• Nenhum resultado encontrado

materialdedireitoadministrativo

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "materialdedireitoadministrativo"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

Caros alunos:

Segue material sobre nossa materia, inclusive resumos dos temas 3 ( que estamos estudando agora) e 4 ( que iremos estudar em seguida).

Observo que os resumos são apenas para nortear as aulas. Os livros e artigos científicos devem ser buscados para fins de leitura aprofundada.

Recomendo que leiam os livros de Direito Administrativo que existem na biblioteca da faculdade. E que busquem os sites jurídicos, dentre eles o jusnavigandi.

Abraços.

Professor Oscar

--Anexo de Mensagem

Encaminhado--Conflitos entre princ�pios e regras Elaborado em 12.2007.

Fernando Estevam Bravin Ruy

Juiz de Direito de Entr�ncia Especial e Juiz do Col�gio Recursal do Estado do Esp�rito Santo. Professor da Universidade Federal do Esp�rito Santo. Professor da Escola da Magistratura do Estado do Esp�rito Santo. Mestre em Direito e Economia pela Universidade Gama Filho, RJ. Doutorando em Ci�ncias Jur�dico-Econ�micas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

(2)

Introdu��o; 1. Breve abordagem da doutrina; 2. Considera��es conceituais sobre princ�pios e regras; 2.1. Natureza constitucional dos princ�pios; 3. Distin��es entre princ�pios e regras; 3.1. Distin��o quantitativa ou de grau: generalidade e vagueza; 3.2. Distin��o qualitativa ou l�gica: dimens�o de peso ou import�ncia; 4. Outras

classifica��es: princ�pios constitucionais; Conclus�o; Refer�ncias bibliogr�ficas

Introdu��o

A pesquisa realizada encontra-se dentro de um dos temas mais atuais da Teoria Geral do Direito. A pretens�o, sem o compromisso de adentrar-se profundamente no conte�do de t�o vasto tema, � estabelecer as diferen�as existentes e comumente estudadas entre princ�pios e regras jur�dicas, e os reflexos que esse corte epistemol�gico tem nas formas de solu��o de conflito que h� entre estas esp�cies que comp�em o g�nero norma jur�dica.

Embora atualmente haja pouco espa�o para discuss�es acerca da reconhecida juridicidade dos princ�pios, � imperioso dizer que, num passado n�o muito distante, a doutrina dos princ�pios n�o os identificava como norma jur�dica. Eram tratados como simples exorta��es de preceitos de ordem moral ou pol�tica, sem coatividade.

Atualmente, os problemas acerca dos princ�pios e regras consistem nos aspectos conceituais entre essas esp�cies de normas jur�dicas e nas suas diversidades ontol�gicas. Esses dois problemas t�m implica��es no plano pr�tico e no campo da hermen�utica.

Nesse diapas�o, o presente estudo enfrentar� as discuss�es gerais sobre aqueles dois problemas, partindo de uma concep��o doutrin�ria hist�rica a uma abordagem contempor�nea, bem como suas conseq��ncias pr�ticas no cen�rio atual, sem

preocupa��o de adotar uma s� posi��o doutrin�ria ou de sistematizar as posi��es por mais comuns ou diferentes que sejam.

A import�ncia estar� na aprecia��o dos institutos em si, com a finalidade de instigar um reflexo sobre a compreens�o atual do que sejam princ�pios, especialmente os

constitucionais, e as regras.

N�o se trata da busca pela forma ou compreens�o final, nem da infind�vel compara��o de id�ia que surgem nesta ilimitada mat�ria do direito, mas contribuir com os valores que a atualidade se prop�e discutir.

1. Breve abordagem da doutrina

Antes de maiores considera��es acerca do que sejam princ�pios e regras, faz-se relevante trazer � baila o entendimento de alguns doutrinadores durante a evolu��o hist�rica da

(3)

quest�o, demonstrando que o interesse pelo tema j� existe h� algum tempo e de uma forma significativa.

Norberto Bobbio [01] procurou estabelecer as diferen�as entre princ�pios e regras jur�dicas; para tanto, trouxe relevantes considera��es a respeito do tema. Em seus estudos, entende que os princ�pios s�o normas mais gerais, cujo sentido teria aplica��o gen�rica em todo direito positivo

Humberto �vila, cita Karl Larenz que externa o mesmo entendimento de Josef Esser.

Entendem que os princ�pios s�o normas de grande relev�ncia no ordenamento jur�dico. A grande contribui��o desses autores, assim como Del Vecchio, Betti, Bobbio, foi no sentido de raciocinar os princ�pios com car�ter normativo. Ainda para �vila, Canaris nota duas caracter�sticas diferenciadoras entre princ�pios e regras. A uma, que os princ�pios teriam conte�do axiol�gico expl�cito e prescindiriam de regras para sua concretiza��o. A outra, que os princ�pios ao contr�rio das normas teriam "conte�do de sentido somente por meio de um processo dial�tico de complementa��o e limita��o" [02].

A quest�o fundamental n�o est� s� em conceber os princ�pios e dot�-los de

normatividade, tendo destarte reconhecimento no direito positivo, mas no sentido tamb�m de admitir princ�pios n�o expressos no ordenamento que s�o assentes por determinada sociedade e aplic�veis quando diante dos conflitos de interesses.

Partindo dessa observa��o, a discuss�o toma outro vi�s com Robert Alexy [03], com o desenvolvimento racional do discurso jur�dico, a partir da observ�ncia de regras e formas imprescind�veis ao alcance objetivo dos ju�zos de dever e de valor, quando demonstra que h� duas esp�cies de normas, princ�pios e regras, para concluir que a diferen�a n�o � quantitativa, representada pelo grau de generaliza��o como queria Esser h� quarenta anos, mas qualitativa.

� relevante notar o significado das id�ias de Dworkin, quando investe contra o Positivismo (general attack on positivism), com base em sua teoria de que argumentos jur�dicos

adequados repousam na melhor interpreta��o moral poss�vel das pr�ticas em vigor em uma determinada comunidade, mormente quando defende o modo aberto de

argumenta��o permitido pela aplica��o do que ele viria a entender por princ�pios (principles). Consoante Dworkin [04], as regras seriam aplicadas ao modo tudo ou nada (all- or-nothing), pela qual ou a hip�tese de incid�ncia de uma regra � preenchida, e a

conseq��ncia jur�dica deve ser aceita, ou ela n�o � regra v�lida. J� os princ�pios possuem uma dimens�o de peso, e que, na hip�tese de colis�o, o princ�pio com peso maior se sobrep�e ao outro.

Contrariando Dworkin, Alexy [05], foi mais al�m, j� que, para ele, os princ�pios jur�dicos s�o esp�cies de normas jur�dicas, pelas quais s�o estabelecidos deveres de otimiza��o aplic�veis em v�rios graus, conforme as possibilidades normativas e f�ticas. Abordando esse conte�do, conclui �vila que "a solu��o do conflito n�o se resolve com a

determina��o imediata da preval�ncia de um princ�pio sobre outro, mas � estabelecida em fun��o da qual um deles, em determinadas circunst�ncias concretas, recebe a

(4)

Nesse contexto, a nova observa��o no campo dos princ�pios colocou-os em absoluta evid�ncia, os quais em sua grande maioria foram elevados � categoria de normatividade constitucional

2. Considera��es conceituais sobre princ�pios e regras

Pelos entendimentos acima explicitados, h� de se perceber que o presente trabalho n�o pretende tecer explica��es minuciosas sobre a diferencia��o entre princ�pios e regras. A inten��o � centrar esfor�os para tornar mais clara a distin��o que analisaremos, na vis�o contempor�nea, e de forma mais detida, as concep��es trazidas sobre regras e princ�pios.

Regra, por uma r�pida vis�o, considerando-se o b�sico acerca de sua defini��o, representa a imagem de algo est�tico, r�gido e imut�vel. Contudo, embora esse seja o senso comum que prevale�a quando se pensa em regra, quando da an�lise e pesquisa de seu conceito de forma mais aprofundada e cercada das t�cnicas inerentes a qualquer estudo, n�o se pode afirmar de forma absoluta a imutabilidade da regra, pois o que ocorre na

verdade � a adequa��o do fato concreto ao previsto em seus termos.

Embora princ�pios e regras comportem significados abstratos, a abstra��o e a generalidade presentes em cada um devem ser vistas de formas diferentes. Limitando a presente an�lise ao conceito de regras, observamos que tal generalidade se traduz na

situa��o de ser a regra fixada para um n�mero indeterminado de fatos e atos; no entanto a sua aplica��o cingir-se-� a uma determinada e especifica situa��o jur�dica, o que traduz dessa forma, uma aplica��o herm�tica, frisando-se que tal caracter�stica apenas se refere � sua aplicabilidade e n�o � sua interpreta��o.

Em outras palavras, a interpreta��o e a aplica��o de regras partem de uma adequada verifica��o da subsun��o do fato concreto � hip�tese prescrita.

As regras s�o vistas tendo como base dois extremos, isto �, as regras ou s�o ou n�o s�o, s�o tudo ou nada. Tal caracter�stica se exterioriza pelo fato de as regras prescreverem comportamentos, obriga��es, proibi��es e permiss�es, no que se refere � conduta. Nesse passo, essa esp�cie normativa estabelece um fim, o qual, para se configurar, necessita da exist�ncia de forma exata do comportamento prescrito. Tamb�m outro aspecto que merece maiores considera��es � a quest�o relativa � solu��o, quando da ocorr�ncia de conflitos de regras.

Em caso de haver conflito de regras, a primeira provid�ncia a ser tomada � a imediata retirada da regra conflitante em face da incompatibilidade entre esta e a outra norma situada no mesmo plano de validade de um mesmo ordenamento. Portanto � de se notar que a resolu��o de conflitos de regras ficar� sempre estabelecida no plano de validade dos

(5)

sistemas jur�dicos, diferenciando-se cada um de acordo com os diferentes crit�rios utilizados (hier�rquico, especialidade e cronol�gico).

Estabelecidas essas considera��es a respeito das regras, passaremos a analisar o ponto mais interessante da abordagem, que s�o princ�pios, na vis�o de algumas correntes

doutrin�rias.

A import�ncia de se identificar a natureza jur�dica dos princ�pios revela-se mais

necess�ria aos direitos fundamentais, n�o se podendo abdicar da relevante mat�ria dos princ�pios fundamentais, apesar de terem suas caracter�sticas de transcend�ncia e de serem tecnicamente desprovidos de san��o.

Na cl�ssica conceitua��o de Jos� Joaquim Gomes Canotilho, princ�pios "s�o normas que exigem a realiza��o de algo, de melhor forma poss�vel, de acordo com as

possibilidade f�cticas e jur�dicas, e as regras s�o normas que, verificados pressupostos, exigem, pro�bem ou permitem algo em termos definitivos, sem nenhuma excep��o" [07] e acompanhado por diversa doutrina, leciona que algumas normas se constituem em normas-s�nteses ou normas-matrizes, atuando como elementos de integra��o para as outras normas que, em resumo, delas derivam [08].

O reconhecimento da juridicidade dos princ�pios deu-se atrav�s do reconhecimento da exist�ncia de conformidade jur�dica aos princ�pios, como cita Walter Claudius Rothenburg, nos termos da transcri��o que seque:

Quanto � esta��o (Rechtsfolge, injun��o), neles tamb�m comparece, embora de modo impl�cito, no extremo complet�vel em outra ou outras normas jur�dicas, tal como ocorre em rela��o a in�meras normas jur�dicas incompletas. Estas s�o aquelas que apenas explicitam ou o suposto de fato ou a estatui��o de outras normas jur�dicas, n�o obstante configurando norma jur�dica na medida em que, como anota Larenz, existem em conex�o com outras normas jur�dicas, participando do sentido da validade delas [09].

Celso Ant�nio Bandeira de Mello entende princ�pio como:

[...] mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposi��o fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o esp�rito e servindo de crit�rio para sua exata compreens�o e intelig�ncia exatamente por definira l�gica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a t�nica e lhe d� sentido harm�nico [10].

O estudo sobre a natureza dos princ�pios, como definido acima, identifica uma

interpreta��o oposta entre princ�pios e os demais preceitos jur�dicos. Ressalta-se que a distin��o quantitativa, como ser� visto adiante, n�o pode levar a uma interpreta��o distorcida a ponto de se imaginarem naturezas jur�dicas diversas entre as regras dotadas de maior generalidade e regras de concep��es concretas.

Adentrando-se nessa an�lise, Walter Claudius Rothenburg, citando F�bio Konder Comparato, exp�e:

(6)

A virtude dessa posi��o extrema de identifica��o reside na franca admiss�o dos princ�pios como �entes� jur�dicos. Todavia, culmina por negar-lhes identidade pr�pria. Essa t�nica reducionista � atribu�da a exageros positivistas, na l�cida cr�tica de F�bio Konder Comparato (1996:7): �...� lament�vel verificar que o positivismo de superf�cie tem conduzido ao abandono dos princ�pios � necessariamente gerais � como base de toda teoria jur�dica duradoura� [11].

A rela��o dos princ�pios com sua defini��o n�o pode escapar da conclus�o de que se trata de ju�zos fundamentais, dando certeza e garantia a um conjunto de ju�zos,

sistematizados somente em um conjunto. S�o, ainda, dentro do conceito, proposi��es que surgem como fundamento da validez de um sistema de reconhecimentos.

Nos ensinamentos de Jos� Afonso da Silva, a palavra princ�pio � equ�voca. Exp�e o autor que ela assenta sentimentos diversos, apresentando a acep��o de come�o e de fim, nos seguintes termos: "Norma de princ�pio (ou disposi��o de princ�pio), por exemplo, significa norma que cont�m o in�cio ou esquema de um �rg�o, entidade ou de

propaganda, como s�o as normas de princ�pio institutivo e as de princ�pio program�tico" [12].

A melhor adequa��o conceitual n�o est� na raz�o extra�da da natureza da norma, uma vez que esta representa preceito sobre situa��es subjetivas de vantagem ou de v�nculo. Nesse contexto, deve-se observar a diferen�a, quando se adentra na an�lise dos princ�pios fundamentais, que exprimem no��o de mandamento nuclear de um sistema [13].

A multidimensionalidade do sentido da palavra princ�pio, � que, no atual est�gio do estudo da Teoria Geral do Direito, em particular no Direito Constitucional, possibilita a compreens�o de exist�ncia de elevado grau de juridicidade. Os princ�pios jur�dicos, em qualquer �ngulo em que se ponha o jurista, caracterizam-se por possu�rem um grau de preponder�ncia diante das demais regras que comp�em o ordenamento positivado. A desconsidera��o a um princ�pio implica ofender mandamento obrigat�rio, podendo comprometer o sistema regido por aquela regra base, apesar de reconhecidamente outros princ�pios permanecerem com fundamento.

N�o se pode, contudo, desmerecer a no��o de que tanto princ�pios quanto regras s�o esp�cies de um mesmo g�nero, que � a norma jur�dica.

Os princ�pios e as regras s�o normas lato sensu, pelo fato de que ambos dizem o que deve ser.

Apesar de n�o ser uma preocupa��o direta deste trabalho, h� de ser considerada a exist�ncia de classifica��o que imp�e uma terceira via, a norma goals (ou policies), na qual s�o configura��es normativas diferenciadas, com distinta morfologia normativa. Decorreriam, portanto, tr�s modalidades de normas: as regras, com previs�o e estatui��o fechadas; os princ�pios, com previs�o aberta e estatui��o fechada; e os goals, com previs�o e estatui��o abertas. [14]

(7)

2.1. Natureza constitucional dos princ�pios

Com a nova import�ncia dos princ�pios surgiram os de natureza constitucional,

representando um universo de normas gerais elevadas � categoria constitucional, seja por sua natureza e import�ncia, seja por op��o pol�tica.

A doutrina nacional exp�e conceitos e defini��es que justificam as analises que se seguem: Paulo Bonavides [15] reconhece que os princ�pios constitucionais s�o normas jur�dicas e que as normas compreendem as regras e os princ�pios. Baseia-se em Esser, para assegurar que os princ�pios atuam sistematicamente como normas, compreendendo a parte jur�dica e dogm�tica do sistema normativo.

Conforme considera��es j� expostas, extrai-se a import�ncia dada a um princ�pio, em particular, quando elevado � categoria constitucional. Segundo Bonavides, "violar um princ�pio � muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desaten��o ao princ�pio implica ofensa n�o apenas a um espec�fico mandamento obrigat�rio, mas a todo o sistema de comandos" [16].

A pr�pria constitui��o n�o representa um conjunto exclusivamente jur�dico, consolidando a colet�nea como reposit�ria natural dos princ�pios.

Diferente do que se j� interpretou, um princ�pio constitucional n�o representa a defini��o de complementa��o a uma ordem, mas comp�e-se da necess�ria

observ�ncia ao pr�prio poder p�blico do Estado, submetido ao seu comando ou a qualquer part�cipe.

C�rmem L�cia Antunes Rocha [17] define princ�pios constitucionais como valores

supremos encontrados na sociedade. Coloca-os como sendo a raiz e a meta de todo o sistema constitucional, o que os transforma em institutos jur�dico-normativos de efic�cia plena, inseridos na Carta Magna.

Ivo Dantas [18] ensina que os princ�pios fundamentais irradiam seu conte�do sobre a totalidade das demais disposi��es constitucionais, resultando que os princ�pios gerais afetam os subsistemas, mesmo que inseridos na Constitui��o Federal.

Carlos Ari Sundfeld [19] baseia-se na concep��o de que a enuncia��o dos princ�pios que fazem parte do ordenamento tem como fun��o inicial o aux�lio do conhecimento jur�dico, sendo os princ�pios constitucionais verdadeiras normas jur�dicas que devem ser consideradas para o deslinde das quest�es surgidas nas rela��es sociais.

Isso resulta no entendimento de que princ�pios constitucionais s�o normas superiores �s das regras, uma vez que determinam o sentido e o alcance das regras stricto sensu [20].

(8)

Atualmente, os princ�pios est�o amplamente diversificados, reconhecidamente com predomin�ncia em forma, quando assentados na Constitui��o, resultando, com as novas concep��es da teoria dos princ�pios, em exig�ncia sobre a doutrina para uma an�lise de seus confrontos abordados neste estudo, mesmo sem a finalidade de esgotar o tema, em uma vis�o de distin��es quantitativa e qualitativa sobre as regras.

31. Distin��o quantitativa ou de grau: generalidade e vagueza

As conceitua��es j� expostas demonstram que os princ�pios s�o dotados de elevado grau de abstra��o, n�o significando, contudo, sua impossibilidade de determina��o imediata.

A exist�ncia do crit�rio de generalidade implica uma distin��o importante, por�m somente de gradua��o e n�o de essencialidade.

A generalidade � um crit�rio muito utilizado pelos autores, o que n�o concretiza diferen�a, sen�o apenas em um campo da rela��o de diferen�as entre princ�pios e regras.

Joaquim Gomes Canotilho relaciona o crit�rio da generalidade com o grau de determinabilidade na aplica��o do caso concreto [21].

Princ�pios informam sistemas e se estendem a todos os ordenamentos e at� mesmo a outros sistemas pr�prios ou espec�ficos. T�m em seus corpos a determinabilidade e assim s�o identificados, como norteadores, mas sem teor de especificidade, tendo a vagueza como elemento de refer�ncia.

Jane Pereira e Fernanda Duarte lecionam que a distin��o quantitativa se refere ao que a doutrina chama de distin��o fraca, esclarecendo que a base de diferen�a "das teorias de distin��o forte � a concep��o de que os princ�pios n�o guardam diferen�a de ordem l�gica ou substancial em rela��o �s regras", e subscrevem Riccardo Guastini como paradigma da corrente de distin��o fraca, esclarecendo a caracteriza��o dos princ�pios jur�dicos a partir de tr�s crit�rios: "as rela��es com outras normas; o tipo de

formula��o ling��stica; a generalidade" [22]

Apesar de Guastini [23] afirmar que o crit�rio de generalidade n�o � muito preciso, pois mesmo as regras tamb�m possuem uma zona de penumbra, h� de se concordar que o car�ter de generalidade ou at� de vagueza n�o significam imprecis�o, mas indicam a possibilidade de propiciar uma grande gama de dire��o.

Para Walter C. Rothenburg, a generalidade e a vagueza:

n�o se confundem, quando se considera generalidade apenas em rela��o ao �mbito de abrang�ncia (quantidade de situa��o) e n�o em rela��o ao conte�do (tipo de situa��o). Acrescenta o citado autor que uma norma pode ser precisa em seu significado mas gen�rica em seu alcance, como a que diz que �ningu�m ser� privado de direitos por motivo de cren�a religiosa ou de convic��o filos�fica ou pol�tica e recusar-se a cumprir

(9)

presta��o alternativa, fixada em lei� (Constitui��o brasileira de 1988, artigo 5�, VI) [24].

O princ�pio estende-se a um n�mero ilimitado de atos ou fatos, comportando uma s�rie indeterminada de aplica��es. Amolda-se a diferentes situa��es, acompanhando a evolu��o e a modifica��o dos sistemas e da evolu��o social.

Essa for�a imp�e a responsabilidade de que o conte�do do princ�pio esteja devidamente precisado e sopesado em sua espec�fica aplica��o.

32. Distin��o qualitativa ou l�gica: dimens�o de peso ou import�ncia

As teorias que por muito tempo defenderam uma profunda dissocia��o dos conceitos de normas e princ�pios, levando a igualar as regras �s normas, n�o mais prosperam como outrora. Conforme foi abordado neste estudo, ap�s as observa��es de Robert Alexy e do jusfil�sofo norte-americano Ronald Dworkin, sucessor de Herbert Hart na c�tedra de Jurisprudence na Universidade de Oxford, essa dissocia��o foi superada.

Tanto para Dworkin quanto para Alexy, evidenciam-se as diferen�as entre regras e princ�pios a partir da forma de solu��o diante do caso em conflito.

Nessa linha de pensamento, Jane Pereira e Fernanda Duarte lecionam:

"Enquanto as regras s�o aplicadas na forma de disjuntivas (tudo ou nada) � a partir da aferi��o de sua validade � os princ�pios incidem de forma diferente, porque n�o estabelecem conseq��ncias jur�dicas que devem ocorrer automaticamente quando determinadas condi��es se apresentem. Por essa raz�o, quanto aos princ�pios, n�o h� como prever todas as poss�veis formas de aplica��o que podem ensejar, pois estes

enunciam raz�es que indicam determinada dire��o, sem exigir uma decis�o particular" [25].

Apesar de os princ�pios n�o estarem acobertados por preceitos espec�ficos e precisos, uma norma constitucional (princ�pio) deve ser aplicada independentemente da

sistematiza��o do ordenamento por meio de uma regra de direito, reconhecendo que o conflito entre os princ�pios deve ser apreciado atrav�s de uma composi��o de um peso ou de uma import�ncia, em que um cede espa�o ao outro, sem que o de menor dimens�o perca sua validade.

As regras n�o comportam a mesma refer�ncia distintiva quando conflitantes, pois o

afastamento de uma regra se d� em fun��o de um processo hier�rquico, cronol�gico ou da especialidade.

Contudo, na aprecia��o dessa distin��o, os princ�pios s�o algo l�gica ou qualitativamente distintos das normas (regras) [26]

(10)

4 Outras classifica��es: princ�pios constitucionais

In�meras s�o as refer�ncias classificat�rias aos princ�pios e �s regras constitucionais, com os autores oferecendo as mais variadas concep��es.

As classifica��es s�o posi��es doutrin�rias que facilitam o entendimento e o reconhecimento de uma determinada figura jur�dica. N�o obstante as diferen�as

observadas entre princ�pios e regras, a classifica��o segue crit�rios, pelos quais o estudo das normas � transcendentemente aproveitado pelos dos princ�pios.

Jos� Joaquim Gomes Canotilho [27] trata os princ�pios em quatro n�veis: a) princ�pios jur�dicos fundamentais, representando os princ�pios gerais do direito; b) princ�pios pol�ticos constitucionalmente conformadores, que representam op��es pol�ticas centrais e refletem a forma ideol�gica da constitui��o adotada em um pa�s, como os que definem poderes do Estado; c) princ�pios constitucionais impositivos, bem caracter�sticos nas constitui��es dirigentes, uma vez que imp�em a realiza��o de fins e a execu��o de tarefa aos poderes, como o princ�pio da independ�ncia nacional e da corre��o das desigualdades; d) princ�pios-garantia, os mais pr�ximos das regras, com for�a normativa, permitindo estabelecer garantias para o cidad�o, como o princ�pio do juiz e do promotor natural.

Outras refer�ncias, acentuadamente did�ticas, tamb�m s�o de relevo para o estudo das classifica��es. Ressaltam-se ainda as classifica��es de Luis Roberto Barroso e Edilsom Pereira de Farias. [28]

Luis Roberto Barroso relaciona os princ�pios como: a) princ�pios fundamentais, a exemplo do republicano, do estado democr�tico de direito, da separa��o dos poderes e outros; b) princ�pios constitucionais gerais, equivalentes a desdobramentos menos absolutos dos princ�pios fundamentais, a exemplo do princ�pio da legalidade; c) princ�pios setoriais ou especiais que abarcam um n�mero espec�fico de normas e partem de um conte�do, tema ou t�tulo, do texto constitucional.

Edilsom Pereira de Farias exp�e sua classifica��o em: a) princ�pios expl�citos ou positivos, que est�o subscritos na constitui��o ou na lei; quando na Constitui��o, subdividem-se em: princ�pios estruturais ou fundamentais, representantes das decis�es pol�ticas fundamentais do constituinte; princ�pios constitucionais impositivos ou diretivos, ligados �s necessidades coletivas de natureza econ�mica, social e pol�tica; e princ�pios-garantia, referentes �s normas constitucionais que estabelecem uma garantia individual; b) princ�pios impl�citos ou princ�pios gerais do direito, que n�o est�o presentes em norma, mas t�m respaldo no direito positivo; c) princ�pios supraconstitucionais ou extra-sist�micos, que t�m origem fora e acima do direito positivo, n�o se extraindo por dedu��o, nem por indu��o de norma existente, citado como exemplo pela doutrina, os princ�pios da preced�ncia da lei no �mbito normativo.

N�o h� uma classifica��o que atenda as muitas considera��es. Todas podem ser utilizadas e adotadas em sistema bem did�tico, importando ser o crit�rio classificador

(11)

coerente, orientando e aglutinando princ�pios afins, como meio de possibilitar, revelar caracter�sticas e melhor proporcionar a forma��o de conhecimento.

A autonomia conceitual dos princ�pios constitucionais positivos pode passar ainda, sem prefer�ncia de posi��o doutrin�ria, por crit�rios que se revelam classificat�rios. Identificam-se como princ�pios pol�tico-constitucionais e os princ�pios jur�dico-constitucionais. [29]

Princ�pios pol�tico-constitucionais s�o concretiza��es de decis�es pol�ticas

fundamentais. Sustentam-se sobre normas inseridas no sistema constitucional positivo. Vezio Crisafulli informa que normas-princ�pio s�o "normas fundamentais de que derivam logicamente (e em que, portanto, j� se manifestam implicitamente) as normas particulares regulando imediatamente rela��es espec�ficas da vida social" [30].

Gomes Canotilho lembra que os princ�pios politicamente conformadores s�o princ�pios constitucionais, que explicitam as valora��es pol�ticas fundamentais do constituinte. Essas op��es pol�ticas fundamentais s�o princ�pios fundamentais, que est�o, a exemplo na nossa Constitui��o Federal, nos artigos do 1� ao 4�. S�o de natureza variada, pois visam a definir e essencialmente a caracterizar a coletividade tanto na pol�tica quanto na pr�pria estrutura do Estado, enunciando as op��es chamadas pol�tico-constitucionais.

A Constitui��o Federal utilizou-se dos princ�pios fundamentais, estabelecendo princ�pios n�o s� os relativos � exist�ncia, forma, estrutura e tipo de Estado, e � organiza��o da sociedade, ao regime pol�tico, � presta��o positiva do Estado, mas tamb�m os

relacionados � comunidade internacional.

J� os Princ�pios jur�dico-constitucionais gerais comp�em a ordem jur�dica nacional. Entre eles est�o os decorrentes de certas normas constitucionais e os princ�pios-garantia, identificados particularmente na nossa Constitui��o Federal, artigo 5�, incisos XXXVIII a LX. Os princ�pios jur�dico-constitucionais, como foi dito, est�o delineados na Constitui��o, identificando-se com o princ�pio da legalidade, o da retroatividade da lei mais ben�fica ao r�u, o da puni��o � discrimina��o atentat�ria dos direitos e liberdades fundamentais, o da pr�tica de racismo, o da individualiza��o da pena, o do devido processo legal, o do juiz natural, o do contradit�rio, o da inadmissibilidade da prova obtida por meio il�cito e outros.

Conclus�o

O escopo deste estudo n�o foi investigar todas as concep��es conceituais dos princ�pios constitucionais, nem esgotar a distin��o entre princ�pios e regras, nem tampouco limit�-la � distin��o quantitativa ou de grau e � distin��o qualitativa ou l�gica.

(12)

A descri��o dos principais pensamentos da doutrina dos princ�pios, tratados inicialmente como simples exorta��es sem for�a de comando de direito, norteou o trabalho a fim de demonstrar o resultado de hoje em que grande respeito e aplicabilidade s�o declinados aos princ�pios.

Nomes como os de Jos� Joaquim Gomes Canotilho, lembrado em v�rios pontos deste trabalho; de Ronald Dworkin e Robert Alexy, no momento em que foi necess�rio adentrar-nos nas distin��es, ofertaram uma gama de valores, com resultado muito mais do que a an�lise de que princ�pios s�o normas que exigem a realiza��o de algo, da melhor forma

poss�vel, de acordo com as possibilidades f�ticas e jur�dicas.

Sem desmerecer as considera��es extra�das dos pensadores de outras nacionalidades, abordar especialmente as doutrinas brasileira e portuguesa sobre este tema t�o abrangente em muito fortaleceu os conceitos necess�rios para a conclus�o de que os princ�pios constitucionais s�o normas gerais elevadas � categoria constitucional, quer por sua natureza e import�ncia, quer por op��o pol�tica.

Como n�o bastasse a import�ncia pela pr�pria rela��o formal que tem um princ�pio constitucional com o ordenamento, sua viola��o tem o reconhecimento de ser muito mais grave do que transgredir uma regra qualquer, pois estariam sendo violados valores supremos encontrados na sociedade, institutos que pertencem ao centro da meta de todo o sistema constitucional.

Reconhece-se que os princ�pios s�o dotados de elevado grau de abstra��o, n�o

significando, contudo, sua impossibilidade de determina��o imediata. A generalidade, muito utilizada pelos autores estudados, vem, juntamente com as rela��es com outras normas e tipo de forma��o ling��stica, formar o quadro de distin��o quantitativa ou de grau. A distin��o entre princ�pios e regras foi tamb�m identificada levando-se em

considera��o sua natureza qualitativa ou l�gica, em que os princ�pios representam a express�o primeira dos valores fundamentais, informando materialmente as demais normas. Reserva-se que o conflito entre os princ�pios deve ser apreciado atrav�s de uma

composi��o de um peso ou de uma import�ncia, em que um cede espa�o ao outro, sem que o de menor dimens�o perca sua validade. Por outro lado, imp�e-se o afastamento de uma regra em fun��o de um processo hier�rquico, cronol�gico ou da especialidade. Ainda com a finalidade de melhor compreender o fen�meno dos princ�pios, o trabalho adentrou-se em algumas classifica��es, reconhecendo-as como posi��es doutrin�rias que facilitam o entendimento e o reconhecimento de uma determinada figura jur�dica, sistematizando-os basicamente em quatro n�veis: a) princ�pios jur�dicos fundamentais, representando os princ�pios gerais do direito; b) princ�pios pol�ticos constitucionalmente conformadores, que representam op��es pol�ticas centrais; c) princ�pios constitucionais impositivos, bem caracter�sticos nas constitui��es dirigentes; e, d) princ�pios-garantia, os mais pr�ximos das regras, com for�a normativa, permitindo estabelecer garantias para o cidad�o.

(13)

Os princ�pios constitucionais foram tamb�m estudados com a divis�o em princ�pios pol�tico-constitucionais, concretiza��es de decis�es pol�ticas fundamentais, e os princ�pios jur�dico-constitucionais, compondo-se pela ordem jur�dica nacional, como certas normas constitucionais e os princ�pios-garantia.

Operou-se verdadeiramente uma revolu��o de juridicidade sem precedentes no estudo do constitucionalismo, e a inicial concep��o de princ�pios gerais se transformou em

princ�pios constitucionais, movimento participado tamb�m pelo sistema brasileiro, possibilitando fornecer elementos jur�dicos h�beis para melhorar a compreens�o do significado da norma, sem distin��o de sua fonte ou ramo do direito.

Bem verdade � que n�o h� uma classifica��o que atenda a todas as considera��es, mas entender sua import�ncia j� representa suficiente referencial para seu estudo dos princ�pios constitucionais.

Diante dessas considera��es, a conclus�o revela-se conformadora de que os princ�pios constitucionais t�m a mais significativa import�ncia normativa para o sistema jur�dico, pois os princ�pios prev�em importantes valores �ticos e pol�ticos numa sociedade firmada no Estado Democr�tico de Direito.

Diante desses valores abordados, deixo o conte�do deste estudo aberto a cr�ticas, representando assim seu primordial objetivo: o de fomentar o debate.

Refer�ncias

ALEXY, Robert. Teoria da argumenta��o Jur�dica. Tradu��o de Zilda Hutchinson Schild Silva. S�o Paulo: Landy, 2001.

�VILA, Humberto. Teoria dos Princ�pios: da defini��o � aplica��o dos princ�pios jur�dicos. 4 ed. S�o Paulo: Malheiros, 2004.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Ant�nio. Curso de direito administrativo. S�o Paulo: Malheiros, 1999.

BOBBIO, Norberto. Contributi ad un dizionario giuridico. Torino: G. Giappichelli, 1994. BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional S�o Paulo: Malheiros, 1997.

CANOTILHO, Jos� Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constitui��o Lisboa: Editora Almedina, 2000.

DANTAS, Ivo. O valor da Constitui��o. Rio de Janeiro: Renovar, 1996.

DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a s�rio Tradu��o de Nelson Boeira. S�o Paulo: Martins Fontes, 2002.

(14)

ESP�NOLA, Ruy Samuel. Conceito de princ�pios constitucionais: elementos te�ricos para uma formula��o dogm�tica constitucionalmente adequada. S�o Paulo: RT, 1999. v. 2. LIMA, George Marmelstein. A for�a normativa dos princ�pios constitucionais. Dispon�vel em:

. Acesso em: 11 abr. 2005.

PEREIRA, Jane Reis Gon�alves; SILVA, Fernanda Duarte Lopes Lucas. A Estrutura das Normas Constitucionais: notas sobre a distin��o entre princ�pios e regras. In: PEIXINHO, Manoel Messias; GUERRA, Isabella Franco; FILHO, Firly Nascimento (Org.). Os princ�pios

constitucionais da constitui��o de 1988. Rio de Janeiro: Renovar, 2001, p. 3-24.

ROCHA, C�rmem L�cia Antunes. Princ�pios constitucionais da administra��o p�blica. Belo Horizonte: Del Rey, 1994.

ROTHENBURG, Walter Claudius. Princ�pios Constitucionais. Porto Alegre: Editora S�rgio A. Fabris, 1999.

SANCHIS, Luis Prieto. Sobre principios y normas: problemas del razonamiento jur�dico. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1992.

SILVA, Jos� Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 15 ed. S�o Paulo: Malheiros, 1998.

SUNDFELD, Carlos Ari. Fundamentos de direito p�blico. S�o Paulo: Malheiros, 2002.

Notas

BOBBIO, Norberto. Contributi ad un dizionario giuridico. Torino: G. Giappichelli, 1994, p. 366. �VILA, Humberto. Teoria dos Princ�pios. S�o Paulo: Malheiros, 2004, p. 27.

ALEXY, Robert. Teoria da Argumenta��o Jur�dica. Tradu��o de Zilda Hutchinson Schild Silva. S�o Paulo: Landy, 2001, p. 248.

DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a s�rio. Tradu��o de Nelson Boeira. S�o Paulo: Martins Fontes, 2002, p. 39.

ALEXY, Robert. Op.cit., p. 270, nota 3. �VILA, Humberto. Op. Cit, p. 29, nota 4.

CANOTILHO, Jos� Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constitui��o. Lisboa: Editora Almedina, 2000, p.1215.

(15)

H� de se reconhecer as limita��es da configura��o bin�ria, que enfrenta cr�ticas especialmente em rela��o � corrente que estrutura a norma em tr�s elementos, representados pela previs�o, pelo operador de�ntico e pela estatui��o.

ROTHENBURG, Walter Claudius. Princ�pios Constitucionais. Porto Alegre: S�rgio A. Fabris, 1999, p. 13.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Ant�nio. Curso de direito administrativo. S�o Paulo: Malheiros, 1999, p. 629.

ROTHENBURG, Walter Claudius. Op. cit., p. 14, nota 7.

SILVA, Jos� Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 15 ed. S�o Paulo: Malheiros, 1998, p. 95.

Cf. BANDEIRA DE MELLO, Celso Ant�nio. Op cit, p. 450-1, nota 8.

Apesar de n�o ser uma preocupa��o direta deste trabalho, h� de ser considerada a exist�ncia de classifica��o que imp�e uma terceira via, a norma goals (ou policies), na qual s�o configura��es normativas diferenciadas, com distinta morfologia normativa. Desta classifica��o decorreriam, portanto, tr�s modalidades de normas: as regras, com previs�o e estatui��o fechadas; os princ�pios, com previs�o aberta e estatui��o fechada; e os goals, com previs�o e estatui��o abertas.

Cf. BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. S�o Paulo: Malheiros, 1997. p. 270. Id. Ibidem, p. 279.

Cf. ROCHA, C�rmem L�cia Antunes. Princ�pios constitucionais da administra��o p�blica. Belo Horizonte: Del Rey, 1994, p.21.

Cf. DANTAS, Ivo. O valor da Constitui��o Rio de Janeiro: Renovar, 1996, na apresenta��o. Cf. SUNDFELD, Carlos Ari. Fundamentos de direito p�blico. S�o Paulo: Malheiros, 2002, p. 145.

As constitui��es possuem tanto norma regra como norma de princ�pio. Cf. CANOTILHO, op. cit, p. 166, nota 6.

Cf. PEREIRA, Jane Reis Gon�alves; SILVA, Fernanda Duarte Lopes Lucas; A Estrutura das Normas Constitucionais: notas sobre a distin��o entre princ�pios e regras. In: PEIXINHO, Manoel Messias; GUERRA, Isabella Franco; FILHO, Firly Nascimento (Org.). Os princ�pios constitucionais da constitui��o de 1988. Rio de Janeiro: Renovar, 2001, p. 10-1.

Abud PEREIRA, Jane Reis Gon�alves; SILVA, Fernanda Duarte Lopes Lucas. Op cit., p. 10, nota 18.

ROTHENBURG, op. cit, p. 18, nota 7.

(16)

Cf. SANCHIS, Luis Prieto. Sobre principios y normas: problemas del razonamiento jur�dico. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1992, p. 131.

Cf. CANOTILHO, Jos� Joaquim Gomes. Op. cit, p. 170, nota 6. Cf. ROTHENBURG, Walter Claudius. Op. cit, p. 68-69, nota 7. SILVA, Jos� Afonso da. Op. cit, p. 96-7, nota 10.

Referências

Documentos relacionados

Caules de plantas de teca (Tectona grandis L.f.) obtidos após 60 dias da germinação in vitro de sementes: a) segmentos nodais seccionados, com aproximadamente 1,5 cm, contendo um

Os objetivos são: Estimular o gosto pela leitura por meio de ações relacionadas ao desenvolvimento da leitura, compreensão e interpretação de textos; Relacionar a

Em relação à situação actual, mesmo depois do apoio dos vários programas de ajuda à reconversão, constata-se que ainda mais de 50 % das vinhas se encontram implantada

v Os maiores rendimentos com a pesca foram registrados nas áreas mais internas do reservatório e os menores na zona fluvial.. Composição do pescado v No ano de

Trata-se do Espírito que se faz conhecido pelo nome Joanna de Ângelis , e que, nas estradas dos séculos, vamos encontrá-la na mansa figura de Joanna de Cusa

Presta serviços de auditoria de sistema de geração, tratamento e distribuição de ar comprimido e vapor, projetos e instalação de sistemas de distribuição e

A correlação entre os resultados de desempenho dos aditivos comerciais e das respectivas bases poliméricas mostrou que a base polimérica é a responsável pelo efeito

Tanto os v nculos sobre a forma da fun c~ ao potencial quanto os princ  pios de conserva c~ ao.. resultantes das simetrias espa co-temporais cont nuas s~