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Equação de Dobner-Goldin : não linearidade e dissipação em mecânica quântica

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Academic year: 2021

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(1)

e dissipac~ao em mec^anica qu^antica

Ary A. Perez Jr.

Orientador: Prof. Dr. G. G. Cabrera

(2)

Agradecimentos iv

1 Introduc~ao 1

2 Mec^anica qu^antica n~ao-linear 4

2.1 Introduc~ao . . . 4

2.2 Testes experimentais . . . 5

2.2.1 Limites experimentais dan~ao-linearidade logartmica . . . 6

2.2.2 N~ao-linearidadede Weinberg . . . 11

2.3 Motivac~oes eargumentos preliminares. . . 15

3 Equac~oes de Doebner-Goldin 18 3.1 Introduc~ao . . . 18

3.1.1 Formulac~aohidrodin^amica . . . 21

3.1.2 Condic~aode equival^encia . . . 24

3.1.3 Recuperandoa equac~ao de Schrodinger . . . 27

3.1.4 N~ao-linearidadeimaginariaI[ ;  ] . . . 28

3.1.5 Propriedades gerais envolvendo I[ ;  ] . . . 30

3.1.6 N~ao-linearidadesreais R[ ;  ] . . . 33

3.2 Soluc~oes via transformac~oes n~ao-lineares . . . 34

3.2.1 Soluc~oes estacionarias . . . 34

3.2.2 Soluc~oes n~ao-estacionarias . . . 37

3.2.3 Exemplos . . . 40

3.3 Observac~oes e comentarios . . . 41

4 Transformac~oes de gauge n~ao-lineares 45 4.1 Introduc~ao . . . 45

(3)

4.2 Par^ametros gauge-invariantes . . . 53

4.2.1 Violac~aodasimetria temporal . . . 57

4.3 Generalizandoas transformac~oes N ; . . . 59

4.4 N ;; dependentes do tempo . . . 70

5 A subfamlia dissipativa 73 5.1 Introduc~ao . . . 73

5.2 Formulac~aode Ushveridze . . . 73

5.2.1 Relac~oes de Ehrenfest . . . 77

5.3 Formulac~aogauge-invariante . . . 79

5.3.1 Soluc~oes gaussianas . . . 82

6 Hidrodin^amica gauge-invariante 87 6.1 Introduc~ao . . . 87

6.2 Invariantes de gauge revisitados . . . 88

6.3 N~ao-linearidadevia Navier-Stokes . . . 93

6.3.1 Dissipac~aode energia no uido incompressvel . . . 96

6.4 Observac~oes . . . 96

7 Conclus~oes e comentarios 98

A 

(4)

2.1 Aparatoexperimental,construidonoInstitutoLaue-Langevin,

utilizadoparainvestigarpossveisefeitosdetermosn~ao-lineares

na equac~ao de Schrodinger [63]. O mesmo aparato pode ser

visto naRef.[21]. . . 9

2.2 Comparac~aoentre o padr~aode difrac~aode neutrons medido e

calculado via equac~ao de Schrodingerusual (linha solida) [21]. 10

2.3 Nveis de energia hiper nos do 9 Be + 2s 2 S 1=2 (estado

funda-mental)emfunc~aodocampomagnetico. Comocampomagnetico

B = 0:8194 T a frequ^encia de transic~ao de 303 Mhz e

(5)

Antes de mais nada, gostaria de agradecer ao meu orientador Prof. Dr. G.

G. Cabrera por ter me proporcionado um tema geral e interessante para o

doutoramento. Este trabalho teve grandes ganhos devido ao seu contnuo

interesseno progresso das minhas pesquisas.

Agradeco aos Professores G. A. Goldin (\Rutgers University") e H.-D.

Doebner(\ArnoldSommerfeldInstitutfurMatematische Physik"),meu

ori-entador e co-orientador estrangeiros, respectivamente, durante o perodo de

doutorado sanduche no\Arnold SommerfeldInstitut". Agradeco aCapese



a CPG/IFGW pelaconcess~ao dabolsasanduche e aoCNPqpelaconcess~ao

da bolsade doutoramento.

Umagradecimento especial aos colegas do grupo doProf. Cabrera pelas

sugest~oes, ao Prof. Lagos pelas sugest~oes durante seminarios. Gostaria de

agradecer,ainda,aosmembrosdasecretaria(CPG),portodooapoiodurante

esses anos, ao Prof. BellandieProfa. Aurea pelas sugest~oes.

Finalmente, gostaria de agradecer a minha esposa Themis C. B. Lima

Perez e aos meus familiarespelocontnuoapoio.



(6)

No captulo 1 faremos uma breve revis~ao dos testes experimentaisde certas

propostasdeextens~aon~ao-lineardaequac~aodeSchrodinger. Ser~aodiscutidos

osatuaislimitessuperioresparaeventuaisdesviosdelinearidadeemmec^anica

qu^antica.

Nocaptulodois tratamosda formulac~aode equivalentes hidrodin^amicos

daequac~aodeSchrodingere,introduzindoapossibilidadededifus~aoda

den-sidade de probabilidades, derivamos a equac~ao de Doebner-Goldin a partir

daequac~aodeFokker-Planck. S~aodiscutidosostiposden~ao-linearidades

en-volvidas, exemplos de soluc~ao via transformac~oes n~ao-lineares e intersecc~oes

entreaequac~aodeDoebner-Goldineoutrastentativasdeextens~aon~ao-linear

da equac~ao de Schrodinger.

No captulo tr^es reobtivemos aschamadastransformac~oes de gauge n~

ao-lineares, partindodas transformac~oes introduzidas anteriormente.

Rescreve-mosaequac~aodeDoebner-Goldinemtermosdessastransformac~oesdegauge

e interpretamos seu signi cado.

No captulo quatro formulamos a vers~ao gauge-invariante de uma certa

subfamlia dissipativa da equac~ao de Doebner-Goldin. S~ao enfatizados os

problemas de interpretac~ao danatureza dissipativa dessa subfamlia

Nocaptulocincodiscutiremosapossibilidadedeconstruirrestric~osfsicas

ao conjunto de par^ametros envolvidos na equac~ao de Doebner-Goldin.

Es-sas tentativasde restric~oes foramobtidas a partir da utilizac~aode variaveis

(7)

Inthechapteroneweoutlinetheexperimentaltestsofcertainformer

nonlin-ear extension of the Schrodinger equation. We discuss the present accepted

upper limitsof linearity deviationin quantum mechanics.

The chapter two starts with the hydrodynamics equivalent for the usual

Schrodingerequation. Startingfromthisequivalenceplustheintroductionof

the difusionof probabilities we derivede so-calledDoebner-Goldinequation

fromthe Fokker-Planck equation. Wealsodiscusssomeexamplesofsolution

vianonlineartransformationsaswellastheintersectionswithothernonlinear

extensions of the Schrodingerequation.

Inthe chapterthree thereisadetailedinvestigationofthe so-called

non-linear gauge transformations, starting from the nonlinear transformations

from the chaptertwo. We rewritethe Doebner-Goldinequation considering

the nonlinear gaugetransformations and outline itsmeaning.

The chapterfour wedevelop the gauge-invariantversion of acertain

dis-sipative subfamily of the Doebner-Goldin equation, with emphasis on the

diÆculties concerning the interpretationof this dissipation of energy.

In the chapter ve we discuss the possibility of nd some more strict

physical restriction on the set of parameters of the Doebner-Goldin

equa-tion. Theserestrictiontemptativesare obtainedby theapplicationof

(8)

Introduc~ao

Nos proximos captulos trataremos da formulac~ao de uma vers~ao n~ao-linear

extendida da mec^anica qu^antica n~ao-relativstica, baseada na vers~ao n~

ao-linear da equac~ao de Schrodinger usual conhecida como equac~ao de

Doeb-ner e Goldin. A formulac~ao apresentada aqui tem como base a analogia

hidrodin^amica, iniciadapor Madelungem1926, generalizada neste trabalho

a m de acomodar a vers~aon~ao-linearda equac~ao de Schrodinger.

No captulo um s~ao apresentados e revisados certos experimentos

rela-cionados aos testes de linearidade da mec^anica qu^antica usual. S~ao

discuti-dos os atuais limites superiores para eventuais desvios de linearidade.

En-fatizamos que alinearidade subjacente ao formalismodamec^anica qu^antica

decorre de certos princpios fundamentaisadotados naconstruc~ao dateoria,

porexemplo, oprincpiode superposic~ao,que levaa linearidade naequac~ao

de evoluc~ao. Nesse sentido, a linearidade por ser considerada como uma

possvel quest~ao de \sem^antica", consequ^encia da \linguagem" empregada

na construc~ao da teoria. Uma das motivac~oes basicas para reformulac~oes

n~ao-lineares da mec^anica qu^antica e a obtenc~ao de uma teoria mais geral,

com resultadosproximos dosobtidos pelamec^anicaqu^antica usual, masque

permitaveri carexperimentalmentesealinearidade,nessateoria,eumfato

da natureza.

Embora a primeira rodada de experimentos n~ao tenha apontado a

ex-ist^enciainequvocaden~ao-linearidadesrelacionadasaequac~aodeSchrodinger,

t~aopoucoeliminouapossibilidadededetecc~aofutura deefeitosn~ao-lineares,

ainda que pequenos, na mec^anica qu^antica. Essa possibilidade,porsi, serve

demotivac~aoparaacontinuac~aodabuscaporeventuaisvers~oesn~ao-lineares,

(9)

queasvers~oes n~ao-linearesencontradasnaliteratura,assimcomoaproposta

tratada neste trabalho, t^em carater de extens~ao da equac~ao de Schrodinger

usual;eest~aolongedeserumapropostadesubstituic~aoradicaldessaequac~ao

de evoluc~ao, cujavalidade esta baseada emseu fenomenalsucesso preditivo.

Contudo, desde o advento damec^anica qu^antica, a eventual necessidade

de explicar certas propriedades unicas, e exclusivas,dos sistemas qu^anticos,

t^em levado a variadas tentativas de modi car essa teoria. A linearidade,

um dos principais atributos da mec^anica qu^antica, tem sido alvo frequente

de muitas das propostas de modi cac~ao. A introduc~ao de n~ao-linearidades

tem sidoconsideradacomomeiode soluc~aopara asdi culdadesrelacionadas



a mec^anica qu^antica de objetos macroscopicos. Alguns autores t^em sido

motivados pelofato de que muitas teorias linearess~ao aproximac~oes de

teo-rias n~ao-lineares mais fundamentais, outros s~ao motivados pela intenc~ao de

testar a propria mec^anica qu^antica, com a maxima precis~ao possibilitada

pelos avancos tecnologicos, ouapenas exploraras implicac~oes de uma outra

escolha de primeiros princpios, considerando de partida a possibilidade de

n~ao-linearidades.

Deve-se, ainda,considerar oaspectopraticodatratabilidadematematica

de umaeventualextens~aon~ao-lineardaequac~aodeSchrodinger. Seriapouco

pratico formular uma vers~ao dessa equac~ao intratavel do ponto de vista

matematico. S~ao bem conhecidas as di culdades de se encontrar soluc~oes

para equac~oes diferenciais parciais n~ao-lineares. Neste aspecto em

particu-lar,aequac~aodeDoebnereGoldinmerecedestaque. Comoseramostradono

captulotr^es, epossvelencontrar certastransformac~oesalgebricasque

linea-rizamessaequac~ao,permitindoobtersoluc~oesimediatamentecomparaveisas

soluc~oes equivalentes daequac~aodeSchrodingerusual. Essastransformac~oes

s~ao conhecidas como \transformac~oes de gauge n~ao-lineares", uma vez que

envolvem a func~ao de onda usual (x;t), e mantem o conteudo fsico

inal-terado em relac~aoao caso linear usual. No captulo tr^es s~aotratados certos

exemplos de soluc~ao da equac~ao de Doebner e Goldin, comparados ao caso

usual.

A equac~ao de Doebner e Goldin, originalmente obtida em um contexto

abstrato como representac~ao de certas algebrasde corrente, ederivada aqui

a partir da analogiahidrodin^amica,introduzindo a possibilidade de difus~ao

da densidade de probabilidadecom a consequente generalizac~aoda equac~ao

de continuidade em termos de uma equac~ao de Fokker-Planck.

(10)

as propriedadesdaequac~ao de evoluc~aon~ao-linearcontendo n~ao-linearidade

imaginaria. A parte real, da n~ao-linearidade, e obtida por analogia com a

n~ao-linearidadeimaginaria.

Ser~aotratadasastransformac~oesn~ao-linearesquelinearizamaequac~aode

Schrodingern~ao-linear. A partir dessas transformac~oes, calculamos soluc~oes

estacionarias e n~ao-estacionarias. Por analogia com as transformac~oes de

gaugeusuais,doeletromagnetismos,s~aoconstruidastransformac~oesdegauge

n~ao-lineares que permitem a obtenc~ao de conjuntos de par^ametros gauge

invariantes eque, portanto,podem ser analisados como observaveis.

Investigamos,ainda,apossibilidadedeacoplamentosdaequac~aode

Doeb-ner e Goldin com campos eletromagneticos externos e mostramos que as

equac~oes de Maxwell permanecem como nocaso linear usual. A construc~ao

da vers~ao acoplada e completamente consistente, para qualquer famlia das

equac~oes de Doebner e Goldin.

Emseguidatrataremosdeumasubfamliadissipativacujassoluc~oes

coin-cidem assintoticamentecom as soluc~oes de estado estacionario fundamental

da equac~ao de Schrodinger usual. Finalmente, sera construida uma vers~ao

completamente gauge-invarianteda equac~aode evoluc~ao linear, cujas

(11)

Mec^anica qu^antica n~ao-linear

\Ofevengreaterinterestitseemstomeisthequestionofwhether

quantum mechanics is necessarily true. Quantum mechanics has

hadphenomenalsuccessesinexplainingthepropertiesofparticles

and atoms and molecules, so we know that it is a very good

approximation tothe truth. The question then is whether there

issome otherlogicallypossibletheory whosepredictionsarevery

close but not quite the same as those of quantum mechanics."

(Steven Weinberg, [61] p.67)

\Even if there are small nonlinear corrections to quantum

me-chanics, there was no reason to believe that these corrections

should be just large enough to show up in the rst round of

ex-perimentsdesignedtosearchforthem."(Steven Weinberg,[61]p.

69)

2.1 Introduc~ao

Neste captulo iremos fornecer uma vis~ao geral sobre certas tentativas de

extens~oes n~ao-lineares da mec^anica qu^antica, e suas respectivas veri cac~oes

experimentais, com ointuito de preparar ocaminhoouo\contexto", paraa

introduc~ao,nocaptuloseguinte, dafamliadeequac~oes deSchrodingern~

ao-linearesconhecidas comoequac~oes de Doebner-Goldin(Veja,porexemplo,a

Ref.[13]).

Desdeoadventodamec^anicaqu^anticaaeventual necessidadedeexplicar

(12)

avarias tentativasde modi caressateoria. Alinearidade,umdos principais

atributosdamec^anicaqu^antica,temsidoalvofrequentedemuitasdas

tenta-tivasde modi cac~ao. A introduc~aoden~ao-linearidadestem sidoconsiderada

como um dos meios de soluc~ao paraas di culdades relacionadasa mec^anica

qu^antica de objetos macroscopicos [1, 10, 47] . Alguns autores t^em sido

motivados pelo fatode que muitas teorias lineares s~aoapenas aproximac~oes

de teorias n~ao-lineares mais fundamentais[4], outros s~aomotivados pela

in-tens~aodetestar apropriamec^anicaqu^anticacomamaximaprecis~aopossvel

[59,60],ouapenasexplorarasimplicac~oesdeumaoutraescolhateorica,

con-siderando a possibilidade de n~ao-linearidade[22, 23, 33, 48, 50, 62].

Entreasvariastentativasdeextens~aon~ao-lineardaequac~aodeSchrodinger

vamos nos ater as que motivaram testes experimentais. Embora existam na

literatura varias propostas de extens~ao n~ao-linear originadas por

argumen-tos loso cos, interpretativos ou simples descontentamento, consideraremos

apenas as extens~oes n~ao-lineares que sofreram eventuais veri cac~oes

experi-mentais.

Enfatizamos, contudo, que um relativo aprofundamento nas extens~oes

n~ao-linearesdaequac~aodeSchrodingerencontradasnaliteratura,sera

desen-volvido,noscaptulossubsequentes, porcomparac~ao(econtraste)coma

pro-posta de Doebner-Goldin[13]. As tecnicalidadesrelacionadas aos testes

ex-perimentais,fogemcompletamenteaoescopodestatese. Assim,estecaptulo

tem o objetivo restrito de ilustrar, em linhas gerais, o status atual da n~

ao-linearidadenamec^anicaqu^antica,doponto-de-vistaexperimental,relatando

resultadosobtidospordiferentes autores. Umestudodetalhado,dastecnicas

experimentaisenvolvidas nas veri cac~oes diretas dalinearidadenamec^anica

qu^antica demandaria, sem duvida, uma outra tese.

2.2 Testes experimentais

Nesta sec~aotrataremos brevemente de duas classesde experimentos

realiza-dos com ns de teste do carater linear da mec^anica qu^antica. Essas duas

classes se dividem, entre os experimentos motivados pela proposta de

ex-tens~ao n~ao-linear devida a Bialynicki-Birula e Micyelski [4] e a classe de

experimentos motivados pela proposta de Weinberg [59, 60]. Ser~ao

discuti-das apenas aquelascaractersticas,de ambas aspropostas,mais diretamente

(13)

imentos [21, 51, 52] e [5, 6, 7, 41], respectivamente. Uma excelente revis~ao

dos mais variadostestes experimentaisda mec^anicaqu^antica encontra-se na

Ref.[37]

2.2.1 Limites experimentais da n~ao-linearidade

logartmica

A famlia de equac~oes de Schrodinger n~ao-lineares propostas e investigadas

porBialynicki-Birula eMycielski (BBM)tem a formageral [4]:

i~@ =  ~ 2 2m r 2 +U(x;t)  +F  j j 2  ; (2.1) onde F [j j 2

] tem valores reais. Soluc~oes da Eq.(2.1) t^em propriedades

co-muns assoluc~oes daequac~ao de Schrodingerusual, por exemplo [4,51]:

 Anorma,(h j i) 1=2

,de nidadamaneirausual,epreservadanotempo;

 Na aus^enciade potenciaisexternos,continuavalendoainvari^ancia sob

transformac~ao de Galileu (ou grupo de Galileu), com (x;t) sendo

transformada como nocaso linear usual;

 Continuavalendoaequac~aode continuidadeusual@

t

= rj,coma

densidade (x;t) e a densidade de corrente j(x;t), de nidas como no

caso usual.

Contudo equac~oes n~ao-lineares, como a Eq.(2.1), t^em a indesejavel

carac-terstica de gerar correlac~oes, entre duas partculas, mesmo na aus^encia de

potenciaisde interac~ao entre elas [4, 51]. 1

A mde eliminaressa caracterstica indesejavel,Bialynicki-Birula e

My-cielskipostularam queseumsistemaeformadoporsubsistemasn~ao-interagentes,

ent~aoasoluc~aodeuma eventual equac~aode evoluc~aon~ao-linear,associadaa

esse sistema, pode ser construidatomando o produto de soluc~oes arbitrarias

dessa equac~aopara os subsistemas separados [4].

1



Eperfeitamentepossvelpostularumaequac~aonaformadaEq.(2.1)parasistemasde

uma partcula, edeixarabertaaquest~ao sobre aformada equac~ao deSchrodinger n~

ao-linearparasistemasmaiscomplexos. Nessecaso,oproblemadaseparabilidaden~aose

ap-resenta. Alemdisso,ostestesexperimentaispodemseraplicadosaocasodaEq.(2.1)para

(14)

Utilizando essa \condic~ao de separabilidade", junto com a propriedade

elementardologartmo de um produto, Bialynicki-Birulae Mycielski [4]

re-stringiramo funcional,na Eq.(2.1), aforma

F  j (x;t)j 2  = blnj (x;t)j 2 ; (2.2)

ondeaconstanteb, comunidadesdeenergia,deveserreal,a mdepreservar

anormadas soluc~oes,epositiva,noscasos sicamenteinteressantes, umavez

queapenas osvalorespositivospossibilitamaconstruc~aodepacotesde onda

da partcula livre, que n~ao apresentam dispers~ao [4, 51]. Considerando o

enorme sucesso da mec^anica qu^antica linear usual, o valor de b deve ser

relativamente pequeno e Bialynicki-Birula e Mycielski estimaram o limite

superior parab, comparandoodesvio de Lamb observado nohidrog^enio com

valorcalculado via Eq.(2.1) [4]: 2

b <410 10

eV :

Shimony prop^os o teste experimental da Eq.(2.1), com a n~ao-linearidade

logartmica representada na Eq.(2.2), utilizando um interfer^ometro de

neu-trons [51]. 3

Emlinhasgerais,o experimentopropostoconsistiaemsepararo

pacote de ondas de um unico neutron em dois feixes coerentes I e II, que se

propagam varios centmetros antes de se recombinarem. Essencialmente, o

experimentoimplica em observar a modi cac~aonafase, , devido ao

movi-mentode um absorvedor parcial,colocado nocaminhodofeixe I, desdeuma

certa posic~ao P para uma certa posic~ao P 0

. 4

Como os feixes I e II s~ao

bemcolimadose,praticamente,monocromaticos,amec^anicaqu^antica usual

prev^e que  e desprezvel. Por outro lado as teorias n~ao-lineares, como a

representada na Eq.(2.1), prev^eem valoresde n~ao-desprezveis [51].

Utilizandoaaproximac~aoWKB,Shimonydeterminouamudancadefase

paraacon gurac~aodapropostadeexperimentoacimae,aplicandoas

especi- cac~oes do interfer^ometro de dois cristais do MIT e resultados da Ref.[64]

2

Bialynicki-Birula e Mycielski obtiveram, ainda, uma outra estimativa para b,

rela-cionada ao limite do raio de dispers~ao (do pacote de onda) do eletron no vacuo. Esses

pacotesforamchamados\Gaussons",naRef.[4]ecujoraioede nidoporl=~=(2mb) 1=2

.

Nesse caso,olimiteinferiorparabeb>2:510 12

eV[4].

3

Shimonyn~aorealizouoexperimento,masobteveestimativassobrebutilizando

resul-tadosconhecidosdaespectroscopiadeneutrons.

4

(15)

Shimony obteve o valor de b para que  fosse nulo dentro dos limites da

precis~ao experimental [51]:

b<1:510 12

eV ;

queeduasordens degrandezamenorqueonumeroestimadopor

Bialynicki-Birula eMycielski [4].

C.G.Shulletal. [52]realizaramoexperimentosugeridoporShimony[51],

utilizando um interfer^ometro de neutrons com duas vers~oes de atenuadores

emumdosbracos. Aprimeiravers~aodoaparatoexperimentalempregavaum

atenuador de Fluoreto de Ltio(LiF) e a segunda utilizou um atenuador de

Cadmio(Cd). Para ocasogeral,comotermon~ao-linearF (j j 2 ),amudanca de fase esperadae[51,52]: = d ~ r m 2E  F j j 2  F 2 j j 2  ;

onde deadist^anciapercorrida peloatenuador (deintensidadede atenuac~ao

2

)em eE s~aoamassae aenergiacineticadapartcula nofeixe[52]. Para

a n~ao-linearidade logartmica representada na Eq.(2.2), a mudanca de fase

assume a formasimpli cada[52]:

= b ~ lnj 2 j;

onde  eo tempode tr^ansito dapartcula nadist^ancia d.

Shull et al. [52] procuraram pela mudanca de fase acima, mas o efeito

n~ao apareceu nos experimentos. Assim, combinando os resultados para o

atenuador de LiF e Ca, foi determinado o valor superior de b dentro da

incerteza experimental[52]:

b=(1:12:3)10 13

eV :

Esse valorestabeleceria,ent~ao,olimitesuperiorsobreamagnitudedotermo

n~ao-linear na Eq.(2.1), considerando a Eq.(2.2). Note que o valor da

con-stanteb,obtidonaRef.[52]etr^es ordens de grandezamenorqueovalor

esti-madonaRef.[4],viaexperimentosenvolvendoodesviodeLambnohidrog^enio.

(16)

Figura 2.1: Aparato experimental, construido no Instituto Laue-Langevin,

utilizado para investigar possveis efeitos de termos n~ao-lineares na equac~ao

de Schrodinger [63]. Omesmo aparatopode ser vistona Ref.[21].

ainda menores para b. Nesse experimento foraminvestigadas dispers~oes

lat-erais 5

dopacotede ondas {mudancas nas componentes laterais dovetor de

onda,causadaspelotermon~ao-linear,podemoriginarde ex~oes laterais

men-suraveis na frente de onda [21]. A de ex~ao Y, causada por uma \pequena"

n~ao-linearidade,foi determinadana Ref.[21]: 6 Y = b E Z Z 0 1 j 0 j dj 0 j dy (Z z)dz; (2.3)

ondeEeaenergiacineticadapartculanofeixe,

0 

eafunc~aodeonda\n~

ao-perturbada" (pela n~ao-linearidade) 7

Z representa a dist^ancia percorrida na

direc~ao z entre a parede difratora, S

5

na Fig.2.1, e o ponto de observac~ao,

contador na Fig.2.1, y e a direc~ao normal a propagac~ao do feixe (em z).

Quanto maior o \gradiente" dj

0

j=dy utilizado,mais sensvel sera o

experi-mento [21]. A comparac~ao entre o padr~ao de difrac~ao do feixe de neutrons,

medido com o aparato da Fig.2.1 e o mesmo padr~ao obtido via soluc~oes

(numericas) 8

da equac~ao de Shrodinger linear usual e mostrado na Fig.2.2

[21]. Olimite superior parab, considerandoacomparac~aocomaequac~ao de

5

NosexperimentosdotipopropostoporShimony,s~aoanalisadasascomponentes

lon-gitudinais dovetordeonda.

6

Osdetalhes sobreas modi cac~oesnapropagac~aodeondapodem serencontradosna

Ref.[21].

7

NaRef.[21]foi utilizadoo\ansatz" (r)=

0

(r)exp[iS(r)=~].

8

(17)

Figura 2.2: Comparac~ao entre o padr~ao de difrac~ao de neutrons medido e

calculado via equac~ao de Schrodingerusual (linha solida) [21].

Shrodingerusual, foi xado em[21]:

b<3:310 15

eV ;

que e um valor consideravelmente menor do que o estimado originalmente

por Bialynicky-Birula e Micyelski [4]. A estimativa do limite inferior b >

2:510 12

eV , obtida por Bialynicki-Birula e Micyelski [4] estava baseada

na hipotese da exist^encia de uma \regi~ao intermediaria", entre a f 

isica das

partculas elementares, governada pela mec^anica qu^antica, e a mec^anica

classica [4]. Nessa regi~aoos termos n~ao-lineares seriam, eventualmente,

sig-ni cantes na descric~ao de \meso-objetos" (Gaussons) de nidos na Ref.[4] a

m de estabelecer a regi~aointermediariaentre micro (puramentequ^anticos)

e macro-objetos (puramente classicos).

A m de testar a hipotese da \regi~ao intermediaria", Gahler et al. [21]

aplicaram os resultados obtidos no experimento e obtiveram um valor da

ordem de

l= ~

1=2

(18)

para o raio do gausson do eletron. Esse numero representa, claramente,

uma dist^ancia macroscopica, restringindo a possibilidade da exist^encia de

um eventual comportamentodo eletron entre macro e microfsica [21]. 9

2.2.2 N~ao-linearidade de Weinberg

A proxima\gerac~ao" de testes experimentais da linearidade da equac~ao de

Schrodinger ou, em termos mais gerais, da mec^anica qu^antica, ocorreram

quase uma decada depois dos experimentos relacionados a n~ao-linearidade

logartmica[21, 51,52], proposta porBialynicki-Birula eMicyelski[4].

Esses novos testes envolvendo a linearidade (ou o limite experimental

do carater linear) da mec^anica qu^antica foraminteiramentemotivados pela

proposta de extens~ao n~ao-linear devida a S. Weinberg [59, 60]. Em linhas

gerais, a motivac~ao de Weinberg era encontrar uma vers~ao mais geral da

mec^anicaqu^anticausual,naqualalinearidade 10

fossedeterminadaporalgum

tipo de par^ametrocuja magnitude pudesse ser experimentalmente veri cada

[59, 60]. A seguir, trataremos apenas dos pontos da proposta de Weinberg

direta e imediatamente relacionados aos testes experimentais propriamente

ditos [5, 6,7, 41].

No formalismo desenvolvido por Weinberg [59, 60] a evoluc~ao temporal

da func~ao de onda (t) e descrita por uma equac~ao n~ao-linear, obtida de

uma Hamiltoniana do tipo h( ; 

) 2 R. No caso de um sistema discreto,

teremos [59, 60]: i~ d k dt = @h( ;  ) @  k ; (2.4) onde k

representaaamplitudedoestadok. AHamiltonianah( ; 

)

satis-faz a condic~aode homegeneidade de modo que,para qualquer numero

com-plexo , [59, 60] h( ;  )=h( ;  )=h( ;  ):

A homogeneidade garante que se

k

(t) e soluc~ao da Eq.(2.4), ent~ao 

k (t)

9

Gostaramosde enfatizar, contudo, que essa \exclus~ao"da regi~ao intermediaria era

esperada,umavezqueosvaloresparab naRef.[21]foramobtidosporcomparac~aodireta

com a equac~ao de Schrodinger linearusual. Assim, a exist^encia de \meso-objetos" n~ao

podeserde nitivamente excluidapelosargumentosem [21].

10

(19)

tambemeumasoluc~aorepresentandoomesmoestado. 11

Termosn~ao-bilineares 12

pequenosem h produzempequenas n~ao-linearidadesnaEq.(2.4) [59, 60].

Weinberg [59, 60] considerou um sistema como o formado peloon 9

Be +

restringindo-se, tambem, asistemasde duascomponentes, comk =1;2. 13

A

parte n~ao-linear(nl) da Hamiltoniana,ent~ao,tem aforma[59, 60]:

h nl =n  h(a); (2.5) onde n e a norma n = j 1 j 2 +j 2 j 2 e 

h e uma func~ao real arbitraria da

variavel de ac~ao conveniente a = j

2 j

2

=n. A \Hamiltoniana completa"

se-ria, ent~ao, o termo bilinear da mec^anica qu^antica linear usual, h

0 ( ;  )= P k=1;2 E k  k k

mais a correc~ao n~ao-linear h

nl

naEq.(2.5).

Ent~ao,como pode ser visto naRef.[5], a equac~ao de Schrodinger (parao

sistema de duas componentes) tem a forma

i~ d 1 dt =  E 1 +  h a d  h da  1 ~! 1 (a) 1 ; i~ d 2 dt =  E 2 +  h+(1 a) d  h da  2 ~! 2 (a) 2 ;

com soluc~oes (Ref.[5]):

k (t)=c k exp[ i! k (a)t]; k =1;2 (2.6) onde a e os c k

podem ser parametrizados por c

1 = sen (=2) e c 2 = a 1=2 =

cos(=2). A fase relativa das duas componentes da func~aode onda evoluem

com a frequ^encia [5]

! p ! 1 (a) ! 2 (a)=! 0 1 ~ d  h da ; onde ! 0 =(E 1 E 2

)=~eafrequ^enciade transic~aoat^omica 14

naaus^encia de

n~ao-linearidades[5].

11

A homogeneidade tem papel importante na extens~ao n~ao-linear, incluindo o

trata-mento adequadodesistemasseparados[59,60].

12

AEq.(2.4)ereduzidaaequac~aodeevoluc~aolinearusualsetomarmosh( ; 

)como

umafunc~aobilinearh=  k H k l l [59,60]. 13

Naaus^enciadecorrec~oesn~ao-lineares,osistemadedoisnveistemautovaloresE

k ;k=

1;2.

14

(20)

Figura2.3: Nveisdeenergiahiper nosdo 9 Be + 2s 2 S 1=2 (estadofundamental)

em func~ao do campo magnetico. Com o campo magnetico B = 0:8194 T a

frequ^encia de transic~aode 303 Mhz eindependentedocampomagnetico em

primeira ordem,Ref.[5].

Bollinger et al. [5] utilizaramo fato de que um sistema de dois nveis e

matematicamente equivalente a um sistema de spin 1/2 na presenca de um

campomagnetico(uniforme)externo,ondeeo^angulodeinclinac~aodospin

em relac~aoaocampo magnetico e!

p

ea frequ^enciade precess~aodo spin em

torno docampomagnetico [5,59,60]. Emtermosdomodelo equivalente, de

spin 1/2, o efeito do termo n~ao-linear d 

h =da e introduzir uma depend^encia

entre a frequ^encia de precess~ao !

p

eo ^angulo de inclinac~ao, entre o spin e

o campo mangetico [5].

Bollingeretal. [5]procuraramporessadepend^enciade emrelac~aoa!

p ,

utilizando a frequ^encia de precess~ao (!

p ) da transic~ao hiper na (m I ;m J )=

( 1=2;+1=2)!( 3=2;+1=2),aaproximadamente303MHz,noestado

fun-damentaldo 9 Be + (Fig.2.3). Com 1  ( 3=2;+1=2)e 2  ( 1=2;+1=2)

aadic~aon~ao-bilinearaHamiltonianadonucleolivre 9

Be +

,paraosdoisnveis

 e [59, 60]  h(a)=2a 2 ; (2.7)

(21)

onde  mede a intensidade da correc~ao n~ao-linear. A Eq.(2.7) da origem a

seguintedepend^encia entre !

p e  [5]: ! p =! 0 4  ~ cos 2   2  : (2.8)

A m de testar a intensidade da correc~ao n~ao-linear, Bollinger et al.

uti-lizaram o metodo de Ramsey de campos oscilatorios separados com pulsos

de rf com durac~ao aproximada de 1 s e um tempo de precess~ao livre da

or-dem de 100 s. O efeitodaaplicac~aodo metodode Ramseyea transfer^encia

de alguns dosons 9

Be +

doestado (-1/2,1/2) para o estado (-3/2,1/2) [5]. 15

O numero de ons que permanecem no estado (-1/2,1/2), como func~ao da

frequ^encia de rf !, naexcitac~aode Ramsey eproporcionala [5]

1 sencosf[! !

p

()]Tg;

com !

p

dado pela Eq.(2.8) e T e o tempo de precess~ao livre. Variando ,

Bollinger et al. [5]estabeleceram o limite

jj<2:410 20

eV;

paraacontribuic~aon~ao-linearaHamiltoniananucleardo 9

Be +

. Issosigni ca

menos do que quatro partes em10 27

da energia de ligac~ao, por nucleon, do

nucleo do 9

Be +

[5]. Assim, o limite sobre jj e 5 ordens de grandeza menor

do que a estimativa inicial de Weinberg [59, 60] e do que os valores obtidos

nos experimentos envolvendo interferometria de neutrons [21, 52].

Seguindo a mesma \ loso a" de testes de n~ao-linearidade, proposta por

Weinberg [59, 60], foramrealizados mais dois experimentos, semelhantes ao

de Bollingeretal. [5],utilizandomedidasdafrequ^enciade precess~aono 21

Ne

[6, 7], xando jj<1:610 26

da energiade ligac~ao;e no 201

Hg [41],

resul-tando em umacontribuic~aon~ao-linear,aHamiltonianado 201

Hg , menorque

2:010 27

da energia de ligac~ao por nucleon. Esses s~ao os limites

experi-mentaisatuais para a \correc~ao n~ao-linear"na mec^anica qu^antica, uma vez

que n~aotemos conhecimentode novos experimentos envolvendo diretamente

ostestesde linearidadedaequac~aode Schrodingerou,emlinhasmaisgerais,

da mec^anica qu^antica.

15

Apopulac~aorelativadosonsnoestado(-3/2,1/2)foimedidapormeiodadiminuic~ao

na uoresc^enciado 9

Be +

(22)

2.3 Motivac~oes e argumentos preliminares

Emboraaprimeirarodadade experimentosn~aotenhaapontadoaexist^encia

inequvoca de n~ao-linearidades relacionadas a equac~ao de Schrodinger, t~ao

pouco eliminou a possibilidade futura de detecc~ao de efeitos n~ao-lineares,

ainda que \pequenos", na mec^anica qu^antica. Enfatizamos que tanto a

modi cac~ao anterior proposta por Bialynicki-Birula e Mycielski [4], quanto

a proposta por Weinberg [59, 60] t^em carater de extens~ao da equac~ao de

Schrodingerusual, estandoambas, longede proporuma substituic~aoradical

daequac~aodeevoluc~ao. Amotivac~aoparaconservarmostantaspropriedades,

da equac~ao de Schrodinger usual, quanto possvel no contexto da extens~ao



e bastante clara { o sucesso preditivo dessa equac~ao e, evidentemente, a

possibilidade de encontrarmos soluc~oes matematicas gerais que contenham

interessefsico.

No caso dos experimentos realizados a m de testar essas propostas [21,

51, 52] e [5, 6, 7, 41], respectivamente, o carater de \pequena" extens~ao

da equac~aode Schrodinger usual, contido nessas propostas, tem implicac~oes

ainda mais restritivas. Em todos os experimentos citados acima, testa-se a

eventual presenca de n~ao-linearidadeemaparatosexperimentaisdesenhados

para trabalharemum regimeonde amec^anica qu^anticausual, sabidamente,

funciona (ou se aplica) sem restric~oes. Emoutras palavras,os experimentos

foram desenhados tendo a mec^anica qu^antica linear usual como refer^encia;

portantoede seesperar que esses mesmos experimentos con rmema teoria

utilizadaem sua construc~ao. Um exemplodo tipode restric~oes relacionadas

aos experimentos atuais para teste de linearidade e a exclus~ao de objetos

\mesoscopicos",de nidos naRef.[4], discutida na subsec~ao 2.2.1.

Osresultadosobtidosemtodososexperimentosdiscutidosnas sec~oes

an-teriores s~ao dados em termos do que se espera obter utilizandoa mec^anica

qu^antica usual, ou sob condic~oes tais que efeitos n~ao-lineares sejam

de-sprezveis dentrodolimite daprecis~aodoaparato experimentalemquest~ao.

Gostaramos de enfatizar, contudo, que em nenhuma das refer^encias acima,

relacionadas comos testes experimentaisdapresencade n~ao-linearidade,foi

explicitamenteeliminadaapossibilidadede exist^enciade termosextras,n~

ao-lineares naequac~ao de Schrodingerusual.

No captulo 2 trataremos da formulac~ao hidrodin^amica da proposta de

extens~ao n~ao-linear da equac~ao de Schrodinger formulado por H.-D.

(23)

origem natentativa de encontrar uma representac~aopara uma certa algebra

cinematica. Emoutraspalavras,aequac~aodeDoebner-Goldinpodeservista

comoarepresentac~aonaturaldasconhecidasalgebrasdecorrente [13](Vejao

Ap^endiceA)oudaalgebracinematicanocontextodaquantizac~aogeometrica

[43]. Assim, os termos extras n~ao-lineares naequac~ao de evoluc~aotemporal

aparecem naturalmente, sem qualquer carater ad hoc comum nas tentativas

de extens~ao n~ao-lineares da equac~ao de Schrodinger. No captulo 2

intro-duzimos a equac~ao de Doebner-Goldin como tendo origem na modi cac~ao

da equac~ao de continuidade usual, incluindo a possibilidade da difus~ao da

densidade de probabilidades(x;t). Ainda no captulo 2 s~ao determinadas

certas propriedades da equac~ao de Doebner-Goldin, por comparac~ao com

a formulac~ao hidrodin^amica equivalente a equac~ao de Schrodinger usual,

assim como soluc~oes especiais da equac~ao de Doebner-Goldin linearizavel

via transformac~oes n~ao-lineares. As transformac~oes n~ao-linearesintroduzem

modi cac~oes, na equac~ao linearizada, que podem, eventualmente, ser

inter-pretadas comodeformac~oes naconstantede Planck 16

oualterac~oes namassa

dapartculaenvolvida. Nocaptulo2estabelecemosasrelac~oeseintersecc~oes

entre aequac~aode Doebner-Goldinevariasoutras tentativasde extens~aoda

equac~aode Schrodinger encontradas naliteratura.

No captulo 3 as transformac~oes n~ao-lineares, desenvolvidas no captulo

2, s~ao tratadas como transformac~oes de gauge n~ao-lineares [14], por

analo-gia com as transformac~oes de gauge usuais da mec^anica qu^antica, uma vez

quemant^emadensidadede probabilidades(x;t) def

= (x;t) 

(x;t)

invari-antes. Nesse captuloaequac~aodeDoebner-Goldineescritanaforma

gauge-invariante, com par^ametros invariantes sob a aplicac~ao das transformac~oes

n~ao-lineares investigadas no captulo 2. Ainda no captulo 3 investigamos

as propriedadesdos par^ametrosnaequac~ao de Doebner-Goldin,nocontexto

gauge-invariante. S~ao investigadas propriedadescomo invari^ancia galileana,

relac~oesdeEhrenfesteeventuaisviolac~oesdasimetriaporinvers~aotemporal.

No captulo 4 investigamos uma certa subfamlia dissipativa, reescrita

no contexto gauge-invariante (sob as transformac~oes de gauge n~ao-lineares)

e tratamos soluc~oes do tipo gaussiana para o oscilador harm^onico. Essas

soluc~oes apresentam estados estacionarios que dissipam para soluc~oes de

es-tadoestacionario(fundamental)daequac~aode Schrodingerlinearusual. S~ao

discutidas, ainda,asdi culdades deinterpretac~aodessesefeitos dissipativos.

O comportamento dissipativo dessas soluc~oes podem, eventualmente,

(24)

cionar efeitos n~ao-lineares com oprocesso de deco^erenciaassociadoa func~ao

de onda en~aoprevisto pelaequac~ao de evoluc~aolinear usual.

Nocaptulo5apresentamosaformulac~aohidrodin^amicagauge-invariante

daequac~aode Doebner-Goldin. Nesse captulopropomos ainterpretac~ao de

um dos par^ametros gauge-invariantes como coe ciente de fricc~ao e eventual

fontede efeitos dissipativos. A raz~aopara aprocura de formas equivalentes,

em diferentes contextos, para a equac~ao de Doebner-Goldin, esta vinculada



a necessidade de interpretac~ao dos termos extras, dissipativos, e dos

coe -cientesqueosacompanham. Nestecaptulodesenvolvemosumaaproximac~ao

de uido incompressvel para a densidade de probabilidades, permitindo a

identi cac~ao de um dos coe cientes da equac~ao de Doebner-Goldin como

(25)

Equac~oes de Doebner-Goldin

\Finally, we make some remarks on why linear systems are so

important. The answer is simple: because we can solve them!

So most of the time we solve linearproblems. Second (and most

important),itturns outthat thefundamental laws of physics are

often linear. TheMaxwellequationsforthelawsofelectricityare

linear, for example. The great laws of quantum mechanics turn

out, so far as we know, to be linear equations. That is why we

spendsomuchtimeonlinearequations: becauseifweunderstand

linear equations, we are ready, in principle, to understand a lot

of things". (R.P.Feynman, Lectures onPhysics Vol. I,p. 25-5.)

\A physical understanding is a completelyunmathematical,

im-precise, and inexact thing, but absolutely necessary for a

physi-cist." (R. P. Feynman,Lectures onPhysicsVol. II, p. 2-1.)

3.1 Introduc~ao

Nesta sec~ao mostraremos como aequac~aode Schrodinger n~ao-linear,obtida

inicialmenteporH.-D.DoebnereG.A.Goldinem1992[13]podeserderivada

em termos de variaveis hidrodin^amicas. Para isso vamos utilizar a

analo-gia entre a equac~ao de Schrodinger e equac~oes hidrodin^amicas e,

posteri-ormente, generalizar o comportamento do \ uido"para obter uma equac~ao

de Schrodinger n~ao-linear. Essa generalizac~ao foi sugerida, mas n~ao

desen-volvida, por Doebner e Goldin [13]. A vers~ao hidrodin^amica completa, da

(26)

original para a introduc~ao das equac~oes de Doebner-Goldin teve origem na

representac~ao de certas algebras de correntes e grupos de difeomor smos,

Ref.[13](veja oAp^endiceA).Neste captulo interepretamosessa \motivac~ao

algebrica"em termosdas variaveishidrodin^amicas.

A nossa opc~ao pelas variaveis hidrodin^amicase a reobtens~ao daequac~ao

de Doebner-Goldin em um contexto hidrodin^amico tem alguns motivos de

caraterpratico. Aformulac~aohidrodin^amicaforneceummetodoefetivopara

o calculo de propriedades fsicas e matematicasrelacionadas aessa equac~ao,

por analogia com a formulac~ao hidrodin^amica da equac~ao de Schrodinger

linear usual. A analogia e contraste entre quantidades qu^anticas e classicas

permite-nos inferir restric~oes e soluc~oes para a equac~ao de Doebner-Goldin.

Finalmente, e n~ao menos importante, a formulac~ao em termos de variaveis

hidrodin^amicaevidenciapropriedadesn~ao-locais,relacionadasa\quantizac~ao",

tanto para ocaso linear quanto para on~ao-linear.

Considerandooexcelenteacordoentre asprevis~oes damec^anicaqu^antica

usual(linear)eosresultadosexperimentaiseconvenienteque,naobtenc~aode

qualquer vers~aon~ao-lineardaequac~aode Schrodinger,osdesvios emrelac~ao



a teoriausual sejamasmenores possveis 1

. A ideiacentralaquieestender a

teoriausuale,namedidadopossvel,conservarpropriedadesconvenientes da

\mec^anica ondulatoria" usual. Assim, a menos que explicitamente

mencio-nando,estaremos assumindo asinterpretac~oes usuaisdas quantidades fsicas

vinculadas aequac~ao de Schrodinger original.

Inicialmente trataremos as extens~oes da equac~ao de Schrodinger, para

uma unica partcula de massa m na aus^encia de spin, que tenham a forma

geral 2 i~@ t =H +F [ ;  ] ; (3.1) ondeF [ ; 

]eumfuncionaln~ao-linear,comvaloresreaisdependentes,

nec-essariamente, da func~ao de onda (x;t) e de 

(x;t) (complexo conjugado

de ).

Adeterminac~aodeF [ ; 

]pode serconvenientementesimpli cada,sem

1



E importante enfatizar que apenas rescentemente ( nal dos anos 1970) amec^anica

qu^antica tem sido alvo de testes experimentais diretos. Usualmente considera-seque a

validac~ao experimental de teorias baseadas na mec^anica qu^antica, e.g. eletrodin^amica

qu^antica,con guratambemumtesteexperimentaldamec^anicaqu^antica[59,60].

2

Historicamente,essatemsidoaformageraldaspropostasdeextens~oesn~ao-linearesda

equac~aodeSchrodinger.Nocason~ao-linearmaisgeralF[ ; 

]e,teoricamente,um

(27)

perdade generalidadeouintroduc~ao(imediata)de hipotesesa priori, se

ree-screvermos a Eq.(3.1) considerando explicitamente a parte puramente

ima-ginariae puramente real dofuncional n~ao-linear:

i~@ t =H +iI[ ;  ] +R[ ;  ] ; (3.2)

onde H e a Hamiltoniana usual com o potencial V (x) que, na aus^encia de

camposeletromagneticos externos,edada por

H = ~ 2 2m r 2 +V : (3.3) 

E facilver queexistem, aprincpio, inumerasformas possveispara I[ ; 

]

e R[ ; 

], ainda que associemos a Eq.(3.2) algumas das propriedades da

mec^anica qu^antica usual. No caso da equac~ao de Schrodinger o princpio

de superposic~ao implica necessariamente que I[ ;  ] def = R[ ;  ] def = 0. Em

outras palavras, a adoc~ao do princpio de superposic~ao elimina, de partida,

qualquer possibilidade de n~ao-linearidades nas evoluc~oes temporais de

sis-temas qu^anticos, quando descritos pelaequac~aode Schrodinger usual.

Con-sideramosqueseriainteressantetentartransformarapresencadalinearidade

emum fatoexperimentalque,portanto,poderiaaprincpioser veri cado ou

quanti cado pelaexperi^encia. Ou seja,asextens~oes n~ao-lineares,e sua

veri- cac~ao experimental permitiria,eventualmente, determinar se a linearidade

(aparentemente exata!) na mec^anica qu^antica e um fato da natureza em

escala microscopica ou apenas uma quest~ao de sem^antica, consequ^encia da

\linguagem" empregada na descric~ao dos sistemas qu^anticos. Tendo esse

objetivo em mente, e necessario determinarmos explicitamente a forma de

I[ ; 

] e R[ ; 

].

As motivac~oes para a determinac~ao de I[ ; 

] e R[ ; 

] s~ao as mais

diversas e podemos classi ca-las, mais ou menos subjetivamente, como

mo-tivac~oes de carater fundamental (veja,porexemplo, asRefs.[4, 59, 60]) e de

carater fenomenologico (veja, por exemplo, as Refs.[36, 4, 35, 31, 53, 57, 2,

49]). Por motivac~oes fundamentais queremos designar aquelas modi cac~oes

(n~ao-lineares) que t^em como ponto de partida a relaxac~ao (t^enue) de um

ou mais dos \primeiros princpios" da mec^anica qu^antica usual, enquanto

as modi cac~oes fenomenologicas tem como origem a tentativa de alterar a

equac~ao de Schrodinger com o objetivo restrito de descrever resultados

ex-perimentais. Evidentemente, uma modi cac~ao de carater fenomenologico

(28)

teo-fsico subjacente a eventual equac~ao de evoluc~ao n~ao-linear envolvendo

ini-cialmenteapenas I[ ; 

],vamos empregarainterpretac~aoprobabilsticade

(x;t) e sua conex~ao direta (e necessaria) com a equac~ao de continuidade

a m de determinar a forma da parte puramente imaginaria do funcional

n~ao-linear.

Ao interpretarmos (x;t) como uma onda de probabilidade e a

quanti-dade (x;t) 

(x;t) def

= (x;t)comoadensidadedaprobabilidadede

encon-trar apartculanopontoxnotempot enatural introduziruma equac~ao de

continuidadea m de estabelecer um analogo entre aconhecida conservac~ao

de massa, para uidos classicos, e a conservac~ao da densidade de

probabili-dade (x;t) para um \ uido (ou campo) de probabilidades":

@ t +rj =0; (3.4) onde j(x;t)= ~ 2mi ( (x;t)r  (x;t)  (x;t)r (x;t)): (3.5)

Alem da equac~ao de continuidade, Eq.(3.4), ainda e preciso determinar se

existem outras equac~oes tipicamentehidrodin^amicas associadas ao uido de

probabilidadesque,assumiremosinicialmente,tem (x;t) (ouseucomplexo

conjugado) descritos pela equac~ao de Schrodinger usual 3

. 

E necessario

de-terminar as velocidades do movimento desse uido, a exist^encia de

even-tuais \forcas internas" ao uido e, mais importante, se essas quantidades e

equac~oespodemserobtidasapartirdaequac~aode Schrodinger. Ao

escrever-mosaEq.(3.4)jafoiintroduzidaaideiade correntedeprobabilidades j(x;t)

cuja interpretac~ao fsica de ne o campo de velocidades v(x;t) do uido de

probabilidades atraves de

j(x;t)=(x;t)v(x;t): (3.6)

3.1.1 Formulac~ao hidrodin^amica

Vamos empregar ummetodoutilizadooriginalmenteporMadelungem1926

para determinar se a velocidade v(x;t), dada pelas Eq.(3.5) e Eq.(3.6), e

descritaporequac~oes hidrodin^amicasesehaequival^encia(no limiteclassico

3

A substituic~ao de ( x;t) por 

( x;t) e a de t por t, indica que a equac~ao de

(29)

~ ! 0) entre a equac~ao de Schrodinger e as equac~oes hidrodin^amicas [40].

Escrevendo a func~ao de onda (x;t) naforma

(x;t)=R(x;t)exp[iS(x;t)=~]; (3.7)

onde R(x;t) e S(x;t) s~ao reais e substituindo na equac~ao de Schrodinger

usual(Eq.(3.1)comF [ ; 

] def

= 0eEq.(3.3)),realizandoasderivadasnecessarias 4

e dividindo porexp[iS(x;t)=~] teremos (veja, por exemplo,[39])

i~@ t R R @ t S = i~ m rRrS ~ 2 2m r 2 R+ 1 2m R(rS) 2 i~ 2m R r 2 S+R V;

que tem a partereal (divididaporR ):

@ t S+ 1 2m (rS) 2 +V = ~ 2 2m r 2 R R : (3.8)

O lado esquerdo da Eq.(3.8) e analogo a equac~ao de Hamilton-Jacobi, o

lado direito (puramente qu^antico), de nido desde que R(x;t) 6= 0,

desa-parece tomando ~ ! 0. Essa e a base do metodo para encontrar soluc~oes

semiclassicas da equac~ao de Schrodinger, tomandoa fase de (x;t) como a

ac~aoclassica S(x;t).

A parteimaginaria(dividida por ~)e:

@ t R+ 1 m rRrS+ 1 2m R r 2 S =0: (3.9)

Multiplicando a express~ao anterior por 2R e observando que

2R rRrS+R 2 r 2 S =r R 2 rS  e 2R @ t R=@ t R 2 ;

podemos reescrever aEq.(3.9) na forma

@ t R 2 +r  R 2 rS m  =0; (3.10) 4 @ t = @ t R+ i ~ R @ t S  e iS=~ , r = rR+ i ~ R rS  e iS=~ e, tomando odivergente da express~aoanterior,r 2 =  2 i rRrS+r 2 R 1 2 R( rS) 2 + i R r 2 S  e iS=~ .

(30)

onde R 2 (x;t) =(x;t) (3.11) e, considerandoa Eq.(3.6), v(x;t)= 1 m rS(x;t): (3.12)

A Eq.(3.10)e aequac~aode continuidade,Eq.(3.4), escrita em termos de

R(x;t) eS(x;t), a quantidade v(x;t), dada pelaEq.(3.12),e a velocidade

classicaporunidadedemassado uido. Assim,aEq.(3.10)descreveo

\movi-mento"(ouacimematica)do uido deprobabilidadescomvelocidadev(x;t)

em cada ponto. O aspecto que gostaramos de enfatizare que a equac~ao de

continuidade,Eq.(3.4), pode ser obtidadiretamente daparte imaginaria da

equac~aode Schrodinger,Eq.(3.1) com F [ ; 

] def

= 0e Eq.(3.3)e,como

sabi-amos, ao escrevermos aEq.(3.4), n~ao ha qualquer diferenca entre a equac~ao

de continuidade para (x;t) def

= (x;t) 

(x;t), obtida atraves da equac~ao

de Schrodinger, ea equac~ao de continuidade para um uido classico usual.

A m de descrevermos a \din^amica"do uido de probabilidades, vamos

tomar o gradienteda Eq.(3.8):

@ t rS+ 1 2m r(rSrS)= rV + ~ 2 2m r  r 2 R R  ; (3.13)

observando que r(rSrS) = 2[(rSr)rS+rS(rrS)] e que

rrS =0,levando emconta aEq.(3.11) e aEq.(3.12), teremos 5 @ t v+(vr)v =F (x)+ ~ 2 2m 2 r  1=2 r 2  1=2  ; (3.14)

ondeF (x)= rV (x)=meumaforcaexterna atuandosobre cadaunidade

de massa do uido. O ultimo termo na Eq.(3.14) descreve forcas

inter-nas ao uido e,como acontece naEq.(3.8), desaparece rapidamentequando

~ ! 0 e o uido (de probabilidades) se torna um \po n~ao-interagente" [3].

Esse termo tem natureza puramente qu^antica, sem analogo (completo) no

uido classico. 

E facil ver que a intensidade das forcas internas depende

diretamente davariac~aoda densidade de probabilidadesno espaco. Quanto

5

Note que @

t

(31)

maiores as variac~oes de (x;t), no espaco, maiores ser~ao as forcas

inter-nas. A Eq.(3.14) e similar a equac~ao de Euler para uidos classicos. O

sistemadeequac~oes formadopelaEq.(3.10)eEq.(3.14)descrevemo

compor-tamentocinematicoedin^amico,respectivamente, do uidode probabilidades

com (x;t) def

= (x;t) 

(x;t) e a evoluc~ao temporalde (x;t) dada pela

equac~aode Schrodinger usual.

3.1.2 Condic~ao de equival^encia

Note que o estado de uma partcula na formulac~ao hidrodin^amica e

de-scrito, necessariamente, por quatro func~oes reais, (x;t) e a tr^es

compo-nentes de v(x;t), enquanto a func~ao de onda e determinada por apenas

duas func~oes reais, R(x;t) e S(x;t). Como consequ^encia, nem todas as

soluc~oes daEq.(3.10) eEq.(3.14), ser~aosoluc~oes daequac~aode Schrodinger.

A \ampliac~ao"das soluc~oes sedeveaofatode termostomadoogradienteda

Eq.(3.8). Apenas algumas soluc~oes das Eq.(3.8)e Eq.(3.10) ser~ao, tambem,

soluc~oes daequac~ao de Schrodinger.

Observandoque, naderivac~aodasequac~oeshidrodin^amicas\contidas"na

equac~ao de Schrodinger, assumimos que v(x;t) = rS(x;t)=m, logo deve

haveralgumarestric~aoparaocomportamentodev(x;t)naEq.(3.14). Uma

condic~aosu ciente pararecuperarmosaequac~aode Schrodingerapartirdas

Eq.(3.10) e Eq.(3.14) e que a integral de linha da velocidade v(x;t) seja

independente docaminhode integrac~ao,

C def = m I C dlv(x;t) def = 0 (3.15)

onde Crepresentaumcontornofechadoarbitrariocompostopelas partculas

do uido nesse contorno. Aplicando a formula de Stokes 6

junto com a

condic~ao (3.15), que implica a inexist^encia de vortices ( uido irrotacional),

teremos

rv(x;t) def

= 0:

Logo v(x;t) deve ser, necessariamente, um campo potencial, isto e, existe

uma func~ao(ou campo) S(x;t) dada pelaexpress~ao

S(x;t)=m Z x x 0 dlv(x;t); (3.16) 6 H C dlv = H 

(32)

cujogradienteev(x;t). Essa eacondic~aosu ciente,sobreocampov(x;t),

para a exist^encia da Eq.(3.12)que, junto com aEq.(3.11), possibilitaa

con-struc~ao de func~oes de onda univalorizadas 7

.

Como a func~ao de onda (3.7) envolve o fator de fase e iS=~

, e n~ao a fase

S(x;t)diretamente, acondic~ao(3.15),apesardesu ciente,n~aoenecessaria.

AfaseS(x;t)podesermultivalorizada emrelac~aoaposic~aoxdesde queseus

diferentesvaloressejammultiplos 8

de2~. Naformulac~aohidrodin^amicaisso

signi ca que a integral de linha de rS(x;t) pode depender do caminho de

integrac~ao desde que, no intervalofechado C, tenhamos

C def

= 2n~ def

= nh; n =0;1;2; (3.17)

Apenas os uxos de uido de probabilidades que obedecerem a \condic~ao

de quantizac~ao" (3.17) ser~ao,tambem,soluc~oes daequac~aode Schrodinger 9

.

Em hidrodin^amica a quantidade

C

e chamada circulac~ao e e interpretada

como a intensidade dovorticedentro docontorno C.

Tomando a Eq.(3.17) como condic~ao de quantizac~ao necessaria para

re-obtermos a equac~ao de Schrodinger a partir das Eq.(3.10) e Eq.(3.14), e

natural procurarmos determinar suas caractersticas. Em outras palavras,

vamos calculara evoluc~ao temporal

d

dt I

C

dlv(x;t); (3.18)

utilizando, para isso, a mesma notac~ao e metodo empregados por Landau

e Lifshitz no contexto hidrodin^amico [38]. Escrevemos a derivada total ja

estamosinteressadosnamudancadacirculac~aoemumcontornode uidoem

movimento. Ou seja, o contorno C n~ao esta xono espaco mas acompanha

o movimentodo uido.

A mde evitarproblemasde notac~ao,seguindo LandaueLifshitz, vamos

representar, temporariamente, porÆ aderivadaemrelac~aoa posic~aoe

reser-varosmbolodparaderivadasemrelac~aoaotempo. Umelementodiferencial

de contorno dl pode ser escrito como a diferenca Æx entre os vetores x dos

pontos extremos do elemento. Feita essa observac~ao podemos reescrever a

7

Essa e uma condic~ao desejavel uma vez que associamos a cada (x;t) um estado

localizadodapartcula.

8

BastaobservarqueR e iS=~

=R(cosS=~+isenS=~).

9

(33)

lit-circulac~ao como H

C

Æxv. Tendo em mente que tanto a velocidade v(x;t)

quantoaformadoproprio contornoC podem mudarcom otempo,devemos

escrever d dt I C Æxv = I C Æx dv dt + I C v dÆx dt : (3.19)

Como a velocidade v(x;t) e a derivada de xem relac~aoao tempo, teremos

v dÆx dt =vÆ dx dt =vÆv =Æ  1 2 v 2  :

Como a integral de um elemento diferencial total e nula em um contorno

fechado, asegunda integral dolado direito daEq.(3.19) desaparece. Assim

d dt I C Æxv = I C Æx dv dt : (3.20) Lembrandoquedv=dt=@ t

v+(vr)v,substituindoaEq.(3.14)naEq.(3.20)

e aplicando a formulade Stokes, teremos

d dt I C Æxv = I  rr  1 m V (x)+ ~ 2 2m 2  1=2 r 2  1=2   =0: (3.21)

Voltandoa notac~aoda Eq.(3.15), podemos escrever ent~ao

m d dt I C dlv(x;t)=0;

ou, nalmente, considerandoa condic~aonaEq.(3.17),

m I C dlv(x;t) def = C def = mnh=constante: (3.22)

Esse resultadoe oequivalente, para o uido de probabilidades, doconhecido

teoremade Kelvin ou lei de conservac~ao da circulac~ao dos uidosclassicos.

AEq.(3.22) implica quebasta aplicarmos acondic~ao(3.17) emum dado

instante inicial para garantirmos a equival^encia, em qualquer instante

pos-terior, entre as equac~oes hidrodin^amicas (3.10) e (3.14) e a equac~ao de

Schrodinger usual. A \quantizac~ao" das Eq.(3.10) e Eq.(3.8), estaria ent~ao,

relacionadaaumacondic~aoinicial. Umadiscuss~aogeralsobreaequival^encia

(34)

3.1.3 Recuperando a equac~ao de Schrodinger

Para recuperarmos a equac~ao de Schrodinger usual a partir das Eq.(3.10)

e Eq.(3.14) vimos que e absolutamente necessario assumirmos a

possibili-dade daescolhadocampoS(x;t)de modoque v(x;t)=rS(x;t)=m para

qualquer posic~ao no uido. Como vimos anteriormente, a fase S(x;t) e,

em geral, multivalorizada em relac~ao a posic~ao, de modo que a velocidade

v(x;t)descritapelaEq.(3.14), sem aEq.(3.22),seraapenas localmente um

gradiente. Assumindo a condic~ao (3.17) ou, equivalentemente, a Eq.(3.22)

ca garantido quea velocidadev(x;t)pode ser escritaapartirdogradiente

de um campoS(x;t) globalmente de nido. A formulac~aohidrodin^amica

ev-idenciaaspropriedadesn~ao-locaisdamec^anicaqu^antica associadaaequac~ao

de Schrodinger.

Umavez que a Eq.(3.12), sob a condic~ao expressa naEq.(3.22),e valida

paraqualquercontornoCde uidoemqualquertempo,assumindoaEq.(3.11)

e tomando o gradiente da Eq.(3.14), retornamos a Eq.(3.13). Integrando a

Eq.(3.13),fazendoaconstantedeintegrac~aoigualazerojaqueessaconstante

apenas adicionaraumafase globalafunc~aode onda,teremosaEq.(3.8).

So-mando a Eq.(3.8), multiplicada por R(x;t), a Eq.(3.10), multiplicada por

i~=2R(x;t),teremos i~@ t R R @ t S = i~ m rRrS ~ 2 2m r 2 R+ 1 2m R(rS) 2 i~ 2m R r 2 S+R V;

multiplicandopelofatorde fasee iS=~

,considerandoaEq.(3.7)eidenti cando

convenientemente cada termo com as respectivas derivadas de (x;t)

tere-mos i~@ t (x;t)= ~ 2 2m r 2 (x;t)+V (x;t) (x;t)=H (x;t):

Ou seja, recuperamos a Eq.(3.1), com F [ ; 

] def

= 0, que e exatamente a

equac~ao de Schrodinger usual que tomamos como ponto de partida para

obtermos as Eq.(3.10) eEq.(3.14).

Note, ainda, que podemos recuperar a equac~ao de Schrodinger a partir

da equac~ao de continuidade. Substituindo adensidade de probabilidades

(x;t) def

= (x;t) 

(35)

e a densidade de uxo de probabilidade (ou corrente), Eq.(3.5), na Eq.(3.4)

efetuando asderivadas necessarias 10 teremos: @ t  +  @ = ~ 2mi r 2   r 2  :

Multiplicandoambososladospori~( 

) 1

eadicionandoumpotencial

ex-ternoarbitrario 11

V (x;t)aosoperadoresr 2

,poderemosescreverasequac~oes

i~@ t = ~ 2 2m r 2 +V (x;t) i~@ t  = ~ 2 2m r 2  V (x;t)  : (3.24)

Ondeaprimeiraeaequac~aodeSchrodingerpara (x;t)easegundadescreve

a evoluc~aopara o tempo invertido (revers~ao temporal),tomando

simultane-amente 

(x;t) e t! t. A irreversibilidade, quee um fato experimental,

entra na mec^anica qu^antica via medida. Esse fato experimental n~ao e

pre-visto pelaequac~aode Schrodinger linear.

3.1.4 N~ao-linearidade imaginaria I [ ; 

]

Em nossa discuss~ao anterior enfatizamos o fato de que a mesma equac~ao

de continuidade se aplica ao uido classico e ao uido de probabilidades,

cuja densidade e descrita por (x;t) def

= (x;t) 

(x;t), em acordo com

a interpretac~ao de Max Born para a func~ao de onda (x;t). Vimos que

as equac~oes hidrodin^amicas s~ao compatveis com a equac~ao de Schrodinger

usuale,especialmente,vimosqueaequac~aodeSchrodingerpodeserobtidaa

partirdaequac~aodecontinuidade. Lembre-sequeaequac~aode continuidade

permite-nosdescrever apenas acinematica do uido de probabililidades.

Ate o momento estivemos considerando o uido de probabilidades como

um uido ideal, com todas as propriedades usuais do uido ideal classico.

Agora,gostaramosdegeneralizaraspropriedadesdo uidodeprobabilidades

e, ent~ao, analisar quais seriam as propriedades da equac~ao de Schrodinger

compatvelcom essas propriedadesmais gerais do uido. Vamos considerar

10

Foiutilizadaaidentidader( r   r )= r 2   r 2 . 11

A adic~ao do potencial V(x;t), apesar de n~ao ser uma consequ^encia logica dos

(36)

apossibilidadede difus~ao de(x;t)no uidodeprobabilidade 12

. Nesse caso

sabemosqueo uxodadensidadedeprobabilidadeeproporcionalavariac~ao

espacial dadensidade de probabilidade(veja, por exemplo,a Ref.[17])

j(x;t)= Dr(x;t); (3.25)

onde a\constantede proporcionalidade"Dechamadacoe ciente de difus~ao

e o termo Dr(x;t)e,geralmente, chamadocorrente de difus~ao.

Na presenca de difus~ao no uido, a equac~ao de continuidade Eq.(3.4)

pode ser convenientemente generalizada na forma de uma equac~ao do tipo

Fokker-Planck incluindoo termo difusivo:

@

t

(x;t)= rj(x;t)+Dr 2

(x;t): (3.26)

Como vimos na sec~ao anterior, a equac~ao de Schrodinger pode ser obtida a

partir daequac~ao de continuidade usual,Eq.(3.4). Agora, queremosestudar

qual seria a \equac~ao de Schrodinger" obtida da equac~ao de continuidade

generalizada para ocaso difusivo,Eq.(3.26).

SubstituindoasEq.(3.5)eEq.(3.23) naEq.(3.26),como zemosnasec~ao

anterior para a equac~ao de continuidade,teremos, para (x;t), 13 i~@ t = ~ 2 2m r 2 +V +i~D r 2 + jr j 2 j j 2 ! ; (3.27)

que,nanotac~aodaEq.(3.2)considerandoaEq.(3.23),implicanotermon~

ao-linear imaginario

I[ ;  ]= 1 2 ~D r 2   : (3.28)

Notequen~aoexisteequac~aodeSchrodingerlinear compatvelcomaEq.(3.26)

para D 6=0 e que, alem do termo n~ao-linear imaginario, aparece tambemo

termo extra, i~Dr 2

queelinear.

Gostaramos de enfatizar quea modi cac~ao da equac~ao de continuidade

usual, que levou a Eq.(3.27), nos permite encontrar apenas o termo

ima-ginariodofuncionalF [ ; 

] . Essefatoeraesperado,umavezqueaEq.(3.26)

12

N~aoiremosconsiderareventuaisefeitosdeconvecc~ao no uidodeprobabilidades,mas

essatambemseriaumapossibilidadedegeneralizac~ao. Aoconsiderarmossomenteefeitos

difusivos estamosenfatizandofen^omenosinternosao uido.

13

Note que uma equac~ao similar vale para 

( x;t) , descrevendo a invers~ao

tempo-ral. A unica diferenca em relac~aoao calculo dasec~ao anteriorea presencada derivada

(37)

temligac~aocomacinematicado uidodeprobabilidadeseaequac~aode

con-tinuidade usual ou modi cada tem ligac~ao, como vimos, com a parte

ima-ginariadaequac~ao de evoluc~ao temporal. Essa estrategia de modi cac~aoda

equac~ao de Schrodinger tem a vantagem (pelo menos a princpio) de evitar

ascomplicac~oesrelacionadasafaseS(x;t)ligadaapartereal daequac~ao de

evoluc~ao.

3.1.5 Propriedades gerais envolvendo I [ ; 

]

Antesde tratarmosdaexist^enciadeeventuais termosn~ao-linearesR[ ; 

]e

conveniente explorarmos algumaspropriedades geraisda Eq.(3.27) 14

. Assim

como acontece no caso linear, a probabilidade continua sendo conservada,

agorapelaEq.(3.26). Domesmomodoquenaequac~aode Schrodingerusual,

no caso de partcula livre, tomando V (x;t) = 0, podemos veri car, por

substituic~ao, queexistem soluc~oes de onda plana 15

(x;t)=exp[i(kx !t)];

com frequ^encia ^angular ! = E=~ e k 2

= 2mE=~. A Eq.(3.27) e invariante

por translac~ao no espaco e no tempo. Se (x;t) e soluc~ao da Eq.(3.27),

ent~ao 

(x;t) e soluc~ao da mesma equac~ao com t ! t e D ! D. A

troca de sinal no coe ciente de difus~ao signi ca invers~ao do uxo no uido

de probabilidades (propriedade natural em processos difusivos), de modo

que o sinal de D introduziria direcionalidade no uxo temporal, quebrando

a simetriatemporalnaEq.(3.27).

Assimcomo nocaso linear, o valoresperado domomentoedado por:

hpi=h i~ri=m Z

jdx: (3.29)

A ultimaigualdade pode sercalculada utilizando-seaidentidadedeParseval

para transformadas de Fourier[3]:

hpi= Z dp h 3 ~  (p)p ~ (p) = i~ Z dx  (x)r (x) = i~ 2 Z dx(  (x)r (x) r  (x;t) (x)); 14

Aoviolarmos alinearidadeviaaintroduc~ao dotermo n~ao-linear imaginario, n~aoha

raz~aoparaexcluirmosapossibilidadedeexist^enciadetermosn~ao-linearesreais.

15

Note que o termo i~D r 2 +jr j 2 =j j 2   0 para ( x;t) = exp[i(kx !t)], 2 2  2 2 2

(38)

a Eq.(3.29) mostra que n~ao haambiguidade na de nic~ao de p= i~r uma

vez que atrocade j porj Drn~aoaltera aultima integralnaEq.(3.29).

Notando que 16 Z   r 2 + jr j 2 j j 2  dx= Z  r 2 dx+[  r ] 1 1 Z  r 2 dx0;

ofuncionalenergia,relacionadoassoluc~oesdaEq.(3.27),continuasendodado

porhi~@

t

i=hHi, como nocaso linear usual. Essas s~ao propriedadesbasicas

dateoriaassociadaaequac~aodeSchrodingerusual,ejaforamapontadas na

Ref.[13]para a Eq.(3.27).

Vamos agora, calcularas relac~oes de Ehrenfest para avariac~aotemporal

do valoresperado do momento, hpi, e do valor esperado da energia, hi~@

t i.

Para isso, vamos utilizaraconhecida regrapara derivac~aode operadores em

relac~aoaotempo(veja, porexemplo, a Ref.[39]):

d dt hOi= Z  @ t O dq+ Z @ t  O dq+ Z  O@ t dq; (3.30)

onde O e um operador qualquer e q representa coordenadas generalizadas.

Aqui, em geral, os operadores n~ao dependem explicitamente do tempo 17

e

s~ao dadosna representac~ao de posic~aocom q x.

A primeira das relac~oes de Ehrenfest permance a mesma do caso linear

usual: d dt hxi= hpi m ; (3.31)

para calcularmosavariac~aotemporaldomomentoesperado hpiescrevemos,

a partir daEq.(3.27), @ t = i ~ H +D  r 2 + r r    (3.32) e @ t  = i ~ H   +D  r 2 + r  r    ; (3.33) 16

Efetuamosuma integralporpartes e,como emmec^anicaqu^anticausual, assumimos

que (x;t)e suasderivadas,seanulamem x=1.

17

(39)

Escrevendo a Eq.(3.30) para hpi  h i~ri e substituindo as Eq.(3.32) e Eq.(3.33), teremos d dt h i~ri = Z  i ~ H   +D  r 2 + r  r     ( i~r) dx + Z  ( i~r)  i ~ H +D  r 2 + r r     dx:

Efetuando as multiplicac~oes necessarias, juntando termos semelhantes e

ob-servando que H = H  e (r 2 +r r  =  ) =(r 2 +r  r =  )

pode-mos fazera transposic~ao dos operadores e escrever

d dt h i~ri = Z  rH dx Z  Hr dx  + D Z   r 2 + r r    ( i~r) dx + D Z  ( i~r)  r 2 + r r    dx:

SubstituindoH, de nido pelaEq.(3.3), sabendoque r 0 nafronteira de

integrac~ao 18 d dt h i~ri = Z  rV dx + 2DRe Z  ( i~r)  r 2 + r r    dx:

Emgeral,bastafazerD!0pararecuperarmosarelac~aodeEhrenfestusual

d

dt

h i~ri= hrVi: (3.34)

De maneira similar,podemosobter a terceirarelac~aode Ehrenfest:

d dt hi~@ t i=h@ t Vi+2DRe Z  H  r 2 + r r    dx; (3.35)

que nocaso linearusual reduz-se a

d dt hi~@ t i=h@ t Vi: (3.36)

Voltaremosatratardasconsequuenciasdessasrelac~oesnosproximoscaptulos.

(40)

3.1.6 N~ao-linearidades reais R[ ; 

]

Uma vez que a Eq.(3.26) determina apenas a parte imaginaria da n~

ao-linearidadepodemosincluirtambem,porargumentosdesimetria,n~ao-linearidades

reais. 

E importante notar que esses termos n~ao-lineares reais n~ao s~ao

ar-bitrarios,pelocontrario,s~aoesperadosjaquealinearidadefoivioladaatraves

do termo I[ ; 

]. 

E razoavel considerar o termo n~ao-linear imaginario

como guia para inferirostermospara R[ ; 

]por similaridade. Emoutras

palavras, vamos assumir as seguintes propriedades para R[ ; 

]: i) 

E

ho-mog^eneo de ordem zero em , de modoque R[ ;  ]=R[ ;  ], 2C; ii) 

E um funcional com derivadas n~ao maiores que de segunda ordem

ape-nas no numerador; iii) 

E invariantesob a aplicac~ao dogrupo Euclideano em

tr^es dimens~oes E(3). Enfatizamos o fato de que assumimos similaridade

entre o termo n~ao-linear imaginario, determinadopela Eq.(3.26), e o termo

n~ao-linearreal para o qualn~ao temos restric~oes a priori.

Sobas hipoteses acimapodemosrestringiro funcionalR[ ; 

] atermos

proporcionaisa certas combinac~oes homog^eneas dacorrente j(x;t) e

densi-dade de probabilidade(x;t) esuas derivadas. Assim, o funcional R[ ; 

]

na Eq.(3.2), tem aforma

R[ ;  ]=~D 0 5 X j=1 c j R j [ ;  ]; (3.37) com R 1 = rj c  ; R 2 = r 2   ; R 3 = j c 2  2 ; (3.38) R 4 = j c r  2 ; R 5 = (r) 2  2 ; (3.39)

onde introduzimos,poruma quest~aode conveni^encia,

j c = m ~ j = 1 2i (  r r  ): (3.40) Na Eq.(3.37) D 0

tambem tem dimens~oes de coe ciente de difus~ao

(even-tualmente faremos a simpli cac~ao D 0

 D, sem perda de generalidade)

permitindo que os c

j

sejam par^ametros adimensionais. Assim, os

produ-tos D 0

c

j

podem tomar valores arbitrarios. Dadas as Eq.(3.28) e Eq.(3.37),

substitudas na Eq.(3.2),temos a formaexplcita daEDG:

i~@ t = ~ 2 2m r 2 + 1 2 i~D r 2   +~D 0 5 X c j R j [ ;  ] +V ; (3.41)

(41)

onde os R

j [ ;



]s~ao dados pelas Eq.(3.38) e Eq.(3.39).

Aseguirindicaremosbrevementealgumasdaspropriedadeseconsequ^encias

daEq.(3.41). Contudo,deixaremosasanalisesmaispormenorizadasparaum

captulo subsequente, onde ser~ao introduzidas as chamadas transformac~oes

de gauge n~ao-lineares. Enfatizamos, contudo, que o objetivo geral e

elabo-rar restric~oes razoaveispara oconjuntode termos c

j R

j

, com j =1; ;5e,

consequentemente, determinar aspropriedades daEq.(3.41).

Sob transformac~oes de Galileudo tipo(claro que V 0)

(x;t) =exp  i m ~  xv 1 2 v 2 t   (x vt;t); (3.42)

teremosafamliadas Eq.(3.41),invariantegalileana,caracterizadapelo

con-juntode par^ametros 19 c 1 +c 4 =0; c 3 =0 (3.43) com c 2 e c 5

quaisquer. A primeira relac~ao de Ehrenfest, Eq.(3.31) e

satis-feitaautomaticamente, comoconsequ^encia daEq.(3.26). Haumasubfam 

ilia

das Eqs(3.41) que satisfaz a segunda relac~ao de Ehrenfest, Eq.(3.34), e e

caracterizada peloseguinteconjuntode par^ametros 20 : c 1 =1; c 2 +2c 5 =0; c 3 =0; c 4 = 1: (3.44)

3.2 Soluc~oes via transformac~oes n~ao-lineares

3.2.1 Soluc~oes estacionarias

Uma das propriedades mais interessantes da Eq.(3.41) e a exist^encia de

es-tados estacionarios. Nesta sec~ao discutiremos essa propriedadeem detalhes.

Como e sabido da mec^anica qu^antica usual, uma soluc~ao da equac~ao de

evoluc~ao e chamada estacionaria quando representa o mesmo estado, em

nosso caso um estadopuro, em todos os tempos:

(x;t)='(t) (x) ':R !C

19

Notequeostermosquelevamj( x;t)t^emrelac~aodiretacomavelocidadev(x;t),veja

aEq.(3.6),portanto,zerandooscoe cientesc

j

correspondentesaessestermos,garantimos

ainvari^anciagalileana.

20

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