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Um modelo híbrido de simulação em tempo real para estimação de desgaste de equipamentos: uma aplicação na área de perfuração de poços

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Academic year: 2021

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Rodolfo Wilvert Reitz

UM MODELO H´IBRIDO DE SIMULAC¸ ˜AO EM TEMPO REAL PARA ESTIMAC¸ ˜AO DE DESGASTE DE EQUIPAMENTOS: UMA APLICAC¸ ˜AO NA ´AREA DE

PERFURAC¸ ˜AO DE POC¸ OS

Disserta¸c˜ao submetida ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Com-puta¸c˜ao da Universidade Federal de Santa Catarina para a obten¸c˜ao do Grau de Mestre em Ciˆencia da Com-puta¸c˜ao.

Orientador

Universidade Federal de Santa Cata-rina: Paulo Jos´e de Freitas Filho, Dr.

Florian´opolis 2018

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Rodolfo Wilvert Reitz

UM MODELO H´IBRIDO DE SIMULAC¸ ˜AO EM TEMPO REAL PARA ESTIMAC¸ ˜AO DE DESGASTE DE EQUIPAMENTOS: UMA APLICAC¸ ˜AO NA ´AREA DE

PERFURAC¸ ˜AO DE POC¸ OS

Esta Disserta¸c˜ao foi julgada aprovada para a obten¸c˜ao do T´ıtulo de “Mestre em Ciˆencia da Computa¸c˜ao”, e aprovada em sua forma final pelo Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Computa¸c˜ao da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florian´opolis, 21 de junho 2018.

Prof. Jos´e Lu´ıs Almada G¨untzel, Dr. Coordenador do Programa Banca Examinadora:

Prof. Paulo Jos´e de Freitas Filho, Dr. Universidade Federal de Santa Catarina

Orientador

Profa. Silvia Modesto Nassar, Dra. Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Mauro Roisenberg, Dr. Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Carlos Magno Couto Jacinto, Dr. Universidade Federal Fluminense

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Dedico este trabalho aos meus pais, Fran-cisco e Arlete e `a minha esposa L´ıdia.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado esta oportunidade, sa´ude e for¸ca para superar as dificuldades.

Aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Ao meu orientador, Prof. Paulo Jos´e de Freitas Filho, pela con-fian¸ca, amizade e paciˆencia. Obrigado pelos suportes e ensinamentos compartilhados.

`

A minha esposa L´ıdia Carolina da Luz, pelo amor, companhei-rismo e pela paciˆencia.

Aos amigos e membros diretos e indiretos do laborat´orio Perfor-manceLab da UFSC que fizeram parte da minha pesquisa: Arnoldo, Arthur, Diego, Jo˜ao, Lucas, Tiago, Mariana, Sanjay.

`

A Coordena¸c˜ao de Aperfei¸coamento de Pessoal de N´ıvel Supe-rior pelo recurso do Programa de Demanda Social (CAPES/DS) que promoveu esta pesquisa associada ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Computa¸c˜ao da UFSC.

Ao Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES), pelos investi-mentos em projetos de pesquisa e desenvolvimento junto ao laborat´orio PerformanceLab.

A todos os professores que fizeram parte da minha vida. Enfim, a todos que de uma forma ou de outra contribu´ıram para a realiza¸c˜ao desta disserta¸c˜ao. Muito obrigado!

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RESUMO

A minimiza¸c˜ao do custo de perfura¸c˜ao de um po¸co de petr´oleo ´e al-can¸cada principalmente pela redu¸c˜ao do tempo necess´ario para com-pletar a opera¸c˜ao, que por sua vez, pode ser obtida atrav´es do aumento da taxa de perfura¸c˜ao, em inglˆes Rate of Penetration (ROP). A ROP ´e resultante de uma combina¸c˜ao de fatores, como a forma¸c˜ao litol´ogica, os parˆametros operacionais aplicados e o desgaste da broca. Esta dis-serta¸c˜ao aborda o desgaste de brocas durante a perfura¸c˜ao, usando um m´etodo que combina uma equa¸c˜ao f´ısica, t´ecnicas de an´alise de risco e minera¸c˜ao de dados para estimar o comportamento do desgaste da broca, representado atrav´es de uma distribui¸c˜ao de probabilidades para cada metro perfurado em tempo real. O m´etodo recebe como entrada dados hist´oricos de opera¸c˜oes de perfura¸c˜ao contendo os parˆametros operacionais aplicados, os perfis litol´ogicos encontrados por metro at´e a troca da broca, incluindo o desgaste final observado da broca. O m´etodo utiliza clusteriza¸c˜ao para identificar os principais cen´arios da opera¸c˜ao, e distribui¸c˜oes de probabilidades para representarem o com-portamento das vari´aveis e coeficientes do modelo anal´ıtico empregado. Experimentos foram conduzidos com dados reais para testar a validade e acur´acia do m´etodo e os resultados demonstraram a relevˆancia desta abordagem.

Palavras-chave: Simula¸c˜ao, Monte Carlo, An´alise de riscos, Desgaste de brocas, Minera¸c˜ao de dados.

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ABSTRACT

Minimization of the cost of drilling an oil well is primarily achieved by reducing the operation completion time, which in turn can be achieved by increasing the Rate of Penetration (ROP). The ROP is the result of a combination of factors, such as lithological formation, operatio-nal parameters, and bit wear. This paper addresses bit wear during drilling, using a method that combines a physical equation, techni-ques for risk analysis, and data mining to estimate the behavior of bit wear, represented by a probability distribution for each drilled meter in real time. The method receives as input historical data from drilling processes containing used operational parameters, observed lithologi-cal profiles per meter until the drill change, including observed final drill wear. The method employs clustering to identify the main opera-ting scenarios and probability distributions to represent the behavior of the variables and coefficients of the analytical model employed. Ex-periments were conducted with real-world data to test the method’s validity and accuracy and the results demonstrated the relevancy of this approach.

Keywords: Simulation, Monte Carlo, Risk Analysis, Drill Bit Wear, Data Mining.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fluxograma k-means. . . 26

Figura 2 Representa¸c˜ao esquem´atica de um modelo de sistema. . 27

Figura 3 Classifica¸c˜ao dos sistemas. . . 28

Figura 4 Distribui¸c˜ao de frequˆencias relativas acumulada para os tempo entre chegadas. . . 31

Figura 5 Ilustra¸c˜ao da rela¸c˜ao entre F(x) e G(F(x)). . . 32

Figura 6 Representa¸c˜ao esquem´atica do MMC. . . 35

Figura 7 An´alise, avalia¸c˜ao e controle de riscos. . . 36

Figura 8 Modelo gravata borboleta (bow-tie model ). . . 37

Figura 9 Primeira etapa do m´etodo: clusteriza¸c˜ao dos dados e fitting das PDF para cada vari´avel em cada cluster. . . 44

Figura 10 Atualiza¸c˜ao dos conjuntos de dados gerados para um registro i = 3 em um conjunto de dados hist´orico h. . . 45

Figura 11 Conjuntos de dados gerados a partir de um conjunto de dados hist´oricos h. . . 45

Figura 12 Etapa de identifica¸c˜ao da PDF para o coeficiente Wc de um determinado conjunto de dados hist´oricos h. . . 46

Figura 13 Atualiza¸c˜ao dos conjuntos de dados em gera¸c˜ao em um determinado metro i. . . 47

Figura 14 Aplica¸c˜ao dos conjuntos gerados no modelo anal´ıtico. . . 48

Figura 15 Clusters obtidos na etapa 1. . . 50

Figura 16 PDF identificadas (fitting) em trˆes clusters. . . 51

Figura 17 PDF identificadas para o coeficiente Wcem trˆes corridas hist´oricas. . . 51

Figura 18 Comparativo entre o desgaste real e o desgaste previsto nas corridas de teste. . . 52

Figura 19 Desgastes simulados por metro para a corrida 5 da Figura 18. . . 53

Figura 20 Histogramas das simula¸c˜oes dos metros 64, 128, 192 e 254 para a corrida 5 da Figura 18. . . 53

Figura 21 Comparativo entre o desgaste real e o desgaste previsto nas corridas utilizadas para aderir as distribui¸c˜oes. . . 54

Figura 22 RMSE obtidos em 1000 execu¸c˜oes do m´etodo proposto com diferentes corridas para fitting das PDCs e para teste. . . 55

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Figura 23 RMSE obtidos em 1000 execu¸c˜oes do m´etodo proposto com diferentes corridas para fitting das PDCs e para teste. . . 56 Figura 24 RMSE obtidos em 500 execu¸c˜oes do m´etodo com corri-das diferentes para fitting e teste, usando dados de brocas do tipo Impregnada. . . 57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Corridas onde o motivo da retirada foi por ROP baixa. 22 Tabela 2 Tempo em minutos entre chegadas de autom´oveis em um posto de lava¸c˜ao. . . 30 Tabela 3 Distribui¸c˜ao de frequˆencias para os tempo entre chega-das. . . 30 Tabela 4 Sugest˜ao de estimadores. . . 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

VUR Vida ´Util Restante MMC M´etodo Monte Carlo ROP Rate of Penetration

PDF Fun¸c˜ao Densidade de Probabilidade GNA Gerador de N´umeros Aleat´orios GR Gerenciamento de Riscos BYM Modelo de Bourgoyne e Young PDC Polycrystalline Diamond Compact RPM Rota¸c˜oes Por Minuto

PSB Peso Sobre a Broca

CCS Confined Compressive Strength Abr Abrasividade

UCS Unconfined Compressive Strength RMSE Root-Mean-Square Error

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SUM ´ARIO 1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 21 1.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO . . . 21 1.2 PROBLEMA . . . 21 1.3 JUSTIFICATIVA E MOTIVAC¸ ˜AO . . . 22 1.4 OBJETIVO GERAL . . . 22 1.5 OBJETIVOS ESPEC´IFICOS . . . 23 1.6 ESTRUTURA DA DISSERTAC¸ ˜AO . . . 23 2 BASE CONCEITUAL . . . 25 2.1 AGRUPAMENTOS . . . 25 2.2 SIMULAC¸ ˜AO . . . 25

2.2.1 Classifica¸c˜ao dos Sistemas e Modelos . . . 28

2.2.2 Tratando a Variabilidade dos Sistemas . . . 29

2.2.2.1 Distribui¸c˜ao de Frequˆencias . . . 29

2.2.2.2 Fun¸c˜ao Densidade de Probabilidade (PDF) . . . 31

2.2.2.2.1Estima¸c˜ao de Parˆametros . . . 32

2.2.2.3 Testes de Aderˆencia . . . 33

2.2.2.3.1Teste Qui-quadrado . . . 33

2.2.2.3.2Teste Kolmogorov-Smirnov . . . 34

2.2.3 M´etodo Monte Carlo (MMC) . . . 35

2.3 GERENCIAMENTO DE RISCOS (GR) . . . 36

2.3.1 Gerenciamento de Riscos com M´etodo Monte Carlo 38 3 TRABALHOS RELACIONADOS . . . 39

4 M ´ETODO PROPOSTO . . . 43

4.1 ETAPA 1 . . . 43

4.2 ETAPA 2 . . . 44

4.3 ETAPA 3 . . . 46

4.4 APLICAC¸ ˜AO EM TEMPO REAL . . . 46

5 EXPERIMENTOS E RESULTADOS . . . 49

5.1 EXPERIMENTO I . . . 49

5.2 EXPERIMENTO II . . . 54

5.3 EXPERIMENTO III . . . 55

5.4 EXPERIMENTO IV . . . 56

6 COMENT ´ARIOS FINAIS . . . 59

6.1 CONCLUS ˜AO . . . 59

6.2 TRABALHOS FUTUROS . . . 60

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1 INTRODUC¸ ˜AO

1.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO

Machine prognostics ´e uma ´area da engenharia voltada ao es-tudo de m´etodos para estimar a Vida ´Util Restante (VUR) de um sistema, m´aquina ou componente (WIDODO; YANG, 2011). Existem duas abordagens principais para a estimativa da VUR (CHEN; ZHANG; VACHTSEVANOS, 2012). A primeira ´e f´ısica, mais complexa e dif´ıcil de desenvolver, mas oferece resultados mais precisos. A segunda op¸c˜ao ´e a constru¸c˜ao de modelos de previs˜ao baseados em dados. Um exemplo dessa abordagem s˜ao os modelos baseados em redes neurais.

Durante a perfura¸c˜ao de po¸cos para extra¸c˜ao de petr´oleo, o com-portamento do desgaste da broca, ou VUR da broca, ´e um fator crucial para a previs˜ao do custo final da opera¸c˜ao de perfura¸c˜ao. Contudo, n˜ao ´

e poss´ıvel medir o desgaste da broca durante a perfura¸c˜ao (LIN; TING, 1996). Devido a essa limita¸c˜ao, h´a uma s´erie de modelos para estimar o desgaste da broca durante o processo de perfura¸c˜ao dispon´ıveis na literatura, a maioria dos quais s˜ao anal´ıticos.

Modelos anal´ıticos e t´ecnicas de simula¸c˜ao podem ser combina-dos em uma abordagem h´ıbrida para an´alise de riscos afim de estimar a VUR da broca, servindo de apoio nas tomadas de decis˜oes ( MOSTA-FAVI et al., 2011). Um modelo anal´ıtico pode ser utilizado para estimar o desgaste da broca e o M´etodo Monte Carlo (MMC) pode ser empre-gado para calcular o risco (probabil´ıstico) associado ao valor estimado para o desgaste.

1.2 PROBLEMA

Embora o MMC possa ser o m´etodo mais utilizado para gerar cen´arios voltados a avalia¸c˜ao de riscos, ´e importante que sejam tomadas certas precau¸c˜oes ao usar esse m´etodo. Se as rela¸c˜oes entre as vari´aveis n˜ao forem estudadas suficientemente e/ou n˜ao forem tratadas de forma adequada, ´e poss´ıvel que o m´etodo produza cen´arios incompat´ıveis com o sistema real, por exemplo, valores conflitantes para duas ou mais va-ri´aveis de entrada.

Uma importante quest˜ao relacionada aos modelos anal´ıticos para previs˜ao do desgaste da broca em tempo real ´e que a maioria deles exige a inser¸c˜ao de alguns coeficientes para alcan¸car o ajuste do modelo. Em

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geral, esses coeficientes s˜ao baseados no comportamento da vari´avel de desgaste da broca e s˜ao identificados usando dados hist´oricos. Portanto, se os dados de um po¸co P, perfurado no passado, s˜ao empregados como base para configurar os coeficientes do modelo, este ir´a gerar boas pre-vis˜oes se o po¸co a ser perfurado tiver caracter´ısticas semelhantes `as do po¸co P.

1.3 JUSTIFICATIVA E MOTIVAC¸ ˜AO

Encontrar as rela¸c˜oes entre vari´aveis pode ser uma tarefa com-plexa. Algumas t´ecnicas para separar os dados em grupos (clusters), de forma que cada grupo contenha observa¸c˜oes similares entre si, minimiza o problema do tratamento das rela¸c˜oes entre vari´aveis.

Empregar um m´etodo de progn´ostico para estimar o grau de des-gaste da broca ´e relevante para a otimiza¸c˜ao do processo de perfura¸c˜ao. Se a decis˜ao de retirar a broca que est´a completamente desgastada ´e atrasada ou tomada prematuramente, o custo da perfura¸c˜ao pode au-mentar significativamente. A Tabela 1 ´e a an´alise de uma base de dados de opera¸c˜oes de perfura¸c˜ao com 84 brocas, ou 84 corridas, cujo motivo de retirada da broca foi por ROP baixa. Observa-se que em cerca de 58% das corridas ocorreu a retirada precoce da broca (considera-se um desgaste alto quando o mesmo ´e classificado como 7 ou 8 na escala IADC Dull Grading ).

Tabela 1 – Corridas onde o motivo da retirada foi por ROP baixa. Desgaste observado 1 2 3 4 5 6 7 8

Frequˆencia 2 12 5 13 4 13 9 26 Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

1.4 OBJETIVO GERAL

O objetivo principal deste trabalho ´e propor um m´etodo de si-mula¸c˜ao que com base em dados hist´oricos e observados na perfura¸c˜ao em curso produz uma distribui¸c˜ao dos prov´aveis valores que o desgaste da broca pode assumir.

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1.5 OBJETIVOS ESPEC´IFICOS

• Utilizar abordagem h´ıbrida com um modelo anal´ıtico para pre-vis˜ao do desgaste da broca e o MMC

• Pesquisar modelo anal´ıtico a ser utilizado nas simula¸c˜oes. • Definir um modo para detectar os principais cen´arios da opera¸c˜ao

de perfura¸c˜ao para evitar a gera¸c˜ao de cen´arios incompat´ıveis com sistema real durante as simula¸c˜oes.

• Determinar uma forma de encontrar as distribui¸c˜oes que repre-sentaram o coeficiente do modelo anal´ıtico por conjunto de dados hist´oricos.

• Propor e avaliar o m´etodo.

1.6 ESTRUTURA DA DISSERTAC¸ ˜AO

Esta disserta¸c˜ao est´a organizada em mais 5 cap´ıtulos da se-guinte forma: O cap´ıtulo 2 apresenta a base conceitual das teorias necess´arias pelo m´etodo proposto, abrangendo agrupamentos, amostra-gem aleat´oria, MMC e gerenciamento de riscos. O cap´ıtulo 3 discute os trabalhos relacionados. O cap´ıtulo 4 descreve o m´etodo proposto. O cap´ıtulo 5 apresenta os experimentos realizados comentando os resul-tados obtidos e, finalmente, o cap´ıtulo 6 cont´em uma discuss˜ao sucinta sobre os resultados, sugest˜oes de temas para trabalhos futuros e a con-clus˜ao do estudo.

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2 BASE CONCEITUAL 2.1 AGRUPAMENTOS

Agrupamento, segundo Sumathi e Sivanandam (2006), ´e um pro-cesso para separar um conjunto de observa¸c˜oes em v´arios grupos (clus-ters), de acordo com uma fun¸c˜ao de similaridade, como a distˆancia euclidiana, equa¸c˜ao 2.1, sendo p = (p1, p2, ..., pn) e q = (q1, q2, ..., qn)

observa¸c˜oes num espa¸co n-dimensional.

D(p, q) = v u u t n X i=1 (qi− pi)2 (2.1)

Agrupamentos pode ser visto como um problema de otimiza¸c˜ao, em que cada m´etodo vai em busca da melhor combina¸c˜ao de grupos de acordo com a fun¸c˜ao de similaridade empregada. Por exemplo, m´etodos de agrupamento que utilizam distˆancia euclidiana tˆem como objetivo minimizar as distˆancias entre o centroide (ou centro de massa) do clus-ter e as observa¸c˜oes do mesmo.

Devido a sua simplicidade, k-means ´e o algoritmo de agrupa-mento mais popular. A Figura 1 mostra o funcionaagrupa-mento do algoritmo, que consiste principalmente de um loop que atribui cada observa¸c˜ao no cluster mais pr´oximo e recalcula o centroide de cada cluster. O loop s´o termina quando nenhuma observa¸c˜ao mudar de cluster. H´a v´arias ma-neiras de selecionar as k observa¸c˜oes para serem os centroides iniciais, uma delas ´e selecionar aquelas que s˜ao mais distantes entre si.

2.2 SIMULAC¸ ˜AO

Pegden, Sadowski e Shannon (1995) definem simula¸c˜ao como sendo um processo composto de 3 etapas. A primeira consiste em projetar um modelo computacional que descreve o comportamento de um sistema. Em seguida conduzir experimentos com o modelo com o prop´osito de entender seu comportamento. E por fim, avaliar es-trat´egias para sua opera¸c˜ao, isto ´e, prever o efeitos devido a altera¸c˜oes na opera¸c˜ao do sistema.

Um sistema pode ser definido como “um conjunto de objetos, como pessoas ou m´aquinas, que atuam e interagem com a inten¸c˜ao

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Figura 1 – Fluxograma k-means.

k = total de clusters Selecionar k centroides iniciais Recalcular centroides Cada observação é alocada

no cluster cuja distância até centroide é a menor Não Início Fim Sim Alguma observação mudou de cluster?

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

de alcan¸car um objetivo ou um prop´osito l´ogico” (SCHMIDT; TAYLOR, 1970). Enquanto o modelo procura imitar e criar uma hist´oria artifi-cial da atua¸c˜ao e desempenho do sistema, geralmente o modelo ´e mais simplificado sobre a organiza¸c˜ao e o funcionamento do sistema e geral-mente ´e expresso na forma de rela¸c˜oes matem´aticas ou l´ogicas que, no seu conjunto, constituem o que se denomina de modelo.

A simula¸c˜ao permite ao usu´ario verificar ou encaminhar solu¸c˜oes, com a profundidade desejada, aos problemas com os quais lida diaria-mente. Devido ao crescimento da capacidade de processamento dos computadores, a simula¸c˜ao geralmente ´e realizada atrav´es de ferra-mentas computacionais que podem executar milhares de simula¸c˜oes (KELTON, 2002). A Figura 2 ilustra o funcionamento do modelo de simula¸c˜ao relacionando com o sistema modelado.

Devido a modelagem do sistema investigado, a simula¸c˜ao pro-porciona ao usu´ario a possibilidade de realizar estudos sobre o mesmo afim de responder quest˜oes do tipo “O que aconteceria se?” sem que o sistema seja perturbado. Vale ressaltar que a simula¸c˜ao tamb´em permite que estudos sobre sistemas em desenvolvimento afim de ob-ter melhor eficiˆencia quando conclu´ıdo. Al´em disso, h´a outros fatores para utiliza¸c˜ao de simula¸c˜ao no projeto de um sistema (FREITAS FILHO, 2008):

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Figura 2 – Representa¸c˜ao esquem´atica de um modelo de sistema. Sistema do Mundo Real

Modelo de Simulação Entradas (Dados) Saídas (Respostas) Experimentação Fonte: Freitas Filho (2008).

da simula¸c˜ao. Assim, a simula¸c˜ao pode auxiliar a identificar poss´ıveis problemas, como gargalos, ou quais vari´aveis s˜ao mais importantes para o funcionamento do sistema.

• Existˆencia de ferramentas de simula¸c˜ao com anima¸c˜oes do com-portamento do sistema durante as simula¸c˜oes e com a possibi-lidade de controlar o tempo, permitindo assim estudar melhor certos momentos.

• Economia de tempo e recursos financeiros no desenvolvimento do sistema, evitando poss´ıveis mudan¸cas que s˜ao detectadas pela simula¸c˜ao.

• O comportamento do modelo de simula¸c˜ao pode ser semelhante ao sistema modelado, e ap´os criado, pode ser testado in´umeras vezes

Quando conclu´ıdo, experimentos com o sistema podem ser dis-pendiosos, como analisar os efeitos da troca uma pe¸ca de alto custo, ou inapropriados, por exemplo em situa¸c˜oes de emergˆencia, assim a simula¸c˜ao ´e uma alternativa mais vi´avel comumente empregada nesses casos.

Apesar de a simula¸c˜ao ser uma excelente ferramenta, h´a cer-tos obst´aculo, j´a que nem sempre a modelagem ´e uma tarefa simples, podendo requerer um treinamento especial; a interpreta¸c˜ao dos resul-tados da simula¸c˜ao pode ser complexa; modelagens diferentes podem ter resultados semelhantes, mas dificilmente ser˜ao iguais.

Al´em disso, segundo Freitas Filho (2008), a simula¸c˜ao pode ser empregada de forma errˆonea, de maneira que os resultados produzidos s˜ao menos ´uteis que os esperados devido `a pouco conhecimento da fer-ramenta de simula¸c˜ao; objetivos com pouca clareza ou mal definidos que podem levar a resultados vagos; a constru¸c˜ao de modelos muito

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detalhados resultam em maior tempo de desenvolvimento e uma lenta execu¸c˜ao computacional, o n´ıvel de detalhes deve ser o suficiente para satisfazer os objetivos tra¸cados; realizar conclus˜oes a partir de uma ´

unica replica¸c˜ao, a simula¸c˜ao de modelos que representam sistemas es-toc´asticos deve ser replicada v´arias vezes afim de capturar os prov´aveis resultados.

Os motivos para utilizar simula¸c˜ao parecem claros. Por´em ´e o problema a ser resolvido que define os objetivos e o tipo de modelo de simula¸c˜ao que deve ser desenvolvido.

A maioria dos modelos de simula¸c˜ao s˜ao do tipo entrada-sa´ıda, ou seja, para determinadas entradas h´a respostas espec´ıficas. Assim, di-ferente dos modelos de otimiza¸c˜ao que buscam por uma solu¸c˜ao ´otima, os modelos de simula¸c˜ao s˜ao mais apropriados para analisar o compor-tamento do sistema para determinadas entradas.

2.2.1 Classifica¸c˜ao dos Sistemas e Modelos

Segundo Freitas Filho (2008), os sistemas podem ser classificados como est´aticos ou dinˆamicos, ou seja, se alteram ou n˜ao ao longo do tempo. Os sistemas dinˆamicos se especificam em determin´ısticos ou ale-at´orios, onde ´e poss´ıvel predeterminar ou n˜ao o estado de uma vari´avel do sistema. Por fim, os sistemas aleat´orios se dividem em discretos, com altera¸c˜oes em pontos discretos do tempo, ou cont´ınuos, que se alteram continuamente ao longo do tempo. A Figura 3 ilustra as rela¸c˜oes entre as classes apresentadas.

Figura 3 – Classifica¸c˜ao dos sistemas. Sistemas

Estáticos Dinâmicos

Determinísticos Aleatórios

Contínuos Discretos Fonte: Freitas Filho (2008).

Assim como os sistemas, os modelos s˜ao semelhante classificados. Por´em ´e necess´ario que o modelo seja discreto para que se possa simular em um computador.

Este trabalho trata o desgaste da broca durante a perfura¸c˜ao que ´e considerado dinˆamico, aleat´orio e cont´ınuo, entretanto, alguns

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siste-29

mas cont´ınuos podem ser representados atrav´es de modelos discretos, como ´e o caso do desgaste da broca que pode ser discretizado para cada metro perfurado.

2.2.2 Tratando a Variabilidade dos Sistemas

Um do requisitos do modelo de um sistema estoc´astico ´e que in-corpore a variabilidade do sistema investigado, existem t´ecnicas para reproduzir de forma semelhante essa variabilidade, como por exemplo, distribui¸c˜ao de frequˆencias (emp´ırica) e fun¸c˜ao densidade de probabili-dade (te´orica). Ambas as t´ecnicas s˜ao bastante empregadas em muitos m´etodos para gera¸c˜ao de amostras, como o MMC (FREITAS FILHO, 2008).

Todas as t´ecnicas para gera¸c˜ao de valores para vari´aveis aleat´ o-rias baseiam-se na pr´evia gera¸c˜ao de um n´umero r a partir de algum Gerador de N´umeros Aleat´orios (GNA) que ´e capaz de gerar n´umeros independentes e uniformemente distribu´ıdos no intervalo (0, 1). Dentre os v´arios GNA, um m´etodo bastante popular e de f´acil interpreta¸c˜ao ´e o m´etodo congruente linear multiplicativo.

2.2.2.1 Distribui¸c˜ao de Frequˆencias

Dado um conjunto de dados, as contagens de observa¸c˜oes que se enquadram a um intervalo ou classe formam a distribui¸c˜ao de fre-quˆencias da vari´avel (BARBETTA; REIS; BORNIA, 2010). A Tabela 2 apresenta uma amostra com n = 100 valores de tempos entre chegadas de autom´oveis em um sistema de lava¸c˜ao.

A partir dos dados apresentados, as observa¸c˜oes s˜ao agrupadas em subintervalos, para vari´aveis quantitativas cont´ınuas, ou classes, para vari´aveis quantitativas discretas ou qualitativas. Nesse caso o tempo entre chegadas ´e considerado quantitativo cont´ınuo, assim o in-tervalo [0,3; 42,7], que s˜ao respectivamente o menor e maior valor da amostra, ´e dividido em k subintervalos de mesmo tamanho. A quan-tidade de subintervalos k para compor a distribui¸c˜ao de frequˆencias ´e uma escolha arbitr´aria (BARBETTA; REIS; BORNIA, 2010), o mais co-mum ´e tomar k =√n, ent˜ao para os dados da Tabela 2 h´a um total de k = 10 subintervalos de tamanho 4,24. A Tabela 3 mostra o resultado desse processo.

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uni-30

Tabela 2 – Tempo em minutos entre chegadas de autom´oveis em um posto de lava¸c˜ao.

13,6 27,9 1,1 12,3 9,7 12,7 15,3 4,1 13,5 0,7 10,8 29,5 5,8 9,9 6,1 5,5 7,7 17,4 7,7 26,4 15,9 5,9 11,6 2,7 2,9 1,7 4,6 35,5 15,8 17,5 0,6 4 18,1 21,8 3,8 14,6 12,9 8,5 0,4 2,5 33,1 39,8 6,4 1,8 8,3 11,9 4,4 16,2 6,8 0,3 18 12,1 16,5 8,5 12,5 1,4 5,6 8,2 0,9 17,9 10,9 24,4 1,02 28,1 2 42,7 29,9 4,9 3,1 8,1 0,4 10,4 8,1 2,74 13 0,7 4,8 2,8 4,3 3,4 28,5 28,4 3,02 15,5 17,3 1,6 17,7 1,2 13,4 14,1 14,9 4,3 1,6 0,6 6,9 22,6 10,2 7,3 3,8 10,4 Fonte: Freitas Filho (2008).

Tabela 3 – Distribui¸c˜ao de frequˆencias para os tempo entre chegadas. Subintervalo Ponto M´edio Freq. Freq. Relativa Freq. Relativa Acumulada 0,3 a 4,54 2,42 32 0,32 0,32 4,54 a 8,78 6,66 20 0,20 0,52 8,78 a 13,02 10,9 15 0,15 0,67 13,02 a 17,26 15,14 12 0,12 0,79 17,26 a 21,5 19,38 7 0,7 0,86 21,5 a 25,74 23,62 3 0,3 0,89 25,74 a 29,98 27,86 7 0,7 0,96 29,98 a 34,22 32,1 1 0,1 0,97 34,22 a 38,46 36,34 1 0,1 0,98 38,46 a 42,7 40,58 2 0,2 1

Fonte: Freitas Filho (2008).

formemente distribu´ıdas, j´a que a frequˆencia do primeiro subintervalo ´e relativamente maior que os demais. Essa diferen¸ca deve ser levada em considera¸c˜ao ao sortear valores para essa vari´avel, para isso um peso deve ser atribu´ıdo para cada subintervalo, que ´e o percentual de observa¸c˜oes que o subintervalo agrega.

A Figura 4 ´e a representa¸c˜ao gr´afica dos subintervalos e as res-pectivas frequˆencias relativas acumuladas obtidas a partir da Tabela 3. Para gerar um valor aleat´orio x dada a distribui¸c˜ao de frequˆencias acu-mulada apresentada na Figura 4, um n´umero aleat´orio r ´e sorteado a

(31)

31

partir de um GNA. O valor aleat´orio x ser´a o ponto m´edio do primeiro subintervalo cuja frequˆencia relativa acumulada ´e maior que r. Pela Figura 4, por exemplo, se sortear o n´umero r = 0,74 ent˜ao x = 15,14.

Figura 4 – Distribui¸c˜ao de frequˆencias relativas acumulada para os tempo entre chegadas.

Tempo entre chegadas

5 10 15 20 25 30 35 40 F re q . re la ti va a cum ul ada 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 r x

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

O processo apresentado ´e similar para vari´aveis qualitativas ou quantitativas discretas que consiste em contar diretamente as ocorrˆ en-cias de cada classe da vari´avel, assim n˜ao ´e necess´ario agrupar as ob-serva¸c˜oes em subintervalos.

2.2.2.2 Fun¸c˜ao Densidade de Probabilidade (PDF)

Uma PDF ´e uma fun¸c˜ao que descreve a probabilidade de cada valor de um conjunto poss´ıvel de valores ocorrer para uma vari´avel aleat´oria cont´ınua X (FREITAS FILHO, 2008). Formalmente, a PDF de uma vari´avel aleat´oria X pode ser representada por uma fun¸c˜ao f(x) n˜ao negativa, com ´area entre o eixo-x e a curva igual a 1, que descreve a probabilidade P da vari´avel aleat´oria tomar um dado valor x. A probabilidade de um determinado intervalo [a, b] ocorrer ´e dado pela integral da f(x) no intervalo desejadoRb

a f (x)dx.

In´umeras s˜ao as distribui¸c˜oes, por´em as principais cont´ınuas s˜ao: Normal (µ, σ2), Uniforme (a, b), Triangular (a, b, m), Exponencial

(32)

32

principais discretas s˜ao: Poisson(λ) e Uniforme Discreta(a, b).

Dada a PDF acumulada F(x), que representa a probabilidade de um valor menor ou igual a x ocorrer, ou seja, F(x) = P(X ≤ x). Para gerar um valor aleat´orio x, um n´umero aleat´orio r ´e sorteado a partir de um GNA, que representa P(X ≤ x) = r. O valor x ´e obtido utilizando a fun¸c˜ao inversa de F(x) escrita como G(F(x)) = G(p) = x. A Figura 5 ilustra esse procedimento, onde um n´umero r = 0,5 ´e sorteado, que corresponde a x ≈ 270,9 (LIMA; NASSAR; FREITAS FILHO, 2015).

Figura 5 – Ilustra¸c˜ao da rela¸c˜ao entre F(x) e G(F(x)).

150 200 250 300 350 400 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 Variável exemplo F (x ) P(X x) = r G(F(x)) = G(p) = x

Fonte: Lima, Nassar e Freitas Filho (2015).

2.2.2.2.1 Estima¸c˜ao de Parˆametros

Encontrar a PDF de uma vari´avel aleat´oria cont´ınua pode ser dif´ıcil, j´a que h´a diversos tipos de distribui¸c˜oes com parˆametros es-pec´ıficos de forma e escala. Entretanto, apresentar a amostra atrav´es de um histograma pode permitir, por meio das caracter´ısticas visuais, como o formato, delinear qual o tipo de PDF a ser adotada que melhor se encaixa com a amostra (FREITAS FILHO, 2008).

O passo seguinte consiste em estimar os parˆametros da distri-bui¸c˜ao escolhida. A Tabela 4 apresenta de forma resumida, alguns dos estimadores mais empregados, onde X ´e a amostra, n, X e S2 ao

respectivamente o tamanho, m´edia e variˆancia da amostra X.

Se n˜ao h´a uma amostra dispon´ıvel, ou n˜ao foi poss´ıvel identificar a distribui¸c˜ao a partir dela, a melhor op¸c˜ao ´e solicitar ajuda de um

(33)

33

especialista.

Tabela 4 – Sugest˜ao de estimadores. Distribui¸c˜ao Parˆametros Estimadores sugeridos

Normal µ, σ2 µ = X; σ2= [(n − 1) ÷ n] S2 Uniforme a, b a = Xm´ın; b = Xm´ax Triangular a, b, m a = Xm´ın; b = Xm´ax; m = 3X − (Xm´ın+ Xm´ax) Exponencial β β = X Lognormal µ, α2 µ = ( Pn i=1ln Xi) ÷ n; α2=hPn i=1(ln Xi− µ) 2i ÷ n Gamma α, β α = X 2 ÷ S2; β = S2÷ X Beta α, β α = XhX(1−X)S2  − 1i; β = X − 1hX(1−X) S2  − 1i Fonte: Law e Kelton (1991).

2.2.2.3 Testes de Aderˆencia

Os testes de aderˆencia tˆem como objetivo verificar se os dados de uma amostra aderem a uma determinada distribui¸c˜ao te´orica ou emp´ırica. Assim, dado que se tenha v´arias distribui¸c˜oes candidatas, esses testes podem ajudar a responder qual ´e a melhor distribui¸c˜ao a ser adotada. Os testes s˜ao utilizados para validar ou n˜ao a seguinte hip´otese: H0: A amostra segue a distribui¸c˜ao. A seguir s˜ao

apresenta-dos dois testes muito populares na literatura.

2.2.2.3.1 Teste Qui-quadrado

Dada uma amostra de tamanho n e uma distribui¸c˜ao que se deseja testar, o teste se inicia com a constru¸c˜ao da distribui¸c˜ao de fre-quˆencias da amostra, procedimento similar ao realizado na Tabela 3, onde as observa¸c˜oes da amostra s˜ao divididas em k subintervalos ou classes. O c´alculo do teste ´e dado pela equa¸c˜ao 2.2.

(34)

34 X2= k X i=1 (f oi− f ei) 2 f ei (2.2) Onde, X2 ´e a distˆancia qui-quadrado, f o

i ´e a frequˆencia

ob-servada no subintervalo i da distribui¸c˜ao de frequˆencias da amostra. Enquanto f ei ´e a frequˆencia esperada tamb´em do subintervalo i na

distribui¸c˜ao sendo testada, que pode ser computada como f ei = n.pi,

onde pi´e a probabilidade associada ao subintervalo i. Se X2= 0, ent˜ao

a distribui¸c˜ao desejada tem perfeita aderˆencia com a amostra fornecida, isto ´e, n˜ao existem diferen¸cas entre as frequˆencias esperadas e obser-vadas para cada um dos subintervalos. Quanto maior o valor de X2,

maior s˜ao as diferen¸cas entre as frequˆencias esperadas e observadas, logo a aderˆencia entre distribui¸c˜ao desejada e a amostra diminui.

Para verificar a aceita¸c˜ao de H0´e necess´ario demonstrar que X2

segue, aproximadamente, a distribui¸c˜ao Qui-quadrado com um n´ıvel de significˆancia α e com graus de liberdade υ = k − 1 − p, onde p ´e o n´umero de parˆametros da distribui¸c˜ao candidata. Se X2> X2

α,υ ent˜ao

a hip´otese H0´e rejeitada, caso contr´ario H0 ´e aceita.

2.2.2.3.2 Teste Kolmogorov-Smirnov

Diferente do teste Qui-quadrado, esse s´o pode ser empregado para distribui¸c˜oes cont´ınuas. O teste se inicia com a constru¸c˜ao da distribui¸c˜ao de frequˆencias da amostra.

O teste toma D, equa¸c˜ao 2.3, como sendo a maior diferen¸ca entre a probabilidade acumulada da distribui¸c˜ao de frequˆencias da amostra (Pi

j=1poj) e probabilidade acumulada da distribui¸c˜ao testada

(Pi

j=1pej) para os subintervalos i = 1 at´e k, sendo poj e pej

respec-tivamente a probabilidade observada na distribui¸c˜ao de frequˆencias da amostra e a probabilidade esperada na distribui¸c˜ao testada no mesmo subintervalo j. D = m´ax    i X j=1 poj− i X j=1 pej    , para i = 1 at´e k. (2.3)

Para verificar a aceita¸c˜ao de H0 ´e necess´ario consultar o valor

cr´ıtico Kα com um n´ıvel de significˆancia α na distribui¸c˜ao K-S, se

(35)

35

(SMIRNOV, 1939).

2.2.3 M´etodo Monte Carlo (MMC)

O MMC ´e utilizado na gera¸c˜ao de valores para um modelo de simula¸c˜ao. Uma simula¸c˜ao completa envolve centenas ou at´e milha-res de cen´arios, onde em cada um deles uma amostra de cada vari´avel aleat´oria de entrada do modelo ´e gerada. Usando esse esquema de amostragem, para cada cen´ario os valores das vari´aveis de sa´ıda s˜ao calculados e armazenados. Ao fim, a distribui¸c˜ao dos valores armaze-nados reflete a probabilidade das sa´ıdas que podem vir a ocorrer no sistema modelado. A Figura 6 ilustra o esquema do MMC.

Figura 6 – Representa¸c˜ao esquem´atica do MMC.

... Modelo de Simulação Entradas Saídas ...

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

A amostragem pode ser realizada de diversas formas, por exem-plo empregando distribui¸c˜ao de frequˆencias ou PDF como j´a apresen-tado.

Uma das principais vantagens em usar o MMC ´e a possibilidade de testar por meio de ferramentas computacionais uma ampla varie-dade de cen´arios e seus respectivos resultados. O MMC tamb´em tem sido utilizado h´a bastante tempo como forma de obter aproxima¸c˜oes num´ericas de fun¸c˜oes complexas em que n˜ao ´e vi´avel, ou ´e mesmo im-poss´ıvel, obter uma solu¸c˜ao anal´ıtica ou, pelo menos, determin´ıstica.

(36)

36

2.3 GERENCIAMENTO DE RISCOS (GR)

Atualmente, ainda n˜ao ´e poss´ıvel dizer exatamente como ser´a o futuro, entretanto empregar t´ecnicas de GR pode permitir estimar o que pode acontecer com um sistema. Que constitui de analisar poss´ıveis eventos e associar a eles algum grau de probabilidade ou risco de ocor-rerem (RAUSAND, 2013).

O GR ´e um processo cont´ınuo com o objetivo de identificar, analisar e avaliar eventos relevantes, geralmente cr´ıticos, a um sistema ou relacionados a uma atividade, com objetivo de responder se o risco de ocorrˆencia de um evento ´e ou n˜ao toler´avel, al´em disso, identificar e introduzir a¸c˜oes de controle dos riscos. O processo de GR ´e composto de 3 elementos principais que s˜ao ilustrados na Figura 7 e descritos a seguir.

Figura 7 – An´alise, avalia¸c˜ao e controle de riscos. Controle Implementar ações Monitorar efeitos Análise Eventos Probabilidades Consequências Avaliação Tolerabilidade Propor ações Fonte: Rausand (2013).

Uma defini¸c˜ao comum para An´alise de Riscos ´e o “Uso sistem´atico das informa¸c˜oes dispon´ıveis para identificar amea¸cas e estimar o risco para indiv´ıduos, propriedades ou meio ambiente”(IEC 60300-3-9, 1995).

A An´alise de Riscos ´e utilizada para identificar as causas de eventos cr´ıticos e determinar as poss´ıveis consequˆencias, assim como identificar a¸c˜oes para prevenir a ocorrˆencia destes. Tudo isso ´e realizado afim de elaborar uma base para decidir se o risco relacionado a um sistema ´e ou n˜ao toler´avel. Esse primeiro elemento do processo de GR ´e realizado para responder principalmente as trˆes perguntas (KAPLAN; GARRICK, 1981):

P1) O que pode dar errado? : Identificar os poss´ıveis eventos que s˜ao cr´ıticos para o funcionamento do sistema e as incertezas que po-dem motiv´a-los.

P2) Qual ´e a probabilidade de ocorrer? : Determinar as probabilidades das incertezas identificadas em P1 que podem resultar em um evento cr´ıtico.

(37)

37

P3) Quais s˜ao as consequˆencias? : Identificar as consequˆencias para o sistema caso os eventos que descritos em P1 ocorram e as a¸c˜oes para preveni-los ou mitiga-los.

Para cada evento identificado em P1, o processo para responder P2 e P3 ´e ilustrado pela Figura 8, a qual mostra que v´arias incerte-zas podem disparar um evento e este, por sua vez, pode resultar em diferentes consequˆencias. Medidas para preven¸c˜ao podem ser inclu´ıdas entre as incertezas e o evento, assim como medidas de mitiga¸c˜ao entre o evento e as consequˆencias. Esse modelo, Figura 8, ´e chamado de gravata borboleta (bow-tie model ).

Figura 8 – Modelo gravata borboleta (bow-tie model ).

In ce rt ez as Evento C on se qu ênc ia s Fonte: Rausand (2013).

Dependendo do objetivo da An´alise de Riscos, ela pode ser qua-litativa ou quantitativa. A abordagem qualitativa avalia de forma subjetiva as probabilidade e consequˆencias, onde as probabilidades e consequˆencias s˜ao apresentadas por uma escala espec´ıfica sem uma avalia¸c˜ao matem´atica, por exemplo, “baixa”, “m´edia”e “alta”. J´a na an´alise quantitativa, estima¸c˜oes num´ericas caracterizam as probabilida-des e consequˆencias constru´ıdas geralmente a partir de dados hist´orico (RAUSAND, 2013).

A An´alise de Riscos envolve o compreendimento dos riscos e con-sequˆencias e serve como entrada para o pr´oximo elemento denominado Avalia¸c˜ao dos Riscos, onde s˜ao feitos julgamentos sobre a tolerabilidade dos riscos baseando-se nas informa¸c˜oes adquiridas no elemento anterior e nas consequˆencias e/ou algum outro crit´erio de aceita¸c˜ao ou rejei¸c˜ao do risco (IEC 60300-3-9, 1995). Outro objetivo desse elemento ´e propor a¸c˜oes de controle dos riscos a serem empregadas no elemento seguinte do processo de GR denominado Controle de Riscos. Essas a¸c˜oes podem envolver ajustes no elemento de An´alise de Riscos.

No Controle de Riscos, a decis˜ao de interromper ou continuar uma determinada atividade no atual grau de risco deve ser feita. Al´em

(38)

38

disso, nesse elemento pode envolver modifica¸c˜oes das a¸c˜oes existentes ou implementa¸c˜ao de novas para controlar os riscos, al´em de monitorar os efeitos dessas mudan¸cas (RAUSAND, 2013).

2.3.1 Gerenciamento de Riscos com M´etodo Monte Carlo

De acordo com Rausand (2013), muitos analistas de riscos usam o MMC para estudar a propaga¸c˜ao da incerteza em modelos matem´aticos, semelhante ao mostrado na Figura 6, que consiste em escolher PDF que melhor refletem os comportamentos das incertezas (para cada uma das vari´aveis de entrada), depois disso, ´e realizada a amostragem de valores a partir das PDF, ent˜ao esses valores gerados s˜ao utilizados como entrada do modelo para obter a respectiva sa´ıda. Ap´os repetir esses procedimento in´umeras vezes, obt´em-se um grande n´umero de valores de sa´ıda, que podem ser plotados como um histograma para identificar a forma de distribui¸c˜ao de sa´ıda.

Em geral, segundo (RAUSAND, 2013), as etapas para realiza¸c˜ao da an´alise de risco empregando simula¸c˜ao s˜ao:

1. Identificar as incertezas: Identificar vari´aveis que possuem algum comportamento aleat´orio.

2. Quantificar as incertezas: A partir de dados hist´oricos ou de um especialista, encontrar a distribui¸c˜ao de probabilidades de cada vari´avel identificada na etapa anterior.

3. Desenvolver um modelo de simula¸c˜ao.

4. Utiliza¸c˜ao do MMC: Gerar combina¸c˜oes de entradas (amostras) a partir das distribui¸c˜oes e simular essas entradas no modelo anteri-ormente desenvolvido afim de produzir o formato da distribui¸c˜ao da sa´ıda.

Uma vez que se tem a distribui¸c˜ao da vari´avel de sa´ıda ´e poss´ıvel calcular o risco (probabilidade) de um determinado intervalo ocorrer.

(39)

39

3 TRABALHOS RELACIONADOS

A perfura¸c˜ao de um po¸co de petr´oleo pode envolver muito di-nheiro. Manter o controle sobre todos os parˆametros de perfura¸c˜ao com o objetivo de minimizar esse custo ´e uma tarefa complexa.

Muitos pesquisadores tˆem se debru¸cado sobre esse problema, de-senvolvendo equa¸c˜oes e modelos matem´aticos para representar o pro-cesso de perfura¸c˜ao e habilitar as equipes de perfura¸c˜ao a tomar decis˜oes com base nos resultados produzidos por estes modelos. Por exemplo, a otimiza¸c˜ao da ROP, isto ´e, obter a maior velocidade poss´ıvel de per-fura¸c˜ao, resultando em um menor custo, pode ser um dos objetivos destes modelos.

Modelos podem tamb´em ajudar a decidir o momento correto de retirar a broca em fun¸c˜ao de seu desgaste. Os custos envolvidos para se efetuar uma troca de broca s˜ao grandes. Por outro lado, manter uma broca desgastada pode resultar em custos ainda maiores que sua pr´opria troca.

Um dos modelos mais aceitos para estimar a ROP ´e de Bour-goyne and Young (BYM) (BOURGOYNE; YOUNG et al., 1974; BOUR-GOYNE et al., 1986). Os autores observaram que a ROP, parˆametros operacionais e demais caracter´ısticas litol´ogicas possuem um compor-tamento que se aproxima muito de uma curva exponencial.

A previs˜ao da ROP durante a perfura¸c˜ao ´e realizada atrav´es da equa¸c˜ao 3.1, onde D ´e profundidade, determinando-se os coeficientes a1

`

a a8 de cada um dos termos da exponencial. Os coeficientes devem ser

obtidos atrav´es de regress˜ao m´ultipla com dados reais de perfura¸c˜ao.

ROP = dD dt = exp a1+ 8 X i=2 aixi ! (3.1) A equa¸c˜ao 3.1 foi posteriormente reescrita como um produto de exponenciais (BOURGOYNE et al., 1986), como mostra a equa¸c˜ao 3.2. Cada exponencial representa um fator que incide sobre a ROP.

dD

dt = f1× f2× f3× f4× f5× f6× f7× f8 (3.2) A fun¸c˜ao f7 (equa¸c˜ao 3.3) modela a influˆencia que o desgaste da

broca tem sobre a ROP, onde h ´e fractional bit tooth wear. Se h = 0, o efeito do desgaste da broca sobre a ROP ´e desconsiderado.

(40)

40

f7= e−a7h (3.3)

Mesmo que o modelo BYM incorpore uma fun¸c˜ao de desgaste (f7), os coeficientes a1 `a a8 s˜ao encontrados em conjunto atrav´es de

regress˜ao, assim para determinar apenas coeficiente a7 da fun¸c˜ao f7

´e necess´ario ter em m˜aos todas as informa¸c˜oes referentes `as demais fun¸c˜oes f1 at´e f6 e f8.

Outra dificuldade encontrada ´e determinar o coeficiente h de f7, pois depende do material de que a broca ´e feita, das condi¸c˜oes

operacionais e da abrasividade da forma¸c˜ao perfurada.

Al´em disso, observando o termo f7, ao simular a perfura¸c˜ao de

um po¸co com um mesmo valor de h, o desgaste (f7) ter´a o mesmo

efeito sobre a ROP durante toda a perfura¸c˜ao, o que n˜ao condiz com a realidade, j´a que a ROP tende a diminuir `a medida que o desgaste da broca cresce.

Motahhari et al. (2010) desenvolveram um modelo (equa¸c˜ao 3.4) para otimizar a perfura¸c˜ao para brocas Polycrystalline Diamond Com-pact (PDC), que prevˆe a ROP:

ROP = Wf×

G × RP Mγ× P SBα

DB× CCS

(3.4) onde RPM, PSB, DB e CCS s˜ao respectivamente Rota¸c˜oes Por

Mi-nuto, Peso Sobre a Broca, Diˆametro da Broca e Confined Compressive Strength. G ´e um coeficiente determinado pela geometria da broca. De-mais coeficientes γ e α s˜ao detalhados em (MOTAHHARI, 2008). Como o modelo BYM, esse tamb´em considera o efeito do desgaste da broca sobre a ROP. Entretanto n˜ao considera que o desgaste se intensifica a medida que se perfura. O desgaste ´e representado por Wf (equa¸c˜ao

3.5): Wf = kwf×  P SB Nc ρ × 1 CCSτ× Aρ+1 w (3.5) onde, Aw ´e a quantidade de material cortante de um cortador, dado

pela (altura do cortador × ´area da superf´ıcie cortante). Enquanto Nc

´e a quantidade de cortadores da broca. Valores num´ericos para kwf, ρ

e τ s˜ao detalhados em (MOTAHHARI, 2008).

Warren et al. (1987) apresentam um modelo para previs˜ao da ROP que n˜ao considera que o desgaste da broca afeta a ROP, entretanto mais tarde Hareland, Hoberock et al. (1993) introduziram a fun¸c˜ao de desgaste Wf (equa¸c˜ao 3.7) para contornar essa limita¸c˜ao, assim a

(41)

41

previs˜ao da ROP ´e dada pela equa¸c˜ao 3.6.

ROP = Wf× (W arren ROP M odel) (3.6)

Wf = 1 −

Wc×P m

i=1P SBi× RP Mi× Abri× CCSi

8 (3.7)

A fun¸c˜ao Wf ´e formada pela combina¸c˜ao linear de quatro

pa-rˆametros que s˜ao obtidos ao longo da perfura¸c˜ao e um coeficiente Wc

ajust´avel, m, PSB, RPM, Abr e CCS s˜ao respectivamente metragem perfurada, Peso Sobre a Broca, Rota¸c˜oes Por Minuto da broca, Abra-sividade e Confined Compressive Strength. Ao perfurar um po¸co com caracter´ısticas semelhantes ao po¸co utilizado para ajustar o modelo, o mesmo valor pode ser usado para o coeficiente Wc .

A equa¸c˜ao 3.7, quando corretamente ajustada, resultar´a em um valor Wf entre 0 e 1, sendo 0 indica¸c˜ao de uma broca nova e 1 uma

broca desgastada. Tal valor pode ser convertido, e vice-versa, para escala IADC Dull Grading com valores entre 0 (nova) e 8 (desgastada). A fun¸c˜ao Wf (equa¸c˜ao 3.7) parece ser mais adequada para

esti-mar o desgaste da broca em tempo real, pois considera todos os dados de perfura¸c˜ao at´e a profundidade desejada.

Outros pesquisadores tamb´em abordaram o desgaste da broca. Liu et al. (2014) preveem a perda de material cortante dos cortadores da broca. Rashidi et al. (2008) apresentam um m´etodo para estimar o desgaste da broca a partir da combina¸c˜ao do BYM e Mechanical Specific Energy, que posteriormente o m´etodo passou a utilizar CCS ao inv´es do BYM (RASHIDI et al., 2010).

Lin e Ting (1996) descrevem uma abordagem empregando uma rede neural, na qual as entradas da rede s˜ao as m´edias de empuxo (thrust force), torque, feedrate, diˆametro e RPM da broca. A sa´ıda da rede ´e o desgaste m´edio (desgaste final dividido pelo total de metros perfurados).

Muitos estudos na ´area de perfura¸c˜ao empregaram uma aborda-gem de an´alise de risco, que consiste em gerar valores de entrada para um modelo anal´ıtico usando M´etodo Monte Carlo:

• Um dos experimentos conduzidos por Udegbunam (2015) utilizou-se um modelo anal´ıtico para estimar os limites permitidos para press˜ao (Bottomhole pressure).

• Mostafavi et al. (2011) e Peterson et al. (1993) empregaram res-pectivamente modelos anal´ıticos para estimar a ROP e o tempo

(42)

42

de perfura¸c˜ao.

• Cunha et al. (2004) tratam o caso de quebra da broca no fundo do po¸co, onde h´a duas poss´ıveis solu¸c˜oes, a primeira seria pescar a broca, que pode levar um tempo indeterminado, e a segunda seria desviar a broca quebrada (sidetrack ), em ambas op¸c˜oes h´a o aumento nos custos perfura¸c˜ao. Os autores utilizaram an´alise de risco em combina¸c˜ao com um modelo anal´ıtico para o custo afim de responder qual dos das duas op¸c˜oes ´e mais vi´avel.

Nestes quatro trabalhos os resultados s˜ao representados por meio de distribui¸c˜oes, nas quais ´e poss´ıvel estimar a probabilidade de um determinado valor de sa´ıda estar dentro de um determinado intervalo.

(43)

43

4 M ´ETODO PROPOSTO

Este cap´ıtulo trata da descri¸c˜ao do m´etodo proposto de maneira vasta as formaliza¸c˜oes necess´arias e os detalhes das etapas do mesmo.

O m´etodo combina um modelo anal´ıtico, t´ecnicas de simula¸c˜ao (MMC) e minera¸c˜ao de dados (Clustering) para avaliar o desgaste da broca durante a perfura¸c˜ao de um po¸co de petr´oleo. Em contraste com os modelos anal´ıticos, que produzem uma ´unica sa´ıda para uma determinada entrada, o m´etodo proposto produzir´a v´arias sa´ıdas para uma mesma entrada, juntamente com o seu grau de incerteza.

Para estimar o desgaste da broca, a fun¸c˜ao Wf (equa¸c˜ao 3.7)

de Hareland, Hoberock et al. (1993) foi empregada por sua simpli-cidade e adequa¸c˜ao ao problema, j´a que considera toda a metragem perfurada pela broca. Uma vez que a base de dados dispon´ıvel para realiza¸c˜ao de experimentos n˜ao cont´em informa¸c˜oes sobre as vari´aveis Abr e CCS, elas foram removidas da equa¸c˜ao 3.7 e tomamos Uncon-fined Compressive Strength (UCS ) como substituta de CCS. Devido a estas limita¸c˜oes, a equa¸c˜ao 4.1 foi adotada no m´etodo.

Wf = 1 −

Wc×P m

i=1P SBi× RP Mi× U CSi

8 (4.1)

O m´etodo ´e composto por trˆes etapas, que s˜ao descritas nas trˆes se¸c˜oes a seguir, cujo objetivo ´e identificar, a partir da equa¸c˜ao 4.1 e de uma base de conjuntos de dados hist´oricos, as PDF associadas `as vari´aveis de entrada (PSB, RPM e UCS ) por cluster e a PDF relaci-onada ao coeficiente Wc por conjunto hist´orico de dados. Por fim, a

se¸c˜ao 4.4 apresenta a utiliza¸c˜ao do m´etodo em tempo real.

4.1 ETAPA 1

Nesta primeira etapa, com base em arquivos de dados hist´oricos, s˜ao realizados dois procedimentos: (a) clusteriza¸c˜ao, separando-se to-dos os dato-dos em k grupos, utilizando-se a t´ecnica k-means e (b) fitting, onde se identificam as prov´aveis PDF para cada vari´avel de entrada (PSB, RPM e UCS ), em cada grupo formado. Por exemplo: com os dados obtidos em 3 perfura¸c˜oes obtˆem-se d = 3 conjuntos de dados hist´oricos. Ao final desta etapa obtˆem-se k × 3 distribui¸c˜oes (uma para cada vari´avel). A Figura 9 ilustra essa primeira etapa.

(44)

44

Figura 9 – Primeira etapa do m´etodo: clusteriza¸c˜ao dos dados e fitting das PDF para cada vari´avel em cada cluster.

Cl us te ri ng Cl us te rs f it ti ng Conj unt os de da dos hi st óri c os ... 1 2 d 60 PSB (klbf) 40 20 0 0 200 RPM (rpm) 0 2 4 400 U CS ( ps i) × 10 4 1 k 2 RPM (rpm) 100200300 ... ... ... UCS (psi)×104 1 2 PSB (klbf) 10 30 50

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

4.2 ETAPA 2

A segunda etapa ´e dedicada `a amostragem de s conjuntos de dados para cada conjunto de dados hist´oricos. Quanto maior s, me-lhor ser´a o fitting das distribui¸c˜oes que representar˜ao Wc. Estes s˜ao

gerados a partir de um determinado conjunto de dados hist´oricos h de tal maneira que, para cada registro i, uma janela de registros [i - w, ..., i ] ´e utilizada, onde w ´e o tamanho da janela, para selecionar o cluster C que melhor a representa, ou seja, o cluster em que a soma das distˆancias entre registros [i - w, ..., i ] e o centroide do cluster ´e a menor. Esta janela foi usada para suavizar a sele¸c˜ao dos clusters ao percorrer um conjunto de dados hist´orico. Quanto maior o tamanho da janela, menor a variabilidade dos clusters selecionados.

Nesta etapa e nas demais do m´etodo, as distˆancias s˜ao obtidas atrav´es da distˆancia euclidiana (equa¸c˜ao 2.1).

Depois de identificar o cluster C, as suas PDF s˜ao empregadas para gerar s novos registros, cada um dos quais est´a associado aos conjuntos de dados 1, 2, ..., s sendo gerados. A Figura 10 ilustra esta etapa, em que o exemplo refere-se ao registro i = 3 de um conjunto de dados hist´orico h, considerando w = 2. Ap´os a execu¸c˜ao deste procedimento para todos os registros em h, um total de s conjuntos de dados foram gerados, como mostra a Figura 11.

Esta etapa ´e executada para cada conjunto de dados hist´oricos, ent˜ao haver´a s conjuntos de dados gerados para cada um deles.

(45)

45

Figura 10 – Atualiza¸c˜ao dos conjuntos de dados gerados para um re-gistro i = 3 em um conjunto de dados hist´orico h.

Seleção do cluster C a partir dos registros i = 1, 2 e 3

s novos registros são gerados com as PDFs do cluster C Entradas i PSB RPM UCS 1 40 70 9920 2 36 99 8580 3 33 89 7160 ... ... ... ... m 28 203 6360 w = 2 Clusters PDFs 1 3 5 1 2 1 2 3 1 3 5 PSB (klbf)×10 1 2 UCS (psi)×104 1 2 3 RPM (rpm)×102 ... ... ... 1 3 5 1 2 1 2 3 1 2 k h C o n ju n to s g e ra d o s a té i = 2 1 2 s ...

Associar cada registro amostrado com o respectivo

conjunto de dados C o n ju n to s g e ra d o s a té i = 3 1 2 s ...

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

Figura 11 – Conjuntos de dados gerados a partir de um conjunto de dados hist´oricos h.

Entradas i PSB RPM UCS 1 40 70 9920 2 36 99 8580 3 33 89 7160 ... ... ... ... m 28 203 6360 h Conjuntos gerados de h 1 40 70 9920 2 36 99 8580 3 33 89 7160 ... ... ... ... m 28 203 6360 ... 1 2 s Entradas geradas i PSB RPM UCS 1 39 65 9420 2 35 94 8080 3 32 84 6600 ... ... ... ... m 27 197 5860 1 41 75 9998 2 37 104 9080 3 34 94 7660 ... ... ... ... m 29 208 6860 Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

(46)

46

4.3 ETAPA 3

A terceira e ´ultima etapa consiste em identificar as distribui¸c˜oes que representar˜ao o coeficiente Wc do modelo anal´ıtico (equa¸c˜ao 4.1)

em cada conjunto de dados hist´oricos. Para cada h (Figura 12), uma PDF ´e obtida usando os s valores para Wc obtidos por regress˜ao a

partir dos conjuntos de dados gerados.

Figura 12 – Etapa de identifica¸c˜ao da PDF para o coeficiente Wc de

um determinado conjunto de dados hist´oricos h.

C onj unt os g e ra dos d e h ... 2 s 1 Obter o coeficiente Wc Wc 1 1,66×10-9 2 1,82×10-9 ... ... s 2,23×10-9 Wc×10 -9 1 2 3

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

As distribui¸c˜oes associadas `as entradas (por cluster ) e as distri-bui¸c˜oes para o coeficiente Wc(por conjunto de dados hist´oricos) podem

ser estendidas para simular o comportamento em tempo real do des-gaste da broca durante a perfura¸c˜ao. Esta aplica¸c˜ao est´a descrita a seguir.

4.4 APLICAC¸ ˜AO EM TEMPO REAL

A simula¸c˜ao em tempo real consiste utilizar as PDF do cluster C e do conjunto de dados hist´oricos D para gerar s novas amostras de registros para as vari´aveis PSB, RPM e UCS com os respectivos valores que o coeficiente Wc deve assumir ao longo da perfura¸c˜ao. O cluster

C e o conjunto D s˜ao os que melhor representam (menor distˆancia) os ´

ultimos registros observados em tempo real.

Para simular em tempo real, uma pequena altera¸c˜ao foi realizada na equa¸c˜ao 4.1, de modo que o coeficiente Wc pode assumir um valor

diferente a cada metro perfurado, conforme equa¸c˜ao 4.2. Wf = 1 −

Pm

i=1Wci× P SBi× RP Mi× U CSi

(47)

47

Como mostra a Figura 13, a cada metro i perfurado, as in-forma¸c˜oes observadas de PSB, RPM e UCS nos metros [i - w, ..., i ] s˜ao utilizadas para selecionar o cluster C mais apropriado, ent˜ao suas PDF s˜ao empregadas na amostragem de s novos registros. Cada regis-tro amostrado ´e inclu´ıdo no seu respectivo conjunto sendo gerado. De maneira similar, o conjunto de dados hist´oricos D ´e selecionado e sua PDF, que representa o coeficiente Wc, ´e utilizada na amostragem de s

valores.

Figura 13 – Atualiza¸c˜ao dos conjuntos de dados em gera¸c˜ao em um determinado metro i. Tempo real Dados observados PSB RPM UCS 1 40 70 9920 ... ... ... ... i - 2 29 195 6500 i - 1 30 190 6700 i 28 203 6360 Seleção do cluster C e do conjunto de dados históricos D a partir dos últimos registros

observados

Gerar s registros (PSB, RPM e

UCS) e s valores (Wc) através

das PDFs do cluster C e do conjunto D e inclui-los no respectivo conjunto de dados

em geração

Conjuntos sendo gerados

... 1 2 s 1 40 70 9920 1,9 ... ... ... ... ... i - 2 31 150 7000 1,7 i - 1 29 170 7160 1,6 i 27 205 6100 1,5 PSB RPM UCS Wc×10-9 1 40 70 9920 2,01 ... ... ... ... ... i - 2 32 155 7100 1,75 i - 1 30 180 6900 1,6 i 28 195 6400 1,4 1 40 70 9920 1,8 ... ... ... ... ... i - 2 33 153 6900 1,6 i - 1 28 185 6350 1,55 i 29 190 6500 1,45

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

Neste ponto, os s conjuntos est˜ao atualizados para o metro atual i com novos registros e valores para o coeficiente Wc. Ent˜ao, como

apresentado na Figura 14, cada um deles ´e utilizado como entrada do modelo anal´ıtico (equa¸c˜ao 4.2) para obter o respectivo desgaste. Assim, s˜ao obtidas s sa´ıdas que podem ser apresentados atrav´es de um histograma, permitindo visualizar os prov´aveis valores dos desgastes e suas probabilidades.

(48)

48

Figura 14 – Aplica¸c˜ao dos conjuntos gerados no modelo anal´ıtico.

1 2 s... Modelo analítico Eq. 4 Saídas C onj unt os g e ra dos a té i 1 2 s ...

(49)

49

5 EXPERIMENTOS E RESULTADOS

Este cap´ıtulo apresenta os detalhes da utiliza¸c˜ao do m´etodo abor-dando o problema do desgaste da broca durante a perfura¸c˜ao de um po¸co de petr´oleo.

Uma quest˜ao considerada ´e que a escala IADC Dull Grading ´e um c´odigo de classifica¸c˜ao que pode assumir um valor inteiro dentre um conjunto de 9 classes, s˜ao elas 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Entretanto Wf

que pode assumir infinitos valores no intervalo [0, 1] e ao transform´ a-lo para a escala IADC Dull Grading podem ocorrer vaa-lores que n˜ao pertencem ao conjunto de classes da mesma, sendo necess´arios ajustes para uma classifica¸c˜ao aceit´avel.

A equa¸c˜ao 4.1, quando corretamente ajustada, Wf assume

va-lores entre 0 e 1. Por´em devido `as diferen¸cas entre o po¸co utilizado para ajuste do coeficiente Wc e o po¸co em processo de perfura¸c˜ao

po-dem ocorrer sa´ıdas fora do intervalo esperado para Wf, implicando em

dificuldades na convers˜ao para a escala IADC Dull Grading. Assim qualquer valor de degaste maior igual a 8 indica que a broca est´a to-talmente desgastada.

O m´etodo proposto foi testado usando duas bases com dados de perfura¸c˜ao. A primeira foi utilizada nos experimentos I, II e III, cont´em dados de perfura¸c˜ao de 35 brocas (ou corridas) do tipo PDC com diˆametro 8 1200, metragem perfurada variando entre 30 a 446 me-tros e o desgaste de 1 a 8 na escala IADC Dull Grading. A segunda foi empregada no experimento IV, possui dados de 21 brocas do tipo Im-pregnada com diˆametros 8 1200e 12 1400, metragem perfurada e desgaste final da brocas variando respectivamente de 28 a 467 metros e de 1 a 8 na escala IADC Dull Grading.

Os dados de perfura¸c˜ao de cada broca cont´em: o degaste final da broca, os parˆametros operacionais (PSB e RPM ), e o perfil litol´ogico (UCS ) por metro perfurado.

5.1 EXPERIMENTO I

Das 35 corridas presentes na base de dados, 28 foram utilizadas para identificar (fitting) as PDF de cada vari´avel de entrada por clus-ter e as PDF por referentes ao coeficiente Wc por conjunto de dados

hist´oricos. Enquanto as demais 7 corridas foram usadas para testar o m´etodo.

(50)

50

Devido a simplicidade e f´acil utiliza¸c˜ao, o algoritmo k-means foi usado na etapa 1 para levantar os clusters. V´arios experimentos foram realizados at´e obter k = 6 como sendo o n´umero de clusters que resultou no menor erro para essa base de dados. A Figura 15 mostra os clusters obtidos e a Figura 16 demonstra as PDF encontradas em trˆes dos clusters.

Figura 15 – Clusters obtidos na etapa 1.

60 PSB (klbf) 40 20 0 0 200 RPM (rpm) ×104 0 2 4 400 U C S ( ps i) Cluster 5 Cluster 1 Cluster 3 Cluster 6 Cluster 2 Cluster 4

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

Observando a Figura 16, ´e poss´ıvel notar pelos histogramas dos clusters 2 e 6 que a vari´avel RPM tem comportamento inversamente proporcional ao PSB. Esse comportamento foi detectado devido ao em-prego de clusteriza¸c˜ao, de forma que os dados gerados pelas PDF desses clusters n˜ao conter˜ao cen´arios em que o PSB e a RPM s˜ao incom-pat´ıveis, como por exemplo, PSB e RPM altos ao mesmo tempo.

Na etapa 2, um total de s = 3000 conjuntos de dados (amostras) foram gerados usando o MMC. Ap´os v´arios experimentos, o tamanho de janela w = 5 metros foi usado para identificar o cluster e conjunto de dados hist´oricos mais representativos. Esses mesmos parˆametros w e s foram utilizados para as simula¸c˜oes das 28 corridas de fitting e as 7 de teste.

Os histogramas obtidos para o coeficiente Wc e as

respecti-vas distribui¸c˜oes identificadas para algumas das corridas (etapa 3) s˜ao apresentados na Figura 17. As diferen¸cas observadas entre as distri-bui¸c˜oes s˜ao consequˆencias de as corridas possu´ırem diferentes

(51)

carac-51

ter´ısticas, como a metragem total perfurada, o desgaste final da broca, os parˆametros operacionais utilizados e o perfil litol´ogico encontrado.

Figura 16 – PDF identificadas (fitting) em trˆes clusters.

F re quê nc ia PSB (klbf) RPM (rpm) UCS (psi)×104 ... ... ... 100 200 300 0 100 200 0 100 200 1 2 0 50 100 10 30 50 Cluster 1 Cluster 2 Cluster 6

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

Figura 17 – PDF identificadas para o coeficiente Wc em trˆes corridas

hist´oricas. F re quê nc ia s 0 500 1000 ... Corridas históricas 2 2,5 3 2 2,5 3 2 2,5 3 1 2 28 Wc ×10 -9

(52)

52

O objetivo desse experimento ´e comparar o desgaste final real com o previsto pelo m´etodo proposto, utilizando as 7 corridas restantes reservadas para este teste que nunca foram apresentadas ao m´etodo. A mediana dos resultados simulados para o ´ultimo metro perfurado ´e tomada como estimativa do desgaste final da broca. O RMSE (Root-Mean-Square Error ) foi usado como indicador de precis˜ao, que mede a varia¸c˜ao m´edia entre o resultado real e o previsto na mesma escala. Valores de RMSE mais baixos indicam uma melhor acur´acia.

Na Figura 18 s˜ao apresentados os desgastes reais e estimados para cada corrida de teste. O RMSE obtido para as 7 corridas de teste foi de 1,03 na escala IADC Dull Grading. Esse valor equivale aproximadamente a 12,5% da escala de desgaste utilizada.

Entretanto, o erro obtido desconsidera que a resposta do m´etodo n˜ao ´e pontual, mas sim apresentada na forma de um histograma, com probabilidades associadas aos poss´ıveis valores em um intervalo. As-sim, mesmo que a estimativa pontual n˜ao seja exata o verdadeiro valor do desgaste final real pode estar, com maior ou menor probabilidade, dentre os poss´ıveis valores de desgaste previstos pelo histograma.

Observando os resultados das corridas 1, 2, 3 e 6 na Figura 18, ´e poss´ıvel deduzir que o m´etodo superestimou, na maioria dos casos, as distribui¸c˜oes finais (boxplot ) em que o desgaste real final n˜ao estava incluso na distribui¸c˜ao.

Figura 18 – Comparativo entre o desgaste real e o desgaste previsto nas corridas de teste. Corrida 1 2 3 4 5 6 7 IA D C D ul l G rad ing 0 2 4 6 8 Previsto Real

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

A corrida 5 (Figura 18) teve profundidade perfurada de 254 me-tros e o desgaste final da broca foi classe 5 na escala de classifica¸c˜ao IADC Dull Grading. A Figura 19 ilustra a distribui¸c˜ao dos resultados

(53)

53

das simula¸c˜oes por metro perfurado da corrida 5, pode-se observar que a propaga¸c˜ao da incerteza faz com que amplitude dos valores simulados aumente `a medida que a metragem perfurada tamb´em aumenta.

Figura 19 – Desgastes simulados por metro para a corrida 5 da Figura 18.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

Para a mesma corrida, a Figura 20 ilustra os histogramas das simula¸c˜oes para os metros 64, 128, 192 e 254. O valor final de desgaste estimado para esta corrida foi de 4,82 na escala IADC Dull Grading, enquanto o valor de desgaste real foi de 5. Entretanto, pela Figura 20, ´

e poss´ıvel observar que no ´ultimo metro (254) havia uma probabilidade do desgaste 5 ocorrer. Como a estimativa n˜ao fornece um valor fixo e, embora 4,82 tenha sido o valor de desgaste mais comum, em algumas das simula¸c˜oes o desgaste ficou pr´oximo de 5.

Figura 20 – Histogramas das simula¸c˜oes dos metros 64, 128, 192 e 254 para a corrida 5 da Figura 18.

IADC Dull Grading

2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 F re quê nc ia 0 200 400 600 64m 128m 192m 254m

(54)

54

J´a com as 28 corridas usadas para identificar (fitting) as PDF das entradas por cluster e do coeficiente Wc por conjunto de dados

hist´oricos, o desempenho foi pior quando comparado com as corridas de teste, pois o RMSE obtido foi 1,18 na escala IADC Dull Grading.

Figura 21 – Comparativo entre o desgaste real e o desgaste previsto nas corridas utilizadas para aderir as distribui¸c˜oes.

IA D C D ul l G rad ing Corrida 5 10 15 20 25 1 2 3 4 5 6 7 8 Previsto Real

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

5.2 EXPERIMENTO II

O experimento anterior avaliou o m´etodo com 28 corridas selecio-nadas para aderˆencia das PDF e outras 7 para teste. Nesse experimento as trˆes etapas do m´etodo foram realizados 1000 vezes, de tal forma que em cada um, 28 corridas (80%) s˜ao aleatoriamente selecionadas para fitting, e as demais 7 (20%) s˜ao utilizadas para teste. Os RMSE obtidos ao simular essas corridas s˜ao armazenados.

Atrav´es de an´alise de sensibilidade, o total de clusters k a serem formados na etapa 1 e o tamanho da janela de registros w utilizada na etapa 2 em que se obteve os melhores resultados foram k = 8 e w = 6, respectivamente. Afim de reduzir o tempo computacional, em cada execu¸c˜ao s˜ao geradas s = 400 corridas na etapa 2 para realizar o processo de aderˆencia da PDF do coeficiente Wc na etapa 3.

Para as simula¸c˜oes das corridas de fitting e de teste os mesmos parˆametros w = 6 e s = 400 foram utilizados. A Figura 22 apresenta os dois histogramas referentes `a amostra de 1000 RMSE obtidos. O RMSE m´edio e o desvio padr˜ao obtidos para as corridas de fitting foram 1,09 e 0,1 respectivamente (IADC Dull Grading). Enquanto para as corridas

(55)

55

de teste, alcan¸cou respectivamente RMSE m´edio e desvio padr˜ao de 1,95 e 0,57 (IADC Dull Grading ).

Figura 22 – RMSE obtidos em 1000 execu¸c˜oes do m´etodo proposto com diferentes corridas para fitting das PDCs e para teste.

0 2 4 6 F re quê nc ia 0 50 100 150 200 250 0 2 4 6

IADC Dull Grading RMSE (teste) IADC Dull Grading

RMSE (fitting)

RMSE (teste) RMSE (fitting)

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

5.3 EXPERIMENTO III

Um experimento comparativo foi realizado empregando uma abor-dagem similar `a de Lin e Ting (1996) que utiliza rede neural tendo como entrada os valores m´edios das vari´aveis da corrida, e como sa´ıda o des-gaste m´edio por metro.

Nesse experimento, parecido com o anterior, 1000 redes neurais foram treinadas e testadas com 80% e 20% das corridas aleatoriamente selecionadas a cada execu¸c˜ao para treinamento e teste respectivamente. O tipo de rede neural utilizada foi Cascade-forward (FAHLMAN; LEBIERE, 1990) com 15 neurˆonios na camada escondida, e a fun¸c˜ao de treinamento foi Levenberg-Marquardt (LEVENBERG, 1944). As m´edias por corrida das mesmas vari´aveis PSB, RPM e UCS dos experimentos anteriores foram utilizadas como entrada da rede.

Nas 1000 execu¸c˜oes, o desgaste final previsto ao simular por me-tro as corridas de treinamento e teste s˜ao armazenados e comparados com o desgaste real atrav´es do RMSE, que s˜ao apresentados na Figura 23. Em m´edia o RMSE ´e 2,16 e 2,47 com desvio padr˜ao 0,47 e 0,76 na escala IADC Dull Grading para as corridas de treinamento e teste respectivamente.

(56)

56

Figura 23 – RMSE obtidos em 1000 execu¸c˜oes do m´etodo proposto com diferentes corridas para fitting das PDCs e para teste.

0 2 4 6 F re quê nc ia 0 50 100 150 200 250 2 4 6 0

IADC Dull Grading RMSE (teste) IADC Dull Grading

RMSE (treinamento) Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

dificuldades em estimar o desgaste, j´a que m´etodo proposto teve menor RMSE m´edio e menor desvio padr˜ao tanto para as corridas utilizadas para aderˆencia das PDF (80%) quanto para as corridas de teste (20%). Entretanto, isso n˜ao significa que o m´etodo proposto sempre ser´a me-lhor que uma rede neural, pois a quantidade de dados utilizada pode n˜ao ter sido suficiente para extrair todo o potencial da rede.

5.4 EXPERIMENTO IV

Semelhante ao experimento II, por´em usando dados de brocas do tipo Impregnada. O m´etodo foi executado 500 vezes. Cada vez, 16 (≈76%) e 5 (≈24%) corridas s˜ao selecionados aleatoriamente para aderˆencia das PDF e testar o m´etodo, respectivamente.

Dos parˆametros experimentados onde se obteve os melhores re-sultados, para o passo 1 foi k = 4, e no passo 2 foram w = 8 e s = 500. Os mesmos valores para os parˆametros w e s foram utilizados ao si-mular corridas de aderˆencia das distribui¸c˜oes e de testes. A Figura 24 mostra os histogramas dos RMSE obtidos nas 500 execu¸c˜oes.

Os desvios padr˜oes obtidos neste experimento ficaram pr´oximos dos obtidos no experimento II, sendo respectivamente 0,16 e 0,58 para as corridas de fitting e teste. No entanto, os valores m´edios para RMSE para as corridas de fitting e teste foram ligeiramente melhores, atin-gindo 0,86 e 1,81, respectivamente.

(57)

57

Figura 24 – RMSE obtidos em 500 execu¸c˜oes do m´etodo com corridas diferentes para fitting e teste, usando dados de brocas do tipo Impreg-nada.

IADC Dull Grading RMSE (fitting) F re quê nc ia 0 50 100 150 200 0 2 4 6

IADC Dull Grading RMSE (teste)

0 2 4 6

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