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Âncora: O mar com os pés assentes na terra. Estoril, 22 de Outubro de 2012

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(1)

O Centro Internacional de Negócios da

Madeira e a actividade de shipping

Clotilde Celorico Palma

Âncora: O mar com os pés assentes

na terra

(2)

• Origens do CINM

• Enquadramento legal do CINM

• O caso da actividade de shipping

• Conclusões

(3)

• O regime do CINM ou Zona Franca da Madeira

foi criado em 1980 por Portugal, através do DL

n.º 500/80, de 20.10, para fazer face às notórias

e persistentes dificuldades económicas de uma

pequena

ilha

ultraperiférica,

como

um

instrumento

fundamental

da

política

de

desenvolvimento da RAM.

• A RAM dispunha, à data, de um PIB per capita

que correspondia a 54% da média da CEE.

(4)

• A criação teve na sua origem a Zona Franca

Industrial, circunscrita a um enclave territorial.

• De Zona Franca Industrial evoluiu para Centro

Internacional de Negócios:

- O DR n.º 53/82, de 23.08, veio alargar o âmbito

da Zona Franca, passando a autorizar que

nesta se exercessem todas as actividades de

natureza industrial, comercial ou financeira.

(5)

- O DL n.º 165/86, definiu os incentivos fiscais para

promoção e captação de investimentos na ZFM.

- O regime, tal como foi depois acolhido no EBF, com

quatro sectores de actividade, é completado com o

DL n.º 96/89, de 28.03, que criou o Registo

Internacional

de

Navios

da

Madeira

(MAR),

determinando a aplicação de benefícios fiscais às

empresas e às tripulações (regulamentado na Portaria

715/89, de 23 de Agosto, para os navios, e no Decreto

n.º 192/2003, de 22 de Agosto, no que concerne ao

regime das embarcações de recreio).

- A adaptação do regime, sendo coligidos os diversos

benefícios fiscais, ocorre em 1989 com o EBF.

(6)

• Artigo 349.º, n.º2, do TFUE:

“ (...) Tendo em conta a situação social e económica estrutural dos Açores, da Madeira (…), agravada pelo grande afastamento, pela insularidade, pela pequena superfície, pelo relevo e clima difíceis e pela sua dependência económica em relação a um pequeno número de produtos, factores estes

cuja persistência e conjugação prejudicam gravemente o seu

desenvolvimento, o Conselho (...), adoptará medidas específicas destinadas, em especial, a estabelecer as condições de aplicação do presente Tratado a essas regiões, incluindo as políticas comuns.

As medidas a que se refere o primeiro parágrafo incidem designadamente sobre as políticas aduaneira e comercial, a política fiscal, as zonas francas, as políticas nos domínios da agricultura e das pescas, as condições de aprovisionamento em matérias-primas e bens de consumo de primeira necessidade, os auxílios estatais e as condições de acesso aos fundos estruturais e aos programas horizontais da União.”

(7)

• O regime do CINM configura-se como um regime de auxílios de Estado sob a forma fiscal, com objectivos de desenvolvimento regional de uma pequena ilha ultraperiférica, necessitando, enquanto tal, de ser devidamente notificado e aprovado pela Comissão Europeia.

• Neste contexto, o regime foi aprovada diversas vezes por períodos determinados, a primeira vez em a 26 de Maio de 1987, por um período de três anos com início em 1989 e produção de efeitos até 31 de Dezembro de 2011, como um regime de auxílios fiscais composto por um registo internacional de navios, uma zona franca industrial, um sector de serviços financeiros e um sector de serviços internacionais.

(8)

• Actualmente, o regime fiscal do CINM

consta essencialmente dos artigos 33.º e

36.º do EBF, tratando-se de um regime

global unitário que abrange três sectores

de actividade: os serviços internacionais,

o MAR e a Zona Franca Industrial.

(9)

• O Regime do artigo 36.º do EBF, é aplicável às

entidades que se licenciem para operar no

CINM no período entre 1.1.2007 e 31.12.2013 e

os benefícios fiscais aplicáveis mantêm-se até

31.12.2020.

• Mantém as linhas estruturantes do anterior

Regime II que entretanto caducou a 31.12.2011

(artigo 35.º do EBF): tributação a taxas

reduzidas de IRC e limitação da concessão do

benefício através da aplicação de plafonds

máximos à matéria colectável objecto do

benefício fiscal em sede de IRC.

(10)

• Relativamente às entidades devidamente

licenciadas a partir de 1.1.2007 e até

31.12.2013 para o exercício de actividades

industriais,

comerciais,

de

transportes

marítimos

e

serviços

de

natureza

não

financeira, consagra-se um regime geral

degressivo

dos

benefícios

concedidos,

passando-se a tributar os rendimentos em IRC

às taxas de 3% nos anos 2007 a 2009, de 4%

nos anos 2010 a 2012 e de 5% nos anos 2013

e seguintes.

(11)

Registo de navios e embarcações comerciais/Vantagens:

• Registo comunitário com pleno acesso à cabotagem continental e insular no âmbito da UE, em consequência do estatuto do MAR como Registo Comunitário;

• Flexibilidade nos requisitos de nacionalidade das tripulações. O comandante e 50% da tripulação de segurança do navio deverão ser cidadãos do continente europeu ou de países de língua oficial portuguesa, podendo este requisito ser dispensado em casos

devidamente justificados;

• Um regime de segurança social competitivo. Os membros da tripulação de navios registados no MAR e respectivos

empregadores não estão obrigados a fazer descontos para o sistema português de segurança social. No entanto, um sistema alternativo de seguro deverá ser providenciado;

(12)

Registo de navios e embarcações comerciais/Vantagens:

• Os salários auferidos pelas tripulações dos navios

registados no MAR estão isentos de qualquer taxa ou

contribuição fiscal;

• Um regime de hipotecas competitivo, permitindo que

ambas as partes possam escolher o sistema legal de um

determinado país para regular a criação da hipoteca;

• Possibilidade de registo do navio em nome de uma

sociedade instalada no CINM ou de uma sociedade

sedeada no estrangeiro, caso em que um representante

legal deverá ser nomeado na Madeira;

• à taxa reduzida de 3 a 5%;

• Isenção de retenção na fonte de dividendos distribuídos quer a residentes quer a não residentes;

O shipping no CINM

(13)

Registo de navios e embarcações comerciais/Vantagens:

Acesso aos benefícios do regime CINM, como:

• Tributação à taxa reduzida de 3% a 5%;

• Isenção de retenção na fonte de dividendos distribuídos

quer a residentes quer a não residentes;

• Isenção de retenção na fonte de juros pagos a não

residentes;

• Isenção de ISP sobre o combustível;

• Isenção de IVA se a actividade for comercial e exercida

em alto mar, com direito a reembolso do IVA suportado;

• Isenção de imposto do selo;

• Acesso aos tratados de dupla tributação celebrados por

Portugal.

(14)

Registo de navios e embarcações comerciais/Vantagens:

O MAR não é considerado uma bandeira de

conveniência;

• O MAR está classificado na lista branca do Paris

MOU;

• Admissão de registos temporários, flag in e flag

out, pelo período de 5 anos, prorrogáveis por

períodos iguais e sucessivos; e

• Aplicação de convenções internacionais IMO e

OIT ratificadas por Portugal;

(15)

Registo de iates privados e comerciais/Vantagens:

• Registo comunitário com pleno acesso à navegação em águas de países da UE;

• Baixa tributação, incluindo o IVA;

• Reembolso do IVA no caso do iate desenvolver uma actividade comercial;

• Isenção de IVA na aquisição de combustível para iates comerciais assim como no desenvolvimento de operações de “charter”;

• Dispensa da obrigatoriedade de constituição de uma empresa local; • Inexistência de limitações à nacionalidade das tripulações dos iates

comerciais registados no MAR;

• Regime de segurança social flexível para a tripulação dos iates comerciais.

(16)

• Actualmente 70% da frota mundial está registada sob

um pavilhão estrangeiro, ou seja, os navios

encontram-se, via de regra, registados numa bandeira que não a

do estado de domicílio ou da sede dos seus

proprietários.

• Destes 70%, mais de 1/3 dos navios estão registados

em registos cujos custos de registo e tributação são

deveras reduzidos e onde os requisitos de tripulação

são flexíveis, designadamente na Libéria e no Panamá.

• Tem-se verificado que os armadores recorrem cada vez

mais a estes registos para reduzir os custos do registo

inicial dos navios e bem assim os custos de manutenção

dos mesmos.

(17)

O Registo Internacional de Navios da Madeira

147 Navios de comércio 39 Iates comerciais 48 Embarcações de recreio 2.775 Tripulantes TAL: 665.680 TAB: 1.419.441 RIN-MAR dados a 30/06/2012:

(18)

Tipo de Navios: Carga geral Passageiros Ro-Ro/Ferries Graneleiros Químicos Rebocadores Petroleiros Cimenteiros Barcaças Dragas Plataforma móvel Transportadores de gás liquefeito

Origem dos navios de comércio: Itália 43 Espanha 26 Alemanha 25 Portugal 17 Noruega 10 Outros 26 Nota: dados a 30/06/2012.

(19)

*30 de Junho 2012

Evolução dos Navios

Alemães Registados no

RIN-MAR, nos últimos 5

anos

2007 2008 2009 2010 2011 2012* 25 20 18 20 23 26

(20)

RIN-MAR 2007 Navios de Comércio Embarcações de Recreio Total de Entidades Registadas no MAR 150 54 14 218 Iates Comerciais

Evolução RIN-MAR últimos 5 anos

2011 141 51 36 228 2008 156 61 21 238 2009 154 65 21 240 2010 142 55 31 228

Nota: Dados a 31 de Dezembro de cada ano.

(21)

Contributos do CINM

N.º de sociedades licenciadas no CINM:

31 de Dezembro de 2011 Total

Serviços Internacionais 2.207

Zona Franca Industrial 52

Serviços Financeiros 22

Entidades registadas no MAR 228

Total 2.509*

Capital social * 10.852.143.154,00 €

* Não inclui os fundos afectos das sucursais licenciadas, nomeadamente das SFE e SFI, nem os fundos afectos à operação dos navios registados.

*Inclui 304 sociedades que não transitaram para o Regime III.

(22)

O shipping no CINM

• Actualmente, poucos são os EM da UE que ainda não

têm um tonnage tax regime em vigor, designadamente o

Luxemburgo, Portugal e a Hungria (a falta de actuação

das autoridades portuguesas no sentido da

implementação de um regime deste tipo deve-se à

existência do MAR, de per si já deveras atractivo para

armadores nacionais e internacionais a operar em águas

internacionais).

• Analisados os regimes de tonnage tax da UE, verifica-se

que em regra não contendem com o regime do CINM,

dado não exigirem que as embarcações estejam

(23)

• O regime do CINM não é um regime típico de

um paraíso fiscal.

• A Madeira nunca figurou em nenhuma lista

oficial de territórios ou regiões qualificadas

como paraísos fiscais, quer da OCDE, quer do

Grupo de Acção Financeira (GAFI), instituído

pelo G-7 para o combate ao branqueamento de

capitais proveniente do tráfico de droga.

(24)

• De acordo com os indicadores económicos, o

CINM representa cerca de um quinto da

economia da Madeira.

• Em 2006 e 2007, os sectores com melhor

desempenho foram a zona franca industrial e o

registo internacional de navios.

• Em 2012, o sector do CINM com melhor

desempenho tem sido o do registo internacional

de navios.

(25)

Conclusões:

• O CINM é um instrumento indispensável ao desenvolvimento económico e social da RAM (Estudo elaborado pelo Centre for

European Policy Studies, de Bruxelas, The Madeira International Business Centre: The Economic Context and European Interests,

report prepared by Wolfgang Hager and Matthias Levin, January 2002:confirma as conclusões de um relatório entregue por Portugal junto da União Europeia quanto ao mérito e indispensabilidade da prossecução do programa do CINM).

• Não existindo impedimentos de natureza legal à existência de controlos, a credibilidade do funcionamento de um regime como o do CINM passa, por uma correcta inspecção do seu funcionamento, como tem sido prática.

(26)

Conclusões:

• O regime do CINM apresenta-se como uma alternativa fundamental de desenvolvimento económico e social da RAM especialmente neste momento de crise que atravessamos, com sectores como o do turismo fortemente afectados.

• O MAR, como registo português, tem-se afirmado entre os registos de maior qualidade, assegurando que todos os requisitos técnicos, de segurança, estabilidade e funcionamento do navio estão em conformidade com as convenções internacionais que vinculam nesta matéria o Estado português.

Referências

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