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Margens extensivas, intensivas e qualidade dos produtos do Brasil, China e México no mercado importador dos EUA, no período 1996 - 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA

MONOGRAFIA DE BACHARELADO

MARGENS EXTENSIVAS, INTENSIVAS E

QUALIDADE DOS PRODUTOS DO BRASIL, CHINA E

MÉXICO NO MERCADO IMPORTADOR DOS EUA,

NO PERIODO DE 1996 - 2008

FELIPE SANTIAGO MONTENEGRO

Matrícula nº: 107385737

ORIENTADOR: Prof. Jorge Chami Batista

E-mail: jchami@uol.com.br

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA

MONOGRAFIA DE BACHARELADO

MARGENS EXTENSIVAS, INTENSIVAS E

QUALIDADE DOS PRODUTOS DO BRASIL, CHINA E

MÉXICO NO MERCADO IMPORTADOR DOS EUA,

NO PERIODO DE 1996 - 2008

__________________________________

FELIPE SANTIAGO MONTENEGRO

Matrícula nº: 107385737

ORIENTADOR: Prof. Jorge Chami Batista

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(4)

- 1 -

AGRADECIMENTOS

Gostaria primeiramente de agradecer a meus pais, Eduardo e Monica, que não mediram esforços para que eu chegasse a esta etapa da minha vida. Agradeço também a toda minha família, que me deu oportunidades para que eu conseguisse me tornar a pessoa que sou hoje.

Ao professor Jorge Chami Batista, não só pela atenção e paciência durante a orientação desde trabalho, mas por ter ministrado uma das disciplinas que sem dúvida teve uma contribuição fundamental para minha formação como economista. Suas aulas de Comércio e Crescimento introduziram debates e pensamentos que expandiram minha visão acerca da economia e do desenvolvimento econômico.

Aos meus amigos pelos momentos de alegria e descontração marcando essa faculdade como um dos melhores períodos da minha vida. Com certeza sem a ajuda de muitos deles, não estaria hoje me formando.

(5)

- 2 -

RESUMO

O objetivo deste trabalho é mostrar como se comportaram as exportações do Brasil, da China e do México com destino aos Estados Unidos, determinando quais setores e produtos tiveram maior influência. Por meio de indicadores desenvolvidos por Hummels e Klenow (2005) examinar-se-á de que modo a evolução da participação de cada um desses países nas importações dos Estados Unidos entre 1996 e 2008 se decompõe em termos de diversificação, penetração de produtos, preços e quantidades.

(6)

- 3 -

SÍMBOLOS, ABREVIATURAS, SIGLAS E CONVENÇÕES

Setor 0 – Comidas e Animais Vivos Setor 1 – Bebidas e Tabaco

Setor 2 – Materiais Brutos (exceto combustíveis) Setor 3 – Combustíveis Minerais

Setor 4 – Óleos Animais e Vegetais Setor 5 – Produtos Químicos Setor 6 – Bens Intermediários

Setor 7 – Máquinas e Equipamentos de Transporte Setor 8 – Bens Manufaturados Variados

(7)

- 4 -

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... - 6 -

CAPÍTULO I – FUNDAMENTOS TEÓRICOS E CONTEXTUALIZAÇÃO .... - 7 -

I.1– Alguns modelos de Comércio Internacional e suas Limitações. ... - 7 -

I.1.1 - Armington ... - 7 -

I.1.2 - Acemoglu e Ventura ... - 7 -

I.1.3 - Krugman ... - 8 -

I.2 – Metodologia de Hummels e Klenow (2005) ... - 8 -

I.3 – Breve Contextualização dos Países ... - 10 -

I.3.1 - China ... - 10 -

I.3.2 - México ... - 11 -

I.3.3 - Brasil ... - 12 -

CAPÍTULO II – O PADRÃO DE EXPORTAÇÃO DOS PAÍSES ... - 14 -

II.1 - Brasil ... - 14 -

II.2 - China ... - 17 -

II.3 - México ... - 20 -

CAPÍTULO III - MARGENS EXTENSIVA, INTENSIVA E ÍNDICES. ... - 22 -

III.1 - Margem Total ... - 22 -

III.2 - Margem Extensiva ... - 25 -

III.3 - Margem Intensiva ... - 28 -

III.4 - Índice de Preços ... - 31 -

III.5 - Índice de Quantidade ... - 34 -

CONCLUSÃO ... - 38 -

(8)

-- 5 --

LISTAGEM DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Brasil: Taxa de Câmbio Real (R$/US$) – Jan/1994 a Dez/2008 Gráfico 2: Exportações dos países (em milhões) no período de 1996 – 2008. Gráfico 3: Distribuição das exportações do Brasil pelos setores

Gráfico 4: Distribuição das exportações do Brasil pelos setores ao longo dos anos Gráfico 5: Distribuição das exportações da China pelos setores

Gráfico 6: Distribuição das exportações da China pelos setores ao longo dos anos Gráfico 7: Distribuição das exportações do México pelos setores

Gráfico 8: Distribuição das exportações do México pelos setores ao longo dos anos Gráfico 9: Margem Total Agregada

Gráfico 10: Margem Total dos bens primários Gráfico 11: Margem Total dos bens manufaturados Gráfico 12: Margem Extensiva Agregada

Gráfico 13: Margem Extensiva dos produtos primários Gráfico 14: Margem Extensiva dos produtos manufaturados Gráfico 15: Margem Intensiva Agregada

Gráfico 16: Margem Intensiva dos produtos primários Gráfico 17: Margem Intensiva dos produtos manufaturados Gráfico 18: Índice de preços Agregado

Gráfico 19: Índice de preços para os produtos primários Gráfico 20: Índice de preços para os produtos manufaturados Gráfico 21: Índice de Quantidade Agregado

Gráfico 22: Índice de Quantidade dos produtos primários Gráfico 23: Índice de Quantidade dos produtos manufaturados

(9)

- 6 -

INTRODUÇÃO

Os Estados Unidos atualmente têm uma importância na economia mundial que não pode ser subestimada. Seu mercado importou mais que um trilhão de dólares ao ano em média, no período de 1996 a 2008. Desta maneira, ele é um mercado muito atrativo, podendo contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento e acumulação de capital de seus parceiros comerciais.

A China, com seu notável crescimento econômico ao longo dos anos recentes, aumentou suas exportações reais em mais de 500% ao longo dos últimos 15 anos (Amiti, 2008). O México, com o surgimento do NAFTA, obteve uma expansão de suas exportações em cerca de 23,4% entre 1994 e 1998 (Schatan, 2000). E o Brasil, por fim, com sua oscilação cambial e efeitos negativos provenientes do próprio NAFTA, teve um desempenho exportador mais modesto.

O trabalho a seguir visa desmembrar as exportações do Brasil, da China e do México para os Estados Unidos, identificando os setores que tiveram maior participação nessas exportações ao longo do período de 1996 até 2008. Através da metodologia de Hummels e Klenow (2005), essas exportações serão desmembradas em indicadores de variedade, intensidade, quantidade e qualidade, de modo a caracterizar como elas evoluíram. Os cálculos dos indicadores serão realizados por produto e a analise abrangerá tanto o grupo de produtos primários quanto o de manufaturados, assim como os principais setores desses grupos.

No primeiro capítulo, serão apresentadas a metodologia de Hummels e Klenow (2005) e uma breve contextualização do período para países. O segundo capítulo será destinado ao padrão de exportação dos países, identificando os principais setores e produtos exportados. No terceiro capítulo serão apresentados os resultados da aplicação da metodologia de Hummels e Klenow (2005).

(10)

- 7 -

CAPÍTULO I – FUNDAMENTOS TEÓRICOS E

CONTEXTUALIZAÇÃO

Serão apresentados a seguir alguns modelos de comércio internacional, enfatizando as limitações desses modelos em explicar como economias maiores são capazes de exportar mais; a metodologia proposta por Hummels e Klenow (2005) para se calcular um índice de variedade, quantidade e qualidade das exportações dos países; e por fim, uma breve contextualização relativa à China, ao México e ao Brasil, no período.

I.1– Alguns modelos de Comércio Internacional e suas Limitações.

I.1.1 - Armington

No modelo de Armington (1969) de diferenciação nacional, há um número fixo de produtos e cada país produz uma variedade de cada produto. Dessa forma, nesse modelo, não se considera a criação de novos e a conseqüente ampliação do número total de produtos. A qualidade dos produtos, nesse modelo, também não varia entre países, já que os produtos são diferenciados apenas horizontalmente. Supondo um país que possua um maior número de trabalhadores, ou uma maior produtividade, ele simplesmente irá exportar uma maior quantidade de uma determinada variedade. Isso implicará em menores preços para cada variedade. Nesse modelo, economias maiores exportarão uma quantidade maior a um menor preço. Ou seja, uma economia com o dobro do tamanho que outra, irá exportar duas vezes mais, entretanto, não exportará um maior número variedades.

I.1.2 - Acemoglu e Ventura

Acemoglu e Ventura (2002) modificaram o modelo de Armington, adicionando acumulação de capital endógena e algumas outras variáveis também endógenas. Esse modelo considera retornos constantes de capital na produção de cada variedade. O número de variedades que cada país produz é proporcional ao emprego. Um país que tenha uma maior produtividade, irá então produzir mais de cada variedade. Desse modo,

(11)

- 8 - o modelo não considera qualquer efeito de produtividade sobre o número de variedades do país. A maior produtividade se reflete em menores preços para cada variedade.

I.1.3 - Krugman

No modelo de Krugman (1979, 1980, 1981), países produzem um número endógeno de variedades. Considerando custos fixos de produção para cada variedade, o número de variedades produzidas é proporcional ao tamanho da economia. Nesse modelo, todos os países exportam a mesma quantidade por variedade a um mesmo preço unitário. Nem o preço unitário, nem a quantidade por variedade variam conforme o produto por trabalhador.

O modelo de Krugman tem a propriedade de que quando um país produz uma determinada variedade, ele a exporta para todos os mercados.

I.2 – Metodologia de Hummels e Klenow (2005)

Hummels e Klenow (2005) propõem um método de cálculo da margem extensiva, uma medida de diversificação das exportações do país, da margem intensiva, uma medida da quantidade exportada, e do índice de preço relativo das exportações de um determinado país em relação aos seus concorrentes em um mercado importador.

Considera-se j como sendo o país exportador, m como o país importador e k como o “resto do mundo”, que também exporta para o país m. I seriam as categorias de produtos. P é o preço dos produtos e X a quantidade.

A margem extensiva (ME) pode ser definida como uma medida da variedade de produtos que são exportados, no caso, do país j para o país m. O cálculo da margem extensiva é definido como:

Ou seja, a margem extensiva das exportações do país j para o país m pode ser calculada como o somatório do valor total das exportações do resto do mundo para o país m, nas

p

kmi.

x

kmi i ϵ Ijm

p

kmi.

x

kmi i ϵ I

(12)

- 9 - categorias em que o país j exporta para o país m, dividido pelo somatório do valor total das exportações do resto do mundo para o país m, em todas as categorias I.

A margem intensiva (MI) é definida como uma medida da participação em valor do país exportador nas importações do mercado, excluindo-se do cálculo os produtos que o país não exporta para o mercado. O cálculo da margem intensiva é definido como:

Ou seja, a margem intensiva das exportações do país j para o país m, pode ser calculada como o somatório do valor total das exportações do país j para o país m, nas categorias em que o país j exporta para o país m, dividido pelo somatório do valor total das exportações do resto do mundo para o país m, nas categorias em que j exporta para m.

O índice de preços relativos pode ser considerado um indicador de qualidade dos produtos exportados por um país, em relação aos exportados pelo resto do mundo. Considera-se que, se um exportador vende uma grande quantidade de um produto, a um preço relativamente alto, presume-se que ele produza produtos de maior qualidade do que seus concorrentes.

Onde Wjmi é a participação da média logarítmica entre de Sjmi (percentual das

categorias I, nas exportações de j para m) e Skmi (percentual das categorias I, nas

exportações de k para m) de cada produto no total.

P

jm =

i ϵ Ijm wjmi

p

jmi

p

kmi

)

(

p

jmi.

x

jmi i ϵ Ijm

p

kmi.

x

kmi i ϵ Ijm

p

jmi.

x

jmi i ϵ Ijm

p

jmi.

x

jmi

p

kmi.

x

kmi i ϵ Ijm

p

kmi.

x

kmi

S

jmi =

S

Kmi =

MI

jm=

(13)

- 10 - As expressões acima (para a margem intensiva e extensiva) são uma decomposição da participação das exportações de um determinado país j em um mercado m.

Por fim, pode ser decompor a equação de margem intensiva no índice de preços e em um índice de quantidade implícito.

I.3 – Breve Contextualização dos Países

I.3.1 - China

A China no final do século XX teve um desenvolvimento extraordinário, que somente se tornou possível devido a reformas e mudanças estruturais no país. Um dos fatores mais visíveis dessas reformas sofridas pela China foi possivelmente, as mudanças regulatórias em relação ao Investimento Externo Direto (IED). Este, sendo uma parte fundamental da estratégia de desenvolvimento chinesa, teve uma grande expansão a partir de 1991 quando representava apenas 1% do PIB. Em 1995, o IED passou a representar 5% do PIB chinês.

Em 2001, a China passou a fazer parte da Organização Mundial do Comércio (OMC), tendo assim que cumprir algumas exigências. Essas incluíam a redução das

Wjmi =

S

jmi -

S

Kmi

ln S

jmi -

ln S

Kmi

S

jmi -

S

Kmi

ln S

jmi -

ln S

Kmi

I

p

jmi.

x

jmi i = 1 I

p

kmi.

x

kmi i = 1 =

MI

jm

ME

jm

MI

jm =

P

jm

X

jm

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- 11 - tarifas de importação, concessão de permissão para que firmas estrangeiras pudessem comercializar diretamente no mercado interno chinês e a abertura do setor financeiro e de telecomunicações para mais competidores estrangeiros. A intenção do Premier Zhu Rongji ao promover a entrada do país na OMC era utilizar competidores estrangeiros para acelerar a reforma econômica tanto no setor industrial como no setor de serviços (Chow, 2001).

Apesar de a China ter sido um dos maiores destinos do IED no período em questão, as estatísticas oficiais podem estar superestimadas. Isso ocorre devido ao efeito “round tripping”, um mecanismo utilizado pelos residentes chineses, que transferem seu capital tipicamente para Hong Kong, trazendo-o de volta para a China como investimento estrangeiro a fim de se beneficiar de incentivos e escapar de regulações. O resultado foi: no período de 1992 - 2002, Hong Kong aparece como representando 45% do total de IED na China, enquanto no mesmo período, os Estados Unidos, Japão e União Européia representaram respectivamente 8,8%, 7,8% e 6,4% (Chami Batista, 2006).

I.3.2 - México

Implementado em 1994, o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) reduziu tarifas comerciais, eliminou cotas e provocou um aumento substancial no investimento externo direto (principalmente dos EUA), entre outras conseqüências. Com isso, o México teve um significativo aumento de exportações, principalmente para os EUA. Segundo Chami Batista (2006) os setores que mais se beneficiaram do NAFTA foram o automotivo e de eletro-eletrônicos.

“Exports of México to the U.S., especially of products from the automotive and the electrical-and-electronic industries, have clearly benefited from NAFTA, largely due to foreign direct investments from North America and, to a much lesser extent, from Japan.” (pp.19)

No período de 1994-1998 as exportações do México cresceram em média 23,4%, tendo as exportações do setor de manufaturados crescido anualmente 24% e o setor de produtos primários crescido 14,5% (Schatan, 2000). Entretanto, é difícil se apurar em que medida cada um dos eventos ocorridos em 1994 – a crise mexicana e sua

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- 12 - conseguinte desvalorização cambial ou a implementação do NAFTA e sua isenção tarifária – foi responsável por essa performance nas exportações.

I.3.3 - Brasil

O Brasil, durante o período analisado, teve grandes flutuações cambiais, as quais tiveram um grande efeito sobre suas exportações. A partir de 1994, a taxa de câmbio real da moeda brasileira em relação ao dólar sofreu uma apreciação partindo de um nível 100 e atingindo seu auge em julho de 1996 a um nível de 68, tendo o Brasil na época motivos políticos e econômicos para manter o câmbio sobrevalorizado (Giambiagi, 2004). Entretanto, após a liberalização do câmbio no final de 1998, devido à impossibilidade de se manter o câmbio fixo, este sofreu uma rápida depreciação, mantendo a tendência de alta pelos anos seguintes até seu pico em outubro de 2002, como mostra o gráfico.

Gráfico 1

Brasil: Taxa de Câmbio Real (R$/US$) – Jan/1994 a Dez/2008

Fonte: Banco Central do Brasil

O NAFTA também teve um papel importante na redução das exportações brasileiras para os EUA, visto que, além dos países membros se beneficiarem da isenção

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- 13 - das tarifas de importação, mesmo nos produtos que não possuem tarifas de importação para qualquer país, o NAFTA gerou um efeito positivo para os países membros, devido a economias de escopo, economias de escala e externalidades. No Brasil os efeitos negativos do NAFTA foram maiores que os antecipados (Chami Batista, 2006).

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- 14 -

CAPÍTULO II – O PADRÃO DE EXPORTAÇÃO DOS PAÍSES

Este capítulo visa apresentar o padrão de exportação por setor do Brasil, China e México para os Estados Unidos. Será analisado o quadro de exportações no período de 1996 – 2008 de maneira estática (o período como um todo) e dinâmica (evolução ao longo dos anos). A análise será feita em termos do valor das exportações de cada categoria de produto (setores da Classificação Uniforme de Comércio Internacional). O Gráfico, a seguir, objetiva fornecer uma visão geral da evolução do valor total das exportações desses países para os EUA ao longo do período que será analisado.

Gráfico 2

Exportações dos países (em milhões) no período de 1996 – 2008.

II.1 - Brasil

Partindo de uma visão estática, durante o período de 1996 – 2008, o Brasil exportou majoritariamente bens intermediários (setor 6) e Maquinas e equipamentos de transporte (setor 7) para os Estados Unidos. Esses setores representaram respectivamente 26% e 27% das exportações totais. Os produtos manufaturados (setores

(18)

- 15 - 5 - 8) corresponderam a 68% da totalidade das exportações contra 32% dos produtos primários (setores 0 - 4).

No caso do setor 6, a categoria que teve maior peso foi a de ferro semi-acabado1 representando cerca de 27% das exportações do setor. No setor 7, as exportações de aeronaves equivaleram a 31%, sendo esta a categoria com maior peso no setor.

Outros setores, entretanto, tiveram suas exportações concentradas em uma única categoria. No caso do setor relativo a tabaco e bebidas (setor 1), o tabaco representou aproximadamente 94% das exportações do setor2, enquanto no setor de artigos manufaturados variados (setor 8), os calçados representaram cerca de 75% das exportações.

O gráfico a seguir mostra como se distribuem as exportações do período entre os setores, sendo possível observar uma relativa diversificação entre os setores3.

Gráfico 3

Distribuição das exportações do Brasil pelos setores

1

Foi somente considerado para esse dado duas categorias de exportação de ferro: “NONALLOYED PIG

IRON, WITH NOT OVER 0.50% (WT.) PHOSPHORUS, IN PRIMARY FORMS” e ”IRON OR NONALLOY STEEL SEMIFINISHED SHAPES, UNDER .25% (WT.) CARBON, WITH A NONSQUARE RECTANGULAR CROSS SECTION”. Apesar de existirem diversas outras categorias que envolvam ferro, essas foram as que tiveram maior peso.

2 O que pode ser explicado tanto pelo pela baixa quantidade de categorias no setor como pelo fato de tabaco envolver três categorias.

3 Esta relativa diversificação ficará mais clara após o exame do mesmo gráfico para as economias mexicana e chinesa.

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Sob a ótica de produ

comércio com os EUA. O petróleo e minerais betuminosos (3%), aeronaves (9%), calçados (6%), ferro semi

pauta exportadora do Brasil.

Partindo para uma visão dinâmica, o gráfico a seguir mostra a participação de cada setor nas exportações daquele ano.

Distribuição das exportações do Brasil pelos setores ao longo dos anos.

Observando o gráfico, percebe

estaticamente mantiveram uma participação significativa (em média de 53% da exportações) ao longo de todo o período. Também

do setor de combustíveis minerais, especialmente em 2008. Isso foi devido a um crescimento expressivo da exportação de petróleo bruto, que no próprio ano de 2008, teve um crescimento de 142% em relação ao ano de 2007, exportando aproximadamente o equivalente aos três anos anteriores juntos. Esse aumento pode ser explicado em parte pela valorização do barril do petróleo ao longo do período, entretanto, houve também um aumento relevante nas quantidades exportadas. Como os outros setores não tiveram um crescimento tão expressivo no ano

participação desse setor nas exportações totais.

produtos, pode se perceber quais os que têm maior peso no . O petróleo e minerais betuminosos (7%), óleos combustíveis , aeronaves (9%), calçados (6%), ferro semi-acabado (6%), representam 31% da pauta exportadora do Brasil.

Partindo para uma visão dinâmica, o gráfico a seguir mostra a participação de cada setor nas exportações daquele ano.

Gráfico 4

Distribuição das exportações do Brasil pelos setores ao longo dos anos.

Observando o gráfico, percebe-se que os setores definidos como os maiores estaticamente mantiveram uma participação significativa (em média de 53% da

ações) ao longo de todo o período. Também se verifica o aumento significativo do setor de combustíveis minerais, especialmente em 2008. Isso foi devido a um crescimento expressivo da exportação de petróleo bruto, que no próprio ano de 2008, mento de 142% em relação ao ano de 2007, exportando aproximadamente o equivalente aos três anos anteriores juntos. Esse aumento pode ser explicado em parte pela valorização do barril do petróleo ao longo do período, entretanto, houve também vante nas quantidades exportadas. Como os outros setores não tiveram um crescimento tão expressivo no ano de 2007 – 2008, o resultado foi

participação desse setor nas exportações totais.

- 16 - tos, pode se perceber quais os que têm maior peso no (7%), óleos combustíveis (6%), representam 31% da

Partindo para uma visão dinâmica, o gráfico a seguir mostra a participação de

Distribuição das exportações do Brasil pelos setores ao longo dos anos.

se que os setores definidos como os maiores estaticamente mantiveram uma participação significativa (em média de 53% das o aumento significativo do setor de combustíveis minerais, especialmente em 2008. Isso foi devido a um crescimento expressivo da exportação de petróleo bruto, que no próprio ano de 2008, mento de 142% em relação ao ano de 2007, exportando aproximadamente o equivalente aos três anos anteriores juntos. Esse aumento pode ser explicado em parte pela valorização do barril do petróleo ao longo do período, entretanto, houve também vante nas quantidades exportadas. Como os outros setores não tiveram 2008, o resultado foi um aumento na

(20)

- 17 - No setor de bens intermediários, o ferro semi-acabado se manteve como o principal produto exportado. É interessante destacar o crescimento de cerca de 70% das exportações desse setor em 2004, em relação a 2003. Apesar de seu principal produto exportado ter tido um papel relevante nesse crescimento, diversos outros produtos tiveram um crescimento significativo, contribuindo para o bom desempenho do setor.

No setor de máquinas e equipamentos de transporte, as aeronaves passaram a liderar as exportações do setor a partir de 1998.

II.2 - China

Em comparação com o Brasil, a China durante o período de 1996 – 2008 teve suas exportações mais concentradas em menos setores. De forma estática, mais de 95% das exportações da China para os EUA foram concentradas nos três últimos setores analisados, o que significa uma grande concentração em produtos manufaturados.

O gráfico abaixo mostra como se distribuíram as exportações da China para os EUA no período em questão.

Gráfico 5

Distribuição das exportações da China pelos setores

Observando o gráfico, fica clara a dominância dos setores de maquinas e equipamentos de transporte e bens manufaturados variados. Nesse primeiro, incluem-se entre os produtos mais exportados máquinas digitais de processamento de dados,

(21)

- 18 - unidades de entrada e saída4, telefones, gravadores e reprodutores de vídeos, e unidades de armazenamento. Nesse segundo setor, encontram-se entre os produtos mais exportados calçados (representando quase 20%), camisas, estojos5, calças e shorts.

Diferente do Brasil, não há categorias com um peso muito relevante para as exportações da China em setores diferentes do 7 e 8. Até o setor bens intermediários, que tem uma participação significativa nas exportações, não possui uma única categoria com um grande peso em relação às exportações totais (a principal categoria exportada possui uma participação inferior a 0,7% das exportações totais chinesas). Ou seja, é o conjunto das categorias do setor de bens intermediários que o torna relevante, não sendo somente uma categoria isolada que possui um grande peso. Nos setores de maquinas e equipamentos e de bens manufaturados variados, tem se produtos como máquinas digitais de processamento de dados e calçados com participações superiores a 4% das exportações totais. Portanto, em termos de produtos, as exportações chinesas são menos concentradas que as brasileiras.

Em uma análise dinâmica do período, observa-se que os três setores mencionados já eram os mais importantes desde o início do período, mantendo essa dominância ao longo do mesmo. Contudo, verifica-se que o setor de máquinas e equipamentos de transporte e, secundariamente, o setor de bens intermediários ampliaram suas participações no total exportado pela China, conforme o gráfico à seguir.

4

“INPUT OR OUTPUT UNITS WHETHER OR NOT PRESENTED WITH THE REST OF A SYSTEM AND WHETHER OR NOT CONTAINING STORAGE UNITS IN ONE HOUSING IN DATA PROCESSING”. 5

(22)

- 19 -

Gráfico 6

Distribuição das exportações da China pelos setores ao longo dos anos.

Embora o crescimento significativo da participação do setor de máquinas e equipamentos de transporte nas exportações da China para os EUA, não possa ser atribuído a nenhum produto específico, algumas categorias de produtos podem ser destacadas pelo seu desempenho. Máquinas digitais de processamento de dados, por exemplo, teve um crescimento muito expressivo em termos de valor exportado. Nos primeiros 6 anos do período, essa categoria tinha um valor exportado médio de 11 milhões de dólares. A partir de 2002, teve um crescimento médio de 2.8 bilhões de dólares ao ano, chegando em 2008 a 19 bilhões de dólares em valor exportado (15,6% das exportações do setor e 7,3% das exportações totais do ano). Aparelhos de telefonia é outra categoria que merece destaque. Em 2007 e 2008 a China exportou nessa categoria acima de 14 e 15,9 bilhões de dólares respectivamente. Unidades de entrada e saída também tiveram um desempenho muito forte até 2006, chegando a 11,5 bilhões de dólares em exportações nesse ano (5% do total exportado no ano).

Apesar de ao longo do período o setor de bens manufaturados variados ter crescido a uma média de 11% ao ano, o setor de maquinas e equipamentos de transporte teve um crescimento médio de 23% ao ano, conseguindo assim obter a maior participação nas exportações da China para os EUA.

(23)

- 20 -

II.3 - México

Novamente partindo de um quadro estático do período, as exportações do México para os EUA, assim como a China, tiveram uma forte concentração em produtos manufaturados (apesar de que os produtos primários tiveram um peso maior no México em relação à China) conforme o gráfico abaixo.

Gráfico 7

Distribuição das exportações do México pelos setores

O petróleo bruto dominou claramente as exportações do setor de combustíveis minerais, tendo essa categoria representado 88,8% das exportações totais do setor no período. No setor de máquinas e equipamentos de transporte, o de maior peso, as categorias que dominaram o setor foram as de veículos a motor para transporte de passageiros6 e veículos a motor para transporte de mercadorias, com 18,9% e 9,7% das exportações do setor respectivamente. Partes e acessórios de veículos a motor também tiveram uma alta participação no setor.

Em termos de categorias em relação às exportações gerais do México, como era de se esperar, o petróleo e veículos a motor tanto de transporte de pessoas como de mercadorias tiveram grande relevância nas exportações no período, representando

6

(24)

- 21 - 14,6%, 11,1% e 5,7% das exportações totais do período. Televisores também tiveram uma relevante participação nas exportações gerais do México (4,6%).

Observando agora a evolução da participação dos setores ao longo do período, o setor máquinas e equipamentos de transporte manteve uma forte participação ao longo de todos os anos analisados, conforme mostra o gráfico a seguir.

Gráfico 8

Distribuição das exportações do México pelos setores ao longo dos anos.

Iniciando a análise a partir do setor de bens manufaturados diversos, observou-se um crescimento desse setor até o ano de 2000, com um crescimento médio de 20% ao ano. A partir desse ano houve uma contração do setor. O oposto ocorreu com o setor 3, onde até 1998 constatou-se uma contração do setor, e então uma forte expansão de 26% em média ao ano, tanto pela quantidade quanto pela variação do preço do barril de petróleo. É interessante ressaltar que ao longo do período, o setor de bens intermediários manteve uma participação relativamente constante nas exportações do México para os EUA. O setor de máquinas e equipamentos de transporte não teve um padrão de crescimento bem definido, tendo tido em alguns anos uma performance positiva, e em outros uma performance negativa ou muito próxima a zero (2001 – 2003). Apesar disso, esse setor foi determinante para o crescimento das exportações do México do ano de 2004 em diante.

(25)

- 22 -

CAPÍTULO III - MARGENS EXTENSIVA, INTENSIVA E ÍNDICES.

Esse capítulo visa apresentar os resultados obtidos após a aplicação da metodologia de cálculo proposta por Hummels e Klenow (2005), para o cálculo da margem extensiva, margem intensiva, índice de preços e índice de quantidade. A análise começa com a margem total e seu desmembramento nas margens extensiva e intensiva de cada país. Segue-se a análise da decomposição da margem intensiva nos índices de preço e quantidade. Cada indicador será examinado por grupos de produtos, sendo identificados aqueles que tiveram maior contribuição para cada indicador.

III.1 - Margem Total

A margem total indica qual é a participação das exportações de um país A nas importações de um país (ou grupo de referência) B. Os resultados da margem total, para todos os setores, demonstram um crescimento muito próximo, tanto da participação do México, sendo esta maior, como da participação da China nas importações dos EUA. Isso ocorreu até o ano de 2001. A partir desse ano, com a ascensão da China como membro da OMC, a margem total da China passou a ter um crescimento expressivo, dobrando seu valor em 2007 em relação a 2001. O México por sua vez, a partir de 2001, passa a perder participação nas importações dos EUA. O Brasil manteve uma participação relativamente baixa durante todo o período, apresentando um ligeiro crescimento de 1,3% para 1,6% entre 1996 e 2008. O gráfico a seguir mostra como se comportou a margem total dos três países, no período de 1996 – 2008, para todos os setores.

(26)

- 23 - Gráfico 9

Margem Total Agregada.

Decompondo a margem total (MT) para os produtos primários e manufaturados, o país que teve o melhor desempenho para os produtos primários (setores 0 – 4) foi o México, tendo tido uma média de 10,6% durante o período. Já o Brasil e a China atingiram médias de 2% e 1,4% respectivamente.

Nas exportações mexicanas de produtos primários, o setor de combustíveis minerais demonstrou ter o maior peso, devido à grande semelhança de resultados desse setor com o resultado geral dos bens primários, para este país.

A China teve um crescimento bastante acentuado no setor de comidas e animais vivos e no de materiais brutos, enquanto os demais setores se mantiveram constantes. Esses setores que se mantiveram constantes têm um maior peso nas exportações de produtos primários chinesas, pois a margem total dos produtos primários manteve-se relativamente constante durante o período.

No Brasil, o setor que mais contribuiu para a MT foi o de combustíveis minerais, o que era esperado devido ao grande peso que possui nas exportações brasileiras. Pode-se destacar também com variação positiva o Pode-setor de materiais brutos, contribuindo para o crescimento das exportações dos bens primários. Os outros setores demonstram oscilações sem padrão definido.

O gráfico a seguir mostra como se comportou a margem total dos três países, no período de 1996 – 2008, para os produtos primários.

0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0% 16,0% 18,0% 20,0%

(27)

- 24 -

Gráfico 10

Margem Total dos bens primários

Nos produtos manufaturados (setores 5 – 8), a China se destacou pelo seu crescimento durante todo o período analisado. Em 1996, a China apresentava uma MT de 8,4%, tendo tido um crescimento médio de 0,6% ao ano até 2001. Após essa data, o crescimento médio passou a ser de 2,3%, finalizando o período com uma MT de 27,7%. O México iniciou o período com uma MT de 9,2% e até 2001, manteve um crescimento a uma taxa pouco superior à da China. Entretanto, a partir desse ano, a margem total mexicana passou a cair, terminando o período em 2008 com 11%. O Brasil manteve sua margem relativamente constante, variando entre 1,1% e 1,6%.

Todos os setores contribuíram para a margem total do Brasil de manufaturados, com exceção do setor de produtos químicos. Na China, novamente todos os setores dos produtos manufaturados, com exceção do setor de produtos químicos, contribuíram para essa margem total, reforçando a menor influência desse setor, vista anteriormente no segundo capítulo. O México apresentou na margem total dos produtos manufaturados uma influência maior do setor de máquinas e equipamentos para transportes, seguido em menor escala do setor de bens manufaturados variados. A seguir tem-se o gráfico da margem total dos três países para os produtos manufaturados.

0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0%

(28)

- 25 -

Gráfico 11

Margem Total dos bens manufaturados

Para se determinar o grau de influência da margem extensiva e da margem intensiva sobre a margem total, aplicou-se a fórmula ∆LN(MT) =∆LN(ME) + ∆LN(MI). O resultado revelou que para o Brasil, tanto a margem intensiva como a margem extensiva contribuem com 50% da variação da margem total. Na China, a margem intensiva responde por 97% dessa variação enquanto a extensiva 4%. Já a margem extensiva do México respondeu por -27% da variação da margem total e a margem intensiva por 127%. Esse resultado contrasta com o obtido por Hummels e Klenow (2005) que detectam um maior peso para a margem extensiva na análise transversal por país. Portanto, este resultado indica que a margem intensiva tem um papel maior nas séries temporais de cada país.

III.2 - Margem Extensiva

A margem extensiva funciona com um indicador da variedade de produtos que são exportados pelo país para o mercado, ponderado pelo valor das importações do mercado.

Em um quadro geral (considerando-se todas as categorias de produtos), pode se observar o México, apresentando a maior margem extensiva (ME) no período como um todo. O mesmo teve uma ME superior a 92% durante quase todo o período analisado. Após o México, a China foi o país com a maior ME, obtendo um aumento da mesma ao

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0%

(29)

- 26 - longo do período, e tendo no geral um resultado muito próximo ao do país anteriormente citado. A ME do Brasil, a menor dentre esses países, mostrou crescimento, se aproximando dos outros dois países em 2008. O gráfico a seguir mostra como se comportou a ME dos três países ao longo do período em questão, considerando-se todos os setores.

Gráfico 12

Margem Extensiva Agregada.

Decompondo a ME geral pelo tipo de produto, verifica-se nos produtos primários, que o México permaneceu com o resultado mais alto, mantendo uma média de 91%. A China demonstrou ter uma menor ME nos produtos primários, apresentando média de 78%. O Brasil também apresentou resultados menores, em relação a ME geral. Tendo em vista o grande peso das importações de combustíveis minerais do EUA, esse item tem muita importância para a ME dos países em primários. O fato do Brasil não ter exportado petróleo em 1998, por exemplo, foi decisivo para a queda da sua ME naquele ano. O gráfico a seguir mostra como se comportou a margem extensiva dos três países, para os produtos primários.

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

(30)

- 27 -

Gráfico 13

Margem Extensiva dos produtos primários.

Nos produtos manufaturados, o México e a China obtiveram margens extensivas muito semelhantes, com média de 94% para ambos, com anos em que a China apresentou a maior ME, e anos em que foi o México. O Brasil teve uma ME inferior a ambos os países, mas ela aumentou de 78%, no início do período, para 90% no final.

No Brasil, os setores que demonstraram exercer maior influência na ME dos produtos manufaturados foram o setor de máquinas e equipamentos de transporte e o setor de bens intermediários.

Os setores que aparentaram afetar mais a margem extensiva da China também foram os de máquinas e equipamentos de transporte e o de bens intermediários.

No México, todos os setores, com exceção do de produtos químicos, tiveram resultados relativamente constantes, sem grandes variações, assim como a curva agregada dos bens manufaturados.

O gráfico a seguir mostra como se comportou a margem extensiva dos três países, somente nos produtos manufaturados.

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% 120,0%

(31)

- 28 -

Gráfico 14

Margem Extensiva dos produtos manufaturados

Esses resultados mostram que o México possui uma diversificação maior de exportação, do que os outros países, tendo apresentado uma alta margem extensiva tanto em produtos manufaturados como em produtos primários. A China, por sua vez, tem maior variedade nas exportações de produtos manufaturados em relação aos primários, estes últimos demonstrando uma maior diversificação ao decorrer do período analisado. O Brasil conseguiu evoluir em termos de margem extensiva tanto nos produtos primários como nos produtos manufaturados.

III.3 - Margem Intensiva

A margem intensiva atua como um indicador da intensidade com a qual um país exporta para o outro. Em outras palavras, esse indicador mostra o quanto suas exportações representam nos mercados em que participa.

Em termos de margem intensiva (MI), o México, até o ano de 2002, apresentou a maior MI dentre os três países, seguido da China e, em um patamar significativamente inferior, o Brasil. Até 2001, o México e a China tiveram um crescimento positivo, muito próximo (0,6% e 0,5% ao ano respectivamente). A partir desse ano, o México apresentou um crescimento negativo, enquanto a China passou a ter um crescimento médio 1,3%. O Brasil se manteve na faixa de 1% de MI durante todo o período. O

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% 120,0%

(32)

- 29 - gráfico a seguir mostra como se comportou a margem intensiva dos três países no período de 1996 – 2008.

Gráfico 15

Margem Intensiva Agregada

Analisando somente os produtos primários, é clara a dominância do México em termos de intensidade, no período entre 1996 - 2008. Nem o Brasil e nem a China conseguiram obter uma margem intensiva tão alta quanto à do México, que variou entre 10% e 12%. O Brasil ainda apresentou margem intensiva um pouco maior que a da China durante todo o período. O gráfico a seguir mostra como se comportou a margem intensiva dos três países, restrito aos produtos primários.

O setor que mais responde pela margem intensiva dos três países, nos produtos primários, é o setor de combustíveis minerais. No México, o setor de bebidas e tabaco afetou a margem intensiva, em pequena escala, devido às oscilações mais fortes que esse setor teve durante o período. Na China, o setor de bebidas e tabaco também influenciou essa margem em questão.

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%

(33)

- 30 -

Gráfico 16

Margem Intensiva nos produtos primários

Nos resultados de MI somente para os produtos manufaturados, a China demonstrou um crescimento vigoroso a partir de 2001, com média de 2,4% ao ano, atingindo em 2008 a margem de 29%. O México apresentou, assim como a China uma margem intensiva de 9% em 1996, tendo o primeiro crescido em média 0,8% ao ano até 2001, contra 0,6% relativo ao crescimento Chinês. A partir desse ano, a margem intensiva do México passou a diminuir pelos quatro anos seguintes. O Brasil demonstrou um desempenho de cerca de 1% em termos de margem intensiva durante todo o período, bem abaixo dos outros dois países analisados.

Na China, todos os setores de produtos manufaturados, com exceção do setor de produtos químicos, mostraram crescimento vigoroso a partir de 2001. O México e o Brasil aparentam ter tido maior influência dos setores de máquinas e equipamentos de transporte, sendo esta inicialmente positiva tornando-se negativa durante o período, e bens manufaturados variados. Nesse segundo setor, para o México, houve um crescimento até 2001 e uma queda a partir de então. Para o Brasil a influência desse setor foi negativa durante todo o período.

O gráfico a seguir mostra a evolução da margem intensiva dos três países, restrito aos produtos manufaturados.

0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0%

(34)

- 31 -

Gráfico 17

Margem Intensiva dos produtos manufaturados

Pode se concluir após analisar os resultados da margem intensiva, que o México, nos mercados em que ele exportou para os EUA, teve um valor exportado relativamente alto tanto nos produtos primários como nos manufaturados, enquanto a China teve um maior valor exportado nos produtos manufaturados somente, participando relativamente pouco dos produtos primários. O Brasil teve uma participação nas importações dos EUA um pouco maior nos produtos primários em relação aos manufaturados tendo atingindo, entretanto, a participação geral de somente 2% de MI, muito inferior a dos outros dois países analisados.

III.4 - Índice de Preços

O índice de preços pode atuar como um indicador de qualidade dos produtos exportados de um país para o outro. Isso porque, apesar de não ser um indicador direto de qualidade dos produtos, pode-se supor que se um produto for vendido em grande quantidade, a um preço mais alto que o dos seus concorrentes de forma recorrente, que ele tenha um grau de qualidade mais alto.

Aplicando a metodologia de cálculo do índice de preços (IP) para todos os setores, tem se que o Brasil manteve o resultado mais alto dos três países durante quase todo o período. Apesar de ter iniciado o período com um índice de preços inferior ao

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0%

(35)

- 32 - médio, o Brasil conseguiu manter a partir de 1998 um IP pelo menos 9% superior ao médio (IP = 1). O México teve um comportamento similar ao do Brasil, iniciando o período com um índice de preços abaixo da média, mas conseguindo a partir de 1999, apresentar um resultado superior. A China, por outro lado, apresenta um IP médio de 56%, bem inferior aos demais países. O gráfico a seguir mostra como se comportou o índice de preços dos três países, para todos os setores.

Gráfico 18

Índice de preços Agregado.

Restringindo a análise somente aos produtos primários, o Brasil durante quase todo o período, manteve um índice de preços acima do médio. Assim como o Brasil, a China também apresentou um índice de preços acima do médio durante quase todo o período. Por outro lado, o México teve um desempenho inferior ao longo de todo o período, com média de 90%.

No Brasil, os setores de combustíveis minerais, e em menor escala de materiais brutos, tiveram as maiores influências sobre o índice de preços dos produtos primários. O IP da China também teve influência dos setores de combustíveis minerais, mas também aparentou ter sido influenciado pelo setor de comida e animais vivos, e de tabaco e bebidas. No caso do México, o IP foi quase que inteiramente influenciado pelo setor de combustíveis minerais.

O gráfico a seguir mostra como se comportou o índice de preços dos três países, para os produtos primários.

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 1,400

(36)

- 33 -

Gráfico 19

Índice de preços para os produtos primários.

Analisando agora somente os produtos manufaturados, os resultados tiveram um comportamento muito próximo aos resultados gerais. O Brasil manteve durante a maior parte do período o índice de preços mais alto em relação aos outros dois países, tendo conseguindo a partir de 1998, um resultado acima do médio. O mesmo “pico” observado em 1998 nos resultados gerais, pode ser observado nos resultados para os produtos manufaturados. Isso porque esse evento teve origem no setor máquinas e equipamentos de transporte, não sendo atribuído a somente uma categoria de produto7. O México manteve o mesmo padrão observado no IP de todos os setores, no entanto superior. A China manteve um índice de preços significativamente abaixo da média durante todo o período, apresentando uma média de 52%.

No IP da China e do México os setores de máquinas e equipamentos de transporte e de bens intermediários tiveram maior influência sobre o IP dos produtos manufaturados desses países. No Brasil, o setor de máquinas e equipamentos de transporte é o setor que mais explica a variação no IP de seus produtos manufaturados, devido a sua evolução que ocorreu de maneira semelhante.

O gráfico a seguir mostra a evolução no índice de preços dos três países, para os produtos manufaturados

7

As categorias que mais contribuiram foram as de partes e acessórios para veículos a motor, veículos a motor para transporte de pessoas e motores elétricos.

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200

(37)

- 34 -

Gráfico 20

Índice de preços para os produtos manufaturados.

Esses resultados sugerem que as exportações chinesas de produtos manufaturados caracterizam se por ter um padrão de qualidade inferior à média dos demais países, o que não se aplica aos produtos primários. Ao contrário da China, o México apresenta um IP inferior ao dos demais nos produtos primários mas não nos manufaturados, o que sugere produtos com um grau de qualidade mais elevado nesse segundo tipo de produto. O Brasil exportou para os Estados Unidos a um elevado índice de preço tanto nos produtos primários como nos manufaturados, o que pode indicar uma qualidade mais elevada nas exportações gerais do Brasil.

III.5 - Índice de Quantidade

O índice de quantidade completa o índice de preços na determinação da margem intensiva.

Os resultados de índice de quantidade, ao se considerar todos os setores, demonstram uma superioridade do volume das exportações chinesas em relação aos outros dois países, tendo um intenso crescimento a partir de 2001, com crescimento médio de 1% até esse ano e 2,3%8 a partir dele. Tanto o México como o Brasil mantiveram um índice de quantidade relativamente estável durante o período, com médias de 11% e 1% respectivamente. O gráfico a seguir mostra como se comportou esse índice durante o período, para todos os setores.

8

3,1% se não considerarmos a queda ocorrida em 2008.

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 1,400 1,600

(38)

- 35 -

Gráfico 21

Índice de Quantidade Agregado.

Nos produtos primários, o México apresentou um índice de quantidade significativamente superior ao outros dois países. A China manteve um índice relativamente constante, variando entre 1% e 2%. O Brasil também teve um resultado relativamente constante durante a maior parte do período, com um “pico” no ano de 1998. Excetuando esse ano, o IQ do Brasil manteve-se em 2% aproximadamente.

Os índices de quantidade de todos os países, nos produtos primários, foram fortemente influenciados pelas oscilações no setor de combustíveis minerais, principalmente no México. É interessante notar que a China teve um grande crescimento no índice de quantidade do setor de comidas e animais vivos, triplicando o índice do início para o final do período, de 4% para 12%. O México teve um forte crescimento no setor de bebidas e tabaco, saindo de um índice de quantidade de 17% em 1996, e atingindo 30% em 2008. No Brasil, o “pico” de 1998 teve origem no setor de combustíveis minerais. O crescimento do setor de materiais brutos também contribuiu para o aumento do índice de quantidade do Brasil nos produtos primários de 2% para 2,7%.

O gráfico a seguir mostra como se comportou o índice de quantidade, somente para os produtos primários.

0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0,400

(39)

- 36 -

Gráfico 22

Índice de quantidade dos produtos primários.

Como era de se esperar, o índice de quantidade para os produtos manufaturados teve um padrão muito semelhante ao geral. A China demonstrou um crescimento ao longo do período, intensificando-o a partir de 2001. O México e o Brasil mantiveram um índice relativamente constante ao longo do período, com médias muito semelhantes as dos resultados gerais.

No índice de quantidade do Brasil para os produtos manufaturados, o setor que teve maior contribuição para a formação desse índice foi o de máquinas e equipamentos de transporte, também demonstrando ser influenciado pelas grandes oscilações do setor de bens intermediários. Para as exportações chinesas, todos os setores mostram um aumento no índice de quantidade, principalmente o setor de máquinas e equipamentos para transporte. No México, esse mesmo setor de máquinas e equipamentos de transporte foi o que mais afetou o IQ dos produtos manufaturados no geral

O gráfico a seguir mostra como se comportou o índice de quantidade, somente para os produtos manufaturados.

0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,140 0,160

(40)

- 37 -

Gráfico 23

Índice de quantidade dos produtos manufaturados.

Pode-se perceber a semelhança do padrão do índice de quantidade e da margem intensiva. Ao se comparar a margem intensiva geral da China, com o índice de quantidade do mesmo, percebe-se que devido ao baixo índice de preços, seu índice de quantidade eleva-se bastante em relação a MI. Com o México, ocorre o inverso, pois devido ao alto índice de preços de seus produtos, seu índice de quantidade contribuiu negativamente para a MI. Isso indica que a China ao longo do período obteve uma maior margem intensiva, e portanto uma participação mais expressiva no mercado dos EUA, devido ao grande volume de suas exportações. O México por outro lado, ao manter um índice de preços mais alto, consegue ter um market share expressivo, exportando um volume menor de produtos. É importante ressaltar que o índice de quantidade da China é em quase sua totalidade um reflexo dos produtos manufaturados, indicando novamente a importância que esse tipo de produto tem para as exportações chinesas.

Aplicando a mesma metodologia de cálculo utilizada para averiguar a contribuição das margens intensiva e extensiva para a variação da margem total, foi verificado o quanto os índices de preço e quantidade contribuíram para a variação da margem intensiva. No Brasil, o índice de preços respondeu por 221% da variação na margem intensiva, enquanto o índice de quantidade responde por -121%. O índice de preços da China por sua vez contribuiu com -8% e o índice de quantidade com 108%. O índice de preços do México contribuiu com 159% da variação na margem intensiva, enquanto o índice de quantidade contribuiu com -59%.

0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700

(41)

- 38 -

CONCLUSÃO

O crescimento das exportações chinesas, especialmente a partir do ano de 2002, se deu integralmente devido ao aumento de suas quantidades exportadas, mantendo sua estrutura de produção baseada em produtos com preço e qualidade inferiores em relação à de seus concorrentes. Dessa forma, a China explora suas vantagens comparativas. Esse crescimento das exportações foi baseado em aparelhos eletrônicos e máquinas, com as exportações de produtos primários sendo insignificantes.

Essa inundação de produtos chineses no mercado norte-americano afetou as exportações mexicanas, que eram as maiores entre os três países até o ano de 2002. O padrão de exportação do México caracteriza-se pelo grande peso da indústria automotiva, que se beneficiou do NAFTA, e da indústria petrolífera. As exportações mexicanas tiveram preços mais alto nos produtos manufaturados, liderado pelo setor de máquinas e equipamentos de transporte. Assim como a China, o México apostou na intensidade das exportações, em oposição ao aumento da variedade.

As exportações brasileiras basearam-se em preço e qualidade superiores aos das demais importações dos EUA. Não apenas isso, mas o aumento das exportações brasileiras se deu tanto em intensidade como em variedade. Apesar disso, o Brasil não foi capaz de ser um exportador tão relevante quanto os demais países analisados, respondendo ainda por um percentual muito baixo das importações norte-americanas.

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Referências

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