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PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO DA APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA

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PLANEJAMENTO

PREVIDENCIÁRIO DA

APOSENTADORIA

VOLUNTÁRIA

no Regime Geral de Previdência Social

EDUARDO MASSAO GOTO MESQUITA

(2)

CAPÍTULO 1

i

ntrodução

Ao

p

lAnejAmento

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revidenciário

Eduardo Massao Goto Mesquita

1. NOTAS INTRODUTÓRIAS

O Planejamento Previdenciário é o método utilizado no preparo para a conces-são dos benefícios de aposentadoria programada.

Trata-se de parecer jurídico minucioso, preventivo, no qual o expert aplica o Direito Previdenciário como um todo na análise do histórico previdenciário de um segurado.

Na medida em que, o advogado se especializa na área do Direito da Seguridade Social, com ênfase no Direito Previdenciário e no Direito Assistencial, chega-se à inevitável conclusão de que a realização do Planejamento de Aposentadoria é método imprescindível na consecução do melhor benefício ou ao menos para ga-rantir que o segurado obtenha a sua aposentadoria.

A realização do Planejamento Previdenciário é extremamente benéfico a toda sociedade: ao segurado que terá acesso ao benefício previdenciário de forma mais célere e já “revisado” no próprio ato concessionário de aposentadoria ou por meio de processo autônomo de atualização de dados previdenciários; ao INSS que re-ceberá um requerimento administrativo detalhado e já contemplado com todos os documentos comprobatórios de vínculos e de salários de contribuição que porventura devem ser retificados, ratificados ou averbados e; ao Judiciário, que receberá demandas previdenciárias nas quais o entendimento do INSS é contrário ao interesse do segurado ou ainda nas situações onde houve erro de julgamento por parte da Autarquia da Previdência Social.

Em outras palavras, o segurado aposentará no momento ideal, recebendo o valor máximo possível que tem direito, de maneira célere, enquanto os servi-dores do INSS terão menos trabalho por conta de um processo administrativo

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previdenciário devidamente instruído e, por último, a Justiça receberá menos de-mandas previdenciárias por conta da diligência do segurado.

Por outro lado, obter o melhor benefício possível junto ao INSS não é uma tarefa das mais simples.

Como é cediço, é comum diante de uma situação jurídica previdenciária ha-ver diha-versos entendimentos conflitantes: o entendimento do INSS, do CRPS, o entendimento singular do magistrado de sua subseção, da Turma Nacional de Uniformização, da Justiça Comum Federal, do Superior Tribunal de Justiça, da Justiça Comum Estadual e do Supremo Tribunal Federal.

Além disso, em razão das sucessivas alterações legislativas e do princípio basilar do Direito Previdenciário do tempus regit actum, não basta somente ao advogado realizar uma análise sob à égide da legislação ao tempo da Data da Entrada do Requerimento Administrativo, porquanto muitas vezes o segurado se filiou à Pre-vidência Social ainda sob a égide da Lei Orgânica da PrePre-vidência Social – a LOPS. Com efeito, ao desconsiderar o Direito Previdenciário como um todo na aná-lise jurídica do histórico previdenciário de um segurado, indubitavelmente haverá uma situação de insegurança jurídica, gerando o risco de o segurado aposentar re-cebendo menos do que tem direito ou ainda pode acontecer de o segurado sequer conseguir aposentar.

2. O MITO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO

A nomenclatura Planejamento Previdenciário induz o segurado e até mesmo os profissionais que pretendem miliar na área previdenciária a acreditarem que, esse serviço consiste apenas em projetar contribuições futuras visando a majora-ção da renda mensal inicial.

Todavia, o Planejamento de Aposentadoria é um serviço complexo que abrange múltiplas análises, dentre elas podemos destacar:

• A Reorganização de vínculos e de remunerações previdenciárias por meio de retificações, ratificações e de averbações visando a obtenção do real tem-po de contribuição e da carência;

• A avaliação de inconsistências e omissões no recolhimento e repasse das contribuições previdenciárias, indicando soluções práticas diante da obri-gação acessória tributária de recolhimento e repasse da contribuição; • A avaliação do histórico previdenciário em busca de lacunas contributivas

que possam viabilizar o pagamento de contribuições em atraso visando a aquisição do direito adquirido ou a própria majoração da renda mensal inicial;

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Introdução ao Planejamento Previdenciário 13

• A avaliação de todas as categorias de segurado ao longo do histórico previ-denciário em confrontamento com o depoimento e com os documentos do segurado;

• Avaliar o início da filiação previdenciária, bem como o ambiente de traba-lho de todas as atividades laborativas do segurado e a sua repercussão no cálculo do tempo de contribuição e na renda mensal inicial;

• Avaliar o percebimento de benefícios por incapacidade laborativa, de pen-são por morte, de salário maternidade, de benefício assistencial e os seus reflexos na concessão da aposentadoria do Segurado;

• A avaliação da situação jurídica previdenciária do segurado de acordo com o entendimento administrativo e judicial;

• Revisar o ato administrativo de indeferimento de aposentadoria. 3. AS VANTAGENS DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO

A maior vantagem do planejamento de aposentadoria é o de proporcionar Se-gurança Jurídica ao Segurado.

Isso porque com a realização do planejamento de aposentadoria o segurado terá a ciência:

• Da viabilidade de sua aposentadoria;

• Da data certa do cumprimento dos requisitos para solicitar a sua prestação previdenciária de aposentadoria programada com a melhor RMI possível, evitando perda financeira1;

• Do valor da aposentadoria;

• De como deve proceder para extrair o valor máximo que tem direito de seu benefício previdenciário;

• Se há a possibilidade de antecipar a data da aposentadoria.

A necessidade da realização da análise do planejamento previdenciário exsurge precisamente da complexidade do mundo jurídico da Seguridade Social, no qual as alterações legislativas e os entendimentos judiciais são modificados quase que diariamente.

1. Via de regra, a aposentadoria por idade (b41) é devida a partir da data de entrada do requerimento. Contudo, existe uma exceção prevista na alínea “a”, I, do artigo 49 da Lei 8213 de 1991, a qual deter-mina que o benefício é devido da data do desligamento do vínculo empregatício ou do vínculo do empregado doméstico desde que a aposentadoria seja requerida em até 90 dias do desligamento.

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Ademais, quando o planejamento previdenciário é realizado de forma pre-ventiva e antecedente à data da solicitação da aposentadoria, gera como efeito o afastamento do risco da impossibilidade de obtenção do benefício.

4. A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO PREVIDENCIÁRIO [CONSUL-TA PREVIDENCIÁRIA]

É por meio da entrevista ao cliente que, o consultor jurídico saberá quais do-cumentos deverá solicitar ao segurado para efetuar a análise do planejamento previdenciário.

Isso porque nem sempre a carteira de trabalho espelha a vida laborativa do segurado. O cliente pode ter exercido atividade sem anotação na CTPS, pode ter exercido a atividade empresária sem ter contribuído ou ainda pode ter exercido atividade como rurícola não prevista no extrato previdenciário.

Ao mencionar, por exemplo, que o segurado foi rurícola, abre-se um leque de opções: o segurado pode ter sido um trabalhador rural2, um segurado especial ou um empregado rural, por exemplo. É por meio da entrevista que, o advogado so-lucionará essas questões.

Muitos segurados que exercem atividades laborativas em um ambiente de tra-balho insalubre sequer sabem como devem proceder para obter o reconhecimento da especialidade de sua atividade com a consequente conversão em tempo comum perante à autarquia da Previdência Social.

Além disso, é no atendimento previdenciário que o advogado coletará infor-mações acerca das condições sociais do cliente, como o grau de instrução, a idade, a condição financeira, se há uma condição especial de saúde e etc.

Perceba que, a consultoria previdenciária requer do profissional um amplo co-nhecimento da matéria Previdenciária e Assistencial.

É importante ressaltar que, na realização do Planejamento o advogado não pode dominar apenas um nicho previdenciário, como os benefícios por incapa-cidade laborativa, haja vista que, o segurado pode estar buscando um auxílio por incapacidade temporária quando em verdade já poderia estar obtendo um bene-fício melhor: a sua aposentadoria programada, que via de regra proporciona mais segurança jurídica.

É por isso que o termo utilizado para designar o serviço é Planejamento Pre-videnciário e não Planejamento de Aposentadoria, porque a análise é global, de toda a vida previdenciária do segurado, possibilitando, dessa maneira, planejar inclusive um benefício de salário maternidade.

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CAPÍTULO 2

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B

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lAnejAmento

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revidenciário

Frederico Amado

1. QUESTÕES A SEREM INVESTIGADAS NO

PLANEJAMEN-TO PREVIDENCIÁRIO

O planejamento previdenciário é a cereja do bolo. Isso porque é imprescin-dível o domínio teórico e prático dos institutos do Direito Previdenciário no Regime Geral de Previdência Social para se ter elementos para a elaboração de um eficaz e correto planejamento de aposentadoria voluntária, sob pena de o profissional prejudicar o segurado certamente de modo irreversível.

Daí que neste Capítulo II da obra vamos transmitir de modo teórico e prático conhecimentos sobre institutos do RGPS que são imprescindíveis para a elaboração de um planejamento de aposentadoria voluntária.

Em apertada síntese, o previdenciarista que se propõe a planejar uma apo-sentadoria voluntária de um segurado do RGPS deve conhecer e investigar as seguintes questões do caso concreto:

• Verificar períodos de labor remunerado com presunção de recolhi-mento que eventualmente não estão registrados no CNIS;

• Verificar períodos de labor remunerado sem presunção de recolhi-mento que podem ser indenizados;

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• Identificar se o segurado recebeu alguma parcela que compõe o salá-rio de contribuição e não foi declarada pela empresa, a exemplo da alimentação paga habitualmente em pecúnia;

• Investigar a existência de períodos de labor remunerado anteriores à idade mínima ao trabalho;

• Verificar se existem indicadores no CNIS que impedem o cômputo do período;

• Checar se os salários de contribuição registrados no CNIS estão corretos ou se precisam de ajustes;

• Investigar no INSS a existência de microfichas de períodos remotos com recolhimentos não registrados no CNIS;

• Verificar se o segurado possui mais de um NIT (Número de Inscrição do Trabalhador) para unificação e se existem salários de contribuição concomitantes para a soma;

• Investigar a existência de labor rural anterior à competência novembro de 1991;

• Pesquisar períodos que a legislação permite que sejam computados como tempo de contribuição, a exemplo de tempo de aluno aprendiz (em determinada situação) e estágio comprovadamente irregular; • Indagar ao segurado se há alguma decisão da Justiça do Trabalho em

seu favor reconhecendo vínculo de emprego ou alguma vantagem remuneratória que não esteja registrada no CNIS;

• Diferenciar o cômputo do tempo de contribuição antes e depois da Emenda 103/2019;

• Identificar a existência de tempo especial por agentes nocivos e a con-versão do tempo especial em comum prestado até 13/11/2019;

• Verificar se o segurado possui alguma deficiência (leve, moderada ou grave) para fins de aplicação das regras da LC 142/2013;

• Comparar os cenários de aposentadoria de acordo com a melhor regra para o segurado e projetá-los, em especial as inúmeras regras de transição da EC 103/2019;

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Conhecimentos Básicos Imprescindíveis ao Planejamento Previdenciário 23

• Avaliar se é possível antecipar a DIC (Data de Início das Contribuições); • Buscar períodos que possam ser considerados para fins de carência, a

exemplo de benefícios por incapacidade laboral;

• Verificar se há tempo prestado no RPPS ou tempo militar para fins de contagem recíproca do tempo de contribuição e buscar a respectiva certidão;

• Pesquisar documentos e registros antigos para fins de tarifação de prova contemporânea do tempo de contribuição;

• Avaliar se é mais favorável ao segurado a renúncia da aposentadoria antes do saque ou a adoção da reafirmação da DER;

• Confrontar renda de concessão judicial e administrativa na hipótese de “desaposentação indireta”.

Embora abrangente, vale registrar que a listagem acima é meramente exemplificativa e que diversas outras situações que precisam ser enfrentadas no planejamento da aposentadoria voluntária serão abordadas nesta obra.

Com efeito, de acordo com o critério temporal do momento da concessão do benefício, é possível classificar o planejamento previdenciário da aposen-tadoria voluntária em:

a) Planejamento para concessão imediata; b) Planejamento para a futura concessão.

Na primeira situação, o segurado deseja se aposentar de imediato e já preencheu os requisitos ao menos de um regramento de aposentadoria volun-tária. Logo, neste caso o planejamento vai buscar caminhos para aumentar a renda da aposentadoria de forma legal objetivando a concessão imediata do benefício, a exemplo da correção ou inserção de salários de contribuição no CNIS de valores mais elevados para majorar o salário de benefício e a renda mensal inicial.

Já na segunda hipótese, o segurado ainda não possui direito a nenhuma aposentadoria programada. O estudo apenas se destina a apresentar ao segurado as múltiplas regras de aposentação voluntária e indicar o melhor

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caminho legal para a concessão do melhor benefício de acordo com a ideo-logia seguida pelo segurado, ponderando os custos e as vantagens futuras de acordo com a legislação previdenciária, assim como estimando a data da aquisição do direito se for cumprido o planejamento apresentado.

Mas sempre se lembre: o planejamento previdenciário não poderá apontar

caminhos ilegais, sob pena de o previdenciarista subscritor cometer

infra-ções éticas ou até mesmo ser coautor de delitos previdenciários tendo um documento assinado como prova.

Dessa forma, quer no presente, quer no futuro, o objetivo geral do plane-jamento previdenciário é a obtenção da melhor aposentadoria para o

segu-rado, de acordo com a ideologia da pessoa, pois em determinadas situações

as escolhas variam.

Para você, o que é o melhor benefício? Uma aposentadoria com renda

de R$ 1.200,00 gerando atrasados por 15 meses (R$ 18.000,00) ou uma apo-sentadoria sem atrasados com nova data de requerimento com renda mensal de R$ 1.400,00?

Pessoas imediatistas por certo optariam pela primeira situação, a exemplo de uma parente minha (esse caso foi real). Considerando que a diferença mensal é de R$ 200,00, em 90 meses (7 anos e 6 meses) haveria uma igualdade de valores (SEM INSERIR A GRATIFICAÇÃO DE NATAL), razão pela qual a segunda opção se revela mais favorável se a pessoa viver mais de 7,5 anos após a concessão (o caso foi em 2012 e ela está muito viva em 2020, de modo que a escolha se mostrou financeiramente prejudicial).

Ao revés, acaso ela tivesse morrido em menos de 7 anos e 6 meses a escolha teria sido acertada, considerando que a segurada não possui dependentes para a concessão da pensão por morte (a renda da aposentadoria reflete na renda da pensão por morte – art. 23 da EC 103/2019).

Por isso, cabe ao previdenciarista apresentar os cenários ao segurado e não decidir por ele, pois a decisão deve ser sempre do segurado, haja vista a existência de critérios pessoais que variam ou mesmo de eventos futuros imprevisíveis, como não poder fixar a data da morte do segurado por ante-cipação, que pode falecer no dia seguinte ou ficar vivo por décadas.

Demais disso, uma vez a decisão tomada pelo próprio segurado, o planeja-dor ficará isento de responsabilidade por uma potencial decisão equivocada.

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Conhecimentos Básicos Imprescindíveis ao Planejamento Previdenciário 25

2. SEGURADOS

COM E SEM PRESUNÇÃO DE

RECOLHIMEN-TO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA E FILIAÇÃO

À PREVIDÊNCIA SOCIAL

DICA: Os segurados com presunção de recolhimento (empregado, trabalhador avulso,

empregado doméstico, contribuinte individual que labora para uma pessoa jurídica a partir de 4/2003 e segurado especial) não precisarão comprovar o recolhimento efetivo da contri-buição previdenciária para que o período seja considerado para fins previdenciários, mas apenas precisarão demonstrar a atividade laboral.

Por outro lado, os segurados sem a presunção de recolhimento (contribuinte individual que laborou para uma pessoa jurídica até 3/2003, contribuinte individual autônomo e segurado facultativo) precisarão demonstrar o efetivo recolhimento da contribuição previdenciária, sob pena de não consideração para fins de proteção previdenciária.

A filiação é a relação jurídica que liga uma pessoa natural à União/

Previdência Social, bem como ao Instituto Nacional do Seguro Social, que tem o condão de incluí-la no Regime Geral de Previdência Social na condição de segurada, tendo a eficácia de gerar obrigações (a exemplo do pagamento das contribuições previdenciárias) e direitos (como a percepção dos benefícios e serviços).

O artigo 20, do RPS, a define sinteticamente como o vínculo que se esta-belece entre pessoas que contribuem para a previdência social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações.

O reconhecimento de filiação é o direito do segurado de ter reconhecido, em qualquer época, o tempo de exercício de atividade anteriormente abran-gida pela Previdência Social.

Normalmente, a nacionalidade do trabalhador não tem relevância para fins de filiação, salvo as expressas exceções legais.

Em regra, para os segurados obrigatórios, a filiação será automática e decorrerá do exercício de atividade laborativa remunerada1 (sendo

conside-rado o seu termo inicial), com a idade mínima de 16 anos (salvo atividades insalubres, perigosas ou noturnas) ou excepcionalmente de 14 anos, na

condição de aprendiz2.

1. Artigo 20, do RPS.

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Caso o empregador viole a idade mínima o segurado não poderá ser pre-judicado, contando-se o tempo de contribuição, conforme entendimento do STJ3:

“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO POR MENOR DE 14 ANOS. POSSIBILIDADE. CONDIÇÃO DE SEGURADO ANTERIOR À LEI Nº 8.213/91. IRRELEVÂNCIA. CONTRIBUIÇÃO RELATIVAMENTE AO PERÍODO DE ATIVIDADE RURAL. DESNECESSIDADE.

-Ainda que mereça todo o repúdio o trabalho exercido por crianças meno-res de 14 anos de idade, ignorar tal realidade, ou entender que esse período não deverá ser averbado por falta de previsão legal, esbarra no alcance pretendido pela lei. Ao estabelecer o limite mínimo de 14 anos, o legislador o fez em benefício do menor, visando a sua proteção, não em seu prejuízo, razão pela qual o período de trabalho prestado antes dos 14 anos deverá ser computado como tempo de serviço para fins previdenciários.

– “A ausência da qualidade de segurado não inviabiliza o exercício do direito à contagem do tempo de serviço, porque não se confundem o direito ao benefício previdenciário, ele mesmo, e o direito à contagem, conversão e averbação de tempo de serviço, que é de natureza subjetiva, enquanto relativo à realização de fato continuado, constitutivo de requisito à aquisição de direi-tos subjetivos outros, estatutário ou previdenciário, de que é instrumental” (EDcl no REsp nº 409.986/RS, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJ 24.03.2003, p. 295)”.

No mesmo sentido, o STJ entende que o trabalhador rural que laborou em regime de economia familiar (segurado especial) poderá ter considerado o seu tempo de serviço, mesmo que com idade inferior aos 14 anos de idade. Nesse sentido, colaciona-se passagem do Informativo 510 do STJ:

“DIREITO PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO POR TRABALHADOR COM IDADE INFERIOR A 14 ANOS EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.

O tempo de serviço em atividade rural realizada por trabalhador com idade inferior a 14 anos, ainda que não vinculado ao Regime de Previdência Social, pode ser averbado e utilizado para o fim de obtenção de benefício previdenciário. Comprovada a atividade rural do trabalhador com idade

inferior a 14 anos e realizada em regime de economia familiar, esse tempo deve ser computado para fins previdenciários. A proibição do trabalho às pessoas com menos de 14 anos de idade foi estabelecida em benefício dos

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CAPÍTULO 3

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Frederico Amado

1. APOSENTADORIAS VOLUNTÁRIAS

Até o advento da Emenda 103/2019, o artigo 201, § 7º da Constituição previa duas aposentadorias distintas:

a) Por tempo de contribuição (inciso I); b) Por idade (inciso II).

Na época da votação da Emenda 20/1998, por apenas um voto, não restou aprovada a extinção de aposentadoria comum sem idade mínima do RGPS, conquanto tenha sido aprovada no RPPS.

Trata-se de modificação necessária, pois não existe risco social a ser tutelado com o tempo de contribuição sem a inserção de uma idade mínima, devendo ser compensado o largo tempo de contribuição com a majoração da renda mensal, e não com a dispensa da idade mínima.

Ademais, a expectativa média de sobrevida no Brasil cresce a cada ano, fazendo com que as aposentadorias fiquem ativas por mais tempo, o que eleva os gastos previdenciários.

Esta é a regra permanente que deverá ser aplicada aos novos segurados do RGPS, filiados após a publicação da Emenda 103/2019. Extinguiu-se a

aposentadoria sem idade mínima, vinculando-se idade e tempo de

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§ 7º...

I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; II – 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5

(cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das

funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar.

Há previsão de concessão da aposentadoria por idade e tempo de

con-tribuição a todas as classes de segurados do RGPS, uma vez realizados os

requisitos legais.

O Congresso Nacional não aceitou as alterações propostas pelo Governo para a aposentadoria voluntária dos trabalhadores rurais, pescadores

artesanais e garimpeiros.

Daí acabou gerando duas aposentadorias programadas:

a) Aposentadoria programada por idade, tempo de contribuição e período de carência para trabalhadores urbanos, se subdividindo em comum e professor do ensino básico;

b) Aposentadoria por idade com período de carência para trabalhadores rurais, pescadores artesanais e garimpeiros, sem a exigência de tempo de contribuição.

Buscou-se a elevação da idade mínima para a aposentadoria e a inserção de um modelo contributivo efetivo com redução de alíquota, que o Con-gresso Nacional se negou em aprovar forçando a retirada destes pontos em negociação com o Governo.

Desta forma, o único ponto em que a Emenda 103/2019 abordou a aposen-tadoria voluntária dos trabalhadores rurais e similares foi para a manutenção da idade mínima de 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres (art. 201, § 7º, inciso II, da Constituição)

O dispositivo não cita período de carência, que pode ser inserido pela legislação infraconstitucional com a aplicação do artigo 25 da Lei 8.213/91, se referindo apenas a “tempo mínimo de contribuição”.

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Regras das Aposentadorias Voluntárias 281

Vale registrar que para período de carência não são consideradas contri-buições em atraso antes da primeira paga em dia ou após perda da qualidade de segurado, nos termos do artigo 27, inciso II1, da Lei 8.213/91, para os

segurados sem presunção de recolhimento de contribuição previdenciária, vedação que inexiste atualmente para cômputo do tempo de contribuição.

Acredita-se que as regras de carência de 180 contribuições mensais do artigo 25 da lei 8.213/91 foram recebidas pela Emenda 103/2019.

Conforme determinação constitucional mantida na EC 103/2019, haverá

redução de idade em 05 anos para os trabalhadores rurais de ambos os

sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

A regulamentação é dada pelo artigo 48, § 1º, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei 9.876/99:

“§ 1º Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinqüenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11”.

Assim, pelo texto legal, são agraciados pela redução os seguintes segurados:

A) (art. 11, I, letra A – empregado rural): a) aquele que presta serviço

de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

B) (art. 11, V, letra G – contribuinte individual rural): g) quem presta

serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego;

C) (art. 11, VI – trabalhador avulso rural): VI – como trabalhador avulso:

quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento (intermediação do sindicato rural);

1. Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições: (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) II – realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições

reco-lhidas com atraso referentes a competências anteriores, no caso dos segurados contribuinte

indi-vidual, especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 13. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)

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D) (art. 11, VII – segurado especial): VII – como segurado especial: a

pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, par-ceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas ativida-des nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, compro-vadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.

Curioso notar que a regulamentação dada pelo artigo 48 da Lei 8.213/91 não contemplou o produtor rural contribuinte individual para a redução em cinco anos na redução da idade para o benefício da aposentadoria por idade, pois não há referência ao artigo 11, V, letra A, da Lei 8.213/91:

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9º e 10 deste artigo;

Acredita-se que pela generalidade do texto constitucional na primeira parte do artigo 201, § 7º, II, que aduz “reduzido em cinco anos o limite para

os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas

ati-vidades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal”, deveria a Lei 8.213/91 ter abarcado todos os trabalhadores rurais com a redução na idade, e não deixado de fora o produtor rural contribuinte individual.

Isso porque o objetivo da redução da idade constitucional foi compensar o trabalhador rural, o garimpeiro e o pescador artesanal com uma regra de aposentadoria precoce, decorrente do nítido desgaste físico gerado por essas atividades. Mas é certo que o texto constitucional é deveras confuso e deveria ter uma melhor redação.

(16)

Regras das Aposentadorias Voluntárias 283

IMPORTANTE:

Vale registrar que na aposentadoria por idade dos trabalhadores rurais, garimpeiros e pescadores artesanais, somente será exigida a idade mínima e o período de carência, não

havendo exigência de tempo de contribuição, sendo uma espécie de aposentadoria

pro-gramada lato sensu.

Nesse sentido o RPS:

“Subseção II

Da aposentadoria programada

(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

Art. 51. A aposentadoria programada, uma vez cumprido o período de

carência exigido, será devida ao segurado que cumprir, cumulativamente,

os seguintes requisitos: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). I – sessenta e dois anos de idade, se mulher, e sessenta e cinco anos de idade, se homem; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

II – quinze anos de tempo de contribuição, se mulher, e vinte anos de tempo

de contribuição, se homem. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) Subseção III

Da aposentadoria por idade do trabalhador rural

(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

Art. 56. A aposentadoria por idade do trabalhador rural, uma vez cumprido

o período de carência exigido, será devida aos segurados a que se referem a

alínea “a” do inciso I, a alínea “j” do inciso V e os incisos VI e VII do caput do art. 9º e aos segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar, conforme definido no § 5º do art. 9º, quando completarem cinquenta e cinco anos de idade, se mulher, e sessenta anos de idade, se homem. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).”

IMPORTANTE:

Trabalhadores rurais, garimpeiros e pescadores artesanais: idade mínima e período de

carência;

Segurados urbanos (em regra): idade mínima, tempo de contribuição e período de carência.

Embora não seja um tema pacificado, a 1ª Turma do STJ admite o côm-puto como período de carência da aposentadoria por idade período em que o segurado percebeu auxílio-acidente:

(17)

STJ

“1. O auxílio-acidente – e não apenas o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez – pode ser considerado como espécie de “benefício por incapacidade”, apto a compor a carência necessária à concessão da aposentadoria por idade. 2. In casu, é de ser observada a vetusta regra de hermenêutica, segundo a qual “onde a lei não restringe, não cabe ao intérprete restringir” e, portanto, não havendo, nas normas que regem a matéria, a restrição imposta pelo Tribunal a quo, não subsiste o óbice imposto ao direito à pensão por morte” (REsp 1.243.760, de 02/04/2013).

A decisão tem um erro técnico, pois o auxílio-acidente não é benefício por incapacidade laboral, não cabendo a aplicação da regra do artigo 55, II, Lei 8.213/91, pois se trata de benefício indenizatório percebido juntamente com remuneração, não se exigindo afastamento do labor para o seu adimplemento.

Justamente por isso a TNU e a 2ª Turma do STJ vêm rejeitando a tese:

“PEDILEF. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL. CÔMPUTO, PARA

EFEITO DE CARÊNCIA, DO PERÍODO DE RECEBIMENTO DO BENE-FÍCIO DE AUXÍLIOACIDENTE. JURISPRUDÊNCIA FIRMADA NA

TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO COM BASE EM JULGADO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DA QUESTÃO DE ORDEM Nº 20. IMPOSSIBILIDADE DE COMPUTAR

PARA EFEITO DE CARÊNCIA O RECEBIMENTO DO REFERIDO BENE-FÍCIO, SEM O RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES. INCIDENTE DE

UNIFORMIZAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO”. (Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei (Turma) 0504317 – 35.2017.4.05.8302, Rel. Juiz Federal GUILHERME BOLLORINI PEREIRA – TURMA NACIONAL DE UNIFOR-MIZAÇÃO, julgado em 27/6/2019)

“PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. NATUREZA INDENIZATÓ-RIA. CONTAGEM COMO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E PARA FINS DE CARÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE.

I – A apresentação genérica de ofensa ao art. 1.022 do CPC/2015 atrai o comando do Enunciado Sumular nº 284/STF, inviabilizando o conhecimento dessa parcela recursal.

II – O auxílio-acidente possui natureza indenizatória, por este motivo, o tempo em que o segurado esteve em gozo, exclusivamente, de auxílio-a-cidente, não vertendo contribuições ao sistema previdenciário, não deve ser considerado como tempo de contribuição ou para fins de carência, na forma do art. 55, inciso II, da Lei nº 8.213/91.

III – A indicação de dispositivo legal em torno do qual teria ocorrido interpre-tação divergente é requisito de admissibilidade do recurso especial previsto pelo art. 105, III, c, da CF, sob pena de incidência do óbice da Súmula nº 284/STF.

(18)

CAPÍTULO 4

p

lAnejAmento

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revidenciário

dA

A

posentAdoriA

v

oluntáriA

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p

ráticA

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studo

de

c

Asos

Eduardo Massao Goto Mesquita

1. CASO CONCRETO Nº 1.

Direito adquirido; melhor benefício; fi-liação; segurado contribuinte individual; autônomo; empresário; segurado empregado; benefício por incapacidade laborativa intercalado com contri-buição previdenciária; salário de contricontri-buição de benefício por incapacida-de; limitador teto; “revisão da vida toda”; tempo de contribuição; carência; contagem da carência e do tempo de contribuição antes e depois da reforma da previdência social; averbação de contribuição previdenciária; descarte de salário de contribuição; projeção de contribuição; análise de CNIS; tem-po de contribuição principal e secundário; atem-posentadoria tem-por idade; atem-po- apo-sentadoria programada; regra de transição da reforma da previdência so-cial; direito adquirido e direito expectado; cálculos previdenciários’; “ROI previdenciário”.

1.1. Análise Jurídica Previdenciária

O primeiro caso de planejamento previdenciário que iremos apresentar diz respeito a uma segurada que já havia cumprido os requisitos para a sua aposentadoria programada, a nova aposentadoria por idade, de acordo com

(19)

a regra de transição do requisito etário estabelecido pela Emenda Constitu-cional nº 103 de 2019.

Essa segurada de uma maneira geral vinha contribuindo sobre o teto da Previdência Social, atualmente estabelecido ao valor de R$ 6.101,061, na

categoria de contribuinte individual, pessoa física (autônoma).

Dessa maneira, essa cliente desejava saber o valor de sua Renda Mensal Inicial e o valor estimado de sua Renda Mensal futura na hipótese de conti-nuar contribuindo sobre o teto do Regime Geral da Previdência Social.

Em outras palavras, o objetivo deste planejamento previdenciário consiste em avaliar: se vale a pena à segurada aposentar logo, uma vez que já há o direito adquirido, ou se seria mais vantajoso continuar contribuindo sobre o teto previdenciário para obter uma aposentadoria com uma RMI mais vantajosa.

Trata-se de um caso clássico de Planejamento Previdenciário.

Antes de avaliar a renda mensal inicial com as projeções de contribuições, se faz necessário verificar o real tempo de contribuição da segurada.

O real tempo de contribuição não é aquele fornecido pelo simulador do INSS, mas aquele obtido fruto da análise do Planejamento Previdenciário que, será visto a seguir.

Pois bem. O primeiro passo do Planejamento de Aposentadoria consiste em ter acesso ao Cadastro Nacional de Informações Sociais – o CNIS – por meio do site do meu.inss.gov.br.

1. Código 1007 do Contribuinte Individual incidindo 20% sobre R$ 6.101,06 gerando a obrigação contributiva de R$ 1.220,21.

(20)

Planejamento Previdenciário da Aposentadoria Voluntária na Prática: Estudo de Casos 641

 Tela de Serviços do Portal do MEU.INSS.GOV.BR:

Em posse do extrato previdenciário, deve-se avaliar e calcular o tempo de contribuição do segurado.

Em ato contínuo, é necessário que, o expert solicite ao segurado toda a documentação pertinente ao caso como: carteiras de trabalho, holerites,

extratos previdenciários, formulários de exposição aos agentes nocivos

(SB-40, DISES – B2 5235, DSS 8030, DIRBEN 8030, “PPP”, LTCAT2), carnês

do INSS/INPS e etc.

É por meio do atendimento previdenciário que, o advogado vai estabelecer quais são os documentos iniciais necessários para a análise do Planejamento. Atente-se para o fato de que, não é necessário que o advogado tenha acesso de imediato a toda documentação para iniciar a análise previdenciária, pois

2. SB-40, DISES – B2 5235, DSS 8030, DIRBEN 8030 para serem aceitos têm que ser expedido até 31.12.2003. A partir de 01.01.2004 só é aceito o perfil profissiográfico previdenciário.

(21)

o planejamento previdenciário também serve como ponto de partida para diligências futuras visando a suprir a ausência documental.

O próximo passo do Planejamento consiste em avaliar:

1º. Se os dados previdenciários expressos no extrato previdenciário estão em consonância com os documentos da segurada;

2º. Se o extrato previdenciário apresenta omissões, hipótese na qual haverá a necessidade de averbação de vínculos e/ou de remunerações;

3º. E por último, devemos verificar a necessidade de retificação/ratificação dos dados previdenciários.

Por motivos óbvios, todas as informações de caráter pessoal serão pre-servadas, mantidas em sigilo, destarte, estarei nomeando a nossa “cliente” de FRANCISCA.

 Resumo do Extrato Previdenciário Extraído do Portal do

MEU.INSS.GOV.BR:

A segurada nasceu em 08 de dezembro de 1959 (08.12.1959) e na data da análise previdenciária, em 18 de agosto de 2020, a segurada estava com

60 anos e 8 meses de idade.

Data de Nascimento Data da Análise

08.12.1959 18.08.2020

Referências

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