindo ao juiz suas impressões técnicas e cientificas sobre os fatos postos a sua apreciação,(...)”. Percebemos a grande relevância desse profissional para um bom exercício da atividade jurisdicional

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naquelas causas que exigem elevado nível de conhecimento técnico específico, por tal, a doutrina e a jurisprudência são uníssonas em proclamar que as causas de suspeição do perito são apenas aquelas descritas no art. 135 do CPC, assim, não sendo permitido assim o seu alargamento.

Como preposto do Juiz, o Perito está sujeito aos mesmos impedimentos e suspeições daquele (art. 138 do CPC). Rezam os arts 134 e 135 do CPC, respectivamente, as situações de impedimento e suspeição, vedando o Perito de realizar perícia nos seguintes casos:

-processo de que é parte;

-processo em que é mandatário ou prestou depoimento como testemunha;

-quando estiver postulando no processo, seja como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral, até o segundo grau;

-quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;

-quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa;

-quando for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;

-quando alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;

-quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;

-receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo;

-aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou subministrar meios para atender às despesas do litígio;

-quando for interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

Por serem profissionais especializados na área de atuação em que se exige uma prova técnica ou científica, sua escolha em geral se dá dentre profissionais de nível universitário - é bom ressaltar que não obrigatoriamente ele deve possuir tal nível, podendo até mesmo ser uma pessoa sem formação,

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mas, que apresente um elevado nível de conhecimento em determinada área -, elaborando laudos periciais onde respondem tecnicamente aos quesitos formulados, tendo suas atividades geralmente remuneradas pelos chamados honorários periciais. Ou seja, “a função do perito não e simplesmente relatar fatos percebidos sensorialmente (...), mas, sim, percebê-los tecnicamente e/ou emitir um juízo sobre eles, fundado em seus conhecimentos técnicos especializados” (DIDIER, et al. pg. 233).

Argumenta-se, inclusive, sobre a incompatibilidade do exercício de Perito com o de Assistente Técnico dentro da mesma comarca. Preconiza-se assim que o Perito jamais pode realizar perícias em empresas às quais presta assessoria ficando caracterizado, neste caso, a imparcialidade (não seria parcialidade?) do profissional. Até por questões de ética, não poderia o profissional periciar empresas nas quais já trabalhou, ou tenha prestado serviços de forma não eventual.

Um ponto importante a se observar é sobre a limitação da atividade do perito, a ele não é permitido adentrar na esfera jurídica, demonstrando opiniões ou fazendo interpretações legais, deve ater-se se aos fatos técnicos expressos em seu laudo pericial como nos ensina Fredie Didier (et al. pg, 234).

Devemos, ainda, está atento às inovações trazidas pela Lei nº 8.455, que dispensou o Perito de prestar compromisso; daí porque não se fala mais em impedimento por falta de compromisso. Intimado acerca da nomeação e tacitamente aceitando-a, ou não se escusando, tampouco sendo recusado no prazo legal de cinco dias, o profissional nomeado estará investido na condição de Perito.

Em caso de recusa, o juiz nomeará outro perito se esta tiver sido fundamentada em suspeição ou impedimento. O Perito declinará do trabalho se sobrevier impedimento ou ocorrer algum motivo de substituição, como por exemplo: carência de conhecimento técnico.

Ainda, somente é considerado profissional legalmente habilitado, aquele com registro de sua especialização (ex: médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho) no seu respectivo conselho regional; além do pagamento da anuidade no órgão, na ausência de quaisquer dos requisitos, a perícia realizada não tem valor legal, caracterizando-se, ainda, o exercício ilegal da profissão.

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Temos assim que o perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer” (CPC, art. 147). “As partes não intervirão na nomeação do perito” (CPP, art. 276); “O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível” (CPP, art. 277).

4 - CONCLUSÃO

Considerando-se que a realização da perícia é bastante onerosa e em muitos casos demorada é necessário a observância por parte do magistrado da real necessidade de efetuá-la. Sempre que seja possível elucidar o processo através da utilização de outros métodos mais dinâmicos, e inidôneos, deve o Juiz optar por esses em detrimento daquela. Isso não descaracteriza a importância do trabalho desempenhado por esses auxiliares da justiça.

O perito é sempre nomeado pelo juiz e os critérios legais devem ser obsevados em sua totalidade, pois, são essas determinações que impedirão que o profissional escolhido possa acabar sendo considerado inabilitado para a realização da tarefa que lhe é destinada, o que ocasiona mais demora no processo judicial. Como podemos observar o fato de o perito desempenhar o papel de auxiliar da justiça faz da imparcialidade um atributo imprescindível no desempenho de sua função, evitando assim a possível alegação de suspeição ou impedimento do profissional no decurso do processo.

Podemos observar no agravo em estudo que a demora em alegar, por qualquer das partes, a possível suspeição ou impedimento do profissional acaba por deslegitimar a ação, o perito no exercício de sua função está prestando um serviço a justiça e por conseguinte ao Estado, por tanto, em seu trabalho deve está presente a presunção de legitimidade, pois, foi ele escolhido pelo magistrado responsável pelo processo, sendo de extrema relevância observar a determinação legal que prescreve o art. 245, caput do código de processo penal, que obriga as partes a no primeiro momento já trazer ao conhecimento do magistrado possível suspeição ou impedimento do perito.

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BIBLIOGRAFIA

BRAGA, PAULA S. DIDIER, FREDIE. OLIVEIRA, RAFAEL. Curso de direito processual civil. v.2. 5ªed. Ed. Juspodium. 2010.

Códigoddedprocessodpenalddisponíveldem:dhttp://www.planalto.gov.br/

ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm. acessado em 18 de Outrubro de 2010.

Códigoddedprocessodcivil,ddisponíveldem:dhttp://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l5869compilada.htm. acessado em: 18 de Outubro de 2010.

Referências

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