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Avaliação do programa de coleta seletiva no município de Montanha/ES

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO – CAMPUS NOVA VENÉCIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO (Lato sensu) EM GESTÃO AMBIENTAL

TALITA ALVES DE CARVALHO

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE COLETA SELETIVA NO MUNICÍPIO DE MONTANHA/ES

NOVA VENÉCIA 2019

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TALITA ALVES DE CARVALHO

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE COLETA SELETIVA NO MUNICÍPIO DE MONTANHA/ES

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Pós graduação em Gestão Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo –

Campus Nova Venécia como requisito

parcial para a obtenção do título de Especialista em Gestão Ambiental.

Orientadora: Professora Dra. Talita Aparecida Pletsch

NOVA VENÉCIA 2019

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Valmir Oliveira de Aguiar CRB-566-0 ES

C331a Carvalho, Talita Alves de

Avaliação do programa de coleta seletiva no município de

Montanha/ES / Talita Alves de Carvalho. – Nova Venécia, ES : IFES, 2019.

72 f. : il. 30 cm

Orientador: Talita Aparecida Pletsch.

Monografia (pós-graduação) – Instituto Federal do Espírito

Santo, Coordenadoria da Pós-Graduação em Gestão Ambiental, 2019

1. Coleta seletiva. 2. Resíduos. 3. Educação ambiental. 4. Gestão ambiental. I. Talita Aparecida Pletsch. II. Instituto Federal do Espírito Santo. III. Título

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TALITA ALVES DE CARVALHO

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE COLETA SELETIVA NO MUNICÍPIO DE MONTANHA/ES

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Pós graduação em Gestão Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo –

Campus Nova Venécia como requisito para

a obtenção do título de Especialista em Gestão Ambiental.

Aprovada em 31 de maio de 2019

COMISSÃO EXAMINADORA

Profª. Dra. Talita Aparecida Pletsch Instituto Federal do Espírito Santo

Orientadora

Profª. Msc. Amanda de Fatima Martin Catarucci Instituto Federal do Espírito Santo

Membro Interno

Profº. Dr. Waylson Zancanella Quartezani Instituto Federal do Espírito Santo

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RESUMO

O gerenciamento adequado de resíduos sólidos vem se mostrando um desafio, principalmente para as cidades de pequeno porte, devido à carência de recursos humanos qualificados, tecnológicos e financeiros; neste cenário, a elaboração de estudos para disseminação de métodos de gestão adequados dos resíduos sólidos se torna necessária. Desta forma, é imperativo refletir sobre a eficiência da coleta seletiva implantada nos municípios, já que os impactos da não-segregação de resíduos na fonte (moradias) refletem significativamente na perda de materiais dotados de valor econômico, passíveis de serem reutilizados e reciclados; mas que acabam em grande parte descartados como rejeitos. Visa-se, neste estudo, analisar a eficiência da coleta seletiva no Município de Montanha – ES, por meio de um diagnóstico da coleta seletiva implantada no município e análise do quantitativo de resíduos recuperados pela coleta seletiva, que gerará proposição de melhorias no sistema implantado. A metodologia utilizada foi a coleta dos dados através de entrevista semiestruturada, relatos de experiência, pesquisa online, visita e observação. Como fonte de dados primários, foram realizadas visitas na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, entrevista com uma amostra representativa da população e com os associados da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Montanha – ES, além disso, foram avaliados os resíduos recicláveis recuperados no processo de coleta seletiva, pela quantificação dos materiais triados e a porcentagem de rejeito que é encaminhado para o aterro sanitário. Através do estudo realizado foi possível avaliar que mesmo diante das dificuldades e desafios na implantação e continuidade da coleta seletiva, o município de Montanha permanece divulgando e utilizando o sistema implantado há 10 anos, não havendo descontinuidade, de fato, do processo, e é possível atestar eficiência no aproveitamento de resíduos. Apesar disso, sugere-se uma reestruturação do sistema visando ampliação da educação ambiental, transformadora tanto no âmbito formal como não formal, como meio de conscientizar a população através de ações contínuas e permanentes.

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ABSTRACT

The proper management of solid waste is showing itself a challenge, mainly in small towns, due to lack of qualified human resources, technology and financial resources; in that scenario, the preparation of studies to dissemination of proper management methods of solid waste becomes necessary. Thus, is imperative to reflect on the efficiency of garbage’s selective collection implanted on the counties, as the impacts of non-segregation of waste at source (residences) reflects significantly on the loss of material with economic value, passable of being reused and recycled; but are, in great part, discarded as trash. This study aims to analyze the garbage’s selective collection’s efficiency in the county of Montanha – ES, through a diagnostic of the garbage’s selective collection implanted in it and a quantitative analyze of the waste recovery from the garbage’s selective collection, which will generate improvements’ propositions on the implanted system. The methodology used was the data collection through semi structured interview, experience reports, online research, visits and observation. As data’s primary sources, were realized visits to Municipal Secretary of the Environment, interviews with a representative sample of the population and with the members of Associação de Catadores de Resíduos Recicláveis de Montanha – ASCAMONT; besides that, were evaluated the recyclable waste recovery on the process of garbage’s selective collection, by the quantification of the screening material and percentage of trash that is sent to the landfill. Through the study was possible evaluate that even before difficulties and challenges on the implantation and continuity of garbage’s selective collection, the county of Montanha remains divulging and using the system implanted 10 years ago, there being no discontinuity, in fact, of the process, and is possible attest efficiency of the waste recovery. Besides that, is suggested the system’s restructuring, aiming the enlargement of the environmental education, transformative both at the formal and informal levels, as a way to make the population aware through continuous and permanent actions.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 13 1.1 OBJETIVOS... 15 1.1.1 Objetivo Geral... 15 1.1.2 Objetivos Específicos... 15 2 REVISÃO DE LITERATURA... 16 2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS... 16

2.2 GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS... 18

2.2.1 Tratamento de Resíduos Sólidos... 19

2.3 COLETA SELETIVA... 21

2.3.1 Modalidades da Coleta Seletiva... 23

2.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PARTICIPAÇÃO SOCIAL... 25

3 METODOLOGIA... 28

3.1 TIPO DE ESTUDO... 28

3.2 COLETA DE DADOS... 29

3.3 ÁREA DE ESTUDO... 29

3.4 HISTÓRICO DA ASSOCIAÇÃO DE CATADORES E DA COLETA SELETIVA... 31

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES... 35

4.1 SISTEMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS... 35

4.1.1 Sistema de Limpeza Urbana... 35

4.1.2 Programa de Coleta Seletiva... 37

4.1.2.1 Programa de Educação Ambiental... 42

4.1.2.2 Percepção da população sobre a coleta seletiva... 45

4.1.2.3 Percepção da ASCAMONT sobre a coleta seletiva... 54

4.2 LEVANTAMENTO DE MATERIAIS RECUPERADOS PELA ASCAMONT... 60

5 CONCLUSÃO... 65

REFERÊNCIAS... 66

ANEXO A – ENTREVISTA COM A POPULAÇÃO... 71

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LISTA DE FOTOS

Foto 1 – Catadores no antigo lixão ... 32

Foto 2 – Entrada principal da Usina de Triagem e Compostagem - UTC ... 33

Foto 3 – Varrição Pública no Município de Montanha ... 36

Foto 4 – Entrega voluntária de materiais recicláveis ... 41

Foto 5 – Troca de produtos produzidos na UTC ... 41

Foto 6 – Lançamento do programa de coleta seletiva – dia do sim ... 43

Foto 7 – Lançamento do programa de coleta seletiva ... 43

Foto 8 – Visita técnica de estudantes na UTC ... 44

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Destaque da localização do município de Montanha ... 28

Figura 2 – Mapa de abrangência da varrição de Montanha... 37

Figura 3 – Panfleto de divulgação da coleta seletiva. ... 39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Código de cores ... 22

Tabela 2 – Estrutura da UTC ... 33

Tabela 3 – Rotas da coleta seletiva no município de Montanha ... 38

Tabela 4 – Questões sociais dos participantes ... 46

Tabela 5 – Questões sociais dos membros da ASCAMONT ... 55

Tabela 6 – Percentual de coleta do lixo seco ... 60

Tabela 7 – Percentual de coleta do lixo úmido ... 62

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LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 - Qual a destinação dada aos resíduos gerados na sua residência? ... 46

Gráfico 2 - Você sabe o que é coleta seletiva? ... 47

Gráfico 3 - Você separa os resíduos em lixo seco e lixo úmido em sua residência? .... 48

Gráfico 4 - Você sabe os dias e horários da coleta seletiva no município de Montanha? ... 48

Gráfico 5 - Você conhece a Associação de Catadores de materiais recicláveis – ASCAMONT? ... 49

Gráfico 6 - Você sabe quando foi implantada a coleta seletiva no município de Montanha? ... 50

Gráfico 7 - Em um grau de importância, o que você considera sobre a coleta seletiva? ... 51

Gráfico 8 - O que você acha sobre a qualidade dos serviços de coleta seletiva realizados pela Prefeitura?... 51

Gráfico 9 - Você já foi informado sobre a importância da coleta seletiva por algum servidor da prefeitura? ... 52

Gráfico 10 - Qual a maior dificuldade encontrada no seu trabalho? ... 56

Gráfico 11 - Qual o material reciclável mais encontrado durante a triagem? ... 57

Gráfico 12 - Você trabalha a educação ambiental com a população? ... 58

Gráfico 13 - O que o fez atuar na atividade de triagem de material reciclável? ... 59

Gráfico 14 - Comparativo lixo seco aproveitado e o rejeito ... 61

Gráfico 15 - Comparativo lixo úmido aproveitado e o rejeito ... 62

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LISTA DE SIGLAS

ASCAMONT - Associação de catadores de materiais recicláveis do Município de Montanha

EA - Educação Ambiental

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LESA - Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental NBR - Norma Brasileira

PEV - Ponto de Entrega Voluntária

PNEA - Politica Nacional de Educação Ambiental PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos

PMGIRS - Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico

RSU - Resíduos Sólidos Urbanos

SEMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente TCA - Termo de Compromisso Ambiental

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1 INTRODUÇÃO

Devido ao volume de lixo produzido pela população, em quantidades cada vez maiores, a destinação final adequada de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é considerada como um dos principais problemas de qualidade ambiental das áreas urbanas no Brasil.

O gerenciamento dos resíduos sólidos é uma questão de saúde pública, pois envolve fatores de interesse comum a toda sociedade, onde o envolvimento popular é base para avanços significativos na tomada de decisões relacionada com a problemática de resíduos sólidos.

A gestão adequada de resíduos sólidos se tornou um desafio, especialmente para as cidades de pequeno porte, devido à carência de recursos humanos qualificados, tecnológicos e financeiros. Diante dessa realidade é necessária a elaboração de estudos visando disseminar métodos de gestão adequada dos resíduos sólidos. Dentro desse contexto, a coleta seletiva se define como um processo de reaproveitamento de resíduos, sendo instrumento de incentivo a redução, a reutilização e a separação do material para a reciclagem. A coleta seletiva de resíduos é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis (plástico, papel, vidro, metal) e orgânicos (restos de comida e material orgânico em geral) que devem ser previamente separados na fonte geradora (domicílios, comércio, escolas, etc.). Os impactos da não segregação de resíduos na fonte (moradias) se reflete significativamente na perda de materiais dotados de valor econômico, passíveis de reutilização e reciclagem, mas que, por descuido, acabam descartados como rejeitos. Quando o morador separa o lixo domiciliar da forma correta, essa prática refletirá no maior aproveitamento do material triado por associações de catadores, assim diminuindo a quantidade de rejeitos descartados proporcionando-nos um ambiente mais equilibrado.

Desta forma, o presente trabalho vem destacar a realidade do município de Montanha – ES, localizado no Norte do Espírito Santo. De 1987 a 2009, a disposição de resíduos sólidos na cidade de Montanha – ES foi realizada de forma descuidada e sem impermeabilização da base, no antigo depósito de resíduos sólidos (lixão),

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localizado na Rodovia ES – 209 – Trecho Montanha Entr. ES 130 para Pinheiros/ES. Em busca de melhorias na gestão de resíduos, em 2009 o município desativou o lixão e iniciou a operação da Usina de Triagem e Compostagem de resíduos sólidos (UTC) e aterro controlado. Além disso, também em 2009 foi implantado o programa de coleta seletiva porta a porta com uma cobertura total na área urbana e nos distritos.

Ressalta-se que entre 2009 a 2017 a UTC era gerida por funcionários concursados, que eram responsáveis pela triagem de materiais recicláveis, porém devido a necessidade de adequação legal, desde 2017 o funcionamento da coleta seletiva conta com a participação da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Montanha – ES (ASCAMONT).

Vale destacar que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Federal nº 12.305 de 02 de agosto de 2010, no Art 8º, inciso IV estabelece como instrumento o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. Sendo assim alguns estados como o Estado do Espirito Santo, determinou através do Termo de Compromisso Ambiental - TCA 01/2013, assinado entre o Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho, Instituto Estadual de Meio Ambiente e Municípios, que todos os municípios do Espírito Santo implantassem a coleta seletiva através da participação de associações de catadores.

Diante desse contexto, o município de Montanha que havia implantado a coleta seletiva desde 2009, precisou realizar uma reestruturação no seu sistema, incluindo a ASCAMONT no processo de recuperação de materiais recicláveis através da atividade de triagem realizada na UTC.

Desta forma, é necessário avaliar o programa de coleta seletiva implantado no município de Montanha, pois apesar das dificuldades enfrentadas para continuidade do programa, nota-se que, em 2019, depois de 10 (dez) anos de implantação, o programa continua em funcionamento. Ressalta-se que os resultados dessa avaliação podem servir como subsídio para propostas de melhoria contínua no âmbito ambiental, através da otimização do sistema e gestão adequada dos resíduos sólidos.

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Avaliar o programa de coleta seletiva no Município de Montanha – ES.

1.1.2 Objetivos Específicos

● Compreender a implantação do Programa de Coleta Seletiva no município de Montanha ao longo de 10 anos de funcionamento.

● Dimensionar no período de junho de 2018 a fevereiro de 2019 os materiais recuperados pela Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Montanha – ES.

● Apontar pontos fortes e fracos e auxiliar o poder público a elaborar ações de melhoria no programa de coleta seletiva implantado.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS

A Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, instituída pela Lei nº 12.305/2010, dispõe sobre os princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis (BRASIL, 2010).

A Lei Federal 12.305/2010, Art. 3º, XVI, define os resíduos sólidos da seguinte forma:

[...] material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010).

Bringhenti (2004) indica que os resíduos sólidos podem ser classificados conforme a origem em: resíduos domiciliares, de serviços de saúde, comerciais, industriais, varrição, radioativos, portos e aeroportos, entre outros. A NBR 10004 classifica os resíduos conforme a sua periculosidade, classificando-os em três classes, sendo elas: Classe I – perigosos; Classe II - não inertes e Classe III – inertes (ABNT, 2004). Ainda de acordo com Bringhenti (2004) o crescimento populacional e aumento na geração de resíduos vêm trazendo ao longo dos últimos anos alterações significativas na composição, características e periculosidade dos resíduos sólidos. Tais mudanças se justificam devido aos atuais padrões de consumo adotado pela população.

Monteiro et al. (2001) destaca que, com o crescimento populacional das cidades, o desafio da limpeza urbana não consiste apenas em remover o lixo das ruas e edificações, sendo que o principal desafio é a destinação final adequada aos resíduos coletados.

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Philippi et al. (2005) descreve os resíduos sólidos como todos os restos domésticos e os resíduos não perigosos, tais como comerciais, lixo da rua e restos de construção civil. A Lei Federal nº 12.305/2010, no Art. 26 estabelece que a coleta, o transporte e destinação dos resíduos sólidos urbanos (RSU) são de responsabilidade das prefeituras municipais incluindo o lixo domiciliar, dos comércios e público, observados os critérios estabelecidos no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS, apesar disso também cabe ao gerador de resíduos sólidos a responsabilidade quanto a gestão adequada dos resíduos (BRASIL, 2010).

Diante da problemática em torno dos resíduos sólidos, destaca-se uma pesquisa realizada em 2017, que demonstrou que no Brasil foi gerado um total anual de 78,4 milhões de toneladas de RSU, indicando um aumento de 1% em relação a 2016. Entretanto, o índice de cobertura da coleta foi de 91,2%, o que significa que 6,9 milhões de toneladas de resíduos não foram coletados e obtiveram destinação imprópria (ABRELPE, 2017).

O gerenciamento e destinação final adequada dos resíduos sólidos estão diretamente ligados à saúde pública, pois o lixo atrai vetores transmissores de doenças à população. Além disso, os resíduos podem contaminar o ar, águas superficiais, subterrâneas e o solo (SIQUEIRA E MORAES, 2008).

Considerando que a produção de resíduos domiciliares pode gerar riscos a saúde humana quando não gerenciados corretamente, e face a era de consumo é importante destacar o desafio de reduzi-lo e destiná-lo corretamente (BESEN, 2011). Os que não são aproveitáveis – segundo a PNRS, apenas aqueles resistentes a todas as formas de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis - foram definidos como rejeitos, e de acordo com a Lei 12.305/2010 somente os rejeitos devem ser encaminhados para destinação final em aterro sanitário, os quais possuem vida útil limitada e os serviços de engenharia envolvidos em sua manutenção são caros (BRASIL, 2010).

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2.2 GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Política Nacional de Resíduos, instituída através da Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010 representa um marco legal para a proteção do meio ambiente, pois estabelece um sistema de gestão integrado de resíduos sólidos, atribuindo aos municípios a responsabilidade pela gestão dos resíduos gerados em seu território (SILVEIRA et al., 2018).

No Art. 9º da mesma lei estabelece que a gestão e gerenciamento de resíduos sólidos devem observar a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010).

Como observado, a primeira etapa da gestão de resíduos sólidos refere-se à sua geração, entretanto, devido à disposição irregular, coleta informal ou sistema de coleta pública insuficiente, nem todo resíduo sólido gerado é coletado, causando maiores problemas ambientais (IPEA, 2012).

Além da geração de resíduos, o gerenciamento de resíduos sólidos também inclui a redução de resíduos na fonte geradora, coleta seletiva, reciclagem dos materiais, compostagem de resíduos orgânicos, construção e operação adequada de aterros sanitários e outras maneiras de destinação final adequada dos rejeitos (BELTRAME e LHAMBY, 2013).

Com o aumento do consumo, maior produção do lixo e consequentemente redução da vida útil dos aterros sanitários, cabe aos prefeitos, governantes e legisladores criarem legislações e estratégias para a mitigação dos efeitos sobre o meio ambiente. Além disso, é de responsabilidade dos governantes o encerramento de lixões e a elaboração de políticas públicas sustentáveis para o gerenciamento adequado dos resíduos (BITTENCOURT et al., 2017).

É evidente que na sociedade atual um dos maiores desafios ambientais é desenvolver um modelo de gestão que visa à destinação final adequada dos resíduos sólidos. A gestão é complexa, e diante desse fato é necessária a adoção de estratégias técnicas e gerencias antes da disposição final do lixo, sendo

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fundamental uma gestão integrada de resíduos sólidos (FREIRE, 2013). De acordo com a PNRS, Art. 3º, inciso XI, a gestão integrada é definida como: “conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável” (BRASIL, 2010). Em busca de planejamento e adoção de medidas integradas na gestão de resíduos, a PNRS estabeleceu a obrigatoriedade do Poder Público Municipal em elaborar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PMGIRS, sendo essa uma condição para obtenção de benefícios e financiamentos por entidades federais. Ressalta-se que o Art. 19 da PNRS estabelece o conteúdo mínimo do PMGIRS, e o § 1º do referido artigo determina que “o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de saneamento básico previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007” (BRASIL, 2010).

Considerando os conceitos supracitados, a destinação ambientalmente adequada se trata do encaminhamento dos resíduos para tratamento adequado. Enquanto a disposição final ambientalmente adequada é a disposição exclusiva de rejeitos em aterro sanitário. O aterro sanitário é atualmente a solução mais viável para disposição final dos resíduos, pois se trata de uma obra de engenharia que possibilita o confinamento seguro dos resíduos evitando riscos à saúde humana e impactos ambientais (CALIJURI e CUNHA, 2013).

Aterros sanitários possuem como desvantagem a necessidade de utilização de grandes áreas, por isso é fundamental maximizar a vida útil dos aterros sanitários. Essa medida só é possível através da diminuição da quantidade de resíduos encaminhada ao aterro, podendo ser realizada através do tratamento de resíduos (BRAGA et al., 2005).

2.2.1Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos

No gerenciamento de resíduos sólidos é fundamental estudar as técnicas para estabilização e redução dos resíduos nos aterros sanitários. A seleção das técnicas

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de tratamento deve prever os custos de implantação, os recursos financeiros dos agentes envolvidos, atendimento as exigências legais e capacitação técnica dos recursos humanos (CALIJURI e CUNHA, 2013).

Visando o tratamento de resíduos sólidos, no presente trabalho será apresentada somente a reciclagem e a compostagem como técnicas de tratamento dos resíduos sólidos urbanos – RSU.

A reciclagem é um processo de tratamento que é vista como um dos elementos primordiais dentro do conjunto de atividades integradas no gerenciamento dos resíduos, porém não é considerada como a principal "solução" para o lixo, já que nem todos os materiais são técnica ou economicamente recicláveis (SCHALCH et

al.,2002).

A reciclagem é o resultado de uma série de atividades, onde materiais que se tornariam ou estão no lixo são coletados, devidamente separados e processados para sua utilização como matéria-prima. Assim, esses materiais retornam ao ciclo produtivo, o que contribui para o aumento da vida útil de áreas de disposição final dos resíduos, diminuindo a exploração dos recursos naturais (MAGALHÃES, 2008). Na reciclagem é considerada a viabilidade econômica do processo, pois um determinado resíduo pode ser reciclado em termos de tecnologia disponível, porém por uma questão de inviabilidade econômica ou elevado custo logístico o mesmo não é encaminhado para a reciclagem (BARTHOLOMEU et al., 2011).

Já a compostagem é o processo biológico de decomposição da matéria orgânica contida em restos de origem animal ou vegetal, tendo como resultado final o composto orgânico que pode ser aplicado ao solo para melhorar suas características sem ocasionar riscos ao meio ambiente (FERREIRA, 2006).

O processo de compostagem consiste basicamente em duas fases: a fase termófila, dura de duas a quatro semanas, sendo caracterizada pelo aumento da temperatura, que pode chegar até a 70° C. Em seguida, ocorre uma redução da temperatura para cerca de 30º C, tendo inicio a fase mesófila, que dura de dois a quatro meses, até que haja a estabilização do composto (BRAGA et al., 2005).

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2.3 COLETA SELETIVA

A Lei Federal 12.305, de 02 de agosto de 2010, em seu Art. 3º, Inciso V, define a coleta seletiva como a “coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição”. Quanto aos aspectos legais destaca-se que o Art. 18º, parágrafo 1o, inciso II determina que sejam priorizados o acesso aos recursos da União os municípios que “implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda” (BRASIL, 2010).

A coleta seletiva é um dos instrumentos da PNRS, e ficou determinado na Política de Resíduos que para efetivar os sistemas de coleta seletiva, é necessário que os consumidores assumam a responsabilidade compartilhada pelos resíduos gerados (BRASIL, 2010). Desta forma os consumidores ficam obrigados a separar os resíduos em secos e orgânicos, disponibilizando-os corretamente para a coleta, cabendo os serviços de limpeza adotar corretamente a coleta seletiva em parceria com cooperativas e associações devolvendo ao ciclo produtivo os resíduos sólidos reutilizáveis (BESEN; FREITAS; JACOBI, 2017).

Frota et al., (2015) ressalta que o gerenciamento dos resíduos sólidos domiciliares é de responsabilidade dos municípios; entretanto a parceria público - privada, além da participação ativa da sociedade civil, otimiza a qualidade do processo de separação do resíduo reciclável.

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE indicou que em média 3.923 municípios do Brasil apresentaram alguma iniciativa de coleta seletiva, porém, vale salientar que em muitos municípios as atividades de coleta seletiva não abrangem a totalidade da área urbana, além disso, é possível verificar a descontinuidade dos projetos elaborados e ineficácia do serviço prestado (ABRELPE, 2017).

Simonetto e Borenstein (2006) citam que a implantação do sistema de coleta seletiva é um processo contínuo que deve ser realizado com comprometimento, e a eficiência do programa deve contar com ações de educação ambiental. De acordo

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com Siqueira e Assad (2015) programas que incentivem a reciclagem de resíduos e tratamento adequado dos mesmos devem prever mudança de comportamento da população visando o desenvolvimento sustentável.

Bringhenti (2004) relata que os programas de coleta seletiva são elaborados a partir da percepção dos técnicos envolvidos, sem envolver e motivar a participação social; tais ações resultam em projetos sem alcance do objetivo proposto.

É necessário diferenciar o conceito de recuperação de materiais e o que é coleta seletiva, pois a recuperação de materiais recicláveis pode ocorrer mesmo sem participação prévia da população, através da triagem dos resíduos misturados (secos, úmidos e rejeitos) nas centrais de triagem, em lixões ou por meio de catadores informais. Porém, a coleta seletiva considera a participação e conscientização da população em segregar os resíduos, na fonte, em secos e úmidos; é fato que, quanto melhor for a separação na fonte, maior será o índice de aproveitamento de resíduos para reciclagem (BESEN; FREITAS; JACOBI, 2017). A Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA nº 275 de 25 de abril de 2001, estabeleceu um código de cores para os diferentes tipos de resíduos, visando padronizar a reciclagem e o sistema de coleta seletiva conforme a tabela 1. Tabela 1 – Código de Cores

Cores Resíduos AZUL Papel/papelão VERMELHO Plástico VERDE Vidro AMARELO Metal PRETO Madeira

LARANJA Resíduos perigosos

BRANCO Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde

ROXO Resíduos radioativos

MARROM Resíduos orgânicos

CINZA Resíduo geral não reciclável ou misturado e contaminado não passível de separação.

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A grande maioria dos programas de coleta seletiva se inicia com um projeto piloto, onde é adotada a segregação em secos (recicláveis) e úmidos (orgânicos e não recicláveis), porém poucos municípios realmente avançam e ampliam a coleta seletiva para todo o município, vê-se assim a carência de projetos elaborados conforme a realidade da cidade e os padrões de vida da população.

2.3.1 Modalidades da coleta seletiva

O processo de coleta seletiva é iniciado após a geração dos resíduos pela população e a disposição para recolhimento diferenciado. Esse processo possui várias modalidades, porém as mais utilizadas são a coleta seletiva por ponto de entrega voluntária (PEV), coleta porta a porta e através da participação direta de catadores autônomos, entre outros (BRINGHENTI, 2004).

O PEV é onde o próprio gerador se desloca de sua residência ou estabelecimento e deposita os materiais recicláveis em contêineres. A coleta seletiva porta a porta ocorre semelhantemente a coleta comum, porém a população realiza a separação prévia dos resíduos, sendo que o material reciclável (lixo seco) e o material orgânico (lixo úmido) são armazenados separadamente e a coleta é realizada em dias diferenciados (BARTHOLOMEU et al., 2011).

Ainda conforme o mesmo autor é possível verificar em alguns municípios a coleta seletiva com postos de troca, que se baseia na troca de resíduos recicláveis por algo que tenha valor para ser trocado. Geralmente é desenvolvido pela iniciativa privada, porém algumas prefeituras desenvolvem esse tipo de coleta como incentivo à coleta seletiva e participação cidadã (BARTHOLOMEU et al., 2011).

De acordo com Bartholomeu et al., (2011) é possível realizar a coleta seletiva de uma forma onde os resíduos são coletados diretamente pela prefeitura e entregues a Associações para realizar a triagem dos resíduos por grupo, e assim a comercialização.

O processo de reutilização de resíduos inicia-se com a coleta seletiva. Após a separação de resíduos na fonte, o mesmo é encaminhado para o processo de

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triagem, que pode ser realizado pela própria prefeitura, por empresas contratadas ou Associação de Catadores de Resíduos Sólidos (BARTHOLOMEU et al., 2011). A triagem poderá ser realizada por um desses agentes em uma Usina de Triagem, que de acordo com Magalhães (2008) são áreas compostas de um conjunto de estruturas físicas, tais como: galpão de recepção e triagem dos resíduos, galpão de materiais recicláveis e unidades de apoio (escritórios, almoxarifados, instalações sanitárias/vestiários, entre outros).

Geralmente uma usina de triagem é construída pela Prefeitura através de recursos públicos do Estado ou da União, e em conformidade com a Lei Federal nº 12.305/2010, a prefeitura pode ceder o espaço para os catadores trabalharem na triagem de resíduos, desde que os mesmos sejam organizados em Associações ou Cooperativas. A renda prevista da comercialização dos resíduos retorna para a própria instituição e seus trabalhadores (BARTHOLOMEU et al., 2011).

O Brasil é considerado uma referência mundial na inclusão social de catadores de materiais recicláveis na gestão integrada de resíduos sólidos, em especial no sistema de coleta seletiva (BESEN; FREITAS; JACOBI, 2017).

A otimização do funcionamento de uma usina de triagem conta com a efetiva participação e envolvimento da comunidade, que possui um fundamental papel na separação dos resíduos (MAGALHÃES, 2008).

Os programas de coleta seletiva surgiram no Brasil a partir da política dos 3R’s, que consiste no ato da população reduzir, reutilizar e reciclar (FROTA et al., 2015). Porém, nos últimos anos surgiu a política dos 5R’s: repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar, tendo como princípio a necessidade de uma mudança comportamental a partir de um processo educativo dos cidadãos. Desta forma a gestão de resíduos eficaz não é aquela que mais recicla, e sim a que menos produz resíduos para serem reciclados (SILVA et al., 2017).

Nesse sentido, é preciso destacar, no entanto, que a aplicação de métodos de tratamento de resíduos baseados na reciclagem, reutilização, compostagem e geração de energia não são ferramentas suficientes para garantir a sustentabilidade dos resíduos sólidos urbanos, caso não haja uma conscientização quanto a

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necessidade de mudar os padrões de consumo, tendo em vista a redução de resíduos gerados, mesmo com as iniciativas eficazes os resultados positivos serão reduzidos (BARTHOLOMEU et al., 2011). Silva (2016) destaca que as etapas do processo de coleta seletiva devem prevê o programa contínuo de educação ambiental, e o sucesso da coleta seletiva esta diretamente ligada às abordagens de EA.

2.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Um dos pontos principais abordados pela PNRS é o modelo de responsabilidade pós-consumo implementado, onde foram definidas as atribuições de fabricantes, importadores, distribuidores, consumidores e titulares dos serviços públicos de manejo dos resíduos produzidos (BRASIL, 2010).

É fundamental no processo de implantação de um sistema de gestão e coleta seletiva a participação da sociedade, e a informação é essencial para o cumprimento dos instrumentos da PNRS, em especial a coleta seletiva. Desta forma, o programa de educação ambiental associado à implantação da coleta seletiva tem como objetivo sensibilizar a população para valorização dos resíduos como matéria - prima, a importância da preservação dos recursos do planeta, a qualidade de vida da população e geração de renda (CEMPRE, 2019).

Bartholomeu et al., (2011) destaca que o sucesso de qualquer programa ambiental – inclusive o programa de coleta seletiva, deve incluir a conscientização da população, com investimentos significativos em comunicação e mobilização social. Nesse sentido Dias (2004) cita que não há como desenvolver a educação ambiental nos padrões tradicionais, pois as pessoas necessitam se envolver com a questão ambiental através da inclusão de atividades de sensibilização.

Besen et al., (2017) afirma que a participação social e a educação apresentam-se como indicadores da sustentabilidade para a Coleta Seletiva. Como exemplo de ações de conscientização ambiental pode ser citado o município de Montanha – ES, que vem desenvolvendo atividades práticas, visitas orientadas, campanhas de conscientização, palestras e gincanas, referentes à gestão adequada de resíduos sólidos (VIDAL et al., 2018).

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A educação ambiental abrange todas as ações e atividades desenvolvidas tanto no âmbito formal e não formal. Ressalta-se que é muito importante para o sucesso da coleta seletiva que as ações sejam permanentes e contínuas para sensibilizar a população sobre a necessidade de separação dos resíduos na fonte, e assim ampliar a adesão ao programa. A coleta seletiva envolve uma mudança de cultura da população; e para tal, é necessário sensibilização e comunicação permanente, antes da implantação e ao longo da execução do programa (BESEN et al., 2017). A PNRS (BRASIL, 2010) tem como instrumento a educação ambiental – EA nos diversos âmbitos da sociedade, visando à disseminação de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços. A Lei 9.795 de 27 de abril de 1999 dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA, que é definida como:

Processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999, p.1).

Diante desta problemática, entende-se que a EA deve abranger a construção de uma educação participativa, possibilitando tomada de decisões que possam transformar o meio ambiente através de uma relação sistêmica entre sociedade/natureza. Sendo assim, pode-se considerar que a educação ambiental deve ser integradora nos diversos níveis de ensino, como um processo permanente visando desenvolver mudanças comportamentais mediante o reconhecimento da necessidade de preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013).

A EA na sua abordagem transformadora vem enfatizar a educação enquanto um processo permanente, que foca em ações onde o individuo reconhece as diversas problemáticas ambientais, modificando a si e a realidade da sociedade em geral (LOUREIRO, 2004). Bringhenti (2004) ainda relata que os programas de sustentabilidade devem envolver os cidadãos, pois sem envolvimento diário e continuo da população, os programas terão uma baixa eficiência.

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De acordo com a PNEA (BRASIL, 1999), a educação ambiental é componente essencial da educação nacional, devendo estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal. Destaca-se ainda que a EA não deve ser implantada no currículo de ensino como disciplina específica, mas desenvolvida como prática educativa integrada, contínua e permanente. Considerando o ensino formal, a educação ambiental na escola deve ser desenvolvida em caráter interdisciplinar, orientando a prevenção e minimização dos problemas ambientais através da participação ativa de cada individuo da sociedade (WOJCIECHOWSKI, 2006).

A disseminação dos programas de educação ambiental no âmbito não formal deve envolver a população integrando o poder público e a sociedade, garantindo estratégias que garantam a permanência da continuidade dos programas ambientais iniciados. Desta forma, para a inserção da educação ambiental como programa efetivo, é necessário que haja o fomento da participação cidadã nas atividades realizadas, oferecendo aos alunos e professores a sensibilização necessária para identificar e apresentar propostas de melhorias ambientais (DIAS, 2004).

A conscientização da sociedade sobre os temas relacionados ao meio ambiente é real quando as metodologias de EA são desenvolvidas, contextualizadas e disseminadas no processo educacional, que se inicia no ambiente escolar de forma interdisciplinar e se fortalece na participação dos indivíduos, na coletividade e na transformação social (VIDAL et al.,2018).

Dias (2004) destaca que a educação ambiental é fundamental para o desenvolvimento de programas ambientais, e para os mesmos serem efetivos, é necessário o desenvolvimento de conhecimento e habilidades fundamentais para a preservação e melhoria da qualidade ambiental. Desta forma, ressalta-se que a educação ambiental não formal (fora do contexto escolar) deve ser planejada, levando em consideração o conhecimento do perfil ambiental da comunidade, onde a relação custo/beneficio deve ser avaliada, ou seja, elaborar folders, cartazes, cartilhas, entre outros não é suficiente para desenvolver a educação ambiental não formal.

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3 METODOLOGIA

3.1 ÁREA DE ESTUDO

O município de Montanha situa-se na microrregião extremo-norte do Espírito Santo, com divisas ao norte com Nanuque - MG, ao sul Pinheiros, a leste com Pedro Canário e a oeste com Mucurici e Ponto Belo (figura 1), distando 334 km da capital (Vitória) e apresentando altitude de 180 metros. Segundo o Censo realizado em 2010 o município apresenta área de 1.097 km2, possui duas áreas distritais sendo Vinhático e São Sebastião e possuía uma população de 17.854 habitantes, sendo que destes 13.533 habitantes (75,80%) estavam localizados em áreas urbanas e 4.321 habitantes (24,20%) em áreas rurais (IBGE, 2010).

Figura 1 – Destaque da localização do Município de Montanha – ES

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3.2 TIPO DE ESTUDO

Conforme Gil (2002) essa pesquisa é classificada como descritiva, pois tem como objetivo principal a descrição de característica do fenômeno estudado. Em relação à técnica para coleta de dados, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, análise documental, observação e pesquisa de campo através de um estudo de caso com entrevistas semiestruturadas com os envolvidos diretamente na questão.

3.3 COLETA DE DADOS

Os instrumentos utilizados na coleta dos dados foram: entrevista semiestruturada, relatos de experiência, pesquisa online, visita e observação.

Como fonte de dados primários, foram realizadas visitas na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Montanha – ASCAMONT, onde foram realizados registros fotográficos, entrevistas, análise documental dos projetos existentes no município e levantamento de dados da coleta seletiva. Além disso, foram consultadas anotações e pesagens dos materiais recebidos e comercializados pela ASCAMONT.

A pesquisa de campo e aplicação de questionários teve o objetivo avaliar o programa de coleta seletiva na visão dos moradores no município de Montanha. Para a realização da pesquisa optou-se por uma amostragem aleatória, pois todo o território urbano do município é atendido pela coleta seletiva. Desta forma, a pesquisa ocorreu por meio de questionário online, contendo questões objetivas e discursivas, elaborado e aplicado por meio de software do Google, com o formulário google. Os formulários foram encaminhados por meio de aplicativos de troca de mensagens, redes sociais e perfil oficial do facebook da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e site da Prefeitura de Montanha.

A pesquisa contou com 208 participantes que responderam de forma voluntária e sem nenhuma intervenção do pesquisador, em um intervalo de 28 (vinte e oito) dias, contados a partir do dia 01 de fevereiro de 2019. A pesquisa foi realizada na sede do município, pois apesar da coleta seletiva também ser realizada nos distritos e comunidades rurais, optou-se por avaliar o sistema de coleta seletiva tomando como base uma amostra da sede municipal.

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Vale destacar que a pesquisa contou com a participação de moradores de 17 bairros do município de Montanha, sendo eles: Centro, Cipestre, Brasilia, Decão, Amazonas, Mata Atlântica, Palhinha, Alcebíades, Auto Fundão, Dominguinhos, Cohab, Lajedo, Angelo Depolo, Fundão, Irmã Maria Zélia, Nova Esperança, Izelda Borgo. Esse fato é relevante, pois foi possível obter a opinião de moradores de todos os bairros da sede do município. Após a realização da pesquisa e levantamento dos dados, foram elaborados gráficos e planilhas para a apresentação dos resultados. Também visando avaliar o sistema de coleta seletiva implantado no município de Montanha, foi realizada uma entrevista semiestruturada com os 19 membros da ASCAMONT, contendo questões objetivas e discursivas.

Os resíduos recicláveis recuperados no processo de coleta seletiva foram avaliados, através do dimensionamento dos materiais triados e o percentual de rejeito que é encaminhado para o aterro sanitário.

Foram dimensionados os resíduos recolhidos no período de julho de 2018 a fevereiro de 2019. Foi definido esse período para avaliação do percentual de resíduos reaproveitados pela associação de catadores, pois apesar da mesma encontrar-se formalizada desde 2017, somente a partir de julho de 2018 que os resíduos foram pesados. Ressalta-se que não foi possível definir a quantidade de materiais recicláveis reaproveitados em anos anteriores, pois não havia o controle de pesagem e os materiais reaproveitados para a reciclagem eram vendidos através de leilão pela Prefeitura Municipal de Montanha.

Para dimensionar a taxa de aproveitamento de resíduos pela triagem realizada pela ASCAMONT, foi necessário também a obtenção de dados referente a pesagem total do resíduo coletado (sem a realização da triagem) e do rejeito (resíduos que não são aproveitados e são encaminhados para o aterro sanitário).

A avaliação do percentual aproveitado pela ASCAMONT considerou que a coleta seletiva no município de Montanha funciona através do recolhido do lixo em dias alternados, sendo que terça, quinta e sexta são recolhidos o lixo seco e segunda, quarta e sábado são recolhidos o lixo úmido, desta forma as tabelas e gráficos elaborados levaram em conta os dias de coleta do lixo seco e do lixo úmido.

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Todos os caminhões da coleta seletiva passam pela pesagem em uma balança rodoviária particular, esse dado é relevante, pois é possível avaliar a diferença entre o total de resíduo coletado e o resíduo triado, e assim atestar o trabalho realizado pela associação.

Após a pesagem, o caminhão dispõe a carga de resíduos no pátio de triagem, onde os associados realizam o processo de separação dos resíduos. Nos dias de lixo seco os associados separam os resíduos conforme a tipologia (plástico, papel, papelão, metal, etc) e dispõe em bags (recipiente de grande dimensão utilizado para armazenar o lixo seco) que são pesados diariamente em uma balança eletrônica digital, conforme a quantidade aproveitada. Nos dias de lixo úmido, o resíduo orgânico é colocado em um carrinho de mão, e os resíduos também são pesados e encaminhados para o pátio de compostagem.

Os resíduos que não podem ser reaproveitados (na reciclagem ou na compostagem) são considerados rejeitos, sendo dispostos em três contêineres (área de disposição temporária do rejeito) que são recolhidos por uma empresa devidamente especializada para esse serviço, onde o caminhão é pesado em uma balança rodoviária particular no município de Montanha e os contêineres são levados para o aterro sanitário devidamente licenciado localizado em Cariacica – ES, com os tickets de pesagem dos contêineres é possível avaliar a quantidade de resíduos que não puderam ser reaproveitados na reciclagem ou na compostagem.

3.4 HISTÓRICO DA ASSOCIAÇÃO DE CATADORES E DA COLETA SELETIVA

Até 2009 existia no município um lixão, localizado na Rodovia ES – 209 – Trecho Montanha Entr. ES 130 para Pinheiros/ES, margem esquerda da rodovia. Segundo informações de antigos funcionários da Secretaria de Obras e Limpeza Pública, a disposição de resíduos no local iniciou-se em 1987 e encerrou-se em 2009, totalizando 22 anos de deposição de resíduos. Eram depositados resíduos domésticos, industriais, construção civil, do serviço de limpeza pública (poda de árvores, roça de jardins etc.) e dos serviços de saúde (hospitalar, clínicas médicas,

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farmácias, laboratórios etc.), a catação de materiais recicláveis era realizada de maneira informal e desorganizada, sendo que os catadores eram expostos a condições ambientais extremamente prejudiciais a qualidade de vida, conforme visto na foto 1.

Foto 1 - Catadores no antigo lixão

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente – Montanha

A saturação do antigo lixão e os impactos ambientais e sociais provenientes da disposição inadequada de resíduos motivou a Prefeitura, no início do ano de 1999 a comprar um terreno de aproximadamente 30.000 m2 localizado à margem direita da rodovia que liga Montanha ao município de Mucurici (ES-209) e a iniciar os estudos para a implantação de uma Central de Tratamento de Resíduos Sólidos.

Para isto, foi contratada a empresa LESA – Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental, vinculado ao Departamento de Engenharia Civil/UFV, que elaborou estudos necessários para implantação da Usina de Triagem e Compostagem de lixo (UTC), aterro sanitário para a disposição de rejeitos, programa de Coleta Seletiva e programa de Educação Ambiental.

A área total utilizada pela Prefeitura Municipal para a UTC é de 23.800 m2 (2,38 ha), sendo que essa área é suficiente para abrigar os módulos básicos, as melhorias e

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ampliações necessárias, as vias de circulação interna, o estacionamento, as áreas verdes e os projetos agregados (fábrica de vassoura, fabrica de sabão, etc), conforme tabela 2 abaixo:

Tabela 2 – Estrutura da UTC

MÓDULO ÁREA (m2)

Guarita 5,52

Módulo Administrativo 67,00

Recepção e Triagem 160,00

Depósito para recicláveis 236,08

Pátio de Compostagem 5.000,00

Galpão para estocagem de composto maturado 101,40

Aterro de rejeitos 14.250,00

Fonte: Autora

A UTC possui um galpão para recepção e triagem dos resíduos sólidos, unidades administrativas, baias para o armazenamento de recicláveis, pátio de compostagem e aterro dos rejeitos (atualmente em processo de recuperação ambiental).

A rotina operacional da Usina de Triagem e Compostagem é composta pelo conjunto de atividades desenvolvidas, tais como o processo de triagem, seleção e manejo dos resíduos recicláveis. Entre 2009 a 2017 essa rotina era realizada por 30 (trinta) profissionais que atuavam no processo de separação dos materiais aproveitáveis (seco e úmido) e do rejeito, além de selecioná-los em categorias, assim como o enfardamento, transporte, acomodação e sua destinação final, a foto 2 representa a fachada da UTC.

Foto 2 - Entrada principal da Usina de Triagem e Compostagem – UTC

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A PNRS sancionada em 2010 determinou a participação de associações de catadores no sistema de coleta seletiva e a partir da assinatura do Termo de Compromisso Ambiental 01/2013 entre a Prefeitura Municipal de Montanha, Ministério Público e Ministério Público do Trabalho, o município de Montanha precisou reformular a gestão da UTC, visando o cumprimento integral da lei. Desta forma em 2017, foi criada a Associação de Catadores de Materiais de Recicláveis do Munícipio de Montanha, onde foi estabelecido contrato de trabalho de triagem de resíduos sólidos domiciliares e educação ambiental não formal com a população. É importante ressaltar que a ASCAMONT é responsável pela triagem de resíduos, enquanto que o composto produzido no pátio de compostagem e os projetos agregados, tais como a fábrica de vassoura e fábrica de sabão, continuam na responsabilidade dos funcionários da Prefeitura Municipal de Montanha.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 SISTEMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A gestão de resíduos sólidos urbanos no município de Montanha pertence à Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMA e a Secretaria de Obras. Conforme informações da Secretaria de Obras, a mesma possui 132 funcionários destinados às atividades de varrição, coleta de resíduos, podas/capina e zeladoria de praça.

A SEMMA possui 09 funcionários responsáveis pelo setor administrativo, educação ambiental formal e não formal referente à gestão de resíduos, licenciamento ambiental e coleta seletiva. Além disso, a SEMMA é responsável pelo apoio a ASCAMONT, que possui atualmente 19 associados responsáveis pela triagem de resíduos domiciliares.

4.1.1 Sistema de Limpeza Urbana

O sistema de limpeza urbana é administrado pela Prefeitura Municipal de Montanha. A natureza dos serviços prestados pela administração é de varrição de ruas e praças, poda e aparo de gramados, limpeza de cemitério, limpeza de bueiros, pintura de meio-fio, coleta de lixo urbano, remoção de entulhos e disposição final. Os serviços de coleta e transporte de resíduos são realizados na sede do município e nas localidades de Vinhático, São Sebastião, Ramal da Fumaça, 30 de Maio, Limoeiro e Santo Antônio.

A limpeza urbana, em especial a varrição, é realizada manualmente e conta com 79 varredores e um encarregado que designa o roteiro dos garis. Os resíduos provenientes da varrição não são segregados pela ASCAMONT, desta forma são encaminhados para o transbordo de resíduos e posteriormente para aterro sanitário devidamente licenciado. Vê-se assim a importância da educação ambiental e participação da população em conservar a limpeza das ruas e não dispor resíduos domiciliares nas lixeiras públicas de passeio.

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O município de Montanha é reconhecido no Estado do Espírito Santo como “cidade limpa” devido a limpeza das ruas e qualidade na gestão de resíduos ao longo dos anos, chegando a receber premiações e divulgação em jornal de grande circulação. Um exemplo é o documentário do Jornal Gazeta chamado “Vida no lixo, municípios que dão exemplo na gestão de resíduos”, onde o município de Montanha foi citado como referência na gestão pública de resíduos sólidos (TORRE et al., 2017)

O Diagnóstico Técnico Participativo – DTP do PMSB (2018) indica que o município apresenta uma limpeza pública adequada em toda área urbana, conforme visto na foto 3 e mapa de abrangência da varrição figura 2.

Foto 3 - Varrição Pública no Município de Montanha

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Figura 2 - Mapa de Abrangência da Varrição em Montanha

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente – Montanha

Porém, nas pesquisas realizadas foi possível verificar que o município não possui elaborado um plano de varrição. Esse plano visa determinar o nível de serviço e a frequência com que será efetuada a varrição pública, assim como quantos funcionários são necessários para a execução do serviço (MONTEIRO et al., 2001) Diante desses fatores, vale destacar a importância da elaboração planejamento estruturado da limpeza urbana, visando evitar o retrabalho da prefeitura, assim como gastos desnecessários com a limpeza pública.

4.1.2 Programa de Coleta Seletiva

O sistema de coleta seletiva ocorre de forma simplificada (seco/úmido) e atende 100% da área urbana do município, sendo que na segunda, quarta e sábado é coletado o lixo úmido (resíduo orgânico e rejeito) e na terça, quinta e sexta é recolhido o lixo seco (recicláveis). A modalidade da coleta seletiva porta a porta foi implantada em toda área urbana, inclusive em distritos, atualmente o município encontra-se em processo de implantação da coleta na zona rural através de parceria com os assentamentos rurais. Existe também o projeto piloto da modalidade por meio de pontos de entrega voluntária – PEV’s.

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O sistema de coleta seletiva porta a porta de resíduos sólidos domiciliares é composto por 05 (cinco) rotas de coleta, sendo que 03 (três) rotas de coleta atendem a sede do município, e outras 02 (duas) rotas de coleta que atendem as localidades de Vinhático, São Sebastião, Ramal da Fumaça, 30 de Maio, Limoeiro e Santo Antônio, conforme a tabela 3.

Tabela 3 - Rotas da coleta seletiva do Município de Montanha

ROTA TRECHO

1 Sede do município, nos seguintes bairros:

*Centro *Bairro Fundão

*Bairro Nova Esperança *Bairro Alcebíades

Frequência:

Lixo úmido: segundas, quartas e sábados / lixo seco :terças, quintas e sextas. 2 Sede do município, nos seguintes bairros:

*Bairro Palhinha

*Bairro Cipreste *Bairro Ângelo Depollo *Bairro Lajedo

*Bairro Dominguinhos

Frequência:

Lixo úmido:segundas, quartas e sábados. Lixo seco:terças, quintas e sextas.

3 Sede do município, nos seguintes bairros:

*Bairro Centro *Bairro Maria Zélia *Bairro Decão *Bairro Brasília *Bairro Amazonas *Bairro IzeldaBorgo

Frequência:

Lixo úmido:segundas, quartas e sábados. Lixo seco:terças, quintas e sextas.

4 Localidade atendida: Distrito de Vinhático Frequência:

Lixo úmido: segundas e quartas. Lixo seco: sextas

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5 Localidades atendidas: São Sebastião, Ramal da Fumaça e 30 de Maio, Limoeiro e

Santo Antônio;

Frequência:

Lixo úmido:segundas e quartas Lixo seco:sextas.

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente – Montanha

Os serviços de coleta de resíduos sólidos são realizados predominantemente no período vespertino-noturno, a partir das 18:00 horas, conforme panfleto de divulgação (Figura 3). Nos demais horários, matutino e vespertino, são realizadas as atividades de apoio à limpeza pública e coleta de outros resíduos sólidos, como, por exemplo, entulhos de obras e demolições, podas de árvores, resíduos de capina e roçada de áreas públicas, os resíduos da varrição de vias e praças públicas, etc.

Figura 3 - Panfleto de divulgação da coleta seletiva

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente – Montanha

A modalidade da coleta seletiva baseada nos PEVs é um desafio no município de Montanha, pois a comunidade se habituou à separação dos resíduos em lixo seco e lixo úmido, e, além disso, para a população em geral é mais cômodo dispor os resíduos para serem recolhidos porta a porta. Desta forma, visando inovar o sistema de coleta seletiva no município de Montanha e estimular a conscientização da população, através do desenvolvimento de relações sociais voluntárias e

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comprometidas com o meio ambiente em 2017 foi criado o Projeto intitulado “Moeda de Troca”. O projeto criou estratégias para colocar em prática ações de separação correta dos materiais recicláveis diretamente da fonte e incentivar os moradores a encaminhar esses resíduos até um Ponto de Entrega Voluntária (PEV).

Para a implementação do projeto foram estabelecidas as normas e condições para participação da população, assim os interessados em participar do projeto devem separar o material reciclável, e dirigir-se à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, onde um responsável estará pronto para receber o material e efetivar a troca pela moeda ecológica, posteriormente o participante poderá realizar a “compra” do produto de acordo com os critérios estabelecidos no projeto, a figura 4 demonstra os critérios do projeto moeda troca.

Figura 4 – Normas do Projeto Moeda de Troca no Município de Montanha.

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Os produtos oriundos da fábrica de vassoura e de sabão, assim como o adubo produzido através do processo de compostagem são utilizados como produtos no Projeto Moeda de troca para incentivar a população a realizar a entrega voluntária de resíduos recicláveis, conforme foto 4 e 5.

Foto 4 - Entrega voluntária de materiais recicláveis

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente – Montanha

Foto 5 - Troca por produtos produzidos na UTC

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O projeto moeda de troca demonstra melhoria na qualidade e quantidade dos resíduos recicláveis recolhidos e sensibiliza a população quanto o seu papel primordial nesse processo. Quando o morador separa o lixo domiciliar da forma correta, isso se reflete no trabalho realizado pela ASCAMONT, havendo um maior aproveitamento do material e assim diminuindo a quantidade de rejeitos descartados, proporcionando um ambiente mais equilibrado.

Foi constatado que, além da reciclagem dos materiais, o município vem realizando a compostagem dos resíduos orgânicos, fundamental para aumentar a vida útil do aterro sanitário, e possibilitando a redução de custo com a disposição final dos resíduos.

De acordo com estudo realizado para verificar a qualidade do composto orgânico produzido no município de Montanha, foi possível verificar que o mesmo atende aos padrões fixados pela Instrução Normativa nº 27 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (PLETSCH et al., 2016). Além disso, Quartezani et al., (2016) afirma que o composto orgânico produzido pela UTC foi enquadrado como fertilizante orgânico Composto Classe C e com base nos limites máximos que são permitidos para metais pesados, o composto pode ser utilizado como substrato de plantas e condicionador de solo. Esses fatos são relevantes, pois demonstram o processo de separação dos resíduos nos domicílios e a qualidade do serviço de triagem realizada pela ASCAMONT.

4.1.2.1 Programa de Educação Ambiental

O processo de implantação da coleta seletiva se deu com o programa de Educação Ambiental. A Secretaria de Meio Ambiente em parceria com a Secretaria de Educação desenvolveu ações de educação ambiental formal e não formal com a população, através de um Programa de Educação Ambiental que visou orientar a população sobre a importância da sensibilização ambiental quanto à questão do lixo, mostrando a realidade do lixão e o potencial de melhorias para a cidade através da gestão adequada dos resíduos sólidos.

Assim, no dia primeiro de março de 2009 houve um evento no município de Montanha chamado Dia do SIM, onde os estudantes, juntamente com as Secretarias

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Municipais foram as ruas entregando panfletos orientando sobre a coleta seletiva. A partir desse dia se deu início o Programa de Coleta Seletiva no município, conforme fotos 6 e 7.

Foto 6 - Lançamento da Coleta Seletiva – DIA DO SIM

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente – Montanha

Foto 7 – Lançamento do Programa de Coleta Seletiva

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente – Montanha.

Além disso, a divulgação e sensibilização foram feitas utilizando carro de som, visitas em todas as residências, capacitação de coletores de resíduos, garis e triadores (que hoje representam a ASCAMONT). Também foram feitos anúncios na

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rádio local e instalado um aparelho sonoro nos caminhões de coleta, visando alertar a população sobre o horário e o tipo de lixo a ser coletado.

Desde então, esse Programa de Educação Ambiental voltado para a coleta seletiva vem sendo praticado no município de Montanha, através do Setor de educação ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, que realiza ações de orientação não formal (sociedade em geral) e formal com as escolas públicas e estaduais do município.

Quanto as ações desenvolvidas no âmbito formal no município de Montanha, o autor Vidal et al., (2018) cita que através de um coordenador de meio ambiente (representado pelo setor de educação ambiental da Secretaria de Meio Ambiente) as escolas desenvolvem palestras com profissionais externos ao ambiente escolar, realizam visita técnica para os alunos vivenciarem as questões ambientais, e assim desenvolverem a construção coletiva do conhecimento. Dentro desse contexto, uma das propostas de visitas técnicas é levar os estudantes e familiares até a UTC para que os mesmos conheçam a importância do trabalho desenvolvido pela ASCAMONT, e a importância da coleta seletiva na fonte, conforme foto 8.

Foto 8 - Visita técnica de estudantes na UTC

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A educação ambiental não formal também é realizada pelo setor de educação ambiental no município de Montanha; a divulgação é realizada nas residências, departamentos públicos e comércio local, por meio de distribuição de panfletos e imãs de geladeira, informando os dias e horários de coleta e como os resíduos devem ser separados, conforme foto 9.

Foto 9 - Educação ambiental não formal

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente – Montanha

O código Municipal de Meio Ambiente de Montanha, estabelecido pela Lei Municipal nº 17/2010 define critérios de fiscalização quanto ao não cumprimento da coleta seletiva. Desta forma, quando o morador ou comerciante não separa adequadamente os resíduos, o mesmo recebe uma visita do fiscal ambiental informando quanto a normas da coleta, caso a situação se repita podem ser aplicadas notificação escrita ou multas, através do setor de fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente.

4.1.2.2 Percepção da população sobre a de coleta seletiva

Ao analisar os questionários, constatou-se que das 208 pessoas que responderam ao questionário, sendo 59,4 % do gênero feminino e 40,6% do gênero masculino. A maior porcentagem de participantes apresentou idade entre 21 a 41 anos, sendo que somente 8,9% dos participantes tinham entre 14 a 20 anos. Quanto ao grau de escolaridade foi possível perceber que a maior parte dos indivíduos que se

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