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Ana Carolina Canabarra, curso de Direito PUC-Campinas.

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Ana Carolina Canabarra, curso de Direito PUC-Campinas.

anacarolinac2@hotmail.com

PLANO DIRETOR E POLÍTICAS PÚBLICAS

NA EFETIVAÇÃO DO PRINCÍPIO DA

GESTÃO DEMOCRÁTICA NO MUNICÍPIO DE CAMPINAS:

Planos Habitacionais

Antes de se questionar o que é preciso para se conduzir um programa habitacional, numa

visão jurídica, é preciso se observar alguns aspectos.

O Direito urbanístico não pode existir isoladamente, devendo-se harmonizá-lo com a política

geral do Estado e demais políticas setoriais (GALIL, 2005). A própria disciplina urbanística

consiste na harmonização ou compatibilização do solo, cujas normas têm, como sua função

principal, a ponderação que reveste uma tríplice vertente: entre interesses públicos

não-coincidentes e entre interesses privados divergentes (GUIMARÃES, 2004).

O Estatuto da Cidade de 2001, legislação trazida para regulamentar o artigo 182 da

Constituição Federal, fixa importantes parâmetros e instrumentos de política urbana. Porém, as

diretrizes do referido instituto somente serão efetivadas nos municípios por meio de Plano

Diretor, aparelho obrigatório nas cidades com mais de vinte mil habitantes.

Ao definir no Estatuto a gestão democrática na formação e execução do Plano Diretor dentre

os objetivos do pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade, o legislador não ignora a

história de produção das cidades, baseada no fato de que o poder político muitas vezes está a

serviço do poder econômico (SILVA, 2011); pelo contrário, posiciona clara e abertamente um

conjunto de instrumentos para intervir nessa realidade a fim de transformá-la (ALFONSIN,

2002).

Instituindo instrumentos de gestão municipal e prescrevendo que esta deve ser realizada por

meio de cooperação entre Poder Público e a organização privada, estabelece-se que o poder

público não é o único responsável pelo processo de urbanização. Entretanto, para que a

participação popular seja concretizada, é necessária a implementação da gestão democrática

da cidade por meio de debates, audiências públicas e conferências, passando desde emendas

populares a planos e Leis e até pelo Orçamento Participativo (DEMARIO, RIBEIRO,

EMILIANO; 2011). O mesmo deverá acontecer quando forem constituídos organismos

(2)

gestores metropolitanos por meio de consórcio, nos termos da lei 11.107/2005, com vistas ao

enfrentamento de problemas urbanos a nível regional.

Dentre o rol de instrumentos asseguradores da gestão democrática da Cidade, podemos

ilustrar a “audiência do poder público municipal e da população interessada nos processos de

implantação de empreendimentos ou atividades”

que possam compreender “efeitos

potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, sobre o conforto ou a

segurança da população” (Estatuto da Cidade, art 2º inciso XIII). Apesar da falta de previsões

de consequências e desdobramentos dos efeitos do mencionado instrumento, estamos diante

de uma novidade quando a participação da população interessada pode dar início a um

processo de embate político opondo moradores e promotores imobiliários (ALFONSIN,

TIERNO; sem data), diante de questões como a da problemática dos programas habitacionais

populares.

Cabe citar, aqui, uma importante consideração da Professora Betânia de Moraes Alfonsin a

respeito da gestão e planejamento urbano:

Por óbvio não temos a ingenuidade de encarar a lei – tomada em si mesma – como

panaceia para resolver a complexa equação urbana. Como já se disse, uma boa lei

precisa de um bom processo de governança urbana para atingir adequadamente seus

propósitos e realizar seu potencial. Lei é instrumento – a avaliação se dá na prática: quem

opera, como opera, para quê e para quem opera são as perguntas fundamentais. Mas

somos otimistas: acreditamos que o Estatuto da Cidade é marco de fundação de uma

efetiva reforma urbana no Brasil. Se a Constituição Federal lançou as bases para tanto, o

Estatuto começa a erguer sólidos alicerces de mudança.

Pretende-se abordar, no presente trabalho, a questão da gestão democrática da cidade no

município de Campinas, por meio de uma análise do plano diretor e das políticas locais no que

se refere à problemática habitacional. Enfim, parte-se do princípio de que a gestão democrática

aplicada na prática, por equilibrar os interesses dos sujeitos envolvidos na urbanização, é o

primeiro passo para a condução de um programa habitacional de qualidade, pois traz ao

conhecimento do Poder Público problemas e questões da coletividade a serem considerados

antes mesmo e para o fim de desenvolvimento de uma política pública habitacional. Ao realizar

um aprofundamento dos estudos, além de procurar a confirmação da veracidade desta

resposta, irá se procurar a resposta para outro questionamento: o Município de Campinas já

está utilizando estes princípios por meio de políticas locais ou pelo menos já os tem instituídos

no plano diretor?

(3)

O atual trabalho de pesquisa visa o esclarecimento e entendimento do instituto da gestão

democrática da cidade, sua recepção pelo Plano Diretor municipal, a utilização dos

instrumentos disponibilizados e sua aplicação por meio de políticas públicas locais no que se

refere à habitação. Serão realizados o levantamento e estudo das legislações federais e

municipais e se necessário documentos e dados públicos e produções bibliográficas com o

tema. Se for o caso, serão realizadas entrevistas para obtenção de informações relevantes

com membros de organizações públicas ou privadas.

A Lei n

o

10257, de 10 de Julho de 2001 (Estatuto da Cidade), é relativamente nova em nosso

ordenamento jurídico, e nem todos os instrumentos de gestão foram trazidos ao caso concreto.

Há um grande problema de desigualdade na urbanização de municípios brasileiros como o de

Campinas, enquanto o Estado, em suas atribuições, muitas vezes não realiza seu papel com

vistas à verificação do interesse público, do direito à cidade e à dignidade de seus moradores.

Objetivos e Metodologia

Plano de Trabalho

Justificativa

Breve introdução sobre gestão

democrática da cidade:

enunciação de algumas

experiências e estudos de caso

de cidades brasileiras.

Plano Diretor: De que forma e

em que extensão recepciona o

princípio da gestão

democrática da Cidade?

Que políticas públicas

habitacionais estão sendo

realizadas em Campinas?

A gestão democrática está

sendo verificada?

De que forma a população

do município tem se

organizado para participar

nas decisões sobre

desenvolvimento da

cidade?

Primeira fase

Segunda fase

Terceira fase

Conclusão

(4)

Agosto Setembro Outubro

Primeira fase

X

Segunda fase

X

Terceira fase

X

X

Conclusão do trabalho

X

2012

ALFONSIN, Betânia. O Estatuto da cidade e a construção de cidades sustentáveis, justas e

democráticas. Fórum de Direito Urbano e Ambiental, Belo Horizonte, v. 1, n. 5, set. 2002.

Disponível em: <http://bdjur.stj.jus.br/dspace/handle/2011/29382>. Acesso em: 8 jun. 2012.

ALFONSIN, Betânia. O Contexto do Estatuto da Cidade – aula do Laboratório de Habitação de

assentamentos humanos FAU-USP (leitura do livro de Ermínia Maricato "Brasil, Cidades:

alternativas para a crise urbana") sem data. Disponível em:

<http://cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNPU/Biblioteca/RegularizacaoFundiaria/Contex

to_Estatuto_Cidades.pdf>. Acesso em: 8 jun. 2012.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 8 jun.

2012.

BRASIL. Estatuto da Cidade. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 8 jun. 2012.

Camila G., RIBEIRO, Cristian, EMILIANO, Elisamara de O. A implementação do Estatuto da

Cidade na Região Metropolitana de Campinas. (Pesquisa apresentada na Oficina “A cidade em

ação, elaboração e aplicabilidade de Planos Diretores”. 5 e 6 de maio de 2005.) PUC –

Campinas. Disponível em: <

http://www.vivendaconsultoria.com.br/wp-

content/uploads/2011/07/A-implanta%C3%A7%C3%A3o-do-Estatuto-da-Cidade-na-Regi%C3%A3o-Metropolitana-de-Campinas..pdf>. Acesso em: 8 jun. 2012.

Bibliografia

Cronograma

(5)

GALIL, Aidê Maria Guanieri. O direito urbanístico no Brasil: aspectos estratégicos para a

elaboração do plano diretor. Disponível em: <http://www.defesa.ufjf.br/fts/ DIREITOURBANBR

.pdf> . Acesso em 8 jun. 2012.

GUIMARÃES, Nathália Arruda. Regiões metropolitanas: aspectos jurídicos. Jus Navigandi,

Teresina, ano 9, n. 273, 6 abr. 2004 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/5050>.

Acesso em: 8 jun. 2012.

SILVA, Jonathas Magalhães Pereira da. Habitação de interesse social e as legislações

municipais da região metropolitana de Campinas. Ambient. constr. (Online) [online]. 2011,

Referências

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