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ANÁLISE DA RENTABILIDADE E DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO DE MILHO DE SEGUNDA SAFRA EM RIO VERDE GO, SAFRINHA 2009

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1 Professor da Fesurv-Universidade de Rio Verde, Faculdade de Agronomia, CEP 75901-970 Rio Verde – GO.; e-mail: r.francischini@globo.com; silvaag@yahoo.com.br

2 Acadêmico de Agronomia, Fesurv-Universidade de Rio Verde, e-mail: guilhermebrag@gmail.com; lucasbraga.braz@hotmail.com

VERDE – GO, SAFRINHA 2009

Ricardo Francischini1, Alessandro Guerra da Silva1, Guilherme Braga Pereira Braz2, Lucas Braga Pereira Braz2

1. INTRODUÇÃO

A produção de milho em segunda safra, também denominado de milho safrinha, tem se constituído como importante atividade econômica para as empresas rurais produtoras de grãos, pois acabam gerando renda para os empresários como opção de atividade com baixo custo e aproveitamento de recursos da safra de verão.

Necessitando de maior rentabilidade nos seus negócios, os produtores rurais estão sempre procurando formas de poupar recursos e aumentar produtividade. Para isso, faz-se necessário estimar os custos de produção e determinar as receitas obtidas. À medida que a agricultura vem se tornando empresarial, competitiva e com a redução da intervenção governamental no setor, o custo de produção transforma-se num importante instrumento do processo de tomada de decisão.

O levantamento dos custos das atividades desenvolvidas na empresa rural permite ao empresário se posicionar de forma realista no momento de comercializar sua produção, verificar a eficiência da alocação dos recursos na referida atividade e calcular sua rentabilidade. Essa abordagem dos custos de produção serve, ainda, como diagnóstico da eficiência do processo produtivo, ferramenta gerencial e de avaliação econômica da atividade (Vale, 1999).

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Diante desse contexto, o presente trabalho teve como propósito levantar os custos de produção do milho safrinha, tanto para alto quanto médio padrão tecnológico, para que o produtor tenha conhecimento do que, efetivamente, está sendo gasto na exploração dessa cultura, facilitando o seu processo de tomada de decisão no momento de alocar seus recursos (fatores de produção). Foram apresentadas as estimativas dos custos de produção tomando-se como base à média dos sistemas predominantes entre produtores de portes variados do município de Rio Verde-GO, para a safra 2009.

2. MATERIAL E MéTODOS

O custo total de produção é determinado pela soma de todas as despesas efetuadas com o emprego dos recursos da empresa rural no processo produtivo, incluindo ainda o custo de oportunidade do uso dos fatores produtivos (Reis et al., 2001).

Hoffmann et al (1981) define custos de produção como a compensação que os donos dos fatores de produção, no caso a empresa rural, utilizados na atividade produtiva para desenvolver um determinado bem, devem receber para que eles continuem fornecendo esses fatores à empresa.

À medida que a agricultura vem-se tornando empresarial, competitiva e com a redução da intervenção governamental no setor, o custo de produção transforma-se num importante instrumento do processo de tomada de decisão.

Assim, se por um lado, os custos de produção vêm aumentando sua importância no processo de gestão da empresa rural, na determinação de eficiência na produção e no planejamento, por outro, as dificuldades em estimá-los só, recentemente, começaram a ser reduzidas, à medida que o produtor passou a visualizar sua fazenda como um negócio agrícola e adoção da informática como ferramenta para auxiliá-lo.

A determinação dos custos de produção auxilia o processo de tomada de decisão. Vasconcelos et al (2002) determinaram os custos de produção de milho para uma região em Minas Gerais, na safra 1998/99, para auxiliar os produtores rurais a adequar melhor seus investimentos e identificar os recursos responsáveis pelo bom desempenho da lavoura e aqueles que afetavam negativamente a atividade. Como resultado final, o processo de tomada de decisão era facilitado pela análise da rentabilidade obtida.

Carvalho et al (2008) estimaram custo de produção como ação de competitividade da empresa agropecuária, mais especificamente, para verificar o emprego dos recursos e o retorno que eles estavam gerando ao negócio agrícola.

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sob sistema de plantio direto na região do oeste da Bahia. Para tanto, estimou os custos variáveis e os fixos de produção e verificaram que a atividade descapitalizava o sojicultor, pois parte dos custos fixos não eram remunerados pela atividade.

Para o levantamento dos custos de produção do milho em segunda safra, no ano de 2009, foram montadas planilhas onde foram inseridos os custos variáveis e fixos de produção destas atividades, sendo divididos em oito partes, a saber: (i) custos do pré-plantio; (ii) custos de plantio; (iii) custos de condução da atividade, que são os tratos culturais; (iv) custos com a colheita; (v) custos com a pós-colheita; (vi) custos com a mão-de-obra; (vii) custos com juros e taxas; e (viii) custos com a remuneração da terra e das máquinas e equipamentos (custos de oportunidade).

Os quatro primeiros itens referem-se a despesas com a cultura a nível de campo. Em pós-colheita, compreendem os custos com o frete, a secagem dos grãos e o armazenamento para 30 dias.

As depreciações e os custos de oportunidade que incidem sobre os capitais estáveis, como máquinas e equipamentos, estão inseridos no valor total dos recursos apresentados nas planilhas de despesas. O custo de oportunidade da terra foi calculado baseando-se no valor médio cobrado pelo arrendamento, que na região é de 8 sacas de soja por hectare multiplicada pelo valor da saca de 60 kg de soja. Para o cálculo da depreciação foi utilizado o método linear, proposto por Hoffmann et al. (1981). Os demais custos como impostos e taxas expressos nas planilhas possuem uma alíquota específica, que incide sobre o valor da produção.

Para avaliação econômica da atividade, os indicadores propostos são, segundo Vale (1999), a receita líquida total (RLT), o índice de rentabilidade (IR) e a taxa de retorno (TR), que medem a eficiência das atividades de curto prazo, como as propostas neste trabalho. Com a produção definida (Y), em sacas por hectare, de acordo com o nível tecnológico, e o preço de comercialização (Py), pré-determinados em reais por saca, foi obtida a receita bruta total

A renda líquida total (RLT), também entendida como lucro líquido da produção agropecuária é obtida pela diferença entre a RBT e o custo total (CT) de exploração da cultura.

Para ser viável, economicamente, a RLT deve ser positiva, ou seja, seu resultado deve apresentar-se maior ou igual a zero. Quando RLT maior que zero indica que a empresa está gerando poupança e está criando condições de liquidez (sobrevivência) no longo prazo (Vale, 1999).

Outro indicador econômico é o índice de rentabilidade (IR) que avalia o retorno obtido por cada unidade monetária gasta com a atividade. Em outras

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palavras, é o resultado da relação entre a RBT e o CT. Quando o IR for maior que a unidade indica que a atividade está apresentando retorno econômico para o empresário, pois o resultado com a venda da produção é maior que as despesas com a condução da cultura.

A taxa de retorno (TR) avalia ganhos econômicos, pois indica quando o capital investido está sendo remunerado por ter sido empregado na atividade em determinado tempo (t). Resultado gerado em porcentagem, o investimento foi satisfatório, economicamente quando a TR for maior que a taxa de juros paga no mercado financeiro, por exemplo, pois indica que não há melhor possibilidade de ganho para o recurso financeiro que a atividade agrícola explorada.

Para avaliação financeira, o melhor indicador é a renda líquida operacional (RLOper) e é o resultado da diferença entre a RBT e o custo operacional (COper). O COper é o valor obtido da subtração do custo total pelo custo de oportunidade (CO).

Este indicador considera somente gastos monetários, não levando em consideração os custos de oportunidade, que são não-monetários. Uma atividade é viável, financeiramente, quando RLOp é positiva, refletindo que a empresa consegue pagar todos os insumos gastos na exploração da atividade e, no curto prazo, consegue manter a produção.

Os coeficientes técnicos da atividade foram obtidos de experimentos conduzidos na área de produção do campus universitário, situado no município de Rio Verde-GO. Os preços dos fatores de produção dos grãos neste estudo foram obtidos nas revendas de insumos e cooperativa de produtores da região, no período de maio a junho de 2008.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os custos de produção de milho, em segunda safra, 2009, em Rio Verde-GO, foram estimados para os dois níveis de tecnologia, alta e média (Tabela 1).

A operação de plantio foi a atividade dentro do processo produtivo como aquele que apresentou maior participação no custo total, para ambos os padrões tecnológicos, em virtude de a adubação ter contribuído para elevar os custos de produção da atividade nesta última safra, pois apresentou aumento de mais de 100% no preço do insumo para a empresa rural, em 38,2 e 36,9%, respectivamente. Prado et al (2001) também constatou que a adubação correspondia a 24% da receita bruta média para a cultura do milho.

Os tratos culturais também apresentam custos elevados para a empresa rural, por envolverem uso de produtos importantes, como os defensivos e adubos, e máquinas para realizar as atividades.

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Operação

Tecnologias de Produção Alta Média Valor Part Valor Part 1 Pré-plantio 0.044,20 003,1 0.044,56 003,8 2 Plantio 0.545,83 038,2 0.435,88 036,9 3 Tratos culturais: 0.296,90 020,8 0.204,07 017,3 3.1 Controle de ervas daninhas 0.031,55 002,3 0.018,48 001,6 3.2 Controle de pragas e doenças 0.123,67 008,6 0.076,84 006,5 3.3 Adubação de cobertura 0.141,68 009,9 0.108,74 009,2 4 Colheita 0.047,78 003,3 0.045,18 003,8 5 Pós-colheita 0.152,19 010,6 0.126,83 010,7 6 Trabalho 0.088,08 006,2 0.088,08 007,5 7 Taxa e juros 0.097,04 006,8 0.086,47 007,3 8 Oportunidade 0.158,59 011,1 0.149,70 012,7 Custo Total 1.430,61 100,0 1.180,77 100,0 Custo Operacional Total 1.272,02 1.031,07

de produção, indicando que o empresário deve estar atento à necessidade de máquinas e equipamentos antes de adquiri-los, pois apresentam custos fixos elevados, que pode comprometer a rentabilidade econômica da empresa.

TABELA 1. Custo de produção do milho em sistema plantio direto, alta e média tecnologias, segunda safra, 2009 em Rio Verde – GO.

Obs: US$1,00 equivalia a R$1,67

¹ Faculdade de Agronomia Universidade de Rio Verde - Fesurv ² Comigo, Rural Rio, Soagro, Agrovisão, Terra Agronegócio, Geoplan.

A Tabela 2 compara economicamente a produção de milho em alta e média tecnologia, para o município de Rio Verde-GO.

O sistema de produção utilizando médio padrão tecnológico apresentou menor custo médio, de US$11,81, em relação aquele que utiliza alta tecnologia, de US$11,92, pois a utilização de fatores fixos são menores ou apresentam baixo valor para a empresa.

O índice de rentabilidade que mede o retorno que a empresa rural obtém para cada unidade investida mostrou que o sistema de média tecnologia é mais interessante para o empresário, pois apresentou maior retorno que o de alta tecnologia, de 1,065 e 1,055, respectivamente.

Contudo, o sistema de produção em alta tecnologia apresenta maior retorno econômico para o produtor, pois geral renda líquida total (lucratividade) por hectare de US$77,79 e o de média tecnologia US$ 76,23 por hectare.

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TABELA 2. Análise econômico-financeira da produção de milho em alta e média tecnologia, segunda safra, 2009. Rio Verde, 2009

Indicador Unidade TECNOLOGIA

Alta Média

Produção Saca ha-1 120 100

Receita¹ US$ 1.508,40 1.257,00

Custo total US$ ha-1 1.430,61 1.180,77

Custo operacional US$ ha-1 1.272,02 1.031,67

Custo Unitário Total US$ saca-1 11,92 11,81

Renda líquida total US$ ha-1 77,79 76,23

Renda líquida operacional US$ ha-1 236,96 225,81

Índice de rentabilidade Índice 1,055 1,065

¹ Preço médio da saca de milho no mercado de Rio Verde: US$12,57 (julho/08)

No geral, Ambas as tecnologias se mostraram viáveis para a empresa rural, mas o empresário deve avaliar a atividade em relação a safra de verão a ser plantada, pois a safrinha de milho tem relação com a safra de verão.

4. CONCLUSõES

A média tecnologia apresenta menor custo de produção para a empresa rural, pois apresenta baixo volume de capital fixo empregado como fator produtivo. A alta tecnologia é mais interessante economicamente para a empresa, em virtude de apresentar maior lucratividade.

Para produtores altamente tecnificados compensa economicamente investir em aumentos de produtividade, pois acaba tendo maior retorno e dilui os custos fixos de produção e os custos de produção, apesar de se apresentarem maiores são compensados pela elevada produtividade.

Contudo, a avaliação econômica da produção de milho safrinha não deve ser realizada isoladamente da atividade de verão, pois esta acaba afetando a produção da segunda safra.

5. REFERêNCIAS

CARVALHO, F.M.; FIUZA, M.A.; LOPES, M.A. Determinação de custos como ação de competitividade: estudo de um caso na avicultura de corte. Ciência e Agrotecnologia, v.32, n.3, p.908-913, 2008.

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CASTRO, S.H.; REIS, R.P.; LIMA, A.L.R. Custos de produção da soja cultivada sob sistema de plantio direto: estudo de multicasos no Oeste da Bahia. Ciência e Agrotecnologia, V.30, n.6, p.1146-1153, 2006.

HOFFMANN, R.; ENGLER, J.J.C.; SERRANO, O. Administração da empresa agrícola. 3 Ed. São Paulo: Pioneira, 1981. 325p.

PRADO, R.M.; FERNANDES, F.M. Aspectos econômicos da adubação fosfatada para a cultura do milho. Scientia agrícola, v.58, n.3, p.617-621, jul./set., 2001. REIS, R.P.; MEDEIROS, A.L.; MONTEIRO, L.A. Custos de produção da atividade leiteira na região sul de Minas Gerais. Organizações Rurais & Agroindustriais, Lavras, V.3, n.2, p.45-54, 2001.

VALE, S. M. R. do. Curso de administração rural: análise econômica da empresa rural. Brasília: ABEAS, 1999. (ABEAS – Curso de Administração Rural – Módulo 2 – Análise Econômica da Empresa Rural.).

VASCONCELOS, R.C.de; PINHO, R.G.V.; REIS, R.P.; LOGATO, E.S. Estimativa dos custos de produção de milho na safra agrícola 1998/1999 no município de Lavras-MG. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.26, n.2, p.283-291, mar/abr., 2002.

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