• Nenhum resultado encontrado

Plano de prevenção e combate a incêndios: estudo de caso em edificação residencial multipavimentada

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Plano de prevenção e combate a incêndios: estudo de caso em edificação residencial multipavimentada"

Copied!
71
0
0

Texto

(1)

1

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do

Trabalho

FÁBIO FAGUNDES

PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS: ESTUDO DE

CASO EM EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL MULTIPAVIMENTADA

Santa Rosa / RS 2013

(2)

2

FÁBIO FAGUNDES

PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS: ESTUDO DE

CASO EM EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL MULTIPAVIMENTADA

Monografia do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de título de Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Orientadora: Cristina Eliza Pozzobon

Santa Rosa / RS 2013

(3)

3

FABIO FAGUNDES

PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS: ESTUDO DE CASO EM EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL MULTIPAVIMENTADA

Monografia defendida e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora

Banca examinadora

________________________________________ Prof.ª Cristina Eliza Pozzobon, Mestre em Eng. Civil e

Esp. em Eng. de Segurança do Trabalho - Orientadora

________________________________________ Prof.° Fernando Wypyszynski, Eng. Civil e Esp. em Eng. de

Segurança do Trabalho

(4)

4

DEDICATÓRIA

(5)

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os envolvidos, que de alguma forma participaram, auxiliaram e propiciaram a realização deste trabalho. Seja através do incentivo, amizade e da orientação técnica, em especial, pela compreensão de todos nos momentos difíceis.

(6)

6

RESUMO

Nas edificações, a proteção contra incêndios deve ser encarada como uma obrigação e um dever indeclinável de proteger acima de tudo as vidas humanas e o patrimônio envolvido. Logo, a prevenção, instalação de processos e métodos na proteção contra incêndios não podem ser negligenciados em favor da economia de custos, pois seus prejuízos podem se traduzir em perdas irreparáveis. Este trabalho objetiva analisar e aprofundar o estudo sobre o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) de uma edificação residencial multipavimentada, Residencial Dona Laura, construído na Rua Mauá, em Santa Rosa/RS. Em decorrência do objetivo geral, os objetivos específicos foram: [i] Aprofundar os conhecimentos adquiridos no Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, com ênfase em Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) e; [ii] Produzir subsídios e ter acesso a informações, tomando como base as normas técnicas e legislação brasileira para a elaboração de projetos de PPCI exigidos pelo Corpo de Bombeiros. Nesse sentido, o trabalho inicia com uma revisão bibliográfica do tema, continua descrevendo a edificação analisada, os equipamentos de proteção contra incêndio, obtendo a quantificação e o custo financeiro da sua implantação. Conclui-se que os métodos de prevenção e proteção descritos no projeto de PPCI e adotados na edificação em estudo atendem as normas técnicas regulamentadoras da ABNT e as exigências legais do Estado do Rio Grande do Sul, com a sua conseqüente aprovação e liberação pelo Corpo de Bombeiros.

Palavras-chave: PPCI; Proteção e Segurança; Incêndios.

(7)

7

LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ART – Anotação de Responsabilidade Técnica CO2 – Gás Carbônico

CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia GLP – Gás Liquefeito de Petróleo

GN – Gás Natural

IRB – Instituto de Resseguros do Brasil NRB – Norma Regulamentadora Brasileira

PPCI – Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio

PSPCI – Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas

(8)

8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...10 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...13 1.1 FOGO ...13 1.2 CLASSES DE INCÊNDIO ...15 1.3 CAUSAS DE INCÊNDIO ...16 1.4 PROPAGAÇÃO DO FOGO ...17

1.5 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO ...18

1.6 AGENTES EXTINTORES ...19

1.6.1 A água...19

1.6.2 Espuma aquosa ou mecânica ...20

1.6.3 Gases inertes ...20

1.6.4 Pó químico seco ...20

1.7 SISTEMAS DE COMBATE AO FOGO ...21

1.8 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ...21

1.9 PROJETOS ...22

1.10 DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ...23

1.10.1 Isolamento de riscos ...23

1.10.2 Compartimentação vertical e horizontal ...24

1.10.3 Resistência das estruturas ao fogo ...25

1.10.4 Resistência dos materiais ao fogo ...25

1.11 CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES ...26

1.11.1 Classificação da edificação quanto ao risco ...26

1.11.2 Classificação da edificação quanto a sua ocupação ...26

1.11.3 Classificação da edificação quanto a sua altura ...26

1.11.4 Classificação da edificação quanto a sua área ou dimensões em planta ...27

1.11.5 Classificação da edificação quanto as suas características construtivas ...27

1.11.6 Classificação da edificação quanto a sua carga de incêndio ...27

1.12 CÁLCULO DA POPULAÇÃO ...28

1.13 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ...29

1.14 CÁLCULO DO NÚMERO DE UNIDADES DE PASSAGEM ...30

1.15 NÚMERO MÍNIMO DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ...30

1.16 DISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS ...31

1.17 DESCARGA ...31

1.18 TEMPO NECESSÁRIO PARA A DESOCUPAÇÃO ...31

1.19 CORREDORES ...32

1.20 PORTAS ...32

(9)

9 1.22 GUARDA-CORPOS E BALAUSTRADAS ...34 1.23 CORRIMÃOS ...35 1.24 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA ...35 1.25 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA ...37 1.26 EXTINTORES DE INCÊNDIO ...37

1.27 SISTEMA DE PROTEÇÃO DE DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ...39

1.28 PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO ...39

2 METODOLOGIA...41

2.1 DESCRIÇÃO DO ESTUDO ...41

2.2 DESCRIÇÃO DO OBJETO DO ESTUDO ...41

2.3 LEGISLAÇÃO E NORMAS UTILIZADAS ...43

3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...45

3.1 DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO ...45

3.1.1 Classificação da edificação quanto ao risco...45

3.1.2 Classificação da edificação quanto a sua ocupação ...45

3.1.3 Classificação da edificação quanto a sua altura ...45

3.1.4 Classificação da edificação quanto as suas dimensões em planta...45

3.1.5 Classificação da edificação quanto as suas características construtivas ...46

3.1.6 Classificação da edificação quanto a sua carga de incêndio ...46

3.1.7 Cálculo da população...46

3.2 DEFINIÇÃO DAS EXIGÊNCIAS MÍNIMAS DE PROTEÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO ...46

3.3 DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO...47

3.3.1 Isolamento de riscos...47

3.3.2 Saídas de emergência ...47

3.3.3 Cálculo do número de unidades de passagem ...48

3.3.4 Distâncias máximas a serem percorridas ...48

3.3.5 Descarga ...48

3.3.6 Tempo necessário para a desocupação ...48

3.3.7 Exigência de alarme ...49

3.3.8 Exigência de sistema de instalação hidráulica ...49

3.3.9 Corredores ...49 3.3.10 Portas ...49 3.3.11 Escadas ...49 3.3.12 Guarda-corpos e balaustradas...50 3.3.13 Corrimãos ...50 3.3.14 Sinalização de emergência ...50 3.3.15 Iluminação de emergência ...50 3.3.16 Extintores de incêndio ...51

3.3.17 Sistema de proteção de descargas atmosféricas ...51

3.4 PREVISÃO DE CUSTOS ...52

CONCLUSÃO ...53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...55

ANEXOS ...57

ANEXO A – PROJETOS GRÁFICOS ...57

(10)

10

INTRODUÇÃO

Ao se analisar o tema Prevenção e Combate a Incêndios, observa-se que esse contexto é uma das principais medidas de controle e prevenção de acidentes e tragédias, como grandes incêndios.

Historicamente, desde as décadas de 70 e 80, grandes incêndios em edifícios altos chocaram e paralisaram o Brasil, tais como o Edifício Joelma, com 25 pavimentos, em 1974; o Edifício Andraus, com 31 pavimentos, em 1972; as torres da CESPI, com 21 e 27 pavimentos, em 1987, em São Paulo; entre outros. Estes incêndios marcaram o país, pela perda de centenas de vida de pessoas, documentos importantes, geraram danos materiais incalculáveis e uma fobia coletiva do fogo em grandes edificações.

A realidade é que não havia preocupação sobre instalações de incêndio naquela época, pois nas décadas anteriores não ocorreram grandes incêndios no Brasil. Coincidentemente, neste mesmo período, as edificações começaram a ter alturas mais elevadas, excesso de vidros nas fachadas, utilização de estruturas de concreto armado, divisórias leves e materiais não resistentes ao fogo, ou seja, não se pensava em técnicas construtivas, materiais ou soluções arquitetônicas adequadas para cada tipo de edificação para evitar a propagação do fogo.

Estes eventos desencadearam uma preocupação nacional com a segurança contra incêndios nas edificações. Foi o despertar para o problema no Brasil.

Através destes episódios, o assunto sobre prevenção e proteção contra incêndio começou a ser discutido, com isso surgiu à necessidade da elaboração de normas técnicas e legislações a serem seguidas.

Os grandes incêndios continuam acontecendo até hoje, no Brasil e no mundo, e são exemplos repetidos do quanto ainda temos de aprender para entender os fenômenos relacionados com a origem e a propagação do fogo (Beltrano 2010).

A população está frequentemente exposta a situações adversas, sem uma adequada capacidade de reconhecimento dos riscos e efetiva atuação na resposta e enfrentamento.

(11)

11

Sobre este assunto, é importante relatar que tragédias e acidentes desta natureza continuam acontecendo, como é o caso recente do incêndio da Boate Kiss, acontecido em janeiro de 2013, em Santa Maria/RS. Este caso sugere uma significativa falta de cultura de segurança; seja por negligência dos proprietários ou descaso dos órgãos públicos. Conforme o Relatório Técnico apresentado pelo Conselho Regional de Engenharia do Rio Grande do Sul (CREA/RS 2013), o incêndio ocorreu no interior de um galpão, adaptado de forma errônea para ser um bar ou danceteria. As mudanças arquitetônicas efetuadas não levaram em consideração os possíveis riscos e os investimentos realizados no âmbito da segurança foram mal direcionados ou insuficientes.

Atualmente, com o objetivo de preservar e proteger as pessoas e o patrimônio público ou privado, em cada estado brasileiro existe uma legislação específica, composta por Normas Técnicas, Leis, Portarias e Resoluções do Corpo de Bombeiros, a qual norteia e orienta a elaboração dos projetos de prevenção e proteção contra incêndio.

A proteção contra incêndio deve ser encarada como uma obrigação e necessidade de proteger acima de tudo as vidas humanas, e secundariamente o patrimônio envolvido; independente do seu custo financeiro. A construção de qualquer tipo de edificação mais segura deve ser um dever indeclinável e ético do projetista, executor da obra e do empreendedor, independente das exigências legais.

Portanto, este trabalho tem como finalidade aprofundar os conhecimentos adquiridos no Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e produzir subsídios técnicos, através da análise crítica de um Plano de Prevenção e Combate a Incêndios de um prédio residencial multipavimentado, neste caso o Residencial Dona Laura, na cidade de Santa Rosa/RS.

O trabalho tem como tema o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI). Fica delimitado à análise crítica de um Plano de Prevenção e Combate a Incêndios, com estudo de um caso.

Sua questão de estudo é: Quais os procedimentos e métodos eficazes e corretos utilizados para atender as exigências e normas técnicas vigentes na elaboração e análise do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios em edificações prediais, no caso em estudo?

Os objetivos do estudo estão divididos em objetivo geral e objetivos específicos, sendo o objetivo geral: analisar e aprofundar o estudo sobre o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) de uma edificação residencial multipavimentada, tomando por base as normas técnicas e a legislação brasileira que versam sobre o assunto em questão; e, em

(12)

12

decorrência do objetivo geral, constituem objetivos específicos a serem atendidos, dentro da área de estudo delimitada:

• Aprofundar os conhecimentos adquiridos no Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, com ênfase em Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI), através da análise do estudo de um caso;

• Produzir subsídios técnicos e ter acesso a informações, tomando como base as normas técnicas e legislação brasileira para a elaboração de projetos de PPCI exigidos pelo Corpo de Bombeiros.

O trabalho em questão será estruturado da seguinte maneira:

Inicialmente é introduzido o trabalho, apresentando a importância, justificativa e seus objetivos referente ao tema em estudo.

No Capítulo 1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA são apresentados, de forma sintética, definições coletadas na revisão da bibliografia realizada a partir da definição do tema.

No Capítulo 2 – METODOLOGIA são apresentadas as principais características da pesquisa aplicada, qualitativa e quantitativa. Também é descrito o objeto em estudo.

O Capítulo 3 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS descreve os resultados obtidos pela execução da pesquisa, a quantificação e a previsão de custos para implantação do PPCI.

O Capítulo 4 – CONCLUSÃO encerra o trabalho, apresentando as considerações finais sobre o estudo. Na sequência contam as REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS e os ANEXOS.

(13)

13

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1FOGO

Toda edificação, sob o ponto de vista de segurança, está sujeita a uma calamidade imprevisível: o fogo. O fogo é capaz de causar grandes acidentes e catástrofes, gerando perdas de vidas humanas e enormes prejuízos materiais. Para se fazer à prevenção e o combate efetivo a incêndios, deve-se se conhecer a mecânica do fogo em todos os seus aspectos: causas, formação e suas conseqüências.

A vida moderna aumenta os riscos de incêndios devido às grandes concentrações humanas nas grandes cidades, edificações mais próximas e altas, concepções arquitetônicas que favorecem a propagação do fogo, materiais empregados de fácil combustão e pela proliferação e concentração de toda espécie.

“O fogo sempre irá conviver com o homem, por isso ambos devem viver em harmonia e, para que isso aconteça, ele deve ser controlado para que esta relação não seja quebrada”. (BRENTANO, 2010, p. 89)

O fogo pode ser definido como uma reação química, denominada combustão, que é uma oxidação rápida entre um material combustível, sólido, líquido ou gasoso, e o oxigênio do ar, provocada por uma fonte de calor que gera luz e calor.

Em outras palavras, o fogo é uma combustão viva que se manifesta através da produção de chamas que geram luz e desprendem calor, além da emissão de fumaça, gases e outros resíduos. Segundo Brentano (2010), cada um desses produtos derivados da combustão geram consequências:

• As chamas formam a parte espetacular e visível do fogo, iluminam e atraem; • A fumaça impede a visibilidade, provoca pânico, intoxica e/ou asfixia, dificulta

a saída e a aproximação para o combate ao fogo, corrói objetos frágeis;

• Os gases são invisíveis, podem ser tóxicos, inodoros e a sua difusão provoca a propagação do fogo. Atualmente, com os materiais sintéticos cada vez em

(14)

14

maior quantidade usados nos revestimentos de construções, aumentou a quantidade de produtos gasosos prejudiciais ao homem em uma situação de incêndio. A fumaça e os gases tóxicos são responsáveis por mais de 80% das mortes em incêndios;

• O calor aquece o ar chegando a altíssimas temperaturas, provocando a propagação do fogo através da combustão espontânea de certos materiais e a deformação e a perda de resistência de outros; como exemplo a própria estrutura de uma edificação;

• O oxigênio do ar é consumido durante a combustão em ambientes fechados tornando-o irrespirável;

• Os resíduos deixados pelos combustíveis sólidos comuns, como as cinzas, além de emitirem fumaças.

Para que haja a ocorrência do fogo, deve haver a concorrência simultânea de três elementos essenciais: material combustível, comburente (oxigênio) e uma fonte de calor, formando o triângulo do fogo. Caso haja a propagação do fogo após a sua ocorrência, deve haver a transferência de calor molécula para molécula do material combustível, ainda intacta, que entram em combustão sucessivamente, gerando então, a reação química em cadeia.

As principais características dos elementos componentes do fogo são:

• O combustível é toda a matéria suscetível à queima, isto é, após a inflamação, continua queimando sem nenhuma adição suplementar de calor. Pode ser sólido, líquido ou gasoso. A maior parte dos combustíveis sólidos possui um mecanismo seqüencial para a sua ignição. Para entrar em combustão devem ser primeiramente aquecidos liberando vapores combustíveis que se misturam com o oxigênio do ar gerando uma mistura inflamável. Os combustíveis líquidos se vaporizam ao serem aquecidos, misturando-se com o oxigênio do ar, formando uma mistura inflamável. Os gases, para entrar em combustão devem formar uma mistura inflamável com o oxigênio do ar, cuja concentração deve estar dentro de uma faixa ideal;

• O comburente, geralmente o oxigênio do ar, é o agente químico que ativa e conserva a combustão, combinando-se com os gases ou vapores do combustível, formando uma mistura inflamável;

(15)

15

• O calor, energia que dá início, mantém e incentiva a propagação do fogo. O calor é o provocador da reação química da mistura inflamável, proveniente da combinação dos gases ou vapores do combustível e do comburente.

• A reação química em cadeia, que é a transferência de calor de uma molécula do material em combustão para a molécula vizinha, ainda intacta, que se aquece e entra em combustão, assim sucessivamente, até que todo o material esteja em combustão.

1.2 CLASSES DE INCÊNDIO

Os incêndios são classificados, de acordo com o material combustível, em quatro classes:

• Classe A: São incêndios que ocorrem em materiais combustíveis comuns, como madeira, papel, tecidos, etc. Estes materiais queimam em superfície e em profundidade, deixando resíduos após a sua combustão, como brasas e cinzas. A extinção mais eficaz se dá pela ação da água, pois estes materiais necessitam de resfriamento para a extinção do fogo.

• Classe B: São incêndios que ocorrem na mistura do ar com os vapores que se formam nas superfícies dos líquidos combustíveis inflamáveis, como óleos, gasolina, entre outros, que queimam somente em superfície, não deixando resíduos; e nos gases inflamáveis como gás liquefeito do petróleo (GLP), gás natural (GN), hidrogênio e outros. A extinção se dá por abafamento, pela quebra da reação química em cadeia ou pela retirada do material combustível. Os agentes extintores podem ser produtos químicos secos, líquidos vaporizantes, CO2, água nebulizada e a espuma química, que é o melhor agente extintor.

• Classe C: São incêndios que ocorrem em equipamentos elétricos energizados. Deve ser usado agente extintor não condutor de eletricidade. São usados os pós químicos secos, líquidos vaporizantes e CO2.

• Classe D: São incêndios que ocorrem em metais combustíveis, chamados de pirofóricos, como magnésio, titânio, lítio, alumínio, entre outros. Estes metais queimam mais rapidamente, reagem com o oxigênio atmosférico, atingindo temperaturas mais altas que outros materiais combustíveis. O combate exige equipamentos, técnicas e agentes extintores especiais para cada tipo de metal

(16)

16

combustível, que formam uma capa protetora isolando o metal combustível do ar atmosférico.

1.3CAUSAS DE INCÊNDIO

Para ocorrer o início de um incêndio em uma edificação, deve-se ter à concorrência simultânea e fundamental de uma fonte de calor, de um combustível e de um componente humano. O componente humano passa a ser fundamental neste evento, podendo ser encontrado através de falhas no projeto e/ou execução de instalações, bem como pela negligência comportamental na ocupação da edificação. Tais componentes, aliados a reação química em cadeia e ao oxigênio, garantem a manutenção do fogo, bem como o seu crescimento.

Segundo Pozzobon (2010), quando se estudam as causas de um incêndio, procura-se saber como, porque e onde iniciou o processo de combustão, se a sua origem é proveniente da ação direta do homem ou não.

Assim sendo, pode-se classificar as causas de um incêndio como:

• Causas humanas (culposas e criminosas): A causa humana culposa é causada pela ação direta do homem por negligência, imprudência ou imperícia. Exemplificando: quando o homem manipula uma determinada fonte de calor sem observar os cuidados necessários, deixando, por exemplo, o ferro de passar roupa ligado, sobre a mesa; usar o maçarico próximo a um material inflamável; deixar velas acesas sobre o móvel, etc. A causa criminosa se identifica quando o homem, por motivos psicológicos e materiais, voluntariamente, provoca um incêndio ou explosão. É o chamado incendiarismo. Vários são os motivos que levam um homem a provocar um incêndio: vingança, motivos financeiros, destruição de documentos, ocultação de crimes, etc. Também, por motivos psicopáticos o homem pode provocar um incêndio. São os chamados piromaníacos, que provocam incêndios com o intuito mórbido de se emocionar com o espetáculo apresentado pelas chamas. • Causas naturais: Ocorrem pelos chamados fenômenos naturais, tais como raios

elétricos, descargas atmosféricas, terremotos, erupções vulcânicas, desabamentos, o sol (através da concentração de seus raios em vidros e lentes); cujo controle foge dos procedimentos preventivos.

(17)

17

• Causas acidentais (elétricas, mecânicas e químicas): são as que ocorrem devido às falhas ocasionais, mesmo que o homem tenha tomado às devidas precauções para que isso não ocorra, entretanto, devido a inúmeros fatores independentes da sua vontade, eles acontecem. São exemplos de causas elétricas: Aquecimento excessivo de um motor por falta de lubrificação, que pode provocar um curto-circuito; superaquecimento na fiação devido à sobrecarga nos circuitos ou circuitos mal calculados; arcos elétricos e centelhas, devido, principalmente, a curtos-circuitos; faíscas provenientes de chaves ou outros aparelhos elétricos; falta de proteção nos circuitos; eletricidade estática, etc. São exemplos de causas mecânicas: Atritos ou fricção provocados por falta de lubrificação em rolamentos e mancais; emperramento de correias de sistema de transmissão ou transporte em indústrias, causando sua queima; explosão mecânica dos vasos de pressão de caldeiras, autoclaves e tubulações pressurizadas. Como exemplo de causas químicas, podemos citar o fenômeno chamado de auto-combustão causado pela absorção da umidade em determinados produtos químicos, tais como: hidrosulfito de sódio, óxido de cálcio, pentasulfeto de fósforo, pó de alumínio, pó de bronze, pó de zinco, potássio, dentre outros.

• Causas industriais: o risco de incêndios industriais vem aumentando devido à utilização de novos materiais e projetos de edificações, além do grande consumo de energia, onde uma das fontes de energia é a calorífica. Com a Revolução Industrial, os países que implantaram parques industriais observaram o crescimento assustador dos casos de incêndios, principalmente nos centros urbanos criados para atender a demanda de mão-de-obra para as indústrias.

1.4 PROPAGAÇÃO DO FOGO

O fogo se comporta de forma complexa, tendo sua propagação muitas vezes imprevisível. Os fatores que contribuem para a propagação do fogo estão relacionados com a transmissão de calor, que pode ocorrer de três formas principais:

• Condução ou contato, pelas próprias labaredas que passam de um para outro pavimento através de janelas, cortinas e outros materiais, ou através de um

(18)

18

meio físico aquecido pelo fogo que conduz o calor até o outro, como paredes e tetos.

• Convecção, isto é, pelo meio circulante gasoso, como os gases e o ar quente produzido pelo fogo, que sobem entrando em contato com outros materiais que são aquecidos até entrar em combustão.

• Radiação, isto é, por meio de ondas ou raios caloríficos gerados por um corpo aquecido, que irradia calor em todas as direções através do espaço, semelhantes à luz. É a sensação térmica sentida na pele devido aos raios solares ou na aproximação de um fogo.

Num incêndio as três formas de propagação do fogo geralmente são concomitantes, embora, em determinado momento, uma delas predomine sobre as demais.

A propagação do fogo deve ser sempre pensada e analisada com muito cuidado na elaboração de um plano de proteção contra incêndios, eliminando assim, a possibilidade de uma reação em cadeia.

1.5 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Segundo Brentano (2010), sempre que se deseja extinguir o fogo, deve-se neutralizar um dos seus três elementos componentes, pelo menos, ou interromper a reação química em cadeia.

Os métodos de extinção do fogo são utilizados de acordo com o elemento componentes do mesmo que se deseja neutralizar, são:

• Extinção por isolamento (retirada do material): Em algumas situações de incêndio é possível retirar o material combustível. Em incêndios em edificações, a neutralização desse elemento é difícil, se não impossível.

• Extinção por abafamento (retirada do comburente): Neste caso procura-se evitar que o material em combustão seja alimentado por mais oxigênio do ar, reduzindo sua concentração na mistura inflamável.

• Extinção por resfriamento (retirada do calor): Com a utilização de um agente extintor, este agente absorve o calor do fogo e do material em combustão, com o conseqüente resfriamento deste material. De forma geral, o resfriamento do material combustível é a forma mais comum de extinguir o fogo em edificações e o agente mais utilizado é a água.

(19)

19

• Extinção química (quebra da cadeia de reação química): Com o lançamento ao fogo de determinados agentes extintores, suas moléculas se dissociam pela ação do calor, formando átomos de radicais livres, que se combina com a mistura inflamável resultante do gás ou vapor do material combustível com o comburente, formando uma mistura não inflamável, interrompendo a reação química em cadeia.

1.6 AGENTES EXTINTORES

Segundo Brentano (2010), para se extinguir o fogo é necessário eliminar, no mínimo, um dos elementos formadores do fogo. Para isso, na maioria das vezes, deve-se utilizar a água ou certas substâncias químicas, sólidas, líquidas ou gasosas, chamadas de agentes extintores, que atuam diretamente sobre um ou mais desses elementos. Cada material combustível tem as suas características de combustão, exigindo, com isso, formas específicas para extinguir o fogo. O agente extintor a ser utilizado deve ser apropriado, para que sua ação seja rápida e eficiente, causando o mínimo de danos à vida das pessoas, ao conteúdo e a edificação.

Os principais agentes extintores utilizados são: água, espuma aquosa ou mecânica, gases inertes e pós químicos secos.

1.6.1 A água

A água é a substância mais usada como agente extintor de incêndio por várias razões: • É a mais difundida na natureza e, portanto, a mais disponível, abundante e

barata.

• É a mais efetiva no combate ao fogo, porque tem grande poder de absorção de calor.

• É um agente extintor seguro, não tóxico, não corrosivo e estável.

Como agente extintor, a água age sobre o fogo porque tem a capacidade de resfriamento e abafamento, simultaneamente, conforme seu estado físico.

No estado líquido a água pode ser utilizada na forma de: • Jato compacto, que age por resfriamento.

• Jato de neblina, que age por resfriamento e abafamento (melhor ação sobre o fogo).

(20)

20

No estado gasoso, a água pode ser usada na forma de vapor, que age unicamente por abafamento. O vapor é utilizado como agente extintor de incêndios em indústrias onde ele já é usado ininterruptamente nos processos produtivos.

1.6.2 Espuma aquosa ou mecânica

A espuma aquosa ou mecânica é composta por bolhas de gás, normalmente o ar, formada a partir de uma solução aquosa de um agente concentrado líquido formador de espuma (extrato). É produzida com a agitação de uma mistura de água com extrato em determinadas proporções com a aspiração simultânea de ar atmosférico.

Com a espuma é mais leve e flutua sobre o líquido combustível, extingue o fogo por abafamento e resfriamento.

1.6.3 Gases inertes

Os gases inertes mais usados nas composições são o dióxido de carbono, o nitrogênio, o argônio e outros. Desses, o mais usado, barato e um dos mais efetivos é o próprio dióxido de carbono, anídrico carbônico ou gás carbônico. Os dois últimos, embora sendo mais caros, são cada vez mais usados, como na composição do gás Inergen.

São usados no combate a incêndios em equipamentos energizados eletricamente, arquivos, bibliotecas, centro de processamento de dados, etc., e em quase todos os materiais combustíveis, principalmente quando o agente extintor não deve danificar estes materiais.

1.6.4 Pó químico seco

Os pós químicos secos têm com bases químicas principais o bicarbonato de sódio, o bicarbonato de potássio, o cloreto de potássio, bicarbonato de potássio-uréia e o monofosfato de amônia, misturados com aditivos que dão estabilidade ao pó frente à umidade e à aglutinação.

A extinção do fogo se dá por abafamento, resfriamento e, principalmente, pelo rompimento da cadeia de reação química.

Os pós químicos secos são eficientes para extinguir fogos líquidos inflamáveis, podendo ser usados no combate a fogos em alguns equipamentos elétricos energizados. O seu

(21)

21

uso deve ser evitado em equipamentos eletrônicos, pois o pó químico em contato com a umidade do ar corrói as placas dos circuitos atingidos.

1.7 SISTEMAS DE COMBATE AO FOGO

Segundo Brentano (2010), para se combater o fogo numa edificação, devem ser usados os agentes extintores específicos para os materiais combustíveis existentes na edificação.

Os sistemas de combate ao fogo que podem ser adotados de acordo com o tipo de material combustível que se quer proteger e o grau de risco da edificação são:

• Sistema de extintores de incêndio. Este sistema é o obrigatório em todas as edificações.

• Sistema de hidrantes e de mangotinhos.

• Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”). • Sistema de projetores de água.

• Sistema de espuma mecânica. • Sistema fixo de gases.

1.8 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Para se alcançar um grau de eficácia contra incêndios, quanto a sua concepção e operacionalidade, são preconizadas pelas normas técnicas e legislações vigentes medidas de proteção.

As medidas de proteção podem ser divididas em:

• Passivas ou preventivas: Estas medidas têm por objetivo minimizar as possibilidades da eclosão de um principio de fogo, bem com reduzir a probabilidade de seu alastramento.

• Ativas ou de combate: Estas medidas visam agir sobre o fogo já existente, para extingui-lo ou, então, controlá-lo até à chegada do corpo de bombeiros ao local, criando facilidades para que este combate seja o mais eficaz possível. As principais medidas de proteção preventiva ou passiva nas edificações são:

• Afastamento entre edificações; • Segurança estrutural das edificações;

(22)

22

• Compartimentações horizontais e verticais; • Saídas de emergência;

• Sistema de controle e detecção da fumaça de incêndio; • Sistema de detecção de calor;

• Instalação de sistema DRR-disjuntor referencial residual; • Controle dos materiais de revestimento e acabamento; • Controle das possíveis fontes de incêndio;

• Sistema de proteção contra descargas atmosféricas; • Central de gás;

• Acesso de viaturas do corpo de bombeiros junto à edificação; • Brigada de incêndio.

As principais medidas de proteção ativa ou de combate a focos de fogo são: • Sistemas de detecção e de alarme de incêndio;

• Sistema de sinalização de emergência; • Sistema de iluminação de emergência; • Sistema de extintores de incêndio; • Sistema de hidrantes ou de mangotinhos;

• Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”);

• Sistema de espuma mecânica para combate em alguns tipos de riscos;

• Sistema fixo de gases limpos ou CO2 para combate a incêndios em alguns tipos de riscos.

1.9 PROJETOS

Segundo Brentano (2010), a vida humana é o objetivo principal e, como tal, sempre deve ser pensado como sendo o mais importante e delineador de todos os parâmetros determinantes do projeto da edificação.

Os projetos dos meios de proteção para os ocupantes da edificação dependem do tipo de ocupação da mesma, como:

• Quais são as atividades desenvolvidas na edificação? • Quais são as possíveis fontes de fogo na edificação?

• Que produtos combustíveis são usados ou existem na edificação? • Que características físicas ou mentais possuem seus ocupantes?

(23)

23

• Como pode ser o comportamento dos mesmos durante uma emergência de incêndio?

Também, merece destaque a proteção do patrimônio, pois os investimentos são bastante elevados, e, conseqüentemente, as perdas por decorrência de um incêndio.

Muitas medidas de segurança que devem ser tomadas e só podem ser executadas quando previstas no projeto arquitetônico, porque envolvem áreas e volumes das edificações. Para tanto, podemos afirmar da importância do projeto arquitetônico como o início da proteção contra incêndios.

O projeto de prevenção contra incêndios são todas as medidas de proteção contra incêndios de uma edificação que devem ser tomadas, tanto passivas como ativas, devendo ser encaminhado aos órgãos públicos competentes para análise e aprovação. O projeto é constituído por um conjunto de documentos escritos e gráficos.

O projeto arquitetônico e o projeto de PPCI devem ser focados em duas premissas básicas:

• Evitar o início do fogo. Para isso, no projeto da edificação devem estar previstas todas as medidas construtivas para que seja evitado que o fogo aconteça.

• Havendo a ocorrência de foco de fogo, devem ser previstos meios apropriados para a desocupação com segurança e rapidez da edificação e instalações adequadas para que seja isolado no seu local de origem e combatido de forma rápida e eficaz.

1.10. DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

1.10.1 Isolamento de riscos

Conforme descrito no item 1.4 PROPAGAÇÃO DO FOGO, o fogo se propaga entre edifícios isolados através de radiação térmica, através das aberturas nas fachadas, cobertura da edificação e pelas chamas que alcançam a edificação vizinha; através de convecção, quando os gases quentes emitidos por uma edificação atingem a edificação vizinha; ou através da condução, quando as chamas se propagam de uma edificação para a outra.

Para que haja o isolamento, deve-se se ter afastamentos mínimos entre edificações e compartimentações horizontais e verticais na própria edificação para confinar o fogo durante um determinado período, de maneira que permita a saída segura de seus ocupantes, e que também o combate possa ser iniciado evitando a propagação do fogo. Também, para facilitar

(24)

24

as operações de resgate, evitar ou retardar o colapso parcial ou total da edificação e para minimizar os danos às edificações vizinhas e à infra-estrutura pública.

1.10.2 Compartimentação vertical e horizontal

Para que seja evitada a propagação do fogo, deve-se compartilhar fisicamente a edificação, visando dividir a mesma em células que tenham capacidade de suportar a queima dos materiais combustíveis, impedindo e minimizando seu alastramento.

Uma compartimentação elaborada corretamente depende dos elementos construtivos utilizados e suas características físicas que fazem com que ele resista a determinado tempo à ação do fogo. Ela deve possuir três características construtivas básicas, como a estabilidade estrutural, a estanqueidade às chamas, gases e fumaça e por fim o isolamento térmico durante um tempo predeterminado.

Assim as compartimentações de isolamento podem ser do tipo horizontal e vertical. A compartimentação horizontal se destina a impedir a propagação do fogo no plano horizontal do pavimento de origem para outros ambientes ou setores do mesmo pavimento através de aberturas diversas existentes entre eles ou para edificações vizinhas através de janelas das fachadas. Ela pode obtida através de paredes e portas fogo, registros corta-fogo nos dutos que transpassam as paredes corta-corta-fogo, selagem corta-corta-fogo da passagem de cabos elétricos e tubulações das paredes corta-fogo e afastamento horizontal entre janelas de setores compartimentados.

A compartimentação vertical se destina a impedir a propagação do fogo do pavimento de origem para os pavimentos consecutivos no plano vertical através de aberturas diversas existentes entre eles ou para as edificações vizinhas através das janelas das fachadas. Ela pode ser obtida através de lajes corta-fogo, enclausuramento de escadas através de paredes e portas corta-fogo, registro corta-fogo em dutos que intercomunicam os pavimentos, selagem de abas verticais ou abas horizontais projetando-se além da fachada, resistentes ao fogo, separando as janelas de pavimentos consecutivos.

Segundo Brentano (2010), a compartimentação é a forma mais econômica e eficaz de se proteger passivamente do fogo uma edificação.

(25)

25

1.10.3 Resistência das estruturas ao fogo

Sempre que ocorre um incêndio em uma edificação de forma generalizada, a temperatura alcança níveis tão elevados que, a estrutura normalmente não suporta. Para isso, elas devem ser projetadas e construídas dentro de certos padrões mínimos de desempenho, com os objetivos de:

• Que os materiais de revestimento e acabamento não só não propaguem o fogo como não contribuam para o mesmo.

• Que as paredes de compartimentação permitam evitar e retardar a propagação das chamas, do calor e da fumaça.

• Evitar o colapso estrutural parcial ou total da edificação.

A estrutura de uma edificação deve resistir ao permitindo que os seus ocupantes consigam sair em segurança, garantir condições para se combater o fogo pelo socorro externo e minimizar as possíveis perdas materiais, inclusive de edificações vizinhas.

1.10.4 Resistência dos materiais ao fogo

Cada material componente de uma edificação possui características que auxiliam ou não no combate a um foco de incêndio.

As características construtivas da edificação, as características e quantidade dos materiais utilizados na obra e os materiais combustíveis depositados no local estão relacionados aos níveis elevados de temperatura que o incêndio possa alcançar, sob o ponto de vista de sustentar a combustão e propagar as chamas.

Na queima do material combustível, um fator importante a ser considerado é a fumaça. Em função da quantidade e opacidade da fumaça, o material pode provocar empecilhos à fuga das pessoas e ao combate do incêndio.

Os materiais empregados em uma edificação possuem dois objetivos; • Dificultar o alastramento de um foco de incêndio.

(26)

26

1.11. CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

Esta classificação é importante porque a partir dela serão definidas as condições construtivas de prevenção à eclosão de foco de fogo na edificação e os equipamentos necessários para o combate efetivo, caso ele ocorra.

1.11.1. Classificação da edificação quanto ao risco

Para elaboração do PPCI é necessária à consulta à tabela de tarifa de Seguro-Incêndio do Brasil que classifica os tipos de ocupação de cada edificação. De acordo com esta tabela, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) apresenta as seguintes classes de ocupação quanto ao risco: Classe A (risco baixo), Classe B (risco médio) e Classe C (risco alto).

Conforme a NBR 12693/2013, os tipos de ocupação de cada edificação são classificados de acordo com a carga de incêndio especifica, podendo ser de risco baixo, risco médio ou risco alto.

1.11.2 Classificação da edificação quanto a sua ocupação

Esta classificação é necessária para um correto dimensionamento do PPCI, cujo valor será utilizado na determinação do cálculo de população, sendo seus parâmetros importantes para verificarmos a proteção necessária na elaboração do mesmo. Para tal classificação utilizamos a Tabela 1 da NBR 9077/2001.

1.11.3 Classificação da edificação quanto a sua altura

Segundo Brentano (2010), considerando as medidas de proteção contra incêndio devem ser implementadas três alturas:

• Altura descendente (hd): Esta altura é definida como a diferença de nível entre o piso do último pavimento-tipo ou pavimento habitável e o nível do piso do pavimento de descarga que dá acesso ao passeio público.

• Altura ascendente (ha): Esta altura é definida com a diferença de nível entre o piso mais baixo da edificação, no caso o subsolo ou o último subsolo, quando houver mais de um, e o nível do pavimento de descarga que dá acesso ao passeio público.

(27)

27

• Altura real ou total (ht): Esta altura é definida como o desnível entre a saída para a via pública do nível de descarga mais baixo e o nível mais alto de qualquer edificação, geralmente o topo do reservatório superior de água fria. Ela é utilizada no dimensionamento do sistema de proteção de descargas atmosféricas (SPDA).

A altura é um fator importante no correto dimensionamento do PPCI, pois com edificações cada vez mais altas, precisamos verificar os sistemas adequados para cada empreendimento. Para tal classificação utilizamos a Tabela 2 da NBR 9077/2001.

1.11.4 Classificação da edificação quanto a sua área ou dimensões em planta

A área do pavimento ou de toda a edificação é um parâmetro determinante para a escolha do tipo de proteção contra o fogo a ser utilizado.

Segundo Brentano (2010), as edificações são classificadas em dois grandes grupos, para todas as ocupações com área:

• Inferior ou igual a 750 m². • Superior a 750 m².

As edificações são classificadas quanto às suas dimensões em planta de acordo com a Tabela 3 da NBR 9077/2001.

1.11.5 Classificação da edificação quanto às suas características construtivas

As edificações podem apresentar maior ou menor facilidade para a propagação do fogo, conforme as suas concepções arquitetônicas e estruturais e os materiais utilizados.

As edificações são classificadas quanto às suas características construtivas de acordo com a Tabela 4 da NBR 9077/2001.

1.11.6 Classificação da edificação quanto a sua carga de incêndio

Para entender esta classificação, deve se compreender a designação de carga de incêndio e de carga de incêndio especifica.

Carga de incêndio na edificação é a soma da adição das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis contidos num

(28)

28

ambiente, pavimento ou edificação, inclusive os revestimentos das paredes, divisórias, pisos e tetos.

Carga de incêndio especifica é o valor da carga de incêndio total dividido pela área de piso correspondente, expresso em megajoules por metro quadrado (Mj/m²).

As cargas de incêndio específicas podem ser determinadas por valores característicos nas edificações e áreas de risco, conforme a ocupação e uso específico, de acordo com a Tabela A.1 da NBR 12693/2013.

As edificações quanto a sua carga de incêndio especifica, de acordo com a NBR 12693/2013, podem ser classificadas em risco baixo, risco médio e risco alto.

Segundo Brentano (2010), as edificações quanto a sua carga de incêndio especifica podem ser classificadas de acordo com detalhamento do Quadro 1.

Quadro 1: Classificação das edificações quanto a sua carga de incêndio especifica

CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES QUANTO A SUA CARGA DE INCENDIO ESPECIFICA

RISCO

Carga de incêndio especifica MJ/m²

BAIXO Até 300

MÉDIO Entre 300 e 1200

ALTO Acima de 1200

Fonte: Brentano (2010, pag. 70).

1.12 CÁLCULO DA POPULAÇÃO

A importância do cálculo da população em uma edificação se dá pelo fato de fornecer dados para o dimensionamento das saídas de emergência, independente do número real de ocupantes da mesma.

Segundo Brentano (2010), o cálculo da população é determinado pela sua ocupação, área do pavimento ou da edificação, obtida pelo projeto arquitetônico e pela sua densidade ocupacional, obtida pela Tabela 4 da NBR 9077/2001.

A fórmula utilizada é:

P = A x Do

Onde: P = População em número de pessoas,

A: Área do ambiente, pavimento ou edificação em m², Do: Densidade ocupacional, em nº de pessoas/m²

(29)

29

1.13 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

Segundo Brentano (2010), a saída de emergência ou rota de saída de emergência é um caminho contínuo, devidamente protegido, sinalizado e iluminado, constituído por portas, corredores, vestíbulos, escadas, rampas, saguões, passagens externas, etc., a ser percorrido pelos ocupantes, por seus próprios meios, em caso de incêndio ou de outra emergência, a partir de qualquer ponto da edificação, até atingir a via publica ou outro espaço externo devidamente seguro.

De acordo com a NBR 9077/2001, os objetivos básicos das saídas de emergência são possibilitar que os seus ocupantes se desloquem com segurança por seus próprios meios, de qualquer ponto da edificação para um lugar livre da ação do fogo, calor, fumaça e gases, independente da origem do fogo. Também, se deve permitir o acesso externo do corpo de bombeiros, para efetuar de forma rápida e segura o salvamento dos ocupantes.

As saídas de emergência devem atender as determinações legais de acessibilidade às edificações dispostas na NBR 9050/2004. Também devem possuir uma rota acessível para um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os ambientes das edificações, e que possa ser utilizada de formas autônomas e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência física ou mobilidade reduzida.

As rotas das saídas de emergência compreendem de forma geral:

• No plano horizontal: São considerados todos os caminhos ou espaços localizados no interior dos pavimentos, que podem dar acesso a uma área de refugio no mesmo pavimento ou diretamente às escadas, rampas ou elevadores de emergência. Estas rotas podem ser corredores, passarelas, varandas, terraços, sacadas, etc.

• No plano vertical: São considerados todos os caminhos ou meios utilizados para se deslocar entre pavimentos de diferentes níveis, que dão acesso a áreas de refugio ou ao pavimento de descarga. Estas rotas são escadas, rampas e elevadores de emergência.

Os elementos de cálculo necessários para o dimensionamento das rotas de saída de emergência de uma edificação são:

• Cálculo da população de acordo com a sua ocupação. • Cálculo do número de unidades de passagem necessário. • Distâncias máximas a serem percorridas.

(30)

30

• Determinação do número mínimo de saídas de emergência. • Tempo necessário para a desocupação total da edificação.

1.14 CÁLCULO DO NÚMERO DE UNIDADES DE PASSAGEM

Conforme a NBR 9077/2001, a largura das saídas deve ser dimensionada de acordo com a população que por ela transitar, sendo que os acessos são dimensionados em função da população de cada pavimento, porém as escadas, rampas e descargas são dimensionados em função do pavimento de maior população, considerando-se o sentido da saída.

Para o cálculo do número de unidades de passagem necessário nas rotas de saída de emergência usa-se a formula:

N = P / C

Onde: N = Número de unidades de passagem,

P = População do ambiente, pavimento ou edificação, em nº de pessoas,

C = Capacidade da unidade de passagem, em nº de pessoas por minuto/ unidade de passagem, de acordo com a ocupação da edificação, de acordo com a tabela 5 da NBR 9077/2001.

As larguras mínimas das saídas de emergência estipuladas pela NBR 9077/2001, são as seguintes:

a) 1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem e 55 cm, para as ocupações em geral, ressalvado o disposto a seguir;

b) 2,20 m, para permitir a passagem de macas, camas, e outros, nas ocupações do grupo H, divisão H-3.

As larguras das saídas deve ser medida na sua parte mais estreita, não sendo admitidas saliências de alizares, pilares e outros, com dimensões maiores que 10x25 cm.

1.15 NÚMERO MÍNIMO DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

O número mínimo de saídas exigidas para os diferentes tipos de ocupação é determinado em função da sua altura, dimensões em planta e características construtivas de cada edificação, de acordo com Tabela 7 da NBR 9077/2001. Também, admite-se saída única em habitações multifamiliares (A-2), quando não houver mais de quatro unidades autônomas por pavimento.

(31)

31

1.16 DISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS

Consiste na distância entre o ponto mais afastado e o acesso a uma saída de emergência segura, devendo sempre considerar o risco à vida humana decorrente do fogo, podendo variar de acordo com a ocupação, características construtivas da edificação e a existência de chuveiros automáticos para a contenção dos incêndios.

As distancias máximas a serem percorridas constam na Tabela 6 da NBR 9077/2001. Segundo Brentano (2010), as saídas e as escadas devem ser localizadas de forma a propiciar efetivamente aos ocupantes a oportunidade de escolher a melhor rota de saída, mas para isso devem estar suficientemente afastadas umas das outras.

1.17 DESCARGA

Descarga ou área de descarga é o trecho da rota de saída de emergência de uma edificação constituída pelo espaço entre o término de uma escada, rampa ou elevador de emergência e uma porta, que dá acesso a uma área externa protegida ou para a via pública.

A descarga pode ser constituída por: • Corredor ou saguão enclausurado, • Área aberta com pilotis,

• Corredor a céu aberto.

1.18 TEMPO NECESSÁRIO PARA A DESOCUPAÇÃO

Um dado importante nas saídas de emergência é o tempo necessário para que toda a edificação seja desocupada numa situação de incêndio, considerando as diversidades de possibilidades de locomoção e de velocidade de deslocamento de seus ocupantes.

Segundo Brentano (2010), recomenda-se para as velocidades médias de deslocamentos e o tempo máximo de desocupação a seguir:

• Velocidade de deslocamento

o Trajetos horizontais = 20 m/min.

o Escadas = 5 m/min.

(32)

32

1.19 CORREDORES

Os corredores têm um papel fundamental na evacuação de uma edificação, sendo que nos mesmos recomenda-se ter paredes revestidas com materiais resistentes ao fogo e que não desprendam gases tóxicos e fumaça. Além disso, corredores longos devem possuir aberturas para exaustão.

Os corredores devem arbitrar as seguintes considerações:

• Permitir o fluxo fácil de todos os ocupantes dos pavimentos da edificação. • Permanecer totalmente desobstruídos e livres de quaisquer obstáculos em todos

os pavimentos.

• Ter larguras mínimas de acordo com as unidades de passagem.

• Devem possuir pé-direito mínimo de 2,50 m, conforme NBR 9077/2001. • Ter sinalização visual, sonora e tátil junto as portas que dão acesso às escadas e

nos seus corrimãos.

• De desníveis máximos de 5 mm. Na forma de rampa com desníveis de 5 até 15 mm. Em degraus e ser sinalizados como tais, acima de 15 mm.

1.20 PORTAS

As portas das rotas de saída e aquelas das salas com capacidade acima de 50 pessoas e em comunicação com os acessos e descargas devem abrir no sentido do trânsito de saída e não podem ser trancadas.

Em salas com capacidade acima de 200 pessoas, as portas de comunicação com os acessos, escadas e descarga devem ser dotadas de ferragem do tipo antipânico, conforme NBR 11785/1997.

Segundo Brentano (2010), as portas de saídas de emergência devem ter as seguintes dimensões mínimas de vão de luz:

• 80 cm, valendo por uma unidade de passagem. • 1,00 m, valendo por duas unidades de passagem.

• 1,50 m, em duas folhas, valendo por três unidades de passagem. • 2,00 m, com duas folhas, valendo por quatro unidades de passagem.

(33)

33

Acima de 2,20 m de vão de luz é exigida a divisão do vão por uma coluna central.

As portas de saída de emergência incluídas na rota de fuga são elementos importantes para a contenção e proteção contra o fogo, sendo definidas como corta-fogo (PCF), resistentes ao fogo (PRF) e à prova de fumaça pressurizada (PF), conforme a NBR 11742/2003.

1.21 ESCADAS

As escadas podem ter diversas formas, larguras e degraus, porém qualquer escada de uma edificação deve ser incombustível, os elementos estruturais oferecerem resistência ao fogo de, no mínimo de 2 h, ser dotadas de guarda-corpos nos seus lados abertos e corrimãos, ter pisos e patamares em condições antiderrapantes.

Para correto dimensionamento de uma escada devemos observar a largura da escada, altura e largura dos degraus, bocel e comprimento dos patamares.

De acordo com a NBR 9077/2001, os degraus devem atender as seguintes condições geométricas:

a) Ter a altura do espelho “h”compreendida entre 16 e 18 cm, com tolerância de 0,5 cm.

b) Ter a largura da base do piso “b”calculada pela fórmula:

63 cm ≤≤≤≤ (2h + b) ≤≤≤≤ 64 cm

As escadas devem ter um patamar a cada 3,70 m de desnível, no mínimo, e sempre que houver mudança de direção.

Os patamares das escadas devem atender às seguintes condições: • Eles não podem ter degraus.

• Nas mudanças de direção eles devem estar totalmente planos, com largura mínima igual à largura da escada que servem.

• Devem ter o comprimento calculado pela formula de Blondel, não interessando a largura da escada;

P = (2h + b) n + b

Sendo: P = Comprimento do patamar em cm, h = Altura do espelho do degrau em cm, b = Largura da base do degrau em cm, n = Número inteiro igual a 1, 2 ou 3.

(34)

34

Segundo Brentano (2010), as escadas, que podem ser utilizadas nas saídas de emergência, podem ser dos seguintes tipos:

• Escada enclausurada protegida (EP): É uma escada devidamente ventilada, situada em ambiente envolvido por paredes resistentes ao fogo por um tempo mínimo de 2 horas, dotadas de portas corta-fogo PCF/P-90 e com continuidade até uma saída final para um local que ofereça segurança às pessoas.

• Escada enclausurada à prova de fumaça (EPF) ou (PF): É uma escada cuja caixa é constituída por paredes resistentes ao fogo por 4 horas, no mínimo, e dotada de portas corta-fogo estanques à fumaça PCF/P-60, cujo acesso é por antecâmara, igualmente enclausurada e com porta corta-fogo PCF/P-60, ou local aberto, como varanda, balcão ou terraço, de modo a evitar a entrada de fogo, de calor e de fumaça em caso de incêndio e que tenha continuidade até uma saída final para um local que ofereça segurança às pessoas.

• Escada enclausurada à prova de fumaça pressurizada (PFP): É a escada cuja caixa é constituída por paredes resistentes ao fogo por 4 horas, no mínimo, e dotada de portas corta-fogo estanques à fumaça PCF/P-60, cujo acesso é por antecâmara, igualmente enclausurada, ou local aberto, que tem estanqueidade à fumaça obtida por sistema de pressurização, que mantém a pressão interna sempre maior que a dos ambientes contíguos.

• Escada não enclausurada ou escada comum (NE): É a escada que, embora possa fazer parte de uma rota de saída de emergência, se comunica diretamente com os demais ambientes como corredores, saguões, etc., em cada pavimento, não possuindo portas corta-fogo.

• Escada aberta externa (AE): É a escada que tem projeção fora do corpo principal da edificação, isolada da fachada por parede com resistência ao fogo por 2 horas, no mínimo, sendo dotada de guarda-corpo ou gradil e corrimãos em toda a sua extensão.

1.22 GUARDA-CORPOS E BALAUSTRADAS

As escadas e rampas em saídas de emergência devem ser protegidas de ambos os lados por paredes ou guarda-corpos contínuos sempre que houver qualquer desnível maior que 19 cm.

(35)

35

A altura das guardas, internamente, deve ser, no mínimo, de 1,05 m ao longo de patamares, corredores, mezaninos, e outros; podendo ser reduzida para 92 cm nas escadas internas, quando medida verticalmente do topo da guarda a uma linha que uma as pontas dos bocéis ou quinas dos degraus.

A altura das guardas em escadas externas, de seus patamares, de balcões e assemelhados, quando a mais de 12 metros acima do solo adjacente, deve ser de, no mínimo, 1,30 m.

As guardas constituídas por balaustradas, grades, telas e assemelhados, deverão ter aberturas de no máximo de 15 cm de diâmetro.

1.23 CORRIMÃOS

Os corrimãos são elementos fundamentais no ordenamento e no trânsito da população numa saída de emergência por ocasião de uma situação de incêndio, diminuindo as possibilidades de quedas e as conseqüentes obstruções no caminho.

Além disso, os corrimãos devem ter uma forma arredondada facilmente adaptada à forma anatômica da mão, permitindo serem agarrados facilmente, devendo ter um deslizamento contínuo, fácil e confortável em toda a sua extensão. Não são aceitos corrimãos em saídas de emergência constituídos de elementos com arestas vivas.

Conforme a NBR 9077/2001, os corrimãos devem estar afastados 40 mm, no mínimo, das paredes ou guardas às quais forem fixados, e prolongados, no mínimo 30 cm além da projeção do primeiro degrau. Também, devem ter seção circular ou semicircular com diâmetro entre 38 e 65 mm, e a altura deve estar situada entre 80 e 92 cm acima do nível do piso.

As extremidades dos corrimãos intermediários devem ser dotadas de balaústres ou outros dispositivos para evitar acidentes.

1.24 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA

O projeto de sinalização de emergência deve ser elaborado adotando os procedimentos previstos nas normas técnicas: NBR 9077/2011 – Saídas de emergência em edifícios, NBR 13434-1/2004 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 1: Princípios de projeto, NBR 13434-2/2004 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 2:

(36)

36

Símbolos e suas formas, dimensões e cores e a NBR 13434-3/2004 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 3: Requisitos e métodos de ensaio.

Conforme a NBR 9077/2001, a sinalização de saída é obrigatória em acessos e descargas de escadas de emergência em geral, em prédios não – residenciais (isto é, excluídas as edificações do grupo A); em locais de reunião de publico (grupo F), mesmo quando não dotados de escadas; e nas edificações das ocupações B, C, D, E, H, quando classificadas em O (área maior que 750 m²).

A sinalização de emergência tem como propósito orientar e guiar os ocupantes de uma edificação, podendo ser preventiva e ativa ao combate a incêndio. Elas objetivam identificar e alertar para os pontos de riscos potenciais de incêndio, com a finalidade da redução da ocorrência de incêndios, orientação da localização dos equipamentos de combate ao fogo e indicar as saídas de emergência, entre outras.

A sinalização de emergência possui quatro categorias distintas, de acordo com a sua função, as denominamos como sinalização de condições de orientações e salvamento, alerta, proibição e de indicação de equipamentos de combate a incêndios.

Segundo Brentano (2010), diferenciamos as sinalizações de emergências pela cor de cada placa de identificação dentro de um sistema de prevenção e proteção contra incêndio, sendo determinadas assim:

• Vermelho: Identifica as placas de proibição ou identificando os equipamentos de combate a incêndios e alarme.

• Amarelo: Identifica as placas de alerta e sinais de perigos. • Verde: Identifica as placas de orientação e salvamento. As imagens ou símbolos das placas de sinalização podem ser:

o Preta: Utilizada nas placas de proibição e alerta.

o Verde: Utilizadas nas placas de orientação e salvamento.

o Branca: Utilizada nas placas de identificação dos equipamentos de combate a incêndios e de orientação e salvamento. Esta deverá ser fotoluminescente. A fixação das sinalizações nas paredes deve ser no mínimo a 1,50 m do piso acabado à base da sinalização, sendo que a distância máxima entre as mesmas deve ser entre 13 e 15 m.

As sinalizações em portas das rotas de saída de emergência devem estar fixadas imediatamente acima das portas, no máximo 10 cm acima da verga à base da sinalização; diretamente na folha da porta, centralizada, a uma altura de 1,80 m do piso à base da sinalização ou logo acima da barra antipânico com orientação do seu acionamento.

(37)

37

1.25 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

A iluminação de emergência tem como objetivo substituir a iluminação artificial normal, que deve ser desligada ou pode falhar em caso de incêndio, por fonte de energia própria que assegure um tempo mínimo de funcionamento. Ela deve garantir, durante este período, um nível mínimo de iluminância para proporcionar a saída com rapidez e segurança dos ocupantes de uma edificação.

De acordo com o Decreto Estadual n° 38.273 de 09 de março de 1998, o artigo 12, trata da instalação de iluminação de emergência que deverá ser instaladas nas edificações previstas na NBR 9077/2001 – Saídas de emergência em edifícios e a NBR 10898/2000 – Sistema de iluminação de emergência.

De acordo com a NBR 10898/2000, dois métodos de iluminação de emergência são possíveis:

• Iluminação permanente: As lâmpadas de iluminação de emergência são alimentadas pela rede elétrica da concessionária, sendo comutadas automaticamente para a fonte de alimentação de energia alternativa em caso de falta e/ ou falha da fonte normal.

• Iluminação não-permanente: As lâmpadas de iluminação de emergência não são alimentadas pela rede elétrica da concessionária e, só em caso de falta desta fonte normal, são alimentadas automaticamente pela fonte de energia alternativa.

Podem ser encontrados dois tipos de iluminação de segurança contra incêndios:

• Iluminação de aclaramento: Destina-se a iluminar as rotas de saídas de tal forma que os ocupantes não tenham dificuldades de evacuar a edificação. • Iluminação de balizamento: Destina-se a iluminar os obstáculos e a

sinalização, e que indicam as rotas de saída, orientando a direção e o sentido a ser tomado pelos ocupantes da edificação em caso de emergência.

1.26 EXTINTORES DE INCÊNDIO

A NBR 12693/2013 estabelece os requisitos exigíveis para projeto, seleção e instalação de extintores de incêndio portáteis e sobre rodas, em edificações e áreas de risco, para combate a princípio de incêndio.

(38)

38

Extintores de incêndio são utilizados com primeira linha de ataque contra incêndio de tamanho limitado. Eles são necessários mesmo que o local esteja equipado com chuveiros automáticos, hidrantes e mangueiras.

Este sistema é obrigatório em todas as edificações, exceto em residências unifamiliares, independente de qualquer outra medida de proteção.

Os extintores podem ser dois tipos, os portáteis e os sobre rodas (carreta).

Segundo Brentano (2010), o número mínimo de extintores de incêndio necessários para a proteção contra incêndios de uma edificação é determinado:

• A classe de risco da edificação a ser protegida e a respectiva área, • A classe do fogo a ser extinto,

• A seleção do agente extintor;

• A capacidade extintora do extintor de incêndio,

• A área máxima a ser protegida por extintor e a distância máxima a ser percorrida pelo operador,

• O número mínimo necessário de extintores de incêndio.

De acordo com a NBR 12693/2013, cada pavimento deve possuir no mínimo duas unidades extintoras, sendo que uma para incêndio classe A e outra para incêndio classe B e classe C. É permitida a instalação de duas unidades extintoras de pó ABC. Também deve haver no mínimo um extintor de incêndio distante a não mais de 5 m da porta de acesso da entrada principal da edificação, entrada do pavimento ou entrada da área de risco.

Os extintores portáteis devem ser instalados nas seguintes condições: a) Sua alça deve estar no máximo a 1,60 m do piso acabado.

b) O fundo, sua parte inferior, deve estar no mínimo a 0,10 m do piso acabado, mesmo apoiado em suporte.

Recomenda-se que os extintores estejam onde haja a menor probabilidade de o fogo bloquear seu acesso, seja visível e de fácil retirada, que permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial e não fique instalado em escadas.

Os locais destinados aos extintores devem observar os campos visuais, vertical e horizontal, através de sinalização de paredes ou pintura sob o piso em área industrial e depósitos.

O sistema de proteção contra incêndios, através de extintores, deverá ser instalado conforme o projeto e passar por manutenções e inspeções conforme legislação vigente.

Referências

Documentos relacionados

nesta nossa modesta obra O sonho e os sonhos analisa- mos o sono e sua importância para o corpo e sobretudo para a alma que, nas horas de repouso da matéria, liberta-se parcialmente

Desta forma, foram criadas as seguintes hipóteses de investigação: H1 – O compromisso organizacional e o engagement são diferentes para as categorias dos militares dos

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,

Afinal de contas, tanto uma quanto a outra são ferramentas essenciais para a compreensão da realidade, além de ser o principal motivo da re- pulsa pela matemática, uma vez que é

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

The goal of this project is to develop a personal health system with a closed interaction between PD patients, who have under gone DBSS at HSJ, and their medical staff. For the

A taxa de fotossíntese (A) foi mais elevada no período da manhã, onde os estômatos estão abertos e o fotossistema em pleno funcionamento, e decresceu gradativamente

Para preparar a pimenta branca, as espigas são colhidas quando os frutos apresentam a coloração amarelada ou vermelha. As espigas são colocadas em sacos de plástico trançado sem