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Fatores de endividamento de consumidores de baixa renda do bairro Edson Queiroz na cidade de Fortaleza

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

BRUNA PEREIRA MENEZES

FATORES DE ENDIVIDAMENTO DE CONSUMIDORES DE BAIXA RENDA

DO BAIRRO EDSON QUEIROZ NA CIDADE DE FORTALEZA

FORTALEZA 2018

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BRUNA PEREIRA MENEZES

FATORES DE ENDIVIDAMENTO DE CONSUMIDORES DE BAIXA RENDA DO

BAIRRO EDSON QUEIROZ NA CIDADE DE FORTALEZA

Monografia apresentada ao Curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto.

FORTALEZA 2018

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BRUNA PEREIRA MENEZES

FATORES DE ENDIVIDAMENTO DE CONSUMIDORES DE BAIXA RENDA DO

BAIRRO EDSON QUEIROZ NA CIDADE DE FORTALEZA

Monografia apresentada ao Curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________ Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_______________________________________________________ Prof. Me. João Da Cunha Silva

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_______________________________________________________

Prof. Me. Álvaro Luiz Bandeira De Paula Universidade Federal do Ceará (UFC)

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A minha mãe, por todo o esforço para que eu pudesse seguir com a minha vida acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

À minha mãe, Fernanda Pereira, pelo amor, paciência e incentivo aos meus estudos.

Aos meus irmãos, Bruno Pereira e Gabriel Pereira, pelo apoio, paciência, companheirismo e incentivo.

Às minhas amigas Amanda Costa, Mayara Victor e Nairla Almeida, pelo companheirismo e amizade.

Às minhas amigas e colegas de faculdade, Danielly Viana, Mayara Mota, Janaina Benvindo, Tamira Gleiceane, Bianca Farias e Aline Ribeiro, pelo apoio, companheirismo, e aprendizagem no decorrer do curso.

Ao mеυ orientador e professor Jocildo Neto, pelo emprenho dedicado à elaboração desse trabalho.

A todos que contribuíram para a minha graduação e a realização desse estudo diretamente e/ou indiretamente, e principalmente ao bairro Edson Queiroz onde esse estudo foi aplicado.

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“É por meio do planejamento que se conhecem em detalhes os ganhos, além de aprender a poupar, gastar adequadamente e controlar as finanças para atingir os objetivos pretendidos.” (Eid Júnior e Garcia, 2005).

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RESUMO

O endividamento pessoal é um assunto importante na vida financeira do indivíduo, seja somente de uma pessoa ou familiar. O endividamento da população brasileira vem crescendo nos últimos anos por diversos fatores, e dentre eles está a facilidade ao crédito. O indivíduo endividado é aquele que contraiu dívidas e com isso comprometeu uma parcela significativa da sua renda, e em alguns casos, os indivíduos acabam se tornando inadimplentes e tendo os seus nomes incluídos em lista de restrições no mercado. Isso ocorre quando o mesmo não honra com suas dívidas. O endividamento pode ocorrer por diversos fatores e pode ocasionar problemas familiares e sociais. Portanto, esse estudo tem a finalidade de mostrar quais os fatores que contribuem para endividamento dos consumidores de baixa renda, ressaltando a importância do planejamento financeiro pessoal, pois este instrumento auxilia na organização e administração de recursos financeiros, e por diversos motivos, a população não possui o hábito de realizar aplicação dessa ferramenta. Para cumprir a finalidade deste estudo, realizou-se uma pesquisa em campo e a mesma foi aplicada na comunidade do bairro Edson Queiroz.

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ABSTRACT

Personal indebtedness is an important issue in the financial life of the individual, whether it is a person or a family member. The indebtedness of the Brazilian population has been growing in recent years by several factors, such as credit facility. The indebted individual is the one who has incurred debts and with it committed a significant portion of his income, and in some cases, individuals end up becoming defaulters and having their names included in the list of restrictions in the market. This happens when the same does not honor with their debts. Indebtedness can occur due to several factors and can lead to family and social problems. Therefore, this study has the purpose of showing which factors contribute to the indebtedness of low-income consumers, highlighting the importance of personal financial planning, since this instrument helps in the organization and administration of financial resources, and for various reasons, the population does not have the habit of applying this tool. In order to fulfill the purpose of this study, a field research was carried out and it was applied in the community of the Edson Queiroz neighborhood.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Orçamento financeiro ... 20 Figura 2 - Fluxo de caixa ...22

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Renda bruta mensal da sua família (pode ser aproximada) ... 45

Gráfico 2 - Sua renda bruta mensal individual (pode ser aproximada) ... 46

Gráfico 3 - Escolaridade ... 47

Gráfico 4 - Ocupação ... 47

Gráfico 5 - Recebe ajuda financeira ... 48

Gráfico 6 - Valores da ajuda Financeiro do Governo ... 48

Gráfico 7 - As dívidas estão em atraso ... 50

Gráfico 8 - Já fez algum empréstimo para pagar as dívidas ... 50

Gráfico 9 - O seu nome já esteve ou está na lista de proteção ao crédito (SPC ou Serasa) ... 50

Gráfico 10 - Qual tipo de despesa mais afetou suas dívidas ... 51

Gráfico 11 - A principal razão para a sua dívida ... 51

Gráfico 12 - Você costuma fazer planejamento financeiro pessoal ... 52

Gráfico 13 - Os seus planejamentos geralmente são para que período ... 53

Gráfico 14 - Qual é a forma que realiza o planejamento financeiro ... 53

Gráfico 15 - Onde foi adquirido o conhecimento que você possui para administrar o seu dinheiro ... 54

Gráfico 16 - Com relação aos seus gastos, você diria que ... 54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Amostra ... 42

Tabela 2 - Identificação dos entrevistados ... 46

Tabela 3 - Perfil financeiro ... 49

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Aplicações de renda fixa ... 23

Quadro 2 - Perfil de investidor ... 25

Quadro 3 - As principais vantagens de se fazer um planejamento financeiro ... 26

Quadro 4 - Causas principais do endividamento ... 27

Quadro 5 - “Armadilhas” citadas pelos entrevistados ... 28

Quadro 6 - Os cinco C´s ... 33

Quadro 7 - Tipos de devedores que não podem pagar ... 35

Quadro 8 - Tipos de devedores que não querem pagar ... 36

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Serasa Centralização de Serviços dos Bancos SPC Serviço de Proteção ao Crédito

CDB Certificado de Depósito Bancário RDB Recibo de Depósito Bancário

CETIP Central de Custódia de Títulos Privados TR Taxa Referencial

CDI Certificados de Depósitos Interbancários BACEN Banco Central do Brasil

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

CNDL Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas OCDE Organização de Cooperação e de Desenvolvimento MEC Ministério da Educação e Cultura

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 17

2.1 Planejamento financeiro pessoal ... 17

2.1.1 Ferramentas do planejamento financeiro ... 18

2.1.2 Controle financeiro ... 19 2.1.3 Metas ... 21 2.1.4 Fluxo de caixa ... 21 2.1.5 Investimento financeiro ... 23 2.1.6 Perfil de investidor ... 24 2.1.7 Benefícios ... 25 2.2 Endividamento ... 26 2.2.1 Linhas de crédito ... 29 2.2.1.1 Cartão de crédito ... 31

2.2.2 Análise de crédito da pessoa física ... 32

2.2.2.1 Ficha cadastral ... 33

2.2.3 Tipos de devedor ... 34

2.2.4 Como sair do endividamento ... 37

2.3 Educação financeira ... 39 3 METODOLOGIA ... 41 3.1 Caracterização da pesquisa ... 41 3.2 População e amostra ... 41 3.3 Coletas de dados ... 42 3.4 Posição do pesquisador ... 44

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 45

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4.1.1 Identificação dos participantes ... 45

4.1.2 Perfil financeiro e dívidas ... 47

4.1.3 Identificar os aspectos de planejamento financeiro ... 52

5 CONCLUSÃO ... 58

REFERÊNCIAS ... 60

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com o Observatório de Endividamento dos Consumidores da Universidade de Coimbra (2002), endividados são aqueles que contraem dívidas e comprometem uma parcela significativa de suas rendas e rendimentos para honrá-las. Em alguns casos, os indivíduos acabam tornando-se inadimplentes e tendo os seus nomes incluídos no Serasa (Centralização de Serviços dos Bancos) e SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), tendo como consequência a rotulação de mal pagador no mercado.

O consumidor se endivida por diversos fatores como: dificuldade financeira pessoal, que impossibilita o cumprimento de suas obrigações, desemprego, falta de controle nos gastos, compras para terceiros, atraso de salário, comprometimento da renda com despesas supérfluas, redução da renda, doenças, má fé, sendo todos estes fatores agravados em época de crise econômica do país (FIORENTINI, 2004). De acordo com Zerrenner (2007), o alto grau de endividamento leva os indivíduos a empenharem o orçamento familiar e ainda desencadeia problemas de ordem psicológica, levando o endividado a tornar-se mais propenso a diversos tipos de incidentes, tais como: desemprego, separação, infelicidade, problemas de saúde, entre outros, e que chegam a impossibilitá-lo de executar tarefas simples do seu dia a dia.

Segundo Katona (1975), existem três razões que explicam porque uma pessoa gasta mais do que ela ganha: (i) baixa renda, de modo que nem sequer são cobertas as despesas essenciais, (ii) alta renda, combinada com um forte desejo de gastar, e (iii) falta de vontade para economizar, independentemente da renda. Brusky e Fortuna (2002) estudaram a relação da renda e do endividamento nas pessoas físicas e constataram que a recente inclusão de camadas de baixa renda no mercado, até então excluídas da possibilidades de adquirir bens e produtos de consumo ,encorajou uma cultura de consumo muito forte no Brasil, assim o acesso ao crédito para as populações de baixa renda está mais facilitado , levando ao aumento da inadimplência e de gastos com bens supérfluos, indicando que o endividamento é uma tendência dos indivíduos de baixa renda.

De acordo com Lavinscky, Andrade, Vieira, Brunelle e Silva (2013), o quadro econômico e social do Brasil tem proporcionado intensas mudanças. A pobreza é um fenômeno que acompanha a sociedade há séculos, fruto das

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15

desigualdades sociais e econômicas. Anteriormente, os consumidores predominantes no mercado eram pertencentes às classes A e B. No entanto, com o aumento do consumo e do desenvolvimento econômico social, há uma tendência para públicos diferentes, visto que atualmente há um grande aumento do consumo por pessoas de baixa renda.

De acordo com o Decreto n. 6.135/2007, o cadastro único para programas sociais do governo federal considera que as famílias de baixa renda são as que possuem renda de até 3 salários mínimos ou que a renda per capita seja de até meio salário mínimo, sendo esses os critérios para a inclusão nos programas sociais em relação a renda.

As classes C e D adquiriram algumas características de compras semelhantes às classes A e B, havendo menos desigualdade entre as classes sociais. No entanto, as classes C e D, consideradas emergentes, movem a economia com o consumo desenfreado. Este consumo cresce dia-a-dia devido principalmente às facilidades nas formas de pagamentos encontradas, tais como financiamentos, cartões de créditos, cartões fidelidades de lojas credenciadas que liberam créditos para compras em suas lojas, e boletos bancários que permitem o parcelamento de compras em pequenos valores (ANDRADE; VIEIRA; BRUNELLE; SILVA, 2013).

Segundo Campara, Flores e Vieira (2014), os grupos mais propensos ao endividamento são os compostos por indivíduos solteiros ou viúvos, com idade de até 22 anos, de baixo grau de escolaridade, baixa renda, sem religião e que não trabalham. Diante da ascensão econômica dos consumidores da baixa renda e sendo que os mesmos são propensos ao endividamento, surge a seguinte pergunta: Quais são os fatores que explicam o endividamento dos consumidores de baixa renda do Bairro Edson Queiroz na cidade de Fortaleza?

Diante do exposto, tem-se como objetivo geral identificar os fatores explicativos do endividamento dos consumidores de baixa renda do Bairro Edson Queiroz, na cidade de Fortaleza, e para atingir o que foi proposto no objetivo geral, esse estudo possui como objetivos específicos:

 Analisar a contribuição da falta de planejamento financeiro;

 Averiguar a contribuição dos fatores relacionados à facilidade de acesso ao crédito;

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16

O presente estudo propõe testar a hipótese de que os fatores citados a seguir são as razões para o endividamento dos consumidores de baixa renda:

 Ho - o endividamento decorre da falta de planejamento pessoal.

Portanto, justifica-se que o estudo servirá para obter mais conhecimento sobre a propensão ao endividamento das faixas C E D de consumo, servindo tanto para financeiras como para fornecedores de bens e serviços destinados a esse público.

A metodologia de pesquisa utilizada é descritiva e qualitativa. Foi aplicada uma pesquisa direcionada para os consumidores de baixa renda do bairro Edson Queiroz e o questionário aplicado contém 28 questões.

O desenvolvimento desse estudo foi estruturado em cinco seções, incluindo esta introdutória, que apresenta o objetivo de estudo. A segunda seção discute sobre o Planejamento Pessoal Financeiro, endividamento e educação financeira. A terceira seção explica a metodologia utilizada para a realização da pesquisa, bem como o tipo de pesquisa, os instrumentos utilizados, como os dados foram coletados e de que forma foram analisados. A quarta seção mostra o resultado da pesquisa aplicada. A quinta e última seção apresenta as considerações finais do trabalho.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta seção está dividida em planejamento financeiro pessoal, endividamento e educação financeira.

2.1 Planejamento financeiro pessoal

De acordo com Eid Júnior e Garcia (2005), é por meio do planejamento que se conhecem em detalhes os ganhos, além de aprender a poupar, gastar adequadamente e controlar as finanças para atingir os objetivos pretendidos. O planejamento financeiro é, mais do que nunca, fundamental para uma vida equilibrada e saudável. O ponto inicial para desenvolver um plano financeiro adequado é o conhecimento dos valores, objetivos e prioridades, tanto pessoais como da família. Os objetivos devem refletir honestamente os desejos e necessidades ao longo da vida, juntamente com as possibilidades de atingi-los.

O planejamento pessoal está relacionado com os objetivos pessoais individuais, tendo início com o planejamento estratégico pessoal, no qual se deve definir o que deseja ser daqui a um, cinco, dez anos e para o resto da vida. O planejamento financeiro pessoal, por sua vez, é a explicitação de como serão viabilizados os recursos necessários para o alcance dos objetivos estabelecidos (CHEROBIM; ESPEJO, 2010).

Muitas pessoas não conseguem planejar suas finanças, pois não têm noção dos valores das suas receitas e despesas. Luquet (2000) afirma que, de forma geral, se essas pessoas organizassem suas finanças com critérios definidos e sendo bastante realistas com suas receitas e despesas, elas acabariam descobrindo que possuem mais recursos do que imaginam independente de quanto possuem ou pensam que possuem.

De acordo com o Sebrae (2013), o ato de planejar significa organizar-se antes de agir, considerando as possibilidades de atingir objetivos e as metas, acompanhando e avaliando sempre. Entender as necessidades essenciais, elaborar um controle que permita ter noção dos gastos e do quanto recebe.

Para Cerbasi (2009), algumas pessoas pensam que o planejamento financeiro requer a ajuda de especialistas com elaboradas ferramentas de análise e capacidade de prever o futuro. Para ele, isso é uma ficção decorrente da dificuldade

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18 que muitos têm em lidar com números e tabelas, pois a educação financeira infelizmente ainda não é uma realidade nas escolas brasileiras em todos os níveis.

De acordo com Silva (2014) e Borges e Tide (2010), a falta de administração dos recursos financeiros pode acarretar graves problemas aos indivíduos, trazendo prejuízos em suas relações familiares. E afetando também o desempenho no trabalho e a sua saúde.

Não é incomum encontrar servidores com alto grau de insatisfação e estresses gerados por problemas familiares, não raro com origem nas dificuldades econômicas. Em geral, nos problemas financeiros reside boa parte das preocupações, que só tendem a piorar a situação de desmotivação e de falta de concentração no desenvolvimento de atividades profissionais (HALLES, 2008, p. 1).

De acordo com Silva (2004), as pessoas não são educadas para pensar na administração de seus gastos. Elas compram de maneira não planejada e parecem não refletir sobre seu contexto financeiro e os impactos futuros. Contudo, conforme Pereira (2011), é comum que as pessoas só passem a cuidar de suas finanças pessoais a partir do momento que a situação é crítica. Nesse momento, elas utilizam o planejamento e a gestão dos recursos financeiros.

2.1.1 Ferramentas do planejamento financeiro

De acordo com Santos (2009), o planejamento financeiro envolve organizar as receitas e despesas de modo a permitir uma vida financeira com reservas para os imprevistos e sistematicamente construir um patrimônio, seja ele financeiro ou imobiliário, que garanta fontes de renda suficientes para propiciar uma vida tranquila e confortável.

O planejamento financeiro pessoal, conforme Frankenberg (1999), consiste em estabelecer e seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para acumulação de bens e valores que formarão o patrimônio de uma pessoa e de sua família.

De acordo com Zenkner (2012), antes de se utilizar qualquer ferramenta da economia familiar, é necessário entender e descrever quais são os objetivos de curto e longo prazo de qualquer família ou indivíduo. Os objetivos de curto prazo são aqueles que o indivíduo deseja realizar em uma semana, um mês ou até um ano

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19 (ROCHA; VERGILI, 2007). Já os objetivos de longo prazo, segundo Rocha e Vergili (2007), são os que levarão mais de um ano para serem concretizados. Devido a todos eles envolverem valores maiores para se conquistar, o risco de aquisição também acaba sendo maior, por isso deve-se destinar mais tempo para análise das opções.

Para Camargo (2007), a primeira etapa do processo de planejamento financeiro envolve um plano personalizado que ajuda a estimar as obrigações atuais e a posição financeira do indivíduo, clarificar metas e objetivos e dirigir um curso de ação para um futuro financeiro mais seguro.

2.1.2 Controle financeiro

É através do planejamento e orçamento que se consegue visualizar as medidas, bem como as expectativas a respeito do futuro da empresa. As decisões importantes devem ser embasadas no planejamento e no controle financeiro (ZDANOWICZ, 1995, p. 16).

O orçamento doméstico pode ser feito de diversas formas: desde caderno e lápis, passando por planilhas de computadores, até programas mais sofisticados, para as pessoas que querem mais detalhamentos e projeções. A forma como o orçamento é feito importa muito pouco. O importante é que ele seja feito com a seriedade que merece (POLICE, 2014).

De acordo com Sebrae, para elaborar um controle são necessários os seguintes passos:

1º passo: definir quais são os principais custos fixos mensais e estes devem ser colocados em uma planilha.

De acordo com Bächtold (2011), a despesa é o ato de consumir bens ou serviços, ou ainda, pela saída de recursos financeiros sem aumento do patrimônio ou aquisição de um bem para consumo rápido. Exemplos: água, luz, telefone, material e etc. De acordo com Sebrae (2013), os gastos esporádicos também devem ser considerados em uma estimativa mensal, colocando quanto se gasta aproximadamente com vestuário, medicamentos, lazer, etc.

2 º passo: relacionar as entradas de recursos (a renda total da família) com as suas obrigações no período.

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20 Nessa etapa, será descrita toda a receita fixa, como salário, pensão, auxilio governamental ou de familiares. E, posteriormente, serão comparadas as receitas e despesas, e esse resultado será uma posição de como está à situação financeira individual ou familiar, conforme a estrutura da Figura 1.

Figura 1 - Orçamento financeiro

Fonte: Sebrae (2013).

O planejamento financeiro pessoal é parecido com um planejamento financeiro empresarial nos conceitos. O planejamento financeiro é um aspecto importante das operações das empresas porque fornece um mapa para a orientação, a coordenação e o controle dos passos que a empresa dará para atingir seus objetivos. Dois aspectos fundamentais do processo de planejamento financeiro são o planejamento de caixa e o planejamento de lucros. O planejamento de caixa envolve a elaboração do orçamento de caixa da empresa. O planejamento de lucros envolve a elaboração de demonstrações pró-forma.

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2.1.3 Metas

O primeiro passo do planejamento financeiro pessoal é a definição de suas metas. Enquanto uma empresa de capital fechado objetiva maximizar a riqueza dos sócios, as pessoas normalmente têm diversos objetivos importantes.

De modo geral, as metas pessoais podem ser de curto prazo (um ano), médio prazo (dois a cinco anos), ou longo prazo (seis anos ou mais). As metas de curto e médio prazos sustentam as de longo prazo. Evidentemente, os tipos de metas pessoais de longo prazo dependem da idade da pessoa ou da família e mudarão junto com a situação individual. Deve-se estabelecer metas financeiras pessoais de maneira cautelosa e realista. (GITMAN, 2010).

O processo de planejamento financeiro começa pelos planos financeiros de longo prazo. Estes expressam as ações financeiras planejadas por uma empresa e o impacto previsto dessas ações ao longo de períodos que vão de dois a dez anos, e que por sua vez orientam a formulação de planos e orçamentos de curto prazo. Já os planos financeiros de curto prazo especificam ações financeiras de curto prazo e o impacto previsto. Esses planos geralmente cobrem períodos de um a dois anos. De modo geral, os planos e orçamentos de curto prazo implementam os objetivos estratégicos de longo prazo da empresa. (GITMAN, 2010).

2.1.4 Fluxo de caixa

Orçamento de caixa, ou projeção de caixa, é uma demonstração das entradas e saídas de caixa previstas da empresa. Serve para estimar as necessidades de caixa no curto prazo, dando especial atenção ao planejamento de superávits e déficits de caixa. Normalmente, o orçamento de caixa visa abranger o período de um ano, dividido em intervalos menores. O número e o tipo de intervalos dependem da natureza da atividade da empresa. De acordo com Segundo Filho (2003, p.58), o fluxo de caixa de uma pessoa física é o detalhamento mensal das suas rendas e das suas despesas.

Orçamento pessoal é um relatório de planejamento financeiro de curto prazo que ajuda as pessoas ou famílias a atingir suas metas financeiras de curto prazo. Os orçamentos pessoais costumam abranger períodos de um ano, subdividido em meses, conforme a figura 2.

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22 Figura 2 - Fluxo de caixa

Fonte: Gitman (2010).

a) Rendimentos:

Todas as entradas de caixa durante um dado período financeiro.

b) Despesas:

Todas as saídas de caixa durante um dado período financeiro.

O orçamento de caixa informa se é esperado um saldo excedente ou um déficit de caixa em cada um dos meses abrangidos. Com isso será necessário traçar um planejamento estratégico que depende da situação financeira e dos objetivos a serem atingidos, pois de acordo com a necessidade, terá que ser formulado um plano de investimento, de empréstimo ou um controle minucioso dos gastos para que sejam atingidos os objetivos.

Gava (2004, p. 9) apresenta as seguintes considerações em relação ao fluxo de caixa:

Um fluxo de caixa familiar deve conter no mínimo os três componentes básicos: renda, consumo e poupança de lado. Existem pessoas ou famílias que somente adotam os dois primeiros componentes, deixando a poupança de lado. O que acontece com essas pessoas? Elas simplesmente reduzem suas esperanças e a probabilidade de um dia melhorarem de vida, pois sempre dependerão exclusivamente do seu salário para viver, e este sempre será o limite do seu consumo. Quem adota os três componentes de um fluxo de caixa familiar, tem uma reserva de recursos que, se bem administrada, poderá ainda lhe ser uma fonte extra de renda, além de não depender do dinheiro dos bancos e incorrer em juros caso surja alguma despesa emergencial. A poupança é ao mesmo tempo, uma reserva para segurança contra adversidades da vida e uma potencial fonte geradora de renda, possibilitando o planejamento financeiro de longo prazo.

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23

2.1.5 Investimento financeiro

De acordo Hoji (2007), investimento financeiro consiste na aplicação de dinheiro em ativos de realização rápida e de natureza financeira. São ativos de alta liquidez, pois esses investimentos podem ser convertidos em dinheiro em um prazo relativamente curto, de poucos dias ou no mesmo dia. Renda fixa é um tipo de investimento onde se conhecem ou podem prever a rentabilidade, antes mesmo de realizar a operação, conforme o quadro 1.

Quadro 1 - Aplicações de renda fixa Certificado de Depósito Bancário (CDB)

É um título emitido por instituição financeira, por prazo pré-determinado, com taxa prefixada ou pós-fixada. São endossáveis e podem ser cedidas a terceiros. As instituições financeiras emitem os CDBs escrituralmente e os registram na CETIP (Central de Custódia de Títulos Privados).

Recibo de Depósito Bancário (RDB) É um título semelhante ao CDB, porém não é endossável e pode ser resgatado somente pelo próprio aplicador.

Caderneta de Poupança É o tipo de investimento popular em que todos os bancos pagam a mesma taxa de rendimento de TR (taxa referencial) + 0,5%, mensalmente. Se o valor for sacado antes de completar um mês, o rendimento do mês incompleto é perdido.

Fundo de Renda Fixa São fundos de investimento administrados por instituições financeiras especializadas (que pode ser um banco) mediante a cobrança de uma taxa de administração. O aplicador torna-se proprietário de cota do patrimônio liquido do fundo, que é pessoa jurídica distinta do banco. Em caso de liquidação que administra o fundo, os ativos do fundo continuam pertencendo aos cotistas. As carteiras de ativos dos fundos são compostas

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24 por CDBs, títulos da dívida pública, debêntures, etc.

Fundo DI São fundos de investimento

semelhantes aos fundos de renda fixa e se propõem a remunerar os cotistas de acordo com a variação da taxa do CDI (Certificados de Depósitos Interbancários, que são títulos negociáveis entre instituições financeiras e que acompanham a variação da taxa Selic).

Títulos de Dívida Pública São títulos emitidos pelos governos para financiar a dívida pública. Os títulos públicos federais são emitidos pelo Tesouro Nacional ou pelo Banco Central. Os títulos com taxas prefixadas são emitidos com “valor de face” determinado e sua negociação é feita com deságio. Os títulos com taxas pós-fixadas são remunerados com juros e são corrigidos por um indexador, como a taxa de variação cambial ou inflação. As pessoas físicas podem adquirir os títulos do Governo Federal por meio do sistema denominado tesouro direto.

Fonte: Hoji (2007).

2.1.6 Perfil de investidor

De acordo Toscano (2004), o aspecto mais importante para o investidor é identificar, entre os diversos tipos de fundos de investimento, qual é aquele que melhor atenderá sua expectativa de retorno, ou seja, qual se adapta melhor ao seu perfil. Este perfil está relacionado à política de investimento do fundo, e é nela que o investidor identifica sua real intenção quanto ao investimento, conforme é mostrado no quadro 2.

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25 Quadro 2 - Perfil de investidor

Conservador Não tem por objetivo ganhar, e sim preservar seu capital. Não admite perder ou ver a sua aplicação encolher, preferindo os fundos de renda fixa.

Moderado Tem o objetivo de ganhar dinheiro e aceita correr um certo tipo de risco. Desta forma admite que sua aplicação fique por alguns meses sem remuneração ou tenha uma pequena perda, assim, sempre procura fundos que apresentam rendimentos superiores à média de mercado.

Arrojado Tem como objetivo especular, e não

poupar. Investe muito em ações, fundos de ações e derivados. Normalmente são muito capitalizados, com investimentos diversos.

Fonte: Toscano (2004).

2.1.7 Benefícios

De acordo com Mobills (2017), são vários os benefícios relacionados a elaboração de um planejamento financeiro, a depender das necessidades, características pessoais de consumo e renda, conforme o quadro 3.

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26 Quadro 3 - As principais vantagens de se fazer um planejamento financeiro

Pagar contas em dia, antes do vencimento

Uma das consequências de um bom planejamento financeiro é não deixar para pagar as contas depois do vencimento. Essa é uma medida simples, mas que tem um grande impacto sobre as finanças, pois eliminam as multas por atraso, os juros e até mesmo a negativação de crédito em casos mais graves. O planejamento proporciona uma rotina de pagamentos e despesas dentro de possibilidades sem sustos e imprevisibilidades.

Equilíbrio financeiro È possível se livrar da incerteza mensal sobre se o dinheiro será suficiente para pagar as dívidas ou não. Possibilita o equilíbrio das finanças e haverá gastos de acordo com o seu orçamento, sem assumir dívidas inesperadas.

Tranquilidade financeira Quem planeja suas finanças vive com maior tranquilidade no dia a dia. Evitam-se sustos, como dívidas inesperadas e situações de emergências financeiras, ou seja, mais tranquilidade para o futuro. Fonte: Mobills (2017).

2.2 Endividamento

Segundo Marques e Frade (2003), o endividamento é o saldo devedor de um agregado, ou seja, é a utilização de recursos de terceiros para fins de consumo. De acordo com o Observatório de Endividamento dos Consumidores da Universidade de Coimbra (2002), endividados são aqueles que contraem dívidas e comprometem uma parcela significativa de suas rendas e rendimentos para honrá-las.

A situação do endividamento fica mais grave quando o indivíduo não consegue pagar as dívidas contraídas, ocasionando o sobreendividamento. De acordo com Marques e Frade (2003), é a situação mais grave que pode decorrer do

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27 endividamento, também designado por falência ou insolvência, que consiste nos casos em que o devedor está completamente impossibilitado, de forma duradoura ou estrutural, de pagar uma ou mais dívidas.

O sobreendividamento pode ser ativo ou passivo. O sobreendividamento é ativo quando o devedor contribui ativamente para se colocar em situação de impossibilidade de pagamento. Já o sobreenvidamento passivo é o resultado de circunstâncias não controláveis e que afeta a capacidade de pagamento do devedor. Para Olivato e Souza (2007), os indivíduos endividados podem ser descritos como aqueles que adquirem dívidas e comprometem uma parcela expressiva de suas rendas e rendimentos para honrá-las. Já os inadimplentes são aqueles que deixam de cumprir um contrato ou determinada cláusula de contrato, contraem as dívidas e não as pagam, muitas vezes tendo o nome negativado no mercado.

De acordo com Zerrenner (2007), o alto grau de endividamento leva os indivíduos a empenharem seu orçamento familiar e ainda desencadeia problemas de ordem psicológica, levando o endividado a tornar-se mais propenso a diversos tipos de incidentes, tais como: desemprego, separação, infelicidade, problemas de saúde, entre outros, e que chegam a impossibilitá-lo de executar tarefas simples do seu dia a dia.

De acordo com pesquisa realizada pelo Banco Central do Brasil (BACEN) em 2014, foram identificadas três causas principais do endividamento, conforme o quadro 4.

Quadro 4 - Causas principais do endividamento

Fatos inesperados Perda do emprego, doença própria ou de familiares, morte do responsável pela maior parte da renda familiar, separação conjugal. Falta de planejamento financeiro As compras por impulso, excesso de

parcelamento de compras e uso de linhas de crédito de forma impulsiva e descontrolada. Empréstimo do nome Situação essa em que se faz um empréstimo

e/ou financiamento em seu nome para terceiros, além da possibilidade de emprestar o próprio cartão de crédito a amigos ou familiares.

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28 A pesquisa também indica que os consumidores acreditam que as linhas de crédito são extremamente úteis e benéficas quando usadas de forma consciente. No entanto, diversos entrevistados afirmaram que elas escondem “armadilhas” que muitas vezes acarretam em endividamento excessivo, com impactos financeiros e emocionais significativos. Conforme o quadro 5, algumas dessas “armadilhas” citadas pelos entrevistados foram:

Quadro 5 - “Armadilhas” citadas pelos entrevistados Excesso de linhas de crédito, com oferta ostensiva.

Falta de informações claras sobre as condições da operação, com ênfase nas facilidades e benefícios, sem mencionar os riscos.

Concessão e/ou aumento de limites acima da capacidade de pagamento sem solicitação.

Pagamento do valor mínimo da fatura. Fonte: Banco Central do Brasil (2014).

Lunt e Livingstone (1992) destacam que é assustador o número de variáveis que podem explicar o endividamento, tais como: sexo, etnia, educação, história familiar, renda, número de cartões de crédito, utilização do cartão de crédito e de títulos de dívida, bem como variáveis psicológicas, como: locus de controle, autoestima e valores.

Existem diversos fatores que levam o indivíduo a se endividar, como a dificuldade financeira pessoal, o desemprego, a falta de controle nos gastos, a realização de compras para terceiros, o atraso de salário, o comprometimento da renda com despesas supérfluas, a redução da renda, doenças e má fé (FIORENTINI, 2004).

Com a ampliação e a facilidade do crédito no mercado atualmente, que proporcionam um prazo mais longo para a realização dos pagamentos dos produtos e serviços adquiridos que ajudam a movimentar a economia, pode ocorrer o endividamento de alguns indivíduos por estes não terem controle das suas despesas e a da sua renda.

(32)

29

2.2.1 Linhas de crédito

Conforme Andrezo e Lima (2007), o mercado de crédito é composto pelo conjunto de operações de prazo curto, médio ou aleatório. Basicamente, destina-se a suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazo de indivíduos e empresas, tais como financiamento de consumo de indivíduos e de capital de giro e ativo permanente de empresa. Esse mercado abrange empréstimo e financiamento.

Os consumidores podem recorrer a duas modalidades de crédito: as linhas rotativas e as linhas pontuais, sendo que a linha de crédito rotativa é oferecida tradicionalmente pelos bancos comerciais para as pessoas físicas.

As linhas rotativas compreendem os limites de crédito que ficam à disposição do cliente para o financiamento de suas necessidades, dentro de valores, prazos e garantias previamente definidos por políticas e credito. Respeitadas as condições de aprovação de créditos (valor, prazo e garantia), o cliente poderá utilizar a linha, a seu critério, por quantas vezes necessitar. Em parte, essa modalidade é mais arriscada, tendo em vista as incertezas quanto ao real direcionamento que o cliente dará para a utilização dos recursos financeiros. As linhas pontuais destinam-se a financiar necessidades com características previamente definidas quanto à finalidade, valor, prazo, garantia. Essas modalidades de crédito apresentam forma de amortização parcelada ou concentrada no vencimento (SANTOS, 2009, p.10).

Santos (2009) afirma que a finalidade do crédito deve ter vinculação direta com a necessidade do cliente. Por isso, serão apresentadas algumas das formas de linha de crédito:

a) Cheque especial: nessa modalidade de crédito, os bancos aprovam um limite de crédito os seus clientes para que ele seja utilizado quando os clientes não tenham saldo suficiente para realizar os pagamentos de contas. A análise para aprovação dessa modalidade é criteriosa, tendo que os bancos aprovarem limites compatíveis com a renda liquida mensal dos seus clientes. As taxas cobradas por esse serviço são altas em comparação aos empréstimos comuns.

b) Cartão de crédito: essa modalidade de crédito permite que os clientes realizem compras de produtos ou serviços por meio de pagamento à vista ou parcelado, até o limite concedido. A efetivação do pagamento pelos

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30

consumidores é através de fatura mensal, geralmente os clientes tem até 40 dias para pagar depois da compra.

c) Cartão de crédito de loja: é uma modalidade de cartão de crédito, é emitido pelo estabelecimento comercial ou por emissores, que credenciam usuários a realizar compras exclusivamente nos estabelecimentos de uma determinada empresa, visando reduzir burocracias nas vendas a prazo. Seu uso é intensivo no comércio, principalmente em grandes magazines e lojas de departamento.

d) Crediário: o crediário é uma forma de financiar suas compras em mais parcelas do que um cartão de crédito. Esse financiamento pode ser estendido por até 48 vezes. Em cada parcela estão incluídos juros, que tornam o pagamento pela compra mais caro. O crediário já foi conhecido também como o “carnê”, que muitas pessoas já utilizaram para fazer o pagamento de vários itens para suas casas.

e) Crédito direto do consumidor: linha de crédito destinada a financiar a prestação de serviços e aquisição de bens duráveis com amortizações fixas, já que existem os encargos envolvidos. Geralmente, o próprio bem financiado representa garantia para o banco em caso de inadimplência. f) Crédito imobiliário: financiamento destinado a aquisição ou construção de

imóveis residenciais, amortizáveis em prestações mensais, em períodos usualmente superiores a cinco anos. Há a necessidade de avalistas coobrigados e com potencialidades econômicas para assumir a dívida do cliente, em caso de incapacidade de pagamento.

g) Empréstimo consignado: essa linha crédito é concedida para indivíduos que trabalham com carteira assinada, aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ou funcionários públicos. As parcelas do empréstimo são descontadas diretamente na folha de pagamento do salário ou benefício previdenciário, sendo que as parcelas não podem exceder 35% do salário.

Algumas pesquisas sugerem que certas modalidades de crédito podem incentivar o endividamento excessivo. De acordo com Soman (2001), o conflito interno de ideias pode levar o indivíduo que utiliza o cartão de crédito a gastar mais do que os que pagam à vista. Block-Lieb e Janger (2006) reforçam a ideia do uso do

(34)

31 cartão de crédito, destacando ainda que, para usar este benefício, os indivíduos precisam apenas verificar se a parcela cabe em seu orçamento, o que não exige, praticamente, cálculo algum. Em alguns casos, os indivíduos acabam integrando o valor do limite do cartão de crédito e do cheque especial ao valor da sua renda e assim fazendo uma extensão da sua renda, ocasionando dependência desses utensílios financeiros e se endividando.

Conforme Andrezo e Lima (2007), o mercado de crédito é composto pelo conjunto de operações de prazo curto e médio. Basicamente, destina-se a suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazo de indivíduos e empresas, tais como financiamento de consumo de indivíduos e de capital de giro e ativo permanente de empresa. Esse mercado abrange empréstimo e financiamento.

Os consumidores podem recorrer a duas modalidades de crédito: as linhas rotativas e as linhas pontuais, sendo que a linha de crédito rotativa é oferecida tradicionalmente pelos bancos comerciais para as pessoas físicas.

As linhas rotativas compreendem os limites de crédito que ficam à disposição do cliente para o financiamento de suas necessidades, dentro de valores, prazos e garantias previamente definidos por políticas e credito. Respeitadas as condições de aprovação de créditos (valor, prazo e garantia), o cliente poderá utilizar a linha, a seu critério, por quantas vezes necessitar. Em parte, essa modalidade é mais arriscada, tendo em vista as incertezas quanto ao real direcionamento que o cliente dará para a utilização dos recursos financeiros. As linhas pontuais destinam-se a financiar necessidades com características previamente definidas quanto à finalidade, valor, prazo e garantia. Essas modalidades de crédito apresentam forma de amortização parcelada ou concentrada no vencimento (SANTOS, 2009, p.10).

2.2.1.1 Cartão de crédito

As transações via cartão de crédito parecem mais abstratas e intangíveis. Isso pode levar o consumidor a perder a noção do valor monetário que de fato está envolvido. Em relação aos estudantes universitários, a acumulação de dívidas no cartão de crédito está se tornando uma questão preocupante (OLIVEIRA, 2004).

D`Astous (1990) justifica que, pelo fato do cartão de crédito eliminar ou atenuar a necessidade de se ter dinheiro para comprar algo, isso pode levar a uma aceleração no desenvolvimento do vício do consumo. Em conformidade, Roberts (2001) acredita que o crédito fácil é uma das causas de altos gastos.

(35)

32 O crédito parcelado acaba sendo encarado como uma simples forma de pagamento, em semelhança a uma compra à vista, ou seja, é uma facilidade oferecida pelo vendedor para a aquisição do bem e, para seu uso, o tomador deve somente “atender aos requisitos”, ao invés de se submeter aos critérios de crédito.

O cartão de crédito possui uma série de fatores que são apreciados pela população de baixa renda: acessibilidade, rapidez, disponibilidade, adaptabilidade de prazos e dias, atendimento, transparência e possibilidade, em alguns casos, de renegociação (KAWAI JUNIOR, 2007).

2.2.2 Análise de crédito da pessoa física

Segundo Santos (2009), o processo de análise e concessão de crédito recorre ao uso de duas técnicas: a técnica subjetiva e a técnica objetiva ou estatística. A primeira diz respeito à técnica baseada no julgamento humano e a segunda é baseada em processos estatísticos.

A seleção de crédito envolve a aplicação de técnicas para determinar quais clientes fazem jus ao crédito. O processo abrange a avaliação da qualidade do crédito do cliente e sua comparação com os padrões de crédito da empresa e seus requisitos mínimos para conceder crédito a um cliente (GITMAN, 2010).

De acordo com Gitman (2010), uma técnica popular de seleção de crédito é conhecida como os cinco C’s e fornece uma estrutura para a análise aprofundada de crédito, assim os cinco C’s estão dispostos no quadro 6.

(36)

33 Quadro 6 - Os cinco C’s

1. Caráter O histórico de cumprimento de

obrigações pelo solicitante.

2. Capacidade A capacidade do solicitante de honrar o crédito pedido, julgada com base na análise de demonstrações financeiras, com ênfase nos fluxos de caixa disponíveis para o pagamento de dívidas.

3. Capital A relação entre a dívida do solicitante e seu patrimônio líquido.

4. Colateral O valor dos ativos que o solicitante dispõe para dar em garantia do crédito. Quanto maior o valor dos ativos disponíveis, maior a chance de que a empresa concedente recupere os fundos, em caso de inadimplência do devedor.

5. Condições As condições econômicas gerais e

setoriais e quaisquer condições especiais vinculadas a uma transação específica.

Fonte: Gitman (2010).

De acordo com mesmo autor, a análise por meio dos cinco C’s do crédito não resulta em uma decisão específica de aceitação/rejeição, de modo que o seu uso exige a experiência de um analista em solicitação e concessão de crédito. A aplicação desse modelo tende a garantir que os clientes da empresa paguem, sem necessidade de pressão, segundo os termos acordados.

2.2.2.1 Ficha cadastral

De acordo com Segurato (2007), a análise de crédito da pessoa física ampara-se na obtenção de informações do solicitante de crédito e na confirmação das informações através de documentos e consultas a agências especializadas. E as principais informações contidas nas fichas cadastrais são:

 Nome, CPF e RG;  Contatos telefônicos;

(37)

34  Endereço atual e, eventualmente o anterior;

 Dados da empresa onde trabalha;  Discriminação de rendimentos;  Relação de bens;

 Referências comerciais e bancárias.

2.2.3 Tipos de devedor

De acordo com Martin (1999), os devedores são classificados em dois grupos, o que não pode pagar e o que não quer pagar:

a) O que não pode pagar:

Por motivos diversos, o devedor não tem condições financeiras de quitar o débito de imediato. O seu patrimônio pode ser até razoável, mas não há capital disponível para o pagamento das obrigações. O ponto principal nesta classe de devedores é que a intenção inicial não era faltar com o pagamento, mas cumprir normalmente a obrigação. Ou seja, esse indivíduo tem algum problema nas suas finanças e não pode honrar com suas despesas. Contudo, possa ser que quando ele consiga resolver a sua vida financeira, consiga também quitar as dívidas. Essa classe de devedores é dividida em alguns tipos bem específicos, conforme o quadro 7.

(38)

35 Quadro 7 - Tipos de devedores que não podem pagar

Momentâneo É o devedor que por alguma razão teve queda

no seu faturamento, ou devido as altas taxas de juros, etc. Porém o seu endividamento é passageiro, pois possui um patrimônio e boas possibilidades de recuperação financeira.

Sazonal É o tipo de devedor que tem fases bem

definidas de maior ou menor faturamento. Diferenciam-se do devedor momentâneo na medida em que é possível vislumbrar com exatidão a época de recuperação financeira, bem como a de maior crise.

Overtrading Quando o devedor emprega todo o seu capital

em novos credores e deixa de honrar os antigos.

Pré-insolvente Esse devedor começa um gradual e difícil

processo de endividamento. O declínio financeiro é aparente, pois ele procura todas as formas de manter em operação. Sua recuperação financeira é complicada e improvável.

Insolvente Sem qualquer possibilidade de recuperação, o

total das dívidas ultrapassa o próprio patrimônio do devedor e não há mais qualquer controle. Quando ainda existe algum recebimento, está comprometido com despesas essenciais.

Fonte: Martin (1999).

b) O que não quer pagar

Em boa situação financeira, o devedor tem plenas condições de pagamento, mas não o faz pelas razões mais diversas. Esse grupo é classificado de acordo com o quadro 8.

(39)

36 Quadro 8 - Tipos de devedores que não querem pagar

Exigente É o consumidor que está descontente com a

mercadoria/negócio efetuado e tenta distorcer os termos definidos no momento da venda. Pode tratar-se também de mera desculpa para dilação de prazo.

Distraído Sem controle algum das próprias contas, é o

devedor despreocupado e sem atenção, que demonstra total falta de estrutura na administração de suas contas. Para ele, o simples esquecimento é uma coisa comum que deve ser compreendida e tolerada pelos credores.

Aproveitador É a pessoa que se utiliza da burocracia

existente para obter vantagens. Tem um bom conhecimento da lei e sabe que ganha prazo com a morosidade do sistema, só pagando em cartório ou após ajuizamento. É um dos tipos mais difíceis de se negociar, pois quase sempre já planeja o atraso antes de fazer a compra.

Esquentado Não assume a posição de devedor, colando

sempre a culpa em terceiros, respondendo os contatos de cobrança com insultos e grosserias.

Emotivo Esse tipo de devedor insiste em passar uma

imagem de que é honesto, trabalhador e que nada do que está acontecendo para não efetuar o pagamento é culpa dele e sim de fatalidades. Em alguns casos as finanças pessoais estão em ordem, porém ele não efetua o pagamento das mesmas.

Maquiado Esse devedor que tem o histórico adequado

(40)

37

fachada para deixar de pagar os credores.

Fonte: Martin (1999).

Conforme Martin (1999), a principal característica que difere o devedor que não pode pagar do que não quer pagar, é a existência da vontade de pagar, mesmo com a impossibilidade. Isso faz uma enorme diferença em relação aos devedores de má-fé.

2.2.4 Como sair do endividamento

Segundo o SPC e CNDL, 61,7 milhões de brasileiros estão com o nome negativado e possuem alguma conta em atraso ou fazem compras parceladas. E 36% dos inadimplentes recorrem a acordo com credor para limpar o nome e retirar o seu nome dos maus pagadores.

De acordo com a economista Marcela Kawauti do SPC Brasil:

O melhor caminho para colocar as finanças em ordem é se planejar, negociar e procurar prazos e condições de pagamento realistas que caibam no orçamento. Fugir ou se esconder do credor não fará com que a dívida desapareça.

De acordo com Pacheco (2017), aconselha-se 5 cinco passos para se livrar de dívidas e a exclusão do nome em listas de devedores em empresas de proteção ao crédito (SPC e SERASA), conforme o quadro 9.

(41)

38 Quadro 9 - 5 passos para se livrar das dívidas

Levantamento das dívidas Realize um levantamento de tudo que se deve para bancos e financeiras, seja cheques, boletos e cartões de crédito. Verifique o que está vencido e a vencer, e relacione também o que está vencido, como água, luz, escola, telefone, entre outros. Identifique quais são as despesas fixas, as essenciais e as supérfluas.

Orçamento Anote o valor da renda líquida e o valor que sairá nos próximos meses para pagar dívidas e despesas mensais. Utilize uma planilha ou um caderno. Priorizar pagamentos Procure quitar primeiro as contas

essenciais que correm risco de terem os serviços cortados, como água, luz, convênio médico, etc., e posteriormente priorize também o pagamento das dívidas que têm juros mais altos, como cheque especial e cartão de crédito. Renegociar as dívidas Ao negociar nunca tenha vergonha e sim

tranquilidade, pois você quer pagar e o credor quer receber. Procure saber da menor taxa e dos maiores prazos possíveis, lembrando do orçamento que fez e que as parcelas devem caber nele. Não havendo possibilidade de acordo entre as partes, você deverá poupar com disciplina o valor destinado para quitar as dívidas. Após um período, você já terá acumulado boa quantia para negociar o pagamento à vista.

Outras possibilidades Veja se é possível aumentar a renda fazendo trabalhos extras e vendendo algo que comprou e não utiliza mais. Fonte: Pacheco (2017).

Saber o destino do dinheiro é o primeiro passo para eliminar as dívidas. É preciso enxergar os gastos exagerados para adequar o padrão de vida a realidade financeira. Precisa-se focar nas dívidas mais urgentes, nas que possuem maiores taxas de juros, como os cartões de crédito e cheque especial (DOMINGOS, 2013).

(42)

39

2.3 Educação financeira

Segundo a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento (2005, p.13), a educação financeira pode ser definida como melhorias no entendimento da população acerca dos conceitos e produtos financeiros, desenvolvendo habilidades para o maior conhecimento das características, dos riscos e das oportunidades financeiras, e fazendo com que as decisões sejam melhor fundamentadas e contribuam para o aumento do bem-estar financeiro.

Dois conceitos importantes em relação às finanças pessoais é a distinção do conceito de educação e alfabetização financeira. De acordo com Huston (2010),

a educação financeira está mais relacionada com o conhecimento financeiro que o indivíduo possui. Logo, a alfabetização seria um conceito mais amplo que a educação financeira, sendo a combinação de três variáveis, quais sejam: conhecimento financeiro, atitude financeira e comportamento financeiro (SHOCKEY, 2002; OECD, 2011).

De acordo com a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento - OCDE (2004, p. 223):

Educação financeira sempre foi importante aos consumidores, para auxiliá-los a orçar e gerir a sua renda, a poupar e investir, e a evitar que se tornem vítimas de fraudes. No entanto, sua crescente relevância nos últimos anos vem ocorrendo em decorrência do desenvolvimento dos mercados financeiros, e das mudanças demográficas, econômicas e políticas.

A educação financeira e o endividamento estão atrelados, pois essa educação coopera com o sistema econômico, permitindo aos agentes consumirem produtos e serviços financeiros de forma adequada, reduzindo o descumprimento de obrigações com terceiros (PINHEIRO, 2008).

A alfabetização financeira dos indivíduos é motivo de preocupação de governos na maioria dos países. Cidadãos com baixos índices de alfabetização financeira possuem maior dificuldade em gerenciar suas próprias economias e tomar decisões financeiras de maneira racional e consciente (ATKINSON; MESSY, 2011).

Segundo Atkinson e Messy (2011), é fundamental que se possa medir e avaliar o grau de conhecimento e compreensão sobre as finanças da população, para que, dessa forma, seja possível identificar quais aspectos precisam de mais

(43)

40 atenção e melhorias. Além disso, é importante detectar quais nichos populacionais apresentam maiores deficiências e devem ser priorizados.

A educação financeira é um dos principais instrumentos para a conscientização dos indivíduos quanto à criação do hábito de poupar, de como melhor dividir sua renda entre consumo e poupança, dos investimentos mais adequados ao seu perfil, da boa gestão das finanças, eliminando ou diminuindo preocupações com endividamentos. Esse processo de capacitação financeira também auxilia as pessoas na sua relação com o dinheiro e instrumentos financeiros, o entendimento dos conceitos financeiros e as ações no dia-a-dia das pessoas (CAETANO, 2015).

A educação financeira contribui também para proteger os consumidores de pessoas mal intencionadas, utilizando como instrumento o conhecimento. Essa exposição, juntamente com a falta de informações consistentes, leva as pessoas a agirem de forma financeiramente irresponsável ou serem “vítimas” de práticas de empréstimos abusivos, que têm como alvo segmentos mais vulneráveis da população, resultando em pagamentos exorbitantes e dilapidação de patrimônios

(CAETANO, 2015).

Sob a perspectiva do bem-estar do indivíduo, a ausência de educação financeira acarreta em impactos sobre a qualidade de vida dos consumidores, haja vista que as dívidas geram estresse, insônia, depressão, problemas familiares e outros desequilíbrios sociais, onde o trabalho é afetado, pois pessoas endividadas tendem a produzir menos (WISNIEWSKI, 2011, p.157).

No plano de ensino do Ministério da Educação e Cultura (MEC), não é obrigatório o ensino de educação financeira, porém o acesso à educação financeira permitiria às famílias brasileiras controlar e planejar melhor sua renda. Estabelecer metas, prioridades e o planejamento permitem uma administração consciente das receitas. Controlar o orçamento doméstico é um caso de controle financeiro pessoal. A educação financeira tem fundamental importância na formação de indivíduos consumidores conscientes de suas finanças, além de proporcionar melhoria na qualidade de vida e crescimento econômico sólido. (REZENDE, 2014).

(44)

41

3 METODOLOGIA

Nesta seção, são apresentados os aspectos metodológicos para a realização da pesquisa.

3.1 Caracterização da pesquisa

Trata-se de um estudo abrigado na perspectiva teórica positivista, pois a proposta positivista procura os fatos ou as causas de fenômenos sociais, dando pouca importância ao estado subjetivo do indivíduo e a causa e efeito. Portanto, o raciocínio lógico é aplicado à pesquisa de modo que precisão, objetividade e rigor substituam palpites e experiência como a maneira de investigar problemas de pesquisas. O positivismo se baseia na crença de que o estudo do comportamento humano deve ser conduzido da mesma maneira que os estudos conduzidos nas ciências naturais. Ele supõe que a realidade social é independentemente de estarmos cientes dela (COLLIS; HUSSEY, 2005).

Quanto aos propósitos, este estudo se classifica como descritivo, pois descreve o comportamento dos fenômenos. É usado para identificar e obter informações sobre as características de determinado problema ou questão (COLLIS; HUSSEY, 2005).

Em consequência, quanto aos meios, trata-se de um estudo aplicado, de lógica dedutiva, utilizando uma estratégia de pesquisa do tipo quantitativa por meio de um survey, método no qual uma amostra de sujeitos é retirada de uma população e estudada para se fazer inferências sobre essa população (COLLIS; HUSSEY, 2005).

3.2 População e amostra

Como estudo quantitativo, definiu-se como população os moradores do bairro Edson Queiroz da cidade de Fortaleza. De acordo com o censo de 2010, o bairro possui 17.657 moradores, considerando a população a partir de 15 anos, com grau de confiança de 80% e margem de erro 5%, conforme a tabela 1. Definiu-se uma amostra de 163 respondentes, representativos da população indicada, escolhidos de maneira aleatória.

(45)

42 Para calcular o tamanho da amostra foi utilizada a formula de amostragem aleatória simples, conforme a seguir:

𝑛 = 𝑁. Z . 𝑝. (1 − 𝑝) 𝑍 . 𝑝. (1 − 𝑝) + 𝑒 . (𝑁 − 1)

Onde:

n - amostra calculada; N - população;

Z - variável normal padronizada associada ao nível de confiança; p - verdadeira probabilidade do evento;

e - erro amostral.

Tendo como valores para a pesquisa: n=163 N = 17.657 Z= 1,28 p=0,80 e=5% Tabela 1 - Amostra Universo populacional Amostra Grau de confiança (%) Margem de erro (%) 17.657 163 80 5

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.3 Coletas de dados

Sendo um estudo quantitativo, a coleta de dados primários se fez por meio de questionário fechado com espaços para manifestação do respondente. O questionário foi retirado da dissertação de mestrado de autoria de Larissa de Lima Trindade, com o título Determinantes Da Propensão Ao Endividamento: Um Estudo Nas Mulheres Da Mesorregião Centro Ocidental Rio-Grandense. O instrumento usado nesta pesquisa foi adaptado.

(46)

43 O questionário original contém 22 questões, das quais foram utilizadas 18 perguntas e as seguintes perguntas não foram utilizadas, pois não eram o foco desse estudo:

1. Com relação à raça, você se considera? 2. Qual é a sua ascendência?

3. Qual das afirmações seguintes é a mais próxima da quantidade de risco que você está disposta a assumir quando economiza ou faz investimentos?

4. Em geral, de que modo seu melhor amigo (a) a descreveria como uma tomadora derisco?

Foram acrescentadas 11 perguntas, para melhorar o foco do estudo. O questionário do estudo original tinha como foco somente as mulheres. Neste, o foco é na pessoa responsável pelas finanças da família, tendo sido acrescentadas duas perguntas para cumprir esse objetivo: você é responsável pelas finanças da sua família? E o sexo do respondente. Para conhecer o perfil das dívidas e o de planejamento financeiro, foram inseridas as seguintes questões:

1. Qual é o valor aproximado das suas dívidas? 2. O seu comprometimento com elas é de?

3. Já fez algum empréstimo para pagar as dívidas?

4. Qual tipo de despesa mais afetou suas dívidas?

5. O seu nome já esteve ou está na lista de proteção ao crédito (SPC ou Serasa)?

6. Você costuma fazer planejamento financeiro pessoal? 7. Os seus planejamentos geralmente são para que período? 8. Qual é a forma que realiza o planejamento Financeiro?

9. Onde foi adquirido o conhecimento que você possui para administrar o seu dinheiro?

O questionário é composto de 28 perguntas, sendo as três primeiras perguntas para saber se o entrevistado se encaixa no público alvo do estudo. As perguntas de 4 a 11 são para conhecer o perfil social, 12 a 21 são para identificar o

(47)

44 perfil financeiro e dívida e 22 a 28 são para identificar os aspectos de planejamento financeiro dos entrevistados. O questionário está disponível em apêndice.

A pesquisa foi aplicada do período do dia 20 de abril de 2018 a 15 de maio de 2018 e foi aplicada pessoalmente nas residências do bairro Edson Queiroz. A principal dificuldade para aplicação da pesquisa foi pela situação de violência do bairro, que, para poder ser realizada, tinha que ser em determinados horários do dia.

3.4 Posição do pesquisador

O pesquisador mora na localidade onde foi realizada a pesquisa, além de estar inserido na mesma classe econômica dos respondentes. Pelo fato do pesquisador ter proximidade com a realidade do estudo, se torna mais acessível o contato com os respondentes. A forma de análise foi através de gráficos e tabelas descritivos e os dados foram tabulados na planilha eletrônica Excel.

(48)

45

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Nesta seção, são apresentados os dados da pesquisa realizada no presente estudo.

4.1 Análise dos dados

4.1.1 Identificação dos participantes

Dos 163 entrevistados, 34% possuem renda familiar de R$ 478,00 a R$ 954,00, 26% de R$ 954,00 a R$ 1.200,00 e 24% de R$ 1.201,00 a R$ 1.500,00, conforme o gráfico 1. O gráfico 2 mostra a renda individual da pessoa responsável pelas finanças da família, sendo 50% entre R$ 478,00 a R$ 954,00.

Gráfico 1 - Renda bruta mensal da sua família (pode ser aproximada)

Fonte: Elaborado pelo autor. 34% 26% 24% 10% 5% 1% De R$ 478,00 a R$ 954,00 De R$ 945 a R$ 1.200,00 De R$ 1.201,00 a R$ 1.500,00 De R$ 1.501,00 a R$1.800,00

(49)

46 Gráfico 2 - Sua renda bruta mensal individual (pode ser aproximada)

Fonte: Elaborado pelo autor.

69% dos entrevistados são do sexo feminino, 33% têm a idade entre 30 e 35 anos e 30% de 22 a 29 anos. Sendo que 54% estão em união estável, 62% possuem filhos e 97% tem dependentes financeiros, conforme a tabela 2.

Tabela 2 - Identificação dos entrevistados

Fonte: Elaborado pelo autor. 5% 1% 50% 25% 14% 4% 1% R$ 0,00 De 0,00 a R$ 477,00 De R$ 478,00 a R$ 954,00 De R$ 945 a R$ 1.200,00 De R$ 1.201,00 a R$ 1.500,00

Pergunta Opções Porcentagem (%)

Sexo Feminino 69 Masculino 31 Idade 15 a 21 anos 6 22 a 29 anos 30 30 a 35 anos 33 36 a 40 anos 16 41 a 50 anos 5 Acima de 50 anos 10 Estado civil Casada 17 Solteira 54 União estável 14 Viúva 8 Separada 7

Possui filhos Sim 62

Não 38

Possui dependentes Sim 97

Não 3

Tipo de moradia

Própria 79

Alugada 20

(50)

47 De acordo com a tabela acima, 79% possui casa própria, 48% possui o ensino médio, 43% são trabalhadores assalariados e 27% são empregadas domésticas, conforme gráficos 3 e 4.

Gráfico 3 - Escolaridade

Fonte: Elaborado pelo autor.

Gráfico 4 - Ocupação

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.1.2 Perfil financeiro e dívidas

68% dos entrevistados não recebem ajuda financeira, 32% recebem, sendo que 27% recebem ajuda do Governo, 4% de parentes ou amigos e 1% dos filhos, conforme o gráfico 5. Referente à ajuda do Governo, todos os entrevistados

12% 13% 15% 48% 6% 5% Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental completo Ensino Médio Incompleto Ensino Médio completo Ensino Superior Incompleto Ensino Superior 5% 5% 1% 43% 27% 19%

Não trabalha fora É aposentado É funcionário público Empregado assalariado É empregada doméstica

(51)

48 responderam que recebem Bolsa Família, sendo que a média do benefício é no valor de R$ 113,69.

Gráfico 5 - Recebe ajuda financeira

Fonte: Elaborado pelo autor.

Gráfico 6 - Valores da ajuda financeiro do governo

Fonte: Elaborado pelo autor.

De acordo com a tabela 3, 13,90% dos entrevistados disseram possuir algum tipo de dívida e 10% não possuem dívidas. Isso significa que eles realizam as compras à vista. Sendo que dos 90% que possuem dívidas, 58% são dívidas com crediário, 39% com cartão de crédito, 1% com financiamento, empréstimo pessoal e outros.

68%

1% 4%

27%

Não recebo ajuda

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