• Nenhum resultado encontrado

As relações interpessoais na escola Municipal de Ensino Fundamental Coroinha Daronchi

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "As relações interpessoais na escola Municipal de Ensino Fundamental Coroinha Daronchi"

Copied!
105
0
0

Texto

(1)

UNIJUI – Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul

DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação

Curso de Administração

AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA ESCOLA MUNICIPAL DE

ENSINO FUNDAMENTAL COROINHA DARONCHI

Documento Sistematizador do Trabalho de Conclusão de Curso

DÉBORA REGINA LERMEN

Professora Orientadora: Maira Fátima Pizolotto

(2)

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por ter me dado força e iluminado meu caminho durante toda a trajetória que passei em busca da realização deste sonho.

Agradeço a minha família pela dedicação, apoio e incentivo que me deram para continuar enfrentando as adversidades do percurso.

Aos meus colegas de trabalho que responderam os questionários possibilitando a coleta de dados e em especial a minha chefe pelo auxílio na coleta dos dados e por ter me incentivado e me dado força para a realização deste estudo.

Agradeço aos meus professores, grandes mestres, que me possibilitaram adquirir amplo conhecimento através de seus ensinamentos.

Em especial quero agradecer a minha professora orientadora Maira Fátima Pizolotto que com grande sabedoria e dedicação me auxiliou na realização desta pesquisa.

Em fim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste estudo.

(3)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Perfil dos servidores ... 38

Gráfico 2 - Perfil dos alunos ... 39

Gráfico 3 - Importância das relações interpessoais no ambiente de trabalho ... 45

Gráfico 4 - Relações interpessoais entre diretora e coordenadora ... 47

Gráfico 5 - Relações interpessoais entre diretora e professores ... 48

Gráfico 6 - Relações interpessoais entre diretora e demais servidores ... 49

Gráfico 7 - Relações interpessoais entre diretora e alunos ... 50

Gráfico 8 - Relações interpessoais entre diretora e pais de alunos ... 51

Gráfico 9 - Relações interpessoais entre diretora e comunidade em geral ... 52

Gráfico 10 - Relações interpessoais entre coordenadora e professores ... 54

Gráfico 11 - Relações interpessoais entre coordenadora e demais servidores ... 55

Gráfico 12 - Relações interpessoais entre coordenadora e alunos ... 56

Gráfico 13 - Relações interpessoais entre coordenadora e pais de alunos ... 57

Gráfico 14 - Relações interpessoais entre coordenadora e comunidade em geral ... 58

Gráfico 15 - Relações interpessoais entre professores e demais servidores ... 59

Gráfico 16 - Relações interpessoais entre professores e alunos ... 61

Gráfico 17 - Relações interpessoais entre professores e pais de alunos ... 62

Gráfico 18 - Relações interpessoais entre professores e comunidade em geral ... 63

Gráfico 19 - Relações interpessoais entre demais servidores e alunos ... 64

Gráfico 20 - Relações interpessoais entre demais servidores e pais de alunos ... 65

(4)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Avaliação numérica das relações interpessoais ... 45

Tabela 2 - Respeito às diversas opiniões ... 68

Tabela 3 - Igualdade de tratamento nas relações interpessoais ... 69

Tabela 4 - Autoritarismo ... 70

Tabela 5 - Preocupação com o bem-estar de todos ... 71

Tabela 6 - Elogios pelo bom trabalho e estudo ... 72

Tabela 7 - Críticas e/ou ofensas pessoais ... 73

Tabela 8 - Respeito e educação nas relações interpessoais ... 73

Tabela 9 - Boa vontade em auxiliar ou outros ... 74

Tabela 10 - Flexibilidade nas relações interpessoais ... 76

Tabela 11 - Participação nas decisões ... 76

Tabela 12 - Cooperação ... 77

Tabela 13 - Liderança ... 78

Tabela 14 - Motivação ... 79

Tabela 15 - Trabalho em equipe ... 79

Tabela 16 - Integração ... 80

Tabela 17 - Conflitos... 81

Tabela 18 - Satisfação ... 82

Tabela 19 - Comunicação ... 83

Tabela 21 - Boa convivência entre gerações ... 84

(5)

SUMÁRIO RESUMO EXPANDIDO ... 7 INTRODUÇÃO ... 11 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 13 1.1 Apresentação do Tema... 13 1.2 Questão de Estudo ... 14 1.3 Objetivos ... 14 1.3.1 Objetivo Geral ... 14 1.3.2 Objetivos Específicos ... 14 1.4 Justificativa ... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 17 2.1 Escolas Públicas ... 17 2.2 Gestão de Pessoas ... 19 2.3 Relações Interpessoais ... 21

2.3.1 As Relações Interpessoais no Ambiente de Trabalho ... 22

2.3.2 Relações Interpessoais no Ambiente de Trabalho Escolar ... 23

2.3.3 Variáveis que influenciam nas relações interpessoais ... 25

3 METODOLOGIA ... 35

3.1 Classificação do Estudo ... 35

3.2 Universo Amostral e Sujeitos de Pesquisa ... 37

3.3 Coleta de Dados ... 39

3.4 Análise e Interpretação dos Dados ... 40

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ... 41

4.1 Caracterização da Organização ... 41

4.2 Relações Interpessoais na Escola Municipal de Ens. Fund. Coroinha Daronchi ... 43

4.3 Fatores Positivos e Negativos nas Relações Interpessoais ... 67

4.4 Recomendações ... 85

CONCLUSÃO ... 89

(6)

ÍNDICE DE APÊNDICES E ANEXOS

APÊNDICE A - Roteiro de Entrevista com a Diretora ... 94

APÊNDICE B - Questionário aos Servidores ... 97

APÊNDICE C - Questionário aos Alunos... 100

ANEXO A - Fachada da Escola ... 103

ANEXO B - Servidores e Alunos da Escola ... 104

(7)

RESUMO EXPANDIDO

Introdução

Vive-se na era da informação, cujo recurso mais importante é o conhecimento e as pessoas que fazem parte das organizações. Diante disso, o relacionamento interpessoal passou a ser uma característica muito importante e exigida dos profissionais. Para Aquino (apud KANAANE, 2006, p. 61) “o empregado de qualquer nível precisa de uma qualidade sumamente importante, que é a de conviver, de saber relacionar-se com seus semelhantes, tanto no ambiente social como no trabalho”. Em todas as organizações existem pessoas que se relacionam entre si. Sabe-se que essas relações são complexas, e algumas vezes apresentam certa dificuldade. Porém conhecer e gerir essas relações interpessoais torna-se indispensável para a produtividade individual e organizacional. Nas escolas as relações interpessoais tornam-se ainda mais importantes, pois elas afetam o sucesso dos servidores, da organização e também o desenvolvimento dos alunos, que são os futuros trabalhadores, aqueles que constituirão o capital humano nas diferentes organizações da sociedade. Em virtude de que as relações interpessoais são fundamentais para o sucesso da organização escolar e dos indivíduos que fazem parte da mesma tornou-se importante o desenvolvimento deste estudo, que objetivou identificar como estão sendo percebidas as relações interpessoais no ambiente de trabalho pela diretora, servidores e alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Coroinha Daronchi localizada no município de Três Passos, propondo melhorias se necessário.

Metodologia

A metodologia utilizada na construção deste trabalho foi embasada em Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009); Gil (2002); Vergara (2004). O estudo é caracterizado quanto à natureza como aplicada, quanto à forma de abordagem como qualitativa e quantitativa, em relação aos fins ou objetivos, a presente pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva, já quanto aos meios ou procedimentos técnicos a pesquisa realizada classifica-se como bibliográfica, documental, estudo de caso, de levantamento, de campo e participante. A pesquisa foi realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental Coroinha Daronchi, que se caracteriza como uma instituição de ensino de pequeno porte, com um total de 153 alunos e um quadro de 18 servidores e uma diretora. Os dados coletados para a realização do estudo proposto foram fornecidos através de entrevista realizada com a diretora e questionários aplicados a todos os servidores da instituição e a uma amostra de 15 alunos. A amostra de alunos foi obtida utilizando a técnica de amostragem não probabilística por julgamento. Foram aplicados 33 questionários, 18 aos servidores e 15 aos alunos da instituição, entre os dias 24/03/2014 e 28/03/2014, na instituição de ensino. Os servidores tiveram a opção de levarem o questionário para casa e retornar com o mesmo no prazo de 5 (cinco) dias. Os alunos responderam o questionário na sala de aula e tiveram o prazo de 30 (trinta) minutos para entregar o mesmo. A entrevista com a diretora da escola foi realizada no dia 26/03/2014, no ambiente escolar. As perguntas foram feitas pela pesquisadora de forma oral, e as respostas obtidas da pesquisada foram transcritas para o papel no momento da entrevista. Após a coleta, os dados receberam um tratamento quantitativo e qualitativo, estabelecendo uma relação com a teoria até então apresentada. Posteriormente a análise foram elaboradas recomendações a fim de melhorar as relações interpessoais na escola em estudo.

Resultados

Diante do questionamento qual é o seu entendimento sobre relações interpessoais no ambiente de trabalho, os sujeitos da pesquisa dão grande importância às relações interpessoais mantidas

(8)

no ambiente de trabalho da escola. Ao serem solicitados a atribuir uma nota às relações interpessoais na Escola Coroinha Daronchi, em uma escala de 0 a 10, percebe-se que a diretora e a maioria dos servidores e dos alunos, atribuíram nota 8 para as relações interpessoais na escola. O resultado obtido demonstra que a maioria dos entrevistados percebem as relações na escola estudada como boas. No entendimento de Apóstolo e Loureiro (2002) desenvolver relações positivas nos grupos de trabalhos é importante para o desenvolvimento organizacional e a avaliação das relações interpessoais pode servir para desenvolver propostas de intervenção no contexto organizacional. Frente ao questionamento sobre as relações que mantém com a coordenadora a diretora avalia e descreve-as como boas, os servidores frente ao mesmo questionamento em maioria com 55% entendem as relações são boas, já 28% dos servidores avaliam as relações como regulares, os alunos com maioria de 80% percebem que as relações interpessoais existentes entre diretora e coordenadora são ótimas. A diretora frente ao questionamento sobre as relações interpessoais que mantém com os professores percebe-as como boas, os servidores frente ao mesmo questionamento com 83% avaliam as referidas relações como boas, já os alunos com um total de 100% avaliam as relações como boas. Frente ao questionamento sobre as relações interpessoais que mantém com os demais servidores, a diretora percebe-as como boas, a maioria dos servidores representando 78% entendem as referidas relações também como boas, os alunos também percebem as referidas relações como boas (100%). A diretora em vista ao questionamento sobre as relações que mantém com os alunos da escola avalia-as como Boas, os servidores (100%) percebem as referidas relações como boas, os alunos também com um total de 100% entendem as relações em questão como boas. Ao ser questionada sobre as relações existentes entre diretora e pais de alunos, a diretora percebe as relações que mantém como boas, os servidores em maioria, representando 72% avaliam as referidas relações como boas e 28% avaliam-nas como regulares, 100% dos alunos questionados avaliam as relações existentes entre diretora e pais de alunos como boas. As relações existentes entre diretora e comunidade em geral são percebidas por essa última como boas, os servidores (100%) também compreendem as relações interpessoais entre a diretora e a comunidade como boas, já os alunos em maioria com 94% avaliam as mesmas relações como boas. Em relação ao questionamento sobre as relações interpessoais existentes entre a coordenadora e professores a diretora avalia e descreve as relações como boas, os servidores em vista do mesmo questionamento em maioria com 88% avaliam as referidas relações como boas, na percepção dos alunos (100%) as relações em questão são boas. A diretora frente à questão sobre as relações interpessoais existentes entre a coordenadora e demais servidores percebe as mesmas como boas, na avaliação dos servidores, 94% deles veem as relações interpessoais entre a coordenadora e os demais servidores como boas, também os alunos em relação ao mesmo questionamento com um total de 100% avaliam as relações como boas. As relações existentes entre a coordenadora e alunos são percebidas pela diretora como boas, a maioria dos servidores representando 83% avaliam as relações em questão como boas, a maioria dos alunos, representando 86%, percebem as relações que mantém com a diretora como boas. Frente ao questionamento sobre as relações interpessoais existentes entre coordenadora e pais de alunos a diretora percebe as mesmas como boas, grande parte dos servidores, representando 89% percebem as relações interpessoais entre a coordenadora e os pais de alunos como boas, já os alunos em sua maioria com 93% percebem as referidas relações como boas. As relações existentes entre coordenadora e comunidade em geral são avaliadas como boas pelos sujeitos da pesquisa, 89% dos servidores percebem as relações como boas e 86% dos alunos entendem que as relações interpessoais existentes entre coordenadora e comunidade em geral são boas. Frente ao questionamento sobre as relações existentes entre os professores e demais servidores a diretora percebe que de modo geral possuem uma boa relação, porém em alguns momentos nota-se um menosprezo da parte de alguns professores

(9)

quanto ao grupo dos demais servidores, os servidores frente ao mesmo questionamento em sua maioria com 76% avaliam as relações como boas, já os alunos (100%) percebem as relações existentes entre professores e demais servidores como boas. A diretora ao ser questionada sobre as relações estabelecidas entre professores e alunos descreve-as como boas, grande parte dos professores representando 83% também percebem as relações interpessoais entre professores e alunos como boas, os alunos possuem uma percepção coerente com as percepções da diretora e dos servidores, sendo que 93% percebem as relações como boas. Diante do questionamento sobre as relações interpessoais entre os professores e os pais de alunos a diretora entende as referidas relações como boas, os servidores percebem em sua maioria de 66% as relações em questão como boas, 28% percebem as mesmas como regulares, os alunos em maioria representando 87% percebem as relações interpessoais existentes entre professores e pais de alunos como boas. As relações interpessoais existentes entre professores e comunidade em geral são avaliadas pela diretora como boas, os servidores em maioria representando 72% avaliam as relações como boas e 28% percebem-nas como regulares, os alunos em maioria com 83% percebem as referidas relações como boas. Ao ser questionada sobre as interpessoais existentes entre demais servidores e alunos a diretora entende as mesmas como boas, os servidores em maioria com 89% percebem as relações interpessoais em questão como boas, a maioria dos alunos representando 86% percebem as relações existentes entre demais servidores e alunos como boas. Diante do questionamento sobre as relações existentes entre demais servidores e alunos a diretora avalia e descreve as relações como boas, a maioria dos servidores representando 78% possui assim como a diretora uma boa percepção das relações existentes entre os demais servidores e pais de alunos, os alunos em maioria, 93%, também percebem as mesmas relações como boas. As relações estabelecidas entre demais servidores e comunidade em geral são percebidas pela diretora como boas, diante do mesmo questionamento 73% dos servidores percebem as referidas relações como boas e 28% avaliam as relações como regulares, já os alunos em maioria representando 87% percebem as relações entre demais servidores e comunidade em geral como boas. Os sujeitos da pesquisa ao serem questionados sobre quais são os fatores/variáveis que interferem as relações interpessoais existentes na escola em estudo, descreveram como fatores positivos: respeito às diversas opiniões, elogios pelo bom trabalho e estudos, respeito e educação nas relações interpessoais, boa vontade em auxiliar os outros, flexibilidade nas relações, participação nas decisões, cooperação, estilo de liderança, motivação para o trabalho e estudo, trabalho em equipe, integração, satisfação para o trabalho e estudo, boa comunicação, boa convivência entre gerações e poucos conflitos entre as gerações. Os pontos negativos percebidos pelos pesquisados foram: pouca igualdade de tratamento nas relações existentes, autoritarismo, pouca preocupação com o bem-estar de todos nas relações aluno-aluno, críticas ou ofensas pessoais, pouco respeito nas relações aluno-aluno, existência de conflitos, nível alto de estresse entre servidores.

Conclusão

Com a pesquisa foi possível perceber a grande importância que as relações interpessoais possuem no ambiente da escola estudada e a influência que elas exercem no desempenho dos profissionais e no alcance dos objetivos organizacionais. Identifica-se com base nas percepções dos sujeitos da pesquisa que as relações interpessoais existentes na Escola Municipal de Ensino Fundamental Coroinha Daronchi em geral são boas. Porém, evidencia-se que os sujeitos da pesquisa também percebem algumas dificuldades e deficiências nas relações que poderiam ser sanadas a fim de melhorar as relações interpessoais no ambiente de trabalho. Através dos resultados obtidos percebe-se que existem diversos fatores/variáveis que influenciam de forma positiva ou negativa as relações existentes na organização escolar e que podem favorecer o sucesso ou insucesso organizacional.

(10)

Palavras-chaves: Relações Interpessoais; Gestão de Pessoas; Escola Coroinha Daronchi. Referências Bibliográficas

APÓSTOLO, Luís Alves; LOUREIRO, Luís Manuel de Jeseus. ERIT – Um instrumento para avaliação das relações interpessoais no trabalho. Revista Referência, n° 9 – Novembro – 2002.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002. KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao século XXI. São Paulo: Atlas, 2006.

TEIXEIRA, Enise Barth; ZAMBERLAN Luciano; RASIA, Pedro Carlos. Pesquisa em administração. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009. – 232 p. – (Coleção educação à distância. Série livro-texto).

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2004.

(11)

INTRODUÇÃO

No cenário atual, em meio a globalização e ao aumento da competitividade as pessoas tornaram-se um diferencial às organizações. Através de suas competências podem aumentar a produtividade, maximizar os lucros e criar vantagens competitivas posicionando a organização a frente das concorrentes.

Nas organizações as pessoas não trabalham de forma isolada, precisam interagir, manter relações umas com as outras para poderem desempenhar suas funções, constituindo assim equipes ou grupos de trabalho.

Dessa maneira, o sucesso organizacional depende indiretamente das relações interpessoais mantidas no ambiente de trabalho. Torna-se assim, importante analisar como as relações interpessoais ocorrem nas organizações e quais as variáveis que geram influência sobre elas. Ao avaliar essas relações é possível desenvolver estratégias e mecanismos para melhorá-las, a fim de potencializar os resultados e atingir o sucesso organizacional.

Com base nessa relevancia foi desenvolvido este estudo, com o propósito analisar as relações interpessoais no ambiente de trabalho da Escola Municipal de Ensino Fundamental Coroinha Daronchi na percepção da diretora, servidores e alunos. Sendo assim, na referida organização foi realizado um levantamento de dados que foram posteriormente analisados.

O estudo foi estruturado em quatro capítulos. Inicialmente aborda-se a contextualização do estudo. O primeiro capítulo contém a apresentação do tema, a questão de estudo, a definição dos objetivos e a justificativa.

Já o segundo capítulo é composto pelo referencial teórico, sendo apresentada a visão de diversos autores que escreveram sobre o tema estudado. O referencial teórico estrutura-se da seguinte maneira: Escolas Públicas, Gestão de Pessoas, Relações Interpessoais e Variáveis que Influenciam as Relações Interpessoais.

Na sequência define-se a metodologia que foi utilizada na realização do estudo. Nessa terceira parte classifica-se a pesquisa, o universo amostral e os sujeitos, o detalhamento da coletas de dados e da análise e interpretação dos dados.

A quarta parte trata da apresentação e análise dos resultados, neste capítulo encontra-se a caracterização da organização estudada, os resultados da pesquisa, expondo o

(12)

diagnóstico e análise a partir da coleta de dados bem como recomendações em vista aos resultados encontrados.

Por fim, apresenta-se a conclusão do estudo e sugestões para estudos futuros relacionados ao tema. Apresenta-se ainda, as referências bibliográficas utilizadas para a fundamentação teórica, bem como, apêndices e anexos.

(13)

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capítulo apresenta-se o tema e formulação da questão de estudo, a definição dos objetivos, geral e específico, e a justificativa da importância do estudo aqui desenvolvido.

1.1 Apresentação do Tema

Com o passar dos anos a administração tem cada vez mais seu olhar voltado para o capital humano, isto é, a administração tem se preocupado com o comportamento das pessoas no trabalho tanto individualmente como em grupo.

Na presente era da informação o recurso mais importante é o conhecimento, as pessoas constituem o principal diferencial das organizações. De acordo com Chiavenato (2003) o conhecimento e a habilidade das pessoas tornou-se a principal base das organizações. Para Fischer (2002, p.11) “toda e qualquer organização depende, em maior ou menor grau, do desempenho humano para o seu sucesso”. Nesse contexto as relações interpessoais passaram a ser compreendidas pelos gestores como fator chave para o sucesso individual e organizacional.

Os homens vivem em constante interação com seus semelhantes. No entendimento de Barnard apud Chiavenato (2003), a organização é um sistema de atividades coordenadas entre os indivíduos e a cooperação entre eles é essencial para a existência da organização.

O relacionamento interpessoal é uma característica muito exigida dos profissionais no momento atual. Para Aquino apud Kanaane (2006, p. 61) “o empregado de qualquer nível precisa de uma qualidade sumamente importante, que é a de conviver, de saber relacionar-se com seus semelhantes, tanto no ambiente social como no trabalho”.

Em todas as organizações existem pessoas que se relacionam entre si. Sabe-se que essas relações são complexas, e algumas vezes apresentam certa dificuldade. Porém conhecer e gerir essas relações interpessoais torna-se indispensável para a produtividade individual e organizacional.

Nas organizações públicas as relações interpessoais tornam-se ainda mais importantes, pois as exigências feitas pelos usuários dos serviços públicos estão cada vez maiores e os trabalhadores precisam manter um desempenho eficiente para satisfazer essas exigências. As relações interpessoais no trabalho tornam-se indispensáveis para o atendimento das necessidades dos usuários dos serviços públicos.

(14)

Umas das mais importantes organizações públicas de prestação de serviços são as instituições básicas de ensino. As escolas necessitam tratar o tema relações interpessoais com atenção e importância, pois as relações afetam o sucesso dos servidores, da organização e também o desenvolvimento dos alunos, que são os futuros trabalhadores, aqueles que constituirão o capital humano nas diferentes organizações da sociedade.

Dessa maneira, devido a grande relevância das relações interpessoais no ambiente de trabalho escolar tornou-se importante desenvolver este estudo sobre as relações interpessoais na Escola Municipal de Ensino Fundamental Coroinha Daronchi.

1.2 Questão de Estudo

Em virtude de que as relações interpessoais são fundamentais para o sucesso da organização escolar e dos indivíduos que fazem parte da mesma tornou-se importante o desenvolvimento de um estudo a fim de avaliar as relações interpessoais no contexto escolar.

Assim, este estudo com base na temática Relações Interpessoais, tem como questão central: Como estão as relações interpessoais no ambiente de trabalho da Escola Municipal de Ensino Fundamental Coroinha Daronchi?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Identificar como estão sendo percebidas as relações interpessoais no ambiente de trabalho pela diretora, servidores e alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Coroinha Daronchi, propondo melhorias se necessário.

1.3.2 Objetivos Específicos

- Identificar o perfil da diretora, dos servidores e dos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Coroinha Daronchi;

- Verificar a percepção da diretora, servidores e alunos sobre as relações interpessoais no ambiente de trabalho da Escola;

(15)

- Identificar os fatores que influenciam positivamente e negativamente nas relações interpessoais;

- Elaborar recomendações com base nos resultados encontrados.

1.4 Justificativa

No momento atual as pessoas caracterizam-se como o principal diferencial das organizações. O individuo passou a ser visto pelos administradores como um capital importante para alcançar o sucesso e estar à frente dos concorrentes.

A sociedade exige dos órgãos públicos uma maior eficiência no alcance dos resultados e no atendimento das necessidades do público alvo. Os usuários dos serviços estão mais exigentes, desejam serviços de qualidade e adequação dos mesmos as suas necessidades. Nesse contexto os profissionais que trabalham nas organizações públicas são peças chave para que as empresas públicas adaptem-se as mudanças e atendam as exigências e necessidades dos usuários.

No desempenho dos funcionários ou servidores o relacionamento no trabalho exerce grande influência. Para que o indivíduo desempenhe suas funções de forma eficiente é importante que ele mantenha boas relações com os demais indivíduos da organização. Ao desempenhar seu trabalho e atingir os resultados esperados os servidores mantém constantes relações com os outros tornando assim as relações no ambiente de trabalho fundamentais para o alcance dos objetivos organizacionais.

Tendo em vista essa realidade, foi importante desenvolver um estudo sobre as relações interpessoais no ambiente de trabalho de uma escola pública, pois perceber e analisar como ocorrem as relações interpessoais no ambiente de trabalho escolar torna-se importante para melhorar o desempenho dos servidores e alcançar os objetivos e metas da organização.

Em especial o estudo teve grande importância também porque foi realizado na organização em que a pesquisadora trabalha, permitindo a mesma perceber como ocorrem as relações interpessoais no seu ambiente de trabalho.

O estudo tornou-se importante para a diretora da organização porque permitiu a mesma analisar as relações interpessoais na organização e a partir disso procurar melhorá-las se assim julgar necessário, tornando o ambiente mais agradável.

(16)

Para os servidores o estudo tornou-se importante porque permitiu os mesmos refletir e expor seus sentimentos e suas percepções sobre as relações que mantém com os colegas, diretora e alunos.

Da mesma maneira o estudo foi de grande importância também para os alunos, permitindo que os mesmos também expusessem suas percepções e sentimentos. Além disso, soluções e proposições que surgiram ao serem colocadas em prática irão melhorar as relações interpessoais o que refletirá em melhorias no desempenho dos servidores e no aprendizado dos alunos.

(17)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo apresenta-se o referencial teórico em que são abordados conceitos e ideias de autores que escreveram sobre o referido tema. O referencial serviu de apoio e orientação para o desenvolvimento do estudo e permitiu maior compreensão sobre os assuntos tratados no mesmo.

2.1 Escolas Públicas

A escola é uma organização social que possui responsabilidades e particularidades quanto à formação humana por meio de práticas políticas, sociais e pedagógicas (DOURADO, 2006).

No entendimento de Lück (2009) a escola é uma organização social que cultiva e transmite valores aos alunos, contribuindo assim para a formação dos mesmos através de experiências de aprendizagem e ambiente escolar estruturado de acordo com os princípios e fundamentos da educação.

A escola é uma instituição procurada por crianças, jovens e adultos que buscam formação e instrumentalização para viver em sociedade. A formação obtida na escola é canal legal para a vida profissional e cidadania, e determinará em parte o sucesso ou insucesso dos indivíduos. (FERREIRA, 2000, p. 295 apud PINTO, HOCKENBACH e LUFT, 2009, p79).

Segundo Dourado (2006) as escolas foram criadas para ser espaço de formação dos dirigentes da sociedade e hoje se tornou um espaço universal de formação humana. Dessa maneira de acordo com o autor a escola torna-se espaço de produção e transformação do saber sistematizado, suas práticas e ações devem ser educativas a fim de atingir o seu objetivo geral que é formar sujeitos participativos, críticos e criativos.

Sendo assim, de acordo com o conceito dos diversos autores abordados, pode-se entender que as escolas são organizações criadas para formar crianças e adolescentes capazes de viver em sociedade. Além de conhecimentos teóricos e científicos as instituições escolares possuem a função de transmitir valores, tornar o indivíduo um ser com capacidade de participar como membro ativo da sociedade, com capacidade de pensar, criar e analisar.

A aprendizagem conforme Silva (2008) é a principal função social das escolas e o professor em sala de aula tem suma importância para que esse objetivo seja alcançado. Porém para que a aprendizagem ocorra são desenvolvidas diversas atividades educativas estando

(18)

presentes outros profissionais da escola. Assim para que haja um ambiente educativo e formador é fundamental que todos os profissionais escolares, sendo eles professores ou não participem direta ou indiretamente na formação da criança.

Dessa maneira, entende-se que para que a aprendizagem ocorra é necessário e envolvimento de todos os profissionais escolares. Essa conclusão permite perceber que existem muitos outros profissionais que são importantes para a formação das crianças e dos adolescentes e que muitas vezes permanecem escondidos e não são lembrados e reconhecidos pela sociedade.

De acordo Lück (2009) a essência das instituições de ensino está nos profissionais e suas competências educativas. Desenvolver as competências dos profissionais é um grande desafio para os gestores escolares. Segundo a autora desenvolver continuamente a competência profissional deve a ser busca constante dos profissionais e da escola, pois o ensino para ser democrático, ou seja, de qualidade para todos depende da qualidade dos profissionais da educação. Assim, para que ocorra a melhoria da qualidade da educação é preciso que sejam definidos padrões de desempenho dos profissionais, principalmente dos diretores.

Para Aranha, 2004, p. 14:

A diretora de uma escola precisa ser dinâmica, comprometida e motivadora para a participação de todos os atores sociais. Ela necessita saber delegar poderes e estimular a autonomia, valorizando a atuação e a produção de cada um. Ela precisa ser uma figura presente, ponto de referência da personalidade e missão da escola. Precisa, também, ser respeitosa nas relações interpessoais, inclusive nas ocasiões em que tem que promover ajustes no percurso de cada agente.

Uma corrente de estudiosos entende que os procedimentos adotados nas escolas não podem ser iguais aos adotados nas empresas. A administração escolar é portadora de uma especificidade e diferencia-se da administração capitalista porque não tem o lucro como objetivo principal (FERREIRA DE OLIVEIRA, NUNES DE MORAES e DOURADO, 2000).

(19)

Na visão de Lück (2009) a área de gestão educacional vem ganhando corpo e segue acompanhada de mudanças. A gestão passa a dar maior ênfase nas decisões em conjunto, fortalecendo a democracia e compromisso coletivo com os resultados educacionais.

2.2 Gestão de Pessoas

Gil (2001) entende que gestão de pessoas é a função gerencial que visa a cooperação entre as pessoas para o alcance dos objetivos organizacionais e individuais. Segundo o autor a expressão gestão de pessoas surgiu para substituir a Administração de Recursos Humanos, entendido como um tema mais restrito que considera as pessoas como recursos ao lado de recursos materiais e financeiros. Já a gestão de pessoas trata seus empregados como parceiros, colaboradores, participantes das decisões, que possuem talentos a serem estimulados que podem contribuir para o desenvolvimento da organização.

Dutra (2002) caracteriza gestão de pessoas como conjunto de políticas e práticas que concilia as expectativas entre organização e pessoas permitindo que as duas partes possam realiza-las ao longo do tempo.

No entendimento de Chiavenato (2010) a gestão de pessoas constrói talentos através de um conjunto integrado de processos, além de cuidar do capital humano das organizações. O autor entende que a área de gestão de pessoas é de grande importância, pois percebe as pessoas como elementos impulsionadores das organizações, são fontes de inteligência, talentos e aprendizados necessários para a constante renovação organizacional em um mundo de mudanças e desejos.

De acordo com Davel e Vergara (2001) as pessoas constituem o princípio essencial da dinâmica organizacional porque dão vitalidade as atividades e processos e são capazes de inovar, criar e recriar contextos e situações. Cada pessoa possui características e qualidades únicas e por isso, elas são fonte de vantagens competitivas para as organizações. Assim cabe a gestão de pessoas o importante papel de criar ambiente favorável para o desenvolvimento dessas características e qualidades próprias a favorecendo tanto a organização quanto as pessoas.

Para Chiavenato (2010) o ambiente de gestão de pessoas é composto por pessoas e organizações que mantém uma relação de mútua dependência que beneficia ambas. As pessoas dependem das organizações para que possam alcançar seus objetivos pessoais e

(20)

profissionais, ou seja, para que uma pessoa cresça e seja bem sucedida, precisa crescer dentro da organização. Já as organizações precisam das pessoas para produzir bens e serviços, atender os clientes, competir nos mercados e atingir seus objetivos estratégicos.

De acordo com Alvesson, Becker e Gerhart apud Davel e Vergara (2001) a gestão de pessoas é atividade fundamental para a sobrevivência e sucesso das organizações que atuam em cenários mutáveis, competitivos e turbulentos.

No entendimento de Dutra (2002) as organizações vêm sofrendo muitas pressões do ambiente externo e isso acaba fazendo com que revisem a forma de gerir pessoas gerando algumas mudanças. A estrutura das organizações está mais flexível e adaptável o que necessita de pessoas que estejam envolvidas em um processo de constante adaptação. Os processos decisórios são ágeis, focados e descentralizados, necessitando de pessoas comprometidas, envolvidas, com postura autônoma e empreendedora. A velocidade para entrar e sair de mercados visualiza a importância de pessoas atualizadas com as tendências do mercado. A grande competitividade necessita de pessoas que articulem-se entre si, formando um time que permanece em constante aprimoramento.

Segundo o mesmo autor as expectativas das pessoas em relação às organizações e ao trabalho também vêm sofrendo mudanças. As pessoas estão mais conscientes de si, possuem mais liberdade e autonomia em suas escolhas carreiras e desenvolvimento profissional, estão atentas em relação a sua integridade física, psíquica e social, estão mais exigentes em relação às condições para o contínuo desenvolvimento nas organizações.

De acordo com Chiavenato (2010) nos últimos anos as pessoas tornaram-se o diferencial competitivo que promove e mantém o sucesso das organizações. Constituíram-se em competência básica e vantagem competitiva para as organizações em meio a um mundo globalizado, instável e fortemente concorrente. Dessa maneira segundo o autor, as organizações estão mudando seus conceitos as suas práticas de gerir pessoas.

Dutra (2002) entende que muitas empresas ainda tratam a gestão de pessoas com base em premissas equivocadas sobre a realidade da organização, o que gera efeitos indesejáveis e o insucesso. Tendo em vista isso, o autor afirma que o ambiente organizacional necessita de um modelo de gestão de pessoas que estimule e ofereça suporte ao desenvolvimento mútuo da empresa e das pessoas, oferecendo a ambas orientação para esse desenvolvimento de forma clara, simples e flexível. Assim o autor propõe um modelo de

(21)

gestão de pessoas composto por três processos: movimentação, desenvolvimento e valorização.

Chiavenato (2010) por sua vez entende que gestão de pessoas consiste em um conjunto de processos dinâmicos e interativos. Sendo assim, o autor propõe um modelo de gestão de pessoas composto por seis processos: Agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas. Segundo o autor os processos tratam-se de políticas e práticas necessárias para administrar o trabalho das pessoas, criando condições para o aumento do capital humano e para o aumento do capital intelectual, seja das pessoas ou das organizações.

A gestão de pessoas no entendimento de Drews e Pizolotto (2009) remete a necessidade de conhecer os atos e atitudes das pessoas nas organizações, sua condução para os objetivos organizacionais aliados aos objetivos individuais.

2.3 Relações Interpessoais

As relações interpessoais são processos que envolvem o convívio e trocas entre os indivíduos, e são intensamente mediadas pelos sentimentos, tanto de um, como de outro. (Pinho & Santos, 2007 apud Garcia 2010).

Antunes (2008 apud SANTANA, 2008) entende que as relações interpessoais são conjuntos de procedimentos que facilitam a comunicação e a linguagem entre as pessoas e assim estabelece laços sólidos nas relações humanas.

Conforme Pizolotto e Drews (2008) olhando para a diversidade contida nos grupos ou equipes que compõem as empresas ou organizações públicas é possível perceber que ali se constituem ou não laços de afinidades que são denominados como relações interpessoais.

Na percepção dos autores abordados anteriormente as relações estão presentes nos grupos e equipes e tratam do convívio e laços afetivos entre as pessoas.

De acordo com Chiavenato (2003) as pessoas não vivem sozinhas, isoladamente, mas interagem continuamente com outras pessoas. Nessas interações as duas partes envolvem-se mutuamente e uma acaba influenciando a outra. No ambiente de trabalho das organizações é visível essas interações citadas pelo autor e frequentemente uma pessoa acaba influenciando através de palavras ou atitudes.

No entendimento de Bom Sucesso (2002) a bagagem que o empregado possui, emoções, sentimentos, o modo de viver, interage com os demais, configurando uma teia de

(22)

relações interpessoais. Sendo assim, partindo da percepção do autor as relações interpessoais nas organizações são influenciadas pelas características próprias e pela experiência de vida dos indivíduos que a compõem.

De acordo com Chanlat (1996) as relações entre os indivíduos podem ser formais, que seguem regras e procedimentos ou informais que surgem espontaneamente nos locais de trabalho.

2.3.1 As Relações Interpessoais no Ambiente de Trabalho

De acordo com Apóstolo e Loureiro (2002) o trabalho tem uma importância indiscutível na vida das pessoas. Ele representa para os indivíduos não somente uma forma de ganhar a vida, mas também como um meio de interagir-se com os outros. Sendo assim, os autores entendem que o trabalho é utilizado pelo homem como forma de satisfazer sua necessidade social de fazer parte de um grupo e manter relações com os demais indivíduos deste grupo.

De acordo com Bom Sucesso (2002, p. 25) no trabalho o ser humano interage e transforma o meio ambiente, assegurando a sua sobrevivência. É por meio do trabalho que o homem estabelece relações interpessoais que servem para reforçar sua identidade e o senso de contribuição. Assim, o ser humano beneficia-se das relações interpessoais que mantém no trabalho na medida em que um indivíduo contribui com o outro para que ambos possam alcançar os objetivos pretendidos.

Chiavenato (2003) afirma que as organizações só existem devido às relações interpessoais que ocorrem entre os indivíduos no ambiente de trabalho. No entendimento do autor as relações entre as pessoas é condição necessária para a existência de uma organização, sendo que é a qualidade das relações interpessoais que define o sucesso ou insucesso das organizações.

Segundo Cleber de Aquino o trabalhador está constantemente interagindo com outras pessoas e com diversos grupos sociais e assim a comunicação, a interação e a convivência são condições necessárias para a sobrevivência e produtividade humana. No entendimento do autor o trabalhador precisa desenvolver a competência de saber interagir e relacionar-se com pessoas para manter-se no mercado de trabalho e melhorar seu desempenho produtivo na organização onde atua (KANAANE, 2006).

(23)

De acordo com Cuzin (2007) seja qual for a atividade a ser desenvolvida, as ações realizadas de forma isolada dificultam o alcance dos objetivos. Sendo assim, quando as pessoas desenvolvem as atividades em conjunto conseguem atingir os objetivos, as metas e o sucesso com maior facilidade. Segundo a concepção do autor, nas ações em conjunto existem um referencial, uma estrutura que incentiva e impulsiona para a realização do trabalho a ser efetuado.

No entendimento de Apóstolo e Loureiro (2002) o desenvolvimento de relações positivas nos grupos de trabalhos é uma importante peça para o desenvolvimento organizacional e a avaliação das relações interpessoais podem servir para desenvolver propostas de intervenção no contexto organizacional.

Conforme Davel e Vergara (2001) o espaço organizacional é uma rede de relações e devido a isso, é de grande importância identificar quem se relaciona com quem, como as relações ocorrem e mudam, como as relações podem impor limitações e como os gestores se manifestam para mudar, estabelecer e manter relacionamentos no ambiente de trabalho.

Conforme Kanaane (2006) para que ocorra o desenvolvimento da organização deve-se buscar o desenvolvimento das competências pessoais e interpessoais. Assim, o autor entende que com esta postura a organização visa melhorar as relações interpessoais com o objetivo de melhorar a qualidade de vida no trabalho.

Ainda, segundo o mesmo autor, para o desenvolvimento profissional e o sucesso das organizações a administração necessita dar importância a subjetividade dos indivíduos e a fortalecer as relações interpessoais. Nessa linha de pensamento do autor evidencia-se a importância da área de gestão de pessoas criar formas e estratégias para fortalecer as relações entre os profissionais da organização a fim de atingir o sucesso organizacional.

2.3.2 Relações Interpessoais no Ambiente de Trabalho Escolar

De acordo com Santana (2008) nas relações interpessoais ocorre uma relação de troca mútua. Sendo que é nessa relação que há a assimilação de conhecimentos e o desenvolvimento de hábitos e atitude de convívio social. Percebe-se com essa concepção do autor a importância das relações interpessoais nas escolas, porque é nesse ambiente que as crianças e adolescentes adquirem conhecimento e são preparadas para viver em sociedade.

(24)

Segundo Raposo e Maciel (2005) nas escolas onde se consegue construir boas relações percebe-se a potencialização dos resultados educacionais e do desenvolvimento dos trabalhos tanto individuais como coletivos.

De acordo com Gonçalves et al. (2008) assim como as relações interpessoais positivas contribuem com o processo de ensino e aprendizagem, as relações interpessoais negativas também influenciam no processo de ensino e aprendizagem.

Partindo desses dois últimos autores, é possível perceber a importância das relações interpessoais no ambiente escolar, tanto para o aprendizado dos alunos, quanto para o desenvolvimento do trabalho realizado pelos profissionais que atuam na escola.

No entendimento de Duarte (2010) é importante compreender as relações estabelecidadas no espaço social escolar e saber lidar com as questões interpessoais, para que se posssa desenvolver ações que visão fortalecer as relações, gerando conforto e respeito na convivencia escolar, o que fará com que os alunos e profissionais permanecerem na escola.

Para Gonçalves et al. (2008) o estudo e a prática das relações interpessoais buscam analisar os fatores condicionantes dessas relações para então sugerir procedimentos que amenizem o individualismo e dinamizem a solidariedade entre todos buscando desenvolver relações harmonicas.

No ambiente escolar as relações interpessoais envolvem alunos, professores, diretora, coordenadora e demais profissionais além de pais de alunos e comunidade em geral. De acordo com Raposo e Maciel (2005) a maioria dos estudos abordam as relações entre alunos e professores, porém segundo o autor as relações interpessoais existentes entre os outros profissionais que atuam na escola também merecem atenção. Com base nessa percepção, entende-se que as relações interpessoais mantidas na escola de um modo geral são de grande importância para o desenvolvimento e o sucesso da organização escolar.

De acordo com o mesmo autor promover um ambiente onde haja um bom relacionamento interpessoal é um grande desafio na rotina das escolas e as dificuldades em manter boas relações podem atrapalhar a formação de boas equipes de trabalho e dificultar o ensino de qualidade. Assim, partindo da concepção do autor percebe-se a importância das relações para o bom desempenho tanto dos alunos como dos professores e demais profissionais das escolas, também, percebe-se com base no autor que os diretores e gestores organizacionais possuem grandes dificuldades para desenvolver boas relações interpessoais no cotidiano escolar.

(25)

No entendimento de Duarte (2010) na escola interagem indivíduos de diferentes culturas e devido a isso é normal que ocorram algumas dificuldades nas relações estabelecidas no ambiente escolar.

Na percepção de Campos e Godoy (2013), na escola muitas vezes percebe-se que as relações interpessoais apresentam muitas deficiências. Sendo necessário saber conviver com outras pessoas, respeitar as individualidades de cada um, saber ouvir os outros e saber como comunicar-se. Na percepção do autor muitas pessoas possuem dificuldades em aceitar o outro, e isso pode dificultar as relações existentes no ambiente escolar.

Para Campos e Godoy (2013) cada individuo tem sua complexidade e personalidade própria, que se forma ao longo da vida. Assim, na escola essas particularidades exigem um trabalho para melhorar a integração e as relações entre os indivíduos. De acordo com os autores, o gestor tem o papel de interferir sobre as relações entre alunos, professores, funcionários e comunidade buscando melhorar o ambiente de trabalho e consequentemente o desempenho escolar.

2.3.3 Variáveis que influenciam nas relações interpessoais

Existem variáveis ou fatores que influenciam as relações interpessoais no ambiente de trabalho. Identifica-los torna-se importante para compreender a dinâmica das relações na organização em estudo.

- Liderança

No entendimento de Gil (2001) a liderança é baseada no prestígio pessoal e na aceitação dos subordinados. Assim, as pessoas da organização seguem os líderes porque possuem estima, respeito, admiração e confiança neles.

Para Robbins (2005) a liderança define-se como a capacidade que um indivíduo possui de influenciar um grupo a alcançar metas. A liderança está inter-relacionada com o poder. Os líderes usam o poder para atingir objetivos do grupo, assim o poder trata-se de um meio utilizado pelos líderes para facilitar suas conquistas.

Na mesma linha de entendimento de Bowditch e Buono (1992) define liderança como um processo de influencia, onde os indivíduos ou grupos são orientados a estabelecer e a

(26)

atingir metas. Assim, de acordo com os autores a liderança é utilizada para influenciar e impulsionar as pessoas a trabalhar para atingir os objetivos e metas das organizacionais.

No entendimento de Bom Sucesso (2002, p. 149) “os líderes são responsáveis pelo incentivo e pela manutenção de medidas que assegurem clima positivo, uma vez que as relações interpessoais constituem um forte componente da satisfação com o trabalho e, devido a esta importância, requerem um guardião, empenhado em esforços diários para a prevenção de conflitos”. O reconhecimento, a admiração e a credibilidade dos líderes em relação aos demais membros do grupo facilitam as relações de trabalho. Assim, de acordo com as convicções do autor a liderança contribui para manter boas relações interpessoais no ambiente organizacional.

De acordo com Kanaane (2006) na maioria das organizações os líderes não levam em consideração os valores dos indivíduos que compõem sua equipe de trabalho, e mantém restrições ao considerar o grupo como fonte para a tomada de decisões. Essa postura tem gerado resultados desfavoráveis ao alcance dos objetivos organizacionais, como baixa produtividade, padrão de qualidade não adequado, desajustes nos postos de trabalho, baixa lucratividade e perda da credibilidade no mercado. Para que esse quadro mude é necessário que as lideranças adotem posturas mais flexíveis e uma visão voltada para os interesses e para a motivação das pessoas do grupo.

De acordo com a autora Bom Sucesso (2002) a postura dos líderes ao reunirem sua equipe para informar ou discutir cenários, explicitar estratégias, esclarecer dúvidas produz resultados surpreendentemente positivos. Ainda segundo a autora, essa postura dos líderes agrada os colaboradores porque faz com que eles sintam-se importantes para a organização.

“No mundo dinâmico de hoje, precisamos de líderes que desafiem o status, que criem visões de futuro e sejam capazes de inspirar os membros da organização a querer realizar estas visões” (ROBBINS, 2005, p.258-259).

-Trabalho em Equipe

Os grupos e equipes possuem denominações diferentes. Grupos são indivíduos que executam atividades separadamente, as responsabilidades são isoladas. O entrosamento entre os mesmos é superficial, encontram-se despreparados para o trabalho em conjunto, sendo assim raramente desenvolvem comportamentos cooperativos. Já a equipe é caracterizada quando em um grupo desenvolve-se uma sinergia resultante do esforço coordenado dos

(27)

indivíduos, sendo que o desempenho alcançado é maior do que a soma dos desempenhos individuais (IVANCEVICH, 2008; DUHÁ, 2007; BIEHL, 2004; MARRAS, 2000 apud WEBER E GRISCI, 2010).

Equipe de acordo com Vergara (2003) é um conjunto de pessoas que possuem um elemento de identidade, elemento de natureza simbólica, que une as pessoas, estando elas fisicamente próximas ou não. Segundo o autor esse elemento pode ser normas, processos, objetivos, situação ou causa.

Segundo Dias e Silveira (2013) ao longo dos tempos o trabalho em equipe foi fundamental para a sobrevivência humana e as emoções presentes nas equipes foram responsáveis pela eficácia nas relações interpessoais. Assim, segundo os autores as pessoas precisam organizar-se em equipes para poderem sobreviver em sociedade.

No trabalho em equipe além de aptidões verbais, matemáticas e saber lidar com tecnologia é preciso saber ouvir, ensinar os outros e saber facilitar as coisas na equipe. Dessa maneira as habilidades pessoais e de relacionamento são tão importantes quanto às habilidades técnicas (NARDI, 2006; SENNETT, 2003 apud WEBER; GRISCI, 2010).

Para Vergara (2003) o trabalho em equipe possui algumas vantagens, como agilidade na captação e uso das informações, as ideias criadas pelo grupo são mais ricas, mais elaboradas e de mais qualidade, maior facilidade em assumir riscos, porque a responsabilidade é de toda a equipe, o poder é compartilhado, as pessoas sentem-se mais comprometidas e motivadas. De acordo com o autor o trabalho realizado em equipe gera resultados melhores do o trabalho desempenhado de forma individual pelas mesmas pessoas.

Através da concepção de Vergara entende-se que o trabalho em equipe tem seus pontos positivos que favorecem a produtividade e beneficiam tanto a organização quanto o grupo, mas também tem pontos negativos que precisam ser administrados para que não venham prejudicar o desempenho da equipe.

- Conflito

De acordo com Nascimento e Simões (2010) os conflitos são próprios das relações interpessoais e em virtude da organização unir pessoas diferentes em busca de um objetivo comum acaba por gerar uma diversidade de conflitos.

(28)

Robbins (2005, p. 326) define conflito como “um processo que tem início quando uma das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar, negativamente alguma coisa que a primeira considera importante”.

Segundo os autores que conceituaram conflitos até então, ele é algo natural, que está presente nas relações interpessoais mantidas entre os grupos e se manifesta em consequência das diferenças existentes entre as pessoas, ou capacidade de afetar ou influenciar umas as outras.

Para Robbins (2005) na conceituação das relações humanas o conflito é uma ocorrência natural no interior das organizações e não é totalmente negativo. O autor entende que conflito não pode ser evitado, não pode ser eliminado e em algumas situações pode beneficiar e melhorar o desempenho do grupo.

De acordo com Kanaane (2006) existe uma tendência de relações interpessoais conflitantes em distintos ambientes organizacionais, decorrente de impactos do clima organizacional determinado pela motivação individual, e por outros fatores como padrões de comunicação, estilos de liderança, padrões de desempenho, que de forma direta ou indireta afetam as relações e são por elas também influenciados.

Para Bom Sucesso (2002) o indivíduo tem tendência em avaliar, julgar criticar e aconselhar antes de procurar entender a perspectiva do outro e isso é a mais frequente causa de conflitos e mal entendido com os colegas de trabalho e até mesmo líderes.

Na concepção de Kanaane (2006) com o intuito de diminuir os conflitos as organizações passam a dar mais ênfase à criação de grupos semiautônomos e operativos e na implantação de modelos participativos visando um maior comprometimento dos indivíduos envolvidos na realização das tarefas. Assim de acordo com o autor a administração dos conflitos seria feita sobre a forma de participação, integração do funcionário aos interesses da organização, com vista a motivação do indivíduo e do grupo.

- Motivação

Segundo Vergara (2003) a motivação é um processo intrínseco, que está no interior das pessoas, mas que pode ser provocada através de estímulos. Para Gil (2001) motivação é uma força que provem do interior de cada pessoa que as estimula a agir.

(29)

Os autores entendem que uma pessoa não é capaz de motivar a outra, sendo assim os gestores não podem diretamente motivar seus colaboradores, mas pode provocar ou despertar a motivação que existe em cada um deles.

Segundo Gil (2001, p 202) “O comportamento humano é motivado pelo desejo de atingir algum objetivo. Nem sempre, porém, este objetivo é conhecido pelo indivíduo. Boa parte da motivação humana localiza-se na região abaixo do nível do consciente, conforme a analogia do iceberg apresentada por Freud”. O autor entende que algumas vezes nem o próprio indivíduo consegue identificar qual o objetivo que o motiva, assim o gestor também não consegue compreender o que motiva alguns colaboradores.

Segundo Bom Sucesso (2002) a desmotivação está presente em muitas empresas e o estímulo ao autoconhecimento através da realização de seminários e eventos, pode ajudar as pessoas desmotivadas a recuperar o entusiasmo e a vontade de produzir algo que faça sentido.

Para Bom Sucesso é importante que o gestor dê mais importância aos sentimentos de seus colaboradores, que procure saber o que eles pensam e desejam e principalmente identifique o grau de motivação em que se encontram para então poder desenvolver formas de estimular o interesse e motivação da equipe.

Na concepção de Chanlat (1996) a motivação ajuda a entender os gestos e comportamentos das pessoas e nas organizações o grande interesse é que se os gestores conseguirem compreender o que leva as pessoas a agir pode influenciar o seu rendimento. Dessa maneira, segundo o autor ao diagnosticar o que motiva as pessoas a agir os gestores podem criar estratégias e mecanismo para despertar a motivação na sua equipe de trabalho e assim melhor o desempenho da mesma.

- Satisfação

As relações interpessoais estão diretamente envolvidas na satisfação dos funcionários. As pessoas veem no trabalho a oportunidade de encontrar pessoas com quem possam manter boas relações e ter prazer em trabalhar. Assim, boas relações entre os colegas fazem com que as pessoas encontrem sentido para suas vidas gerando satisfação no trabalho (ROBBINS, 2009; MORIN, 2002 apud SCHRÖDER, 2012).

Robbins (2005, p. 61) entende que a satisfação “se refere à atitude geral de uma pessoa em relação ao trabalho que ela realiza”. Assim no entendimento do autor uma pessoa satisfeita

(30)

apresenta atitudes positivas relacionadas ao trabalho e quando insatisfeita possui atitudes negativas.

De acordo com Herzberg as insatisfações são resultantes de fatores desenvolvidos nas organizações por meio das relações interpessoais e das condições de trabalho (MEISTER, 2013). Sendo assim, para o autor a satisfação depende muito dos fatores externos ao indivíduo, do contexto em que se encontra.

Atingir a satisfação segundo Meister (2013) pode levar pouco ou muito tempo. Segundo o Autor as pessoas são dinâmicas e estão em constante mudança, permanecem sempre em uma busca eterna por satisfação, e quando atingem a satisfação desejada, redirecionam a busca e assim sucessivamente, o que faz surgir uma infinidade de situações que são despertadas em cada momento conforme as circunstâncias em que se vive.

No entendimento de Robbins (2005) a avaliação que um funcionário faz sobre sua satisfação ou insatisfação em relação ao trabalho resulta de uma soma complexa de diferentes elementos. Assim, com base na percepção do autor subentende-se que satisfação não tem apenas uma causa, mas é fruto da união de diversos fatores.

Segundo o especialista Jeffrey Pfeffer o dinheiro é um importante fator causador de satisfação ou insatisfação, mas não é o principal. Para o autor as pessoas trabalham por dinheiro, mas trabalham ainda mais para dar sentido as suas vidas. Dessa maneira, de acordo com o autor entende-se que se o gestor utilizar somente a remuneração para tornar seus colaboradores satisfeitos e esquecer-se dos fatores que dão sentido a sua vida continuará tendo colaboradores insatisfeitos (Dubrin, 2003 apud SCHRÖDER, 2012).

- Estresse

Segundo França e Rodrigues (2002) o termo stress é considerado um grande vilão causador de muitos problemas, desgraças pessoais e de saúde como ulceras, doenças coronarianas, acidentes, baixo rendimento no trabalho, dificuldade nas relações interpessoais, diminuição da qualidade de vida.

De acordo com os mesmos autores (2002, p. 27) o estresse é “o conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço de adaptação”.

(31)

Na concepção de Robbins (2005, p. 438) “estresse é uma condição dinâmica na qual um indivíduo é confrontado com uma oportunidade, limitação ou demanda em relação a alguma coisa que ele deseja e cujo resultado é percebido, simultaneamente, como importante e incerto”.

Os três autores abordados entendem que o estresse é a maneira como o corpo reage a situações que fogem da comodidade, que exigem esforço e adaptação, como oportunidades, limitações ou demandas importantes e incertas.

Segundo Robbins (2005) o estresse é tratado normalmente como um fator negativo, porém ele tem seu lado positivo e pode ser visto como uma oportunidade quando tem um potencial de ganho. O estresse causado pelo excesso de trabalho e cumprimento de prazos pode ser encarado como um desafio positivo que melhora a qualidade do trabalho realizado pelo profissional e aumenta sua satisfação.

Para Araújo (2011, apud SOUZA, 2012) o estresse é algo necessário e em quantidade moderada pode ser benéfico. No entanto, o prejuízo ocorre quando as situações estressantes são contínuas e o corpo começa a sofrer com as constantes reações químicas, que se sucedem sem que haja tempo descansar e eliminar essas substâncias. De acordo com o autor o estresse pode gerar benefícios, porém em quantidade excessivas e frequentes podem causar danos a saúde das pessoas.

De acordo com Souza (2012) as relações interpessoais impactam de forma direta na geração do estresse. Para o autor diversos fatores desgastam as relações e contribuem para a geração do estresse. São eles: Assédio moral, assédio sexual, diversidade, falta de apoio, falta de colaboração e parceria, comunicação deficiente, falta de integração, conflito interpessoal, competição, fofocas, intriga, perfil pessoal entre outros.

Robbins (2005) identifica três conjuntos de fatores causadores de estresse: fatores ambientais, fatores organizacionais e fatores individuais. Fatores ambientais como incertezas econômicas, crises, recessões, incertezas políticas e tecnológicas entre outros, fatores organizacionais como demanda de tarefas, demanda de tarefas, pressões para evitar erros, para cumprir os prazos, excessiva carga de tarefas, chefes muitos exigentes e insensíveis, colegas desagradáveis e os fatores individuais que incluem questões familiares, problemas econômicos e características de personalidade.

Ainda segundo Robbins (2005) os fatores de estresse são cumulativos, ou seja, cada novo e persistente fator aumenta o nível de estresse do indivíduo.

(32)

- Comunicação

Segundo Chiavenato (2003) as pessoas não vivem isoladas e nem são autossuficientes. Elas relacionam-se com outras pessoas e seus ambientes através da comunicação.

Chanlat (1996, p. 37) entende que “toda interação, qualquer que seja, supõe por definição um modo de comunicação, isto é, um conjunto de disposições verbais e não verbais que se encarregam de exprimir, traduzir, registrar, em uma palavra, de dizer o que uns querem comunicar aos outros durante uma relação”.

De acordo com os dois autores as pessoas interagem e relacionam-se entre si e utilizam para isso a comunicação sendo ela verbal ou não. Quando se fala em relações humanas automaticamente pensa-se na comunicação existente nessas relações, pois é quase impossível relacionar-se com outras pessoas sem se comunicar com elas de alguma forma.

No entendimento de Xavier, Camacho e Ferreira (2010) a comunicação interna é percebida como uma ferramenta com grande potencial estratégico que pode fortalecer as relações interpessoais e as relações dos colaboradores para com a organização visando o alcance dos objetivos.

Para Robbins (2005, p. 232) uma das principais forças que podem influenciar no bom desempenho dos grupos é a comunicação. Falhas na comunicação são fontes mais frequentes de problemas nas relações interpessoais. Para o autor a comunicação é muito importante para a eficácia de qualquer organização ou grupo.

Para Pizolotto e Drews (2009, p.27) “permanentemente há mensagens circulando; seja na direção descendente, do superior ao subordinado; seja ascendente, do subordinado ao superior; seja lateral, de um órgão para o outro”. Nesta perspectiva entende-se que a comunicação é importante para a manutenção das relações interpessoais no ambiente de trabalho.

De acordo como Chiavenato (2006) a comunicação possui dois propósitos, proporcionar informação as pessoas para que elas possam desenvolver suas tarefa e propiciar as atitudes necessárias que promovam a motivação, a cooperação e a satisfação nos cargos ocupados.

Na mesma linha de pensamento Robbis (2005) entende que a comunicação age no controle do comportamento das pessoas, facilita a motivação, oferece meio para expressão emocional e proporciona informações para a tomada de decisões.

(33)

De acordo com a concepção dos dois autores Chivenato e Robbis a comunicação é muito importante tanto para o sucesso organizacional quanto para o sucesso individual.

Segundo Gil (2001) a maioria das pessoas não sabe comunicar-se. Para comunicar é preciso fazer-se entender, assim é preciso estar capacitado para falar e para ouvir. A maioria das pessoas tem dificuldades para ouvir, enquanto alguém fala estão preocupados com outras coisas ou então preocupados em responder aquele que fala e esquecem que precisam ouvir o que está sendo dito. Isso custa caro para as organizações, pois a má comunicação prejudica as relações entre as pessoas e provoca conflitos.

- Diferentes Gerações

Na concepção de Andrade et al (2012) geração é o conjunto de pessoas que nasceram em uma mesma época, que sofrem influencia do contexto histórico, o que determina o seu comportamento, causando impacto na evolução da sociedade e no ambiente de trabalho.

Segundo os mesmos autores (2012) para entender como ocorrem as relações interpessoais em um determinado ambiente de trabalho é importante verificar a diferença na forma de agir e de pensar das várias gerações que convivem no ambiente organizacional. Sendo assim, de acordo com os autores as diferenças existentes entre as gerações interferem nas relações interpessoais no ambiente de trabalho organizacional.

Segundo Bastos (2012) vem ocorrendo diversas mudanças envolvendo os indivíduos e organizações, e devido a elas as organizações vem buscando profissionais que demonstrem suas habilidades e estejam engajados com os novos desafios do mundo atual. Surgiu assim, um mesclado de profissionais de diferentes gerações, percebe-se a saída da geração "Baby Boomers", pessoas nascidas entre 1940 e 1960, a atuação dos profissionais da geração X , nascidos entre 1960 e 1080 a entrada da geração Y, pessoas que nasceram entre 1980 e 1999. De acordo com Andrade et al (2012) os membros da geração Baby Boomers procuram construir uma careira sólida, valorizam a fidelização ao trabalho e buscam neste trabalho fonte de realização e não só de bens materiais. Quando assumem cargos de liderança, defendem teorias de participação e motivação, procuram manter um bom ambiente de trabalho onde prevaleça a justiça. Essa geração coloca o trabalho acima de tudo e possui tendência a aposentar-se mais tarde, possuem o desejo de continuar em atividade por muito tempo.

Referências

Documentos relacionados

Para tanto utilizou-se como metodologia a revisão bibliográfica dos principais autores que exploram a temática proposta: espaço urbano, o sistema turístico, hospitalidade e

O artigo contempla-se alguns dos resultados obtidos sobre as relações interpessoais no interior da escola, a partir de uma investigação realizada no Colégio

ambos atuando em turmas do Ensino Médio; de uma agente educacional I, há mais de vinte anos na profissão e uma agente educacional II com 5 anos nesse trabalho. Ao serem indagados

Entendemos que a afetividade assim como a inteligência, não são funções que aparecem na criança de forma pronta e acabada pelo contrário, ambas evoluem ao longo do

Uma outra ferramenta para auxiliar na resolução de conflitos é a Comunicação Não-Violenta (CNV), uma vez que oferece um diálogo baseado em linguagem clara, honesta, livre de

Ser moral para Kant era submeter a minha vontade livre à lei moral (age de tal modo que a máxima da tua vontade, possa ser erigida como lei universal) segundo um sentimento de

A) Anel de Pressão, Anel Raspador e Anel de aço. B) Anel de Compressão, Anel de Pressão e Anel Lubrificador. C) Anel de Êmbolo, Anel de Pressão e Anel de aço. D) Anel de

Martinelli & Valente [2014] discorrem em seu artigo A História Vista pelo Jogador: Um estudo empírico sobre como os jogadores contam histórias abordam como