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O território das Missões ontem e hoje: desenvolvimento dinâmico e populacional na região Noroeste do RS

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Academic year: 2021

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Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul- UNIJUÍ

Letícia Vitória Barbosa

O TERRITORIO DAS MISSÕES ONTEM E HOJE: DESENVOLVIMENTO DINÂMICO E POPULAIONAL NA REGIÃO NOROESTE DO RS

Ijuí, Rio Grande do Sul, Janeiro/2018.

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O TERRITORIO DAS MISSÕES ONTEM E HOJE: DESENVOLVIMENTO DINÂMICO E POPULAIONAL NA REGIÃO NOROESTE DO RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de História da UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obtenção do Título de Licenciada em História

Orientador: Prof. Célia Clarice Atkinson

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Lista de ilustrações

Tabela 1- Habitantes de São Miguel das Missões...22

Tabela 2- Economia de São Miguel das Missões...22

Tabela 3- Área plantada em São Miguel...23

Tabela 4- Habitantes de Entre-Ijuís...24

Tabela 5- Economia de Entre-Ijuís...24

Tabela 6- Área plantada em Entre-Íjuis...25

Tabela 7- Habitantes de São Luiz Gonzaga...26

Tabela 8- Economia de São Luiz Gonzaga...26

Tabela 9- Área plantada em São Luiz Gonzaga...27

Tabela 10- Habitantes de São Nicolau...28

Tabela 11- Economia de São Nicolau...28

Tabela 12- Área plantada em São Nicolau...29

Tabela 13- Habitantes de Santo Ângelo...30

Tabela 14 Economia de Santo Ângelo...30

Tabela 15- Área plantada em Santo Ângelo...31

Tabela 16- Habitantes de São Borja...32

Tabela 17- Economia de São Borja...33

Tabela 18- Área plantada em São Borja...33

Tabela 19- Municípios com maior população indígena no país...35

Figura 01- Mapa dos sete povos das missões 1682-1801...20

Figura 02- Mapa região das missões...20

Figura 03- Mapa de São Miguel das Missões...21

Figura 04- Mapa do Rio Grande do Sul, destacando São Miguel das Missões..21

Figura 05- Ruínas de São Miguel...21

Figura 06- Santuário do Caaró...21

Figura 07- Mapa de Entre-Ijuís...23

Figura 08- Mapa do Rio Grande do Sul, destacando Entre-Ijuís...23

Figura 09- Mapa de São Luiz Gonzaga...25

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Figura 11- Mapa de São Nicolau...27

Figura 12- Mapa do Rio Grande do Sul, destacando São Nicolau...27

Figura 13- Mapa de Santo Ângelo...29

Figura 14- Mapa do Rio Grande do Sul, destacando Santo Ângelo...29

Figura 15- Mapa de São Borja...32

Figura 16- Mapa do Rio Grande do Sul, destacando São Borja...32

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Resumo

O presente trabalho de Conclusão de Curso aborda aspectos gerais sobre as antigas Reduções Jesuíticas e as transformações que ocorreram na respectiva área, considerando o extermínio dos Sete Povos na Guerra Guaranítica e posteriormente a criação e constituição dos atuais municípios que compõem a divisão política local, no contexto da colonização do RS, a partir de dados e informações sobre população e economia que caracteriza, de grosso modo, as regiões Noroeste, Centro Oriental e Centro Ocidental Rio-grandenses, na divisão das mesorregiões do Estado.

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SUMÁRIO

Considerações Gerais sobre os Sete Povos das Missões...7

O Território das Missões após as reduções jesuíticas...17

São Miguel Arcanjo...20

São João Batista...22

São Luiz Gonzaga...24

São Lourenço Mártir...24

São Nicolau...26

Santo Ângelo Custódio...28

São Francisco de Borja...30

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Introdução

A história vivida pelos Sete Povos das Missões após sua destruição ficou esquecida e só muito recentemente o seu resgate vem tendo importância na reconstrução do legado que nos deixaram os índios guaranis sob a tutela jesuítica, bem como os índios que aqui viviam livremente. Essa história tem sua saga marcada na resistência e na luta pela terra, como assim foi e ainda é, em todo o território brasileiro.

Retomar algumas considerações sobre nosso patrimônio cultural deixado pelos indígenas, primeiros habitantes dessas terras (muito antes das reduções jesuíticas) marcando o processo inicial de ocupação do RS e as transformações ocorridas pelas disputas do território, aliado posteriormente a colonização promovida a partir do século XIX, é considerar de fato como nos constituímos nesse pedaço de chão e marcar a importância da nossa matriz cultural.

Na primeira parte do trabalho resgatamos um pouco da história dos Sete Povos das Missões no RS, considerando que a existência desses povos no território gaúcho e brasileiros é muito anterior as reduções jesuíticas.

Na segunda parte relacionamos as reduções jesuíticas, que viviam numa área sem demarcações rígidas, com a atual divisão político administrativa, a partir dos municípios que hoje compõe o que nos tempos do Brasil Colônia eram possessões espanholas e foram incorporadas por Portugal, ampliando a nossa configuração territorial que também se inscreve nessa história.

Por último, mas não conclusivo, retoma-se alguns aspectos relevantes para o pensar histórico da vivência dos Sete Povos das Missões.

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Considerações Gerais sobre os Sete Povos das Missões

Os Sete Povos das Missões, foram aldeamentos indígenas fundados pelos jesuítas, com intuito de catequizar os índios guaranis, organizados em reduções, as quais eram muito bem desenvolvidas, de modo a dar inveja a outras grandes cidades. Os jesuítas foram encaminhados à América devido o momento que estava sendo vivido na Europa, estava acontecendo o crescimento da igreja evangélica, foi realizado então o movimento da contrarreforma que era organizados pelos padres para garantir o seguimento à igreja católica, são feitas diversas ordens religiosas com intuito de propagar a igreja católica, desse modo que os jesuítas são enviados às terras das missões de modo a promulgar o catolicismo, pois como na Europa já estava sendo substituído, nada melhor que recomeça-lo no Novo Mundo.

O modo como viviam os índios guaranis nas reduções era uma utopia para centros e cidades maiores, esse excelente desenvolvimento causou vários problemas aos índios e jesuítas, até então as reduções pertenciam à Espanha, mas Portugal tinha interesse em obter aquela região, dado o movimento dos bandeirantes também nessa área, o que levou ao Tratado de Madrid, o qual fazia com que as reduções pertencessem à Portugal, com isso os indígenas deveriam abandonar as reduções e procurar outro lugar para viver, porém eles se opuseram a isso, ocorrendo assim a Guerra Guaranítica, onde os indígenas lutaram contra o poder português e militares espanhóis, vindo a sucumbir ao grande poder que os opositores tinham, e cumpre-se então o Tratado de Madrid.

Muitos anos se passaram após a época das reduções, porém as cidades que cedilhavam essas trazem diversas marcas desse período, carregam consigo as marcas de um povo que padeceu por suas terras. Mas como estão desenvolvidas essas cidades? No que se baseia a sua economia? Possuem ainda habitantes guaranis?

A maioria das cidades-sedes de reduções se desenvolveu bem, eram grandes produtores agrícolas, sendo que a maioria dos produtos cultivados compunham a cultura guaranítica de subsistência.

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A habitação das cidades aumentou, porém desses habitantes muito poucos são guaranis, alguns são descendentes, mas que vivem como índios há poucos, pois com o fim das reduções o povo guarani que não foi morto na Guerra Guaranítica migrou para outros lugares, segundo as ideias de Mário Simon.

“Não dá para se afirmar que o ano de 1828 marcou a extinção definitiva dos Sete Povos. Talvez dizer que os sete povoados foram abandonados pelos seus habitantes que optaram por uma migração voluntária rumo a algum lugar onde poderiam, quem sabe, restabelecer o antigo regime comunitário experimentado com os jesuítas.”

Seguindo a ideias de José Roberto de Oliveira, podemos concluir que, há mais de 2.000 anos os indígenas ocupavam o território das missões no Rio Grande do Sul, sendo que havia várias etnias indígenas, tais como: Kaingans, Charruas, Minuanos, Guenoas, entre outras, os guaranis vieram da Mongólia, passando pelas ilhas do Japão e após pelo conjunto de ilhas da Polinésia, navegaram pelas correntes quentes do Pacífico chegando à América na altura do Peru, subiram os Andes e desceram pelas nascentes do Rio Madeira, contavam com cerca de um milhão e meio de indígenas, tinham o hábito de pescar. Inicialmente o território que os índios guaranis ocuparam era habitado por outros povos indígenas, após a descoberta das novas terras que até então eram habitadas somente por indígenas, surge a Companhia de Jesus, que era composta por jesuítas com intuito de cristianizar os indígenas, essas novas terras após a descoberta pertenciam à Espanha que tinha a ideia de que todos os povos deveriam tornar-se cristão, para cumprir com o projeto os jesuítas agiram muito rápido criando colégios e igrejas por toda a parte, fundaram também povos missioneiros que eram organizados em missões volantes, até então os indígenas eram usados como escravos, os jesuítas se impõem a isso o que gera uma certa discórdia dos colonos frente aos jesuítas, as primeiras missões criadas foram no Paraguai, a ideia dos jesuítas não era de impor a sua cultura aos indígenas de modo que esses esquecessem as suas raízes, mas observar as leis, missas, orações, súplicas, jejuns, vigias, penitencias, lições, exames e demais exercícios das missões, deviam os jesuítas respeitar as crenças indígenas de modo que podiam acrescentar o que fosse permitido.

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“Os oito primeiros jesuítas saíram de Sanlucar de Barrameda em novembro de 1567 e chegaram a Callao (Lima, Peru) em abril de 1568, via Panamá. Em 1576, se instalam em Juli, nas margens do Lago Titicaca, onde fundaram um povo missioneiro e uma escola modelo, centro de adestramento para os missioneiros que chegavam da Espanha... Em 1585, desde Lima (Peru) foram enviados à Santiago Del Estero, passando pouco tempo depois a Tucumám e Códoba e logo a Asunción, onde realizam um trabalho de catequese em terra de índios e em missões volantes que não consideravam adequadas... Em 1604, criam a Província Jesuítica do Paraguai, que se desliga do Peru” (PALÁCIOS,1991...)

Com o abandono da ideia de missões volante surgem as Províncias jesuíticas, as quais eram conhecidas como Reduções, essas, segundo Meliá (1997)

“Eram outro tipo de estrutura colonial revista para os índios no quais congregavam de fato vários cacicados. O novo espaço colonial urbanizado a modo dos povos de espanhóis, porém sem espanhóis morando neles, devia facilitar a instrução religiosa, a vida “política e humana” e a agricultura. Os missioneiros eram de fato os representantes da administração colonial, sendo os principais responsáveis da programação da vida cristã e política. As reduções dos missioneiros franciscanos se desenvolveram na prática dentro do colonialismo com o que sempre tiveram estreito relacionamento, porém as reduções dos jesuítas lograram desenvolver uma certa autonomia, evitando a submissão aos “encomendeiros” e até a entrada de espanhóis no territórios dos povos guaranis.” (p. 242).

As primeiras fundações acontecem no Paraguai, as seguintes denominações: São Inácio Guaçu (1609); Nossa Senhora de Loreto (1610); São José (1625); São Francisco Xavier (1622); São Miguel (1627); São Paulo (1627); Santo Antônio (1627); Jesus Maria (1629); Santo Tomás (1628); Sete Aracanjos (1627); Concepción (1627); São Pedro (1627); Santa Maria Maior (1626); Natibidad do Acaray (1622).

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Na região do Tape que hoje está localizado o estado do Rio Grande do Sul, teve as seguintes fundações: São Nicolau (1626); São Francisco Xavier (1626); Nossa Senhora Candelária do Ibicuí (1627); Assunção do Ijuí (1628); Nossa Senhora Candelária do Piratini ou Caçapaa-mini (1628); Apóstolo (1631); São Carlos (1631); São Tomé (1632); São José (1632); Natividade (1632); São Cosme e Damião (1632); Jesus Maria (1632); Sant’Ana (1632); São Miguel Arcanjo (1632); São Cristóvão (1634); São Joaquim (1634); Santa Tereza (1634); (José Roberto de Oliveira, Pedido de Perdão triunfo da humanidade, pg 58 ano 2011)

Mélia (1997) escreve que:

“As reduções de guaranis são talvez um projeto mais anticoloniais dentro da Colônia, uma espécie de intento em que alguns homens – os missioneiros – creram ingenuamente poder superar e safar-se do sistema colonial; estavam dentro da colônia e contra os colonos”

Com a citação do livro de Mélia pode-se entender por que os colonos da região se puseram contra as ideias jesuíticas, pois até então os indígenas eram escravizados e a partir da chegada dos jesuítas e com a criação das missões os indígenas passaram a ser atendidos com educação e tinham nas reduções as suas terras para plantar deixando de trabalhar para os colonos.

A respeito do conforto nas reduções guaraníticas, e organização da mesma, o padre Arnaldo Bruxel, diz no livro “Os Trinta Povos Guaranis” – 1987

“Para os tempos atuais, as Reduções podem apresentar muita carência de conforto e bem-estar. Situadas em seu tempo, elas se avantajavam em muito às cidades circunvizinhas. Excetuadas Buenos Aires e Córboda, as cidades dos espanhóis eram bem indigentes e atrasadas. Em meados do século 18, segundo testemunhas oculares, Assunção. Corrientes e Santa Fé, entre outras, eram em grande parte, aglomerados de casebres pobres, com paredes de taipa e cobertura de palha, enquanto as Reduções tinham casas sólidas, cobertas de telhas. A praça central com 150 metros de lado, e as ruas retas espremidas, retorcidas e intransitáveis das cidades dos espanhóis. As vias de comunicação entre as Reduções contavam com as necessárias pontes ou canos com serviço de travessia gratuito (também para os espanhóis) bem como pousadas, com hospedagem igualmente gratuita. Fora das Reduções, as viagens eram mais demoradas e

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molestas, por falta de pontes e de albergues. O viajante, se não levava consigo sua tenda dormia ao relento”. (BRUXEL, 1978, p.51)

Esse trecho é uma demonstração do quão evoluída eram as reduções, pois contavam com um conforto superior a de outras cidades bem renomadas, até mesmo europeias. Mas devido a esse grande sucesso das reduções elas atraíram diversos olhares externos.

As atividades econômicas dos indígenas se resumiam a agricultura, pecuária, extração da erva-mate, tecelagem, fabricação de instrumentos de trabalho a erva-mate e o couro eram exportados para Buenos Aires, mas os outros produtos quando havia excedentes eram trocados entre as reduções, eles produziam para a sua sobrevivência, para os jesuítas as riquezas não faziam parte de seus conceitos religiosos, a riqueza era se bem estivesse o serviço da cristianização dos povos. Se destacavam na arte da escultura, porém há poucas amostras desse trabalho, a grande maioria foi roubada ou destruída.

O Brasil estava se formando com as fazendas de cana-de-açúcar, tabaco e vinhedos e necessitava então de mão-de-obra. Os bandeirantes eram tropas escravistas dos portugueses de São Paulo, que invadiram algumas reduções, os índios eram capturados para serem vendidos como escravos, a destruição seguia e os jesuítas se viam perdidos, então fugiram com os índios, mas a caça aos índios continuava, os indígenas então convenceram os jesuítas que podiam lutar contra os bandeirantes, desde que tivessem armamentos, sem ver outra alternativa os jesuítas concordaram, um dos padre foi a Madri para pedir a permissão dos indígenas usarem armas, a qual foi concedida.

Em 1641 acontece então a batalha de M’Bororé nas margens do Rio Uruguai, onde os indígenas faziam grande armadilhas para os bandeirantes, os quais foram derrotados ao fim da batalha.

Ocorre então a fundação das reduções do Tape, região hoje do Rio Grande do Sul, que seguindo as ideias de José Roberto de Oliveira, se organizaram da seguinte forma:

São Francisco de Borja- foi fundado em 1682 pelo Padre Francisco Garcia de Prada, essa redução se desmembrou da Redução de São Tomé que se localizava no outro lado do Rio Uruguai, era formada por guaranis e índios

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charruas, praticavam a pecuária, contava com vários habitantes, no ano de 1732 tinha quase 4.000 habitantes. Houve muitas batalhas nessa redução contra outros povos indígenas assim como contra portugueses da Colônia de Sacramento.

São Borja assim como as demais reduções chamava atenção pela sua bela igreja que teve a colaboração de José Brazanelli que era conhecido como “Miguelangelo das Missões”.

São Nicolau- transmigrou no ano de 1687 do outro lado do rio Uruguai, havia sido fundada em 1625, pelo Padre Roque Gonzales, e expulsa em conjunto com outras dezessete reduções do primeiro ciclo, a história dessa redução conta com algumas desgraças, uma delas foi um furacão que atingiu a redução em 1688 destruindo praticamente toda a igreja, assim como as casas e plantações, teve também morte de animais e habitantes, foi organizada então a reconstrução dessa redução após estar tudo praticamente pronto, um grande incêndio atingiu a redução destruindo toda a aldeia. São Nicolau contava com um excelente grupo de artistas, nessa redução a arte e a religião foram bem desenvolvidas, teve um grande número de habitantes chegando a cerca de 8.000 pessoas, a redução participou ativamente da Guerra Guaranítica, dela que surge a primeira revolta contra o Tratado de Madrid.

São Luiz Gonzaga- fundado em 1687 pelo Padre Miguel Fernandez, tem sua origem na migração do povo da redução de Conceição. É o local do nascimento de Sepé Tiaraju, chegou a contar com cerca de 6.200 habitantes, a igreja dessa redução não foi concluída, porém a escola, casa e demais construções das reduções estavam em perfeitas condições. Em São Luiz Gonzaga havia o Colégio dos Padres que era muito famoso, por ser o maior e mais rico das missões orientais, porém esse é derrubado e no seu lugar feito uma rua. Em 1820 São Luiz passa a sofrer com o despovoamento, pois a varíola havia atingido a redução levando muitos habitantes a óbito.

São Miguel Aracanjo- transmigrou em 1687, foi fundada na primeira fase pelo Padre Cristóvão de Mendoza em 1632, essa redução se distinguiu frente as outras pelos aspectos de administração e pelo grande arquiteto Jean Batista Primolli que fazia grande obras nessa redução, sua população chegou a cerca

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de 4.000 habitantes. Teve alguns desastres nessa redução como um vendaval que a atingiu em 1642 destruindo tudo o que havia sido construído assim como a igreja, nessa época a igreja se localizava em território argentino, mas em 1687 retornou para o território rio-grandense, onde localiza-se hoje, em 1700 constroem então a primeira igreja, essa perdura até 1708 após vem a ruir, a partir de 1830 constrói-se então a igreja que passa por diversas transformações, sendo hoje reconhecida como patrimônio nacional.

São Lorenço Martir- fundado em 1697 pelo Padre Bernardo de La Vega, da divisão da redução de Santa Maria Maior, contava com um grande exemplar artístico, a igreja dessa redução sofreu um grande incêndio, porém muitos artefatos que nela se encontravam foram salvos e se encontram em museus da região.

São João Batista- fundado em 1697 pelo Padre Antonio Sepp, desmembrada da redução de São Miguel, pois essa estava lotada não havia mais lugar para tantas pessoas morarem nem maneira de instruir tanta gente, em 1708 inicia a construção da igreja, essa redução fabricou muitos instrumentos tais como órgãos, cítaras, clavicórdios, saltérios, fagotes, flautas, tiorbas e cornetas, a população de São João atingiu cerca de 5.200 pessoas, a redução de São João sofreu um grande incêndio e ficou em ruinas.

Santo Ângelo Custódio- fundado em 1706, essa redução difere-se das outras, pois está voltada para o sul enquanto todas as outras encontravam-se voltadas ao norte, quando o Padre Diogo chega a essa redução encontra um palco de miséria, é construída a redução, porém após alguns anos são aconselhados a abandonarem a redução de Santo Ângelo, e somente em 1857 foi criada a freguesia de Santo Ângelo, porém não havia restado igreja nem habitações, deveriam começar tudo do zero, a nova igreja é reconstruída no mesmo lugar da antiga, o povo de Santo Ângelo prosperou muito tornando-se o mais rico dos Sete Povos, com a Guerra Guaranítica esse povo também veio ao chão, é uma das reduções que tem menos vestígios do período missioneiro, pois em 2006 foi feita uma nova igreja em cima da antiga procurando seguir os mesmos moldes.

Em 1700 os tratados que traçavam as divisas na América entre Portugal e Espanha estavam em aberto. O Tratado de Utrecht de 1715, não fixara os limites

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fronteiriços desses países, a linha de Tordesilhas não estava servindo para demarcar as divisas, em 1748, as duas coroas começam a pensar em um novo tratado. Surge então o Tratado de Madrid de 1750, firmado durante o reino de Felipe VI, onde fica determinado a expulsão de 30.000 guaranis dos Sete Povos Missioneiros do território espanhol.

Alexandre de Gusmão articulador do tratado aceita a troca da Colônia do Sacramento (pertencente a Portugal) pelos Sete povos (pertencentes a Espanha), como já imaginavam a reação dos indígenas propuseram que os índios e animais poderiam ser levados para fundarem as reduções em outras terras, isso é imposto no Artigo 16, onde diz: “Quanto aos burgos e aldeias que sua Majestade Católica cede na margem oriental do Rio Uruguai, os missionários abandoná-los-ão com seus móveis e bagagens, levando consigo os índios para que se estabeleçam em outras terras pertencentes à Espanha. Os ditos índios poderão igualmente levar seus bens, móveis e gados, as armas, pólvoras e munições que possuam. Os burgos e aldeias serão entregues na forma prescrita à Coroa de Portugal, com todas as suas casas e edifícios, e a propriedade imóvel do terreno.”

A Espanha não queria perder os indígenas, pois temia que fossem usados contra eles mesmos, os índios eram vistos como um escudo espanhol, pois eram convocados a defender o interesse da Coroa, a Espanha só não sabia o quão valor possuía as terras que estava abrindo mão, isso pode-se perceber com o que nos diz Moacyr Flores (1997)

“A Coroa de Espanha desconhecia o território que estava entregando a Portugal, tanto é que o secretário do Conselho Ultramarino, Alexandre de Gusmão suplicou ao embaixador de Portugal que assinasse logo o tratado antes que “os espanhóis descubram o tanto que estamos levando”. (p. 74).

Os guaranis se impuseram contra o tratado, os jesuítas estavam em uma grande armadilha, pois se apoiassem os guaranis seriam considerados rebeldes, se não apoiassem perderiam a confiança dos indígenas, várias tentativas de contatos foram feitas por comissários espanhóis para com os indígenas, porém foram em vão, tentam contato com a redução de São Miguel, porém são sempre

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expulsos, Sepé que era o líder indígena dessa redução e manda uma carta ao Governador de Buenos Aires, na qual, conforme Lugon (1768) dizia:

“Como poderá a vontade de Deus ser que vós tomeis e arruineis tudo o que nos pertence? Aquilo que possuímos é exclusivamente fruto de nossas fadigas, e o nosso rei não nos deu coisa alguma... Não somos apenas sete povos da margem esquerda, mas doze outras reduções então decididas a sacrificarem-se conosco desde que tenteis apoderar-vos de nossas terras. Senhor Governador, se não quereis ouvir as nossas razões, entregar-nos-emos as mãos de Deus... Devemos enviar nossas cartas a todos os países, a fim de que os infiéis fiquem ao corrente da nossa triste situação. De resto estão muito inquietos com vossas diligências.” (1768p. 290).

Mesmo com o apelo dos indígenas as tropas espanholas e portuguesas passaram a atacar avançando em direções opostas, os índios notaram as ações dos portugueses na fronteira e começaram a atacar, bloqueando os portugueses, foi feita então uma pausa, a qual serviu para que os guaranis conseguissem melhorar seus armamentos, os jesuítas tentaram de todas as formas anular o tratado, porém os portugueses queriam a execução do mesmo. A luta prossegue, em 1756 é morto Sepé Tiaraju, ferido com uma lança por um peão português, após Joaquim Viana (espanhol) deu-lhe um tiro com sua pistola, o corpo de Sepé foi queimado com pólvora enterraram-no com os sagrados cânticos e hinos que usavam nas igrejas, em uma selva vizinha, em lugar incerto, fato que o deixa como uma figura mítica, os índios, com a morte do capitão desanimaram-se, pois nele tinham toda a esperança de poder ter suas terras salvas. Larguia (2000) de seu livro escreve que:

“A memória de Sepé Tiaraju está viva ainda hoje na região. A tradição há concentrado em sua figura o sentimento de independência e de pátria, que os rio-grandenses mantêm muito vivo, com as aspirações de autonomia que parecem que nunca se vão extinguir.” (2000p. 45).

Três dias após a morte de Sepé, Nicolau Languiru, corregedor de Conceição, comandou o Exército Guarani no combate mais desastroso de todos a Batalha de Caiboaté, onde morreram cerca de 1500 índios, os guaranis não tendo mais força decompõem-se. Os indígenas ainda suportaram algum tempo, mas no dia 16 de maio os invasores entram em São Miguel, após a retirada

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desse povo, as forças tomaram a redução de São Lourenço, São João e Santo Ângelo, em São Nicolau as forças chegaram e encontraram alguns índios à lutar, mas foram todos expulsos.

Sobre a tomada das reduções Lugon (1997), escreve:

“Logo que os dignos sucessores, os colonos-soldados espanhóis e portugueses, invadiram as reduções do Uruguai, em consequência do Tratado de Limite, e penetraram na primeira igreja guarani, o desprezo foi menos fácil. Tão supersticiosos quanto crentes, apesar de sua rudeza e paixões, esses cristãos pérfidos que assaltam um pacífica republica cristã, sentiram seu orgulho abalado. Os grandes afrescos murais, representado com força a morte, o juízo final, o Céu e o Inferno, colocaram-nos subitamente em presença de seus derradeiros dias e fizeram reviver neles os sermões mais aterradores ouvidos em sua infância. Do alto do púlpito, os quatro evangelistas e os quatro doutores da Igreja pareciam interpretá-los. De todos os lados, santos que eles conheciam, mais de uma vez invocados em preces ou juras, olhavam-nos com olhos ardentes de vida, onde eles liam as reprovações e o “anúncio” do castigo. Tudo lhes falava e os impressionava: os grandes confessionários de cedro, também rematados por estátuas, as pias batismais, a majestade deslumbrante e a profusão de vida e riqueza dos altares. A nobreza, a grandeza, a pureza e a doçura cercavam-nos, envolviam-nos inteiramente. Esses antigos cristãos da velha Espanha católica sentiram-se dominados, que, ao violarem um lugar sagrado, descobrissem um mundo superior. Os melhores sentiram-se humilhados e envergonhados, de armas nas mãos.” (1997 p. 151 – 152).

Após a tomada dos Sete Povos das Missões cerca de 3000 índios foram levados pelo General Gomes Freire para formar as cidades de Gravataí, Cachoeira do Sul. Em 1759 Carlos III começou a governar e anulou a Tratado de Madri, fazendo com que as terras fossem devolvidas as índios, os índios e jesuítas voltaram reconstruindo tudo o que era seu por direito, tudo ocorria muito bem, as hortas estavam sendo plantadas, os corais ensaiados novamente, até que em 1768 o rei da Espanha ordena a expulsão do jesuítas.

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A expulsão dos jesuítas teve para a Espanha desastrosas consequências... Pior, todavia foi a perda de instituições de ensino de que a Espanha não tinha em sobra. Porém as consequências foram piores nas índias. As missões do Paraguai caíram por menos que destruídas, com grande prejuízo e sofrimento dos naturais, ante a invasão de uma verdadeira horda de funcionários havidos e sem escrúpulos. Perderem-se, todavia, mais instituições de ensino que na Espanha e mais necessárias...” (1991p. 382).

A expulsão dos jesuítas pós fim aos 30 Povos das Missões, logo quando os jesuítas foram expulsos tentaram seguir o mesmo governo, fizeram grandes projetos para a governança dos 30 Povos, porém esse projeto fico só no papel, pois as reduções foram diminuindo, assim como os indígenas, que foram desparecendo devido à grande exploração que sofriam pelos novos governantes, Lugon (1768) fala dos dias finais das reduções:

“Adivinha-se facilmente que a decadência social e econômica

provocada pela exploração colonial, a partir de 1768, foi acompanhada de uma decadência paralela da vida religiosa. Desde o primeiro dia, as dimensões entre os religiosos, sucessores dos jesuítas-franciscanos, dominicano e padres da Misericórdia- tinham produzido o mais desagradável efeito sobre a consciência guarani. Os primeiros sucessores dos jesuítas não conheciam, em geral a Língua Guarani. Sua preparação era de todos os pontos vista insuficiente. As circunstâncias de sua chegada não contribuíram para torna-los simpáticos.”(1768p.317).

Durante os anos de 1768 e 1801 ocorreu a ocupação espanhola das reduções, em 1801 Carlos IV declarou guerra a Portugal, essa guerra foi curta, porém teve grandes consequências aos Sete Povos das Missões, pois estavam fazendo agora as demarcações do Tratado de Idelfonso, o qual foi interrompido pela guerra, os portugueses do Brasil não perderam a oportunidade de avançar sobre o território missioneiro e atingir o seu grande sonho de fazer a divisa ser de onde sempre quiseram: a divisa natural do rio Uruguai.

2. O Território das Missões após as reduções jesuíticas

Ainda hoje no Rio Grande do Sul, há habitantes do povo guarani que carregam aspectos característicos de seus povos passados tais como: herança genética, culinária, gastronomia, língua, modo de ser, artesanato guarani, meios

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de comunicação (caminhos), misticismo, assim como há rastros das reduções. Com o fim das reduções se inicia um novo ciclo na história do Rio Grande do Sul, é onde ocorre a imigração europeia, e se forma definitivamente a cultura gaúcha é onde nasce as culturas muitos costumes que são seguidos até hoje.

No processo de colonização do RS, iniciado com a imigração alemã em 1824, nas colônias velhas, e pelo uso intensivo das terras para a produção agrícola, avança rapidamente o processo de ocupação da região da mata pela política de colonização particular ou do Estado, dando origem as chamadas colônias novas, a partir, principalmente, do final do século 19. Alemães, italianos e imigrantes de outras procedências da Europa, ou vindos das colônias velhas, vão adentrando a mata em busca de novas terras para produção de subsistência das famílias dos colonos destinados para essa área, na política de ocupação do Estado enquanto na região de campo mantém-se os fazendeiros ocupantes das sesmarias.

Os imigrantes que se dirigiram para o Rio Grande do Sul foram atraídos por uma política governamental que pretendia, fixando-os à terra, formar colônias que produzissem alimentos necessários ao consumo interno. Estas colônias localizaram- se próximas de um centro urbano, mas suficientemente distantes das áreas da grande propriedade, de modo a não apresentar uma ameaça à sua hegemonia política e econômica. Recebiam terras do governo imperial, as quais exploravam de modo independente, dedicando-se primeiramente à agricultura e à suinocultura. (DACANAL,1992, p. 21).

Aliado ao processo migratório europeu e posteriormente, a migração interna de seus descentes, a pequena propriedade agrícola ou colônia promoveu um desenvolvimento diferenciado da pecuária rio-grandense.

Se consideramos a formação dos sete povos das missões, com a estruturação de uma nova organização agrária desenvolvida de forma comunitária pelos índios sob a guarda dos jesuítas espanhóis e posteriormente sua destruição, podemos observar grande diferenças, pois as novas comunidades produziam cada um para si, não tendo hortas comunitárias como era organizado o povo indígena, o que os novos habitantes praticavam eram as trocas de alimentos, um fornecia um pouco de feijão e em troca, por exemplo, ganhava um pouco de soja.

(21)

A destruição das missões e o processo de ocupação pelos imigrantes europeus fez com que os indígenas fossem sendo cada vez mais excluídos dessa região.

O território que abrangia as missões jesuíticas era bem vasto, porém com o passar dos anos a região das missões foi diminuindo devido à grande exploração sofrida por essa região e também pelo grande abandono dessas cidades, que após o termino das missões jesuíticas ficaram um tempo sem muitos habitantes. Nessa região fazem parte hoje 26 municípios, Bossoroca, Caibaté, Cerro Largo, Dezesseis de Novembro, Entre-Íjuis, Eugênio de Castro, Garruchos, Girá, Guarani das Missões, Mato Queimado, Pirapó, Porto Xavier, Rolador, Roque Gonzales, Salvador das Missões, Santo Ângelo, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, São Nicolau, São Paulo das Missões, São Pedro do Butiá, Sete de Setembro, Ubiretama, Vitória das Missões.

Nos mapas abaixo podemos ver a diferença territorial das missões na época das reduções e hoje.

Figura 1 Mapa dos sete povos das missões (1682-1801)

Figura 2 Mapa da região das missões

Assim como a região diminuiu muito desde a época das missões, as cidades que possuíram reduções guaraníticas também sofreram diversas mudanças, tanto sociais, territoriais e econômicas. Mesmo assim, muitas dessas cidades ainda carregam grandes marcas do período reducional, e são atrativos turísticos.

(22)

2.1 São Miguel Arcanjo

Figura 3 Mapa de São Miguel das Missões-

Fonte: Reprodução da internet

Figura 4 Mapa do RS destacando São Miguel das Missões-

Fonte: Reprodução da internet

São Miguel das Missões- localiza-se a cerca de 500 Km do Porto de Alegrete, possui o sítio arqueológico mais representativo das missões, reconhecido como Patrimônio Nacional Brasileiro e Patrimônio Histórico Cultural da Humanidade, pela Unesco, a cidade surgiu em 1926, mas a emancipação ocorreu em 1988, outro ponto histórico é o Caaró onde ocorrei a morte de três padres missioneiros.

Esses pontos históricos são demonstrados nas figuras abaixo:

Figura 5 Ruínas de São Miguel-

Fonte: Reprodução da internet

Figura 6- Santuário do Caaro

Fonte: Reprodução da internet

Hoje São Miguel é uma cidade que evoluiu muito com o passar dos anos devido à grande procura turística da cidade.

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Entre os principais eventos da cidade destacam-se: o Rodeio Crioulo, Semana Missioneira e Semana do Município. Possui aproximadamente 7.600 habitantes, os quais são distribuídos entre zona rural e urbana.

Tabela 1- Habitantes de São Miguel das Missões-

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br

Sua economia baseia-se na agricultura (plantações de arroz, soja, trigo, milho, pecuária, ovinos, equinos, bovinos e suínos), comércio, turismo. O mais importante recurso econômico é a agricultura, pois é nela que gira cerca de 62% da economia do município.

Tabela 2 Economia de São Miguel das Missões-

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br

O município possui cerca de 1.229,620 Km², sendo que mais da metade dessa área é responsável pelas plantações agrícolas, o produto agrícola mais

0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 1642 1687 1991 2000 2010 2017

Habitantes de São Miguel das Missões

Total Homens Mulheres

62% 5%

33%

Economia

(24)

produzido é a soja, em segundo ligar vem trigo, em terceiro o milho, em quarto a mandioca e em último o arroz.

Tabela 3- Área plantada em São Miguel das Missões

Fonte: -https://cidades.ibge.gov.br

2.2 São João Batista

Figura 7- Mapa de Entre-Íjuis

Fonte: Reprodução da internet

Figura 8- Mapa do RS destacando Entre-íjuis

Fonte: Reprodução da internet

0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000 1990 2000 2010 2015

Área plantada

(25)

As imagens acima demonstram a localização do município de Entre-Ijuís, onde estava localizada a redução de São João Batista, no pórtico de entrada da cidade pode-se encontrar uma série de peças do período das reduções obtidas por trabalhos de arqueólogos, no sítio arqueológico pode-se encontrar uma grande praça, e nos fundos da igreja pode-se encontrar a pedra cupim, que foi usada para fundir o ferro.

A cidade foi criada em 1989 possui cerca de 8.938 habitantes, sendo que esse número vem sofrendo alterações com o passar dos anos.

Tabela 4- Habitantes de Entre-íjuis

Fonte: -https://cidades.ibge.gov.br

A economia baseia-se quase que exclusivamente da agricultura, cerca 46% é superada apenas pela área de serviços a qual possui cerca de 48%.

Tabela 5- Economia de Entre-Íjuis

Fonte: -https://cidades.ibge.gov.br 0 5.000 10.000 15.000 1733 1991 1996 2000 2007 2010 2017

Habitantes de Entre-ijuís

Total Homens Mulheres

46%

6% 48%

Economia

(26)

Possui cerca de 552,623 Km², sendo que uma dessas partes é

destinada à agricultura na plantação e diversos produtos agrícolas, o produto mais cultivado é a soja, em segundo lugar está o milho, após vem o trigo, mandioca e arroz.

Tabela 6 Área plantada em Entre-Íjuis

Fonte: -https://cidades.ibge.gov.br

2.3São Luiz Gonzaga

Figura 9 Mapa de São Luiz Gonzaga-

Fonte: Reprodução da internet

Figura 10 Mapa do RS destacando São Luiz Gonzaga

Fonte: Reprodução da internet

Observando o mapa, pode-se ver que a redução de São Luiz Gonzaga estava localizada na cidade a qual hoje traz o seu próprio nome, São Luiz Gonzaga, onde situava-se essa redução hoje encontra-se uma igreja na qual pode-se ver um conjunto de imagens missioneiras, e o museu conta a história

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 1990 2000 2010 2015

Área plantada

(27)

da formação dos Sete Povos das Missões, a cidade cresceu ao redor do sítio arqueológico.

2.4 São Lourenço Mártir

A redução de São Lourenço Mártir, ficava localizada onde hoje se situa a cidade de São Luiz Gonzaga o sitio é visto como Patrimônio Brasileiro, pode-se ver o resto da igreja na praça principal são criadas ovelhas missioneiras.

Possui cerca de 44.935 habitantes, sendo que esse número vem sofrendo alterações com o passar dos anos.

Tabela 7 Habitantes de São Luiz Gonzaga

Fonte: - https://cidades.ibge.gov.br

A economia baseia-se no turismo, agricultura, pesca e na área de serviços a qual ocupa 64% da economia.

Tabela 8 Economia de São Luiz Gonzaga-

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br 0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 1690 1991 1996 2000 2007 2010 2017

Habitantes de São Luiz Gonzaga

Total Homens Mulheres

27% 9% 64%

Economia

(28)

Possui cerca de 1.295,678 Km² a maioria da área é ocupada por produtos agrícolas, sendo que atualmente o produto mais cultivado é o trigo, em segundo vem o milho, após a soja, o arroz e a mandioca.

Tabela 9 Área de plantio de São Luiz Gonzaga-

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br

2.5 São Nicolau

Figura 11- Mapa de São Nicolau-

Fonte: Reprodução Internet

Figura 12 Mapa do RS destacando São Nicolau-

Fonte: Reprodução Internet

As ruínas de São Nicolau se localizam após o município de São Luiz Gonzaga, no caminho de quem vai à Roque Gonzales e Porto Xavier, o

0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 1990 2000 2010 2015

Área de plantio

(29)

município de São Nicolau, como pode-se observar no mapa, São Nicolau é considerado um Patrimônio Histórico Nacional Brasileiro, está no meio da cidade de São Nicolau, a praça da cidade é a praça da antiga redução, na cidade ainda tem um ponto turístico que se chama Passo de Santo Isidoro ou Passo do Padre, local onde o Padre Roque Gonzales chegou de Santa Cruz.

Possui cerca de 5.727 habitantes distribuídos entre zona rural e urbana, sendo que esse número sofre alterações com o passar dos anos.

Tabela 10- Habitantes de São Nicolau

Fonte: - https://cidades.ibge.gov.br

A economia baseia-se quase que exclusivamente na agricultura, cerca de 52% da economia gira em torno desse ramo.

Tabela 11 Economia de São Nicolau

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 1689 1818 1991 2000 2010 2017

Habitantes de São Nicolau

Total Homens Mulheres

52%

5% 43%

Economia

(30)

Possui cerca de 485,354 Km², sendo que a maioria é ocupada no plantio de produtos agrícolas, a soja ocupa o lugar de produto mais cultivado, sendo seguida de trigo, milho, arroz e mandioca.

Tabela 12 Área de plantio de São Nicolau

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br

2.6Santo Ângelo Custódio

Figura 13Mapa de Santo Ângelo

Fonte: Reprodução da internet

Figura 14 Mapa do RS destacando Santo Ângelo

Fonte: Reprodução da internet

Observando o mapa a redução de Santo Ângelo Custódio está localizada onde hoje é a cidade de Santo Ângelo foi emancipada em 1873, a cidade se

0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.000 1990 2000 2010 2015

Área de plantio

(31)

localiza em cima do sítio arqueológico, a igreja está localizada no mesmo local da igreja missioneira, imitando alguns traços da igreja antiga no interior da igreja há a imagem de madeira do Cristo Morto, possui um Museu Municipal que é dividido em três salas com vários monumentos históricos, dentro do prédio da prefeitura encontra-se o Acervo Tupambaé que é um conjunto de pinturas retratando as questões dos índios guaranis, há a praça onde a entrada é a mesma rua de entrada da redução guaranítica.

Há cerca de 76.304 habitantes, distribuídos em zona rural e urbana, sendo que esse número crescer com o passar dos anos.

Tabela 13 Habitantes de Santo Ângelo

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br

A economia baseia-se na exploração agropecuária, tendo o cultivo de soja, milho e trigo, a pecuária está presente, assim como o comércio e o turismo.

Tabela 14 Economia de Santo Ângelo

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 1706 1991 1996 2000 2007 2010 2017

Habitantes de Santo Angelo

Total Homens Mulheres

8% 19%

73%

Economia

(32)

Possui cerca de 680,498 Km², sendo que a maior parte dessas terras é usada para o cultivo de plantas agrícolas, principalmente da soja que ocupa o lugar de produto mais produzido, sendo seguida de trigo, milho mandioca e arroz.

Tabela 15 Área de plantio de Santo Ângelo

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br

2.7 São Francisco Borja

Como pode-se ver nos mapas abaixo a redução de São Borja estava localizada onde hoje encontra-se essa mesma cidade que nasceu em cima do sítio arqueológico a atual praça da cidade é a mesma da antiga redução, possui vários museus com dezenas de imagens missioneiras.

0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 1990 2000 2010 2015

Área de plantio

(33)

Figura 15 Mapa de São Borja

Fonte: Reprodução da internet

Figura 16 Mapa do RS destacando São Borja

Fonte: Reprodução da internet

Possui cerca de 61.671 habitantes, esses são distribuídos entre zona rural e urbana.

Tabela 16 Habitantes de São Borja

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br

As principais atividades econômicas são a agricultura, onde se destaca o cultivo do arroz e o turismo, a área dos serviços é que comanda a economia da cidade. 0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 1690 1732 1991 2000 2010 2017

Habitantes de São Borja

(34)

Tabela 17 Economia de São Borja

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br

Possui cerca de 3.616,691, sendo que a maior parte dessa área é destinada ao plantio de matérias agrícolas, os produtos mais produzidos são arroz, soja, trigo, milho e mandioca respectivamente.

Tabela 18 Área de plantio São Borja

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br

25%

17% 58%

Economia

Agricultura Indústria Serviços

0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 1990 2000 2010 2015

Área de plantio

(35)

As reduções jesuíticas formaram grandes cidades, cidades essas que hoje estão bem desenvolvidas e crescem cada vez mais, ainda guardam memórias da época das reduções, sendo que em muitas as ruínas deixadas na época das reduções são grande fonte econômica, assim como seguem muitas culturas que são seguidas pelos povos de hoje que foram deixadas pelo povo missioneiro.

Um dos aspectos que mais se destaca na economia de todas as cidades é a agricultura, mas essa agricultura não se detém apenas no plantio de terras, mas também na criação de gado e pastoreio, que foi uma cultura deixada pelos indígenas, porém essa cultura da criação de gado está diminuindo, assim como os produtos agrícolas que eram plantados pelos indígenas também estão mudando muito, como por exemplo a mandioca era um produto muito cultivado, assim como o milho, porém o cultivo desses dois produtos diminuiu muito. Essa diminuição do plantio de certos produtos e da criação de gado se dá pela falta de reconhecimento que esses produtos têm no mercado, seu baixo preço, e o cultivo de outros produtos traz cada vez mais lucros para grandes fazendeiros. Com isso a cultura guarani vai cada vez mais sendo esquecida, e passa por despercebida, e as cidades que tinham reduções passam a ser consideradas normais, apenas tem um ponto turístico que teve ligação com o povo guarani. Com o passar do tempo a história desse povo vai desaparecendo, as pessoas visitarão os pontos turísticos das reduções sem saber a essência da história, apenas visitam como um ponto turístico normal.

Assim como a cultura guarani está diminuindo o povo guarani que habitava essa região também sofreu uma grande escassez. O povo guarani continua vivo, porém esse número de habitantes guaranis é bem menor do que era na época das missões, em todo o Brasil há cerca 57 mil guaranis, hoje os índios guaranis não habitam apenas a região das missões, estão por muitos locais do país, pois devido a venda de índios para serem escravizados essa raça se expandiu de forma que existem guaranis habitando todo o país, mas principalmente os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará, Santa Catarina e Tocantins, ocupam também outros países como Argentina, Bolívia e Paraguai, sendo que desses países o que possui mais índios guaranis é a Bolívia com cerca de 78,3

(36)

índios, o Paraguai conta com cerca de 41,2 mil guaranis e a Argentina com 6,5mil.

Tabela 19 Municípios com maior população indígena do país.

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br

Como podemos observar no mapa os guaranis migraram para outros estados, pois poucos permanecem no Rio Grande do Sul, isso devido a grande exploração que sofreram após o fim das reduções, eles se espalharam por todo o país.

Os guaranis hoje ocupam apenas pequenas ilhas, sofreram muito com a invasão de suas terras para o cultivo da agricultura e criação de gado, são vistos apenas como um povo indígena, a sua importância para a sociedade foi esquecida.

Esse esquecimento se dá pela grande produção econômica que se tem na região onde estavam localizados os Sete Povos das Missões, como pode-se ver nos gráficos que foram demonstrados, e como os indígenas não produziam em grande quantidade, ou seja, não geravam lucro para o governo, não se vê motivo para investirem nas comunidades indígenas, pois os indígenas produziam apenas para o seu consumo diferente dessa sociedade extremamente capitalista existente hoje.

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000

Munícipios com maior populações indigenas do país, por

situação de domicílio

(37)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho apresentado buscou explorar o assunto Aspectos gerais das mudanças ocorridas na região onde se constituíram os sete povos das missões no RS, um dos maiores desafios dessa pesquisa é encontrar material sobre o estado dessas cidades hoje e da ligação delas com o povo guarani, pois essa ligação está extinta a importância do povo guarani para essas cidades praticamente desapareceu.

O trabalho teve como base apresentar um pouco da história e demonstrar a importância do povo guarani para o Rio Grande do Sul e principalmente o desenvolvimento das cidades que contavam com a presença dessas reduções, essas cidades, na maioria das vezes, apesar de terem sido centro da cultura guarani, seguem pouco essa, pois a cultura predominante nessa região é a cultura das diversas etnias dos imigrantes que mantiveram a cultura guarani sufocada, as dificuldades dessa cultura é se manter, numa sociedade que não a valoriza e que dificulta, principalmente pela falta de uma política pública que assegure o direito a terra, trabalho e desenvolvimento desse povo, desse modo cada vez mais a cultura guarani vai se dispersando a ponto de chegar um tempo onde ela só será lembrada como história, mas ver a essência do povo guarani será uma utopia.

A região das missões no Rio Grande do Sul, era uma terra sem limites a qual era explorada somente por indígenas hoje essa região foi tomada por grandes lavouras e criação de gado, culturas essas voltadas ao mercado, apenas com iniciativas econômicas, existe uma agricultura familiar, porém essa está de certa forma sufocada e sendo criticada pelos grandes proprietários de empresas e grandes produtores, pois essa tira deles o total domínio da economia, desse modo por diversas críticas e desvalorização que pequenos agriculturas abandonam o campo, é o que acontece com os indígenas que por terem uma cultura diferente das demais são afastados da sua e condições de sobrevivência devido as grandes críticas e desvalorização que sofrem.

A maior habitação do povo guarani encontra-se em outros estados no Rio Grande do Sul deveria ser feito um trabalho que demonstrasse aos habitantes

(38)

desse estado a importância do povo guarani de modo a construir o reconhecimento desse povo pelos demais habitantes.

(39)

Referências:

BRUXEL, Arnaldo. Os trinta povos Guaranis. 2ª Ed. Porto Alegre: EST/NOVA DIMENSÃO, 1987

FLORES, Moacyr. Reduções Jesuíticas dos Guaranis. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1997.

KERN, Arno Alvarez. Utopias e Missões Jesuíticas. Porto Alegre, Editora da Universidade, 1995.

LARGUIA, Alejandro. Misiones Orientales La Provincia Perdida. Buenos Aires, Argentina: EDICIONES CORREGIDOR, 2000.

LUGON, Clovis. A Republica “comunista” cristã dos guaranis 1610-1768 3ª Ed. Rio de Janeiro: PAZ E TERRA, 1977.

MELIÀ, Bartolomeu. El Guarani Conquistado Y Reducido- Ensayos de Etnohistória. 4ª Ed. Assuncions, Paraguai: CENTRO DE ESTUDOS ANTROPOLÓGICOS, 1997

OLIVEIRA, José Roberto. Pedido de Perdão ao Triunfo da Humanidade MARTINS LIVREIRO EDITORA 2011

PALACIOS, Silvio e ZOFFOLI, ena. Gloria y tragédia de lãs Misiones Guaranies- Historia de las Reduciones Jesuíticas Durante los Siglos XVII y XVIII em el Río de la Plata. Bilbao: EDICIONES MESAJERO, 1991

SIMON, Mario. Os sete povos das missões- trágica experiência GRÁFICA E EDITORA VENÂNCIO AYRES, 2017

Sites consultados

http://www.brasil-turismo.com/rio-grande-sul/missoes/missoes.htm acessado dia 02/12/2017

https://cidades.ibge.gov.br acessado dia 02/12/2017 https://www.agrolink.com.br acessado dia 03/12/2017

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