• Nenhum resultado encontrado

PERFIL CARDIOLÓGICO: INCIDÊNCIA DE PACIENTES INTERNOS NA UTI E REPERCUSSÕES PÓS-INFARTO DO MIOCÁRDIO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PERFIL CARDIOLÓGICO: INCIDÊNCIA DE PACIENTES INTERNOS NA UTI E REPERCUSSÕES PÓS-INFARTO DO MIOCÁRDIO"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

Saúde Coletiva em Debate, n. 23, vol. 3, 17-26, jul, 2013.

17 PERFIL CARDIOLÓGICO: INCIDÊNCIA DE PACIENTES INTERNOS NA UTI E

REPERCUSSÕES PÓS-INFARTO DO MIOCÁRDIO

CARDIOLOGICAL PROFILE: INCIDENCE OF INTERNAL PATIENTS IN ICU AND MYOCARDIAL POST-INFARCTION REPERCUSSIONS

Jandieverton Pereira Lima1; Micherllaynne Alves Ferreira2*

Faculdade Redentor1, Faculdade de Integração do Sertão, Serra Talhada – PE2 RESUMO

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é considerado um dos maiores agravos causadores de mortes em todo o mundo. A insuficiência coronariana leva muitos pacientes ao internamento na Unidade de Te-rapia Intensiva (UTI), da qual faz referência à assistência diferenciada à pacientes em estado grave. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil cardiológico dos pacientes internos na UTI referenciando os aspectos após o infarto do miocárdio. O estudo é do tipo observacional, quantitativo realizado no ban-co de dados (prontuários) da UTI de um Hospital públiban-co no Município de Serra Talhada-PE. Foram escolhidos 50 prontuários com diagnóstico de infarto do miocárdio referente ao ano de 2012, do qual teve como instrumento de coleta o APACHE II. A pesquisa apresentou dados como idade prevalente de 65 anos a mais; nível de escolaridade sendo ensino fundamental incompleto; pacientes aposentados; 30% mulheres e 70% de homens internos com IAM e diagnóstico associado com 50% de Hipertensão Arterial. A taxa de desfecho do internamento da UTI esteve em torno de 66% em Alta hospitalar e 34% obteve-se óbito. A média de internamento na UTI esteve em 2 dias e acima de 4. Quanto ao APACHE II pode-se identificar que quanto maior o seu percentil maior seria a possibilidade de óbito.

Palavras-chave: Insuficiência cardíaca. Infarto do miocárdio. Unidade de Terapia Intensiva. ABSTRACT

The Acute Myocardial Infarction (AMI) is considered one of the major conditions causing deaths worldwide. The coronary insufficiency leads many patients to the hospital in the Intensive Care Unit (ICU), which refers to differentiated assistance to seriously ill patients. The aim of this study was to analyze the cardiac ICU patients internal referencing aspects after myocardial infarction. The study is an observational, quantitative held in the database (records) from the ICU of a public hospital in the city of Serra Hewn-PE. 50 records have been chosen with a diagnosis of myocardial infarction for the year 2012, which had as an instrument collecting APACHE II. The survey data showed how prevalent age of 65 years longer; education level and basic education; retired patients, 30% women and 70% of men with AMI and internal diagnosis associated with 50% of Hypertension. The outcome rate of ICU admission was around 66% in Discharge and 34% mortality was obtained. The mean ICU stay was for 2 days and above 4. As for the APACHE II can identify that the higher your percentile greater the possibility of death.

Keywords: Heart failure, myocardial infarction, Intensive Care Unit

*Autor para correspondência: Micherllaynne Alves Ferreira. Rua João Luiz de Melo, 2110, Bairro Tancredo Neves, CEP 56909-205 Serra Talhada-PE. Brasil. Telefone: (87) 3831-1472. E-mail micherllayn-ne@hotmail.com

(2)

INTRODUÇÃO

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é considerado hoje um dos maiores causadores de mortes. De acordo com o Ministério da Saúde e dados do SUS (Sis-tema Único de Saúde) o Brasil apresenta uma taxa de 35% de óbitos indicados como causa principal as patologias cardiológica. Embora várias terapias tenham contribuído para a prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares, elas ainda permanecem como uma das principais causa de morbi-mortalidade no País (CALUZA et al., 2012).

A taxa de mortalidade para pacien-tes com insuficiência coronariana aguda varia de 55 a 73%. Metade dos pacientes que sofreram um infarto foram a óbito em 48h, paciente com esse tipo de histórico precisam de assistência terapêutica rápida e sistêmica (FREITAS et al., 2012).

Pacientes como estes sempre estão aos cuidados da Unidade de Terapia Inten-siva (UTI), um trabalho realizado de forma complexa, pois os pacientes são considera-dos críticos e apresentam risco iminente de vida. Os profissionais de saúde enfrentam dificuldades relacionadas à complexidade técnica da assistência aos pacientes. (SHIMIZU, 2000). Frente aos aparatos tecnológicos existentes nas UTI´s e a gran-de quantidagran-de gran-de procedimentos a que são submetidos os pacientes que ali se

encon-tram, o ambiente é reconhecido como um dos mais traumatizantes e agressivos tanto pela ótica dos usuários como pelos presta-dores de serviços. Além do mais, o estresse que envolve a equipe de saúde, devido ao fator da presença constante da morte, pro-picia sentimento de sofrimento

(MAR-TINS, 2000).

Se-gundo Tereran, Zanei, Whitaker (2012) quanto mais grave é a doença do paciente, maiores são os custos e o período de per-manência na UTI. Estudos que avaliam a qualidade de vida do paciente interno nesse setor é de suma importância, pois, podem ajudar o profissional a tomada de decisão, identificar as prioridades e definir as inter-venções a serem realizadas comparando e avaliando a eficácia do tratamento mais adequado.

O período de permanência na UTI irá variar de acordo com o paciente e sua condição. No Brasil, por exemplo, a varia-ção da permanência de pacientes na UTI é de aproximadamente 6 dias (TERERAN; ZANEI; WHITAKER, 2012). Cada região muda esse contexto, que é supervisionado e medido pelo APACHE (Acute Physio-logy and Chronic Health EvalutionII), veri-ficando as condições do paciente, nesse estudo será efetuado esse tipo de observa-ção, evidenciando assim, a qualidade de vida do paciente dando luz a situação do estado físico e capacidade funcional de cada pessoa, principalmente aos que foram

(3)

19

diagnosticados pós-infarto. Dentre os métodos mais utilizados na avaliação dos pacientes de UTI, encontram-se sistemas padronizados e aceitos internacionalmente pela comunidade científica para predição de mortalidade, como o APACHE II, ele determina 12 variáveis clínicas, fisiológi-cas e laboratoriais padronizadas, com pon-tuação que vai de zero a quatro, conforme o grau de desvio da normalidade; além disso, pontos são atribuídos à idade, pre-sença de doença crônica e variáveis fisio-lógicas, cuja soma fornece uma pontuação final que permite calcular o risco de óbito para o paciente (NOGUEIRA et al., 2007).

“O IAM tem sido considerado a principal causa de morte isolada dos últi-mos 10 anos” (BAENA et al., 2012). Essa referência nos leva a questionar como es-tão os pacientes infartados necessitando de cuidados de terapia intensiva após aconte-cimento do infarto, qual seu estado clínico, quais os procedimentos realizados e avali-ação feita a esses pacientes. Diante da sobrevida de pacientes pós-infartados, sur-giu o interesse em realizar essa pesquisa, da qual vêm evidenciar aspectos diferenci-ais, principalmente auxiliares para terapias mais eficazes dentro da área de recupera-ção. Como contribuição científica busca-se traduzir uma forma coerente de se conhe-cer o perfil desses pacientes e melhorar as estimativas de vida entendendo as caracte-rísticas desses usuários. É de fundamental

importância a conscientização do cuidar do profissional o que faz melhorar os serviços de saúde. Assim, tanto o co-nhecimento sobre letalidade e morbidade na UTI do IAM e o perfil de risco corona-riano destes pacientes, quanto a qualidade da assistência, podem criar, um subsídio importante para a correção dessas graves distorções assistenciais. Diante do exposto este estudo tem como objetivo analisar o perfil cardiológico dos pacientes internos na UTI referenciando os aspectos após infarto do miocárdio. Dessa forma pretende-se contribuir de forma significati-va para o aprendizado e melhorar o assis-tencialismo prestado a esse tipo de pacien-te, além de evidenciar um novo perfil epi-demiológico direcionado as expectativas de vida em Pernambuco.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Vi-cente, localizado na cidade de Serra Talha-da na Rua Inocêncio Gomes de AndraTalha-da, n° 603 – Centro. A UTI do Hospital São Vicente possui 10 leitos de organização pública, com serviços ofertados pelo SUS.

O estudo é do tipo observacional e quantitativo com base no banco de dados da UTI do Hospital em referência, tendo como instrumento de coleta o APACHE II (Acute Physiology and Chronic Health

(4)

EvalutionII), sistema esse que contabiliza pontuação direcionada ao paciente quanto às variáveis fisiológicas, idade, doença crônica e chance de percentual de óbito. Foi escolhido todos os prontuários e APA-CHES II do pacientes que estiveram inter-nos na UTI no ano de 2012 e receberam alta por cura após infarto agudo do mio-cárdio, contabilizando 50 prontuários, 15 prontuários foram excluídos da pesquisa por falta de dados no prontuário. Parti-ciparam da pesquisa todos os prontuários que estiverem devidamente preenchidos, com diagnóstico de Infarto Agudo do Mio-cárdio, àqueles que receberam alta pós infarto para tratamentos terapêuticos e os que tiveram óbito após internamento na UTI. Foram excluídos da pesquisa os pron-tuários sem preenchimento adequado das informações do APACHE II, aqueles ad-vindos de cirurgias para a UTI, pacientes com diagnóstico diferente de IAM.

Os dados foram analisados por meio dos resultados obtidos dos APA-CHES II nos prontuários. De acordo com análise estatística, foram analisados os dados por meio de porcentagem, obtendo dados quantitativos e traçados em tabelas e gráficos demonstrativos de percentual, feitos no Microsoft Office Excel 2007 e confrontados com outros estudos. O estudo ocorreu no período de Abril a julho de 2013.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O estudo contou com um quantita-tivo de 50 prontuários que apresentaram o perfil do paciente com o principal diagnós-tico de infarto do miocárdio. Quanto a ida-de encontrada dos pacientes internos com infarto agudo do miocárdio, pode-se ob-servar que os pacientes que deram entrada na UTI apresentando o infarto em maior quantitativo foram àqueles com idade su-perior ou igual a 75 anos.

Para Cardoso et al., (2008) 85% das mortes ocasionadas pelo IAM são proce-dentes da população com idade superior a 65 anos. Isso deve-se pelo envelhecimento do sistema cardiovascular e as comorbida-des associadas à senilidade da qual limita a reserva cardíaca e aumentam as complica-ções relacionadas ao tratamento da injúria miocárdica aguda.

Junior et al., (2010) realizou uma pesquisa sobre a intervenção coronária percutânea primária no IAM em um hospi-tal, a amostra contou com 4788 pacientes realizado esse tipo de intervenção e consta-tou que 30% de todos os pacientes com IAM têm idade superior a 75 anos, o que fica evidente também na presente pesquisa, do qual os idosos estão em uma maior ca-tegoria de risco para esse tipo de agravo. Para o autor, a complexidade tanto clínica como angiográfica da população idosa eleva os riscos de procedimentos

(5)

21

cardíacos e tem sido caracterizada em grande parte por um maior acometimento de doenças sistêmicas graves. Corroboran-do com essa ideia Wajngarten; Oliveira (2003, p.219) diz que “o envelhecimento promove uma verdadeira conspiração que aumenta a prevalência e as consequências da doença coronariana nos idosos”. Para os autores a doença coronariana é uma condi-ção grave no idoso e a escolha da estraté-gia terapêutica adequada é complexa. O Infarto Agudo do Miocárdio po-de ocorrer em qualquer idapo-de, porém per-cebe-se que quanto maior a idade, aumenta o número de indivíduos acometidos pelo IAM, além da presença de fatores predis-ponentes à aterosclerose, sendo eles: a hi-pertensão, o tabagismo, diabetes mellitus, hipercolesterolemia e outras causas de hi-perlipoproteinemia. Quase 10% dos IAM ocorrem em indivíduos com idade inferior a 40 anos, enquanto 45% são observados em indivíduos com idade inferior a 65 anos (ROBBIN, 2000).

O quadro 1 demonstra o perfil dos pacientes internos quanto às variáveis de escolaridade, ocupação e cor. Destaca-se quanto à escolaridade o nível fundamental incompleto, a maioria dos internos aposen-tados isso faz relação com a idade

encon-trada e quanto a cor muitos dos prontuários revelaram a cor parda.

Para Robbins (2000) os negros e os brancos são afetados com igual frequência, sendo que os homens apresentam maiores riscos de serem acometidos pelo IAM do que as mulheres. Em estudo realizado por um pesquisador da Universidade de São Paulo Quintella (2006) pode-se observar que 70% dos idosos entrevistados se decla-ram de cor parda, demonstrando que o Brasil se formou pela miscigenação de raças.

Quadro 1 – Perfil dos pacientes com IAM da UTI. Serra Talhada-PE, 2013 ALTA ÓBITO APACHE II n APACHE II n 0-4 = 4% 00 0-4 = 4% 01 5-9 = 8% 18 5-9 = 8% 01 10-14 = 15% 08 10-14 = 15% 08 15-19 = 24% 06 15-19 = 24% 02 20-24 = 40% 01 20-24 = 40% 02 25-29 = 55% 00 25-29 = 55% 03 30-34 = 73% 00 30-34 = 73% 00 >34 = 85% 00 >34 = 85% 00 TOTAL 33 TOTAL 17

O gráfico 1 faz relação aos pacien-tes internos na UTI distribuídos por sexo.

(6)

Observa-se que o sexo masculino é predo-minante em 70% dos casos enquanto as mulheres estão em 30% nesse ambiente. Quanto aos diagnósticos encontra-dos nos prontuários pode-se destacar a HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) que se apresenta em 50% de todos os pacientes analisados.

Gráfico 1 – Quantitativo de pacientes com IAM da UTI por distribuição de sexo. Serra Talhada-PE, 2013

Para Liberman (2007) a HAS é uma doença altamente prevalente na terceira idade, ou seja, acima dos 60 anos, o que faz referência com a idade observada nesse estudo, ainda salientando que esse tipo de agravo como doença crônica não transmis-sível torna-se hoje um fator determinante na elevada morbidade e mortalidade dessa população.

Foi observado também a relação de óbitos e alta que tiveram os pacientes in-ternos dentre estes o gráfico 3 apresenta a relação de sexo e desfecho dos pacientes. Pode-se observar que das 33 altas, 10 fo-ram mulheres e 23 fofo-ram homens o que equivale a 66% dos pacientes internos com

história de IAM. Em avaliação dos óbitos em decorrência desse agravo, 5 mulheres e 12 homens faleceram com esse histórico, o que representa 34%.

Gráfico 2 - Principais Diagnósticos encontrados para os pacientes internos na UTI com IAM. Serra Talhada-PE, 2013

O estudo de Ribeiro et al., (2003) realizado no Hospital de Fortaleza (Mese-jana de Secretaria de Saúde do Estado) analisando o IAM em 373 pacientes inter-nos, observou-se que os óbitos ocorreram em 23,7% da mulheres e 18,9% do ho-mens, diferente da presente pesquisa do qual evidencia o óbito mais na categoria masculina. Nesse contexto Vacarino e Cols (1999) apud Ribeiro et al., (2003) identificaram no seu estudo que quanto mais a mulher for jovem maior a chance de morte, já em relação ao homem da mesma faixa etária o infarto torna-se significativo após os 74 anos.

(7)

23

Gráfico 3 – Representação de alta e óbito x sexo dos pacientes internos com IAM. Serra Talhada-PE, 2013

Quanto ao tempo de internamento pode-se perceber que há uma predominân-cia nos pacientes que estiveram internados por 1 dia com 12%; 34% dos pacientes passaram de 2 a 3 dias na UTI e 54% des-tes estiveram internados de 4 dias a mais. No estudo de Laizo, Delgado, Ro-cha (2010) realizado com 85 prontuários de um Hospital em Minas Gerais descobriu que a média de tempo de permanência de pacientes em UTI com complicações car-díacas gira em torno de 1 a 21 dias. Sua pesquisa revelou que o tempo médio dos internos é de 2 a 3 dias com 59,9% dos casos identificados. Percebe-se em nossa pesquisa a permanência prolongada desses pacientes. Para os autores acima cita-dos, as complicações que aumentam o tempo de internação na UTI são, princi-palmente aquelas relacionadas a função respiratória, DPOC e tabagismo, congestão pulmonar, tempo de ventilação mecânica prolongada, infecções, insuficiência renal, AVE (Acidente vascular encefálico) e

ins-tabilidade hemodinâmica, como hisperten-são arterial, arritmias e IAM. Já para No-gueira et al., (2007) O tempo médio de permanência na UTI foi de 9,1 ± 10 dias. As doenças do aparelho circulatório repre-sentaram o principal motivo de internação na UTI em 56 pacientes, seguidas das do-enças dos aparelhos digestivo e respiratório (22 cada).

Gráfico 4 – Percentil do tempo de internamento dos pacientes internos na UTI com IAM.

O quadro 2 refere a distribuição dos pacientes internos na UTI quanto ao percentil de APACHE II encontrado traçando uma rela-ção entre pacientes que obtiveram alta e óbito em 2012. Destaca-se que receberam alta da UTI pacientes com APACHE II entre 8%; 15%; 24%. Os óbitos receberam destaque por possuir APACHE II entre 15%, 24%, 40%, 55%. O APACHE II refere-se a um indica-dor de prognóstico que permite calcular a rela-ção entre variáveis dos pacientes internos defi-nindo um percentual quanto a gravidade do problema e a mortalidade (NOGUEIRA et al., 2007).

Percebe-se então que dos pacientes estudados, a média de APACHE para aqueles que receberam alta esteve em torno de 9,6,

(8)

referenciando que quanto mais baixo esse per-centil maiores chances o paciente tem em re-ceber alta. Em relação ao óbito observa-se ao contrário, quanto mais alto o APACHE II, visto que a média esteve em aproximadamente 5,0; maiores serão as chances de o paciente vir a óbito. Dentro dessa realidade 66% dos paci-entes obtiveram alta e 34% foram a óbito por IAM. Nogueira et al., (2007) em seu estudo com a comparação de APACHE II e a mortali-dade em pacientes admitidos na UTI, identifi-cou a seguinte realidade diferente do nosso estudo, durante a internação na UTI 29,7% evoluíram para óbito.

Quadro 2 – Distribuição de pacientes quanto a alta e óbito relacionado ao APACHE II. Serra Talhada-PE. ALTA ÓBITO APACHE II n APACHE II n 0-4 = 4% 00 0-4 = 4% 01 5-9 = 8% 18 5-9 = 8% 01 10-14 = 15% 08 10-14 = 15% 08 15-19 = 24% 06 15-19 = 24% 02 20-24 = 40% 01 20-24 = 40% 02 25-29 = 55% 00 25-29 = 55% 03 30-34 = 73% 00 30-34 = 73% 00 >34 = 85% 00 >34 = 85% 00 TOTAL 33 TOTAL 17

O APACHE II torna-se um excelente referen-cial quando relacionado ao monitoramento da situação de saúde do paciente, a evolução deste na UTI deve ter uma relação mínima entre fatores externos e internos para que todos da equipe possa conhecer a real situação em que o paciente se encontra. Entendendo esse proces-so fica fácil diagnosticar e melhorar as inter-venções voltada a este

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No ano de 2010 as doenças do apare-lho circulatório já era considerada a terceira causa de internações hospitalares, o que era responsável por 29% das mortes no Brasil. A prevalência da Doença Arterial Coronariana (DAC) na população adulta está estimada em 5 a 8% (BRASIL, 2010).

Essa estimativa apenas refleti a situa-ção saúde atual da populasitua-ção brasileira. O Infarto agudo do miocárdio ainda é considera-do um considera-dos maiores agravos que causam mortes em todo o mundo. Diante essa afirmativa, o estudo representou características de que defi-niram o perfil de pacientes cardíacos com pós-infarto que estavam internos na UTI. Em análi-se, pode-se identificar que a maioria dos inter-nos com esse perfil tinham 65 ainter-nos a mais, os níveis de escolaridade variaram no ensino fun-damental incompleto e eram pacientes aposen-tados.

O estudo ainda destacou que 30% mu-lheres e 70% de homens internos com IAM e diagnóstico associado com 50% de Hiperten-são Arterial. A taxa de desfecho do interna-mento da UTI esteve em torno de 66% em Alta

(9)

25

hospitalar e 34% obteve-se óbito. A média de internamento na UTI esteve em 2 dias e acima de 4. Quanto ao APACHE II pode-se identifi-car que quanto maior o seu percentil maior seria a possibilidade de óbito.

Diante os dados apresentados, confir-ma-se que é de suma importância o uso do APACHE II dentro da UTI, da qual pode in-formar dados mais precisos sobre a situação do paciente e ainda nortear a equipe e direcionar cuidados diferenciados. O nível de atenção deve estar configurado em uma atenção indivi-dual com diagnósticos diferenciados, o que vai mudar o perfil de cuidado e melhorar a quali-dade de vida deste dentro da Uniquali-dade de Tera-pia Intensiva.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Datasus. [inter-net]. Sistema de informações de

mortalida-de. Óbitos por residência por ano do óbito

segundo capítulo CID-10. Dados preliminares de mortalidade 2010. [Acesso em junho de 2013]. Disponível em:

http://www.datasus.gov.br

BAENA, C. P.; et al . Tendência de mortalida-de por infarto agudo do miocárdio em Curitiba (PR) no período de 1998 a 2009. Arq. Bras.

Cardiol., São Paulo, v. 98, n. 3, mar. 2012 .

Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar

ttext&pid=S0066-782X2012000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 19 mar. 2013.

CALUZA, A. C. V.; et al . Rede de infarto com supradesnivelamento de ST: sistematiza-ção em 205 casos diminui eventos clínicos na rede pública. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 99, n. 5, nov. 2012 . Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar

ttext&pid=S0066-782X2012001400010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 18 mar. 2013.

CARDOSO, C. O; et al. Intervenção Coronari-ana percutânea em pacientes com mais de 70 anos: análise de desfechos intra-hospitalares na era contemporânea. Rev. Bras. Cardiol

Ivasi-va; 16(1):64-9. 2008.

FERREIRA, G. M. T. M.; et al. Maior

letali-dade e morbiletali-dade por infarto agudo do mi-ocárdio em hospital público, em Feira de Santana - Bahia. Arq. Bras. Cardiol. [online].

2009, vol.93, n.2, pp. 97-104. ISSN 0066-782X.

FREITAS, H. F. G.; et al. Assistência circula-tória em choque cardiogênico pós-infarto agu-do agu-do miocárdio. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2012, vol.98, n.6, pp. e96-e98. ISSN 0066-782X.

JUNIOR; N.R.T; et al. Resultados Hospitalares da intervenção coronária percutânea primária no infarto agudo do miocárdio em pacientes com mais de 80 anos. Rev. Bras. Cardiol

Ivasiva; 18(1):17-23. 2010.

LAIZO, A.; DELGADO, F.E.F; ROCHA, G.M. Complicações que aumentam o tempo de permanência na Unidade de Terapia Intensiva na cirurgia cardíaca. Rev. Bras. Cir.

Cardio-vasc.; 25(2):166-171. 2010

LIBERMAN, A. Aspectos epidemiológicos e o impacto clínico da hipertensão no indivíduo idoso. Rev. Bras. Hipertens. Vol. 14 (1):17-20, 2007.

MARTINS, J.J. O Cotidiano de Trabalho de

Enfermagem em UTI: prazer e sofrimento?

[dissertação]. Florianópolis (SC): Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina; 2000.

MORTON, P. G. Cuidados Críticos de

En-fermagem: uma abordagem holística. 8 ed.

(10)

NOGUEIRA, et al. Nursing Activities Score: comparação com o Índice APACHE II e a mortalidade em pacientes admitidos em unida-de unida-de terapia intensiva. Rev. bras. ter.

inten-siva [online]. 2007, vol.19, n.3, pp. 327-330.

ISSN 0103-507X.

QUINTELLA, L.C.M. Qualidade de vida e

estado nutricional de idosos: um estudo des-critivo sobre freqüentadores do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo. [dissertação]. São Paulo: Universidade

de São Paulo; 2006

RIBEIRO, D.G.L.; et al. Infarto Agudo do Miocárdio. Preditores de Mortalidade em Hos-pital Público em Fortaleza, Ceará. Arq Bras

Cardiol; vol. 80 (n°6), 607-13. 2003.

ROBBINS, S. L. Patologia Estrutural e

Fun-cional. 6 ed. Guanabara: Koogan, 2000.

SHIMIZU, H.E. As representações sociais

dos trabalhadores de enfermagem não en-fermeiros (técnicos e auxiliares de enferma-gem) sobre o trabalho em unidades de tera-pia intensiva em um hospital escola. [tese].

São Paulo (SP): Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo/USP; 2000. STRUMM, E.M.F; et al. Perfil dos idosos as-sistidos por Unidades de Estratégia de Saúde da Família que sofreram infarto agudo do mio-cárdio. Rev. Bras. Geriatr.Gerontol.; 12(3):449-461. 2009.

TERERAN, N. P.; ZANEI, S. S. V.; WHITA-KER, I. Y. Qualidade de vida prévia à interna-ção em unidade de terapia intensiva. Rev.

bras. ter. intensiva, São Paulo, v. 24, n.

4, dez. 2012 . Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar

ttext&pid=S0103-507X2012000400008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 20 mar. 2013.

WAJNGARTEN, M. OLIVEIRA, S. A. Doen-ça coronariana no grande idoso: conduta con-servadora ou agressiva?. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2003, vol.81, n.3, pp. 219-220. ISSN

0066-782X. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2003001100001.

Recebido em: 05/06/2013 Aprovado: 10/07/2013

Referências

Documentos relacionados

insights into the effects of small obstacles on riverine habitat and fish community structure of two Iberian streams with different levels of impact from the

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

The 70 BOP innovation related articles were mainly focused on: the pursuit of disruptive innovation by MNCs, the impact of social innovation and entrepreneurial

Outra surpresa fica por conta do registro sonoro: se num primeiro momento o som da narração do filme sobre pôquer, que se sobrepõe aos outros ruídos da trilha, sugere o ponto de

Contudo, não é possível imaginar que essas formas de pensar e agir, tanto a orientada à Sustentabilidade quanto a tradicional cartesiana, se fomentariam nos indivíduos

Para conhecer os efeitos de um sistema integrado de gestão nas Instituições Federais de Ensino Superior – IFES – sobre a utilização da informação contábil, o Departamento

Considerando que a maioria dos dirigentes destas entidades constituem-se de mão de obra voluntária e na maioria das vezes sem formação adequada para o processo de gestão e tendo