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Os limites e as possibilidades do Serviço Social no EMAJ/UFSC: um estudo a partir da produção dos TCCs do departamento de Serviço Social

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

LIMITES E POSSIBILIDADES DO SERVIÇO SOCIAL NO EMAJ/UFSC: UM ESTUDO A PARTIR DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DO

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

SEVERINA INACIA DE SOUSA

FLORIANÓPOLIS – SC 2012/2

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SEVERINA INACIA DE SOUSA

LIMITES E POSSIBILIDADES DO SERVIÇO SOCIAL NO EMAJ/UFSC: UM ESTUDO A PARTIR DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DO

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.

Orientadora: Profa. MSc. Letícia Soares Nunes

FLORIANÓPOLIS – SC 2012/2

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Dedico este trabalho aos meus avós maternos Pedro Mateus da Silva e Maria Filha da Conceição. Vocês moram pra sempre no meu coração!

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus pelo dom da vida e a oportunidade de concluir mais esta etapa na minha caminhada.

Agradeço também a minha mãe Inácia, pois esteve junto comigo em todos os momentos durante o curso. Neste período, minha mãe fez por mim o possível e também o impossível para me dar suporte material e também espiritual para que eu tivesse a possibilidade de concluir mais esta etapa da minha vida.

Mãe, obrigada por tudo! Obrigada por estar sempre disposta a me ouvir, obrigada pelo apoio e pelos seus conselhos, e também pelas suas orações, que com certeza fizeram a diferença.

Agradeço também a toda a minha família, pelo apoio, pelo empenho, por colaborar para que eu tivesse as condições necessárias para realizar este sonho. Agradeço em especial a minha irmã Silvana e meu cunhado Robert que se empenharam para que eu tivesse as condições para fazer os trabalhos ao longo do curso.

Agradeço ainda, a minha irmã Sueli e meu cunhado Valdeci, pelas suas visitas que sempre me trouxeram muita alegria. Também a minha irmã Maria Eliane e o meu cunhado Max e também a minha irmã Roberta por todo apoio a mim dedicado.

Agradeço aos meus amados sobrinhos, Eduardo, Gabriel e Igor, e às minhas sobrinhas Amábilly e Eloísa, vocês tornam mais alegre a minha vida !!!

FAMÍLIA AMO MUITO VOCÊS !!!

Agradeço também ao Departamento de Serviço Social da UFSC, a todos os meus professores, especialmente aos supervisores do estágio no EMAJ, Cristiane Claudino, Kátia Madeira, Dilceane Carraro, Daiana Nardino e Kathiuça Bertollo.

Agradeço também a minha orientadora Letícia SoaresNunes, pela sua disponibilidade, pelas valiosas ideias e sugestões compartilhadas, por sua dedicação e empenho e por estar sempre atenta aos detalhes na construção deste trabalho, a você muito obrigada!!!

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Agradeço imensamente a banca examinadora por aceitar o desafio de participar de mais esta etapa da minha vida. Obrigada Professora Kathiuça Bertollo, por participar de mais esse processo na minha trajetória, obrigada Prof. Cleide Gessele pela disponibilidade e gentileza para comigo.

Agradeço ao pessoal da Biblioteca central da UFSC, local este, onde realizei grande parte da minha pesquisa e sempre fui recebida com alegria, agradeço a todos e especialmente ao Jónatas responsável pelos TCC do Departamento do Serviço Social.

Agradeço também a Rosana Gaio, pelo carinho e dedicação para com os formados do Serviço Social, bem como, por disponibilizar, material sobre os TCC do Serviço Social para que eu pudesse realizar a pesquisa.

Agradeço a Juliana Vacarri da Rosa chefe de expediente da coordenação do curso de Serviço Social, por ser essa profissional competente e que foi extremamente generosa para comigo quando dela precisei, a você minha eterna gratidão.

Agradeço imensamente a Graziela Soares, por ter colaborado das mais diversas formas para que eu pudesse concluir o Curso de Serviço Social na UFSC. Obrigada por sua disponibilidade em todos os momentos, a você, e sua família, minha eterna gratidão.

Agradeço a todos os amigos que de uma forma ou de outra, me apoiaram e colaboraram para a conclusão deste curso, a todos vocês, meu muito obrigada!

Finalizando agradeço novamente a Deus, que em seu filho Jesus, me deu a fé, para acreditar que tudo é possível para aquele que crê e me deu forças para superar os momentos difíceis e realizar o sonho de concluir o curso de Serviço Social na Universidade Federal de Santa Catarina.

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Porque eu, o SENHOR, teu Deus, te tomo pela tua mão direitae te digo:

Não temas, que eu te ajudo. (Isaías 41,13)

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SOUSA, Severina Inacia. Limites e Possibilidades do Serviço Social no EMAJ/UFSC: Um estudo à partir dos Trabalhos de Conclusão de Curso do Departamento de Serviço Social.Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2012.

RESUMO

Este trabalhotem por objetivo analisar a atuação do Serviço Socialno âmbito do Escritório Modelo de Assistência Jurídica (EMAJ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), identificando os limites e possibilidades impostos ao exercício profissional do Serviço Social na instituição. A primeira seção traz um breve resgate histórico sobre o Serviço Social no Brasil, logo após aborda o Serviço Social no campo sociojurídico. Asegunda seção, contextualiza o EMAJ sua forma de atendimento e a forma de atuação do Serviço Social junto aos usuários.A terceira seção, traz o tipo de pesquisa, o universo e amostra da pesquisa, bem como, a análise dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) produzidas pelo Departamento de Serviço Social da UFSCque abordam o EMAJno período de 2000 a 2001, num total de cinco (05) TCCs.Conforme a referida análise, identificamosenquanto limites ao exercício profissional na instituição, a falta de instalações adequadas e recursos físicos para desenvolvimento das atividades;a dificuldade de realização de um trabalho interdisciplinar entre as equipes do Serviço Social e Direito; a pouca sistematização da prática profissional e, consequentemente, escassa produção do Serviço Social no campo sociojurídico. Quanto às possibilidades, evidencia-se que o EMAJpossibilita a atuação dos profissionais do Serviço Social na garantia dos direitos aos usuários; na busca por uma atuação intersetorial; bem como, pela ação interdisciplinar que, apesar de ser identificado enquanto limitação no âmbito dos TCCs analisadas, poderá também, transformar-se em umapossibilidade de complementaridade e integração de serviços, proporcionando à população um atendimento de qualidade. Este trabalho trata-sede uma pesquisa bibliográfica, classificando-se como exploratória ao proporcionar uma visão geral sobre o tema, e quanti-qualitativa, ao fornecer dados estatísticos e fazer análise sobre os mesmos.

Palavras-chaves: Serviço Social, Campo Sociojurídico, Escritório Modelo de Assistência Jurídica (EMAJ), Trabalho de Conclusão de Curso.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

BPC- Benefício de Prestação Continuada BU -Biblioteca Universitária

CBAS -Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais CCJ - Centro de Ciências Jurídicas

CFESS - Conselho Federal de Serviço Social CRAS- Centro de Referência de Assistência Social CRESS -Conselho Regional de Serviço Social

DIAPRAJ -Departamento Interdisciplinar de Atenção e Prática Jurídica DSS - Departamento de Serviço Social

EMAJ - Escritório Modelo de Assistência Jurídica GT - Grupos de Trabalhos

HU - Hospital Universitário

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social LBA -Legião Brasileira de Assistência

NECAD - Núcleo de Estudos da Criança e do Adolescente NETI-Núcleo de Estudos da Terceira Idade

OAB - Ordem dos Advogados do Brasil

SENAI- Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SESI -Serviço Social da Indústria

SMF - Sistema de Mediação Familiar TCC - Trabalho de Conclusão de Curso TJSC -Tribunal de Justiça de Santa Catarina UFSC -Universidade Federal de Santa Catarina

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Atendimentos no EMAJ distribuídos por dia da semana e demandas...22

Quadro 02 -Atendimentos no EMAJ ano 2011...23

Quadro 03 - Período de Atuação do Serviço Social no EMAJ...27

Quadro 04 -TCCsprimeira inserção DIAPRAJ/EMAJ - 1978 a 1986...28

Quadro 05 - TCCs segunda inserção EMAJ - 1993 a 2001...29

Quadro 06 -TCCs terceira inserção EMAJ - 2009 a 2011...30

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 - TCCs produzidos pelo DSS de 1962 a 2011...35

Gráfico 02 - TCCsCampos Diversos e Campo Sociojurídico...35

Gráfico 03 - Produção de TCCsde 1962 a 2011...37

Gráfico 04 - TCCs de 2000 a 2011 por áreas...38

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 13

1.O SERVIÇO SOCIAL NO CAMPO SOCIOJURÍDICO ... 15

1.1- BREVE RESGATE DA PROFISSÃO ... 15

1.2 - O SERVIÇO SOCIAL NO CAMPO SOCIOJURÍDICO ... 17

2.O EMAJ – ESCRITÓRIO MODELO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA ... 21

2.1 - CONTEXTUALIZANDO O EMAJ ... 21

2.2 - O SERVIÇO SOCIAL NO EMAJ ... 23

3.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 32

3.1- O TIPO DE PESQUISA ... 32

3.2- O UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA ... 33

3.3- ANÁLISE DOS TCCs DO EMAJ ... 41

3.3.1 - A estrutura dos Trabalhos de Conclusão de Curso...41

3.3.2 - Limites para a atuação do Serviço Social no EMAJ...42

3.3.3 - Possibilidades de atuação do Serviço Social no EMAJ...46

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda o Serviço Social no campo sociojurídico. A nossa primeira aproximação com o temaocorreu no decorrer do curso de Serviço Social na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),mais precisamente, no ano de 2011,a partir do estágio curricular obrigatório no Escritório Modelo de Assistência Jurídica (EMAJ), instituição esta,ligada ao curso de Direito da UFSC e que presta atendimento jurídico gratuitoà população.

O serviço de Assistência Jurídica gratuita no Brasilteve seu início com a criação do Departamento de Assistência Social na cidade de São Paulo, através da Lei nº 2.4971, de24/12/1935, esta assistência seria prestada pelo Departamento de Assistência Social do Estado, através da Procuradoria do Serviço Social. “Com a Lei nº 17.3302, de 26/06/1947, a Assistência Jurídica passa a ser atribuição do Departamento Jurídico do Estado subordinado à Secretaria da Justiça, órgão do Poder Executivo” (CHUAIRI, 2001, p.131). Porém,somente com a Lei 1.060 de 05/02/1950 foram estabelecidas as normas para concessão de Assistência Jurídica gratuita.

Outro fato que nos despertouo interesse empesquisar sobre o Serviço Social no campo sociojurídico foi a dificuldade de encontrar estudos sobre o tema,ou seja, apesar do judiciárioter sido um dos primeiros campos de atuação do Serviço Social, mais especificamente na década de 1930, pouco se tem produzido sobre a atuação desses profissionais. Assim, como descreve Iamamoto (2004, p.261), o trabalho do Assistente Social na esfera sociojurídica “[...] tem adquirido pouca visibilidade na literatura especializada e no debate profissional das últimas décadas, todavia, a atuação nessa área dispõe de larga tradição”.

Nessa mesma direção, Pequeno(2008, p.06), afirma que “embora tenhamos registros de atuação do Serviço social no âmbito do judiciário desde meados de 1930, e no sistema penal desde 1950, temos uma fragilidade na formação continuada e no exercício da dimensão investigativa da prática profissional”.

1 Lei 2.497 de 24/12/1935 - Cria o Departamento de Assistência Social do Estado de São Paulo, sendo

revogada pela Lei 12.246 de 27/01/2006 - que revoga os Decretos Leis, relativas ao período compreendido entre os anos de 1935 e 1936.

2 Lei 17. 330 de 26/06/1947- Cria o Departamento jurídico do Estado de São Paulo, subordinado a

Secretaria de Justiça e negócios do interior e dá outras providências. Foi revogada pela Lei 12.392 de 23/05/2006 - que revoga os Decretos Leis, relativos ao período compreendido entre os anos de 1938 e 1947.

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Desta forma, nos propomos analisar a produção dos TCCs produzidas pelo curso de Serviço Social no campo sociojurídico, tendo como foco principal os referidos estudos que trazem como tema o EMAJ no período de 2000 a 2011, analisando os limites e as possibilidades da atuação do Serviço Social na instituição.

Para este estudo, foram definidos como objetivo geral:

 Analisar o exercício profissional do Assistente Social no campo sociojurídico, mas especificamente no âmbito do Escritório Modelo de Assistência Jurídica (EMAJ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

E como objetivos específicos:

 Contextualizar o espaço sociojurídico enquanto campo de atuação do Assistente Social;

 Caracterizar o Escritório Modelo de Assistência Jurídica da Universidade Federal de Santa Catarina;

 Levantar as produções acadêmicas acerca do EMAJ no âmbito do curso de Serviço Social da UFSC identificando as possibilidades e os limites impostos ao exercício profissional.

O referido trabalho está estruturado em três seções: a primeira intitulada o Serviço Social no campo sociojurídico, na qual se busca fazer um breve resgate histórico sobre o Serviço Social no Brasil para então abordar a atuação do Serviço Social no campo sociojurídico. A segunda seção aborda o Escritório Modelo de Assistência Jurídica (EMAJ),a forma de atendimento aos usuários e a atuação do Serviço Social.

A terceira seção,apresenta o caminho utilizado para a realização da pesquisa que se classifica como exploratóriae quanti-qualitativa, e também traz a análise dosTCCs sobre oEMAJ buscando identificar os limites e possibilidadespara o exercício do Serviço Social na instituição. Para a pesquisa foram utilizadosos TCCs produzidos pelo Departamento de Serviço Social (DSS) que abordam o campo sociojurídico e para a amostra, foram delimitados os TCCs produzidos pelo DSS de 2000 a 2011, destes fizeram parte do estudocinco (05) TCCsque trazem como tema o EMAJ, a saber: Souza (2010), Behr (2010), Costa (2010), Melo (2011) e Carvalho (2011).

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1 O SERVIÇO SOCIAL NO CAMPO SOCIOJURÍDICO

Esta primeira seção tem como objetivo abordar o Serviço Social no campo sociojurídico, para tanto, fez-se necessário fazer um breve resgate da trajetória do Serviço Social no Brasil. Logo após, abordaremos o Serviço Social no campo sociojurídico, bem como, as atribuições deste profissional no referido campo de atuação. Para elaboração dessa seção utilizou-se autores como Iamamoto (2001), Netto (2001,2002), Fávero (2010), Chuairi (2001) e Pizzol (2006).

1.1 BREVE RESGATE DA PROFISSÃO

Parte-se do entendimento de que, para contextualizar o Serviço Social no campo sociojurídico, faz-se necessário realizar um breve apanhado histórico sobre o surgimento e atuação da profissão no Brasil. O objetivo deste breve resgate épromover uma melhor compreensão sobre a atuação do Serviço Social, para então, abordar o Serviço Social no campo sociojurídico que é o tema da nossa próxima subseção.

O Serviço Social surge no Brasil na década de 1930 com o processo de industrialização no qual os conflitos capital-trabalho, provenientes do sistema capitalista começaram a emergir. Assim, a profissão se desenvolve como a divisão social e técnica do trabalho, justamente para regular e intervir nos conflitos provenientes das contradições sócio econômicas do capital (NETTO, 2001).

Desta forma, o Serviço Social surge no Brasil, em um contexto sócio econômico de grande crescimento industrial, período este, em que as instituições e o Estado passam a requisitar profissionais para intervir junto aos operários promovendo serviços assistenciais. Segundo Iamamoto e Carvalho(2001, p.139), na década de 1930, tais instituições começaram a proporcionar aos trabalhadores,mecanismos assistenciais, porém os benefícios são condicionados ao “bom comportamento, e também a uma vida regrada”. No surgimento do Serviço Social brasileiro também podemos constatar forte influência da igreja católica, que buscava promover a “caridade” aos operários. Assim o Serviço Social tradicional tinha como características a promoção da caridade, mas também o controle e reajustamento dos operários,

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essa era a forma de atuação do Serviço Social “tradicional”, o chamado “Serviço Social de casos individuais” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2001).

Na década de 1940, surgiram as principaisinstituições nacionais com o objetivo de promover a assistência aos trabalhadores, entre elas estão: a Legião Brasileira de Assistência (LBA), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI). Em 1942 teve início a LBA com o objetivo de prestar atendimento às famílias dos soldadosbrasileiros que participaram da segunda guerra mundial (IAMAMOTO; CARVALHO, 2001). Neste mesmo ano, surge também o SENAI, que atuava na promoção de treinamentos técnicos aos trabalhadores, bem como, fazendo repasse deatributos morais e cívicos. Jáo SESI, buscava promover atividades e serviços assistenciais, encaminhamentos paraatendimento médico, educação, lazer e outros. Para Iamamoto (2001, p.309)“O processo de surgimento e desenvolvimento das grandes entidades assistenciais, estatais,autárquicas ou privadas, é também o processo de legitimação e institucionalização do Serviço Social”

Segundo Netto (2002), o Serviço Social “tradicional” sofre uma crise a partir da década de 1960, crise esta, que atinge praticamente todos os países da América latina, inclusive o Brasil.Segundo o referido autor, esse foi o início do processo de renovação do Serviço Social “Tradicional” queteve três direções: a Perspectiva Modernizadora, a Reatualização do Conservadorismoe a Intenção de Ruptura.A Perspectiva Modernizadora buscava adequar o Serviço Social “enquanto instrumento de intervenção” nas estratégias do desenvolvimento capitalista àsexigências postas pelos processossócio políticos emergentes, são desse período os textos dos seminários de Araxá e Teresópolis (NETTO, 2002).A Reatualização do Conservadorismo procurava recuperar a herança histórica e conservadora da profissão e incorpora-la a uma nova visão de mundo com base no pensamento católico tradicional, sendo assim, não há uma renovação, mas um reatualização do conservadorismo.Já a Intenção de Ruptura, apresentou uma proposta de ruptura com o Serviço Socialtradicional, ao contrário das anteriores fez uma crítica ao Serviço social tradicional e aos seus suportes teóricos, metodológicos e ideológicos,tendo como base a teoria Marxista.

Após o movimento de Intenção de Ruptura, mais precisamente em 1982, a profissão passa a ter um novo currículo e um novo projeto ético político que parte da mobilização dos Assistentes Sociais na busca de efetivar garantias dos direitos das classes subalternas. Assim, em 1993 surge o atual código de ética do Serviço Social, com princípios como: a consolidação da cidadania, a defesa intransigente dos direitos humanos, a defesa do

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aprofundamento da democracia e o posicionamento em favor da equidade e justiça social(CFESS,1993).

Portanto, com base nas questões pontuadas, afirma-se que o Serviço Social surge na década de 1930 conforte influência da igrejacatólica, sendo que, neste período a atuação desses profissionais consistia na promoção da “caridade” e da assistência aos necessitados. Na década de 1940, o Serviço Social passa a atuar junto aos operários das indústrias ainda sobre a lógica assistencialista e mantendo certo “controle” sobre os operários.Somente a partir da década de 1960,a profissão busca uma renovação, passando assim a atuar com base na teoria marxista,buscando dentre outras questões, trabalhar na perspectiva do coletivo e na garantia dos direitos dos usuários.

O Serviço Social no campo sociojurídico tema da próximasubseção, inicia-se em 1937, portanto em seu início atuava na forma tradicional passando por transformações ao longo da história.

1.2O SERVIÇO SOCIAL NO CAMPO SOCIOJURÍDICO

O campo sociojurídico foi o primeiro local de atuação do Serviço Social no Brasil, mais precisamente no ano de 1937, em que a então estudante de Serviço Social Nair de Oliveira Coelho foi contratada pelo juizado de Menores de São Paulo (MELO, 2011). As atividades realizadas pelas Assistentes Sociais naquele período eram: Plantão de atendimentos, visitas domiciliares, ações de guarda, tutela, adoção, destituição de poder familiar, internação e outros (MENEGUETE, 2007).

Todo cidadão brasileiro têm direto ao acesso à justiça, e isso pressupõe a assistência jurídica gratuita para aqueles que dela necessitam. A assistência jurídica gratuitateve sua origem no ano de 1606 com as Ordenações Filipinas, mas somente na Constituição de 1934 é que o Estado brasileiro reconhece pela primeira vez a necessidade de prestação de Assistência jurídica aos necessitados. Assim, a Assistência jurídica gratuita passa a ser atribuição do Departamento Jurídico do Estado, a partir da Lei nº 17.330, de 26/06/1947 (CHUAIRI, 2001).

O Estado brasileiro é constituído por três poderes: o executivo o legislativo e o judiciário. Ao poder judiciário cabe desenvolver todo o sistema de justiça e julgar os

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interesses e litígios entre os cidadãos com base na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (PIZZOL, 2006).Em sua atuação, o poder judiciário designa uma série de profissionais para subsidiar o juiz em seu trabalho, estes profissionais são: escrivão, peritos judiciais, e oficiais de justiça. Entre os profissionais do conhecimento científico, que também atuam no judiciário, estão os Assistentes Sociais, que há muito, vem contribuindo com o poder judiciário (PIZZOL, 2006). Ademais,com o surgimento de novas demandas, a ciência do Direito passou a requerer ainda mais o conhecimento das ciências humanas e sociais com objetivo de assessorar as decisões e os procedimentos jurídicos, sendo que dentre essas áreas auxiliares, destaca-se o Serviço Social, que pode contribuir em diferentes áreas do Direito como: trabalhista, Familiar, Criança e Adolescente (na época com a terminologia “Menor”), Cível e Penal (CHUAIRI, 2001).

Desta forma, a atuação do Serviço Social no campo sociojurídico é de fundamental importância não só para a garantia de Direitos e promoção da cidadania, mas também se configura como campo privilegiado no qual é possível atuar com as mais diversas expressões da questão social.

O Serviço Social atua no campo sociojurídico promovendo a garantia de direitos nas mais diversas áreas.

Em sua trajetória profissional, o assistente social sempre esteve inserido na prestação de serviços assistenciais, voltando sua atuação de forma prioritária às necessidades sociais e garantia de direitos das classes subalternas. E é na efetivação de direitos, no acesso à justiça e na reestruturação de cidadania dos sujeitos das classes subalternas que a assistência jurídica pode ser compreendida como espaço de permanentes desafios para ação profissional do Serviço Social (CHUAIRI, 2001, p.138).

Ainda conforme a autora são estas as principais atribuições do Serviço Socialno campo sociojurídico:

Assessorar e prestar consultoria aos órgãos públicos judiciais, aserviços de assistência jurídica e demais profissionais deste campo, em questões específicas de sua profissão; Realizar perícias e estudos sociais, bem como informações e pareceres da área de sua competência, em consonância com os princípios éticos de sua profissão; Planejar e executar programas destinados à prevenção e integração social de pessoas e/ou grupos envolvidos em questões judiciais; Planejar executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para análise social, dando subsídios para ações e programas no âmbito jurídico; Participar de programas de prevenção e informação de direitos à população usuária dos serviços jurídicos; Treinamento supervisão e formação de profissionais e estagiários nesta área (CHUAIRI, 2001, p. 138).

No Estado de Santa Catarina a atuação do Serviço Social neste campo é considerada recente datada de 1972 quando duas Assistentes Sociais começam a atuar na comarca da

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capital, uma na Vara de Menores e outra na Vara da Família. (PIZZOL, 2006). O Assistente Social do judiciário de Santa Catarina tem suas atribuições definidas no Código de Organização e Divisão Judiciária do Estado pela Lei nº 5.624, de 09 de novembro de 1979, artigo 173, porém esta lei é considerada defasada, pois “a terminologia utilizada está superada, os termos Menor, tratamento Social, dentre outros remontam o Código de Menores e uma perspectiva de trabalho arcaica em termos de avanço teórico e metodológico da profissão” (KOSMANN, 2006, p.70). Por este motivo,as atribuições dos Assistentes Sociais que atuam no judiciário catarinense foram revistas no sentido de adequá-las à realidade presente, principalmente no que tange à terminologia. Embora não sendo incorporadas as alterações no Código de Organização Judiciária do Estado de Santa Catarina até o presente momento, as principais atribuições do Assistente Social, conforme Pizzol e Silva (2001, p.22, apud KOSMANN, 2006, p.69)

Desenvolver trabalho técnico de perícia social em processos mediante determinação judicial; Atender a demanda social nas questões sociojurídicas, através de trabalhos de orientação, mediação, prevenção e encaminhamentos; Contribuir para o entrosamento do judiciário com Instituições que desenvolvam programas na área social; Cumprir, acompanhar e fiscalizarmedidas sócio educativas, quando na comarca inexistirem programas específicos, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente;Gerenciar e operacionalizar os programas de colocação familiar de crianças e adolescentes (habilitação de pretendentes, adoção, guarda e tutela); Orientar e acompanhar família a quem tenha sido e entre judicialmente criança e/ou adolescente; Gerenciar e executar programas de prestação de serviços à comunidade e participar do Conselho da Comunidade (previsto na Lei de Execuções Penais), onde houver assistente social específico para a área criminal; Gerenciar o Setor de Serviço Social, elaborando e executando programas com a utilização do instrumental adequado ao contexto sociojurídico; Gerenciar o Setor de Serviço Social, elaborando e executando programas com a utilização do instrumental adequado ao contexto sociojurídico; Atender determinações judiciais relativas à prática do Serviço Social sempre em conformidade com a Lei 8.662, de 07/06/93, que regulamenta a profissão, e a Resolução nº 273/93, de 13/03/93, do Conselho Federal de Serviço Social – CFESS.

Segundo Pequeno (2008), a atuação do Serviço Social no âmbito do judiciário, conforme já sinalizado, remonta meados de 1930, porém há uma fragilidade na formação continuada e no exercício da dimensão investigativa da prática profissional, e também certa carência na produção teórica sobre o conhecimento do campo sociojurídico.

O trabalho do Assistente Social na esfera sociojurídica tem adquirido pouca visibilidade na literatura especializada e no debate profissional das últimas décadas. Todavia, a atuação nessa área dispõe de larga tradição e representatividade no universo profissional. A presença do Serviço Social na área sociojurídica acompanha o processo de institucionalização da profissão no país (IAMAMOTO, 2004, p.261).

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Desta forma entende-se que é de fundamental importância a definição do campo sociojurídico apresentada por Fávero (2010, p. 9):

Campo ou (sistema) sociojurídico diz respeito ao conjunto de áreas em que a ação do Serviço Social articula-se a ações de natureza jurídica, como o sistema judiciário, o sistema penitenciário, o sistema de segurança, os sistemas de proteção e acolhimento como abrigos, internatos, conselhos de direitos dentre outros.

Ainda segundo Fávero (2010, p.09) “o termo sociojurídico enquanto síntese dessas áreas têm sido disseminado no meio profissional do Serviço Social com a escolha como tema central da revista Serviço Social e Sociedade nº 67”.A referida revista, tratou especialmente dos temas ligados as atividades do Serviço Social no campo sociojurídico, tema este, que foi uma das sessões temáticas do X Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) de 2001 (FÁVERO, 2010).

Segundo Rodrigues (2011), com a criação de grupos de trabalhos- GT sociojurídico no âmbito Estadual e Federal foram definidas as áreas de atuação do Serviço Social neste campo de atuação que são: Ministério Público; Poder Judiciário; Sistema Penitenciário e Segurança Pública; Sistema de Aplicação de Medidas Socioeducativas; Defensorias Públicas e Serviços de Assistência jurídica gratuita.

Como podemos observar a atuação do Serviço Social no campo sociojurídico é bastante abrangente, e, neste trabalho, o objeto de estudo será delimitado na atuação do Serviço Social junto ao Serviço de Assistência Jurídica gratuita, prestada na UFSC pelo Escritório Modelo de Assistência Jurídica (EMAJ), que será o tema da próxima seção.

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2 O EMAJ - ESCRITÓRIO MODELO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA

Esta segunda seção, tem como objetivo apresentar o Escritório Modelo de Assistência Jurídica (EMAJ), que atua como parte integrante do curso de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promovendo aos usuários que necessitam de atendimento jurídico gratuito, o acesso à justiça. Na segunda subseção abordaremos o Serviço Social no EMAJ, os aspectos históricos da sua inserção na instituição, e as principais ações desenvolvidas nesse âmbito.

2.1CONTEXTUALIZANDO O EMAJ

OEMAJ, foi criado em 1975, inicialmente denominado Departamento Interdisciplinar de Atenção e Prática Jurídica (DIAPRAJ). Surgiu a partir de um projeto dos alunos do curso de Direito da UFSC com o objetivo de qualificar os futuros profissionais do curso de Direito durante sua formação acadêmica, conciliando os interesses da população carente com o acesso à justiça (SOUZA, 2010).

Em 1993 foi criado o Fórum Especial de Pequenas Causas da UFSC, oficializando assim o EMAJ que atualmente está vinculado ao Departamento de Direito do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) 3.

No Estado de Santa Catarina até o ano 2011 não havia Defensoria Pública4, portanto o trabalho de assistência jurídica gratuita é realizado pela defensoria Dativa5 e também pelos cursos de Direito por meio dos Escritórios de Atendimento Jurídicos Gratuitos, que ficaram incumbidos judicialmente, através da Lei complementar nº 155 de 15 de abril de 1997, do atendimento à população que não tem condições de acessar serviços jurídicos particulares, cabendo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a organização desses serviços. Portanto, o público atendido pelo EMAJ, é constituído da população excluída do acesso à justiça, cuja situação econômica não lhes permite arcar com os custos de um processo judicial.

3 O CCJ é sucessor da Faculdade de Direito de Santa Catarina, fundada em 11 de fevereiro de 1932 e foi

integrada à UFSC pelo Estatuto aprovado pelo Decreto nº 50.580 de 12 de maio de 1961.

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Em 2012, foi criada a Defensoria Pública no Estado de Santa Catarina através do Projeto de Lei Complementar 16/2012. A defensoria pública presta atendimento jurídico gratuito às pessoas que comprovarem não ter condições financeiras de arcar com os custos de um processo judicial.

5 Defensoria Dativa - Composta por advogados inscritos na OAB/SC para representar os usuários que

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Assim, o EMAJ atua na área de Assistência Jurídica gratuita a qual é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988 que em seu artigo 5º inciso LXXIV afirma: “O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”(BRASIL, 1988), e a Lei 1.060/1950, que“Estabelece normaspara a concessão de assistência jurídica aos necessitados” ou seja, para ter acesso a assistência jurídica gratuita o usuário precisa comprovar que não tem condições de pagar os custos de um processo judicial.

A assistência jurídica garantida através de preceito constitucional exerce papel preponderante como mecanismo de proteção e efetivação dos direitos humanos e do exercício de cidadania dos sujeitos das classes subalternas da população (CHUARI, 2001, p.125).

Desde a sua implementação, o EMAJ possui alguns critérios para que os usuários possam ser atendidos pela Instituição, sendo necessário comprovar residência no município de Florianópolis e possuir renda de até três salários mínimos.

O EMAJ como parte integrante do projeto de formação do curso de Direito da UFSC recebe recursos do orçamento da União, sendo assim parte integrante da política de Educação superior do Ministério da Educação (ROGRIGUES, 2011).

No ano de 2009 o EMAJ contava com professores, técnicos administrativos, alunos bolsistas de extensão, de treinamento, e de estágio, tendo em média 370 estagiários do Direito, 08 estagiários do Serviço Social e 04 Assistentes Sociais supervisoras de campo. Em 2010 este número que diz respeito à estagiários e Assistentes Sociais se manteve. Já em 2011/2 o Serviço Social do EMAJ contava com08 estagiários e 03 Assistentes Sociais, e no início de 2012/1 eram somente 04 estagiários e 02 Assistentes Sociais.

O atendimento jurídico é feito pelos estagiários e professores do Direito conforme a fase no curso, sendo assim, os alunos da sétima fase atendem as questões referentes à área da Família, da oitava fase, questões da área Cível, da nona fase, as questões da área Penal e na décima fase, são atendidas questões Trabalhistas e Previdenciáriasconforme quadro abaixo:

ATENDIMENTOS NO EMAJ

DIA DA SEMANA FASE DEMANDAS

Segunda-feira 10º fase Trabalhista/Previdenciário

Terça-feira 8º fase Área Cível

Quarta-feira 9 º fase Área Cível Penal

Quinta-feira 7 º fase Direito da Família

Quadro 01: Atendimentos no EMAJ distribuídos por dia da semana e demandas. Fonte: Elaborado pela autora (2012).

O atendimento no EMAJ segue o calendário do ano letivo da UFSC, sendo assim, no período de férias não há atendimento ao público e somente são realizadas atividades internas

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relativas aos processos. Os atendimentos são realizados de segunda à quinta-feira no período matutino das 09h00min às 11h00min e no período vespertino, das 13h30min às 17h30min.

No ano de 2011 foram realizados no EMAJ 761 atendimentos, destes 329 na área Cível, 318 na área da Família, 43 na área trabalhista, 41 na área previdenciária, e 30 na área penal conforme quadro abaixo:

ATENDIMENTOS NO EMAJ - 2011

Cível Família Trabalhista Previdenciária Penal Total

329 318 43 41 30 761

43,23% 41,79% 5,65% 5,39% 3,94% 100%

Quadro 02:Atendimentos no EMAJ ano 2011.

Fonte: Elaborado pela autora (2012), com base no Relatório Final do EMAJ 2011.

Conforme quadro acima, no ano de 2011, a área Cível apresentou o maior número de atendimentos e as ações mais solicitadas foram: ação contra terceiros, ação de usucapião, ação contra danos morais, e ação de regularização de terrenos.O segundo maior número de atendimentos foi na área da Família e as ações mais solicitadas foram: ação de pedidos de alimentos, ação de pedido de divórcio e ação de pedido de guarda.O terceiro maior número de atendimentos foi na área Trabalhista e as ações mais solicitadas foram: ação contra empresa, ação trabalhista e rescisão de contrato. Já na área Previdenciária as ações mais pedidas foram: pedido de aposentadoria, pedido de pensão e pedido de Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na área Penal, as ações mais pedidas foram: representação em audiência, transação penal e ação por lesão corporal.

2.2 O SERVIÇO SOCIAL NO EMAJ

O Serviço Social passou a integrar a equipe do EMAJ através de um projeto de extensão via Departamento de Serviço Social, tendo sua primeira inserção no EMAJ na data de primeiro de agosto de 1978. É válido enfatizar que na inserção do Serviço Social no EMAJ houve diversas entradas e saídas, sendo que a primeira ocorreu de 1978 a 1986, a segunda foi de 1993 a 2001 e a terceira de 2009 a 20116.

6

Em 20 de março de 2012 ao iniciar o semestre (por solicitação do Direito) o Serviço Social sai do EMAJ. Por esse motivo, as Assistentes Sociais e estagiárias foram realocadas para um projeto junto ao Núcleo de Estudos da Criança e do Adolescente (NECAD).

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Na primeira inserção do Serviço Social no EMAJ, em 1978, os Assistentes Sociais passam a atuar através do “Projeto de Atendimento e Promoção Sociojurídica” até 1986, momento em que por não dispor de profissional para atuar neste espaço, a profissão se desligou da Instituição.

Conforme já citamos acima, em 1993 via projeto de extensão, houve novamente a inserção do Serviço Social na instituição,também neste período houve uma reestruturação da Instituição e a partir da integração com o Fórum de Pequenas Causas mediante assinatura de um convênio entre o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (TJSC), a UFSC, a Procuradoria Geral de Justiça e a OAB, assim, estabeleceram-se novas regras para o funcionamento da Instituição (SOUZA, 2010).

No dia 31 de agosto de 2009, a profissão voltanovamentea fazer parte da equipe do EMAJ, porém à partir desse período passou a atuar com ações mais direcionadas para a “Triagem7”, ou seja, realizando a análise sócio econômica.Conforme a Lei nº8.662/93 é competência do Serviço Social “realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública, direta e indireta, em empresas privadas e outras entidades” (CRESS/SC,1993).Ainda sobre a análise sócio econômica, o Serviço Socialbusca atender para além dopreenchimento do cadastro sócio econômico, identificando outras demandas, e conforme as necessidades são feitos encaminhamentos para a rede de apoio em seus diversos setores: Assistência Social, Previdência Social, Saúde, Educação entre outros.

Também neste mesmo ano, foi elaborado um Ante-projeto objetivando traçar em linhas gerais os aspectos que norteariam a atuação dos estagiários e profissionais dentro da Instituição, neste pré-projeto foram definidos os objetivos gerais e específicos da atuação do Serviço Social no EMAJ a saber:

Objetivos gerais:Contribuir na viabilização do acesso á justiça e aos direitos sociais

a partir das demandas dos usuários apresentadas ao EMAJ, tendo em vista fortalecer o processo de construção da cidadania;

Qualificar o EMAJ como espaço de articulação entre ensino, pesquisa e extensão do Serviço Social no campo sociojurídico, contribuindo para uma formação qualificada e competente do ponto de vista teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo (SOUZA, 2010, p.05).

Objetivos específicos:Proporcionar atendimento qualificado à população usuária do

EMAJ na área de serviço social; Realizar estudos socioeconômicos a fim de garantir o acesso dos usuários à assistência jurídica; Democratizar as informações e o acesso ao serviço disponível de acordo com a demanda apresentada, para que os usuários do EMAJ tenham e/ou adquiram conhecimento e clareza com relação aos seus direitos; Realizar estudos socioeconômicos a fim de garantir o acesso dos usuários à

7 A Triagem – consiste em identificar por meio de entrevista e preenchimento de cadastro socioeconômico os

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assistência jurídica; Democratizar as informações e o acesso ao serviço disponível de acordo com a demanda apresentada, para que os usuários do EMAJ tenham e/ou adquiram conhecimento e clareza com relação aos seus direitos (ANTE- PROJETO, 2009, p. 05).

Para melhor atender aos usuários que utilizam o EMAJ, em 12 de setembro de 2011, o Serviço Social, passa a atender na sala 107 ao lado do EMAJ, possibilitando assim o sigilo adequado aos usuários conforme as resoluções da profissão.Segundo a Resolução do nº 493/2006 e Resolução nº 556/2009 do CFESS que tratam sobre o sigilo na atuação do Serviço Social “o atendimento efetuado pelo assistente social deve ser feito com portas fechadas, de forma a garantir o sigilo, e ainda, o material técnico utilizado e produzido no atendimento é de caráter reservado, sendo seu uso e acesso restrito aos assistentes sociais” (CFESS, 2009).

No período de 2009 a 2011, o Serviço Social do EMAJestava ligado a dois projetos de Mediação Familiar, o primeiro é o Núcleo de Mediação e Arbitragem do CCJ, que já atuava na Mediação desde o ano de 2006 e o segundo, é o Sistema de Mediação Familiar do Fórum do Norte da Ilha, em ambos os projetos, a participação do Serviço Social consistia na identificação dos casos e encaminhamento para a Mediação.

O núcleo de Mediação e Arbitragem do CCJ teve sua origem a partir de um Projeto apresentado pelos Prof. Luiz Alberto Warat e Ildemar Egger, iniciando suas atividades no primeiro semestre de 2006. Dentre seus objetivos, o Núcleo privilegia o ensino, a difusão e a prática da Mediação e da Arbitragem, além de buscar qualificar os futuros operadores do direito e áreas afins para utilização destes métodos extrajudiciais de resolução de controvérsias, principalmente, através do atendimento a população hipossuficiente8. Outro projeto é o Sistema de Mediação Familiar, ligado ao Fórum do Norte da Ilha, projeto este, que em 2011 estava em fase de implantação. O Serviço Social do EMAJ seria o responsável pela identificação dos usuários da Mediação e fazer os encaminhamentos para o Fórum.

A Mediação como prática de intervenção nasceu nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha no início da década de 1970. Em Santa Catarina o Projeto baseou-se na dissertação de mestrado de Eliedite Mattos Ávila9 adaptando o modelo de Mediação familiar canadense à realidade brasileira (ÁVILA, 2004).

8 Hipossuficiente: população que não têm condições de arcar com os custos de um processo judicial (SOUZA,

2008).

9 Eliedite Mattos Ávila é Assistente Social do judiciário e após estudos no Canadá implementou o Sistema de

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A Mediação Familiar é um processo de gestão de conflitos no qual um casal solicita ou aceita a intervenção confidencial de uma terceira pessoa, objetiva e qualificada, para que possa auxiliar de forma imparcial na resolução dos conflitos.

A Mediação Familiar insere-se numa orientação de sociedade que encoraja a autopromoção, a comunicação e a responsabilidade. Ela visa a uma mudança cultural no que diz respeito ao poder dos indivíduos de tomar eles mesmos suas próprias decisões, em vez de solicitar um terceiro que decida por eles, sendo o juiz o último recurso, quando todas as vias de negociação tiverem sido esgotadas (ÁVILA, 2004 p.9).

Como preparação para o Projeto de Mediação Familiar do Fórum do Norte da Ilha, Assistentes Sociais e estagiários do Direito, Psicologia e Serviço Social da UFSC participaram no mês de agosto de 2011, do curso de “Formação Integrada deConciliadores e Mediadores” com o objetivo de conhecer os processos da Mediação Familiar, o processo de “Triagem” e a identificação dos possíveis usuários para Mediação.

Embora no CCJ tenha um projeto de Mediação os atendimentos são esporádicos, sendo que no segundo semestre de 2011, somente uma Mediação foi realizada. Já no Fórum do Norte da Ilha são realizadas Mediações aos usuários que já possuem processo na justiça. Desta forma, o Sistema de Mediação Familiar do Fórum, citado acima, foi um projeto com a finalidade de fazer as Mediaçõesantes de iniciar uma disputa judicial.

A forma de atendimento e as atividades realizadas pelos Assistentes Sociais e estagiários no EMAJ variavam conforme o período de atuação.Seguequadro contendo os três períodos de atuação do Serviço Social no EMAJ e as atividades realizadas em cada período.

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Quadro 03:Períodos de atuação do Serviço Social no EMAJ. Fonte: Elaborado pela autora com base em Souza (2010).

Podemos perceber no quadro apresentado que nos três períodos de atuação do Serviço Social no EMAJ,haviam estagiários, e consequentemente houve a produção TCCssobre a instituição nos três períodos de inserção.

PERÍODOS DE ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO EMAJ

Período Atuação Profissionais Atividades

1978 a 1986 Plantão Social Assistentes Sociais Estagiários

-Realização de triagem para elegibilidade dos usuários a serem atendidos pelo escritório; -Atendimento de plantão para o estudos sócio econômicos dos usuários;

-Realização de diagnóstico social e encaminhamento ao setor jurídico ou social para atendimento específico;

-Atendimento de casos psicossociais, através de entrevistas visando o tratamento de caso; -Avaliação;

-Documentação do caso específico do trabalho efetuado.

1993 a 2001 Plantão Social

Triagem c/ Direito

Assistentes Sociais Estagiários

-Realização de atendimentos conjuntos entre o Serviço Social e o Direito.

-Elaboração de projetos, os quais surgiram da necessidades enfrentadas no campo de estágio.

Entre eles estão os projetos: -Projeto Perfil do usuário,

-Projeto Grupo de apoio às famílias em processo de separação.

-Projeto Cadastro de recursos da comunidade;

-Projeto Sala de Espera.

2009 a 2011 Triagem Assistentes Sociais

Estagiários

-Atendimento individual aos usuários; -Encaminhamentos internos às equipes do direito;

-Encaminhamentos externos à rede;

-Orientação aos usuários sobre os seus direitos;

-Contatos informais para buscar informações; - Análise de documentos;

- Estudo sócio econômico;

- Leitura e discussão de referencial teórico; -Identificação e encaminhamento para a Mediação Familiar.

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Na primeira inserção do Serviço Social no Departamento de Prática Jurídica (DIAPRAJ), atual EMAJ, foram produzidos 10 TCCs, que abordam a instituição conforme quadro abaixo:

TCCs PRIMEIRA INSERÇÃO DIAPRAJ/ EMAJ - 1978 a 1986

ANO AUTOR TÍTULO

1978 _ _

1979 Kátia Alves Macedo O Serviço Social atuando num Escritório de Prática Jurídica.

1980 Teresa Kleba Um Trabalho Social Integrado junto à Pratica Forense.

1981 Eliane Luiza Schmidt O Projeto Sócio Jurídico e os Modelos Teóricos de S.S. aplicados ao atendimento da Problemática familiar.

1982 Irene Effting

Maliange da Silva Pereira

Rosemari Panceri

Projeto Atendimento e promoçãosócio jurídica de uma prática individualizada e uma ação preventiva comunitária.

1983 Jane Mari Venhold Márcia Milis de Andrade

Odiálogocomo proposta de Intervenção no Projeto Atendimento e PromoçãoSócio jurídica.

1984 Jane Dresckrech A Família e o Fenômeno da separação Conjugal.

1985 Silvia Regina da Silva Uma perspectiva de Intervenção do Serviço Social junto a mulheres em vias de separação conjugal.

Maria Salete Ribeiro

A desestruturação familiar e a repercussão na criança.

Marilda de Fátima Evangelista

A Intervenção do S.S frente à questão sócio Jurídica.

1986 Maria Alair da Silva Pereira A Intervenção do Serviço Social em situação de Relação conjugal.

TOTAL 10

Quadro 04:TCCs primeira inserção DIAPRAJ/ EMAJ – 1978a 1986. Fonte: Elaborado pela autora (2012).

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Na segunda inserção do Serviço Social no EMAJ de 1993 a 2001 foram produzidos 13 TCCsque abordam como tema o Escritório Modelo de Assistência Jurídica (EMAJ).

TCCs SEGUNDA INSERÇÃO NOEMAJ - 1993 a 2001

ANO AUTOR TÍTULO

1994 Rita de Cássia Favesani Furtado Serviço Social e Direito no EMAJ da UFSC –Abusca de uma prática pluralista.

1995 Cleomara Santina Carraro A teoria das representações sociais como instrumento para análise da separação conjugal: um estudo no EMAJ.

Maria Aparecida Casagrande O Serviço Social no EMAJ - Uma alternativa preventiva na construção da cidadania.

Rita de Cássia Assunção Desmistificando o Adultério: Uma experiência do Serviço Social no EMAJ.

Ivanete Bampi A trajetória da família na sociedade: Uma leitura da família idealizada coletivamente e da família encontrada no cotidiano do EMAJ.

1996 Alessandra Rech Violência contra a mulher como fator da separação conjugal? Uma experiência do Serviço Social no espaço do EMAJ.

Nilmara Lopes Os processos de guarda no EMAJ? UFSC, reflexo da crise familiar.

1997 Mara Mioto O estágio supervisionado EMAJ na perspectiva de seus sujeitos.

Patrícia Avila Baggio Acesso à justiça: Uma análise através do Escritório Modelo de Assistência Jurídica - EMAJ

1998 Cheila Aguiar Ludvig Em busca de uma atitude interdisciplinar- Uma experiência no EMAJ/UFSC.

Silva Vieira Família e crises: Uma experiência do serviço Social no EMAJ.

Vanita Weiss A voz da criança/adolescente no processo de separação/divórcio no EMAJ.

2001 Thais Dal Ponte Closs O Serviço Social no Escritório Modelo de Assistência Jurídica: Trajetória histórica.

TOTAL 13

Quadro 05: TCCssegunda inserção - EMAJ 1993 a 2001. Fonte: Elaborado pela autora (2012).

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Na terceira inserção do Serviço Social no EMAJ de 2009 a 2011,foram produzidos 06 TCCs totalizando assim, 29 sobre o EMAJ no período de 1978 a 2011.

TCCs TERCEIRA INSERÇÃO EMAJ - 2009 a 2011

ANO AUTOR TÍTULO

2010 Aline Marisa de Souza O Serviço Social no Escritório Modelo de Assistência jurídica: dificuldades, possibilidades e a relevância da sua intervenção neste espaço sócio ocupacional.

2010 Raquel Bergmann Behr O Serviço Social no Escritório Modelo de Assistência Jurídica: as relações de trabalho do Assistente Social em equipes inter profissionais.

2010 Paula Cristina Costa O Serviço Social Junto ao EMAJ: uma proposta de interdisciplinaridade.

2010 Silvania da Natividade Caminhos do Serviço Social no Escritório Modelo de Assistência Jurídica (EMAJ/UFSC): a inserção e a trajetória da profissão nesse espaço sócio ocupacional.

2011 Angelita Aparecida de Melo O perfil das famílias atendidas na área da família no EMAJ UFSC breves considerações.

2011 Daniela Ayres dos Santos Carvalho Serviço Social e o acesso à justiça no EMAJ/UFSC-Escritório Modelo de Assistência Jurídica da UFSC.

TOTAL 06

Quadro 06: TCCs terceira inserção EMAJ - 2009 a 2011. Fonte: Elaborado pela autora (2012).

Os quadros acima têm como objetivo proporcionar melhor compreensão histórica sobre os três períodos de atuação do Serviço Social no EMAJ. Destacamos que, o atual EMAJ inicia suas atividades em 1975 com o nome de Departamento Interdisciplinar de Atenção a Prática Jurídica (DIAPRAJ), somente três anos depois em 1978o Serviço Social começa suas atividades na instituição atuando até 1986, esta primeira inserção teve duração de oito (08) anos.Em 1993, há uma reestruturação na instituição com ampliação do seu espaço físico e a mudança de nome para Escritório Modelo de Assistência Jurídica (EMAJ), neste período ocorre a segunda inserção do Serviço Social na instituição com duração de 1993 a 2001, esta segunda inserção também foi de oito (08) anos. A terceira inserção do Serviço Social no EMAJ ocorre de 2009 a 2011 tendo duração de apenas dois (02) anos, cabe aqui ressaltar

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que,no início de 2012, as Assistentes Sociais e estagiárias do EMAJ foram realocadas para um projeto junto ao Núcleo de Estudos da Criança e do Adolescente (NECAD), portanto em 2012 não houve atuação do Serviço Social no EMAJ.

Resgatar os períodos de atividades do Serviço Social no EMAJ se faz necessário visto que, em cada período de atuaçãona instituição foram produzidos pelos estagiários os TCCs que são objetos de nosso estudo. Os TCCs que farão parte da amostra para este estudo serão apresentados na próxima seção que trará como tema, os procedimentos metodológicos da pesquisa.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta seção tem como objetivo apresentar os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa,poispara que, o conhecimento possa ser considerado científico, é “necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação,” ou seja, é preciso identificar o método utilizado para se chegar a um determinado conhecimento (GIL, 1994, p.27), sendo assim,inicialmente abordaremos o tipo, universo e amostra da pesquisa, logo após faremos a análise dos TCCs sobre o EMAJ.

Esclarece-se, ainda que, entre os principais autores utilizados nessa seção para delimitar os procedimentos metodológicos da pesquisa destacamos: Minayo (1994), Gil (1994), Richardson (1999), Marsiglia(2009), e os autoresdos TCCssobre o EMAJ: Souza (2010), Behr (2010), Costa (2010), Melo (2011) e Carvalho (2011) Além disso, outros autores, tais como, Bourguignon (2011), Ribeiro (1985), Evangelista (1985), Vasconcelos (1997), Ely (2003), Fávero (2012), Iamamoto (2007), Nunes (2009), e Miotoe Schütz (2011) que forneceram conteúdos para analisar os dados apresentados pelas referidas autoras dos TCCs.

3.1O TIPO DE PESQUISA

A pesquisa é a base da ciência, seu objetivo fundamental é descobrir propostas para os problemas mediante o emprego de procedimentos científicos. Para Pádua (2004, p.31), a pesquisa é toda atividade voltada para a solução de problemas e pode ser de “busca, indagação, investigação da realidade”.Segundo Gil (1994), as pesquisas podem ser classificadas em três grupos: exploratórias, descritivas e explicativas.

Este estudo tem por finalidade realizar uma pesquisa exploratória partindo de uma visão geral sobre o tema, desta forma, iniciamos nossa pesquisa partindo dos TCCs produzidos pelo Departamento de Serviço Social da UFSC sobre o campo sociojurídico. Segundo Gil (1994), as pesquisas exploratórias procuram desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, buscando a formulação de problemas ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores, sendo assim, a pesquisa exploratória têm o objetivo de proporcionar uma visão geral sobre o tema a ser pesquisado, assim constitui-se em uma primeira etapa de uma investigação mais ampla. Assim, inicialmente identificamos a quantidade de TCCs produzidos pelo campo sociojurídico em suas diversas áreas: o Sistema Judiciário, o Sistema Penitenciário, o

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Ministério Público,os Abrigos e cumprimento de medidas sócio educativas e Escritórios de Assistência Jurídica gratuita.“A pesquisa exploratória permite uma aproximação de tendências que estão ocorrendo na realidade, para as quais não temos ainda conhecimentos sistematizado nem bibliografia consolidada”(MARSIGLIA,2009,p.384).

Portanto, este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que para Lima e Mioto (2007, tem sido atualmente um dos procedimentos mais visados pelos investigadores, pois implica não só na seleção e organização bibliográfica, mas na busca de soluções para os objetivos do estudo. “A pesquisa bibliográfica, tem sido utilizada com grande frequência em estudos exploratórios ou descritivos, casos em que o objeto de estudo proposto é pouco estudado, tornando difícil a formulação de hipóteses precisas e operacionalizáveis” (LIMA & MIOTO, 2007, p.40).

As pesquisas ainda podem ser classificadas em: quantitativas, qualitativas ou ambas.“O termo quantitativo relaciona-se á ideia de mensuração, assim busca reposta para a pergunta quanto? Já o termo qualitativo, busca responder as perguntas qual?”(MARSIGIA, 2009, p.387).A presente pesquisa se classifica como quanti-qualitativa, abordando quantitativamente os TCCs sobre o campo sócio jurídico e os TCCs produzidos sobre o EMAJ de 2000 a 2011, porém busca não só a quantidade, mas se propõe fazer uma análise sobre a atuação do Serviço Social no EMAJ identificando os limites e possibilidades para a atuaçãodo Serviço Social na instituição.

3.2O UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA

O universo de uma pesquisa social refere-se ao total de elementos com as característicasa serem estudadas. Segundo Gil (1994, p.91) “o universo ou população é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas características. Comumente fala-se de população como referência ao total de habitantes de um determinado lugar” (GIL,1994,p.91).Neste trabalho, o universo da pesquisa consiste nos TCCs que abordam o espaço sociojurídico produzidos no Departamento de Serviço Social da UFSC de 1962 a 2011, totalizando 207 TCCs sobre o campo sociojurídico sendo 29 TCCssobre o EMAJ.

Na maioria das vezes o universo da pesquisa é demasiadamente grande, ficando impossível estudar todos os elementos, desta forma, utiliza-se das técnicas de amostragem com o objetivo de trabalhar com uma só parte dos elementos que compõem um grupo. Para Richardson (1999, p.157), “as técnicas de amostragem permitem selecionar as amostras

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adequadas para o propósito de cada investigação”. Tendo em vista, portanto, o universo de 29 TCCs sobre o EMAJ no período de 1978 a 2011, para obter a amostra, inicialmente foram feitos dois sorteios com o objetivo deanalisar cerca de sete (07)TCCs sendo um (01) da década de 1970, dois (02) da década de 1980, dois(02) da década de 1990, e dois (02) dos anos 2000 a 2011, esta separação foi realizada utilizando como recurso a amostra probabilística estratificada proporcional. Segundo Gil (1994, p.160),para se obter as amostras de forma probabilística “ é necessário possuir uma lista completa dos elementos que formam parte da população, de tal maneira que por meio de um método apropriado se possa selecionar ao acaso aqueles elementos que constituirão a amostra”. Ou seja, a partir de uma lista completa dos TCCs produzidas sobre o EMAJ, de forma aleatória, realizou-se o sorteiopor década conforme já foi relatado acima.

A princípio, a forma realizada para se obter a amostra para este estudo foi probabilística, conforme descrito anteriormente,porém, não foi possível obter êxito nesta forma de amostragem, visto que, amaioria dos TCCssobre o EMAJsorteadas estavam localizadas na Biblioteca Central da UFSC a qual no período da definição das amostras,encontrava-se fechada em decorrência da adesão à greve10por parte dos servidores técnico-administrativos, docentes e alunos do Serviço Social da referida universidade, por esse motivo foi necessário a mudança na forma de obter a amostra, sendo assim, a forma de amostra para a pesquisa foi definida comoamostragem por Acessibilidade. Segundo Gil (1994, p.62), “nesse tipo de amostra o pesquisador seleciona os elementos a que têm acesso, admitindo que esses possam, de alguma forma, representar o universo”.Desta forma, delimitamos para a amostra os TCCs produzidos sobre o EMAJ no período de 2000 a 2011.

Para contextualizar a amostra partimos do geral, ou seja,dos TCCsproduzidos pelo Departamento de Serviço Social sobre o campo sociojurídico no período de 1962 a2011. A princípio,identificamos os TCCs sobre o Campo Sociourídico e aos outros denominamos Campos Diversos. Cabe aqui ressaltar, que os TCCs denominados Campos Diversos, tratam de temas ligados à saúde, previdência, assistência e outros. Entre as instituições temas dos TCCsdos Campos diversos destacam-se: o Hospital Universitário (HU), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Serviço Social do Comércio (SESC), o Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI), o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), as Organizações não Governamentais (ONGs) e as prefeituras dos mais diversos municípios.Já

10É oportuno enfatizar que no primeiro semestre letivo do ano de 2012, 57Universidades Federais em todo o

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os TCCs do campo sociojurídico, conforme definição na primeira seção deste trabalho compreendem temas ligados ao Ministério Público, ao Judiciário, ao Sistema Penitenciário, aos Abrigos e Sistema de cumprimento de medidas sócio educativas e aos Escritórios de atendimento jurídico gratuito.

De 1962 a 2011 foram produzidos pelo Departamento de Serviço Social (DSS), 2.337 TCCs sendo que, 2.130 delas foram em Campos diversos, e 207 no Campo Sociojurídico totalizando um percentual de 8,86% conforme o gráfico:

Gráfico 01: TCCs produzidas pelo DSS de 1962 a 2011. Fonte: Elaborado pela autora (2012).

Já o gráfico abaixo, traz a produção de TCCspelo DSSde 1962 a 2011, nos campos diversos num total de 2.130 e no campo sociojurídico num total de 207, distribuídas nas décadas e 1960, 1970, 1980, 1990 e de 2000 a 2011.

Gráfico 02:TCCs Campos Diversos e Campo Sociojurídico de 1962 a 2011. Fonte:Elaborado pela autora (2012).

0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 2.337 2.130 207 100% 91,14% 8,86%

TCCs - 1962 a 2011

Total TCCs -Departamento de Serviço Social TCCs - Campos Diversos TCCs - Campo Sociojurídico 0 1.000 2.000 3.000 2.130 7 17 40 36 107 91,14% 8,86%

TCCs Campos Diversos e

Campo Sociojurídico 1962 a 2011

Campos Diversos

Campo Sociojurídico Década de1960

Campo Sociojurídico Década de 1970

Campo Sociojurídico Década de 1980

Campo Sociojurídico Década de 1990

Campo Sociojurídico de 2000 a 2011

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Na década de 1960, foram produzidas pelo Departamento de Serviço Social 82 TCCs sendo que 75 eram de campos diversos, e 07 do campo sociojurídico. Cabe ressaltar que,os07 TCCs produzidos sobre o campo sociojurídico nesse período, eram todos ligados à temática da criança e do adolescente em abrigos, mais especificamente nos abrigos Lar São Vicente de Paula e no Educandário 25 de novembro.Assim, em1963 temoso primeiroTCC no campo sociojurídico, mais especificamente de uma estagiária do Lar São Vicente de Paula; Carmem Darci Weizermann - Título: Uma experiência de Serviço Social junto a adolescentes de uma obra fechada.

Na década de 1970, foram produzidos pelo DSS 257 TCCs sendo que, 240 eram de campos diversos e 17 deles do campo sociojurídico. Antes desse período ainda não havia TCCs sobre o Sistema Penitenciário, somente em 1972 começa a atuação do Serviço Social junto à Penitenciária do Estado, assim o primeiroTCCproduzido tendo como tema o Sistema Penitenciário foi da estagiária Celita Zapelleni tendo como título: O Processo de D.C na Colônia Penal Desembargador Urbano Muilher Salles.

Ainda na década de 1970, mais precisamente em 1978, conforme descrito na subseção 2.211, tem início as atividades de Assistentes Sociais no EMAJ, assim em 1979 foi produzido o primeiro TCC sobre as atividades do Serviço Social na instituição, elaborado pela então acadêmica Katia Alves Macedo, tendo como título: O Serviço Social atuando num Escritório de Prática Jurídica, cabe aqui ressaltar que o EMAJ na década de 1970 era denominado DIAPRAJ.

Na década de 1980, foram produzidas pelo DSS 434 TCCs sendo que 394 foram sobre campos diversos e 40 sobre o campo sociojurídico. Foi na década de 1980 mais precisamente em 1985 que surge o primeiro TCC sobre o judiciário abordando o Fórum do município de Palhoça elaborado por Eliedite Mattos de Ávila, intitulado: A Implantação e Atuação do Serviço Social no Fórum das Comarcas de Palhoça.Podemos perceber um aumento significativo no número de trabalhos acadêmicos produzidas na década de1980 num total de 40 com relação a década de1970, em que foram produzidas somente 17TCCs. Observamos que nesse período já haviam estagiários nos abrigos, no sistema penitenciário, no judiciário, e também no escritório modelo da UFSC.

Na década de 1990 foram produzidas pelo DSS, 483 TCCs sendo que, 447 foram sobre campos diversos e 36 sobre o campo sociojurídico.Nesta década foram produzidos 36 TCCs no campo sociojurídico enquantoque, na década de 1980 foram produzidos 40, esta

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redução aparece somente nos trabalhos acadêmicosdo campo sociojurídico. OS TCCs sobre o EMAJ neste período demonstram um aumento significativo, dos 36 produzidos, 12 foram sobre o EMAJ.Já de 2000 a 2011 foram produzidas pelo DSS, 1.081 TCCs sendo que, 974 foram sobre campos diversos e 107 sobre o campo sociojurídico.

Conforme o próximo gráfico, podemos constatar que a cada década, houve crescimento na produção de TCCs do DSS. Quanto aos TCCs sobre o campo sociojurídico houve pouco aumento na primeira década, um pequeno aumento na década de 1980, uma nova queda na década de 1990 e o maior aumento até então foi na década de 2000 a 2011.

Gráfico 03: Produção de TCCs 1962 a 2011. Fonte:Elaborado pela autora (2012).

O gráfico acima busca ainda mostrar a totalidade dos TCCs produzidos pelo Departamento de Serviço Social ao longo de 4912 anos de produção acadêmica, sendo assim,concluímos quea produção sobre o campo sociojurídico ainda é bastante pequena e que neste período não atingiu 10% perfazendo 8,86% em relação ao total.

Como já vimos anteriormente a amostra desta pesquisa foi delimitada de 2000 a 2011, no gráfico abaixo temos o total de TCCs sobre o campo sociojurídico produzidosneste período conforme as áreas: Sistema Judiciário com 36, Sistema Penitenciário com 10, Ministério Público com02, Sistemas de Abrigos e cumprimento de Medidas Sócio Educativas com 51, e Escritórios de Assistência Jurídica com08, perfazendo neste período um total de 107 Monografias.

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O Departamento de Serviço Social inicia suas atividades em 1961, mas somente em 1962 é defendido o primeiro TCC pela aluna: Amélia Machado, com o título: Contribuição do Serviço Social junto aos cursos de um centro de atividades do SESC, sendo assim, são 49 anos de produção de TCCs pelo Departamento.

07 17 40 36 107 75 240 394 447 974 0 200 400 600 800 1000 1200

Década 60 Década 70 Década 80 Década 90 2000 a 2011

Produção TCCs - 1962 a 2011

Campos Diversos

Campo Sócio Jurídico

Referências

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