• Nenhum resultado encontrado

MARIANA QUARTERONE BIANCHI (14.32Mb)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "MARIANA QUARTERONE BIANCHI (14.32Mb)"

Copied!
100
0
0

Texto

(1)arte e movimento. 1.

(2)

(3) UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO. ARTE E MOVIMENTO: REQUALIFICÃO DO BAIRRO DA MOOCA, SÃO PAULO - SP MARIANA QUARTERONE BIANCHI. TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO NO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO ELABORADO SOB ORIENTAÇÃO DOS PROFS. GILDA COLLET BRUNA E LUCIANO MARGOTTO. SÃO PAULO 2019.

(4) AGRADECIMENTOS. 4.

(5) Aos meus pais Nelson e Célia e a minha irmã Paula, que estiveram presentes durante toda a minha formação, por todo apoio e incentivo, para que fosse possível completar mais essa etapa.. 5.

(6) SUMÁRIO. 6.

(7) INTRODUÇÃO 1. “MOOCA É MOOCA, O RESTO É BAIRRO” 1.1 A formação do bairro 1.2 Requalificação dos vazios subutilizados da Mooca. 9. 2. O ESPAÇO URBANO 2.1 O velho e o novo 2.2 A arte como incentivo a novos espaços. 25. 3. A ARTE E O CORPO 3.1 A arte e o corpo 3.2 O que é arte? 3.3 Tipos de arte. 35. 4. ESTUDOS DE CASO 4.1 Praça das Artes 4.2 Centro de Artes de Águeda 5. EXERCÍCIO PROJETUAL 5.1 Contexto 5.2 Partido 5.3 Programa CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 49. 61. 93 95 7.

(8)

(9) INTRODUÇÃO. A escolha do tema de pesquisa, que embasa o objeto projetual deste trabalho, traz à tona a arte como um importante papel na recuperação e reorganização do espaço urbano. O trabalho se inicia apresentando a origem histórica da Mooca – bairro localizado na zona leste de São Paulo – e seu desenvolvimento a partir do período industrial. Posteriormente apresenta uma reflexão sobre as grandes áreas ociosas ou subutilizadas presentes no bairro e como requalificar esses vazios urbanos – que foram estudados para escolher a área para a implantação do projeto. Uma análise sobre arte e movimento é abordada no próximo capítulo, enfatizando os conceitos que transitam e dialogam com o corpo e a arte, a dança e a pintura e a arquitetura e o movimento. Discorre sobre a interligação da arte com o espaço e como esta possui grande importância na transformação do local. Para fomentar as decisões tomadas no projeto, são retomadas referências utilizadas como estudos de caso: a Praça das Artes e o Centro de Artes de Águeda, exemplos de materialidade, partido e soluções construtivas. Por fim, após a análise de todos os pontos que o tema estabeleceu, o desenvolvimento e a conclusão do exercício projetual..

(10)

(11) “MOOCA É MOOCA, O RESTO É BAIRRO”. 1.

(12) 1.1 A FORMAÇÃO DO BAIRRO. Devido à crise no setor cafeeiro, muitos imigrantes partem da lavoura de café e buscam se fixar na região do Brás, Mooca e Ipiranga, onde se concentrava o maior número de indústrias, próximas à ferrovia Jundiaí-Santos. Formou-se assim um período - 1870 a 1930 - de grande importância para a concentração da base industrial da capital paulista. Com a implantação das ferrovias no final do século XIX foi exercido um importante papel no escoamento da produção agrícola e industrial no estado. Formou-se um cinturão ferroviário-industrial, pois nas proximidades dos trilhos foram instaladas as fabricas e suas respectivas vilas operárias, que mais tarde se transformaram em bairros, como Água Branca, Mooca, Belenzinho, Vila Prudente, Ipiranga e Osasco. (GUNN e CORREIA in CAMPOS, GAMA e SACCHETTA, 2004, p. 82) A construção da Estação Ferroviária da Mooca, integrada à linha férrea Jundiaí-Santos, deu estímulo ao bairro para se organizar e atrair trabalhadores para as novas industrias que começavam a se instalar. A estação favorecia a conexão do primeiro Hipódromo do Centro, facilitando acesso da elite paulistana. Inauguração da Vila Maria Zélia em 1917 Fonte: São Paulo Antiga 12.

(13) 13.

(14) A chegada de imigrantes italianos na cidade ocorreu ao redor da Hospedaria localizada na região e intensificou a ocupação no bairro, cujos habitantes buscavam emprego nas indústrias. Nas décadas de 1880 e 1890, começaram a surgir importantes fábricas próximas à linha férrea, criando inúmeros exemplos de “vilas operárias” que fizeram parte do desenvolvimento industrial da cidade, como dizem GUNN & CORREIA, 2004:. 14.

(15) “No bairro da Mooca, destacam-se as vilas operária, construídas para fábricas como a Cervejaria Bavária instalada, em 1892, e a do Cotonifício Crespi, em 1897. Entretanto, foi no Belenzinho que surgiram as mais expressivas vilas operárias como a Vila Maria Zélia erguida pelo industrial Jorge Street num terreno contíguo a Fábrica Maria Zélia e a Vila Boyes erguida pela Fábrica São Simão e posteriormente comprada pelo grupo Matarazzo para a Tecelagem Belenzinho.” (GUNN & CORREIA, 2004, p.84). 15.

(16) Outro fator que contribuiu para o crescimento e que trouxe profundas mudanças ao bairro, foi a inauguração do Clube de Corridas Paulistano em 1875 no Hipódromo da Mooca – hoje localizado na Cidade Jardim e conhecido como Jockey Club de São Paulo – foi fundado com a intenção de oferecer uma nova área de lazer para a cidade. Desse modo, o bairro da Mooca teve sua origem no final do século XIX e foi um dos primeiros bairros operários e o maior centro industrial do município de São Paulo. Faz parte do desenvolvimento da cidade e representa a memória do cotidiano e a formação do patrimônio histórico e industrial. Dentre as fábricas que foram criadas, destacam-se a Cervejaria Bavária, fundada em 1892 e adquirida pela Companhia Antarctica Paulista em 1904; a antiga Fábrica de Tecidos Labor, fundada em 1910 da Família Crespi e São Paulo Alpargatas. Atualmente, é um bairro predominantemente residencial, porém as marcas das grandes industrias continuam presentes, contando com uma forte presença de galpões antigos. Na parte conhecida como Alto da Mooca evidencia-se a verticalização com grandes condomínios de alto padrão, alta qualidade de vida e a oferta de diversos serviços. A parte do bairro que se localiza na várzea do Rio Tamanduateí apresenta casas 16.

(17) menores e antigas fábricas abandonadas que apesar do desmembramento dos conjuntos industriais e da divisão dos lotes, ainda preservam suas características originais. (MENEGUELLO, Cristina et. al, 2007) A Mooca diferencia-se de outros bairros da cidade, pois desperta em seus moradores um sentimento de pertencimento que permanece até hoje. Seus usuários visavam enaltecer o sentimento de apreciação do local, com suas características únicas e sua cultura, como mostra Alves (1998):. “...a vida no bairro da Mooca sempre foi muito provinciana. Em certo sentido, é como se fosse uma cidade dentro de São Paulo, quem viveu por lá ou continua fiel as suas ruas estreitas e nostálgicas sabe bem o que é não querer de maneira alguma não querer deixar as tradições morrerem.” (ALVES, 1998. p. 65). 17.

(18) 18.

(19) “A Mooca é um bairro onde os sentidos se afloram, bastando ficar atento aos cheiros que marcam a vida em alguns pontos do espaço comum: cheiro de diesel das locomotivas, de carvão das padarias, do malte e cevada da Cervejaria Antártica, de fumo, de café torrado. Da mesma maneira para os sons: máquinas das gráficas e tecelagens, dos gritos da torcida no estádio da rua Javari, do trem correndo sobre os trilhos, do apito das fábricas, das pessoas conversando.”. (Folder da exposição Mooca Oggi, realizada no Memorial do Imigrante). Faixa pendurada por moradores da Mooca durante jogo do Clube Juventus. Comemoração aos 460 anos do bairro em 2016. Fonte: Viva Mooca 19.

(20) 1.2 REQUALIFICÃO DOS VAZIOS SUBUTILIZADOS DA MOOCA. A verticalização de São Paulo teve início no começo do século XX com construções voltadas para o setor terciário, concentradas na região central (SOMEKH,1997; SOUZA,1994; REIS FILHO,2004) e foi um importante símbolo de progresso, que consequentemente, se tornou um condicionante indispensável à concentração de população e atividades. (SOMEKH, 1994) O bairro da Mooca possui grande vantagem por estar na região do “centro expandido” da cidade de São Paulo e também por estar incluído nesse cenário de crescimento físico e econômico, expressando grande mudança para sua paisagem. (MACEDO; KOURY E GONÇALVES, 2008). 20. Galpão e edifícios vazios na Mooca – cruzamento da Rua Taquari com a Rua dos Trilhos. Fonte: Vitruvius.

(21) 21.

(22) A Mooca que também combina modernização com tradição, industrialização com moradia, gastronomia, lazer, cultura, entretenimento e comércio, vem se desenvolvendo no início do século XXI, ignorando os impactos causados pela ascensão vertical, como patrimônios históricos. (FORTUNATO, 2012) Sua herança industrial continua muito presente, porém devido ao processo de desconcentração industrial da Capital foi gerado inúmeros vazios urbanos. (CARLOS, 2009).. 22.

(23) Desse modo, esse trabalho propõe a abertura de novos espaços públicos que aumentem a vegetação e a permeabilidade do solo, e, devido à rápida verticalização que vem ocorrendo, destacam-se espaços de convivência e serviços que vêm preservar a memória urbana, mas que também fazem parte da requalificação do bairro, propriamente seu potencial social e histórico. Uma nova diretriz procura intensificar a permanência e a movimentação de usuários, principalmente durante a semana e finais de semana, como também dar suporte à área, atendendo à escassez de equipamentos de cultura e permanência do local.. 23.

(24)

(25) O ESPAÇO URBANO. 2.

(26) 2.1 O VELHO E O NOVO. O bairro da Mooca, inserido no contexto de bairro industrial e operário, apresentou diversas transformações urbanas que revelaram à região novos potencias de uso. A retirada das grandes indústrias a partir de 1960, fez com que o bairro fosse umas das regiões mais atingidas por mudanças e conferiu novas características de tecido urbano, contexto histórico e arquitetura. Apesar de manifestar transformações, o bairro ainda revela uma intensa memória com seus sobrados nãotombados, grandes galpões e seu patrimônio industrial. Bosi (2003) demonstra em sua tese as histórias de vida dos sobrados da pequena classe média. Relata que constituíam lares, que abrigavam a sala de estar e as visitas e/ou reuniões em família, a mesa da cozinha e sua toalha de crochê, os quartos que possibilitavam inúmeros sonhos, e assim por diante.. 26.

(27) Sobrado localizado na Rua da Mooca. Fonte: São Paulo Antiga. 27.

(28) 28. Ferrovia, Patrimôio industrial e Verticalização. Fonte: Blog Ciudad Critica.

(29) 29.

(30) Carlos (2009) discorre sobre o bairro da Mooca abrigar inúmeras industrias, no entanto concilia com o processo de desconcentração industrial da Capital, gerando grandes vazios: inúmeros e enormes galpões industriais sem uso. O abandono do patrimônio industrial pode gerar inúmeras complicações para o local, como espaços topofóbicos, de fácil acesso para o acúmulo de lixo e pestes urbanas, esconderijos, dentre outros. (Sánchez, 1998) A revitalização desses espaços que estão abandonados ou subutilizados propõe novos usos para o local, desde que preservem a história do bairro. Ainda assim, o patrimônio industrial existente no bairro vem desaparecendo e sofrendo ameaça pela especulação imobiliária, que encontram nesses grandes lotes, uma possibilidade para empreendimentos lucrativos tornando cada vez mais a paisagem verticalizada. É possível diferenciar a antiga Mooca, de galpões industriais e patrimônio histórico – e do outro lado, sua rápida verticalização, resultado de uma ação imobiliária que está abandonando sua história e a memória do local, ignorando os impactos que essa rápida verticalização pode causar. (Fortunato, 2012) 30. Pradoxo entre antigos sobrados e a rápida verticalização Fonte: Vitruvius.

(31) 31.

(32) 2.2 ARTE COMO INCENTIVO A NOVOS ESPAÇOS. Após o período imponente da grande indústria (1870 a 1930), houveram algumas mudanças sociais, econômicas e de ocupação do espaço urbano, como o aumento da população, maior demanda de moradias na cidade e escassez de espaços que qualifiquem e deem vida à cidade. Com a era pós-industrial, caracterizada pelas tecnologias de informação, automação da indústria e novos serviços revelam a transformação do desenho físico da cidade. As fábricas e vilas operárias não são mais tão predominantes no espaço da cidade, gerando vazios e abandono de edifícios.. 32.

(33) A revitalização do bairro que está sendo estudado, tem como propósito transforma-lo em um espaço multifuncional, acolhendo turismo, cultura e moradia, com diversos usos e intensa frequência diária, com espaços abertos e grandes circulações, desempenhando um grande papel de convivência e diversidade cultural. A arte é proposta como um importante papel na recuperação e reorganização do espaço urbano, valorizando sentimentos, história e sensações nos cidadãos. A dança, a música, o teatro, o cinema, o desenho e a escultura podem ser vistas de três maneiras: pela visualização, audição, ou as duas ao mesmo tempo. Desse modo, buscam-se as marcas que a arte imprime no espaço, como também as marcas que o espaço acopla à arte. (Miranda, 2000). O espaço urbano é cada vez mais o espaço da cultura, o lugar onde florescem, desabrocham e fermentam as ideias contemporâneas, os valores de modernidade, a inovação e a criação, porque a cidade congrega, une e reúne, influencia, multiplica, combina e potencializa as várias sensibilidades e talentos. (MIRANDA, 2000) 33.

(34)

(35) A ARTE E O CORPO. 3.

(36) 3.1. A ARTE E O CORPO. O corpo humano situa-se no espaço mais concreto onde a arte acontece, onde os sentidos são estimulados e percebidos, onde o objeto ou espaço em si oferece uma possibilidade de interação. A dança e o teatro são considerados experiências poéticas em que o artista e a obra são tidos como inseparáveis. Essa expressão do corpo, de seu fazer poético, é considerado arte do instante, ou seja, a arte é o próprio corpo do artista que deixa de existir quando o espetáculo acabar. São artes que vivem apenas no momento de sua aparição poética. (SOARES, MADUREIRA, 2005). “..., mas também creio que chorava porque, através da música, adivinhava talvez que havia outros modos de sentir, havia existências mais delicadas e até com um certo luxo de alma.” (Lispector, 1977, p. 60). 36.

(37) Andy Bate Photography Fonte: http://www. andybate.org. 37.

(38) Installation by Japanese designer Kimihiko Okada. Fonte: Miss A in Architecture, Art, Design 38.

(39) Cada arte possui sua característica própria, e se aproxima de seu observador por uma perspectiva diferente. Há assim um diálogo entre arte, corpo e movimento resultando em diferentes percepções e experiências vividas, tendo em vista a multiplicidade do corpo com suas emoções, sentimentos, pensamentos, histórias e ações. O artista estabelece, cria e ressignifica a si próprio e suas relações com o mundo em sua arte. Seja quem a faz, ou quem a observa, esta arte sempre traz em si a expressão do corpo. Para Laban (1978), o movimento é a linguagem e como tal, é portador de sentido. Essa linguagem dinâmica exige um olhar diferenciado e suas inúmeras versões. Em sua metodologia, procura-se observar as diversas manifestações do movimento, dos corpos e atividades diversificadas, enriquecendo o olhar do espectador e ampliando sua percepção das relações corpo-espaço. Esse diálogo entre o corpo e a arte busca um ressignificado pela experiência poética, por meio do desenvolvimento do gesto como linguagem. Delsarte (1992) fundamenta seu pensamento da força e universalidade silenciosa do gesto: “Pois o corpo do homem, este diamante da criação, é o alfabeto universal da enciclopédia divina”. (DELSARTE in Porte, 1992, p. 26) 39.

(40) A arte inspira-se no movimento, e este conduz a essência da arte. Ambos caminham juntos, para estabelecer essa linguagem universal e nos proporcionar essa instigante complexidade do corpo com suas emoções e sentimentos. Cria assim, conexões que se revelam na construção de linguagens artísticas que se manifestam no corpo, no tempo e no espaço. Desse modo, é possível compreender os conceitos que transitam e dialogam com o corpo e a arte, a dança e a pintura, a arquitetura e o movimento. Essas linguagens artísticas que estão interligadas e que caminham juntas formam um novo cenário que ressignifica a relação do artista com si mesmo e com o mundo.. 40.

(41) Fotografia.41 Fonte: LisaPriceInc.

(42) 3.2 O QUE É ARTE?. Arte é considerada uma forma de conhecimento do mundo, uma das manifestações das atividades humanas e uma apropriação diferenciada da realidade. É um caminho de comunicação e uma linguagem expressa entre signos, símbolos e significados. A arte sempre foi capaz de mostrar ambiguidades, paradoxos e diversidade (SOARES; SILVA, 2003). As representações da arte preencheram os espaços fora das margens dos desenhos retos e da falta de gestualidade. O movimento surgiu e trouxe novos princípios para a arte, um fazer mais poético e expressivo do corpo. A dança, o teatro, as artes plásticas e a música se ressignificaram e trouxeram transformações em seus artistas. O poeta, o pintor, o musicista, impõem o próprio corpo para expressar sua arte, estimulam a criatividade, provocam os sentidos, oferecem algo que possa ser visto e apreciado pela sociedade.. 42.

(43) A arte está presente em cada pessoa, mas têm significados diversos para as diferentes pessoas. Cada uma com sua identidade e sentido gerando a diversidade e a multiplicidade de percepções. A maneira como cada tipo de arte chega até seu observador é singular, motivo pelo qual é tão complexa – ser tão simples e ao mesmo tempo tão diversa. De acordo com Baudelaire (1991), a arte pura segundo a concepção moderna é aquela que cria uma magia sugestiva contendo ao mesmo tempo o objeto e o sujeito, o mundo exterior ao artista e o próprio artista. Sendo assim, a arte é sempre uma expressão do corpo e da mente. Às vezes trazida de forma oculta, pelas tintas, palavras ou acordes musicais (SOARES; MADUREIRA,2005); mas vista como uma experiência humana que se revela através das pinturas, danças, movimentos e experiências poéticas.. 43.

(44) 44.

(45) Andy Bate Photography Fonte: http://www. andybate.org. 45.

(46) 3.3. TIPOS DE ARTE. Artes plásticas: pintura e escultura. Desenho,. O diálogo com a arte releva a diversidade de contexto histórico, etnias e culturas conhecidas ao longo do tempo. Ela expressa a forma de conhecer o mundo e compreender a multiplicidade de tipos de arte.. Dança e música A dança é considerada um fazer poético e expressivo do corpo, e uma linguagem universalmente compreendida, podendo causar em todos uma intensa sensação. Essa linguagem corporal permite diversas versões sobre o movimento: observar e estar atendo às diferentes manifestações, tipos e estilos de dança, corpos distintos, peculiaridades e diferenças e assim, ampliar o olhar do sujeito 46. em percepção a esse tipo de arte. Sendo assim, a dança pode ser compreendida como um fenômeno social e universal, que é construída a partir de imagens corporais e configura o sujeito em seu tempo..

(47) “A dança, embelezada pelo sentimento e conduzida pelo engenho, receberá enfim, junto com os aplausos e elogios que toda a Europa dedica à poesia e à pintura, as recompensas com que também as honramos.” (Noverre, carta 2, in Monteiro, 1998, p. 197-198). 47.

(48)

(49) ESTUDOS DE CASO. 4.

(50) 4.1 PRAÇA DAS ARTES. A praça das Artes, localizada no centro de São Paulo, foi projetada em situações adversas, espaços mínimos e rasgas de terrenos comprimidos por construções preexistentes, e nesse contexto, o que levou a escolha do local e a decisão conceitual de detalhes da área foi a natureza do lugar. Esse espaço de música e dança requalificou o centro de São Paulo, e compreendeu o lugar não somente como objeto físico, mas como espaço de conflitos e interesses.. “... uma coisa é o lugar físico, outra coisa é o lugar para o projeto. E o lugar não é nenhum ponto de partida, mas é um ponto de chegada. Perceber o que é o lugar é já fazer o projeto.” — Álvaro Siza. 50.

(51) A praça interna que interliga a Rua Formosa à Rua Conselheiro Crispiniano cria um novo traçado para a cidade, mudando o fluxo de pedestres na quadra. Essa “travessa das artes” atraia para o novo espaço o movimento das ruas do entorno. O conforto acústico foi pensado em lajes duplas flutuantes separadas por um sistema de molas e alavancas que cria um sistema de isolamento entre os pavimentos muito eficiente. Junto com os forros flutuantes, este sistema isola os andares, impedindo a transferência das vibrações e ruído. Além desses elementos, foram utilizadas diferentes combinações de painéis para absorção do som e difusão, condicionando assim conforto acústico para todas as salas de escuta crítica (em que se produz e se ouve música).. Perspectiva com entorno da Praça das Artes. Fonte: Archdaily. 51.

(52) 52.

(53) Fachada da Avenida São João, com o edifício do Conservatório 53 Paulo. Dramático e Musical de São Fonte: ArchDaily..

(54) A Praça das Artes teve toda estrutura da fachada feita em concreto colorido, duas cores de pigmentos Bayferrox®: Marrom Adobe, aplicado na maior parte do edifício, e vermelho, que coloriu o centro administrativo. Algumas vantagens são a alta resistência desse material contra a poluição, contra a ação solar e outras intempéries e maior durabilidade com baixo custo de manutenção. A questão do isolamento justifica também a escolha dos materiais da fachada: o concreto divide espaço nas superfícies com vidros fixos adesivados em caixilhos especiais que completam a difícil operação de criar um edifício silêncioso dentro da vibrante rotina do centro de São Paulo.. Espaço interno em concreto colorido vermelho. Fonte: ArchDaily. 54.

(55) 55.

(56) 4.2 CENTRO DE ARTES DE ÁGUEDA. O Centro de Artes de Águeda, localizado em Portugal, foi construído no ano de 2017 e possui uma área de 4.500m². O projeto consiste em três grandes espaços: exposições, auditório e serviços como café e livraria. O CAA – Centro de Artes de Águeda – apresenta uma solução arquitetônica alinhada a seu contexto, não apenas físico e urbana, mas também cultural. A sua arquitetura externa é caracterizada por uma praça pública que convida os usuários a entrarem no Centro. O auditório planejado é resultado de soluções adaptadas que propõe a máxima eficiência respondendo as demandas de usos do local, atendendo a todas as necessidades, seja espetáculos, teatro, concertos e cinemas.. 56.

(57) 57.

(58) 58.

(59) 59.

(60)

(61) EXERCICÍO PROJETUAL. 5.

(62)

(63) CENTRO DE ARTE CORPO + HABITAÇÃO ESTUDANTIL.

(64) 33 5.1 CONTEXTO. Localizado no bairro da Mooca em São Paulo, o terreno ocupa um quarteirão inteiro, tendo como principais vias a Rua Bresser e a Rua dos Trilhos. Com 28.800 m² de área, o terreno encontra-se perto do Parque da Mooca, a Universidade São Judas e a Radial Leste. O local é predominantemente residencial com baixo gabaritos, entretanto, a verticalização encontrase cada vez mais presente, além do surgimento de diversos serviços. O bairro da Mooca apesar de manifestar transformações, ainda apresenta grande memória industrial, numerosos galpões e terrenos subutilizados. Legenda: 1. Área de projeto 2. Universidade São Judas 3. Radial Leste 4. Parque da Mooca 5.Hipermercado EXTRA Cotonifício Rodolfo Crespi) 64. (Antigo. 5.

(65) 4. 1 2. 5 65.

(66) 5.2 PARTIDO. O partido consiste em trazer a arte como um importante papel na revitalização do espaço urbano. O projeto apresenta um único volume com vazios que se transformam em praças, além de uma rua interna que interliga as duas principais vias que circundam o terreno – a Rua Bresser e a Rua dos Trilhos – como também uma praça elevada, que possibilita a presença de diversos serviços que atendem aos programas do térreo. O parque linear é proposto para interligar ao parque da Mooca, oferecendo maior fruição e também aumentando a área verde escassa na área. O intuito do Centro de Arte e Corpo é criar um espaço multifuncional que acolha arte, teatros, cinemas, cultura, lazer e moradia, com espaços abertos, grandes circulações, desempenhando um importante papel de convivência e novos usos para o local.. 66.

(67) 67.

(68) 5.3 PROGRAMA. O programa do projeto consiste em ateliês de artes plásticas, pintura, escultura, desenho e dança. Como também estúdios de música e fotografia. Todo o pavimento térreo é destinado para aulas, oficinas, apresentações e espaços de permanência. O primeiro pavimento, onde se encontra a praça elevada apresenta duas salas de cinema, um teatro com foyer, galeria de arte e serviços como bares, restaurantes e livrarias. Por fim, a habitação estudantil complementa o projeto com três edifícios de 12 andares atendendo a Universidade São Judas localizada próxima a área.. 68.

(69) 69.

(70) 70.

(71) 71.

(72) 72.

(73) 73.

(74) 74.

(75) 75.

(76) 76.

(77) 77.

(78) 78.

(79) 79.

(80) ELEVAÇÃO 01. 80.

(81) 81.

(82) ELEVAÇÃO 02. 82.

(83) 83.

(84) 84.

(85) 85.

(86) CORTE AA. 86.

(87) CORTE BB. 87.

(88) 88.

(89) 89.

(90) 90.

(91)

(92)

(93) CONCLUSÃO. O projeto do Centro de Arte Corpo originou-se da discussão da arte como requalificação e ressignificação do espaço urbano. A reflexão sobre o tema foi desenvolvida a partir de espaços ociosos e subutilizados no bairro da Mooca – localizado em São Paulo – devido a decorrência do período industrial. A interligação da arte com o espaço possui grande importância na transformação do local, tanto historicamente como culturalmente. A arte é vista como alternativa para um espaço multifuncional que engloba música, dança, teatro, como também trocas de experiências e sensações. Desse modo, é estudada nesse trabalho a importância dessa relação entre arte e espaço, arte e arquitetura e arte e movimento, aproximando-as cada vez mais da requalificação do espaço..

(94)

(95) REFERÊNCIAS. 6.

(96) ALVES, M. R. Casas paulistanas: pequenos tesouros da Mooca na transformação de São Paulo: Casa Paulistana de Comunicação, 1998, p. 65. ANELLI, R.; GUERRA, A.; KON, N. Rino Levi, arquitetura e cidade. São Paulo, 2001. Romano Guerra Editora. BARBOSA, A. A imagem no ensino da arte: anos 80 e novos tempos. São Paulo, 1991. Ed. Perspectiva <https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-dasartes-brasil-arquitetura> (acesso em 01/12/2018) BAUDELAIRE, Charles. Escritos sobre arte. São Paulo: Edusp, 1991. CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. São Paulo: Cia. das Letras, 1990. CARLOS, A. F. A. “A metrópole de São Paulo no contexto da urbanização contemporânea”. In: Estudos Avançados, São Paulo, v. 23, n. 66, 2009, p. 303-314. COLI, Jorge. O que é arte. 15ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.. 96.

(97) DELSARTE, François. Méthode Philosophique du Chant. Paris: à compte d’auteur, 1833. In: PORTE, Alain. François Delsarte: une anthologie. Paris: IPMC, 1992, p.26. FORTUNATO, Ivan. Mooca, ou como a verticalização devora a paisagem e a memória de um bairro. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 140.05, Vitruvius, jan. 2012 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/12.140/4189>. Acesso em 24 de março de 2019 GEHL, JAN. Cidades para pessoas. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1995. GULLAR, F. Arte e personalidade. Academia Brasileira de Letras, 2015. Disponível em: <http://www.academia. org.br/artigos/arte-e-personalidade-0> Acesso em: 30 de dezembro de 2018. GUNN, Philip Oliver Mary; CORREIA, Telma de Barros. Ascensão e declínio de um modo de morar: vilas operárias e núcleos fabris no Estado de São Paulo. Desígnio, São Paulo, n. 6, p. 84, 2006..

(98) GUNN, Philip; CORREIA, Telma de Barros. Vilas operárias: o mundo fabril penetra na cidade. In: Cândido Malta Campo, Lúcia Helena Gama; Vladimir Sacchetta. (Org.). São Paulo, metrópole em trânsito: percursos urbanos e culturais. São Paulo: SENAC, 2004, v. p. 82-89. LABAN, Rudolf. Domínio do movimento. São Paulo: Summus, 1978. LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. 7. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977. MACEDO, A. C.; KOURY, A. P.; GONÇALVES, P. E. B. “Transformações da forma urbana no distrito da Mooca”. In: Integração, São Paulo, ano XIV, no. 52, jan/fev/mar 2008, p. 13-21. MEDONÇA, ADALTON. Vazios e ruínas industriais. Ensaio sobre friches urbaines. Rio de Janeiro, 2001. <http://www. vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.014/869> (acesso em 13/01/2019) MERINGUELLO, Cristina; BERTINI, Giancarlo; RUFINONI, Manoela;. 98.

(99) MIRANDA, Danilo Santos de. Reflexões sobre o papel da cultura na cidade de São Paulo. São Paulo Perspec., São Paulo, v. 14, n. 4, p. 105-110, Oct. 2000. MONTEIRO, Mariana. Noverre: cartas sobre a dança. São Paulo, Edusp/Fapesp, p. 197-198, 1998. REIS FILHO, N. G. Op. Cit. SOARES, Carmen Lúcia; SILVA, Ana Márcia. Corpos de um Brasil multicultural: diálogos entre arte e ciência. Revista Iberoamericana, Berlim; n. 10, p. 127- 142, 2003. SOMEKH, N. A cidade vertical e o urbanismo modernizador: São Paulo 1920 – 1939. São Paulo: Studio Nobel; EDUSP; FAPESP, 1997. SÁNCHEZ, L. E. A desativação de empreendimentos industriais: um estudo sobre o passivo ambiental. Tese (Livre Docência) - Escola Politecnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. SOUZA, M. A. A. A identidade da metrópole: a verticalização em São Paulo. São Paulo: Hucitec, EDUSP, 1994, p. 135. 99.

(100) SOARES, Carmen Lúcia; MADUREIRA, José Rafael. Educação física, linguagem e arte: possibilidades de um diálogo poético do corpo. In revista Movimento. Porto Alegre, v.11, n.02, p. 75-88, 2005. VALENTIN, Fernanda. “Demolição de galpões industriais na Mooca: descaso e impunidade.” In Vitruvius, São Paulo, ano 8, 2007. <http://www.vitruvius.com.br/ revistas/read/minhacidade/08.088/1913> (acesso em 24 de março de 2019) Histórico – Informações sobre os distritos. São Paulo, 2009. <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/ secretarias/subprefeituras/mooca/historico/index. php?p=435> (acesso em 12 de janeiro de 2019) O CAA <http://www.centroartesagueda.pt/caa.php> (acesso em 21 de abril de 2019) Centro de Artes de Águeda / AND-RÉ <https://www. archdaily.com.br/br/906089/centro-de-artes-de-aguedaand-re?ad_medium=gallery> (acesso em 21 de abril de 2019). 100.

(101)

Referências

Documentos relacionados

Como resultados obtidos, tanto para os eventos delibera- tivos de distribuições primárias e secundárias quanto para os eventos de registro de novas emissões primárias e secundárias

Existem dos link para “adicionar”grade escolar o da esquerda, adiciona a Grade ”Mestre” de avaliação , o qual será correspondido pelo da “direita” , Grade

09:15 - 10:00 Aula híbrida sobre: Para os alunos presenciais: atividade prática – E-Class Não é necessário enviar atividade Dodgeball e Rouba-bandeira. Para os alunos

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que ele suscita, julgue os itens 68 e 69, assinale a opção correta no item 70, que é do tipo C, e faça

O objetivo deste experimento foi avaliar o efeito de doses de extrato hidroalcoólico de mudas de tomate cultivar Perinha, Lycopersicon esculentum M., sobre

Diploma ou certificado de conclusão de curso de nível superior em Administração ou em Engenharia de Produção ou Graduação tecnológica em Gestão da Qualidade ou

(B) Os negros e mestiços serem apenas 40% da população da África do Sul e de Mandela não lutar contra o apartheid.. (C) Existir, na África do Sul, uma política racista e

de prevalência de síndrome metabólica em 99 adolescentes brasileiros com idade entre 10 e 19 anos e com histórico fami- liar de DM2 os valores médios do índice HOMA-IR encontra-