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Falta de espaço e acumulação de documentos; Tratamento documental lento e difícil; Dificuldades no acesso à documentação; Perda de informação.

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Academic year: 2021

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Avaliação e Selecção

O aumento crescente do volume de documentos produzidos e recebidos pelas instituições no desenvolvimento das suas actividades, colocou o problema da avaliação e selecção documental no centro das preocupações de gestão de documentos de arquivo. Hoje em dia, pretender conservar tudo é uma opção que se revela impraticável devido aos problemas que acarreta, como por exemplo:

● Falta de espaço e acumulação de documentos; ● Tratamento documental lento e difícil;

● Dificuldades no acesso à documentação; ● Perda de informação.

Para resolver estes problemas deve reduzir-se o volume de documentos a conservar e assim proporcionar uma boa gestão de arquivo, valorizando o património documental. A avaliação e selecção documental têm de ser planificadas mediante elaboração de uma tabela de selecção integrada no sistema, em sintonia com o plano de classificação e o regulamento arquivístico.

Para executar um processo de avaliação e selecção deve-se ter em atenção à teoria das três idades (activa, semi-activa e inactiva) aplicada aos documentos de arquivo, proporcionando uma melhor gestão e preservação do património arquivístico.

Critérios de Avaliação

Normalmente os critérios de avaliação para identificar o valor primário dos documentos (valor administrativo, legal ou financeiro) e que dizem respeito à fase activa e semi-activa (conduzindo aos prazos de conservação), são estabelecidos pelo organismo produtor.

Os critérios de avaliação que dizem respeito ao valor secundário (informativo, testemunho e patrimonial) são definidos, normalmente, pelo organismo máximo que superintende a política arquivística nacional. No caso de Portugal é o Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo (IAN/TT).

Critérios para Atribuição de valor Secundário

São consideradas para atribuição de valor secundário, as séries e sub-séries documentais com elevado interesse probatório e informativo que:

● Permitam conhecer o processo de elaboração de leis e regulamentos; ● Descrevam as funções específicas da instituição;

● Mostrem os meios de que a instituição dispõe para o cumprimento das suas funções e obrigações;

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E que digam respeito a:

● Garantias e protecção de direitos contra outras entidades e instituições;

● Criação, constituição, organização e regulamentação da instituição produtora, bem como à sua extinção;

● Contenciosos ou firmem jurisprudência; ● Controlo arquivístico;

● Factos particulares e importantes da instituição; ● Promoção e divulgação da instituição;

● Divulgação de informações relevantes sobre acontecimentos, movimentos ou tendência (história política, economia, social, cultural, religiosa e científica). Quando exista duplicação de informação nas séries e sub-séries, serão mais valorizadas:

● As que contenham exemplares originais;

● Se constituam nos organismos ou serviços de nível superior; ● Se apresentem como documentos sínteses.

Nas séries e sub-séries com interesse informativo cuja informação tenha sido publicada pode-se admitir a eliminação dos originais tendo em atenção que:

● Tenham cumprido os prazos de conservação;

● À publicação tenha sido atribuído número de depósito legal; ● Seja conservada um exemplar de publicação no arquivo definitivo. Critérios de Aplicação Excepcional – Critério da Importância

São aplicados sobre as séries e sub-séries nas quais, para além da avaliação por regras, admitem a possibilidade de serem avaliadas com carácter de excepção. Por outras palavras, decide-se pela conservação de processos ou dossiers, que independentemente de qualquer juízo ou valor ético ou moral e regras estabelecidas, superam o nível comúm de interesse.

O conjunto de regras estabelecidas para determinar o critério excepcional ou de importância, são:

● Reportar-se a uma pessoa que por qualquer razão se destacou no seu tempo; ● Reportar-se a um acontecimento de carácter excepcional;

● Abordar assuntos polémicos ou inovadores; ● Testemunhar rupturas com tendências dominantes;

● Reportar-se a períodos de grande convulsões políticas, sociais, ideológicas e outras.

Métodos de Amostragem

Aplicam-se os métodos de amostragem à selecção de documentos de arquivos para conservação permanente, quando o volume da documentação produzida excede os

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custos de conservação. Este procedimento é sempre utilizado com carácter excepcional, quando as circunstâncias indiquem uma especial necessidade de o aplicar e nunca, quando há outras alternativas, já que este método esta longe de produzir resultados satisfatórios.

Num processo de avaliação em que se apliquem estes métodos de amostragem nas séries e sub-séries terá de justificar-se o porquê da opção e qual foi o método ou métodos utilizados. Aplicam-se os métodos de amostragem quando:

● A documentação tem características que permitam a sua aplicação;

● O não reconhecimento da série como de interesse informativo que justifique a sua conservação permanente global e simultaneamente, se considere radical a opção de eliminação total;

● Numa série de eliminação total, se considere apropriado a conservação de alguns espécimens.

Existem vários métodos de amostragem, com aspectos positivos e negativos que importa cuidadosamente ter em conta, quando se opta por aplica-los a uma determinada série. Na aplicação do método de amostragem terão um factor determinante as características da documentação (volume, conteúdo informativo e homogeneidade), e os custos de armazenamento e recuperação para eventuais fins de investigação.

De modo geral, são quatro os métodos de amostragem a aplicar: a) Amostragem exemplar

b) Amostragem selectiva c) Amostragem sistemática d) Amostragem aleatória

Amostragem Exemplar

A amostragem exemplar consiste em conservar um ou mais espécimens de séries que seriam totalmente eliminadas, com o objectivo de documentar uma prática administrativa determinada. O seu interesse arquivístico é reduzido e a sua utilidade histórica é limitada.

Amostragem Selectiva

É o tipo de amostragem que utiliza a selecção qualitativa de exemplares numa série com o fim de conservar e identificar, não só uma prática administrativa, como o seu valor excepcional para fins de investigação.

É um método muito subjectivo que se utiliza para salvaguardar processos e documentos que ultrapassam o nível comum de interesse e que são muito solicitados pelos investigadores. Apresenta problemas de validade, objectividade e pode gerar uma falsa impressão de como era a série original. Este método deve ser aplicado não como um método primário, mas como complementar a uma primeira amostragem.

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Amostragem Sistemática

Este tipo de amostragem resulta de aplicação de critérios estabelecidos a priori e que se fundamentam em qualquer característica objectiva dos documentos. Por exemplo: conservação em cada undécimo elemento da série, de todos os processos cujos anos terminem em dois ou de todos os documentos ou processos de pessoas cujos apelidos começam por F.

Tem como vantagem a sua fácil aplicação e ser pouco dispendiosa. Como desvantagens; não é um método absolutamente válido do ponto de vista estatístico e a amostra obtida não pode ser usada para reconstituir o todo. Este método não garante a conservação dos espécimens mais importantes.

A amostragem sistemática divide-se nas seguintes variantes:

a) Amostragem Topográfica: consiste em conservar integralmente as séries segundo as suas regiões de proveniência, conservando a documentação de apenas uma ou algumas secções representativas do todo, rodando alternadamente, num esquema rotativo.

b) Amostragem Alfabética: tem por base a selecção das letras do alfabeto. É utilizada em séries homogéneas de processos individuais ordenados alfabeticamente. Deve-se fazer uma análise para determinar a letra que melhor representará, e se aproximará, da dimensão da amostra que se deve ter em conta na representação da totalidade da série.

c) Amostragem Numérica: tem como intuito a conservação de um elemento em cada dez ou vinte. É um método parecido ao de amostragem aleatória e pode ter resultados minimamente aceitáveis para estudos estatísticos em peças de arrumação aleatória. Este método não deve ser utilizado quando exista uma ordenação alfabética, cronológica ou topográfica.

d) Amostragem Cronológica: consiste em conservar a totalidade dos documentos produzidos em períodos de referências previamente estabelecidos por exemplo, de cinco em cinco anos ou de dez em dez. É recomendada a adopção dos anos de recenseamento como referência para se poder efectuar comparações com outros dados demográficos. É aplicado ao tipo de ordenação cronológica.

Amostragem Aleatória

Este método de amostragem não consiste em seleccionar “ao acaso”. Tem como exigência que todos os elementos da série tenham a mesma probabilidade de serem seleccionados. Utiliza técnicas matemáticas que determinam o tamanho representativo da amostra para o universo em estudo.

É um método muito utilizado em grandes volumes de documentos que contenham dados com características uniformes e com poucas variações de conteúdo e cuja informação pode ser quantificável matematicamente.

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O método de amostragem aleatório “puro” é aplicado em séries fechadas com uma data de início e fim de série. Em séries contínuas ou abertas impede a determinação de amostra estatisticamente válidas, porque a soma das amostras de uma parte da série ao longo de um determinado período não garante que seja igual à amostra hipotética da série inteira. Tem como vantagens ser um método de fácil aplicação ascende na validação estatística dos resultados obtidos e permite a reconstituição da totalidade da série. A principal desvantagem advém do facto de ser praticamente impossível que a amostra recolhida inclua os casos excepcionais da série.

Combinação dos Diversos Métodos de Amostragem

A combinação de diferentes métodos de amostragem é utilizada como resposta para solucionar o problema que a aplicação de um método único levanta; de não ser plenamente satisfatório e objectivo. As vantagens de utilização que um método combinado proporciona são:

● Selecção objectiva e imparcial;

● Conserva por ponderação subjectiva elementos de informação particularmente significativos;

● Aumenta a garantia de resultados estatisticamente válidos; ● Pode ser aplicado a casos residuais;

● Permite o tratamento das amostras como entidades distintas.

Procedimento para Elaborar uma Tabela de Selecção

Para construir-se uma tabela de selecção documental para determinar quais são as séries a conservar deve-se proceder da seguinte forma:

1. Constituição da equipa de avaliação; 2. Recolha e análise da informação; 3. Elaboração da tabela de selecção.

1. Para constituir uma equipa de avaliação, todo o organismo deve constituir um grupo de trabalho formado por pessoas com diferentes formações específicas para a abordagem das diferentes perspectivas e análise da documentação em causa. Esta equipa deve ser constituída por:

● Arquivistas;

● Funcionários das unidades orgânicas produtoras de documentação; ● Profissionais da área jurídica;

● Profissionais ligados ao campo de conhecimento dos documentos em causa; Em Portugal o organismo responsável pela atribuição do valor secundário aos documentos de arquivo é o IAN/TT (Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo).

2. A equipa de avaliação tem por finalidade recolher informações que classifiquem o contexto da produção documental e proporcionem o enquadramento orgânico,

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funcional e legal das séries produzidas. Na recolha e análise da informação deve ter-se em conta os ter-seguintes aspectos:

● Estudo da documentação que regem funções, actividades, acções e procedimentos;

● Estudo da documentação produzida internamente (planos, relatórios, regulamentos e outros);

● Estudos de anteriores processos de avaliação;

● Análise do plano de classificação e instrumentos de descrição documental. 3. A tabela de selecção é o instrumento final de todo este processo de avaliação e é

definida como uma relação dos documentos a eliminar ou a conservar com os seus respectivos prazos.

A tabela de selecção no geral contém os seguintes itens: a) Número de referência da unidade orgânica; b) Classificação;

c) Nome da série ou sub-série; d) Prazo de conservação; e) Destino final:

● Conservação permanente global; ● Eliminação global;

● Conservação permanente parcial; ● Observações.

Eliminação Documental

É a operação pela qual um organismo se desfaz da documentação de arquivo a que não foi reconhecido valor secundário que justifique a sua conservação. Está operação deve ser implementada logo que prescrevam os prazos de conservação em fase semi-activa ou quando exista transferência de suportes, alcançando com isso alcançar a optimização de recursos disponíveis como: rentabilização dos espaços, operações de tratamento documental e localização dos documentos.

Os diversos processos de eliminação podem variar conforme a natureza do suporte e grau de confidencialidade do documento em causa. Estes podem ser:

● Maceração ou trituração, nos casos do suporte em papel. Oferecem garantia de confidencialidade;

● Venda de papel sem prévia trituração, uma solução económica que não se deve praticar por questões de confidencialidade. Deve-se obter garantias que serão inutilizados para fins de reciclagem;

● No caso de documentos electrónicos, o seu conteúdo pode ser apagado e os suporte reutilizado. Quando o grau de confidencialidade exige métodos mais seguros, deve-se optar pela destruição do suporte, despedaçando-o, incinerando-o, ou utilizar outro método.

O processo de eliminação fica ao critério do organismo produtor e detentor da documentação e deve ter em conta os critérios de confidencialidade e racionalidade.

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Para proceder-se a eliminação deve-se elaborar um Auto de Eliminação que constará como prova da eliminação.

O auto de eliminação deve ter os seguintes itens: ● Data de eliminação;

● Nome da entidade; ● Localidade;

● Processo de eliminação utilizado;

● Documento onde se autoriza a eliminação (relatório, despacho, portaria); ● Assinaturas dos responsáveis (arquivo e organismo);

● Relação dos documentos a eliminar.

(Os conceitos aqui expostos foram retirados do Manual para a Gestão de Documentos. Lisboa: IAN/TT, 1998)

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