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Academic year: 2021

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CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): DARLAN PEREIRA BRITO, ANNA CLAUDIA BORGES MEIRELLES, MONIQUE MARIA STEFFEN

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): FABIO AUGUSTO BRASSAROLA ORIENTADOR(ES):

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TUMORES CARCINOIDES GÁSTRICOS – Relato de Caso Steffen, M.M.1; Meirelles, A.C.B.1; Brito, D.P.1; Brassarola, F.A.2

1-Acadêmicos do Curso de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP 2-Mestre em Saúde e Educação e Médico Docente da Disciplina de Cirurgia do Curso de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto UNAERP

RESUMO

Os tumores carcinoides se originam das células neuroendócrinas, podendo ser encontrados em diversos lugares do corpo humano. O índice de neoplasias malignas é baixo, sendo no trato gastrointestinal a maior predominância. Nos últimos cinco a dez anos observou-se que a incidência de tumores gástricos e do intestino delgado aumentou cerca de oito vezes. Atualmente, o estômago é o sítio de cerca de 8% dos carcinoides do trato gastrointestinal. Esses tumores podem ser classificados de acordo com suas características clínicas e histológicas, e também em relação ao índice de proliferação celular. Podem variar de lesões benignas, assintomáticas e bom prognóstico, até tumores sintomáticos e com altas taxas de disseminação metastáticas. O diagnóstico correto é essencial para o adequado tratamento, e a confirmação deve ser através do estudo anatomopatológico da lesão biopsiada. O tratamento indicado para tumores neuroendócrinos localizados é a remoção completa.

Palavras-chave: tumores carcinoides; células neuroendócrinas; neoplasias; trato gastrointestinal; estômago.

ABSTRACT

The carcinoid tumors originate from neuroendocrine cells and can appear anywhere in the human body. The tumors are rarely malignant and the most common location is the gastrointestinal tract. The incidence of gastric tumors and small intestine increased about eight times in the last five to ten years. Currently, the stomach is the site of almost 8% of carcinoid of the gastrointestinal tract. These

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tumors may be classified according to the clinical and histological features, and also in relation to cell proliferation. They can range from benign, asymptomatic and with good prognosis to symptomatic tumors and with high rates of metastatic spread. The correct diagnosis is essential for appropriate treatment and is confirmed by histopathological study of biopsied lesions. The treatment of localizated neuroendocrine tumors is complete removal.

Key-words: carcinoid tumors; neuroendocrine cells; neoplasms; gastrointestinal tract; stomach.

INTRODUÇÃO

Os tumores carcinoides constituem as neoplasias neuroendócrinas mais

frequentes do trato gastrointestinal 1,2. Há três categorias de carcinoides gástricos,

de acordo com suas características clínicas e histológicas 1,3.

O tipo 1 corresponde por 70 a 80% de todos os tumores neuroendócrinos gástricos e deriva das células enterocromafins, transformadas em tumorais pela estimulação crônica da hipergastrinemia na gastrite atrófica. São benignos, raramente sintomáticos, tipicamente encontrados durante endoscopia digestiva alta

por sintomas de dispepsia ou anemia3. Esses tumores frequentemente se

apresentam como múltiplos pólipos, menores que 1 cm de diâmetro e localizados no fundo gástrico. O prognóstico é bom, com taxa de sobrevida de 5 anos variando de

95-96%1,3. O tipo 2, com um total de aproximadamente 5% dos tumores

neuroendócrinos gástricos, associa-se com mutação do gene MEN1 (neoplasia

endócrina múltipla do tipo 1) e síndrome de Zollinger-Ellison1-3. Também deriva das

células enterocromafins, sofrendo influência da hipergastrinemia, resultando em um comportamento maligno de baixo grau e associado com hiperplasia das células enterocromafins circunvizinhas. O prognóstico ainda é bom, com sobrevida a longo

prazo de 70 a 90%1. Geralmente acompanhado de síndrome carcinoide, o tipo 3

corresponde por cerca de 20% dos tumores neuroendócrinos2. É o mais agressivo,

com taxa de sobrevida média em 5 anos de menos de 35%, apresentando-se como lesões esporádicas, com poucas células enterocromafins, sem qualquer localização

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no estômago definida, maiores que 2 cm em mais de 30% dos casos, com invasão

profunda e mais de 50% de taxa de disseminação metastática1-3.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde, visando predizer o prognóstico de maneira segura dos tumores neuroendócrinos e padronizar um sistema que permita a comparação de pacientes, propôs uma nova classificação. De acordo com o índice de proliferação celular, os tumores neuroendócrinos podem ser classificados em cinco categorias. A categoria “a” sugere tumor endócrino bem diferenciado com índice de proliferação menor que 2%; a “b” um tumor endócrino

bem diferenciado com índice de proliferação celular entre 2 e 15%; a “c” tumor

endócrino pobremente diferenciado com índice de proliferação maior que 15%; a “d”

tumores endócrinos mistos e a categoria “e” lesões tumor like3

.

O diagnóstico é estabelecido após comprovação histológica da amostra de lesão tumoral biopsiada. Entre os marcadores bioquímicos passíveis de utilização, os mais frequentemente utilizados são o doseamento urinário do ácido 5-hidroxindolacético (5-HIAA) e a cromogranina A. A cromogranina A é considerado o melhor marcador por estar alterado tanto nos tumores não funcionais como nos

funcionais (associado a sintomatologia enquadrada na síndrome carcinoide –

diarreia, dor abdominal, rubor facial/pescoço, broncoespasmo e lesões cutâneas tipo pelagra) e porque apresenta valor prognóstico independente, uma vez que sempre

que se encontra em valores elevados está associado a pior prognóstico4.

Entre os marcadores imunohistoquímicos, o mais importante é o Ki-67 (índice proliferativo), pois permite determinar o comportamento biológico e o grau do tumor ,

além de implicações prognósticas4.

Para os tumores neuroendócrinos localizados, o tratamento indicado é a remoção completa.; pequenas lesões pediculadas o procedimento pode ser realizado endoscopicamente. As lesões maiores exigem ressecção em cunha ou gastrectomia parcial; nos casos de lesões múltiplas pode ser necessária a gastrectomia total. Em pacientes com doença metastática ou recorrente, é indicado o uso de análogos de somatostatina para diminuir a carga da doença e tratar a

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OBJETIVOS

Relatar um caso de tumor carcinoide gástrico, diagnosticado e tratado por endoscopia.

METODOLOGIA

Estudo descritivo, utilizando dados do prontuário médico do paciente e revisão da literatura.

DESENVOLVIMENTO

Paciente A. L. F., masculino, 43 anos, técnico agrícola, casado, procura atendimento com queixa de gosto amargo na boca e dispepsia há aproximadamente 3 meses. Negou icterícia, acolia, colúria. Hipertenso, dislipidêmico, nega diabetes, tabagista 15 anos/maço e etilista 4 latas de cerveja aos finais de semana há aproximadamente 10 anos. Refere cirurgia prévia devido trauma de face. Ao exame abdominal apresentava abdome semigloboso, ruídos hidroaéreos presentes e normoativos, sem dor a descompressão brusca, sem massas palpáveis ou visceromegalias. Exames laboratoriais realizados no dia doze de abril de dois mil e treze: bilirrubina total de 3 mg/dL, bilirrubina direta de 1,6 mg/dL, fosfatase alcalina de 95 UI/l, gama glutamiltransferase de 58 UI/l, TGO de 33 UI/l, TGP de 25 UI/l, colesterol total de 204 mg/dL, colesterol-HDL de 36 mg/dL. O paciente foi tratado com inibidor da bomba de prótons e foram solicitados novos exames laboratoriais que se apresentaram dentro dos padrões de normalidade, além de colonoscopia e endoscopia digestiva alta.

A endoscopia digestiva alta identificou heterotopia de mucosa do corpo gástrico e em mucosa de esôfago proximal, esofagite crônica de leve intensidade distal, gastrite crônica leve e focal em mucosa de corpo, gastrite crônica leve em mucosa antral e lesão sugestiva de tumor neuroendócrino bem diferenciado (padrão carcinoide) em mucosa gástrica antral. Pesquisa negativa para bacilos com características de Helycobcter pylori.

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A colonoscopia evidenciou adenoma tubular com atipias de baixo grau (neoplasia intraepitelial glandular com atipias de baixo grau, displasia leve) em mucosa de cólon transverso e pólipo hiperplásico sem atipias em mucosa retal.

No estudo imunohistoquímico foi identificado padrão histológico de carcinoma neuroendócrino bem diferenciado em mucosa gástrica.

Paciente foi submetido a ultrassom endoscópico que diagnosticou uma pequena lesão elevada na mucosa, na parede anterior do corpo alto, com cerca de 0,3 cm e superfície avermelhada. Encontrava-se na primeira camada deixando livres as demais camadas, sendo de difícil identificação pela pequena dimensão. Esta lesão era passível de ressecção endoscópica. Foi realizada endoscopia digestiva alta que mostrou estômago com forma e volume normais, com regular quantidade de líquido claro e muco. Aspecto pregueado, mucoso, distensibilidade e peristaltismo antral preservados. Na parede anterior do corpo alto, presença de pequena lesão mucosa elevada, com cerca de 0,3 cm bem delimitada, hiperêmica, que foi retirada com alça à frio, restando escara de boa qualidade. À revisão da escara a mesma não evidenciou lesões residuais. O relatório da biópsia teve ao exame macroscópico, fragmento polipoide de tecido pardo-claro e macio, medindo 0,5 x 0,4 x 0,4 cm, FIT 2-1, e como diagnóstico microscópico quadro histológico de carcinoma neuroendócrino bem diferenciado em mucosa de corpo gástrico e gastrite crônica leve e superficial em mucosa do corpo. Em avaliação do índice de proliferação celular da neoplasia, por método imunohistoquímico, obteve-se cromogranina A positivo, sinaptofisina positivo, Ki67 expresso em cerca de 1% das células neoplásicas e como conclusão, um quadro de tumor neuroendócrino bem diferenciado com índice de proliferação celular em torno de 1%. Foi encaminhado para seguimento oncológico.

RESULTADOS

Assim como descreve a literatura, os tumores carcinoides raramente são sintomáticos e tipicamente são encontrados durante endoscopia digestiva alta. No caso apresentado, o paciente obteve seguimento clínico, apresentando-se com exames laboratoriais dentro dos padrões de normalidade e apenas com sintomas de dispepsia, sem sinais de síndrome carcinoide e sem alterações ao exame físico. Em

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exame endoscópico foi descoberta a lesão, com menos de 1 cm e acometimento superficial da mucosa gástrica, características que determinam um bom prognóstico após ressecção e permitiram a associação inicial com a classificação dos tumores neuroendócrinos do tipo 1.

Na análise de anatomopatológico, a característica de tumor bem diferenciado, com índice de proliferação menor que 1%, confirmado pelo teste de imunohistoquimica utilizando Ki-67, permite a nova classificação de acordo com a Organização Mundial da Saúde em tumor neuroendócrino com índice de proliferação menor que 2%, reforçando o bom prognóstico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a análise endoscópica do corpo gástrico, foi possível identificar que a lesão tumoral era única, o que permitiu sua remoção completa, sem a exigência de ressecção em cunha ou gastrectomia parcial, visto que a literatura assegura baixa taxa metastática e bom comportamento prognóstico desse tipo de tumor carcinoide com alto índice de sobrevida em longo prazo.

REFERÊNCIAS

1- JR, Courtney M. Townsend, et al. Sabiston tratado de cirurgia: a base biológica

da prática cirúrgica moderna. 19a edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Volume 2,

p. 1221.

2-VALARINI, Rubens; HOELDTKE, Eliziane; TEFILLI, Nertan Luiz. Tumor carcinóide de estômago tipo 1. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgia, Rio de Janeiro , v. 32, n. 1, p. 50-51, fev. 2005.

3-YOUNES, Riad; BADRA, Cristina. Os Tumores Neuroendócrinos (Carcinoides): Aspectos Gerais. Revista Prática Hospitalar Ano XI (63) p. 81-83, Mai-Jun 2009 4-FERNANDES, Isabel; AMARAL, Teresa; MACEDO, Daniela; CORTES, Paulo; COSTA, Luís. Opções Terapêuticas em Carcinomas Neuroendocrinos Gastroenteropancreáticos (GEP NETS) Metastaticos. Revista Portuguesa de Cirurgia (16), p. 47-54, 2011.

Referências

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