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Redes de Políticas e Gestão Participativa: uma análise do Sistema Educacional da Paraíba à luz da Heurística Sistêmica Crítica de Ulrich

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E SOCIAIS APLICADAS CAMPUS ANTÔNIO MARIZ – CAMPUS VII. MARYA FLÁVYA ARAÚJO GOMES. REDES DE POLÍTICAS E GESTÃO PARTICIPATIVA: UMA ANÁLISE DO SISTEMA EDUCACIONAL DA PARAÍBA A LUZ DA HEURÍSTICA SISTÊMICA CRÍTICA DE ULRICH.. Patos 2014.

(2) Marya Flávya Araújo Gomes. REDES DE POLÍTICAS E GESTÃO PARTICIPATIVA: UMA ANÁLISE DO SISTEMA EDUCACIONAL DA PARAÍBA A LUZ DA HEURÍSTICA SISTÊMICA CRÍTICA DE ULRICH.. Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Administração da Universidade Estadual da Paraíba como, requisito parcial para obtenção do título de Bacharelado em Administração. ORIENTADOR: MSC. IGOR MARTINS. Patos 2014.

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(5) A minha família e amigos de curso, que sempre estiveram comigo nesta árdua batalha, por todo o amor e paciência durante todo o tempo. DEDICO..

(6) AGRADECIMENTOS Primeiramente quero agradecer a Deus, por sempre ter me dado forças para que ultrapassasse qualquer obstáculo nesta caminhada tão difícil. Das vezes que me sentia sozinha e me carregava no colo. À minha família, que sempre foi e sempre será o meu alicerce nesta vida, o meu muito obrigada. Por cada palavra de consolo, amor, carinho, companheirismo e pela paciência que sempre foi tão necessária comigo. Em especial ao meu pai Rivaldo e a minha mãe Tereza, pessoas que sempre foram capazes de dar a própria vida para realizar os sonhos dos filhos e aos meus irmãos, Fernanda e Rivaldo que são os meus tesouros, obrigada por tudo. À minha grande Avó, que hoje se encontra junto ao Pai, que faleceu no decorrer da realização deste trabalho, o meu muito obrigada pelo exemplo de mulher guerreira que fostes para mim. À Valdy, pelo esforço de entender cada momento de ausência e desespero emocional. As amigas Bruna Garcia, Lindalva Araújo, Alcilância Freitas, Mayara Araújo e Brenda Garcia que por muito tempo moramos sobre o mesmo teto, obrigada pela generosidade e amizade de cada uma. À amizade sincera e ao companheirismo de colegas que ao longo desta caminhada se tornaram verdadeiras amigas que irei carregar para o resto da vida, Danielle Figueiredo, Tamires Paula, Thathyanne Fernandes e Paloma Fabyola. À todos os mestres por toda dedicação para que nos tornássemos grandes profissionais, em especial a Monique Cardoso que me ajudou a dar o primeiro passa para a realização desta pesquisa. Ao meu orientador Igor Martins por me auxiliar na conclusão de mais uma etapa da minha vida, sem a sua ajuda, esse trabalho não teria sido possível. À todos os profissionais que ajudaram no alcance dos objetivos desta pesquisa. À banca examinadora, pela disponibilidade e presteza em estar presente neste momento tão importante e pelas contribuições ofertadas. E a todos aqueles que se fizeram presente, direta ou indiretamente, nesta fase da minha vida e na conclusão deste sonho. À vocês, o meu eterno carinho e o meu muito obrigado..

(7) “Só a participação cidadã é capaz de mudar o país”. Betinho.

(8) RESUMO Nos últimos anos, a discussão sobre a melhoria nos serviços públicos, maior participação da sociedade e a criação de redes de políticas, vem ganhando mais relevância, ao passo que a Administração Gerencial vem se estabelecendo na Administração Pública. A partir da Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases para Educação, foi definido que cada Estado ficaria responsável pela organização do seu sistema educacional, com o objetivo de responder com mais eficiência as demandas sociais neste campo tão vital para o cidadão. Nesse sentido, o objetivo da presente pesquisa é observar a existência de uma rede de políticas públicas e gestão participativa, no sistema educacional da Paraíba e como esta rede se configura a luz da Heurística Sistêmica Crítica de Ulrich. A pesquisa trata-se de um estudo de caso. Quanto a sua tipologia, foi classificada como descritiva, e utilizou-se da abordagem qualitativa. Os dados coletados foram provenientes de análise documental, entrevista e observação, realizadas com o Gerente Regional de Educação do município de Patos-PB e a Diretora de uma das escolas contempladas pelo sistema. A análise de resultados foi desenvolvida através da técnica de análise interpretativa do discurso. Eles apontam que apesar do aumento da participação da sociedade no processo de formulação de políticas, esta participação não é garantia de que as demandas dos mesmos sejam atendidas, pois o sistema ainda permite que o poder de decisão seja atrelado a posicionamentos políticos por meio de representantes que tem um maior poder na rede. Palavras Chave: Gestão Participativa, Redes de Políticas, Sistema Educacional e Heurística Sistêmica Crítica..

(9) ABSTRACT In recent years, the discussion on improving public services, greater participation of society and the creation of policy networks is gaining more relevance, while the Management Board has established itself in the public service. From the Law No. 9.394 / 96 , the Law of Guidelines and Bases for Education, it was decided that each State would be responsible for the organization of its educational system , in order to respond more effectively to social demands in this field so vital for citizens. In this sense, the aim of this research is to observe the existence of a network of public policies and participatory management in the educational system of Paraíba and how this network is configured to light the Heuristic Systemic Ulrich Critical. The research it is a case study. As its type, was classified as descriptive, and used the qualitative approach. The data collected were from document analysis, interviews and observation, performed with the Regional Manager of the city of Patos- PB Education and the Director of one of the schools covered by the system. The results of analysis was developed through the technique of interpretive discourse analysis. They point out that despite the increased participation of society in the policy process, this participation is ensuring that the demands of these are not met, because the system still allows the power of decision be linked to political positions through representatives which has a greater power in the network . Keywords: Participatory Management, Policy Networks, Educational System and Heuristic Systemic Review..

(10) LISTAS LISTAS DE QUADROS. Quadro 1 Considerações delimitadas por Ulrich para explicar os conceitos de crítica, sistêmico e heurística................................................................................................................28 Quadro 2 Os quatro aspectos e as três categorias de análise...................................................29 Quadro 3 As doze categorias críticas que compõem a heurística............................................31.

(11) LISTA DE SIGLAS SEB _ Sistema Educacional Brasileiro LDB _ Lei de Diretrizes e Bases para a Educação MEC _ Ministério da Educação GP _ Gestão Participativa HSC _ Heurística Sistêmica Crítica ONG'S _ Organizações Não Governamentais PNE _ Plano Nacional de Educação PEE _ Plano Estadual de Educação PIBIC _ Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica UEPB _ Universidade Estadual da Paraíba CEE _ Conselho Estadual de Educação FEEPB _ Fórum Estadual de Educação da Paraíba IDEPB _ Índice de Desempenho Educacional da Paraíba IDEB _ Índice de Desempenho da Educação Básica FUNDEB _ Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica SEE _ Secretaria de Estado da Educação.

(12) SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13 1.1 Contextualização e Problema ....................................................................................... 13 1.2 Objetivos...................................................................................................................... 15 1.3 Objetivo Geral.............................................................................................................. 16 1.3.1 Objetivo Específico ................................................................................................... 16 1.3.2 Justificativa ............................................................................................................... 16 2. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 18 2.1 Gestão participativa ...................................................................................................... 18 2.2 Políticas públicas.......................................................................................................... 20 2.2.1 Políticas educacionais....................................................................................................23 2.3 Redes de Políticas ........................................................................................................ 24 3. METODOLOGIA ........................................................................................................ 27 3.1 Tipo de Pesquisa .......................................................................................................... 27 3.2 Identificação e caracterização das técnicas de coleta de dados ...................................... 28 3.2.1 Sistema de Análise: heurística sistêmica crítica............................................................29 3.4 Caracterização dos procedimentos de análise...................................................................33 4. ANÁLISE DE RESULTADOS........................................................................................35 4.1 Mapeamento da rede e principais atores...........................................................................35 4.2 Respondendo as heurísticas..............................................................................................37 4.2.1 Motivação......................................................................................................................37 4.2.2 Poder..............................................................................................................................41.

(13) 4.2.3 Conhecimento..................................................................................................................46 4.2.4 Legitimação......................................................................................................................49 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................53 REFERÊNCIAS.....................................................................................................................56 APÊNDICE A.........................................................................................................................62.

(14) 13 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por escopo realizar o mapeamento do sistema educacional paraibano, identificando os seus princ..ipais atores, em termos de como se dá a Gestão Participativa (GP) dentro da rede de formulação e articulação de políticas públicas educacionais no ambiente político e governamental do Estado da Paraíba. Nos tópicos que se seguem, serão apresentados o contexto no qual se realiza a pesquisa, e o problema proposto. Da mesma forma, serão esclarecidos os objetivos geral e específicos e realizada a justificativa do estudo. 1.1 Contextualização e problema A Constituição Federal de 1988 deu início ao processo de democratização no Brasil demandando assim uma extensa, nova e profunda interação entre sociedade e Estado. Foi a partir dela que ficaram estabelecidos novos objetivos para a Gestão Pública, por meio de uma maior socialização do poder, visando assim uma maior descentralização política e maior participação social. Portanto, é neste momento que a sociedade aparece como novo elemento político (ANDRADE, 2006). Mas foi durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, que ocorreu uma maior intensificação na implementação dos planos que visavam transformar a Administração pública nacional burocrática em uma Administração Gerencialista. Essa transformação não pôde se dar apenas em querer estender a competitividade ocorrida no setor privado para o setor público, foi necessário passar a considerar o usuário dos serviços prestados pelo Estado como o “dono” do serviço e não somente como o seu destinatário. Todavia, também foi preciso mudar concomitantemente a mentalidade dos gestores públicos como também a mentalidade do público usuário (BRESSER, 1998; MOREIRA NETO, 1998). Essa transformação do aparelho do Estado tinha como principal objetivo implementar uma gestão de qualidade aos serviços oferecidos aos cidadãos e que estes pudessem se convencer que poderiam e deviam cobrar prestações de serviços públicos tão bons e eficientes como os cobrados quando se tratava de empresas privadas (MOREIRA NETO, 1998). Desta forma, as demandas da nova sociedade tem imposto desafios cada vez maiores.

(15) 14 para administração pública no que diz respeito à formulação de políticas públicas para áreas essenciais e vitais à população, como também uma melhor qualidade nos serviços prestados pelo Estado. Portanto, serviços ligados somente ao Estado, como saúde, educação e segurança, deixaram de ser exclusividade governamental. A ideia imposta era que estes serviços fossem mais eficientes, na medida em que se tornassem menos burocratizados (AGRIPINO, 2014). Foi após a Conferência Mundial sobre Educação Para Todos, em Jomtien, em 1990, que o Sistema Educacional Brasileiro (SEB) tomou medidas concretas com vistas às transformações neoliberais. As reformas educativas necessitavam focar na organização financeira, administrativa e pedagógica. Neste panorama, ganha evidência a descentralização de responsabilidades, que tem como o seu marco legal a Lei 9.394/96 de Diretrizes e Bases para Educação (LDB) (MELO, 2010). A LDB normatizou os princípios e fins da Educação Nacional, bem como os seus responsáveis e por sua vez, os deveres de cada um. A organização da Educação Nacional ficou por responsabilidade da União, Estados, Municípios e o Distrito Federal, que estes por sua vez deverão organizar os seus respectivos sistemas em regime de colaboração. Assim ficou definido, em linhas gerais, que aos Estados cabiam à organização, manutenção e desenvolvimento dos órgãos dos seus sistemas de ensino, a definição de formas de colaboração na oferta do ensino fundamental e a elaboração e execução de políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação (BRASIL, 2010). Desse modo, a Paraíba criou o seu sistema, que por sua vez ainda enfrenta muitas dificuldades no setor educacional- como analfabetismo, evasão escolar e distorção idadesérie. Entretanto, desde 2007 vem ultrapassando as metas definidas pelo Ministério da Educação (MEC). Porém o Estado ainda se encontra muito a baixo da média nacional. Além disso, em 2010, 45,8% de suas escolas não conseguiram alcançar as metas estabelecidas pelo MEC para aquele período (AGRIPINO, 2012; SILVA, 2011). Portanto, o objetivo do sistema educacional deve estar voltado para superar as dificuldades do setor e assim oferecer uma melhor qualidade dos serviços ao usuário do mesmo. Isto pode ser feito assim, por meio de uma gestão participativa, de políticas públicas mais abrangentes e com uma rede (sistema) educacional mais integrada. Ocasionando assim a necessidade de uma mudança e atualização de processos administrativos da gestão pública e.

(16) 15 principalmente, ampliar a capacidade de ação dentro espaço governamental. Por isso é importante discutir sobre novas formas de organização da administração pública (ANDRADE, 2006). Já no que diz respeito à gestão participativa e redes de políticas públicas, alguns autores (AVRITZER, 1994; 2003; COSTA, 1997; SANTOS, 2002) abordam que quanto maior for a participação dos cidadãos nos processos decisórios e na formulação dos planos e políticas do governo, maior será a probabilidade de atendimento das reivindicações realizadas, e por conseqüência, haveria uma diminuição das desigualdades sociais existentes e diminuiriam a pobreza dos países em desenvolvimento. Portanto, os atores sociais são tidos como pilares da democratização, enquanto o Estado intimida a sociedade civil por meio das suas estratégias mal constituídas (MOURA; SILVA, 2008). Portanto, uma Administração Pública eficiente e eficaz surge como contribuição maior do controle e da cobrança da sociedade (ABRUCIO, 2007). O governo ao adotar uma gestão participativa, estará assegurando constitucionalmente a participação popular, garantindo assim a democracia, que tem a participação da sociedade direta ou indiretamente na gestão das políticas públicas, como garantia de uma democracia. A educação tem sido cada vez mais refletida, desenhada e realizada de forma democrática, por ser uma das principais políticas sociais públicas. O gerenciamento de forma democrática da população educacional tem, na participação, o seu elemento primordial para sua consolidação enquanto política pública (BRITO; HOLANDA, 2009). É justamente o Sistema Educacional da Paraíba, bem como a prática de uma gestão participativa e a formação de uma realidade de rede dentro desse mesmo sistema, que será abordado e discutido nesta pesquisa. Desta forma, o presente trabalho tem como foco o Sistema Educacional da Paraíba. Ademais, o presente trabalho apresenta o seguinte problema: sob a ótica de redes de políticas e gestão participativa, como é dada a configuração do Sistema Educacional no Estado da Paraíba a luz da Heurística Sistêmica Crítica de Ulrich? 1.2 Objetivos Partindo-se do problema elegido para o estudo, a pesquisa apresenta os seguintes objetivos:.

(17) 16. 1.2.1 Objetivo Geral . Observar a existência e configuração de uma rede de política pública e gestão. participativa no sistema educacional da Paraíba, e analisá-la aplicando a lógica da Heurística Sistêmica Crítica de Ulrich. 1.2.2 Objetivos Específicos . Mapear a rede do sistema educacional do Estado da Paraíba;. . Identificar os principais atores da Rede de Políticas de Educação na Paraíba e mostrar as interações determinantes do desenvolvimento do arranjo;. . Demonstrar se essa Rede Política atua sob a perspectiva da heurística sistêmica crítica proposta por Ulrich.. 1.3 Justificativa do Estudo A justificativa desta pesquisa, em relação a sua relevância teórica é enxergada na necessidade de conhecer o Sistema Educacional da Paraíba sob a luz da Heurística Sistêmica Crítica de Ulrich e se este por sua vez consegue envolver a sociedade civil em suas políticas públicas para a educação básica, por meio da gestão participativa (GP), tornando assim a relação entre governo e sociedade muito mais eficiente no alcance das demandas sociais. Ademais, a partir da Constituição de 1988 a Educação passou a ser direito de todos e dever do Estado e da família, sendo incentivada com a coparticipação da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa (BRASIL, 1988, art. 205). Este trabalho busca observar a existência e a configuração de uma rede política e de gestão participativa no sistema educacional da Paraíba sob a luz da Heurística Sistêmica Crítica (HSC) de Ulrich. Tal temática foi escolhida devido à identificação da autora pelo tema em evidência, por acreditar que seja de alta relevância, pois não há ainda um vasto campo de pesquisa na área de redes de políticas. No que diz respeito às instituições públicas e aos seus planos e políticas, esse.

(18) 17 trabalho traz como fator imprescindível à demonstração das contribuições e influências que um melhor conhecimento do Sistema Educacional da Paraíba pode trazer para uma maior integração e participação da sociedade com o governo, dando um diagnóstico de como os objetivos, propósitos e visões do sistema conseguem ou não, diminuir as discrepâncias do que a sociedade espera do Governo e vice-versa. O estudo tem ainda o intuito de servir como fonte de pesquisa acadêmica, uma vez que o tema em estudo é de interesse para o meio acadêmico, na elaboração de trabalhos posteriores. Acrescenta-se que o estudo não visa esgotar a investigação sobre o tema, mas sim procura contribuir no sentido de alargar e aprofundar o debate sobre a temática em questão..

(19) 18 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO. 2.1 Gestão participativa Desde as últimas décadas do século passado, o contexto político e social brasileiro, tem sido caracterizado pela mudança no papel do Estado, por meio da universalização do direito a cidadania, descentralização e gestão democrática das políticas públicas. Nos anos de 1970 e 1980 verificou-se que grande parte das forças políticas e sociais que impulsionaram a redemocratização acreditava em uma concepção democrática muito além do restabelecimento do sistema representativo eleitoral. O objetivo era alargar a participação de homens e mulheres nas decisões políticas que afetavam suas vidas. Assim este objetivo e desejo passaram a serem legitimados pela Constituição Federal de 1988, tratando-se assim de um novo formato institucional. Nos artigos 204 e 227, a Carta Constitucional assegura a participação da população, por meio de organizações representativas, no processo de formulação e controle das políticas públicas em todos os níveis da gestão administrativa, ou seja, nas esferas municipal, estadual e federal. (ANDRADE, 2006; ROCHA, 2009). A Constituição de 1988 proporcionou uma nova prática na configuração das políticas públicas no Brasil, incluindo novos mecanismos nos processos de tomada de decisões, tendo como consequência assim um regime de ação pública descentralizada, onde são criadas formas inovadoras de interação entre governo e sociedade (ROCHA, 2009). Desta forma, cidadania, direitos civis, democracia e participação política, direitos políticos e sociais são expressões e conceitos que se inter-relacionam para constituir uma ideia de inclusão direcionada à participação social no governo. Verifica-se então que a essência da democracia é a participação, fazendo-se necessário assim à aquisição de direitos fundamentais, tendo no debate uma forma prioritária de novos canais que levam ao exercício da prática democrática, até mesmo no desenho do processo de elaboração de políticas públicas no Brasil atualmente (GARROSSINI, 2010). Modesto (2012) ratifica que a participação é a interferência no processo do papel administrativo do Estado, praticada em favor de interesse da coletividade, assim por cidadãos ou representantes de grupos nacionais. Portanto a participação é um dos componentes indispensáveis para a construção da cidadania. Assim o cidadão caracteriza-se como um dos.

(20) 19 agentes que atuam no processo decisório, que estabelecem e controlam as decisões. A gestão participativa, como o próprio nome sugere, compreende aquela em que todos os agentes envolvidos participam do processo decisório, partilhando méritos e responsabilidades. Dentro do processo democrático e descentralizador a gestão participativa propicia igualdade de condições na participação e distribuição eqüitativa de poder, responsabilidades e benefícios (PARO, 2010). Para Texeira (2001, p.27) apud Rocha (2009) participação significa, “fazer parte”,”tomar parte”, “ser parte” “de um ato ou processo, de uma atividade pública, de ações coletivas. Referir “a parte” implica pensar o todo, a sociedade, o Estado, a relação das partes entre si e destas com o todo e, como este não é homogêneo, diferencia-se os interesses, aspirações, valores e recursos de poder.. O mesmo autor ainda aborda que na caracterização da participação política, o elemento poder político, que os diversos atores possuem não se confunde com autoridade, nem com o Estado, mas são relações entre eles, onde os mesmos fazem valer os seus direitos, pretensões, valores, usando os diversos recursos disponibilizados no espaço público, afirmando-se como sujeitos de direitos e deveres. A participação é considerada como um processo, onde para que se haja a formação de opiniões sobre algum assunto é necessário uma aquisição de informações prévias, completas e compreensíveis. Este processo provoca, ainda, a existência de espaços onde informações. possam. ser. trocadas. e. confrontadas,. tendo. como. consequência. o. desenvolvimento de opiniões verdadeiramente coletivas. Entende-se que para que isso ocorra é necessária uma comunicação efetiva, com negociação entre os diversos atores que compõe o sistema. A gestão democrática ou participativa é assim um processo de decisão baseado na participação e na deliberação pública (GARROSSINI, 2010). A participação dilatada de atores sociais em procedimentos de tomadas de decisões majora a possibilidade de processos inovadores, tornando-os objeto de intensa disputa política por, em geral, abarcarem temáticas ignoradas pelo sistema político, requererem a redefinição de identidades e vínculos e o aumento da participação, especialmente a nível local. Assim, a prática da participação busca ampliar e aprofundar a democracia quer reivindicando a legitimação da democracia participativa quer pressionando as organizações democráticas representativas para torná-las mais inclusivas, ou ainda buscando uma complementaridade dos dois tipos citados anteriormente (MARQUES, 2008)..

(21) 20 De acordo com a mesma autora, as experiências de participação resgatam a dimensão pública e cidadã da política, na medida em que há uma mobilização de setores e atores interessados em determinadas políticas públicas. Para que uma participação torne-se eficaz naquilo que se propõe, a sociedade deve passar a tomar decisões com base em informações corretas e concretas. Desta forma, com a sociedade mais consciente do poder que possui o governo se torna apenas um mediador que tem o papel primordial de realizar a execução das leis. Neste contexto, pode-se entender como gestão participativa da educação, ponto principal desta pesquisa, de acordo com Cury (2002, p.173) “ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade, autonomia e participação, liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência”. A participação constitui temas de estudantes, professores, administradores, supervisores, orientadores e funcionários. Sendo assim, cabe aos administradores educacionais o desafio de descobrir formatos organizacionais que assegurem uma educação participativa voltada para uma construção de uma sociedade igualitária (MOTTA, 2003). Atualmente, os desencontros educacionais, os seus problemas e suas possíveis soluções têm sido direcionados e tratados como consequência da menor ou maior participação da sociedade local nas políticas públicas educacionais, tentando assim retirar um pouco a responsabilidade política educacional do Estado (FREITAS, 2000). Desta forma, percebe-se que a participação no processo educacional torna-se condição essencial para uma maior vivência democrática, e para o exercício pleno da cidadania, o que impõe desafios constantes para os responsáveis para os idealizadores de políticas públicas educacionais, comunidades escolares e locais. Os desafios que são encontrados são tão grandes e acontecem tão constantemente, que por vez, corre-se o risco que a participação torne-se mera utopia. 2.2 Políticas públicas O termo políticas públicas passou a existir como conhecimento e disciplina no meio acadêmico nos Estados Unidos como uma análise sobre as atuações do Estado e suas instituições. Elas surgem na Europa, como uma mudança no então papel dos governos e, percebendo assim o Estado como o principal gerador de políticas públicas (SOUZA, 2006). A discussão a respeito das políticas públicas tem tomado uma dimensão muito.

(22) 21 extensa, haja vista o crescimento do espaço democrático em todas as partes do mundo, a quantidade de arranjos institucionais de governos e devido uma maior conscientização da população em razão dos seus direitos e deveres como cidadãos. Souza (2006) ratifica que a respeito do conceito de políticas públicas é imprescindível enfatizar que não existe uma única, ou melhor, definição. Mead (1995) define política pública como o campo dentro da política que considera o governo à luz de grandes questões públicas e Lynn (1980), como um contíguo de ações que irão determinar efeitos específicos. Peters (1986) diz que política pública é a união de atividades dos governos, que agem direta ou indiretamente, e influência a vida dos cidadãos. Entretanto, a definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja, as políticas públicas buscam responder as seguintes questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz. Desse modo, Souza define políticas públicas como sendo: O campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação (variável independente), e quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações (variável dependente). A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real (SOUZA, 2006, p. 26).. De uma forma mais sucinta, políticas públicas podem ser definida como sendo diretrizes das ações do poder político, por meio da adoção de regras e procedimentos que norteiam as relações entre atores sociais e Estado (BRITO, 2009). Em outras palavras, são nas políticas públicas que os governos traduzem suas intenções em programas e ações, nas quais produzirão resultados ou mudanças esperadas no mundo real. Com essa perspectiva, os governos podem definir/formular e implementar políticas em diversas áreas de atuação. Todas elas são pensadas após a identificação de um problema e implementadas com o objetivo de minimizar ou extinguir o mesmo, e assim conseguir responder as demandas da sociedade. De acordo com Garrossini (2010) este processo é caracterizado pela formulação de políticas públicas que conglomera toda a dinâmica de discussão, aprovação e implementação de políticas. Este processo é cíclico, caracterizado por quatro etapas complementares. Este sistema pode ser mais bem visualizado na figura a baixo..

(23) 22 Figura 1 - Processo de formulação de políticas públicas.. Fonte: Garrossini, 2010, p. 99.. A agenda é a etapa em que o Estado irá vincular a sua atenção para determinados assuntos de interesse da sociedade. Aqui haverá a percepção e definição do problema e uma maior movimentação para que este problema faça parte da agenda do Governo. Após esta etapa haverá assim a elaboração das políticas públicas para resolver tal problema indentificado, abrangendo asism coleta, análise e divulgação de informações, elaboração de ações, negociações, concessões e tomadas de decisão. A terceira etapa é a parte mais prática do processo, onde os programas e planos são colocados em ação, tentando assim atender a demanda identificada. E a quarta e última etapa do processo é o de avaliação da política, ou seja, será feita a verificação e avaliação para que se tenha a certeza que tudo ocorreu como planejado, caso isso não tenha ocorrido serão realizados os ajustes necessários e continuado o ciclo (GARROSSINI, 2010). Desta forma, entende-se que as demandas incluídas na agenda do Governo e assim que fazem parte do processo de formulação de políticas públicas são consideradas demandas urgentes e em grande parte, do interesse de todos. Elas podem estar focadas nas áreas de educação, saúde, habitação, entre outros (AGRIPINO, 2014). O presente trabalho encontra-se baseado na formulação de políticas públicas.

(24) 23 educacionais. A partir de 1988, a preocupação e os esforços investidos em mudanças neste setor para solucionar os seus problemas, nas últimas décadas tomaram uma dimensão muito ampla. Acarretando de tal modo a inserção dos problemas da mesma na agenda de políticas públicas dos governos 2.2.1 Políticas educacionais O final dos anos de 1980, com a consolidação da Constituição Federal de 1988 e a década de 90, foram marcados por inúmeras reformas educacionais. A década de 1980 é caracterizada como o período de abertura da democracia no Brasil e os anos de 1990 é um cenário cheio de demandas e negociações de direitos sociais (VIANNA; UNBEHAUM, 2004). A respeito das políticas educacionais, Santos (2012, p. 10) enfatiza que: As novas políticas educacionais introduzem alterações significativas nos contextos educacionais nos quais são implementadas, uma vez que propõem medidas que enfatizam a “importância” da instituição escolar, procurando a permanência dos estudantes nesta instituição. Ainda que a concepção de educação defendida por estas propostas não apresente alternativas de transformação da sociedade e emancipação das classes populares, observa-se que em sua implementação assumem características diversas, de acordo com as singularidades históricas dos grupos envolvidos com as mesmas.. Nesse sistema, é indispensável à existência de um ambiente próprio do fazer educacional, sendo este ambiente responsável pela articulação de partes distintas de um processo complexo: como alunos, professores, servidores, pais, vizinhança e Estado (enquanto sociedade política que define o sistema através de políticas públicas). Por conseguinte, políticas públicas educacionais expõem respeito às decisões do governo que têm consequências no ambiente escolar enquanto ambiente de ensino-aprendizagem. Tais decisões submergem questões como: contratação de profissionais, formação dos docentes, construção de prédios, valorização profissional, matriz curricular e gestão escolar, entre outros (OLIVEIRA, 2010). Nesse contexto, é justificada a importância de se analisar um sistema tão complexo como são os sistemas educacionais responsáveis pela elaboração das políticas públicas educacionais, pois estes se constituem uma ação integrada de diversos atores, sejam eles.

(25) 24 públicos, diretores de escolas, representantes da sociedade ou a própria sociedade participante. 2.3 Redes de políticas Ponderando a presente conjuntura mundial, nota-se que a sociedade vive em um mundo no qual as mudanças ocorrem em um ritmo altamente intenso, as novas tecnologias tomam um espaço muito grande no dia a dia social, a todo o momento é chegado um turbilhão de informações e ainda mais, o presente momento é marcado por uma intensa descentralização política, pela valorização das entidades governamentais locais e pelo aumento das demandas sociais, estas por sua vez que na sua grande maioria não são satisfeitas por respostas estatais. Neste contexto, a população deixa de ser pensada como uma mera receptora de políticas públicas, passando a ocupar, cada vez mais, um papel primordial na articulação, concepção, consolidação e avaliação de políticas públicas que visam o seu bem estar. Diante deste quadro é que aparece a necessidade de se estabelecer uma maior relação entre atores públicos e privados, em uma rede de informação local, em torno de uma política integrada e benéfica a todos. O termo redes já não é uma novidade, desde as décadas de 1940 e 1950, pois foi utilizado nas Ciências Sociais, em pesquisas onde o objetivo era discutir dependências sociais e analisar e traçar mapas de relações. Mas foi a partir do século XX que o termo passou a ser utilizado juntamente com o processo de formulação de políticas públicas, caracterizando-se como uma análise das redes de políticas públicas ( policy network) (SILVA, 2013). Para vários autores as redes emergem como opções aos desafios da atualidade relacionados ao processo ou ciclo de políticas públicas. Diante disso, o Estado a fim de garantir maior eficiência em seus processos de formulação de políticas, tem buscado a cada dia conseguir articular os interesses da sociedade, sem, entretanto, tornar-se refém dos mesmos, uma vez que o Estado tem ganhado novos contornos, tanto como instância de regulação social ou ator político que atém objetivos para o bem comum. Isso constitui uma nova estruturação das políticas que busca embarcar a complexa relação entre sociedade e Estado na resolução de problemas públicos. Desta forma, novos atores, estes por sua vez não.

(26) 25 estatais, passam a fazer parte dos processos de formulação e implementação das políticas públicas (SANTOS, 2002; SILVA, 2013). Assim, observam-se dois aspectos fundamentais em relação a redes de políticas: o primeiro se refere ao Estado e o segundo a participação e organização da sociedade em relação a políticas públicas. Em relação ao Estado pode-se dizer que o processo de formulação e implementação das políticas públicas, na atual conjuntura, não se caracteriza atividade exclusiva dele. Em relação à sociedade civil, implica reconhecer que houve e continua havendo uma mudança no pensamento da mesma, em relação aos seus direitos e deveres, acarretando assim uma transformação no tecido social (SCHNEIDER, 2005; SANTOS, 2002; SILVA, 2013). Portanto, diante dessas perspectivas Schneider (2005) caracteriza as redes de políticas públicas como sendo: Mecanismos de mobilização de recursos políticos em situações em que a capacidade de tomada de decisão, de formulação e implementação de programas é amplamente distribuída ou dispersa entre atores públicos e privados. Para a realização de suas responsabilidades cada vez mais diferenciadas, o Estado é obrigado a adquirir os recursos políticos necessários por meio de um processo de intercâmbio com atores sociais, a deslocar as tarefas para unidades sociais de processamento (auto-regulação setorial parcial ou completa) ou produzir conjuntamente políticas em cooperação com atores sociais por meio de uma divisão do trabalho (SCHNEIDER, 2005, p. 40).. O mesmo autor, ainda considerada que há uma literatura considerável sobre o termo de redes de políticas públicas. Esta permite algumas perspectivas e abordagens gerais a respeito da produção de políticas públicas em democracias modernas. Estas abordagens estão descritas a baixo: . O ponto mais geral em relação à rede de políticas públicas é que a formulação. das políticas não é mais somente atribuição do Estado, mas é resultado de diversos atores distintos. A própria estrutura do Estado é considerada como um sistema de múltiplos atores. . No processo de formulação e implementação das políticas públicas não estão. somente infiltrados atores públicos, mas também atores privados de diversas áreas. . As relações desses atores devem ser diretas e indiretas, mas consideravelmente. duradouras. . Apesar de haver muitos atores envolvidos no processo, há uma variação de. poder e influência entre eles..

(27) 26 . O poder/influência dos atores não é originado somente do status político-. institucional formal, mas também por relações informais, como por exemplo: comunicação e troca de recursos. Sendo assim, o Estado vai alargando as suas relações com a sociedade, não trabalhando mais em setores, em clausuras, e sim com outros parceiros que também visam o bem comum, como algumas instituições privadas, organizações não governamentais (ONG’s) e até mesmo a própria sociedade (INOJOSA, 2001). As redes de políticas são constituídas por uma diversidade de atores, onde os mesmos devem possuir um objetivo comum, que é a formulação e implementação de políticas em algum setor da sociedade capaz assim de satisfazer as suas demandas. Esses atores vivem uma relação de interdependência em uma rede, provocada por uma necessidade de compartilhar recursos e informações. Cada ator de uma rede possui os seus objetivos pessoais, mas a construção de uma rede envolve mais do que isso, requer a construção de um objetivo maior que passa a ser compartilhado (FLEURY, 2005). O Estado, porém, não se torna refém dentro do processo de formulação de políticas públicas através de rede, nem muito menos se torna fragilizado em sua ação. Isto se refere a um Estado que perdeu suas pretensões de autoritarismo, mas não eliminou o seu papel de formulador e implementador de políticas públicas. Porém, este papel tradicional passa a ser integrado com uma nova maneira de processar as demandas, a partir do momento que atores não estatais são incluídos no processo e passam a ter uma parcela de responsabilidade neste (SANTOS, 2005). Nesse contexto, ainda deve-se ser muito trabalhado o conceito de redes, agregando assim cada vez mais atores. Não se conclui que este seja apenas um grupo formado para realizar um planejamento e uma avaliação apenas de um assunto, mas trata-se de uma verdadeira rede de compromisso, entre instituições, governos e pessoas que se articulam em torno de uma questão ou necessidade da sociedade..

(28) 27 3. METODOLOGIA Na compreensão de Gil (2010) a pesquisa é um método racional-sistemático que tem. como objetivo principal possibilitar respostas aos problemas que são propostos. Para Oliveira (2006, p. 8), “a pesquisa cientifica visa contribuir para o conhecimento humano em todos os setores da ciência pura ou aplicada, da matemática ou da agricultura, da tecnologia ou da literatura”. A metodologia utilizada nesta pesquisa tomou como ponto de partida a configuração do sistema educacional da Paraíba, bem como a utilização da gestão participativa e redes de políticas do mesmo. A partir deste momento, tentou-se achar uma metodologia que pudesse dar conta de observar de forma simples e sistêmica tal rede. Sendo assim, o método que foi encontrado para tal, foi o método sistêmico, sob a luz de uma metodologia específica a Heurística Sistêmica de Ulrich. 3.1 Tipo de Pesquisa 3.1.1 Quanto aos objetivos Quanto aos fins ou aos objetivos, a pesquisa se classifica como descritiva. Pois ela busca entender adequadamente a natureza de um fenômeno social e o esclarecimento dos dados apresentados. Esta por sua vez, “observa, registra, analisa e correlaciona os fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a maior precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com os outros, sua natureza e suas características” (CERVO, 2007. p. 61). Portanto, em outras palavras, busca descrever características de um objeto de estudo. 3.1.2 Quanto aos procedimentos de coleta de dados Quanto aos meios de investigação, utilizou-se do estudo de caso, que conforme Gil (2010, p.37) “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento”. Assim, o presente trabalho será um estudo de caso porque irá tratar de um caso específico, mostrando assim a configuração do Sistema Educacional da Paraíba sob a luz da Heurística Sistêmica Crítica de Ulrich e sob os conceitos.

(29) 28 de Gestão Participativa e Redes de Políticas. 3.1.3 Tipos de pesquisa quanto à natureza dos dados Uma pesquisa pode ser classificada, ainda, como quantitativa e qualitativa. No presente estudo, a pesquisa será qualitativa, pois interpretará os fenômenos estudados. A pesquisa qualitativa envolve o uso de dados qualitativos obtidos em entrevistas, documentos e observações para a compreensão e explicação dos fenômenos. As pesquisas qualitativas podem ser encontradas em muitas disciplinas e campos, usando uma variedade de enfoques, métodos e técnicas (DIAS, 2010. p. 46).. Portanto, a pesquisa é caracterizada qualitativa, quanto à forma de abordagem, pois são levados em consideração fatores relevantes como os sociais, políticos, ideológicos e técnicos que envolvem o sujeito. 3.2 Identificação e caracterização das técnicas de coleta de dados Para conseguir alcançar os resultados esperados ao longo da pesquisa, fez-se útil as teorias sistêmicas, ao contrário dos tradicionais métodos do pensamento analítico. De acordo com Garrossini (2010, p.24) “o teor do pensamento sistêmico leva em consideração questões que envolvem diversos fatores ou variáveis a partir de padrões organizados de interações”. Sendo assim, são percepções teóricas que procuram explicar fenômenos, situações e entidades que não podem ser totalmente entendido pelo pensamento analítico. De acordo com Kasper (2000, p. 19) o pensamento sistêmico ainda “propõe-se justamente desenvolver uma nova estrutura intelectual que procura descrever a “complexidade organizada” como redes dinâmicas de interações, baseado no conceito de sistema”. A partir da definição metodológica pelo ponto de vista sistêmico optou-se por uma teoria específica, que conseguisse responder os objetivos propostos neste trabalho. Observado que a teoria sistêmica é um instrumento eficaz e muito importante dentro de sistemas sociais, onde assim existem muitos fatores que influenciam o seu funcionamento, decidiu-se utilizar da Heurística Sistêmica Crítica de Ulrich (HSC) para a obtenção das respostas para o problema de pesquisa..

(30) 29 3.2.1 Sistema de Análise: heurística sistêmica crítica Os enfoques sistêmicos críticos constituem a tendência mais recente nas ciências da administração. Elas amparam a necessidade da inclusão de conceitos como “conflitos estruturais”, “informação distorcida”, “emancipação”, como modo de ampliar e potencializar o leque de aplicações do Pensamento Sistêmico (KASPER; MIDGLEY apud JANSEN, 2009). De acordo com Garrossini (2010) na perspectiva do pensamento crítico, há uma distorção sistemática do conhecimento por diversos interesses. Estes por sua vez podem ser, por exemplo, informação, poder e desigualdades materiais. Sendo assim, os modelos sistêmicos que possuem tal perspectiva são indagados a descrever visões e grupos, sobre determinada situação ou problema específico. Conforme as relações entre os atores se modifica, essa perspectiva também pode ser alterada. Esta aplicação do pensamento sistêmico tem o seu foco principal em planos e projetos em sistemas sociais. Sendo estes últimos, muitas vezes impostos por seus planejadores sociais a pessoas não submergidas diretamente na sua elaboração, mas que enfrentam as suas implicações (KASPER, 2000). O sistema de análise proposto neste trabalho permite a compreensão das relações entre os atores envolvidos, abrindo as fronteiras para que se discuta o sistema estudado e assim, soluções possam ser propostas para que o mesmo possa vir a melhorar, tornando-se mais eficiente no alcance dos seus objetivos (SOARES, 2012). Para Ulrich, a Heurística Sistêmica Crítica caracteriza-se por ser: Uma nova filosofia tanto para o pensamento sistêmico como para a filosofia prática, uma abordagem que almeja ajudar o cientista aplicado quanto a esta tarefa. Não busca provar porque e como a razão prática é possível (...) mas, ao invés disso concentra-se em prover os planejadores bem como os cidadãos afetados com um suporte heurístico necessário para praticar a razão prática, isto é, estar aberto e refletir sobre a definição de problemas ou avaliação de programas sociais (KASPER, 2000, p. 174).. Portanto, a Heurística Sistêmica Crítica busca por sua vez auxiliar os planejadores e cidadãos na elucidação dos problemas ocorridos em sistemas sociais e desta forma, possibilita a eles um pensamento crítico a respeito dos mesmos..

(31) 30 O quadro 1 especifica sucintamente cada um dos termos abordados por Ulrich em sua teoria. Quadro 1-Conceitos delimitados por Ulrich para explicar os conceitos de crítica, sistêmico e heurística.. Fonte: Garrossini, 2010, p. 27.. De forma geral, esta abordagem busca chamar atenção para a condição de vulnerabilidade na sociedade, enfatizando que determinadas vozes e opiniões são ignoradas no processo de planejamento de planos sociais e assim dando mais atenção a opiniões de pessoas mais influentes (KASPER, 2000). Diferente de outras teorias sistêmicas, esta só não busca analisar o sistema fechado, mas também trabalha no sentido de compreender as consequências envolvendo os “afetados” e os “envolvidos”. De acordo com o mesmo autor, aos envolvidos é dada a oportunidade de participar, ou seja, ter voz e palavra no processo de formação da vontade de cada ator. Neste sentido, os envolvidos tem poder de decisão dentro do processo e do sistema. Os afetados são entendidos de forma estrita. Estes são os atores que devem conviver na realidade social em questão, e desta forma, suportar as consequências dos planejamentos realizados e implementados pelos planejadores, ou seja, os envolvidos..

(32) 31 Portanto, além de compreender a situação e relação entre os envolvidos e afetados no sistema, existem pontos-chaves a serem discutidos. O quadro a baixo apresenta quatro aspectos a serem avaliados. Quadro 2 - Os quatro aspectos e as três categorias de análise.. Fonte: Ulrich (2002) apud Garrossini (2010, p. 29).. Sendo assim, abaixo será apontado o caminho percorrido para a execução desta pesquisa, desde a elaboração e a operacionalização da entrevista até a coleta, análise e tratamento dos dados. A obtenção dos dados necessários para a pesquisa foi derivada de um estudo de campo executado através de duas técnicas de coleta de dados, análise documental e a entrevista. A escolha por essas duas técnicas teve como justificativa a possibilidade de permitir a pesquisadora analisar o ambiente onde o estudo se realizou e a possibilidade de enriquecê-lo por meio da liberdade dada aos entrevistados, assim como consentir a pesquisadora abordar os entrevistados de acordo com a necessidade de investigação. Cervo (2007, p. 51) afirma que “a entrevista não é uma simples conversa. É uma conversa orientada para um objetivo definido: recolher, por meio de interrogatório.

(33) 32 informante, dados para a pesquisa”. O objetivo principal é a obtenção de informação, a fim de ajudar a constituição de uma pesquisa rica em conteúdo e análise. Portanto, vale enfatizar que a pesquisa foi realizada com o Gerente da 6° Região de Ensino no município de Patos (E1) e com uma Diretora de uma das escolas que fazem parte do Sistema Educacional da Paraíba (E2), esta por sua vez também é membro do Sindicato dos Professores do Estado. Junto com a entrevista, foram realizadas análises documentais. A análise documental foi concretizada com o objetivo de obter maior elucidação sobre elementos presentes na legislação sobre o Sistema Educacional da Paraíba, bem como a utilização da Gestão Participativa e Redes de Políticas na Administração Pública. Desse modo, foram analisados os seguintes documentos: Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, PNE, PEE, PDE e o Relatório Final do Projeto de Pesquisa sobre Políticas Públicas Educacionais na Paraíba (FREIRE, SOUSA, 2014), realizado na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), contemplado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), A HSC consiste em estabelecer uma série de doze questões que analisem as implicações normativas do projeto de sistemas, incluindo a consideração da forma nas quais diferentes partes podem ser afetadas pelos impactos de tal projeto. De acordo com Mejía (2002) apud Soares (2012) esse grupo de perguntas deve ser realizado tanto no modo de como é o sistema, quanto o modo de como deve ser, ou seja, explicando as limitações do plano de um sistema social específico, como para estabelecer propostas alternativas que suponham outros cenários alternativos. No quadro 3 a seguir encontram-se as doze categorias críticas propostas por Ulrich (2002):.

(34) 33 Quadro 3: As doze categorias críticas que compõem a heurística.. Fonte: Ulrich (2002) apud Garrossini (2010, p. 30).. Sendo assim, foi a partir dessas doze questões que se constituiu a entrevista semiestruturada realizada com o Gerente Regional de Educação do Estado da Paraíba e a Diretora de uma das escolas contempladas pelo sistema e membro do sindicato dos Professores, a fim de responder ao problema proposto e atingir os objetivos desta pesquisa. 3.4 Caracterização dos procedimentos de análise O método escolhido para analisar os dados foi o de análise interpretativa das narrativas, podendo se incluir no vasto leque de variações da análise do discurso. Jovchelovitch (2000) afirma que “não há experiência humana que não possa se expressar na forma de uma narrativa”. Os sujeitos sociais promovem através dos seus discursos os seus pontos de vista das dimensões em que se inserem seus grupos, partindo daí os anseios que os fazem lutar por suas ambições dentro de um cenário maior, neste caso a sociedade. Lakatos e Marconi (2000) afirmam que a análise interpretativa evidencia a atenção aos detalhes dentro do discurso, deixando a palavra em segundo plano e priorizando o.

(35) 34 significado do dito, na tentativa de obter respostas para o que se investiga, também procurando ligações entre os dados coletados e as hipóteses da pesquisa. Já a interpretação objetiva ampliar os significados do texto investigado, embrenhando elementos seus com elementos de outras fontes, além de esclarecer as acepções do que se investiga relativamente aos objetivos e aos temas abordados pelo texto. A operacionalização do trabalho foi iniciada pela transcrição das entrevistas, posteriormente foi realizada uma leitura do material, e sempre que pairou algum ponto gerador de dúvidas, o áudio do material foi consultado novamente. Versões contraditórias, silêncios, hesitações, foram levados em consideração, bem como na retórica ou organização do discurso. Todo o trabalho teve como base de apoio os objetivos traçados pela pesquisa, essencial para a clara definição do objeto refletido nas representações. Os temas emergentes no discurso foram distribuídos em categorias, as pré-estabelecidas e as que afloraram durante o percurso, facilitando as análises. Por fim, o pesquisador de posse das informações, buscando a compreensão utilizou-se da inferência (indução a partir dos fatos), buscando o conhecimento produzido pela interpretação das informações nos discursos dos atores envolvidos, focando as representações sociais e acontecimentos ocorridos dentro da rede educacional da Paraíba. Os resultados foram apresentados a seguir e incluiu a transcrição de trechos do próprio discurso dos entrevistados, que permitiu a elaboração da síntese dos resultados e por fim, das conclusões..

(36) 35 4 ANÁLISE DE RESULTADOS Neste capítulo serão apresentados os resultados alcançados com base na interpretação dos dados coletados, por meio do Relatório Parcial do Projeto de Pesquisa sobre Políticas Públicas Educacionais na Paraíba, bem como os dados encontrados nas entrevistas. Com vistas a relacionar os conceitos referentes à rede de política pública educacional e gestão participativa seguindo as dozes perguntas propostas por Ulrich, para assim responder aos objetivos do presente trabalho. 4.1 Mapeamento da rede e principais atores Para a operacionalização dos dois primeiros objetivos específicos desta pesquisa, foi realizada uma análise documental dos seguintes documentos: Plano Nacional de Educação (PNE); Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB); Plano Estadual de Educação da Paraíba (PEE) e o Relatório Parcial do Projeto de Redes de Políticas Públicas (FREIRE; SOUSA, 2014), realizado na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), contemplado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), bem como a análise interpretativa dos discursos dos atores entrevistados. Tendo em vista que o estudo procura por uma resposta em relação à configuração do sistema educacional no Estado da Paraíba, bem como o uso da gestão participativa e redes de políticas no mesmo, iniciou-se então a delimitação dos atores pertencentes à organização em questão. Portanto buscou-se realizar um mapeamento dos principais participantes do sistema, ou seja, quem são os envolvidos em sua construção. Desta forma, foi identificado que os principais atores participantes do sistema, bem como da rede de políticas públicas educacionais do Estado da Paraíba são: Conselho Estadual de Educação (CEE); Secretaria Estadual de Educação; Fórum Estadual de Educação da Paraíba (FEEPB); Conferência Estadual de Educação e a Sociedade Civil. O primeiro ator da rede é o Conselho Estadual de Educação da Paraíba (CEE/PB), foi criado pela Lei nº 2.864, de 06 de junho de 1962 e atualmente é formado por conselheiros, ou seja, representantes da Secretaria de Educação do Estado, bem como representantes do poder público, de instituições educativas, dos sindicatos e associações de profissionais de educação, da sociedade civil/comunitária, e representantes do alunado contemplados pelo sistema.

(37) 36 educacional da Paraíba. De acordo com o Relatório do Projeto PIBIC (FREIRE, SOUSA, 2014), o CEE tem como principal objetivo, incentivar uma maior participação na construção de políticas educacionais, por meio dos seus conselheiros, estimulando os mesmos para formulação do PEE, em consonância com as diretrizes e metas exibidas pelo PNE e pela legislação e política educacional existente. A fala da Diretora entrevistada confirma a importância do mesmo no sistema. E2: “[...] o Conselho Estadual de Educação é um órgão deliberativo do sistema educacional, que está representado a sociedade civil organizada e o setor governamental. Este conselho abrange toda a rede, independente de ser pública ou privada. A privada tem que se submeter também, ela não é autônoma não. Ela tem que se submeter também ao sistema organizativo de ensino [...]”. Outro ator importante no cenário educacional da Paraíba é a Secretaria de Educação do Estado (SEE). De acordo com o próprio governo em seu site, a SEE foi criada pelo Decreto Lei N° 798/1946. Atualmente ela é composta por 12 Gerências Executivas, 8 Sub Gerências, 12 Gerências Operacionais, além de 14 Gerências Regionais de Educação. Possui uma rede de ensino com 803 escolas e 33 creches, cerca de 22 mil professores atendendo a aproximadamente 400 mil alunos. Funciona com dois órgãos vinculados: a Fundação Centro Integrado de Apoio às Pessoas com Deficiência e Fundação Casa do Estudante. Esta SEE tem como desígnio determinar a execução de políticas de governo na educação básica e na educação profissional, visando à melhoria das condições de vida da população. Compete também à SEE adaptar a oferta à demanda por escolaridade básica de forma prioritária e por escolaridade profissional, de acordo com a política governamental, de maneira autônoma ou em cooperação com a União e com os municípios, primando pela qualidade dos resultados. O FEEP também possui uma grande importância dentro da rede educacional, este por sua vez tem a responsabilidade de formular, acompanhar e realizar a avaliação da política educacional da Paraíba, por meio do PEE. O Fórum é formado por todos os órgãos de educação do Estado, desde o CEE/PB até os diretores das escolas contempladas pelo sistema, bem como a sociedade civil afetada pelas políticas educacionais, buscando organizar estratégias de integração dos diversos atores participantes. Outro ator participante da rede de políticas educacionais é a Conferência Estadual de.

(38) 37 Educação, formada por delegados eleitos em todas as instâncias de representação da educação, como ensino superior, educação básica e da sociedade civil, de várias áreas do Estado. Estes por sua vez, possuem o objetivo de planejar, organizar e coordenar a realização bianual da Conferência Estadual. No sistema educacional vigente, tendo o foco na sociedade civil, compreende-se que esta por sua vez tem o objetivo de manter a sua participação na execução das atividades do PNE direta ou indiretamente (BRASIL, 2001). Além do mais, bem como atuar em conselhos desde os conselhos escolares até o CEE. Além disso, a sociedade civil tem por responsabilidade o controle destas atividades e o compartilhamento de informações que podem ocasionar o aperfeiçoamento do sistema e das atuais políticas educacionais existentes. Deste modo, o sistema se delineia desta forma. O ambiente que ele constitui, de acordo com os atores citados e envolvidos no processo, é o de formulação e planejamento de políticas públicas em relação à educação, no âmbito estadual e municipal em consonância com as metas para a educação nacional. Sendo assim, foi delimitado o sistema em relação aos principais atores que influenciam nesta rede. Faz-se necessário uma ressalva explicitando que os atores que delimitam o sistema, foram determinados levando em consideração a documentação verificada e a sua influência no processo de formulação, bem como de gestão participativa na rede de política educacional da PB. 4.2 Respondendo as heurísticas 4.2.1 Motivação Dentro deste primeiro aspecto buscou-se identificar os motivos que o sistema possui para existir, ou seja, a sua razão de ser e para quem ele existe. Seguindo os passos para a identificação da motivação, buscou-se identificar primeiramente quem seria o verdadeiro cliente do sistema. De acordo com Ulrich (2002) apud Garrossini (2010) os clientes são aqueles que demandam necessidades dentro do sistema. E1: “O aluno é o principal beneficiário do sistema. Para que se possam atender as demandas deles, é realizado um melhoramento, principalmente na qualificação dos professores [...]”..

(39) 38 E2: “O verdadeiro cliente do sistema educacional do Estado da Paraíba é a população na faixa etária escolar no ensino básico, onde este compreende o ensino fundamental e o ensino médio [...]”.. Para os entrevistados a população que se encontra na faixa etária escolar do ensino básico é o verdadeiro cliente do sistema educacional em foco, pois é esta organização que idealiza e implementa políticas públicas que devem responder as necessidades dos mesmos, enquanto alunos e cidadãos. Estas políticas devem responder aos anseios e necessidades do alunado, de forma que as suas diferenças sejam todas contempladas. Xavier (1996) enfatiza que os serviços educacionais devem atender as necessidades dos seus antigos usuários, atuais clientes, por meio de uma precisa conformidade de especificações definidas com respaldo em estudos sobre a satisfação de professores, alunos, pais e sociedade como todo. Desta forma, é compreendido que um sistema educacional só começa a alcançar o seu objetivo a partir do momento que consegue atender as necessidades dos seus clientes. Seguindo esta linha de pensamento, outro ponto considerado chave para um alcance maior no aspecto motivacional do sistema, de acordo com Ulrich (2002) apud Garrossini (2010) é o propósito do mesmo, ou seja, para que este sistema foi criado. Diante das entrevistas realizadas identificou-se que ocorreu uma contradição a respeito do propósito do sistema educacional, pois nas duas entrevistas este foi expresso de forma diferente. E2: “[...] todo sistema de ensino tem por objetivo proporcionar a aprendizagem e a formação cidadã, acontecendo da mesma forma no sistema em foco [...]”. E1: “[...] este sistema possui como finalidade a formação integral e a profissionalização dos professores [...]”.. Diferentemente da Diretora, o Gerente aborda como propósito da rede estudada, a formação do aluno por tempo integral e uma melhor qualificação ou profissionalização dos professores. Desta forma, é nítido que os discursos apontam para a formação e construção de uma melhor sociedade, porém em termos de objetivação, a rede não possui claramente o conceito de propósito formado. A LDB deixa claro que os sistemas possuem muito mais propósitos do que os entrevistados abordaram. Os Estados e os seus sistemas educacionais são incumbidos de organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais; realizar a definição, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, bem como devem assegurar a distribuição.

Referências

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