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PERÍODO FUNÇÃO TEMPO CONTRIBUIÇÃO LOCAL

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Academic year: 2021

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FUNPREV consulta-nos quanto à solução a ser dada à situação funcional de servidora titular do cargo efetivo de Assistente Social, desde 20.07.88 e que prestou serviços à APAE de Bauru, na condição de afastada regularmente, pelo Município e que requer sua aposentadoria por idade e tempo de contribuição.

Apresenta certidão emitida pelo INSS, demonstrando que ela tem 7.876 dias de contribuição àquele regime (21 anos, 07 meses e um dia), discriminados da seguinte forma:

PERÍODO FUNÇÃO TEMPO CONTRIBUIÇÃO LOCAL

01/02/1983 a 30/11/1986 Assistente Social - 03 anos, 10 meses e 0 dias APAE-BAURU

01/03/1987 a 14/09/1990 Assistente Social - 03 anos, 06 meses e 14 dias APAE-BAURU

20/07/1988 a 01/08/1991 Atendente de Enfermagem - 0 anos, 10 meses e 17 dias Prefeitura de Bauru

01/02/1999 a 31/05/2012 Diretora Técnica Administrativa -13 anos, 04 meses e 0 dias APAE-Bauru

Na Prefeitura Municipal de Bauru, tem a seguinte situação: PERÍODO FUNÇÃO SITUAÇÃO

20/07/1988 a 20/08/1990 - Atendente Enfermagem Concomitante com APAE

21/08/1990 até a presente data Assistente Social - A partir de 01/08/1991: Estatutário

- De 20/07/1988 a 31/07/1991contribui para o INSS

- de 01/08/1991 a 31/03/2006 contribui para o SEPREM (transformado em FUNPREV em

17/05/2002)

- de 01/04/2006 até 11/08/2013,- contribuições vertidas ao INSS (Cargo em Comissão – APAE)

Indaga-se, assim,

a) como computar o tempo de efetivo exercício no serviço público, tendo em conta que o § 3º do art. 54 dispõe que a contribuição efetuada durante o afastamento do servidor não será computado para cumprimento dos requisitos de tempo de carreira, tempo de efetivo exercício no serviço público e tempo de cargo efetivo,

b) A contribuição não vertida para a FUNPREV no período de 01.04.2006 a 11.08.2013, mas ao INSS, poderá ser vertida novamente com atraso, referente a esse período, para possibilitar sua aposentação? Resposta

(2)

A nosso ver, as dúvidas devem ser analisadas, excepcionalmente, para se dar ao presente caso a solução razoável e equânime, à luz da legislação vigente à data dos eventos ocorridos na situação funcional da servidora (tempus regit actum).

Segundo os dados informados, a servidora foi celetista do período de 01.02.83 a 30.11.86; de 0103.87 a 14.09.90, na APAE, pelo que esse período deve ser aceito como tempo de contribuição ao RGPS. De 20.08.88 a 20.08.90 – Atendente de enfermagem na Prefeitura, sendo que esse período deve ser considerado como tempo de contribuição e de serviço.

A partir de 01.08.91 até 16.12.98 (EC20/98), embora na condição de estatutária, contribuiu para o INSS e para o SEPREM (RPPS), razão pela qual esse período de tempo deve ser considerado como tempo de contribuição e tempo de efetivo exercício no serviço público.

A partir de 01.02.99 a 31.03.2006, a servidora passou a prestar serviço na APAE, mediante afastamento regular da Prefeitura, com todos os direitos e vantagens do cargo, contribuindo regularmente ao SEPREM e FUNPREV, de maneira que não há problema algum em relação à contribuição ao regime próprio.

A partir de agosto de 2004, com a edição da Orientação Normativa no. 03, do MPS, o art. 13 e os art. 27 a 32 disciplinaram a cessão dos servidores com ou sem remuneração, estabelecendo já os procedimentos a serem observados para o repasse da contribuição do ente cedente, cessionário e da relativa ao servidor. Entretanto, a servidora contribuiu para o RPPS, de maneira que não há dúvida quanto à contagem desse período como tempo de contribuição.

Anote-se, entretanto, que o art.31 prescreveu que o servidor afastado ou licenciado temporariamente do cargo efetivo sem recebimento de remuneração do ente federativo somente contará o respectivo tempo de afastamento ou licenciamento para fins de aposentadoria, mediante o recolhimento mensal das contribuições, conforme lei do ente.

E o § 1º do citado artigo estabelece que a contribuição no período de afastamento não será computada como tempo de efetivo exercício no serviço público, carreira e cargo.

(3)

As Orientações Normativas, respectivamente, no. 1, de 25.01.2007 e no. 2, de 31.03.2009, reproduzem, praticamente, as regras dispostas para os servidores afastados.

A dúvida com relação ao tempo de contribuição surge em relação ao período de 01.04.2006 a 11.08.2013, em que a servidora, apesar de afastada regularmente, exerceu cargo em comissão na APAE e contribuiu exclusivamente ao INSS sobre a remuneração do cargo em comissão por ela exercido na APAE.

Anote-se que as disposições contidas nas Orientações Normativas têm como fundamento o fato de que o servidor afastado não se desvincula do regime próprio, razão pela qual deve manter as contribuições ao seu regime, sendo vedado a filiação do servidor por uma mesma atividade a dois regimes de previdência obrigatórios1.

De outra parte, a Lei no. 8.213/91 (art. 12) dispõe expressamente sobre a exclusão, do RGPS, dos servidores efetivos amparados pelo regime próprio.

Assim, parece-nos ter havido desídia da Municipalidade em não executar os procedimentos necessários para haver as contribuições previdenciárias, quer do servidor, quer do ente cessionário (APAE), para repasse ao FUNPREV.

Com efeito, caberia à Prefeitura, na condição de ente cedente, ter elaborado termo ou ato de cessão, no qual seriam fixadas as obrigações do servidor afastado e do ente cessionário.

Assinale-se, ainda, que caso seja averbado esse tempo de contribuição, o FUNPREV não conseguirá obter a compensação previdenciária, motivo pelo qual devem a servidora e a Municipalidade recompor esse período, para que seja devidamente computado como tempo de contribuição.

Quanto à contribuição vertida para o INSS, pela servidora, no período de 2006 a 2013, no nosso sentir, trata-se de contribuição indevida.

Resta, enfim, a dirimir-se a questão da possibilidade de contagem do período de afastamento como tempo de efetivo exercício no serviço público, carreira e cargo.

1

Art. 201 ...

§ 5º. E vedada a filiação ao regime geral de previdência, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.

(4)

Não há como dizer que a APAE é pessoa jurídica de direito público ou que integra a Administração Indireta do Município de Bauru, o que, em princípio, afastaria a caracterização do serviço por ela prestado como serviço público.

Entretanto, não se pode ignorar que a Constituição Federal determina que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de, dentre outros: atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede pública de ensino. (art. 208, III)

Nos termos do estatuto de constituição, a APAE constitui organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que promove a prevenção e a inclusão de pessoa com deficiência intelectual, produzindo e difundindo conhecimento. Seu objetivo precípuo é a inclusão integral das pessoas com deficiência intelectual, garantindo a cidadania de cada indivíduo.

Não se desconhece que a difusão do conhecimento é um importante meio de prestação de serviço à sociedade, pelo que se pode afirmar que os serviços prestados equiparam-se aos serviços públicos.

Não obstante a lei municipal (§ 3º. do art. 54) e a regulamentação do regime próprio pelo MPS tenham vedado a contagem dos períodos de afastamento dos servidores efetivos, para a implementação dos requisitos de tempo no cargo, carreira e efetivo exercício no serviço público, há situações excepcionais que não se enquadram nessa proibição, como, por ex., quando o servidor é afastado, sem remuneração, mas para desempenho de atribuições junto a outros órgãos públicos ou, como no caso presente, em que a Municipalidade, por força de convênios, cede servidores para o exercício de atividades que se equiparam a serviços públicos.

À guisa de ilustração, mencionamos a Lei no 11.866, de 1995, do Município de São Paulo, que instituiu o Plano de Atendimento à Saúde-PAS, mediante convênio com Cooperativas de Trabalho, entidades privadas, para execução dos serviços a saúde à população. Pois bem. A lei autorizou o afastamento de servidores municipais e previu, expressamente, que o tempo em que o servidor estivesse afastado nas cooperativas seria computado integralmente para efeito de aposentadoria, disponibilidade, acesso, evolução e promoção (art. 12).

Desse modo, entendo que o Chefe do Executivo, no uso de sua competência para dispor sobre regime jurídico dos servidores

(5)

municipais e aposentadoria, em simetria ao contido no art. 61, § 1º., II, c, da Constituição Federal, pode normatizar a matéria e, em caráter excepcional, considerar como tempo de efetivo exercício no serviço público, para o fim da aposentadoria, o tempo de serviço prestado a entidades conveniadas pela Municipalidade para o desempenho de funções na educação municipal.

O consulente não esclareceu se a servidora, porventura, utilizou o período de tempo na condição de afastada, para cômputo em outros eventos, como promoção, acesso, adicionais e outros, o que, em princípio, reforçaria o entendimento favorável à contagem para fins de aposentadoria.

É o parecer, sub censura, agosto de 2014. Magadar Rosália Costa Briguet

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