Crianças com transtornos de autismo e perda auditiva tiveram melhores resultados na aprendizagem da linguagem oral quando as mães interagiram com maior sensibilidade com seus filhos
Pesquisa do Departamento de Psicologia da Universidade de Miami - EUA afirma que o carinho da mãe e sua sensibilidade em interagir com seus filhos que possuem transtorno de autismo ou perda auditiva é essencial para o desenvolvimento da oralidade das crianças. De acordo com a pesquisa, as crianças que tiveram um envolvimento mais sensível de suas mães em seus tratamentos, aprenderam a linguagem oral mais rápido do que outras.
Este grande estudo buscou compreender o papel do comportamento dos pais no
desenvolvimento do idioma de crianças surdas (que receberam implante coclear) e com
transtornos de autismo. E resultados mostram a necessidade de oferecer um treinamento para os pais lidarem com seus filhos que possuem algum destes problemas, para facilitar uma relação pais-filhos mais positiva, que promova o desenvolvimento das crianças. Visto que, segundo os autores da pesquisa, a forma com que os pais interagem com estas crianças pode representar uma melhora ou piora nas habilidades de comunicação e na vida diária das
mesmas.
"Fiquei surpresa como a sensibilidade materna teve efeitos tão fortes e consistentes sobre aprendizagem da linguagem oral das crianças " diz Quittner. Já Baker diz que: "A mensagem aqui é que os pais podem fazer a diferença em ajudar seus filhos a lutar e superar seus transtornos".
Sobre a Pesquisa de Crianças Surdas
Durante 08 anos, 188 crianças com perdas auditivas graves e profundas e com idades entre cinco meses e cinco anos, que receberam implante coclear, foram avaliadas e filmadas durante suas interações com seus pais.
Além de analisar os efeitos da "sensibilidade materna" sobre o desenvolvimento da linguagem, o estudo também analisou o impacto da estimulação da linguagem cognitiva.
As interações pai-filho e mãe-filho foram observadas e decodificadas separadamente em atividades que incluíam jogos livres, quebra-cabeças, e a montagem de uma "galeria de arte" com cinco cartazes colocados em diferentes alturas das salas de jogos.
Crianças surdas com pais "sensíveis" e carinhosos tiveram apenas o atraso de 01 ano na linguagem oral em comparação com as crianças com pais "menos sensíveis" que tiveram um atraso de 2,5 anos no desenvolvimento da linguagem oral-cognitiva.
bem como no desempenho acadêmico destas crianças.
(Referência: Alexandra L. Quittner, Ivette Cruz, David H. Barker, Emily Tobey, Laurie S. Eisenberg, John K. Niparko. Efeitos da sensibilidade materna e estimulação cognitiva e lingüística sobre Desenvolvimento usuários de implante coclear 'Língua
quatro anos. The Journal of Pediatrics , 2013; 162
(2): 343 DOI:
10.1016/j.jpeds.2012.08.003 )
Sobre a Pesquisa com Crianças Autistas
Na avaliação que durou 18 meses, os pesquisadores avaliaram em laboratório 33 crianças com idades de 18, 24, 30 e 36 meses de idade. Durante esta avaliação, os pesquisadores filmaram por um período de cinco minutos a interação do pai-filho e mãe-filho, separadamente. Os pais foram convidados para agir, em jogos livres, como se estivessem em casa.
Os aspectos da "sensibilidade" foram marcados em sete pontos de escala que vão desde a ausência de comportamento sensível ao comportamento extremamente sensível. Linguagem infantil foi avaliada nas crianças de 2 e 3 anos.
O estudo que também foi financiado pelo NIH, teve suas conclusões de pesquisas em paralelo com a pesquisa anterior, indicando que quando as crianças com autismo, aumentam sua conexão com o ambiente, com o auxílio da sensibilidade das mães, possuem um
desenvolvimento de linguagem cognitivo muito melhor, do que as crianças que não tiveram este suporte.
(Referência: Jason K. Baker, Daniel S. Messinger, Kara K. Lyons and Caroline J. Grantz. A Pilot Study of Maternal Sensitivity in the Context of Emergent Autism . Journal of Autism and Developmental Disorders , 2010; DOI: 10.1007/s10803-010-0948-4 )
Fonte: University of Miami
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